MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA...
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CAMPUS CAPANEMA
CAMILY RIBEIRO FERNANDES
JONATHAN BRAGA DA SILVA
PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA E ANÁLISE POTENCIAL DE PRINCÍPIOS
ATIVOS PARA O MERCADO DE FLORES TROPICAIS.
CAPANEMA-PA
2019
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CAMPUS CAPANEMA
CAMILY RIBEIRO FERNANDES
JONATHAN BRAGA DA SILVA
PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA E ANÁLISE POTENCIAL DE PRINCÍPIO ATIVO PARA
O MERCADO DE FLORES TROPICAIS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial à obtenção do grau de
Bacharel em Agronomia pela Universidade
Federal Rural da Amazônia.
Área de Concentração: Ciências Agrárias e
Fitoquimica.
Orientador: Prof. Dr. Williams Jorge da Cruz
Macedo.
CAPANEMA
2019
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA DE CAPANEMA
Fernandes, Camily Ribeiro
Prospecção fitoquímica e análise potencial de princípio ativo para o mercado de flores tropicais / Camily
Ribeiro Fernandes, Jonathan Braga da Silva. – Capanema, 2019.
45 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Agronômica) – Universidade Federal Rural
da Amazônia, 2019.
Orientador: Williams Jorge da Cruz Macêdo
1. Plantas ornamentais 2. Metabólitos secundários 3. Princípios ativos 4. Flores tropicais I. Silva, Jonathan
Braga da II. Macêdo, Williams Jorge da Cruz (Orient.) III. Título
CDD: 581.7
Cristiana Guerra Matos
Bibliotecária
CRB2: 1143
Dedicamos este trabalho primeiramente à Deus, por ter nos
guiados durante esta longa jornada, aos nossos pais que
sempre estiveram ao nosso lado.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida, pela sabedoria e por nunca ter desistido dessa filha
que tanto ama esse Único Deus.
À minha amada mãe Maria Doraci Ribeiro Fernandes, por sempre estar ao meu lado ao longo
dessa tão difícil e gratificante jornada, agradeço por me apoiar nas decisões que tomei até hoje.
Ao meu pai Luiz Fernandes Justo, que a todo momento acreditou que eu iria alcançar a tão
sonhada graduação.
Aos meus irmãos, José Ribeiro Fernandes, Antônio Ribeiro Fernandes, Raimundo Ribeiro
Fernandes, Almere do Socorro Ribeiro Fernandes e Francisca Daumeres Ribeiro Fernandes,
que constantemente me incentivaram para alcançar meus objetivos.
Ao meu orientador Dr. Williams Jorge Da Cruz Macedo e ao meu coorientador Dr. Ismael de
Jesus Matos Viégas, por toda a atenção, cuidado e dedicação na orientação desde trabalho.
As minhas amigas que Deus permitiu conhecer, Jéssica Vasconcelos Ferreira e Natália dos
Santos Barros, que me apoiaram e incentivaram ao longo desses cinco anos, sem vocês ao meu
lado não teria conseguido chegar tão longe.
À minha amiga Ingrid Sousa que conheci no cursinho, que permanentemente me alegrou em
momentos difíceis e me aconselhou quando estava em conflito comigo mesma.
Ao meu parceiro de Jonathan Braga, que elaborou comigo esse trabalho.
À Renata Lima por ter me ajudado durante as correções do mesmo, e também por nunca deixar
eu desistir das batalhas difíceis que surgiu fervorosamente nessas etapas finais da graduação.
À Universidade Federal Rural da Amazônia por me proporcionar a oportunidade da realização
da graduação.
Ao Laboratório de Fitoquímica e Farmacognosia da UNIFAP, onde foi feito as análises pela
técnica Erica de Menezes Rabelo é supervisionada pelo Msc. Ryan da Silva Ramos, laboratório
é coordenado pela Dra. Sheylla Susan Moreira da Silva.
Camily Ribeiro Fernandes
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por ter chegado até aqui pela sabedoria e proteção e por nunca te me
abandonado quando mais precisei.
A minha mãe Simone Silva Braga Da Silva, que sempre me ajudou para que eu concluo – se o
curso e não ter deixado eu desistir quando faltou forças a pessoa que mais amo na vida te amo
mãe.
A meu pai João Lopes Da Silva, que fez de tudo e mais um pouco para mim me forma e conclui-
se o curso, e também a minha irmã Druscila Mafalda Zaghetti.
Ao meu orientador Dr. Williams Jorge Da Cruz Macedo ao meu coorientador Dr. Ismael de
Jesus Matos Viégas, por toda atenção e compreensão.
A minha parceira Camily Fernandes que elaborou esse trabalho junto comigo.
A universidade Federal Rural Da Amazônia por me proporcionar a oportunidade da realização
da graduação.
Ao Laboratório de Fitoquímica e Farmacognosia da UNIFAP, onde foi feito as análises pela
técnica Erica de Menezes Rabelo é supervisionada pelo Msc. Ryan da Silva Ramos, laboratório
é coordenado pela Dra. Sheylla Susan Moreira da Silva.
Jonathan Braga da Silva
“Boas notas não significam tudo.
Para ter sucesso você precisa falhar.”
(Kim Taehyung)
RESUMO
Existem muitas propriedades encontradas em diversas plantas ornamentais que apresentam
grandes benefícios a saúde, e muitos dos resultados dos metabólitos secundários geralmente são
encontrados nos extratos dessas plantas. O objetivo da pesquisa foi investigar os metabólicos
secundários por categorias, com potenciais princípios ativos presentes nas flores, como
indicativo para o desenvolvimento de produtos que podem originar fármacos a partir da
obtenção de extratos das flores das espécies Golden Torch (Heliconia spathocircinata), Pássaro
de fogo (Heliconia Bihai) e Shampoo (Zingiber spectabile). O experimento iniciou com
plantios realizados com os rizomas de cada espécie, e no período de coletas das flores, foram
obtidos os extratos líquidos, massa fresca e seca das flores. Em seguida realizou-se a sondagem
de cada material para constatar a existência dos metabólitos secundários por espécie, e
posteriormente comparado para averiguar se todas as amostras apresentavam as mesmas classes
de metabólicos. Os resultados obtidos na identificação química corresponderam a presença de
flavonóides, alcalóides, proteínas, aminoácidos, saponinas, açúcar redutor e fenóis. Portanto, o
estudo sinaliza importantes substâncias bioativas em flores de plantas tropicais, contudo a
atividade de prospecção fitoquímica deve prosseguir em experimentos posteriores, a partir de
isolamento dos princípios ativos, de cada metabólico encontrado, no sentido de quantificar e
qualificar a concentração dos mesmos nas possíveis aplicações de produtos fármacos para
tratamentos terapêuticos.
Palavras-chave: Plantas ornamentais, Metabólitos secundários, Princípios ativos, Flores
tropicais, Extratos.
ABSTRACT
There are many properties found in various ornamental plants that have great health benefits,
and many of the results of the secondary metabolites are generally found in the extracts of these
plants. The objective of the research was to investigate the secondary metabolites by categories,
with potential active principles present in the flowers, as indicative for the development of
products that can originate drugs from obtaining extracts of the flowers of the species Golden
Torch (Heliconia spathocircinata), Bird of fire (Bihai Heliconia) and Shampoo (Zingiber
spectabile). The experiment started with plantations made with the rhizomes of each species,
and in the collection period of the flowers, liquid extracts, fresh and dry mass of the flowers
were obtained. Then, each material was sampled to determine the presence of secondary
metabolites by species, and then compared to determine whether all samples had the same
metabolic classes. The results obtained in the chemical identification corresponded to the
presence of flavonoids, alkaloids, proteins, amino acids, saponins, reducing sugar and phenols.
