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Minha Vida de Menina Sequência Didática proposta por Ádia Ferreira e Giselle Santos

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Minha Vida de Menina Sequência Didática proposta por Ádia Ferreira e Giselle Santos

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Sequência Didática

Minha Vida de Menina

❑A sequência didática proposta é composta por 14 aulas, distribuídas emdobradinhas, a serem ministradas ao longo do 4º bimestre do 2º ano doEnsino Médio.

❑As aulas foram construídas a partir de temas centrais para a análise.

❑Com essa sequência, busca-se incentivar a leitura da obra Minha vida demenina, livro presente na lista da Fuvest; intermediar a leitura do texto;apresentar o gênero diário íntimo aos alunos, levando-os a suacompreensão; e destacar a importância da autora Helena Morley.

❑Para essa sequência, são necessários exemplares do livro; impressão detextos e perguntas; e utilização de sala de vídeo, informática ou multimídia.

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Helena Morley

Alice Dayrell Caldeira Brant❑A autora nasceu em 1880 em Diamantina, Minas

Gerais e morreu em 1970, no Rio de Janeiro.❑Filha de Felisberto Moyrell Dayrell e de

Alexandrina Brandão Dayrell.❑Pelo lado materno, pertencia a uma família

mineira tradicional, cujo avô se tornou rico aodescobrir um caldeirão de diamantes. Seu pai erade origem inglesa, sendo neta de John Dayrell, ummédico inglês que veio ao Brasil para trabalhar naCia. Aurífera do Morro Velho, em Diamantina.❑Estudou na Escola Normal, período do qual são as

anotações do diário.❑Casou-se, em 1900, com Augusto Mario Caldeira

Brant, com quem teve seis filhos.

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Minha Vida de Menina

❑Publicado em 1942, Minha vida de menina foi escrito por Helena Morley,pseudônimo adotado por Alice Dayrell Caldeira Brant.

❑O texto foi editado a partir de anotações do diário da autora-narradora sobresuas vivências entre 1893 e 1895 na cidade de Diamantina (MG).

❑Os registros têm como pano de fundo momento de intensas transformaçõespolíticas, sociais e econômicas no Brasil, tais como a abolição da escravidão,

proclamação da República e a decadência damineração na região de Diamantina.❑Recepção literária: Drummond, Guimarães Rosae Gilberto Freyre❑Tradução para o inglês por Elisabeth Bishop.

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Dificuldades da Sequência

❑Leitura da obra: como fazer e/ou solicitar a leitura❑Gênero literário ❑Livro recente na lista da FUVEST❑Questões para serem trabalhadas

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Sequência Didática

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Aulas 1 e 2

Primeiro Contato1. Apresentar capas do livro Minha vida de menina e levantarhipóteses a respeito do título e das capas.

2. Fazer comentários gerais sobre a obra (ano de publicação,dados sobre a autora, breve síntese do enredo e contextohistórico).

3. Pedir que os alunos façam uma página de um diário. Pode sero próprio dia ou pode ser algum dia que tenha acontecidonaquela semana.

4. Expor o cronograma de leitura.

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Aulas 1 e 2

CRONOGRAMA DE LEITURA

A leitura deve ser contínua, mas as análises serão desenvolvidas por temáticas.

Semana Ler até...1ª semana -

2ª semana O ano de 1893

3ª semana 1º semestre de 1894

4ª semana 2º semestre de 1894

5ª semana 1º semestre de 1895

6ª semana 2º semestre de 1895

7ª semana -

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Aulas 3 e 4

Gênero1. Compreender a relação dos alunos com o gênero. - Hábito deescrita e leitura

2. Retomar características do gênero: Diário

3. Mostrar imagens de diários antigos e atuais.

4. Comentar sobre o Diário de Anne Frank (apresentação de Annee contexto de produção do diário) e sobre o contexto deprodução dos diários de Helena Morley

5. Leitura da “Nota à 1ª Edição”.

6. Atividade a ser entregue na próxima aula

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Aulas 3 e 4

GêneroAtividade a ser realizada em casa

Eu finalmente percebi que eu devo fazer o meu trabalho escolar paradeixar de ser ignorante, para conseguir uma vida, para me tornar umajornalista, porque é isso que eu quero! Eu sei que posso escrever [...] mastenho que continuar percebendo se realmente tenho talento.

E se eu não tenho talento para escrever livros ou artigos de jornais, eusempre posso escrever para mim mesma. Mas eu quero alcançar mais do queisso. Eu não posso imaginar vivendo como minha mãe ou a Sra. van Pels etodas as mulheres que fazem o seu trabalho e depois são esquecidas. Eupreciso ter algo além de um marido e filhos para me dedicar!

