Minho, traços de identidade - GENTES DO MINHO

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    Universid ad e d o M in ho

    A lb ertin a Gonc alv esAna Be ttencou rtA nt6 nio C ard os oAu re lio d e O liv eira

    F ra n cis co Sande Lemos.. _ )_ () aq u~m Costa

    Jose Ma rquesJose Me i re les

    Lucio ' C r ave ir o da S ilv a (t)LUIsFontesM ig ue l B ande ira

    M a nu el C a rlo s S ilv aManue la Ma rtin s

    Paula C ris tin a Remoald oPau lo Pe re ir a

    ... B raga2009

    TR -ACOS DE ID ENTIDADEI

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    M ln ho . T ra c es d e I de nt id ad e

    A S G E N T E S D O M I N H OA lb e rtin o Go n ca lv e sP a ula C ris tin a R emo ald oJ oa qu im C o sta

    o M inho e os m inhotos , se a lgo os caracte riza , s6 pode se r a d ive rs idade : da pa isagem , dapopu lacao . da econom ia e da cu ltura , Que v is lum bra r de com um en tre a auste ridade damon tanha , 0 aconchego do va le eo horizonte do lito ra l? 0 p as to re io , a a gric ultu ra e a p es ca ?A secu lar lndus trtahzacao d ifusa do Va le do A ve e os recen tes , m as a inda pouco expressivos ,parques industr ia is do Va le do M inho? A te asc idades, V iana do C aste lo , B raga e G uirna raes,se q ue re m d is tin ta s. A propria d en sid ad e e d ispe rsa o da po pu la ca o va ria e m fn fim as d is ta ncia s,co ab itan do , pa r e xe mplo , o s co nce lho s rn ais jo ve ns ( e . g . , V iz ela ) e o s m a is e nve lh ec id os ( e . g . ,Me lg a c;:o ) d e to d o 0 Pals . 0 des tino dos m inho tos te im a em segu ir os cu rsos de agua : Descema s e nco sta s e serpen te ia m o s va le s, d espo voa nd o a s te rra s a ltas .

    No tocan te as m ig rac ;:6es, um a ple iade de d ife rencas separa 0 A lto do Baixo M inho e ,sobretudo, 0 in te rio r d o lito ra l. A m esm a pro pe nsa o para a d ispa rida de , se na o pa ra 0 contraste,se .espe lha ao n fve l dos usos e dos cos tum es . E ce rto que o tra je trad ic iona l sob ressa i com oim agem de m arca do M inho, m as com o confund ir os tra jes co lo ridos das va rzeas do lim a como ves tua rio sob rio das fragas do S oa jo (B aste . 1930; G era ldes, 1979)? 0 M inho prim a pe lasfe iras e fe sta s, m as a s ro maria s m aria na s, po r e xe mplo , sa o ta nta s q uan ta u nica s, n a g en ese , n ocon texto , no publico , no espfr ito e na fo rm a. C om parem -se as S enhoras dA gon ia . da P eneda ,do Sam eiro , do A lfv io .... Esta procissao de cam bian tes e ass im etrias repe te -se a escala dosconce lhos, por sua vez con trastados en tre a reas de m on tanha , de encosta e de va le . 0 Minho,a se rn elh an ca d a G aliza e. a nte s d e m ais, d ive rs id ad e.

    Apesa r des ta he terogene idade em pfrica , as ca tego rias "M inho" e "rn inho to " desfru tamde um a ancoragem e de um lastro pro fundos no im ag lnano reg iona l e nacional Sao de um aevidenc ia quase na tu ra l, com um apreciave l e fe ito de rea lidade . A s figu ras do M inho e dom in ho to e rgu em -se co mo u ma e spe cie d e co nstruca o sen slve l. M uita s ide ia s e , e m pa rticu la r,a lgum as rne ta foras conco rre ram para es ta au ra de un idade . Nao e M in ho "u rn a nfite atrovo lta do pa ra 0 A tla ntico " (R ib eiro , 1 98 7: 1 45 )? 0 "ja rd irn de Portugal" (om ares de "Sulcapor tuguesa"? "U rn re in o d e verdurd', de um verde "bov ina" q ue en fa stio u M igu el To rg a (1986 )?Nao eo M inho 0 "b erc o d a n ac ao " e sco ra do e m s 61 id as fo rtifica co es ca stre ia s e m ftic as ra fz esce ltica s? "A lfo bre " d e tra dico es , na o se in sin ua 0 M inho com o m eton fm ia do Pars? Quan tosdos seus s frnbo los iden~ itirios (dos tra jes de lavrade ira aos ga los de B arce los) nao povoamo irnaglnarto pa tr io? N~o e 0 Minho 0 " v iv e ir o f e cundo" da nacao (M artins , 1956 : 212) on dep on tifica a fig ura d o e rn lg ra nte , "b ra sile iro " o u "fra nce s"?

    M as a "m lnho to " e , antes de rna is , a "rn inho ta " traba lhado ra , fo rm osa e "donairosa ", nopa rece r dos en tend idos, A lguns sab les a treve ram -se , inc lus ivam en te , a desco rtina r a lgunsla ivos d e m atriarca do lo ca l (P oinsa rd , 1912; C orte sa o, 1995). S eja c()m o fo r, a m in hota go za d e

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    A s G en te s d o M in ho

    M ulh er d e V ia na co m tra je tra dic io na l e g u r o f i l igranado.

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    M in ho . T ra ce s d e I de 0t id ad e

    ,u ma re pu ta ca o d e re sis te ncia e in ic ia tiva , co nsu bsta ncia da n um ro sa rio d e he ro fn as le nd aria s(e.g., Deula d eu Ma r tin s , l nes N eg ra , M aria d a F on te ). " Viuv as de viv os " (Lagoei ro , 1973; Bret tel ,1991) , c um pre -Ih es , n a ausencia dos hom ens , segu ra r a soga do ca rro de bois . pos tura varlasvezes desenhada po r M anue l C ou to V iana ( 19 93 ), " go v er na r a casa" e pre se rva r a tra dica o. 0Conde d 'Aurora , n o se u R o te iro d o R ib eiro L im a ( 19 3 9: 1 9 2) . r ea lc a esta p ro p en sa o p at ri oti ca dasm ulhe res em daro con tras te com a degradante v olu bilid ad e e stra n ge ir is ta d os h om e ns : "Que aportugues, 0minhoto, e a ss im ! S e em ig ra ss e p ara fn gfa terra vin ha-n os a ja nta r de smok ing e a j og a ro gol f nas chas da nossa ribeira . V afha -nos a hero ica: tradic iona f e linda m ulher do M inho. D eus tea b en c o e. M u l he r! ".

    ' V i a n s s a" , p o? t~1 a n ti gQ ,: _ _ .J

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    A s G en te s do M in ho

    A im age m actu al d o M in ho, e do m inhoto , re mete , com o qua lqu er iden tid ade cu ltu ra l, paraum a c on stru ca o h ls to ric a (G o nc alv es , 2002) . F oi s ob re tu do pin ce la da pe lo o lh ar ro rn an tic o d av iragem do secu lo XIX pa ra 0 s ec ulo X X, m ais pre cisa me nte p ela e lite in te le ctu al, ta nto lo ca lc om o n acio na l. C om o tu ris mo a e ntra r e m Y og a, pu blic am -s e, e nta o, ro te lro s. liv re s d e v ia ge nse co leccoes de posta is ilus trados. O s auto res , bem com o os destina ta rios , sao, na m aio ria ,viaiantes e tu ris ta s. C om in eg av el q ua lid ad e e in flu en cia , s ob re ss aem o bra s ta is c om o N o Minha ,de D . A nto nio d a C osta (1874),0 M i n ha P i tt or e sc o , de Jose A ug usto V ie ira (1886-87) e o Tom oI de A s F arpas: A V ida P rovinc ia l, d e R am alh o O rtig ao (1887). D estino tu rls tico pre dilec to doPo r tuga l o i to cen ti s ta . 0 M in ho c on gre ga va p ais ag em , h ls to rla , fo lc lo re , g as tro nom ia , e xo tis m oe , a te , v irtu de s te ra pe utic as (C as tro , 1909).

    M as nenhum a das supostas essenc las res is te a ru go sid ad e d as e fe ctiv as d is pa rid ad esin te rna s. R esta-n os a proverb ia l, e para doxa l, fo rm ula d a "u nidade na d ive rs idade " 0 M inhoc on fig ura r-s e-ia co mo u m c aprich os o m os aic o, a le mb ra r u m tra je d e la vra de ira :

    'I '\u x g ran des fo ire s et aux p eterinag es, le s joN es filles m inh ata s p orten t des jup ons roug es, destabue ts b rodes. des cha le s f/eu ris , un costum e fa it de m ilfe m orceaux de d if{eren te s cau /eurs: leurfo rtu ne, leu r orquell . Ie fru it d 'u n lon g tra va il p atien t. E t Ie M in ho ressem ble a ce costum e: diverset c% re , su rprenan t par la richesse e t I 'orig ina lite des deta ils , e t fa it de bouts e t de m arceauxs oiq ne us em e nt tr av aillis " (Ogr izek, 1 95 0: 2 19 , c ita do pa r S ilv a, 1990: 63).

    I .

    C ie nte s d a c om ple xid ad e d o M in ho , b ern co mo d a re la tiv id ad e d os s eu s tra ce s e c on to rn asd is tin tivos (D om ing ues, 1986), o ptarnos por n os cing ir a tres cara cte rls tica s que , conq uantonao e x clu s iv a s, 0 s in gu la riz am , p ela fo rm a , p elo e stilo o u p ela in te ns id ad e: 0 m odele fam ilia r eos com portam entos em torno da nata lidade e da m orta lidade, que, com o v im os, 0 qual i f icarncomo "v iveiro fe cu nd o d a n a~ ao "; a e rru gra cs o. s ua " ve rd ad eir a v oc ap 'io d em o g ra fic a" (Ribeiro,1970: 348); e , por u ltim o, a " transbordante exubemnad re lig io sa e fe stiv a ( Dia s, 1 97 0: 2 ).

    1. A PRESERVA(AO DA CULTURA LOCAL NUM M INHO ESPARTILH ADO"0 uso da exp ressdo ob tev iada 'M inho ' co rresponde tam bem ao i enomeno, p ara do xo l, d e 413

    hab itua /m ente se cham arem 'm inho to s ' ao s hab itan te s de um a regiao que tem 0 seu c en tro emB raga, nas m arqens do C 6vada , e cu ja m oto r parte se afasta bastante do M inh o".

    " (Mattoso, e t a f .1 9 97 7)

    Num pe rfodo em que 0 pro ce ss o d a g lo ba liza ca o a rn ea ca , c ad a v ez rn ais , a s c ultu ra s lo ca ls,estas tendem a desem penhar um pape l cruc ia l na pro rnocao dos lugares e da im agem quesob re e les os outros tecem . A ssum em a figura de u ltirnos red utos e d e auten tico s b aluartes qu ete im am em preva lecer, ten tando res istir a tudo e a todo s (R em oaldo , 2001).