Therefore, the study indicates important bioactive substances in flowers of tropical plants,
however, the phytochemical prospecting activity should continue in subsequent experiments,
based on isolation of the active principles, of each metabolic found, in order to quantify and
qualify their concentration in the possible applications of drug products for therapeutic
treatments.
Keywords: Ornamental Plants, Secondary metabolites, Active Principles, Tropical flowers,
Extracts.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1: ESTRUTURA BÁSICA DOS FLAVONÓIDES. ................................................................. 25
FIGURA 2: ESTRUTURA BÁSICA, SAPONINA. .............................................................................. 27
FIGURA 3: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA FAZENDA EXPERIMENTAL DE IGARAPÉ-AÇU, PARÁ,
BRASIL. ..................................................................................................................................... 28
FIGURA 4: AMOSTRAGEM DAS FLORES. A- SHAMPOO (ZINGIBER SPECTABILE); B- PÁSSARO DE
FOGO (HELICONIA BIHAI); C- GOLDEN TORCH (HELICONIA SPATHOCIRCINATA), AINDA EM
TOUCEIRA. ................................................................................................................................. 29
FIGURA 5: AMOSTRAS COLHIDAS. A- SHAMPOO (ZINGIBER SPECTABILE); B- PÁSSARO DE FOGO
(HELICONIA BIHAI); C- GOLDEN TORCH (HELICONIA SPATHOCIRCINATA). JÁ NO LABORATÓRIO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - CAMPUS CAPANEMA PA. ....................... 29
FIGURA 6: PESAGEM DA MASSA FRESCA. A- SHAMPOO (ZINGIBER SPECTABILE); B- PÁSSARO DE
FOGO (HELICONIA BIHAI); C- GOLDEN TORCH (HELICONIA SPATHOCIRCINATA). ..................... 30
FIGURA 7: PESAGEM DA MASSA SECA, A- SHAMPOO (ZINGIBER SPECTABILE); B- PÁSSARO DE
FOGO (HELICONIA BIHAI); C- GOLDEN TORCH (HELICONIA SPATHOCIRCINATA). ..................... 30
FIGURA 8: AS AMOSTRAS SECAS DE, A- SHAMPOO (ZINGIBER SPECTABILE); B- PÁSSARO DE FOGO
(HELICONIA BIHAI); C- GOLDEN TORCH (HELICONIA SPATHOCIRCINATA), FORAM TRITURADAS
COM AUXÍLIO DE UM LIQUIDIFICADOR. ...................................................................................... 31
FIGURA 9: AMOSTRAS TRITURADAS E POSTAS EM GARRAFAS PETS COM ADIÇÃO DE ÉTER DE
PETRÓLEO, A- PÁSSARO DE FOGO (HELICONIA BIHAI); B- SHAMPOO (ZINGIBER SPECTABILE); C-
GOLDEN TORCH (HELICONIA SPATHOCIRCINATA). .................................................................... 31
FIGURA 10: AS AMOSTRAS QUE ESTAVAM COM ADIÇÃO DE ÉTER DE PETRÓLEO NA GARRAFA PET
FOI FILTRADA, APÓS 2 MESES, PARA SER POSTA NO BALÃO DE FUNDO CHATO. ........................... 32
FIGURA 11: APÓS FILTRAR CADA AMOSTRA, FOI OBTIDO 200ML, ONDE FOI POSTA NO BALÃO DE
FUNDO CHATO. A- GOLDEN TORCH (HELICONIA SPATHOCIRCINATA); B- SHAMPOO (ZINGIBER
SPECTABILE); C- PÁSSARO DE FOGO (HELICONIA BIHAI). .......................................................... 32
FIGURA 12: EXTRAÇÃO COM AUXÍLIO DO SOXHLET, COM TEMPERATURA DE 60ºC. A- GOLDEN
TORCH (HELICONIA SPATHOCIRCINATA); B- SHAMPOO (ZINGIBER SPECTABILE); C- PÁSSARO DE
FOGO (HELICONIA BIHAI). .......................................................................................................... 33
FIGURA 13: 20ML DE CADA AMOSTRA: A- SHAMPOO (ZINGIBER SPECTABILE), B- GOLDEN TORCH
(HELICONIA SPATHOCIRCINATA), C- PÁSSARO DE FOGO (HELICONIA BIHAI), SEM ADIÇÃO DE
NENHUMA SOLUÇÃO. ................................................................................................................. 35
FIGURA 14: DEMONSTRAÇÃO DA ADIÇÃO DOS REAGENTES NA AMOSTRA. ................................ 36
FIGURA 15: SHAMPOO (ZINGIBER SPECTABILE). A- COM ADIÇÃO DE GOTAS DE HCL, B- COM
ADIÇÃO DE GOTAS HIDRÓXIDO DE SÓDIO. ................................................................................. 37
FIGURA 16: SHAMPOO (ZINGIBER SPECTABILE) FIGURA C; PÁSSARO DE FOGO (HELICONIA BIHAI)
FIGURA D; GOLDEN TORCH (HELICONIA SPATHOCIRCINATA) FIGURA E. ................................... 38
FIGURA 17: PÁSSARO DE FOGO (HELICONIA BIHAI), F- HIDRÓXIDO DE SÓDIO, PRESENÇA DE
PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS, G- ADIÇÃO DE GOTAS DE HIDRÓXIDO DE SÓDIO, PRESENÇA DE
PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS. ..................................................................................................... 38
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: PRESENÇA (+) OU AUSÊNCIA (–), DE METABOLITOS SECUNDÁRIO. .......................... 39
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 16
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 17
2.1 Objetivo Geral: ................................................................................................................. 17
2.2 Objetivos Específicos:....................................................................................................... 18
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 18
3.1 Origem e distribuição das helicônias .............................................................................. 18
3.2 Aspectos Botânicos ............................................................................................................ 19
3.2.1 Golden Torch (Heliconia spathocircinata) ..................................................................... 19
3.2.2 Pássaro de Fogo (Heliconia bihai) .................................................................................. 19
3.2.3 Shampoo (Zingiber spectabile) ........................................................................................ 20
3.3 Condições edafoclimáticas ............................................................................................... 20
3.4 Importância econômica das plantas ................................................................................ 21
3.5 Importância química e farmacológica das plantas ........................................................ 22
3.6 Pesquisas Fitoquímicas ..................................................................................................... 24
3.7 Função dos metabólitos secundários nas plantas ........................................................... 24
3.7.1 Flavonóides ...................................................................................................................... 24
3.7.2 Saponinas ......................................................................................................................... 26
3.7.3 Alcalóides ........................................................................................................................ 27
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 27
4.1Descrição da área de estudo .............................................................................................. 27
4.2 Amostragem ...................................................................................................................... 28
4.3 Métodos de extração ......................................................................................................... 33
4.3.1 Métodos de Extração dos princípios ativos que foram empregados. .............................. 33
4.3.2 Metodologia para a identificação química dos reagentes ................................................ 34
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 36
5.1 Identificação de metabólitos secundários nas flores tropicais Shampoo (Zingiber
spectabile), Golden Torch (Heliconia spathocircinata) e Pássaro de Fogo (Heliconia Bihai).
.................................................................................................................................................. 36
5.2 Presença e Ausência de Metabólitos Secundários Nas Flores Tropicais de Shampoo
(Zingiber spectabile), Golden Torch (Heliconia sparthocircinata) e Pássaro de Fogo
(Heliconia bihai). ..................................................................................................................... 39
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 41
16
1 INTRODUÇÃO
As plantas são fontes naturais de uma infinidade de substâncias químicas que são
biossintetizadas com várias finalidades, entre elas protegê-las contra predadores ou atrair
polinizadores (SOUZA et al., 2013). As plantas utilizadas na medicina tradicional estão sendo
também cada vez mais estudadas por ser possíveis fontes de substâncias com atividades
antimicrobianas frente a microorganismos prejudiciais à saúde do homem (MENDES et al.,
2011).