Eu quero ser útil ou trazer diversão para todas as pessoas, mesmo aquelesque eu nunca conheci. Eu quero continuar vivendo mesmo depois da minhamorte! E é por isso que eu sou tão grata a Deus por ter me dado estepresente que eu posso usar para me desenvolver e expressar tudo o que estádentro de mim.

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Aulas 3 e 4

GêneroQuando eu escrevo, eu posso me livrar de todos os meus cuidados, minha tristezadesaparece, meus espíritos são revividos! Mas, e isso é uma grande questão, eu nuncavou ser capaz de escrever algo grande, eu nunca vou me tornar uma jornalista ouescritora?

Diário de Anne Frank.

A partir da leitura do trecho do “Diário de Anne Frank” e da leitura das “Notas à 1ªedição”, responda às perguntas:

1.Quais elementos aproximam essas obras?2.Quais os distanciam?3.Qual a relação das autoras com a escrita?4.A partir da página de um diário que fez para essa aula, como seria umdiário feito atualmente?

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Aulas 3 e 4

GêneroATIVIDADE FINAL

Produção individual de um diário a ser entregue na 11ª aula❑Essa avaliação tem como objetivos incentivar a contínua produção textual dos alunos e

que se apropriem do gênero “diário”, produzindo, em média, 4 ou 5 relatos por semana.Além disso, busca-se que os alunos criem o hábito de escrita, assim como no livro.

❑Cada relato deve ter pelo menos 15 linhas escritas que narrem o dia todo ou, pelomenos, um fato do que aconteceu naquele dia. É possível ainda que eles façam anarrativa de algo que relembre algum outro fato.

❑Nesta proposta, os alunos podem produzir um diário que deve ser escrito tantomanualmente quanto por meio de recursos digitais, como aplicativos de diários eprogramas de edição de texto.

❑Apresentação de aplicativos: Vida Cotidiana: Meu diario/Diaro/Word/Google Docs❑Ao final, o diário será entregue para o professor e os alunos farão a apresentação de um

dia que lhes chamou mais a atenção dessa experiência.

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Aulas 5 e 6

Estrutura e Linguagem1. Apresentar a estrutura do livro: 282 registros, escritos entrejaneiro de 1893 e dezembro de 1895.2. Discutir a questão da linearidade no livro.3. Incentivar que os alunos emitam opiniões sobre a linguagemutilizada no livro.4. Estimular que os alunos relacionem o texto a algum movimentoliterário.5. Apresentar o poema “Vaso chinês”, de Alberto de Oliveira, e oregistro “Quarta-feira, 15 de maio (1895)” para demonstrar osestilos diferentes de escrita.6. Apresentar a variedade linguística “mineira”

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Aulas 5 e 6

Estrutura e LinguagemVASO CHINÊS

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,

Casualmente, uma vez, de um perfumado

Contador sobre o mármor luzidio,

Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado,

Nele pusera o coração doentio

Em rubras flores de um sutil lavrado,

Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura,

Quem o sabe?... de um velho mandarim

Também lá estava a singular figura;

Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,

Sentia um não sei quê com aquele chim

De olhos cortados à feição de amêndoa.

Publicado no livro Sonetos e poemas (1886).

In: OLIVEIRA, Alberto de. Poesias completas. Ed. crít. Marco AurélioMello Reis. Rio de Janeiro: Núcleo Ed. da UERJ, 1978. v.1. (Fluminense

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Aulas 5 e 6

Estrutura e LinguagemTrecho “Quarta-feira, 15 de maio (1985)

[...] E assim o tempo todo. Depois Leocádia disse: “Vência, vaibuscar café para Helena”. Juvência levanta-se: “Vou buscar cafépara Helena”. Diz isso já entrando para a cozinha.

Volta com o café e põe na mesa. Leocádia diz: “Vência, serveHelena”. Juvência diz para Naninha: “Passa a açucra aqui, praservir Helena”. Leocádia vira para ela e diz: “Vência, já te expliqueique se fala o açucra; açucra é homem”.

Naninha olhou para mim, mas não rimos. Elas são tão boas,coitadas. Também onde é que elas poderiam aprender, criadas,como foram, na Itaipava.