    A inda qu e a preserva ca o da plu ra lida de d as cu ltu ras se ja ca da vez m ais d lfc il n um m und oq u e m te n sific a 0 contacto entre as m esm as e que pa rece destinado ao empobredmento da

    !._ ~Q ifo rm iza ~a o, c on tin ua a s er v is fv el a d ic oto mia e xis te nte e m te rm os c ultu ra is e ntre 0 Norte e 0.... S uI d e P ortu ga l C on tin en ta l. N o s eio d o N orte , s ob re ss aia c liv ag em d o lito ra l/in te rlo r, a o s ab er

    d as ' c on dic io na nte s o ro gra fic as e c lirn atic as . N es te , 0 No ro es te , e p ar tic ula rm e n te 0 Minho,pa re ce p re se rv ar a lg um a d a cu ltu ra co m ra fze s.1.Q ce str'a is e q ue rn uito s n a.Q ~re m e ~g ue ce r.

    I

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    M in ho . T ra ce s d e J de ntid ad e

    -Neste sen tido. a fa lta d e unidade na tu ra l existen te em P ortu gal C on tinen ta l tarnbe m se trad uzn um a fa lta de un ida de cultural.

    Im porta recordar que a palavra cu ltura deriva do verbo la tino colere , q u e s ig n ific a c ultiv ara te rra e pode ser en tendida como 0 c o nj un to d a s a c tiv id o de s, d a s aenea s e das praticas comunsa u m a so cie da de o u a u rn q ru po so cia l p a rtic ula r (Et ienne, e t 01 , 1998 , cita do po r M artin s, 2003:48). I remos entende-la n este cap itu lo com o u m elo d e lig a~ao entre a s difere ntes geracoes, quecom porta conhecim entos, m odos de fazer, cos tumes , crencas e r eg ra s.

    Concomi tantemente, torna-se prem en te a definicao desta entidade que e 0 M inho, q ueno s persegu e d esde seculos passados e que con tinua a assum ir, na actual idade. contomosdifusos. L igada a um rio , ta l com o acontece nou tras reg i6es do pa is. nao se con fina ao seu vale ,e xtra va sa nd o pa ra s u l , a partir da m argem esquerda . Encerra as NUTS III M inho-lim a ( n l v e lII I da N om e nc la tu ra d ~_ Un jd ad es T errito ria is p ara F in s E sta trs tic os c orre sp on de nd o a o d is tritode V iana do Caste lo com de z concelhos), os va les do Ave (o ito concelhos), do C ivado (se is

    _ conce lhos) e do T im ega (os conce lhos de Cabece iras de Basto e Ce lorico de Basto ). Possuicom o lim ite s orienta is as serra nias (P ene da, So ajo , C er es . A lvao e Marao ) que dificu ltam apassagem das correntes hurnldas oriu nda s d o O cean o A tlan tica (M attoso, e t 0 1 , 1997). 0 se ulim ite su i confina com a Area M etropolitana do Porto .

    En co n tr o d e c o nc e rti na s . B a rc e lo s ,

    D este m od o, id en tifica mo s n este ca pitu lo 0 territorio m in ho to c om o o utro s h is to ria do re s(Jose M attoso ) e geografos (S u za n ne D a ve au ) 0 f izeram, id est , co mo um a abre via tura do a ntigo"En tre Douro e M inho" e que tem com o figura cen tra l B raga, nas m argens do Cavado.

    De facto, no tem po que m ed iou entre a prim eira dlvlsao re gio na l d e B arro s G om es (1875)e a s m ais cre dfve is q ue se Ihe se gu ira m (A mo rim Girao em 1933, H erm ann Lau te nsach e m 1937e O rlando R ibe iro em 1945) a te a s m ais re ce nte s del irni tacoes dos an os o itenta e noventa doseculo x x ( e . g . , L uc ia no L ou re nc o, S uz an ne D av ea u), m u ita s fo ram a s a le go ria s. A n os sa po stu rae proxim a da de Amorim G irao e coinc idente com a figura que perdu rou em grande parte doseculo x x co m a d e si gn a c ao d e "M in ho ".

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    2. C RES CIM EN TO POPULA CIO NA L E TIP O D E POVO AMENTOP ara m elho r com preenderm os as gentes do M inho enos cen trarm os nos traces de iden tidadeque fazem do M inho um a regiao que se destrlnca das de rna is, e in e vita ve l uma b re ve a b or da g emdo se u fu lg ura nte cre sc im en to e d o tipo d e po vo am ento .

    E sta re gia o, c ujo re le vo se ca ra cte riza p ela p la nfc ie lito ra l e ntre me ad a p elo s va le s d os rio s ed os s eu s a flu en te s, se gu in do -se -Ihe a s c olin as e a s se rra s n o in te rio r, d esd e c ed o a ssis tiu a v an ese stig ma s q ue 0 ho me m fo i d eixa nd o n a pa isag em . Q a nfite atro vo lta do p ara 0Atlantico, comoO rla nd o R ib eiro 0 co gn om in ou . d ete rm in ou a d is trib uka o d a su a p op ula ca o. P ara le la m en te , 0se u re ta lh am e nto a dm in is tra tive , q ue Ihe co nfe re 0 e sta tu to de regtao h os pe de ir a d e m u rn ero sco nce lh os d e rn fn gu as d irn en so es, ta rn be rn e le s d iss ec ad os a te a exau sta o, co in cid e co m um ae levada dens idade popu lac iona l no lite ra l e ra re fe ita ao d irig irm o-nos ao topo do an fiteatroc oin cid en te c om 0 i nte r io r s e rr ano .

    T ra ta-se d o pro ce sso d e lito ra liza ca o a q ue se ve m a ssis tin do d e fo rm a m ais v incad a de sd eos an o s sessen ta do secu lo XX , em concorn itancia com 0 p ro ce ss o d e b ip ola riz ac ao e xe rc id opel as cidades de L isboa e do Porto . Todavia , 0 u ltim o R ecen se am en to G era l d a P opu la ca o(2001) reve lou um a a tenuacao deste processo no con jun to da Regiao Norte . 0 ritm o m aisenfraquec ido deco rre do fac to de nas sub-reg i6es do Norte que ev idenciavam um menord inam ism o dernog rafico se ter ass is tido a u rn refe ree da irnpo rtancia de rnogra fica de a lgunsdos seus cen tros u rbanos. No am bito deste processo de urban izacao crescente do Nordeste ,sob ressaem as cidades de V ila R eal, B raganca , C haves e M irande la , a inda que na m aio r pa rted es te te rrito rio te n h am c on tin ua do a o co rre r pe rd as p op ula cio na is .

    S e c onside ra rmos 0 con jun to do M inho, constatamos que cresceu 29,5% en tre 1970 e2001 (41,5% para 0 d is trito de B raga v e r s u s -0 ,5% para 0 de V iana do Caste lo ). Na ultim adecada do seculo XX, a sub- regno q ue de no to u u rn cre scim en to rn ais a ce ntu ad o fo i 0 V ale d oC a va d o (1 1,3% ). multo acim a da m ed ia naciona l (5 ,0% ), logo segu ido do Vale do A ve (9 ,4% ).

    P op ula ca o re sid en te (1 99 1 e 2 .0 01 ) e v aria ca o d a p op ula ca o re sid en te (1 99 1/2 00 1) e m v arla s en tid ad esterritoriais.

    En t id a d e s t e rr it o ri a is Populacao Populacao Variac ;aoab so lu ta (1991) ab so lu ta (2001) 1991/2001 (%) 415

    Por tuga l 9 .867 .147 10 .356.117 5,0Nor t e 3 .472 .715 3 .687293 6, 2

    ,> Mlnho/Llma 250 .059 250 .275 0 ,1A ve 466.074 509 .968 9 .4Cavado 353 .267 393 .063 11,3Tarnega 509 .209 551 .309 8 ,3C ab ec eira s d e B as ta 16.368 17 .846 5, 0C e lo ric o d e B a st a 21 .477 20 .466 9, 0

    F on te : C D-R OM d e d ad os co mpa ra tivo s, llsb oa IN E , 2004.

    De sa lie nta r a im porta nd a d a c id ad e d e V ia na d o C aste lo n a e stru tu ra ca o d o. M in ho /l.im ae , n o a mb ito d as re sta nte s s ub -re gi6 es, 0 d es ta qu e p ara B ra ga e C uirn ar ae s.

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    M in ho T ra ce s d e Id en tid ad e

    Os c on ce lh os mats in te rio re s, co mo T erra s d e B ou ro (-11 ,2 %), M elg aco (-9.3% ), M on ca o(-8,5% ), Pa redes de Coura (-8 ,3% ) e A rcos de Valdevez (-8 ,2% ), fo ram os que evidenciara rnu m decrescirno m ais a ce ntua do na u ltim a decad a. S ao te rrit6rios po uco atra ctivos e m term osre sid en cia is , co m b aixa s d en sid ad es p op ula cio na is, o n d e pre do min am a s farnllias d e p eq ue nad im e n sa o , e str utu ra s e ta n as multo e n ve lh ec id a s e c om n iv eis b a ix os d e e sc ola rid a de . E vid e nc iamu ma forte re gre ssao d as ac tiv id ad es ag rfco la s e u ma ba ixa de nsidad e de em pre go n a ind ustriae serv ices n um con te xto de m erca do d e e mprego de squ alifica do ou m uito de squ alifica do , be mcom o um a fraca oferta de recu rsos de saude (M arques , 2004).

    O este m od o, a va ria ca o d a po pu la ca o re sid en te te m re ve la do a ce ntu ad as d ico to mia s, c omum lite ra l fe liz n a su a e vo lu ca o e u m in te rio r q ue co ntin ua me nte s e to rn a m ais g risa lho e c an sa dode ve r perder a sua populacao. As von tades em planea r um desenvo lv im ento sustentave ' te rns ido poucas ou m al conseguidas, traduz lndo-se em pequenas pince ladas que vao aqu i e a lise nd o d ad as, d em asia do a po ia da s n o tu rism o, po uco lnteractivas e p ou co a te nta s a s rn ud an ca sd o me rc ad o in te rn a cio n al.