O uso de produtos naturais é tão antigo quanto a humanidade. O homem em busca da
cura de enfermidades passou a utilizar produtos vegetais em forma de infusão ou como
condimentos. Através deste uso informal de produtos naturais, os primórdios realizaram
grandes descobertas que hoje se tornaram o centro dos estudos da química e da medicina
moderna (PEREIRA; CARDOSO, 2012). Segundo Salomé (2007), a maioria dos fármacos de
origem natural que são utilizados atualmente, são oriundos da chamada medicina tradicional ou
popular, o que demonstra que as substâncias de origem vegetal tem papel essencial na obtenção
de medicamentos e que, partindo do conhecimento popular, podem ser obtidos bons resultados.
A pesquisa fitoquímica é importante principalmente quando ainda não são dispostos
todos os estudos químicos com espécies de interesse popular, tendo como objetivo os
compostos químicos das espécies vegetais e avaliar sua presença nos mesmos identificando
grupos de metabólitos secundários relevantes (SIMÕES et al., 2004).
O Brasil com sua flora característica com diversas espécies vegetais, já reconhece
diversas espécies naturais com importante ação farmacológica. A inserção destas espécies
(verduras, legumes e frutas) reduz em 20% os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas-
degenerativas. Estas espécies possuem essa capacidade por possuírem em sua composição
substâncias bioativa com ação antioxidante (PEREIRA; CARDOSO, 2012).
De acordo com Vilegas et al. (2009), o âmbito da saúde, a política pública vigente no
Brasil recomenda a promoção da popularização no uso de plantas medicinais e fitoterapia na
atenção primária, entretanto, com eficácia, segurança e práticas de conservação da
biodiversidade medicinal. Um dos fatores que contribui com esta questão no país é a geração
de conhecimento sobre os princípios ativos da matéria prima nos vários biomas e seus
respectivos ecossistemas, principalmente devido à grande extensão territorial e plantas obtidas
de várias localidades, levando as dificuldades relacionadas ao controle de qualidade dessas
opções terapêuticas.
17
No Brasil e no mundo a floricultura tropical vem aumentando suas atividades,
destacando-se como gerador de renda através do agronegócio e também um fixador de mão de
obra no campo para os pequenos produtores. Mas, também são vistas como potencialidade para
o desenvolvimento de fármacos e matérias primas farmacêuticas (SIMÕES; SCHENKEL,
2002), pelo uso de seus princípios ativos. Em relação ao princípio ativo de muitas espécies de
plantas no Brasil há a necessidade de maior conhecimento sobre estas (CARVALHO et al.,
2009).
Entretanto, alguns componentes derivados de espécies de plantas ornamentais podem
causar intoxicações, são estes os alcalóides, cardiotônicos, glicosídeos cianogenéticos, os
taninos, as saponinas, o oxalato de cálcio, as toxialbuminas. Podendo provocar sintomas
semelhantes tanto em animais quanto em humanos (BARG, 2004).
Diversos autores têm apontado à importância de estudos químicos e farmacológicos,
em plantas tropicais, pela intensa produção de metabólitos secundários nas espécies desses
ecossistemas (GOTTLIEB, 1981). Muitas das espécies da família Zingiberaceae são utilizadas
como aromatizantes ou condimentos, destacando-se o gengibre ornamental. No Brasil, o
mesmo é utilizado na fabricação de duas bebidas: a gengibirra e o quentão. Algumas
Zingiberáceas apresentam propriedades medicinais (HUTCHINSON, 1995).
O presente trabalho buscou investigar qual o potencial das espécies Golden Torch
(Heliconia spathocircinata), Pássaro de fogo (Heliconia Bihai) e Shampoo (Zingiber
spectabile) em apresentar substâncias que fossem enquadradas em categorias
farmacologicamente ativas?
Por outro lado, o referido experimento incentiva a valorização de espécies tropicais,
despertando possibilidades de outras utilizações das espécies no mercado, além da forma usual
direcionada ao comércio ornamental. Com isso, verifica-se a possibilidade de verticalização da
cadeia produtiva das flores tropicais a partir do desenvolvimento de novos elos produtivos,
dinamizando a produção do cultivo e gerando oportunidade de negócios com a criação de
subprodutos farmacêuticos, além de contribuir para a qualidade de vida da sociedade.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral: Identificar a presença de substâncias farmacologicamente ativas, por
categoria, nas flores Golden Torch (Heliconia spathocircinata), Pássaro de Fogo (Heliconia
bihai) e Shampoo (Zingiber spectabile).
18
2.2 Objetivos Específicos:
Realizar o plantio de cada espécie floral selecionada a partir dos rizomas;
Utilizar as flores para a prospecção fitoquímica em laboratório, identificando os
metabólicos secundários por espécie coletada;
Comparar pelo teste indicativo de presença e ausência, se todas as espécies
apresentavam o mesmo padrão de metabólicos secundários.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Origem e distribuição das helicônias
As helicônias são encontradas nas Américas Central e do Sul desde o nível do mar até
2.000 metros de altitude, e nas ilhas do Pacífico Sul, até 500 metros de altitude. Ocorrem,
predominantemente, em regiões úmidas, porém, há espécies adaptadas a áreas de secas
periódicas. São encontradas a pleno sol ou em áreas sombreadas de florestas primárias
(CRILEY & BROSCHAT, 1992).
Até recentemente as helicônias, apesar de sua notável aparência, não haviam sido
adequadamente descritas ou estudadas. À partir de 1985, com a criação de Heliconia Society
Internacional, muitas informações técnicas de cultivo e conhecimento geral, foram geradas e
trocadas entre horticulturistas, botânicos e entusiastas (BERRY & KRESS, 1991). Lamas
(2002), relata que as flores tropicais e brotos também são comestíveis e fazem parte da culinária
de diversos países asiáticos, onde são fatiadas finamente e adicionadas a vários pratos, dando
um sabor picante, diferente do gengibre comercial.
As helicônias são plantas herbáceas, variando de 0,5 m a 6,0 m de altura, quando
medidas do solo até o ponto mais alto das folhas (CRILEY & BROSCHAT, 1992). Apresentam
extensivo crescimento rizomatoso, com variável capacidade de colonização vegetativa,
podendo ter colonização agrupada ou adensada, ou seja, com emissão de perfilhos muito
afastados entre si ou muito próximos, respectivamente (COSTA, 2005). Cada perfilho apresenta
um número variável de folhas, sempre com uma inflorescência terminal (CATLEY &
BROOKING, 1996).
As flores de helicônias são hermafroditas, com cores diversificando de amarelo a branco
(BERRY & KRESS, 1991). O perianto é constituído de três sépalas externas e três pétalas
internas, as quais mostram diversos graus de fusão, gerando um tubo aberto de comprimento
19
variado, de acordo com a espécie. As flores evidenciam seis estames, cinco férteis e um
modificado em estaminoide estéril (CRILEY, 1995). O tamanho, forma e inserção dos estames
são características usadas para identificação das espécies. As anteras ficam localizadas acima
ou no nível final do perianto. O pólen fica maduro durante o dia, na maioria das espécies. O
estilete acompanha a curvatura do perianto e o ovário é ínfero, trilocular, com placentação basal,
com um óvulo por lóculo (SIMÃO et al., 2006).