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Aulas 5 e 6

Estrutura e LinguagemPARA DESCONTRAIRUso correto do uai: https://web.facebook.com/stevangaipo/videos/822122988129033/?_rdc=1&_rdr

Barbixas - Policial mineiro: https://www.youtube.com/watch?v=i4ZrMrq5H6k

Etimologia do UAI - https://www.youtube.com/watch?v=GHXE2WVxmqw

CURIOSIDADE FINAL: A palavra UAI e suas duas possíveis origens.1ª origem - Na época dos inconfidentes usavam a expressão UAI para entrar nas suas reuniõessecretas durante a madrugada. Depois de bater na porta três vezes, falavam UAI. A sigla significaunião, amor e independência. Quando se encontravam na rua durante o dia, tiravam o chapéu ediziam: UAI. E, por isso, o termo se popularizou.

2ª origem: Com a chegada da Companhia Britânica para escavação de minas, os escravos nãoentendiam muito bem, o que significava “Why?” que o capataz inglês falava. Numa tentativa decomunicação com os ingleses, usavam o “uai” como resposta, e tinham que dizer “sir”, comoforma de respeito. No entanto, ao “aportuguesarem” gerava o UAI SÔ.

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Aulas 7 e 8

Nova Configuração Social1. Apresentar imagens da cidade de Diamantina no fim do séc. XIX eda prática de mineração.

2. Para ilustrar transformações sociais do período, serão analisadosalguns trechos:

Decadência da Mineração

Quinta-feira, 5 de janeiro (1893)

“ Que economia seria para mamãe, agora que a lavra não temdado nem um diamantinho olho de mosquito, se pudéssemos ir àponte todos os dias, pois Renato e Nhonhô vendem tudo quetrazem, no mesmo dia (p.12).

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Quinta-feira, 27 de julho (1893)(...) Eu, tirando meu título de normalista, sei que tudo vai

melhorar, pois irei até para o fim do mundo dar minha escola. Já fizmeus planos, tão bem assentadinhos, que até poderemos guardardinheiro. Mas deixar meu pai nesta peleja, furando a terra à esperade diamantes que não aparecem, é que não deixarei. Às vezes eudou razão a Seu Zé da Mata, da resposta que ele deu quando meupai o foi convidar para entrar de sociedade num serviço demineração. Ele disse: “Não, Seu Alexandre, eu não deixo o meunegócio onde estou vendo o que tenho, para procurar debaixo daterra o que eu não guardei lá!”.

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Aulas 7 e 8

Nova Configuração Social

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República

Quinta-feira, 1º de março (1894)Meu pai hoje veio da Boa Vista com tio Joãozinho para votarem noPresidente da República e no Dr. João da Mata para deputado.3 Nanossa família todos têm de mexer com política, por causa de tiaAurélia e tio Conrado que são muito influentes. Ele é irmão da mãe deDr. Mata e muito amigo dele e pegou essa amizade na família toda. Eumesma dou razão de todos o considerarem uma honra da Diamantinaporque é um homem muito bom. Todos tiveram muita raiva quandoFloriano o prendeu. Meu pai diz que espera que ele ainda vá eleitoPresidente do Estado e depois da República.

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Aulas 7 e 8

Nova Configuração Social

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O que eu acho mais engraçado no dia da eleição é o partido que todos tomam eninguém perdoa o que vota contra nesse dia. É tanta animação na cidade que parece coisaque nos interessa. Acabada a eleição ninguém mais se lembra. Seu Cadete fica tão influenteque dá roupa e botinas aos negros para irem votar. Os negros da Chácara, que sabem ler,que são Marciano, Roldão e Nestor, já desde cedo estavam de roupa limpa para a eleição.Vovó lhes recomendou: “Vocês não escutem conversa de ninguém nem aceitem papelnenhum que queiram dar. Fiquem perto de Joãozinho e na hora de votar façam o que elemandar”. Eles saíam muito anchos.Eu gosto de ver a animação da cidade mas não acredito que isso possa adiantar nada paranós.

Nota 3: Conselheiro João da Mata Machado, que foi Ministro de Estrangeiros na Monarquiae era Presidente da Câmara dos Deputados por ocasião da revolta de 1893, tendo sido presopor Floriano.