    Oesde 0 secu lo XVI que esta defin ido 0 tipo de povoam en to (d ispe rso) e desde pelomenos 0 se cu lo X III q ue e no t6 ria a e levada densidade do M inho. Neste do rnfn lo , podem osafirm ar que esta constitu i um a das ca racte rfs ticas do M inho que se m anteve m alte rave l note mpo, co ntra ria men te ao qu e se passo u n outra s re gi6 es (e .g. , T ra s-o s-M o nte s, A lto A le nte jo ).N a r ea lid a de . 0 M inho continua a ser. juntam en te com a ilha da M adeira , 0 me lh or e xem ploda d ispe rsao do povoam en to , a inda que se tenha operado um a fo rte u rbanizacao nas u ltirnasd ec ad as , m a nte nd o e le va da s d en sid ad es p op ula cio na is (e .g. , 411,3 ha b.(l

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    A s G en tes d o M in ho

    3. 0 M ODELO FAM IL IAR3.10 pape l d a mulherNa soc iedade m inho ta . e nltido 0 pape l que a m ulhe r desem penhou em secu los passados eq ue . a in da h oje e v is iv el. "A m ulhe r do n orte ", com o os do S ui do C on tinen te frequen tem en tea a pe lid am , re ve la 0 seu pape l predo rnm an te q ue r na e sfe ra p riva da quer n a e sfe ra pub lica davida . N a prim eira , nao podem os o lv ida r oseu pape l de m atr ia rca no se io da fam ilia nuc le a r ea la rg ad a , d e re pro du to ra e d e tr an srn is so ra d e s ab e re s. N a s eg un d a. s ob re ss ai 0s eu des empenhon a a ctiv id a de a g ric ola . A figu ra da m ulhe r, capaz de trab alha r a te ao d ia de parir, ague ntandotodas a s d ificu ld ades de co rren tes de m ais u rna boca para a lim en ta r ({o i D eu s q ue a ssim q uis,

    ... c om o se c os tu m av a d ize r), fo i.se nd o g ra du alrn en te s ub stitu ld a, M a is v is iv elm e nte n a d eca da d en ove nta d o se cu lo x x (m ais ta rd e do q ue no utra s regtoes m a is a be rta s a s in ova co es ), p as so ua p lanea r com m aie r e fica c ia a sua pro le e a pro cu ra r a tem padam en te os se rv lcos de saude ,em bo ra pa rte dos com portam en tos p reven tivos no dom in io da saude reprodu tiva a inda ho jee ste ja m p ou co e nra iz ad os . A ass irn ila cao do m odo de vida u rbane , a g rande dependencla daa gricu ltu ra fa ce a os o utro s se cto re s d e a ctiv id ad e e co n6 mica e a tra nsfo rrn aca o n os m od os d eproducao fo ram con tr ibu in do , de fo rm a perene , pa ra a rnu ta cao do m undo ru ra l. M as nem 0P ro gra m a C orn un ita rio L ea de r, s urg id o n os a n o s n ov en ta , c on se gu iu im pe dir 0 e sq ue cim en to eo aba ndono a que con tinua a es ta r vo tado .

    Rua de B raga..I _Apesa rnd?~ v a ~ 9 - f 0 ! u f a v > ~ so t:Q _ rr l(j;l~ a p a r_ tir -d o 5 a nOss e ss e r: !t~ ~ o s e cu lo XX , a r riiilh e r

    con tinu a a de se mpenhar um pa pe l irnpo rtan te n a a gricu ltu ra e n o am bito da p lu ria ctlv idade .Este fen6m eno a tinge -a sob re tudo no En tre Douro e M inho q uan do es ta d ed ica m ais d e 25%

    ....... - ---

    417'

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    - i_ . : M inho_ .T ra r,:o s-de-klen tidad~ - -~-. ----- ---_.

    d o te mp o d a su a a ctiV id ad ea aq nad t um (R em oa ld o._ eL a/~ 20D 0;_ S6 ). N ao ob sta nte ; p as so ua planear a sua famllia e a conta r com a preciosa a juda dos elect rodornest icos na sua lidadom estica, a inda pouco partilhada com 0 cornpanheiro/conjuge.

    No M inho, a im portante par tk lpacao no mercado de trabalho contraria a t endenc iaexistente na Europa do SuI, em que a m ulher e pouco act iva, d es ta ca nd o-s e o s e le va do s scoresda Taxa de Activ idade que refutam algum as ca tegonzacoes de lineadas nos an o s noventa doseculo XX em term os de m ode lo fam ilia r ( e . g . , R ou ss el, 1 99 1). N a re alid ad e, o pe ro u-s e n es tadecada um a sign ifica tiva subida da Taxa de A ctiv idade da m ulher, sendo 0 Vale do Ave a sub-regiao onde a partic ipacao da m ulher no m ercado de traba lho e ma is e xp re ss iv a ( 47 ,0% versus42,0% para P ortu ga l- C ens os 2001), s eg uin do -se 0 Vale do C ivado (43,4% ).Taxade ac ti vi dade (%) p or s ex es em v a ri as e n ti da d es t er rl to rl al s e r efe re nt e a 1991 e 2001

    1991 2001, ,, ,Entidades territoria is Tota l H omens Mulheres ' , Total H omens Mulheres,, ,Portugal 44 ,6 54 ,3 35,5 48 ,2 54 ,8 42.0Norte 45.5 54,8 36.8 48 .1 55,4 41 ,4Minho jUma 40 ,8 49 ,2 33,7 41 ,6 50 ,1 34,1Ave- 50 .4 56.6 44,4 5l.8 56,8 47 ,0, Cavado 45,5 52 ,8 38.8 492 55.5 43 .4Thmega 42,5 54) 30) , , 46.0 55,9 36,3, ,Cabece ir as d e Ba st o 34 ,5 47 ,3 22 ,1 , , 38,9 48,6 29.6,,Celor ico d e B as to 37,1 43,5 , , 49,6 29,71 ,0 ' , 39,4 -1--, ,, ,, ,, ,, ,

    : 1 :F on te : C O-R OM d e d ad os c om pa ra tiv es , l.isb oa , IN E . 20 04 .

    Os anos sessen ta fo ram 0 in ic io de uma aceleracao e u niforrn izaca o s ocia l, de vido ,essencia lmente, a ern igracao rnacica para a Europa. que ating iu todo 0 P ars . m a s que foi m aisvis ivel em determ inadas reg i5es com o 0 M inho. Im porta recordar que os em igran tes nuncarom peram com a sua te rra de origem e foram trazen do, cad a V erao , o s diferen tes m od os de vid ados pa ises que os aco lherarn , despertando a curiosidadee a vontade de m uitos conterraneos.

    418

    3.2 0 casarnento e a n ata lid ad eNo in fcio do secu lo XX. Portuga l era urn dos parses da Europa com mais elevada Taxa deNata lidade (m edia de 31.9% 0 no periodo de 1910-19 e 33.8% 0 no de 1920-29). Apenas a ex-U .R SS ., a B ulg aria e a R om en ia apre sen ta vam va l ore s m ais ele va do s (R ibe iro , e t a l , 1 9 87 -1 9 90 ) .Se c on sid era rmo s e ste in dic ad or a es cala de distrito , para P ortu ga l C ontine nta l e pa ra 0 pertodode 1926-29, V iana do Castelo e Braga apresen tavam , respectivam ente . 31,3% 0 e 37,3% 0.E nqu an to V ian a d o C astelo re gistava 0 terceiro va lor m ais b aixo , se nd o apen as u ltrapass ad opa r l . isboa/Setubal (31,1% 0) e por Coirnbra (28 ,9 %0), B ra ga o cu pa va a qu arta posicao, logo as eg uir ao sre sta ntes d istrito s d o N orte , id e st , B raganca (41,3% 0), V ila R ea l (38,6% 0) e P orto(38,2%0). .- _ .--..-

    I .. .. . - - . -.. -. - - ...A descendencia nu~erosa quese fazia sen tir no Noroeste na decada de sessenta estavaligada a um a forte coesao dos laces fam ilia res e a um a atitude de suspe icao rela tivam ente a

    ~_-_-_~~C_

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    A s G en te s do M in ho

    in ov aca o. P ara le la m en te , re ve la va -s e d e e xtre m a u tilid ad e n o s eio M itia a ec on am ic a fam ilia r,v is ta constitu ir um a fon te de m ao-de -ob ra pa ra 0 tra ba lh o a grico la , a le rn d e se r u m a g ara ntiad e pro te cca o e d e a ssls te nd a a os pro ge nito res n a ve lh ice .

    N ao pod em os, co ntud o, o lv ida r q ue es te s d ad os d evem se r a na lisa do s co m a lg um a re se rva ,po is a Ta xa d e N ata lid ad e e u m in dica do r qu e a va lia d e form a ru dim en ta r 0 c en a rio d e n a ta lid a dee de fecund idade , po rque nao iso la 0 e fe ito d a e stru tu ra pa r id ad es. 0 recu rso a es te tipo deind icado r, em de trim ento de ou tros m ais re finados , ta is com o a Taxa de Fecund idade G era l e 0Num ero M ed io de F ilhos pa r M ulhe r, resu lta da m aie r fac ilidade de ob tencao de dados para as ua co nstru ca o, n om ea da m en te n as v aria s e sc ala s g eo gra fic as.

    Um a p artid in ha , Am are s.De qua lque r form a, a inda ho je, em pleno secu lo XX I, preva lecem m ais e levadas as Taxas

    de Na ta lidade no Cavado (12,7%0 em 2002 - www. ine .p t ) . no Ave (11.5%0 em 2002) e noTarnega (nO %O e 12.5% 0 para Cabeceiras de Basto e 1 1.3% 0 para Ce lorico de Bas to - dadosd e 2 00 2, www. inep t ) quando com parados com a m ed ia nac iona l (11 ,0% 0). Se u tilizarm os umin dica dor m en os g ro sse iro , co mo a Ta xa d e F ecu ndid ad e G era l (q ue se c ircu nsc re ve a os n ad os-v ivos que oco rrem no grupo de m ulhe res em idade fe rtil -15 aos 49 an os), 0 c enar io r nan te r n-secorn s c o r e s super iores a m ed ia n acio na l (43,7% 0) n a m aio r pa rte d as sub -re gio es (49,9% 0em ~abeceiras de Bas to , 44,5% 0 em Ce lo rico de Bas ta e 45,6% 0 no Cavado). 0 Minho-L imaevidendamals b aix as T ax as d e--N ata lid ad e (9 .1% 0) e d e Fec und idade Ge ra l. -( 37 f)O joO ) 6 - que ,..... , . . - -_ .,_ ., - .- ...jun tamen te com um a m ais e levada Taxa de M orta lidade (ll.6%0), Ihe con fe re oes ta tu to deunic& sub-regno do M inho (a le rn de C elo rico de Bas to ) em que a Taxa de C rescim en to Na tu r~1

    1

    41 9

    ... -:

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    - .--.--~---M in ho . T ra ce s d e Id en ti da de

    e nega8va ( -2,5%0). A ss ub .:.re gio es d o C av ad o (5,6%0 versus 0,8%0 para 0 pa is ) e do Ave(4 ,2%0) c on tin uam a re gis ta r s ig n ific ativ as T ax as d e C re sc im e n to N a tu ra l. d ev id o a o s ig nific ad oda po pu laca o jo ve m que se traduz por Taxas d e M orta lida de m ais ba ixas .

    N o M in ho , p re va le ce , a ctu alm e nte , 0 re sp eito pe lo sa be r tra nsm itid o pa r fa milia re s m aisidosos e m varlas e sfe ras da vida . No dorn fn io da S aud e R epro du tiva , con tinua a se r ev id en tea trans rn issao de saberes e de crencas , sob re tudo de m ae para filha e de sog ra pa ra no ra(Remoa ldo , 2001; Mart ins , 2003; Cante i ro , 2 00 3, 2 00 5) .