3.2 Aspectos Botânicos
3.2.1 Golden Torch (Heliconia spathocircinata)
Aristeguieta (1961), relata que a planta possui o hábito musóide, com 1,5 a 3,0 metros
de altura. Demostra inflorescência ereta, com 10 a 35 cm de comprimento, com raque sinuosa,
de coloração vermelha ou amarelada e glabra ou pubérula. As brácteas persistentes, em que os
números variam de 4 a 12 por inflorescência, onde são distribuídas em espiral. Estão inseridas
em um ângulo de 55 a 90° em relação ao eixo da inflorescência e têm coloração vermelha ou
alaranjada, algumas vezes com margens amarelas ou verde - amareladas e com pilosidade. As
flores podem ser retas a uniformemente curvadas, de 2 a 3 por bráctea e amarelas.
3.2.2 Pássaro de Fogo (Heliconia bihai)
De acordo com Patro (2013), a Heliconia bihai é conhecida popularmente por Pássaro-
de-fogo, é uma planta tropical por excelência. Sendo nativa da floresta amazônica, ela chama a
atenção pelo colorido vibrante das inflorescências e pela folhagem exuberante. Seu caule é
rizomatoso, de onde surgem longos pecíolos eretos e invaginantes, que sustentam folhas
grandes, elípticas a lanceoladas, alternas, de cor verde e com nervação marcada. Apesar
de herbácea seu porte é arbustivo, alcançando de 1,5 a 4 m de altura. Apresenta inflorescências
do tipo espigas, eretas e surgem na primavera e verão. São formadas também por brácteas
grandes e coloridas, com cores de vermelho alaranjado, com uma margem verde superior
na espécie típica. As flores são pequenas, tubulares, brancas, nectaríferas e atraem beija-flores
e morcegos que são os seus principais polinizadores.
No paisagismo esta planta chama a atenção pela exuberante folhagem e flores de cores
chamativas. Valorizando principalmente jardins de estilo tropical, em canteiros, maciços e
20
bordaduras informais, suavizando construções, cercas e muros. O efeito da planta cercando
caminhos amplos também é muito refrescante e acolhedor. Pode ser plantada em vasos largos
e conduzida em estufas em locais de clima temperado (PATRO, 2013). A mesma autora relata
que plantas desta espécie devem ser cultivadas sob sol pleno ou meia-sombra, em solo fértil,
drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente, pois esta aprecia o calor e
a umidade tropicais. Suas folhas são sensíveis as geadas, mas caso seja atingida, rebrota
normalmente na primavera. Seu cultivo é perene, não necessita de replantio. Fertilizações
orgânicas anuais na primavera estimulam intensas florações. Estas plantas multiplicam-se por
sementes, divisão do rizoma ou da touceira.
3.2.3 Shampoo (Zingiber spectabile)
Lamas (2004), relata que o gengibre ornamental, conhecido como Shampoo (Zingiber
spectabile), maracá ou sorvetão, é uma planta ornamental tropical de origem asiática, nativa da
Malásia, que pertence à família Zingiberaceae, este gênero é constituído de 85 espécies.
Apresenta inflorescência com brácteas amarela até róseo-avermelhado, sendo bastante
resistente ao manuseio, e sua durabilidade é grande, além de uma produtividade excepcional.
O Shampoo (Zingiber spectabile), é uma planta herbácea, rizomatosa, robusta, perene
com hastes mais ou menos eretas, podendo atingir até 2,50m de altura. Dispõe de folhas
alongadas, lanceoladas e aveludadas na parte inferior. Produz inflorescências terminais que tem
aspecto cilíndrica que mais relembra um sorvetão; suas brácteas são de coloração amarelo
brilhante e, à medida que envelhecem se torna róseo-avermelhadas. Estas são sustentadas por
uma haste ereta de 0,30 a 0,80 m que originam claramente o sistema do rizomas, sendo
inteiramente separadas das hastes vegetativas (LAMAS, 2004). O mesmo autor afirma que a
maior parte da família Zingiberaceae, são plantas de sombra de florestas úmidas, apesar de que
algumas se cresçam, em margens de rios, em bordas de matas, em clareiras ou a céu aberto.
3.3 Condições edafoclimáticas
Dentre os fatores positivos à expansão do cultivo de flores tropicais, no Estado do Pará,
destacam-se as condições ambientais amazônicas altamente favoráveis, principalmente, no que
concerne à temperatura e a umidade. As plantas produtoras de flores tropicais como o shampoo,
bastão-do-imperador e Alpínia, pertencentes à ordem Zingiberales, são originárias de regiões
de clima quente, que apresentam índices de precipitação pluviométrica, temperatura e umidade
21
relativa elevados (CORREA & NAKAYMA, 2005). O Estado do Pará apresenta condições
climáticas altamente favoráveis para contribuir com as exigências do mercado especificamente,
quanto à produção de flores e folhagens tropicais.
Para Loges et al. (2005), estes autores afirmam que a maioria dos países desenvolvidos
demostram limitações para o cultivo de flores tropicais devido às condições climáticas
desfavoráveis ou exiguidade do território. Através disto vem incentivando cada vez mais a
produção destas flores no Brasil, pontualmente nas regiões Norte e Nordeste; devido ao clima,
disponibilidade de terra, água, energia e mão-de-obra. Este conjunto de fatores incide,
diretamente, na qualidade do produto, possibilitando custos de produção mais baixos e preços
competitivos no mercado externo.
O Brasil apresenta uma grande amplitude edafoclimáticas, que favorece o cultivo de
flores e plantas ornamentais. Na floricultura, assim como em outros setores, o consumidor busca
sempre qualidade e inovação dos produtos (JUNQUEIRA; PEETZ, 2008).
As espécies de origem tropical são responsáveis por uma parcela deste mercado, tanto
a nível nacional quanto internacional; e, dentre as flores tropicais mais cultivadas no Brasil, o
gênero Heliconia L., único da família Heliconiaceae, os gêneros Alpínia e Etlingera (Bastão do
imperador), ambos da família Zingiberaceae, e o gênero Anthurium (Araceae) merecem
destaque (LAMAS, 2004a).
3.4 Importância econômica das plantas
A produtividade de flores tropicais de corte, no Estado do Pará vem crescendo
consideravelmente, em consequência de alguns conhecimentos sobre os diferentes
componentes do sistema de produção, especificamente, com relação aos estudos de
melhoramento genético, manejo de cultura, nutrição, adubação e calagem. (RODRIGUES et
al., 2006, BATISTA, 2006).
As flores tropicais apresentam características favoráveis à comercialização como
beleza, exotismo, variedade de cores e formas, resistência ao transporte, durabilidade pós-
colheita, além de aceitação no mercado externo (LOGES et al., 2005). Terão et al. (2005),
comentam que a durabilidade pós-colheita é um dos principais aspectos a serem observados na
produção de flores para corte. Além disso, constitui um pré-requisito para a qualidade do
produto e para o sucesso da comercialização. Entre os fatores que influenciam esses aspectos
está o manejo pré-colheita que envolve propriedades nutricionais da cultura. A adubação
22
inadequada pode acarretar deficiências nutricionais e afetar o desenvolvimento, a produtividade
e a qualidade do produto.
A floricultura caracteriza-se pelo cultivo de plantas ornamentais, flores e folhagens para
corte, plantas envasadas, floríferas ou não, até a produção de sementes, bulbos, palmeiras,
arbustos, mudas de árvores e outras espécies para cultivo em jardim. No Brasil, a produção e
consumo dessas plantas vêm acompanhando a tendência de expansão do mercado mundial, a
qual vem crescendo a cada ano (LANDGRAF; PAIVA, 2009). Quanto mais exuberante e rara
a inflorescência, maior será o preço obtido. Uma única inflorescência de H. chartaceae ‘Sexy
Pink’ pode ser comercializada por três dólares em nível de produtor (LAMAS, 2001).