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Quinta-feira, 15 de novembro (1894)Meu pai hoje ficou, como todos da cidade, muito satisfeito com a posse do Prudente

de Morais. Foi uma alegria na cidade quando chegou o telegrama e todos festejaram comose fosse coisa nossa. Mas diz meu pai que é porque ninguém aqui, a não ser os jacobinos,gosta do Floriano e não esperavam que ele largasse o lugar para Prudente, porque ele temmuita influência no Exército. Todos agora esperam que tudo vai melhorar com o Prudente deMorais. Eu sempre digo a meu pai que não pode entrar na minha cabeça que tenha algumainfluência para nós aqui na Diamantina mudança de presidente. Meu pai diz que tem toda,que o governo é uma máquina bem organizada e que o presidente sendo bom e fazendobom governo beneficia o Brasil inteiro e chega até aqui para nós. Eu lhe disse que só poderiaacreditar nisso se o presidente mandasse canalizar a nossa água e consertar o nossocalçamento. Ele disse que essas coisas não são feitas pelo presidente do Rio de Janeiro, só seele fosse um filho da terra como o Dr. Mata que nesse caso ele poderia até mandar fazer umaestrada de ferro daqui para Ouro Preto. Se há uma coisa que eu não espero aqui emDiamantina é estrada de ferro. Também disso não temos nenhuma precisão. Andar a cavalo émuito bom.

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Abolição da escravatura

Quinta-feira, 4 de maio (1893)

(...) As negras fazem para nós um judeu de frangos de molho pardo, lombo de porco, arroz eangu. Na Chácara moram ainda muitos negros e negras do tempo do cativeiro, que foram escravos enão quiseram sair com a Lei de 13 de Maio.

Sexta-feira, 16 de fevereiro (1894)

(...) Vovó sempre se queixa que a Lei de Treze de Maio serviu pra dar liberdade a todo mundomenos a ela, que ficou com a casa cheia de negros velhos, negras e negrinhos.

Domingo, 9 de dezembro (1894)

(...) Eu ainda me lembro de quando chegou a notícia da Lei de Treze de Maio. Os negrostodos largaram o serviço e se ajuntaram no terreiro, dançando e cantando que estavam livres e nãoqueriam mais trabalhar. Vovó, com raiva da gritaria, chegou à porta ameaçando com a bengaladizendo: “Pisem já de minha casa pra fora, seus tratantes! A liberdade veio não foi pra vocês não, foipra mim! Saiam já!”. Os negros calaram o bico e foram para a senzala. Daí a pouco veio JoaquimAngola em nome dos outros pedir perdão e dizer que todos queriam ficar. Vovó deixou, e os que nãomorreram ou casaram estão até hoje na Chácara. Também com a vida que eles levam...

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3. Após as explicações, entregar aos alunos o texto “Livro quenasceu clássico”, de Alexandre Eulálio, solicitar a leitura e umresumo para a próxima aula. E responder a seguinte pergunta:

• Por que Eulálio considera o livro Minha Vida de Menina umdocumento histórico?

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Aulas 9 e 10

Personagens1. Faremos uma atividade com os alunos sobre as principais

personagens apresentadas por Helena em seu diário.

❑ Dividir a sala em grupos;

❑Estabelecer um personagem para cada grupo;

❑Orientar que apresentem características e informações dopersonagem selecionado, justificando com ao menos trêstrechos do livro;

❑O grupo compartilha as informações obtidas com oscolegas.

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Aulas 9 e 10

PersonagensPersonagens que poderiam ser pesquisados:❑Helena❑Mãe❑Pai❑Avó❑Tia Madge2. Por fim, o professor reforça a importância dessespersonagens ao longo do diário.

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Aulas 11 e 12

Entrega e Exposição dos Diários

1. Os alunos devem entregar os diários que confeccionaram aolongo das semanas anteriores.

2. Nesse dia o aluno deverá apresentar um relato à sua escolha paraa turma.

3. Os alunos levarão para casa uma proposta de avaliação.

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Aulas 11 e 12

Entrega e Exposição dos Diários Proposta de Avaliação

O filme “Vida de Menina” ( 2004), de Helena Solberg, é uma adaptação da obra deHelena Morley. Foi lançado no Festival de Cinema de Gramado e foi premiado com seiskikitos.Leia a seguir uma declaração de Helena Solberg, diretora do filme:"O livro é formado por episódios que terminam em si. Foi necessário ler nas entrelinhaspara dar a ideia de passagem de uma vida, de amadurecimento da personagem. Menosuma questão de fidelidade aos fatos do que ao espírito do diário".

❑Depois de ver o filme “Vida de Menina”, em sua casa, ler o livro “Minha Vida de Meninae ler a declaração da diretora, faça uma resenha crítica sobre o filme, relacionando coma obra original.

Filme Vida de Menina : https://www.youtube.com/watch?v=0pJZDAJkFyA

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Aulas 13 e 14

Fechamento

1. Se necessário, utilizar uma parte da aula para finalizar aexposição dos diários.

2. Construção de um Mapa Mental coletivo.

3. Entrega das produções textuais – resenha crítica.