    O s pro fiss lona ls de saude te rn o lv idado es~ facto na sua p ra tica d ln ica , pensando quese tra ta de um assun to do passado . Todav ia . preva lecem as trad icces , as c re nca s e os ritua ls ,que sem pre ex is tiram pa ra pro tege r da doenca e da m orte , com o 0 c on firm am a lg un s e stu d osre aliza do s re ce nte m en te n o B aix o M in ho (R em o ald o, 2002, Mart ins , 2003; Cante i ro , 2003,2005). Esta pe rs is ten cia de riva , a lem do respe ito pe lo sabe r dos fa rn ilia res m ais id osos, dofa cto d e a Ta xa d e M orta lid ad e M ate rn a te r re gis ta do va lo re s e le va do s a te m uito re ce nte me nte ,ass im com o a Taxa de M orta lidade In fan til e a Taxa de M orta lid ade Perina ta l, pe rs is tin do an ece ss id ad e d e h ave r m uita s "ca ute la s" pa r pa rte d a poputacao.

    Mart ins (2003) co nfirm o u, e m 2003, n um a a rn os tra d e 100 mu lh ere s q ue tin h am a ca ba dode dar a Iu z, r ep re se nta tiv a d e s e t s conce lhosdo d is tr ito de B rag a (A ma res , B raga , P ovo a del . anhoso. T erra s d e B ou ro , V ie ira d o M in ho e V ila V erd e), q ue va rie s m ito s e cre nc as p erm a ne ce mv ivo s e sa o se gu id os so bre tu do pe la s m ulhe re s q ue po ssu em a pe na s 0 E n sin o B a sic o . D e a c or doc om a qu ela in ve stig ad ora , e sta s m u lh ere s, a le rn d e p os su fre m m e no s c on he cim e nto s c ie ntffico scom pa ra tivam en te com as que te rn 0 Ens ino S ecun dario ou S uperio r, sao m ais re cep tivas emenos crtttcas em re lacao aos m ites e as c rencas ,

    A lg um as d as tra dico es m ais co nhe cid as pe la s m ulhe re s re la cio na m-se co m a a div in ha ca odo sexo da crianca e com in te rdkoes ( e . g . , de con ta cto com ob jectos , com ou tros an im ais ea l im en t a res ) .

    P ers is te m va rias tra dicoe s, ta ls co mo a ocu ltacao da grav ide z (44% das en tr e vi st a das )d ev id o, rn aio rita ria rn en te , a o m a u-o lh ad o e a o m a l d e in ve ja . E um dos m otivo s qu e le va m parteda s m ulhe res a p rocu ra r ta rd iam en te os se rv ices de sa iide (s6 n o tim do prim eiro trim es tre ).P arte d ela s a ge d es ta fo rm a po rq ue e a rnae .ou a sog ra qu em a s aconse lham a faze-lo, emboras aib am o s q ue e u ma a titu de n efa sta pa ra 0 fe to e pa ra a fu tu ra m ae .

    E m re la ca o a ou tras pra ticas , e notave l 0 nurne ro de g rav ida s que re fe riu te r a lte ra do420 parciafmente (33%) a u to ta fm en te o s se us c am po rta men to s (49%) , cum prindo as crencas e

    m ito s c on he cid os (M a rtin s, 2003). A va rla ve l te rrito ria l, co ntra ria me nte a o q ue se ria d e su pe r,nao de te rm ina es tes com po rtam en tos . S endo ass im , n ao e n as fre gu esia s d e facies ru ra l q uete rn rna is expressao , m as s im nas fam fH as de m ais ba ixo rend im en to e de m a t s b aixo n ive l d ei ns t rucao.

    No que d iz re spe ito ao casam en to , ac tua l m en te con tinua a se r e v iden te , sob re tudo nos eio d as fa rn flia s d e mats b aixo e sta tu to so do eco no rn ico . u ma n ece ss id ad e d e a m ulh er te sta r as ua fe rtilid ad e lo go a pe s 0 casam en to , dev ido a press6es de ca riz fa milia r ou a m edos que saoin cu tid os p elo s fam ilia re s (R e rn oa ld o , 2001 , 2002 ).

    Te re sa Jo aq uim re le mb ra , n um e nsa io q ue re alizo u n a d eca da d e o ite nta (Jo aq uirn , 1983) ,a s prin cipa is pra tka s e c re nca s e xis te nte s e m P ortu ga l, se nd o d e re ssa lta r, n o a mb ito d a S au deR ep ro du tiva , rm iltip lo s e xe m plo s, a m a ie r p arte d as v ez es , re la cio na do s c om 0 M inho , com o os. .seguintes:-- - -

    M ae que e casar? F i l ha e f iat , paiir e chon:Ma l c as ad a e a m ulher que nao p are .

    . --------

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    - _ _ - _ - - - _ , , - - _ - . _ . _ , . _A s G en tes do M in ho

    Casar e p arir e ta m b-e m 0 " fi a :r " da v ida ;po rq - ue -a_ - -mu lhe r e p ro d uto ra d e v id a s:7 I.s slm ,m a t c as ad a e a m ulher que nao pare , q ue n ao s e re pro du z (R ern oa ld o, 2 00 1), se nd o re le va nte 0co ntro lo d a se xu alid ade po r pa rte d a co rn un ida de .

    P artin do d este s p re ssu po sto s, n ao n os su rp re en de 0 te o r d a s s eg u in te s n a rr ativ as :L og o q ue ca sei ouis logo enqmvidar. porque a m i nn a f am r li a dina q ue eu na o era fertit p ar serq em e a e p ar te r n ascid o ao con trd tio e q uis v er iflc ar s e e ra ve r dade l . _ _(m ulhe r de 25 anos ,o pe ra ria , d e G uirn ara es - R em oald o, 2002: 440).

    Eng r av id e i l og o n a lu a -d e -m e l. p ais p en so e ouvi d izer q ue p ara se se r fe liz n o ca sa men totem que se engravidar logo e tern que se ter tres fllnD s (m ulhe r de 21 anos , dom es tica , deC abece iras de B asto - R em oa ldo , 2002: 440).

    3 .3 A mo rta lid a deA Trans icao Dernog ra fica in ic iou -se em P ortuga l nos an os vin te do secu lo XX , com 0 dedfn iodas Taxas de M orta lidade a que se segu iram as de na ta lidade . A quele processo oco rreu m aispre co ce me nte n as re gi6 es d o su I, e a s clivag en s reg io nais m an tive ra m-se n ltid as a te a os a no strin ta d aq ue le se cu lo . A p artir d aq ue la d ata , e sb ate u-se so bre tu do 0 dual i smo literal/interior ep as so u a s er m ais n ftid o 0 dual i smo Norte/Sui.

    N os -d is trito s d e B ra ga e d e-V ia na do C as te lo . 0 p ro ce ss e-d e-d es eid a d a m o rta lid ad e te vea duracao de cinquen ta anos , m a is cu rto do que nou tros d is tritos do cen tro e do su i do pa is(Ave iro , [vo ra e F aro - 70 ou 80 anos), m as rna is extenso do que , ex emp li g ra ti a , 0 d e B ra g an cae S en ib al (40 a no s).

    No dom fn io da m orta lidade in fan til (c rianc ;:as com m enos de um ana de vida), apenas nasdecadas de trin ta e de noven ta do seculo x x 0 d istr ito d e B ra ga a pre se nto u T ax as m a is b aixa sdo que a m ed ia naciona l.o d ec re sc irn o fo i m u ito s im ila r a o d o P ais, m a s e ste d is tr ito 5 6 p ass ou a b arre ira d os 1 00 %0d oze an os a p6 s 0 con junto do P ais . Nas u ltirnas decadas do secu lo XX , estas duas en tidadest er rit or ia is ap ro x ima r am 0 seu com portam en to , tendo , em 1992, u ltrapassado em s im ultaneo ab arre ira d os 10% 0, co nstitu in do u m score id en tific ativ o d e te rrit6 rio s d es en vo lv id os (R emo ald o, 4212002) .

    N o e n ta n to , 0A lto M inha (d is trito de V iana do Cas te lo ) con tra riou , en tre as decadas detr in ta e de noven ta do secu lo XX, 0 a tra so d o B aixo M in ho (d is trito d e B ra ga ), p artic ula rm e ntenas decadas de trin ta , qua ren ta e cinquen ta em que possu la 0 qu in to m ais ba ixo va lo r da Taxade M orta lidade In fan til no con texto dos dezo ito d is tritos e dos A rquipe lagos da M ade ira e dosA core s. A pa rtir d a d eca da d e se sse nta , p ioro u 0 se u p osic io na m en to , a pro xim a nd o-se m ais d ocom portam en to do B aixo M inho .

    Fo i apenas no prim eiro qu inquen io da decada de noventa do secu lo passado que B ragaco nseg uiu po sic ion ar-se m elho r,-a in da q ue o cu pa nd o u m m od esto d ec irn o lu ga r, p io ra nd o n ou ltim o q uin qu enio d aqu ela d eca da (d ec irn o se tirn o lu ga r). D ura nte 0 seculo XX, B raga se riaa pe na s u ltra pa ssad a, d e fo rm a m ais co ntin ua da , pe lo s d is trito s d e Vtla R e al e B ra ga nc ;:a e p eloA rq ulp ela go d os A co re s.

    ! Sao iru irne ros os fac tores advogados para 0 m au pos ic ionam en to do M inho . I n p r im i s,te rrie s q ue re co rda r q ue a d ico to mia n orte /su i se to rn ou m ais v is fve l a pa rtir d os a no s qu are ntad o se cu lo X X. A ctua lm en te , a pe sa r de o s va lore s se re m b asta nte b aixo s e m to da s a s e ntid ad es

    - __ - 0 _

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    [ ~i

    _ .- -- --- . (

    M in ho . T ra ce s d e Id en tid ad e

    J . - - - - - ~ - ~ - . - ~ -

    territo ria is (aba ixo dos 10% 0) e oco rre r um a vincada uniforrn izacao de valo res . a d ico tom iaaind a es ta pre se nte ; e rn bo ra d e u ma fo rm a multo t enue.