O agronegócio de flores tropicais é um dos segmentos da agricultura em ascensão no
Brasil e no mundo, destacando-se como uma atividade geradora de renda, fixadora de mão-de-
obra no campo e adequada para pequenos produtores em áreas impróprias para outras atividades
agropecuárias (WARUMBY, 2004).
O mercado de flores e plantas ornamentais tem se destacado no segmento produtivo
agroindustrial de forma crescente, dinâmica e promissora, tanto no mercado nacional como
internacional. No Brasil, o mercado distribui-se em 50% para flores em vasos, 40% para flores
de corte e 10% para plantas ornamentais (STRINGHETA et. al., 2002). O cultivo de flores
tropicais é feito, principalmente, nos estados do Nordeste – Pernambuco, Alagoas, Ceará, Bahia
e Sergipe, na região Norte, nos estados do Pará e Amazonas, no Distrito Federal, além do Rio
de Janeiro e São Paulo, no Sudeste (JUNQUEIRA & PEETZ, 2005).
Santos et al. (2006), relatam que dentre tais espécies, se destacam as espécies do gênero
helicônia, que são muito apreciadas em função das suas peculiaridades. Onde, seu excepcional
potencial de comercialização no mercado interno e externo se deve à aparência exótica das
inflorescências e à grande variação de cores e formas, com produção de flores contínua, em
uma vasta quantidade e devido à alta durabilidade após o corte, apresentando perspectivas
promissoras como flores de corte e plantas para paisagismo.
3.5 Importância química e farmacológica das plantas
Os primeiros registros da utilização de remédios obtidos de material vegetais datam da
época do Brasil colônia, já que por falta de medicamentos trazidos da Europa, os médicos
portugueses utilizavam do conhecimento adquirido dos índios para a obtenção de conhecimento
23
sobre determinados vegetais que poderiam ser utilizados para curar determinadas enfermidades
(VEIGA, 2002).
O uso das plantas para fins medicinais tem despertado um grande interesse pelo
conhecimento da composição química das plantas e contribuído para o estudo das espécies de
origem vegetal, buscando analisar seu princípio ativo, mecanismos de ação e presença ou
ausência de eficácia no controle ou tratamento de determinadas enfermidades (MACIEL;
PINTO; VEIGA, 2002; SIMÕES, 2004).
No Brasil, as plantas eram utilizadas até a metade do séc. XX na cura de inúmeras
doenças. Com o advento da industrialização, da urbanização e avanço da tecnologia voltada à
elaboração de fármacos sintéticos, a utilização desses medicamentos aumentou muito,
principalmente na população de maior poder aquisitivo, diminuindo a utilização de plantas
medicinais (TOMAZZONI; NEGRELLE; CENTA, 2006).
Segundo os autores Rates, (2001); Schenkel et al., (2001); Franceschini (2004), logo
após a década de 1960, observou-se um desinteresse da indústria farmacêutica e dos institutos
de pesquisa pela busca de novas substâncias de origem vegetal, por se levar em consideração
que já haviam sido isoladas as principais substâncias ativas das drogas vegetais conhecidas,
bem como já haviam sido realizadas todas as possíveis alterações químicas de interesse dessas
substâncias. As pesquisas com ervas medicinais foram sendo deixadas de lado pelo enorme
avanço das formas sintéticas. A produção de fármacos por via de síntese química, o crescimento
do poder econômico das indústrias farmacêuticas e a ausência de comprovações científicas de
eficácia das substâncias de origem vegetal, aliada às dificuldades de controle químico, físico-
químico, farmacológico e toxicológico dos extratos vegetais até então utilizados,
impulsionaram a substituição desses por fármacos sintéticos.
A partir dos anos 1980, os avanços técnicos e o desenvolvimento de novos métodos de
isolamento de substâncias ativas a partir de fontes naturais, permitiram maior rapidez na
identificação de substâncias em amostras complexas como os extratos vegetais, ressurgindo o
interesse pela pesquisa dessas substâncias como protótipos para obtenção de fármacos com
atividades terapêuticas semelhantes à dos compostos originais. Tal fato é comprovado pela
evidência de que hoje cerca de 25% dos fármacos prescritos no mundo são obtidos direta ou
indiretamente de plantas. Além disso, cerca de 49% dos fármacos desenvolvidos entre 1981 a
2002 foram obtidos a partir de produtos naturais ou análogos semi-sintéticos ou ainda
compostos sintéticos baseados em produtos naturais (ROBBERS; SPEEDIE; TYLER, 1997;
KOEHN; CARTER, 2005).
24
3.6 Pesquisas Fitoquímicas
Diante desse diverso e inesgotável arsenal terapêutico presente nas plantas medicinais,
as principais indústrias farmacêuticas investem cada vez mais na pesquisa envolvendo os
vegetais, pois grande parte dos medicamentos existentes no mercado se originou de produtos
naturais, em especial de plantas (FERREIRA, 2002).
De acordo com Carvalho et al. (2015), A pesquisa fitoquímica tem o objetivo de
conhecer os constituintes químicos presentes nas espécies vegetais, podendo ser identificados
na análise fitoquímica preliminar grupos relevantes de metabólitos secundários, que constituem
os princípios ativos vegetais.
3.7 Função dos metabólitos secundários nas plantas
De acordo com Delbone; Lando (2010), as substâncias bioativas são provenientes do
metabolismo secundário que desenvolve-se somente em espécies naturais. O metabolismo
secundário é resultante de várias reações anabólicas e catabólicas das estruturas celulares, sendo
que este processo metabólico é derivado do metabolismo primário que origina os metabólicos
primários indispensáveis a vida celular (carboidratos, proteínas, aminoácidos e ácidos
nucléicos) e que são provenientes das vias fotossintéticas e respiratórias. Os mesmos autores
afirmam que o metabolismo secundário vegetal, através das substâncias formadas no
metabolismo primário, forma vários compostos orgânicos; que por sua vez possuem atividade
biológica. As principais classes de metabólitos secundários identificados em espécies vegetais
são os compostos nitrogenados, compostos fenólicos ou fenóis e terpenos ou terpenóides.
3.7.1 Flavonóides
Dentre os compostos orgânicos originários do metabolismo secundário encontra-se os
flavonoides, que constituem a maior classe de fenólicos vegetais. A estrutura química desse
composto é formada a partir de 15 átomos de carbonos organizados em dois anéis aromáticos
ligados por uma cadeia de três carbonos (FERREIRA, OLIVEIRA; SANTOS, 2008).
Os flavonóides são considerados um dos maiores grupos de metabólitos secundários das
plantas, é encontrados amplamente em frutas, folhas, chás e vinhos. São pigmentos naturais
25
importantes e nas plantas tem como função principal proteger estes organismos contra agentes
oxidantes (LOPES et al. 2010).
Basicamente, todos os flavonoides são constituídos por três anéis, onde os seus carbonos
podem sofrer variações químicas, como hidroxilação, hidrogenação metilação e sulfonação,
proporcionando a formação de mais de quatro mil compostos flavonóides, que são agrupados
em classes (GEORGIEV et al. 2014). Nesta classe encontra-se as antocianinas, flavonóis,
flavonas, isoflavonas, flavonas com diversos efeitos biológicos, como atividade antioxidante,
anti-inflamatória e antitumoral e inibição da danificação do colágeno. As antocianinas são um
grupo de pigmentos naturais e destacam-se pela atividade antioxidante. Enquanto as isoflavonas
possui poder anticancerígeno (PEREIRA; CARDOSO, 2012).