    Em se gun do lu ga r, foram m uito s 05 au to re s qu e te nta ra m e xp licar e ste ce na rio , usan do aexpressa o "ad esa o a um a form a mats tra dic io na l d e vida " n os te rrit6rio s q ue a presen ta va m o sv alo re s ma is e le va d os . 05 "in dic ad ore s d a tra dic ao " u tiliz ad os p or a lg un s a uto re s ( e . g . , Kannis to ,1986) m ate ria lizavam -se numa e levada percen tagem de nados-v ivos de quarta ordem ernals, num a elevada Taxa de Na ta lidade , num a elevada percen tagem de fam llias num erosas ,nu ma e le va da pe rce nta gem d e casam ento s ca t6 lico s, em re du zida s Taxas d e D iv6 rc io e n um aba ixa pe rcen tagem de nados-v ivos a oco rre r fo ra do casam ento . Aquele au to r condu lu que 0se gu im ento fie l do s va lo re s tra dic io na is re lig iosos e soc ia is . q ue re le ga pa ra seg un do pla no o scu id ad os m ed ic os e to rn a 0 fac tor e sp iritua l prlo nta rio , co nd uziu a u m a tra so n a a ce ita ca o do sm etod os m ais m odernos no que conce rne os cu idados infan tis e a um reconhec im en to m aistard io da ne ce ss id ade de u tilizacao d os se rv ico s d e sa ude (R erno ald o, 2002). A s po pulacoe s dosu i d o pa rs, ape sa r d e se re m m uita s d as vezes m ais po bre s e m en os m stru td as , d em ons traramse r m en os fa ta lis ta s. co la bo ra nd o co m m ais fa cilid ad e c om o s p ro fiss io na is d e s aiid e e e sta nd om ais d is po nfve is p ara a pre nd er n ova s fo rm as d e cu id ad os in fa ntis .

    To da via , te mos q ue recon hecer o utro s fa cto re s e xp licativo s, ta is co mo as caracterlsttcasdas habltacoes ru ra is , que perm itiam um maie r con tac to com varios an im als, que eramfre qu en te me nte ca usa do re s d e a cid en te s e p orta do re s d e d oe nca s.

    va ries estudos tem confirm ado que actua lm en te sao 05 v alo re s tra dic io na is s oc ia is q uese sob re poe rn a os va lo re s tra dic io na is re lig iosos e qu e o s prim eiros con tin uam m uito v ivo s n ote rrit6 rio m in ho to (R ern oa ld o, 20 02; M artin s, 20 03; C an te iro , 2 00 5). D e fa cto , o s "in dica do re sda trad lcao" a inda conseguem demarca r es ta reg iao das restan tes se aditarm os, as ma ise le va da s Ta xa s de Na ta lida de e d e F ecu ndida de G era l, um a m ais b aixa pe rcen ta ge m d e n ad os-v ivos a oco rre r fo ra do casam en to , um a m ais e levada percen tagem de casam en tos ca t6 licos,bem com o um a m ais ba ixa Taxa de D iv6 rc io .Pe rc eta gem d e n ad os-v ivo s fo ra d o ca sa m en to , d e ca sa m en to s c ato llco s e T axa d e D lv orc io em v afia se ntid ad es te rrito ria s e m 2 00 2

    En tidades territo ria is Nados-v ivo s fo ra do C asam en to s ca t6Jico s T ax a d e D iv o rc ioca s amento (%) (%) (%)

    422 Por tugal 25.5 62 ,5 2 .7Norte 16.2 73.7 2 ,2Minho/Lirna " 13.0 70 ,8 1 .9A ve 10.8 80,1 1 ,8o .vado 1 1 . 9 74 ,9 2 ,0T am ega 9 ,5 852 1 .4C abece iras de Basto 14 .5 81,2 0 ,9C el ori co d e B as ta 10,5 83,7 L a

    Fonte: www. inept

    C an te iro (2005) co mpro vo u, a o e ntrevTS fa T75~ ma esC le d ua s fre gu es ia so ocon -ce lho deV ize la (S . Joa o d e Vizela e S . M igue l de V ize la ), que no infc io do secu lo XXI a inda e vis fvel 0se gu im en to d e c re nc as e tra dlco es n aq ue le c on ce lho . A s e ntre vis ta s fo ra m re aliz ad as e m 2 00 2

    http://www.inept/http://www.inept/
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    A s G entes do M inh o

    .>

    B ar be aria L on do n, (a m i n ha .

    e a am os tra fo i represen ta tiva , co rrespondendo a 69% dos nados-v ivos oco rr idos no rnesm oconcelho.

    N o am bito d os co mpo rta me nto s re la cio nad os co m cu id ad os d e h ig ie ne /pu rifica c;a o, m aisespec i f i camente, 0 p rim eiro b an ho (0 prirn elro d ado em casa. pois 0 primeiro e a c tu a l m e n tedado na M ate rn idade ), 25% (n=19) das rnaes a firm aram te r u tilizado pra ticas he rdadas dasm aes /sog ras e re fe ren tes ao prirne iro banho em casa (em 91% dos casos , conse lho da m aefo i m u lto impor tan t e , impo i ian t e au med iam e nt e im po rt an te e a co nse lho d as so gra s 56 fo l muitou _ i m p _ o r l c m t e em 8% das casas) Um a das pra ticas m ais com uns e odespejar.daagua d o p rim e ir obanho na rua . pa ra 0 regato, m as sem pre para 0 a lto /p ar a c im a , p ara q ue p er ca 0 medo e naoven ha a ser m ed ro so p ela vid a fo ra (C an te iro , 2 00 5, 1 72 ). T arn be rn n o q ue c on ce rn e 0 intervalode tem po que rnede ia en tre 0 nascim en to e 0 baptizado , 33 das 75 m iles (44% ) adoptara rn

    423

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    i!. .. .. 1 .. .- - - , f - - - - ---. IMmh o, T ra ce s d e ld en ttd ad e

    p re ca u co es e s pe cia ls n aq ue le perfodo, com particu la r des taque para 0 e vita r s air a rua com acnanca (preservando-a de efe itos exte rio res - 44% ) e para 0 e v it ar le v a -la a i gr e ja (33, 3%) .

    A pra tlca m ais curiosa (con tra 0 m au-o lhado e bruxarias) p rende-se com 0 uso de umac aix a d e fos foros com sa l, que deve acom panhar sem pre a crlanca q ua nd o s ai a ru a (25.3% dasrnaes e ntre vis ta da s). C on stitu i u ma fo rm a d e proteccao da crianca, so bre tu do s e esta sa i a noi tee an tes do bapt izado. E nq ua nto a lg um a s rnaes usam um numero im pa r de f6s fo ros e um poucod e s al, o utra s nao se preocupam com 0 mirnero de f6s fo ro s e o utra s a inda jun tam sabug ue iroaos fos foros e ao sa l.

    A m aio r parte d as p ra tic as d ia gn os tic ad as fo ra m m ais re pre se nta tiv as n as rnaes com m aisbaixo nfvel de instrucao. mas a relacao com a idade das rnaes n ao s e mo s tr ou e sta tis tic ame n tes ign ifica tiva . C om o se tra ta va d e d uas fregues ias de facies u rb an o, n ao fo i po ss ive l c om pro va rse as prat icas e sta va m ma is v iv as n os te rrit6 rio s rurais .

    Im porta ressa lta r que as tradicoes e as crencas iden tificadas, apesar de na o teremfu ndam ento c ie ntffico , nao te rn u m im pacto ne gative n a saude da crian ca . M uitas das m ulh eresa firm ara m q ue o s a n tig os Ii que sabem , se eles fa ziam assim e nada no s acon teceu nao custa nadafazer 0 me smo (Cantei ro, 2 00 5: 1 92 ). R ep ro du zid as d e geracao em ge racao , pe rs is tern sem queas m ulhe res que as im plem entam as co loquem em causa .

    4 . M IGRA ~OES"D ura nte d ez. o uinze , tr in ta , quaren ta an os. se na o m ais , an da 0 hom em p or term s lo ng fnquas

    tro ba lh an do p ara lib erta r a fa mflia d a r m s e n a , enqu an to a m ulh er cria os filho s, trab alb a a Ie im . ze laa s v ac as. 05 filhos crescem sem que ele de con ta d t s s o e a m ulh er m urcha com o um a flor sem terp od id o co lh er a s sa bo ro sa s a leg ria s d um a ju ven tu de fra gra nte e d escu id ad a!"

    (Po lanah,1981 : 3 4 )

    "0 que m ais im press ion a hO je no B aixo M inho Ii 0 m ovim en to , d e pessoas e vefcu los , do s qu e sedeslocam dez. v in te ou inm a quil6m etro s pa ra ir e vir do em prego , da esco la ou da p ra ia ao dom ingo"(W all, 19 98: 1 3). E sta irn pre ss ao d e "d es as so ss eg o" e ste nd e-s e a o A lto M in ho e re cu a a te mpo s

    424 remo tos . 0 M inho e m ov imen to : pa ra a ddade, para 0 cam po e para 0 m ar; pa ra as fe iras er oma ria s; p ar a 0 con trabando: pa ra as b randas e as inverne iras ; para Tras-os-Montes , Al toD ouro , B eiras , Espanha; para longe, m uito longe ... 0 C onde d 'A urora assoc ia os rom eiros deregresso a casa a "figu rinhas de presepe , de um presepe de M achado de C astro" (1939: 203),preclse-se, de u m pre se pio a nim ado, em perm ane nte m ob ilidade geo gra fica e soc ia l.

    D esde os tem pos da reconq uis ta qu e o s m inh oto s u ltrapassam fro nte iras , a ta l pon to que 0irn ag in ario n ac io na l te nd e a s itu ar n o M in ho "0 foco da erngracao c on tin en ta l" (M a rtin s, 1 95 6:233). Nao e que 0 fe n6 me no n ao o co rra n ou tra s la titu de s, p or v eze s a te co m m aio r in te ns id ad e.Duran te 0 surto do s a nos 6 0, a errugracao lega l logrou rna lo r in cidenc ia na s Ilhas A dja ce nte senos d is trito s da Gua rda e de Le iria do que no M inho ever Quadro 1). M as, pe la an tigu ldade .p e rs is te n c ia e in flu e n da , 0 m ovim ento ad qu ire ne sta reg ia o o utra vis ib ilidade . N ao e po r acasoque sao rn inho tos os "bras ile iros" de Ju lio D in is e de C am lloCaste lo B ranco . Te por es tas ..bandas que Jose Sa ram ago, na s U < l _ J ! i a g e / ? 1 a P o rtu g al , n~_m nsegue conte r o pro tes to con tra"05 h orro res d issem in od os n a p aisa qem . .. 0 m ais d elira nte p ro du to d a im ag in Q(,iio 'ca sa maison co m

    Ijane la de fenetre ' p a ra ' em i qr an te " (1985: 40/41). C onstan te e corren te , a erngracao a te p are ceconstitu ir um a com ponente do prop rio m odo de reproducao da soc iedade.

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    A s G en tes do M in ho

    Soa jo , E spi gue i ro .c=r==--.~~~---.- .__ . c~_._~.~======

    425J

    i:1:1, - : I --I

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    M in ho . T ra ce s d e Id en tid ad e

    Distritos Popu lacao re sid en te - M ed iados censos de 1960 e 1970

    ( em m i lh ar es )

    Emlg racao m e dia a nu al(1950-1975)

    F re que n ci a em i gr at 6r ia( em i gr an te s a nu ai s

    pa r 1 0 00 h a b it an te s)

    F requenc ia em ig ra t6 ri a e nt re 1950 e 1975 , pa r dist r l tos .

    I: A v ei ro 53 6 3.958 7 ,4Beja 241 584 2, 4Braga 605 3 .950 6, 5Braganca 207 2.016 9 ,1Ca st el o B ra nc o 286 1.728 6, 0Coimbr a 418 1.829 4 ,4

    I Evora 200 205 1, 0Faro 29 2 1.503 5 ,1Guarda 247 2 .596 10,5Leiria 392 3.348 8, 5l isboa 1.482 . 3 .668 2,5Portalegre 168 153 0 ,9Porto 1 .256 4 .509 3 ,6Santarern 44 6 1.640 3 ,7Setuba l 424 811 1 ,9V ia na d o C aste lo : 265 2 .381 9 ,0V il a R e al , 296 2.180 7 .4Viseu 447 3.285 7 ,3I I h a s Ad ja c e n te s 568 9.707 17,1Tota l 8 .776 50.325 5, 7

    F o nt e: OCOE , 1 98 2 : 2 75 -2 77 .

    426

    Mas 0 m ovim en to das pessoas nao se reduz a e rn ig ra ca o.lm p or ta c on sid er ar a s r nig ra co esin te rnas e as rn ig racoes sazona is . A os "ra tlnhos" be lroes co rrespond iam as "p lca-rn llhos "minhotos. Hi poucas decadas , m uitos m inhotos rum avam a C aliza , T ras-os-M on tes. O ouro eB eira A lta , o nde tra ba lh av am p arte d o an o. P edre iro s, n a su a rna io ria . ed ifica va rn m uros e ca sa s.E sta p ra tic a, a rre ig ad a n a tra dic ao , p od ia , e m d ete rm in ad as fre gu es ia s, m o blliz ar a g en era lid ad ed os ho me ns "em c irc um sta nc ias de se a rra sta r";

    "H a u m a e m ig ra p5 0 e sp an to sa , p ois d esd e q ue e ntr a 0 m ez d e setem oro , tu de q ue e hom em deed ad e d e a ito a nn os p ara cim a, a te 6 d e d e m a is p ro ve cta , e sta nd o em c ir cum s ta n ci os d e s e a rr a st ar ,l a m a rc ha p ar a 0 Do ur o, T ra z-o s-tv to nte s. B e ir a A lt a e o utr as p ar te s, n ao r ec olh en do se nC io n oP asch oa , q u e e o term o fa ta l em q ue n ao d e a pp arece r p or fo rra .

    F ica a terra tao desp rov ida de h om ens q ue os caddveres sao conduzidos p ara a eg reja p elasmulheres"

    (Leal. 1874 :206-207)

    E sta o bse rv ac ao d e P in ho L eal a p ro pos ito d e C astro L abo re iro e co rro bora da , p ou co s an os"vd ep ois , p or J os e A ug us to V ie ira (1 88 6: 2 3). T iv em o s, a lia s, 0 e ns ejo d e e ntre vis ta r re ce nte m en te

    um castre jo que fo i co rn treze anos de idade , em 1947. tra ba lh ar c om 0 pai, "de pico e fio" pa raa B e ira A lta .A s m igracoes rnarca ra rn pro fundam en te a sociedade portuguesa da segunda m etade doseculo xx. A fectara rn ] po re rn , um as reg ioes m ais do que outras. O s seus e fe itos ao n fve lloca lsa o div erso s e co mple xe s. A mp lam en te e stud ado s. lim itar-n os-em os a e num era r a lgu ns:

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    I- - - - - 1 A s G entes d o M inh o

    F esta s d e S _B arto lo me u d o M ar.

    - E xce ssiva dependen cia da s econ om ias loca is fa ce a ernigracao;- S azona lida de da a ctiv idade soc ia l e econ 6m ica , m uito co ncentrada n os m eses de Verao:- P eso re la tiva me nte e levad o do secto r te rc ia rio (cornerdo, a d rn in is tr ac ao e a ctiv id ad e sf inancei ras);- En to rpec im ento da agricu ltu ra , ao nlvel d as e stru tu ra s, d a o rg an lza ca o, d a producao eda cornerctal lzacao;- S ub de se nv olvim en to d a in du stria , po la riza da pe la cons t rucao civi l ;- Pode r de com pra sem supo rte na activ idade econ6m ica loca l, gerado r de pressaoinf lacionista; -,- R e no va ca o da pa isagem , com destaque pa ra a rnultipl icacao d as fa mig era da s "c as as d osernigrantes" ;- A l te ra ca o dos estilos de vida em verte nte s tais com o os usos do tempo e do espaco, asaspiracoes e as expecta tivas de v ida , as relacoes entre geracoes, a habitacao, a al irnentacaoeo consum e.

    A esta lis ta convern acrescentar.o im pacto ao n lve l da m ob ilidade soc ia l e da d ina rnkadernograf ica.

    A s rm gracoes de ram azo a um a experienc ia de m ob ilidade socia l tao vasta quanto in tim a.A s; figu ras do "bras ile iro " e do "frances", cad a um . a seu tem po , com as suas tra jec to riasp e~ ce pc io na da s c om o at fpicas e, a s v eze s, s in co pa da s, a ba la ra rn , b ara lh ara rn e a ce le ra ra mas regras e as cana ls consagrados da ascensao soc ia l (G onca lves , 1996). U m breve esboco,canca to e la cu nar, pod e ilus tra r a tu rbu le nc ia provocad a pe las rn lg racoes em varas freg ues iasd o !M in h o in te rio r:

    427

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    I

    I,

    -;IiiIII:

    M in ho . T ra ce s d e I de nti da de

    Um p ro pr le ta rf of un dta rl o ju rn la vra do r) e nv ia -O S-S eU 5 filh os, p ara e stu do o u e xe rc fc io d eoffc lo , para um qualquer centro urbane do l i teral E ntre ta nto , o s se us ca se iro s o u e mpre ga do sta mb em d em an da m 0 e stra ng eiro . R ecru ta n ovo s ca se iro s o u e mpre ga do s n ou tro s co nce lho s,porventura a dezenas de quil6m etros de dis ta ncia . Em poucos anos, e stes "im igrantes" podemrepresentar acirna de um terce da populacao da freguesia, de algum modo transforrnada emplataform a de pessoas. No lapso de um a geracao, fam flias de pro prie taries e notave is entram .lo ca l m en te . em c ris e. C ab era , fre qu en teme nte . a os familia re s d e a ntig os c as eiro s o u em pre ga do s,com prar, com a carga sim b61ica inerente . as propriedades postas a venda ai plantando assuas "c as as de s on ho " (V illa no va , L eite & . Raposo, 1994)... M uitos outros fluxosadvieram comas m igracoes. Por exe rnplo . os despoletados pelo cornerdo e pela construcao civil. Em borafr is e a c aric atu ra , 0 esboco acima proposto tem a virtude de alertar pa ra 0 e nca de am en to d em ob ilid ad es , te rrito ria is e s oc ia is , p ro pic ia do p ela s rn ig ra co es .

    As rn igracdes pod em provocar a desvita lizacao dernografica e 0 e nv elh ec im e ntc i d apopulacao. Partem os m ais jovens, homens e m ulheres, em plena idade act iva; aqueles quere gre ssam fa ze rn -n o em id ad e a va nc ad a, e ve ntu al m en te re fo rm ad os . A e sc as se z lo ca l d e j ov en se adultos e 0 aum ento da proporcao de idosos acabam por ser 0 r es ulta do . 0 e nv elh ec im e ntoag rava-se, assirn , segundo tres m odalidades in terligadas: 1) saem os m ais jovens, que saotarnbern aqueles que tern m aiores probabilidades de ter filhos: 2) nascem , por conseguinte,m e n o s crlancas: e 3) 0 contingente de idosos avolurna-se com 0 re gre sso d e e mig ra nte s _e mid a de a va nc ad a.

    Estes m ovim entos nao se distribuem de igual m odo por todo 0M in ho . V ar ia a in te ns id ad e ,o sentido eo im pacto. Nesta pequena regiao, ha espaco pa ra grandes assim etrias.

    T ax a d e c re sc im e n to p op ula do n alPe rio do en tre 19 51 e 20 01 (% )

    -44 a -35-34.9 a -172-171 a 13,51 3.5 a 4 545 a 95

    - Dtstrito d e V ia na d o C as te lo- D istrito de Bragaf n di ce d e e n ve lh e ci m e nt oV a lo re s d e 2 00 1

    10 lOKm

    * E m 2 00 1. o s v al or es d o c or xe lh od e C ui rn ar ae s l nc lu er n a s f re gu es ia s q ue p as sa ra m p ar a 0 c on ce lh o d e V i ze la

    I nd ite d e e nv elh ec im e nto . e m 2 00 1. e ta xa d e c re sc im e nto p op ula cio na l. e ntr e 1 95 0 e 2 00 1*

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    Na F igura an te rior, pode-se verifica r que todos as conce lhos situados no arco in te rio rdo M inho (M elg ac o, M o n ca o. P aredes de Coura , A rcos de Va ldevez, P onte da B arca , Terrasdo Bouro , P6voa de l .anhoso, Cabece iras de B asta e C elo rico de Basta ) perderam populacaoe ntre 1 95 0 e 2 00 1. F ora m , a lia s, p ra tic am e nte os unkos a s ofre r e ste decresc i rno (as d o is ca so sre sta nte s d e dirninuicao e xpre ssiv a d ize m re spe ito a Valenca e a Vila Nova de Cerve ira , am bosnum a situacao de transic;:ao no quadro do A lto M inho). Em alguns conce lhos, a perda ronda osdo is qu in tos: M elgac;:o (- 43,8% ), P aredes de C oura (- 40,4% ) e A rcos de Va ldevez (-37,1% ). N oM in ho lite ra l. 0 cenario tende a ser 0 oposto . A qu i, a popu lacao a~m entou na genera lidade dosconce lhos e quase duplicou em B raga (95,1% ), V ila Nova de Farna licao (92,5% ) e G uirnaraes(79,8%).

    O s mapas do enve lhec im ento e do cresc im ento demogra fico apresen tam conto rnosse me lh ante s. Q ua se q ue s e s o bre p6 em , m as e m n eg ativ o. A lg un s co nc elh os d o in te rio r a ting em ,em 2001, ind ices de enve lhec im ento deveras preocupantes: em M elgac;:o , ha 300 idosos (com65 au mais anos de idade) para 100 jovens (ate aos 14 anos); em Moncao, 220; nos A rcosde Va ldevez, 216; em P aredes de C oura , 212 (nos anos irned ia tos, estes va lores con tinuarama sub ir a um ritm o galopante : segundo as estim ativas do I.N .E., em 2004, apenas tres anosdepois, 0 I nd ic e d e e nv elh ec im e nt o ja era 331,5 em Melgaco . 242.3 em M oncao, 238,9 nosA rcos de Va ldevez e 226,2 'em Paredes de Caura). A m aia ria dos conce lhos do lite ra l possu i,em contrapartida , um a popu lacao bastan te jovem , com ind ices de enve lhecim ento com va lo resaba ixo do Pa is (104,2) e da R egiao Norte (82,2). Nestas drcunstancias, nao resu lta es tranhoque as piram ides e ta rias dos conce lhos de V ize la e de M elgac;:o se m an ifes tem cla ram enteopostas: a prim eira assen ta num a base, apesar de tudo , am pla ; a segunda. invertida . parecee qu ilib ra r-s e n um v ertlc e (v er fig ura s s eg uin te s).