Estas classes polifenólicas, desde a década de 80, se destacam por suas propriedades
farmacológicas. Até o momento, em testes com animais, estes compostos demonstram ter ação
terapêutica, como por exemplo, aos sistemas imunológico, circulatório, cardiovascular e
nervoso (GEORGIEV et al. 2014).
Nas Plantas, os flavonoides exercem diversas funções destacando-se a proteção da
radiação UV, a proteção contra microrganismos, ação antioxidante, inibição enzimática, entre
outras (NIJVELDt et al., 2001).
Figura 1: Estrutura básica dos Flavonóides.
Fonte: Info escola, (2018).
Flavonóides: origem, estrutura química e classes: Os flavonóides compõem uma ampla
classe de compostos polifenólicos de origem vegetal, cuja síntese não ocorre na espécie humana
(LOPES et al., 2010). São encontrados nas partes aéreas das plantas de diferentes ecossistemas,
com ênfase as angiospermas, e considerados compostos relativamente estáveis por resistirem a
oxidação, altas temperaturas e moderadas variações de acidez. Podem se apresentar como
26
agliconas, glicosídeos ou fazerem parte de outros compostos químicos, como as flavolignanas
(KUMAR e PANDEY, 2014).
Além das atividades desempenhadas nas plantas, como a pigmentação de frutos e flores,
a regulação do crescimento vegetal e a proteção da planta contra agentes oxidativos, ensaios” in
vivo” e “in vitro” demonstraram ampla variedade de atividades biológicas dos compostos
flavonóides, com ênfase aos onóides e isoflavonóides (LOPES et al., 2010).
Toxicidade dos flavonoides: É de conhecimento que a cura de doenças ou amenização
de seus sintomas por meio das plantas sempre foi uma prática comum em todo mundo,
principalmente em países em desenvolvimento econômico (FRESCURA et al., 2012).
3.7.2 Saponinas
Derivados também do metabolismo secundário, tem-se as saponinas que apresentam
propriedades detergentes e surfactantes. Seu efeito biológico destaca-se pela ação antioxidante,
em que se ligam a sais biliares e colesterol no tubo digestivo; além disso atuam contra células
tumorais (PEREIRA; CARDOSO, 2012).
Saponinas são glicosídeos de esteroides ou de terpenos policíclicos. É uma estrutura
com caráter anfifílico, parte da estrutura com característica lipofílica (triterpeno ou esteroide) e
outra hidrofílica (açúcares). Essa característica determina a propriedade de redução da tensão
superficial da água e suas ações detergentes e emulsificante (SCHENKEL et al., 2001).
Logo saponinas são substâncias derivadas do metabolismo secundário das plantas,
relacionados, principalmente, com o sistema de defesa. São encontradas nos tecidos que são
mais vulneráveis ao ataque fúngico, bacteriano ou predatório dos insetos (WINA et al., 2005),
considerando-se parte do sistema da defesa das plantas e indicadas como “fitoprotetoras”
(PIZARRO, 1999). Essa atividade seria devido a interação com os esteróis da membrana
(FRANCIS et al., 2002).
As saponinas da Quillaja saponária são amplamente utilizadas como adjuvantes em
vacinas orais e injetáveis e melhoram a eficácia de vacinas orais facilitando a absorção intestinal
de grandes moléculas (CHEEKE, 1999). Isto ocorre, provavelmente, pela interação com o
colesterol das membranas dos microfilos que causam lesões estruturais e com consequente
alteração da permeabilidade (JOHNSON et al., 1986).
27
Figura 2: Estrutura básica, saponina.
Fonte: Sociedade Brasileira Farmacognosia, (2009).
3.7.3 Alcalóides
São compostos nitrogênicos heterocíclicos, cujo exemplo bastante conhecido é a
morfina, um dos primeiros alcalóides isolados em 1805 da Papaver sonniferum (FESSENDEN,
1982), tendo a codeína e heroína como seus derivados. Alcalóides comumente isolados de
plantas da família Ranunculácea são conhecidos antimicrobianos (OMULOKOTI et al., 1997).
Solanargine, um glico-alcalóide pode ser usado contra a infecção do HIV (MCMAHON
et al., 1995; SETHI, 1979) e em infecções intestinais associadas à AIDS, segundo MCDEVITT
et al., (1996). Vários alcalóides mostraram efeito microbicida frente à Giardia e Entamoeba sp
(GHOSHAL et al., 1996).
A berberina é um importante representante dos alcalóides, sendo potencialmente
efetivo contra tripanosomas (FREIBURGHAUS et al., 1996) e plasmódios (OMULOKOTI et
al., 1997). Os mecanismos de ação foram estudados na berberina e harmane por HOPP et al.
(1976), sendo atribuídas a essas substâncias a habilidade para intercalar-se com o DNA,
segundo estudos de PHILLIPSON & O’NEILL, (1987).
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Descrição da área de estudo
O plantio das espécies Golden Torch (Heliconia spathocircinata), Pássaro de fogo
(Heliconia Bihai) e Shampoo (Zingiber spectabile), ocorreu na casa de vegetação com estrutura
de arco de ferro galvanizado, medindo um total de 1000 m2, sendo esta implantada na área da
Fazenda Escola de Igarapé-Açu (FEIGA), pertencente à Universidade Federal Rural da
Amazônia (UFRA), localizada no município de Igarapé Açu (Mesorregião do Nordeste
Paraense e Microrregião Bragantina), situada a 01º07'36" latitude Sul e 47º36'17" de longitude
28
Oeste. O clima da região é classificado segundo Köppen como “Am”, apresenta temperatura
máxima de 32,2°C e temperatura mínima de 21,4°C, possui clima chuvoso, apresentando
pequena estação seca (BASTOS; PACHECO, 1999).
O solo preeminente no município é o Latossolo Amarelo Textura Média sobressaindo
Solos concrecionários lateríticos nas terras firmes, além do mais à presença de Solos
hidromórficos indiscriminados e solos aluviais nas várzeas.
Figura 3: Mapa de localização da Fazenda Experimental de Igarapé-Açu, Pará, Brasil.
Fonte: Nascimento, (2017).
4.2 Amostragem
Os rizomas das flores Golden Torch (Heliconia psittacorum), Pássaro de fogo
(Heliconia bihai), Shampoo (Zingiber spectabile), foram plantados no dia 03 de junho de 2017,
apresentando as seguintes mensurações (Figura 4):
Comprimento da leira: 24m;
Largura da leira: 1 m;
Espaçamento entre planta: 1,5m;
Largura da rua das leiras: 0,8m.
29
Figura 4: Amostragem das flores. A- Shampoo (Zingiber spectabile); B- Pássaro de Fogo (Heliconia bihai); C-
Golden Torch (Heliconia spathocircinata), ainda em touceira.
Fonte: Silva, (2018).
Nos meses de março e junho de 2018, foram realizadas a coleta das flores Golden Torch
(Heliconia spathocircinata), Pássaro de Fogo (Heliconia bihai) e Shampoo (Zingiber
spectabile), e em seguida foram lavadas em água corrente e acondicionadas em sacos plásticos
transparentes para serem transportadas da FEIGA, no município de Igarapé-Açú, para o
Laboratório da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, localizado no município de
Capanema-Pa. (Figura 5).
Figura 5: Amostras colhidas. A- Shampoo (Zingiber spectabile); B- Pássaro de Fogo (Heliconia bihai); C- Golden
Torch (Heliconia spathocircinata). Já no laboratório da Universidade Federal Rural da Amazônia - Campus
Capanema Pa.
Fonte: Silva, (2018).
A B C
A
C
B
30
No Laboratório da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, uma parte das
amostras foi conduzida para a pesagem da massa fresca proveniente das flores, utilizando-se
balança analítica. Pesou-se cerca de 100g de amostra de cada flor a ser estudada.
Figura 6: Pesagem da massa fresca. A- Shampoo (Zingiber spectabile); B- Pássaro de Fogo (Heliconia bihai); C-
Golden Torch (Heliconia spathocircinata).
Fonte: Fernandes, (2018).
Em seguida, as amostras da massa fresca das flores foram conduzidas para uma estufa de
ar com temperatura de 75.5 ºC, permanecendo na estufa por uma semana. As amostras da massa
seca foram pesadas novamente (Figura 7) e em seguida a massa seca das flores foram trituradas
com auxílio de um liquidificador (Figura 8).
Figura 7: Pesagem da massa seca, A- Shampoo (Zingiber spectabile); B- Pássaro de Fogo (Heliconia bihai); C-
Golden Torch (Heliconia spathocircinata).
Fonte: Fernandes, (2018).
A B C
A B C
31
Figura 8: As amostras secas de, A- Shampoo (Zingiber spectabile); B- Pássaro de Fogo (Heliconia bihai); C-
Golden Torch (Heliconia spathocircinata), foram trituradas com auxílio de um liquidificador.
Fonte: Fernandes, (2018).
Após a massa seca das flores serem trituradas, estas foram encaminhadas para o
Laboratório de Fitoquímica e Farmacognosia da UNIFAP, onde foram feitos as análises de
confirmação para a obtenção dos resultados da presença (+) ou ausência (-) dos metabólitos
secundários.
O teste de extração inicial foi separar, em duas amostras, cuja as massas das flores foram
utilizadas para testar procedimentos diferentes. O primeiro procedimento correspondeu a
mistura da massa seca das flores com solução de éter de petróleo etanol.
O segundo procedimento consistiu em agrupar a massa fresca das flores em três
recipientes de material plásticos com capacidade de dois litros. Após a inserção das massas nos
três recipientes, foram adicionadas éter de petróleo, tendo um repouso de dois meses sob
refrigeração a -4 °C, para posteriormente serem filtradas e colocadas no balão de fundo chato.
(Figura 9)
Figura 9: Amostras trituradas e postas em garrafas pets com adição de éter de petróleo, A- Pássaro de Fogo
(Heliconia bihai); B- Shampoo (Zingiber spectabile); C- Golden Torch (Heliconia spathocircinata).
Fonte: Fernandes, (2018).
A B C
32
A realização das análises iniciou com a filtragem das amostras, acondicionadas em cada
copo de béquer de plástico, com o auxílio de papel filtro para intensificar a concentração da
mesma, pois as flores estavam bastante diluídas no éter, e isso implicaria no resultado. (Figura
10)
Figura 10: As amostras que estavam com adição de éter de petróleo na garrafa pet foi filtrada, após 2 meses, para
ser posta no balão de fundo chato.
Fonte: Fernandes, (2018).
A fração das amostras de massa fresca das flores, após dois meses de repouso, foram
filtradas, obtendo-se o extrato líquido das flores. Os quais, foram transferidos para balões de
fundo chato, de modo que somente 200 ml de líquidos extraídos das flores foram utilizados.
(Figura 11))
Figura 11: Após filtrar cada amostra, foi obtido 200ml, onde foi posta no Balão De Fundo Chato. A- Golden
Torch (Heliconia spathocircinata); B- Shampoo (Zingiber spectabile); C- Pássaro de Fogo (Heliconia bihai).
Fonte: Fernandes, (2018).
A B C
33
Para a realização da concentração das amostras foram feitas a extração com auxílio do
Soxhlet, com temperatura de 60ºC. (Figura 12)
Figura 12: Extração com auxílio do Soxhlet, com temperatura de 60ºC. A- Golden Torch (Heliconia
spathocircinata); B- Shampoo (Zingiber spectabile); C- Pássaro de Fogo (Heliconia bihai).
Fonte: Fernandes, (2018).
4.3 Métodos de extração
A extração resulta da dissolução de uma droga de composição variada e heterogenia no
determinado solvente. O solvente por sua natureza química e capaz de dissolver e carrear ao
apenas alguns constituintes de uma amostra vegetal. A seletividade do processo de extração
está intimamente relacionado com a escolha do solvente apropriado, pois, a seletividade do
solvente e uma característica para que sejam capaz de extrair a substancia ou princípio ativo
desejado conservando a sua estrutura. A exemplo temos, bases alcaloides são pouco solúveis
em água, porém solúveis em etanol da mesma forma que os óleos essenciais balsamos e rezinas.
(BRASIL, 2010; COSTA,1997).
4.3.1 Método de extração dos princípios ativos que foram empregados
Decocção: É o método de extração pelo aquecimento da droga com o solvente (água)
mantendo a fervura por até 10 minutos, filtrar após o resfriamento.
A B C
34
Soxhlet: O processo de transferência dos componentes parcialmente solúveis de uma
fase solida para a fase liquida usando um extrator Soxhlet. O sólido e colocado em um dedal de
papel de filtro que então colocado na câmara principal do extrato Soxhlet. O solvente (aquecido
ao refluxo) viaja para a câmara principal e os componentes solúveis são lentamente transferidos
para o solvente.
4.3.2 Metodologia para a identificação química dos reagentes
As metodologias utilizadas para a identificação química dos principais grupos de
substâncias ativas referenciadas pela literatura, como Flavonóides, Alcalóides e Saponinas,
encontram-se descritas a seguir:
A) Reações para identificação química de Flavonóides:
Foram acrescentadas 20 ml de etanol 80% nas 2g da droga pulverizada, aquecendo-se a
solução até a ebulição.
De acordo com Simões et al. (2004), o extrato obtido foi distribuído igualmente em
tubos de ensaio, nos quais foram realizadas as seguintes reações de identificação:
1ª) reação com cloreto férrico: foram adicionadas ao extrato gotas de cloreto férrico a
4,5 %;
2ª) reação com hidróxido de sódio: foram adicionadas ao extrato gotas de hidróxido de
sódio a 5%;
B) Reações para identificação química de Alcalóides:
Foram pesados em um bécker 1 g de droga pulverizada, as quais foram adicionadas 10
ml de solução de HCl a 1%, e aquecendo-se durante quatro minutos. Posteriormente, filtrou-se
o extrato obtido para um funil de separação.
Foram realizados a evaporação do clorofórmio, e o resíduo foi retomado com 2 ml de
ácido clorídrico diluído a 1%. A partir da solução ácida obtida, foram usados os seguintes
reativos para identificação química de alcaloides: Mayer, Bertrand, Dragendorff e Bouchardat
(SIMÕES et al., 2004).
C) Identificação da presença de Saponinas através da formação de espuma persistente:
Foram adicionados 30 ml de água destilada a 0,5 g da droga pulverizada, levando-se ao
fogo para a fervura por cinco minutos, onde obtiveram o extrato aquoso na qual foi filtrado para
um balão volumétrico. Foram feitos a transferência de 5,0 ml do extrato aquoso para um tubo
35
de ensaio, este tubo foi agitado e logo após a agitação, permaneceu em repouso durante 15
minutos (SIMÕES et al., 2004).
As amostras concentradas de cada planta foram adicionadas em 5 tubos de 20 ml cada,
totalizando 100 ml, para a verificação da cor do líquido da extração da massa da fresca das
flores antes da adição dos reagentes. A figura 12, demonstra o líquido das flores adicionados
em tubos sem adição de reagentes.
Figura 13: 20ml de cada amostra: A- Shampoo (Zingiber spectabile), B- Golden Torch (Heliconia
spathocircinata), C- Pássaro de Fogo (Heliconia bihai), sem adição de nenhuma solução.
Fonte: Fernandes, (2018).