    A s G e nte s d o M in ho

    P ir'a mid e d e id ad es d o c on ce lh o d e V iza la , 2 00 1.

    85 e +80 - 84 :75 -79 :,. 70 -74 :65 - 6960-64SS- 5950 - 5445 - 49< fa - 4435 - 3930 - 3425 - 2920 -2415-1910-145-90-4

    Homens I Mulheres85 e +

    80 - 8475-7970 -7465 - 6960 - 64 42955 - 5950 - 5445 - 4940-4435 - 3930 - 342S- 2920-2415-1910-145-90-4

    6% 5% 4% 6%% 0% 1% 4% 5%% 2% 2% 3%Fonte: R e ce n s eam e n t o G e ro l d a P o p u /a , ii o ( 20 01 ), I NE , L is bo a.

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    Mi nh o . T ra c es de lden t idade

    Pira m ide de ida des do c on celho de M elga co , 2 001.

    Homen~ r Mulheres85 e +80 - 84 :75 - 79 :70 -74 :65 - 69 :60 - 64 :55 - 59 :50 - 54 :45 - 49 :40-44:35 - 3930 - 3425 - 2920- 24IS -1910-145 ~ 90-4

    6% 5% 2% 4%% 1% 3%% 3% 0% 2%Fonte: R ec en se am e nt o C e ra l d o P o pu la ra o ( 20 01 ). I NE , L is bo a .

    - . -~".-~"_--_------

    , 85 e +: 80-84: 75 -79: 70-74, 65 - 6960 - 6455 - 5950 - 5445 - 4940-4435 - 3930 - 3425-29

    ,20 - 24: 15 -19,: 10-14, 5 - 9: 0 - 4

    5% 6%

    o M in ho e vid en cia tr~ ~0 5 q ue 0 in div id ua liza m; m as e sta la ng e d e se r fe ito d e u ma 56 p eca ,o A lto M in ho d ife re do B aixo M inho , m as , na s d im en s6es cons ide rad as , a a ss im etr ia e ntre 0in te rio r e 0 lito ra l re ve la -s e a in da m a is p ro nu nc ia da . E , n as a re as d e in te rs ec ca o, a s s itu ac de sextrem am -se . Po r exem plo , M elga~o , P aredes de Coura e A rcos de Va lde vez, todos do A ltoM in ho in te rio r, a cum u lam a s m a io re s d e cr es cir no s p op ula cio n ais e a s in d ic es d e e n ve lh ec im e n tor na is e le v ados.E xp er ie nc la d e e rn ig ra ca o s eg un do 0 sex o e a resid en cia , n o co nc elho de M elga c;:o

    Sexo TotaisResidE!ncia Emig ra~ao Homen s MulheresA lto Douro Fo i em igran te n. " 105 6 III

    % 90,5 4, 1 425430 Nao fo i e m igran te n ." 11 13 9 15 0% 9, 5 95,9 57,5

    Semi-totais n ." 11 6 145 261% 10 0 10 0 100O u tr as f re gu es ia s F o i em ig ra n te n ," 17 0 47 21 7

    % 65.1 13,7 35,9N ao f oi e m ig ra nte n ." 91 29 7 38 8

    % 34,9 86,3 64,1Semi-totais n ." 26 1 344 605

    % 10 0 10 0 10 0Concelho Fo i em ig ra n te n. " 275 53 32 8

    % 72,9 10,8 37,9N ao f oi e m ig ra nte n ." 10 2 43 6 538

    % 27 ,1 89,2 62,1To ta is n .o 377 489 866

    % 100 10 0 10 0,:I ~

    F on te : ln qu erito a os Id oso s d o C on ce lh o d e M elg aco (IIC M), 2 003 .

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    A s Gentes-do M inho ------ --

    E sta he te ro ge ne id ad e e ntre co nce lho s te m 0 cond ao de se repro du zir, tam bern, ao n lve lin tra con celh io . P ar exe mplo , em M elga co, en tre 1981 e 2001, as fregu esias d a r ibera perderam19,3% da populacao , m as este va lo r sobe para 36,7% nas fregues ias de m on tanha (M achado,2003). P or sua vez, 0 lnd ice de envelhecim en to ascendia em 2001, na ribe ira , a 255; m as, naare a d e m on ta nha, atin gia 46 4, u ltra pa ssan do as seis ce nten as na s freg ue sias d e G ave (664),C astro La bo re iro (640), F ia es (614) e C ousso (6 05).

    A in fo rrnacao reco lh ida no concelho de Melgaco perrn ite -nos acrescentar um breveapon ta men to re la tivo a o reg resso d os e migra nte s. Em 2003, por in ic ia tiva d oC onselho Lo cal deA e< ;a o S oc ia l, fo i p rom ov id o um in qu erito , p or am os tra gem a le at6 ria sim p le s, a 2S% d a p op ula ca ores ide nte com 6 0 e m ais an os d e ida de , te nd o sido e ntrev is ta da s 866 pe ssoa s (G on calve s, 2004e 2 00 5) . 05 resu ltado s reve la m qu e 37,9% do s id oso s in qu irid os fora m e mig ran te s, va lo r qu eso be para 42,5% nas freguesias do A lto M ouro (na a rea de m on tanha). No caso dos hom ens,o s va lo re s d ispa ra m, re spe ctiva me nte , pa ra 7 2,9% _e 9 0,5% . E ste s re su lta do s d ao -n os u ma id eiaaproxim ad a na o so d a in cid en cia da em igra cao, m as tarn be rn d a a mplitu de do re gresso, no que 431re spe ita a e stas ge raco es: cerca de tre s em cad a qu atro hom ens, re sid ente s e m M elga

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    Mlnh6: Tra~osde I den ti d ade

    5 . ID EN TID ADE REL IG IOSAV ista g era l d a c ld ad e d e B ra ga .

    Escreve r um texto sob re a iden tidade re lig iosa do m inho to convoea os m esm os prob lem asfu nd am e nta is d e q ua lq ue r te xto s ob re a s id en tid ad es e ole ctiv as . B oa p arte d as d ifie uld ad es , d op on to d e v is ta e pis te m ol6 gie o, s itu a-s e n a osdlacao e ntre , po r u m la do , concepcoes rei f icadorasd e q u a lid a d es e s s e n c i a i s e , po r outre, s imples identtficacoes grupais var laveis d e c o nte x to parac on te xto . A ss im , 0 minhoto e "p rofundamente devote" mas ta rn be m "rn ais fe stivo do quer e li g io so " : " subm isso a o s p a dr es ", porern "d ad o a m otin s ant i-der icais" e tc . E m para le lo , e , s im,m inho to face ao transm on tano , m as nortenho face ao a len te jano , portugues fa ce a o alernao,etc.

    N orm a lm e nte , a s co m un s im a ge ns id en tita ria s c on de nsa m um c om ple xo d e re pre se nta co esin te gra da s o po sta s a o utra s. a ntite tica s. 0 M in ho d as ro ma ria s p le t6 rica s, sa tu ra da s d e g en te ,

    432 r nu sic a e a le gr ia e in se pa ra ve l d o M in ho po pu lo so , la bo rio so , in ca nsa ve l e e xpa nsivo d a v id aquo tid iana , que faz dos cam pos um ja rd irn cu ltivado e das es tradas um fo rm igue iro denso .Po r an t f tese , op6e-se as deso ladas p lan ura s do S uI, ens im esm ado no "fade" a tre ito a so lida o.po uco d ad o a d evo co es p le na s.

    P od e ha ve r co ere nc ia n es ta s re pre se nta co es , 0 que e d ive rso de have r um a re lacaon ece ssa ria e ntre a s su as co mpo ne nte s. P or e xe mplo , O rte ga y Ga ss et (1 98 9: 203) a ss oc ia ae xp an siv id ad e d os cu mprim en to s e d a co nv iv ia lid ad e a os e nco ntro s hu ma no s n as lo nju ra s d od ese rto tua regu e, em q ue 0 r uld o e s tr on d os o e a p rim e ira s au da ca o possivel en tre hom ens aq uilo rn etro s d e d is ta ncia u ns d os outros: in ve rs am e nte , lo ca liz a n o d en so fo rm ig ue iro c hin es /ja po ne s a c irc un sp ec ca o c erim o n ia l in d is pe n sa ve l a e xc es siv a p ro xim id a de ffs ic a.

    Do m esm o m odo , e v ia ve l a s so c ia r 0 a fa labonoso do "ja rd irn cu ltivado " ao Su i e aodese rto : ve ja -se a a rte dos ja rd ins no Eg ip to , na M esopo tam ia , en tre os Arabes. bem co mo,ma i s r e cen temen t e, 0 c as o d a a gr ic ultu ra is ra el ita .

    - -Fac ilm en te conc lu lm os que , nes tas quest6es , es tam os a lida r com este reo tipo s e que ,po rta nto , se ra a visa do pre pa ra rm o-n os pa ra d ar re tira rm os to da s a s lrn plka co es . E pr6priode qua lque r e ste reo tip izacao hum ana can te r em s i, explfc i ta ou im plfc ita , um a teo ria sob re

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    A s G e ntes do M in ho

    R u a d e S an ta M a ria , G u lr r. ar ae s.

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    M i nh o . T r ac e s de l den t id ade

    a personalidade e 0 c ara cte r-d os -s eu s a lvo s. E ;-a qu i;-re ve lam= se p uja nte s a s desinteligendas.a ctu ais e p as sa da s.

    Ao rn inho to, A lberto Sam paio nao louvava a in te llgencta: "n ao tem um des en vo fvim en top rea xe. n ern a {a cufda de de c om preen der n o p rim eiro m om en to qua lo uer questi io. A raca e morosae p e s a d a '; da f advir ia , a li as , a p ropens ao a pa cie ncla pru de nte e a o tra ba lho e sfo rca do . Ja R eb eloda Co sta, em fina is do seculo XVIII, Ihe g abava a tino e a perspicacia , visfvels e ntre a s m elh ore sd a U nive rs id ad e d e C oim bra (cf Va sco nce llo s, 1958 : 564 ) .

    Mesm o em reiacao ao proverb ia l caracter extrovertido dos m inhotos encontramos naa nto lo gia co lig id a po r L eite d e V asco nce llo s n ota ve is va ria co es n os jufzos d os n oss os lite ra to s. 0ja referido R ebelo da C osta fa la de "ternperarne nto fleurnatlco" e tranquilo ; Aqu ilino R ibe iro , noGuia d e P o rt ug a l . a cha -o s pru de nte s e po uco im pu ls ivo s, a o in ve s d e b eiro es e tra nsm on ta no s;F ia lho d esco bria -Ihe s m esm o tra ce s m ela nc6 lico s. M ais tra ce s d ete cta rn osa o e srn iu ca r o s tipo sde m inhotos: do in terior e da costa, da serra e do vale (Vasconcellos, 1958:564-568).