Logo após foram colocadas 20 ml de cada amostra em placas de petri, com o auxílio das
pipetas foram feitas a adição dos reagentes para se testar a presença de Flavonóides, Saponinas,
Alcalóides e etc. A figura 13, demonstra a adição dos reagentes com o auxílio de pipetas no
líquido que foram extraídos da massa fresca das flores.
A B C
36
Figura 14: Demonstração da adição dos reagentes na amostra.
Fonte: Fernandes, (2018).
Para realização das análises, eram utilizados os solventes: Cloreto Férrico, Hidróxido
de Sódio, HCl e o Etanol que é um reativo.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os metabólitos secundários são compostos que não apresentam uma distribuição
universal, pois não são essenciais para todas as plantas. Como decorrência prática, esses
compostos podem ser utilizados em estudos taxonômicos (quimiosistemática). Os resultados
obtidos através da extração massa fresca das flores apresentam os metabólicos secundários
identificados por cada espécie de flores tropicais analisadas, assim como também, através do
teste indicativo de presença e ausência, demonstra se os metabólicos secundários encontrados
constam ou não em todas as espécies selecionadas: Shampoo (Zingiber spectabile), Golden
Torch (Heliconia spathocircinata) e Pássaro de Fogo (Heliconia bihai).
5.1 Identificação de metabólitos secundários nas flores tropicais Shampoo (Zingiber
spectabile), Golden Torch (Heliconia spathocircinata) e Pássaro de Fogo (Heliconia bihai).
Para a identificação de metabolitos a partir do estudo da massa fresca em plantas de
Shampoo (Zingiber spectabile), foram adicionados Cloreto Férrico e Hidróxido de Sódio, estes
reativos desenvolveram colorações que variaram do amarelo-pálido que são identificados os
37
Flavonóides que estão demonstrados na (figura A). A flavonas e flavonóis tem coloração de
amarelo pálido, e essa coloração esteve presente na amostra Shampoo (Zingiber spectabile).
Os Alcalóides com coloração Verde-acastanhado presente na (figura B). A presença de
turvação e/ou precipitação com a adição dos reagentes de Mayer, Bertrand, Dragendorff e
Bouchardat (SIMÕES et al., 2004), indica a presença de alcalóides, somente na amostra de
Shampoo (Zingiber spectabile).
Os teste para saponinas, Proteínas e aminoácidos com formação de espuma persistente
também foram positivos.
Figura 15: Shampoo (Zingiber spectabile). A- com adição de gotas de HCl, B- com adição de gotas Hidróxido de
Sódio.
Fonte: Fernandes, (2018).
Para a identificação de metabólitos secundários nas flores Shampoo (Zingiber
spectabile) figura C; Pássaro de fogo (Heliconia bihai) figura D; Golden Torch (Heliconia
spathocircinata) figura E, foi pulverizada cerca de 100g de folhas secas e enviadas para testes
de confirmação no laboratório de fitoquimica da Unifap.
A B
38
Figura 16: Shampoo (Zingiber spectabile) figura C; Pássaro de Fogo (Heliconia bihai) figura D; Golden Torch
(Heliconia spathocircinata) figura E.
Fonte: Rabelo, (2018).
Já para a identificação de metabólitos secundários nas plantas Pássaro de fogo
(Heliconia bihai), foram adicionadas gotas de cloreto Férrico e Hidróxido de Sódio. Na amostra
que foi adicionada as gotas Hidróxido de Sódio (Figura F) a amostra, apresentou a coloração
marrom onde foram identificadas Proteínas e Aminoácidos, a presença desse reagente se dá
através da mudança de coloração, apresentando a cor da amostra mais escura. Na amostra
(Figura G) com adição de Hidróxido de Sódio foram constatados a presença Açúcar Redutor,
apresentando também resultados positivos para o metabólito secundário.
Figura 17: Pássaro de fogo (Heliconia bihai), F- Hidróxido de Sódio, presença de Proteínas e aminoácidos, G-
adição de gotas de Hidróxido de Sódio, presença de Proteínas e aminoácidos.
Fonte: Fernandes, (2018).
F G
C
D E
39
5.2 Presença e Ausência de metabólitos secundários nas flores tropicais de Shampoo
(Zingiber spectabile), Golden Torch (Heliconia sparthocircinata) e Pássaro de Fogo
(Heliconia bihai).
Os resultados obtidos através da massa seca das flores constam na tabela 1. Sendo estes
resultados o mesmo que foram obtidos na massa fresca das flores:
Tabela 1: Presença (+) ou Ausência (–), de metabolitos secundário.
Presença (+) Ausência (–)
Os resultados obtidos com as amostras da massa seca das flores de Shampoo (Zingiber
spectabile) deram positivos para Flavonóides; Saponinas; Alcalóides e Proteínas e
Aminoácidos. Já os metabólitos secundários que foram ausentes: Ácidos orgânicos; Fenóis;
Amostras
Metabolitos Secundários Shampoo
(Zingiber
spectabile)
Golden Torch
(Heliconia
spathocircinata)
Pássaro de fogo
(Heliconia Bihai)
Flavonóides + - -
Saponinas + + +
Ácidos Orgânicos - - -
Fenóis - + -
Alcalóides + - -
Esteroides - - -
Antraquinonas - - -
Proteínas e Aminoácidos + - +
Polissacarídeo - - -
Açúcar Redutor - + +
Esquiterpenolatonas - - -
Catequina - - -
Glicosídeo - - -
Purina - - -
40
Esteroides; Antraquinonas; Polissacarídeo; Açúcar Redutor; Esquiterpenolatonas; Catequina,
Glicosídeo e Purina.
As flores de Golden Torch (Heliconia spathocircinata), apresentaram resultados
positivos para Saponinas; Fenóis e Açúcar Redutor. Os metabólitos secundários que
demostraram-se ausentes foram: Flavonóides; Ácidos Orgânicos; Alcalóides; Esteroides;
Antraquinonas; Proteínas e Aminoácidos; Polissacarídeo; Esquiterpenolatonas; Catequina,
Glicosídeo e Purina.
Já para as flores de Pássaro de Fogo (Heliconia bihai), os resultados positivos obtidos
se deu para as Saponinas, Proteínas e Aminoácidos e Açúcar Redutor. Os ausentes foram:
Flavonóides; Ácidos orgânicos; Fenóis; Alcalóides; Esteroides; Antraquinonas; Polissacarídeo;
Esquiterpenolatonas; Catequina; Glicosídeo e Purina.
6 CONCLUSÃO
A prospecção fitoquímica, ainda que em estágio inicial, nas espécies Shampoo (Zingiber
spectabile), Golden Torch (Heliconia spathocircinata) e Pássaro de Fogo (Heliconia bihai),
sinalizam importantes substâncias bioativas em flores de plantas tropicais. Por outro lado,
constatou-se que os metabólicos encontrados constavam em algumas espécies e em outras não
se apresentavam, confirmando que a distribuição dos compostos não ocorre de maneira
universal para todas as plantas.
Em função desta constatação, a prospecção fitoquímica deve prosseguir em
experimentos futuros, a partir de isolamento dos princípios ativos, de cada metabólico
encontrado nas espécies analisadas, no sentido de quantificar e qualificar a concentração dos
mesmos para sugerir possível desenvolvimento de produtos farmacológicos para tratamentos
terapêuticos.
Desta forma, o desenvolvimento do presente trabalho despertou as contribuições para
valorização das espécies tropicais para o meio ambiente, para qualidade de vida e para geração
de novos negócios quando sinaliza possibilidade de surgimento de novos produtos no mercado
utilizando princípio ativo que anteriormente não se valorizava, por subdimensionar a
valorização da espécie apenas no mercado ornamental.
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