    H oje, a senso com um produz identicos resu ltados - 0 m in ho to o ra e "a be rto " "S OIIC ito ",ora e "desconfiado com o urn carnpones"

    As lnconslstendas p ro ss eg uem, a s ve ze s a te a o d ellrlo , s e e ntra rm o s n as v ers oe s ra cia lis ta sapostadas em dar identidade ao Norte em gera l e ao M inho em particu lar: de um lado, arianos,ce ltas, germ ano s; do outro, arabes, judeu s, pretos, berberes. Frequentem ente, a decad encian acio na l e d e ra iz su lista (pa ra R au l B ra nd ao , po r e xe mplo ). O s e xtre mo s g en ea l6 gico -m itico satingem -se quando se filiam os "iusltanos" no Genesis e em Noe au, entao, a "portugues" no"H om o a tfa n tic us " (da Atlantida), em purrado ao longo da H ist6ria para a Norte e para a G aliza,com o fez Ant6n io Sard inha (cf Sobra l, 2004).

    Parece haver, no entanto,unanim idade entre litera tos e etnografos, portugueses eestrangeiros, acerca de um a caracteris tica proverb ia l nos m inhotos: sao "m ulto re lig iosos", esao-no d e um a m ane ira festiva.

    E certo que por vezes se genera liza este trace so-Norte e, m esm o, -ao C entro. L eite deVasconcellos, Jorge D ias e Pierre Sanchis . por exem plo, fazem -no. M as nao e menos certoque nesta questao s destaca, pe lo paroxism o, 0 M inho, com o 0 re co nhe ce m o s pr6 prio sVa sco nce llo s e S an ch is, a le rn d e m uito s o utro s (pa r e xe mplo , O rla nd o R ib eiro ) (cf R ib eiro , 1987:113/4,147; Sanchis, 1983: 143,157; Sobral , 2 00 4: 2 57 ; Vasconcel los, 1958:509,515).o tipo de caracterizacao produzldo e mais au menos hornogeneo, Percorrendo as

    4 34 auto res class.cos acim a invocados, lem os um a adjectivacao fam iliar: 0 m in ho to e "re lig io so ","e xce ssiva me nte re lig lo so ", "co nsta nte n a re lig ia o", a pe ga do a "fo lia pe rm an en te d as fe sta nca se rornarias" "em nenhum lugar tao num erosas e frequentes com o no M inho" Rebe lo da Costa,A lb erto S am paio, M artins de S ousa, Jorge D ias, O rlando R ibe iro , e tc. ve icu lam esta im agem .

    E sig nifica tivo q ue se tra te d e u ma im ag em e xpa nd id a a n lve l n acio na l, ta nto e ntre e ru dito sc omo n as re pr es en ta co e s populates, e q ue e nc on tra 0 s eu c om pleme nto a ntite tico n o a le nte ja no .Um antrop61ogo estrangeiro - P ierre Sanchis - percorreu Portugal no infcio dos an os 1970e detectou nas auto-representacoes dos alente janos a incontornave l anti-clerica lisrno que,frequentem ente, e contrastado com a atitude do m inhoto ("re lig ioso", a lienado na re lig lao,su bm isso a o dero, misse i ro , h ipoc ri ta ) (1983: 258/9) .

    A inda no ambito das habitua is irnagens, se no Norte se particu larlza a M inho, nestepa rticu la riza -se B ra ga (d is trito e a ctu al d io ce se ), ta rn be rn e m to ns pro ve rb la is , q ue Ep parodian;A , Re f fqu ia q ua nd o T eo do rico , "erfia ndo des co ns ofa da m en te a s c ero ufa s" descobre que, emm ateria de padres e beatice, Jerusa lem e "P io r que B ra ga !" (Queiroz, 1947: 88 ). Faz parte datra dic ao , d iz ern L eite d e V as co nce llo s (1958: 515) e O rla nd o R ib eiro (1987:147) . Ta lv ez a lgunsfa cto s his t6 rico s d a a rq uid io ce se . po rve ze s m itlfica do s, co nco rra m pa ra ta l re pre se nta ca o: a su a

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    A s Gen tes do M in ho

    ant iguidade, 0 ca ricte r m etro po lita , a s d im en s5e s e sple nd oro sa s d e q ue g ozo u n ou tro s te mpo s,o vig or na cris tian izacao e no com bate a heresias, 0 papel tido na Fundacao e na R econquista ,a abundand a d e igre jas e m oste iros (cf. Ma rq ue s, 2 00 0) ,

    A verdade e que 05 habitua is dados sociogrificos sobre a pratica re lig iosa nacionalco nfirm am a ju ste za d esta re pre se nta ca o, S e, pa ra e vita r sa tu ra ca o e sta tfs tica . n os lim ita rm osao s R ecenseam entos da P ratica Dom in ica l, verlficam os a poslcao cim eira sem pre ocupada co mdestaque pela D iocese de B raga nos recenseam entos de 1977, 1991 e 2001 e a tendencia parao segundo lugar da D iocese de V iana do Caste lo , acossada pela de Lamego. Num segundopatam ar, costum am estar, no Continente, G uarda, V iseu, V ila Real e Leiria-Fatim a (cf Aq:aoCat6l ica, Feve re iro , 1994 ; www.eccles ia.pt jrpd) .

    Urn im portante inque rito nacional (continente), indu ldo num program a internacional, 435veio recen tem ente estudar a re lig ios idade dos portugueses adultos segundo praticas. crencase opin i5es varias (Pais, Cabra l e Vala, 2001). Em bora sem esrn iucar os dados par d ioceses, 0estudo, baseado em amostra representativa, loca liza no Norte e no Centro as reg i5es m aispra tica nte s d o P ars, ta l co mo 0 faz a inda para os habitats rura l e suburbano, ao m esm o tem poq ue re le va a p ers is te ncia d a re lig io sid ad e po pu la r e a irn po rta ncia d e a lg um a fo rm a d e a ctivid ad ea grico la pa ra a fixa ca o d e ca ra cte rls tica s id en tifica da s co mo ca t6 lica s.

    P od em os, a qu i, pro cu ra r e xplica co es a o n fve l d as u su ais va ria ve is so cio l6 gica s e e nvo lve ro s d ad os e m co nte xto s s ig nlfica tivo s. R eco rd em os, po r e xe mplo , a ca ra cte riza ca o q ue fa z Ka rinWall do Baixo M inho. 0 "movim ento con stante de pessoas e vekulos" da-se num "teddoindustria l d ifuso", d isse minado em "urbanizacao fraca" com um a classe o pera ria d iv id ida entrea fabrlca e a pequena agricu ltura fam iliar ou se preferirm os, com um cam pe sin ato d iv id idoentre a horta e a ofic ina (ou 0 trab alho industria l ao dom icflio ) (1998: 13/4), Encontra rnos nad es cr ic ao , d e fa cto , 0 habitat ru ra l e su bu rb an o, 'a .iC 6v id ad e a gric ola , a c on dic ao p op ula r,o e stu do d e P ais, C ab ra l e Va la va l. po re rn , rn ais lo ng e n a b usca d e va rla ve is e xpllca tiva s.ao proceder a um a bateria de testes estatfstkos (d as se , c on dic ao p era nte 0 tr ab alh o, g e ne ro ,

    C ap ela d o A njo d a G ua rd a, Po nte d e lim a (s ec . X V III ).

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    Mi nh o . T ra ce s d e I de n ti da de

    escolartdade, e sta d o c iv il, e tc .) . E e eloquente a condusao de que "aquele c on ju nto d e a trib uto sso cio de mo gra fico s n ao c he ga a e xp lica r, e sta tis tica m en te , u m q ua rto d as v aria co es o bse rva da sa o n fv el d as p ra tic as r elig io sa s" (2 00 1: 4 2). M a is im p orta nte re ve la -s e, n os te ste s, a s oc ia llz ac aore lig io sa : a s pra tica s re lig io sa s d os pro ge nito re s e a d o pro prio in quirid o q ua nd o crianca, Nump la n o in clin a do d e s ub re pr od u ca o , 0 ca to lic ism o p ortu gu es q ua se n ao re cru ta fo ra d e s i e , n es ta sd rcu ns ta ncia s, a so cia liz ac ;:a o c ato lica d esd e a in fa ncia re ve la -s e fu nd am en ta l n a re sls te nciaao desgaste , sob re tudo a m asculina , de pa is para filhos, j a que a das filhas e prat icamenteinsenslvel a su b-pra tic a pa te rn a (20 01: 4 2-46 ).

    R essu rge -nos. ass im , um a ve lha reco rrenc ia da socio log ia da re lig lao, pouco do agradod aq ue le s m a is a tr eito s a pesqu isa pos itiva: a re lig ios idade, em boa parte , inc lu indo as suasco mpo nen te s d e pra tica. o bse rva u ma te mpora lid ade lon ga, na q ual 0 pa ssa do se pro je cta n opresen te sob a fo rm a d e um a he ra nca m ed ia da pe la soc la liza ca o fa milia r e pe la cu ltu ra re gion al.e em que a h lstona edes iastlca tem peso cons ide rave l (tem a com um nas obras de L . Voye e FBoulard) .

    43 6

    C an ta re s a o d es afio n a f esta d e S ao B ar to lo m eu d o M ar. E sp ose nd e.Tarnbern 0ca ra cte r fe stivo e ro me iro d o M in ho fo i co nfirm ad o pe lo a ntro po lo go e stra ng eiro ,

    a o c alc or re a r 0 Pa is de pon ta a ponta , m un ido da info rm acao lite ra ria e e tnografica hab itua l,m as pru de nte na su a ve rifica ca o. Esc re ve varlas v ez es e xp re ss 6e s c om o "sooretudo n o N o rte "(Sanchis . 1983, POf exemplo: 1 43 : 1 53 , 1 64 ) p ara lo ca liz ar a fe sta , 0 a rra ia l, a rom aria , a rn us ic a,a d an ca , 95 a jun ta rnentos, os excessos alim en ta res e alco61 icos - um e thos de fes ta que se

    ~. ..... . '. --__--__---concen tra aornaxirno na densidade dernografica m inho ta e se rnan tern nestes anos de 2000:ve ja -se a sua pro rnocao pe las Regtoes d e Tu rism o reg io nais (cen te na s d e fe stas re lig io sa s/romar ias ) .

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    A s G en te s do M in ho

    E conse nsua l rad icar es te tipo de acon te cim en to n a so cied ade rura l, com form as prop riasd e c orn ern ora ca o e ln te gra ca o, ta nta s ve ze s a pro xim ad as a pra tka s a rc aic as d e s oc ia bilid ad e ed e e co no rn la , d e q ue e nc on tra m os ilu stra

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    M in ho . T ra ce s d e Id en ti da de

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