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MISSÃO AVENTURA SOLIDÁRIAMilagres / Ceará - BRASIL

8 a 17 Agosto de 2009

As Aventureiras:

Fernanda Mendes (a Wikipédia)Filomena Cardoso (a Forrozeira)Isabel Ortigão de Oliveira (a Joínha) Francisca Nemésio (a Espontânea)Leonor Nobre (a Fera)

Os Companheiros da AMI:

José Luís Nobre (o Chapa – Chefe da Missão)Luisa Nemésio (a Maínha – Secretária Geral AMI)Telma Costa (a Fotogénica – Responsável do Projecto ACOM)

Missão Aventura Solidária - Milagres / Ceará – Brasil8 a 17 Ago 2009 Página 1

Projecto e Missão

No contexto do programa de pedidos de ajuda enviados à AMI por Organizações Não Governamentais (ONG’s) locais do mundo inteiro, a Associação Comunitária de Milagres (ACOM) pediu, em 1990, apoio financeiro para um projecto que pretendia desenvolver em Milagres. Nessa altura, a AMI não pôde dar resposta a esse pedido, mas manteve o contacto com a organização ao longo de vários anos.

Em 2001, a AMI decidiu financiar o projecto da ACOM, na sequência de uma missão exploratória realizada ao país.O apoio financeiro da AMI à ACOM serviu para a reabilitação do Hospital Madre Rosa Gattorno, melhorar a qualidade e diversidade dos serviços; compra de equipamento médico e formação.

Em 2005, iniciou-se um novo projecto que se prolongará até 2009, denominado “IASS – Inovar o Atendimento de Saúde Social do Hospital e Maternidade Madre Rosa Gattorno”.

Com o objectivo de garantir o acesso da população de Milagres / Ceará a melhores cuidados de saúde, a ONG ACOM propôs a implementação de um conjunto de actividades: realização de acções de formação do pessoal técnico e auxiliar do hospital, aquisição de equipamento, ampliação da lavandaria do hospital, reestruturação do centro cirúrgico do hospital, etc…

Objectivos da Missão

A reabilitação urgente das instalações onde há mais de 5 anos a ACOM atende crianças, adolescentes e famílias e o financiamento de dois projectos de desenvolvimento rural pareceram-nos os alvos ideais para o apoio proporcionado pela viagem piloto da Missão Aventura Solidária da AMI.

Metas a atingir no final desta Missão Aventura Solidária:

Pintura da Sala reabilitada onde funciona a Oficina de Artes Visuais que atende directamente os adolescentes.

Pintura do Auditório da instituição reabilitado Agricultura de subsistência numa “Mandala”: aprendizagem agrícola dos Aventureiros

Metas a atingir a médio/longo prazo:

Promover a melhoria das condições de vida e fixação das populações. Promover a criação de emprego. Estabelecer pontes entre culturas, possibilitando a troca de ideias e de conhecimento.


DIÁRIO DA MISSÃO AVENTURA SOLIDÁRIA

Sábado, 8 de Agosto

Encontro no Aeroporto da Portela às 13h00 com Helena Soares da AMI que nos entregou a documentação.Aproveitámos a espera para uma breve apresentação de cada um:

José Luís Nobre, 55 anos, Chefe da Missão, Administrador e Director do Departamento de Logística da Ami

Luísa Nemésio, 50 anos, Administradora e Directora Geral Adjunta da AMI

Telma Costa, 29 anos, Desk do Departamento Internacional da AMI, responsável pelo Projecto ACOM

Fernanda Mendes, 62 anos, Médica Psiquiatra aposentada e Delegada da AMI em S. Miguel

Filomena Cardoso, 38 anos, Professora de Português e Francês em Salvaterra de Magos. Já participou na Missão Aventura Solidária no Senegal

Isabel Ortigão de Oliveira, 25 anos, Formada em Direito, presta apoio jurídico na Porta Amiga do Porto

Francisca Nemésio, 52 anos, Secretária de Direcção e Voluntária na AMI

Leonor Nobre, 16 anos, Estudante do 11º ano em Artes, nascida com a AMI (filha do Dr. Fernando Nobre e de Luísa Nemésio)

Embarque e início da viagem para Fortaleza (7 horas de voo) sem qualquer turbulência: que alívio para aqueles que têm medo de andar de avião! O tempo passou rápido com vários filmes à nossa disposição entrecortados de umas boas sonecas para alguns.

Chegada a Fortaleza às 22h00 (16h00 locais). Espera de cerca de 5 horas no Aeroporto de Fortaleza pelo voo que nos levou até Juazeiro do Norte onde chegámos perto das 01h00 já de dia 9 de Agosto.


Domingo, 9 de Agosto

Pequeno almoço “supimpa” (ou desjejum em Nordestino) com sucos naturais de frutos tropicais, queijo de coalho, fiambre, pão, café com leite, bolos, etc…

Fomos fazer um rápido reconhecimento do Sítio da Varjota no qual existe uma Mandala de que vos falaremos mais adiante e um açude próximo.


Saída para a sede da ACOM em Milagres para uma sessão de boas-vindas com todo o pessoal reunido, e nomeadamente a sua responsável Dra. Joanacele. Visita às instalações composta por vários pavilhões, seguida de beberete debaixo de uma grande árvore e sempre com os maravilhosos sucos de abacaxi, goiaba, maracujá … De realçar a alegria, o carinho e a emoção com que estas pessoas nos acolheram.

Almoço composto por frango frito, carne assada, esparguete, saladas, beterraba com limão e, claro, o sempre presente a todas as refeições feijão com arroz.

Em Juazeiro do Norte fomos recebidos pelo Cícero que passou a ser o nosso motorista (o Bacana). Fomos conduzidos numa carrinha de 16 lugares em estrada até Milagres (60 kms) e depois até ao Sítio da Varjota, em pista de terra batida … cerca de 6 kms) onde chegámos às 04h00 da matina.

Alvorada às 8h30, ou seja 4h30 de sono que, felizmente, pareceram uma noite inteira. Ficámos instalados em 2 camaratas com 2 duches e 2 sanitários cada uma, camas individuais com o sempre útil mosquiteiro.

Regresso ao Sítio da Varjota. Jantar de sopa “tipo da pedra” com os restos do almoço, pois há que não desperdiçar alimentos, sendo o resultado apetitoso e muito alimentício! Pequeno serão deitados nas redes debaixo do telheiro da casa e cama às 23h00 pois o dia foi longo e cheio de emoções.

2ª feira, 10 de Agosto

Desjejum novamente opíparo com suco de goiaba, melancia, mamão, papaia, queijo de coalho (delicioso), etc.

Partida às 07h45 para a ACOM onde iniciámos o nosso trabalho solidário (ou mutirão – ver adiante): pintar com tinta de cal a Sala de Artes Visuais por dentro e por fora sob a “batuta” de Mestre Domingos, personagem bem interessante e cheia de sentido de humor.


Partida para uma Casa Show para assistir a um espectáculo de Cantoria que durou cerca de 3 horas: os Nordestinos não olham para o relógio, cantam e dançam sem parar, sempre com a mesma energia e alegria … O nosso grupo acabou por cantar em coro e acompanhado pelos músicos o “Não há estrelas no céu” do Rui Veloso para lhes dar um cheirinho da nossa música portuguesa.

Alvorada às 06h30 pois amanhece muito cedo e o sol põe-se por volta da 18h00! Dormimos acompanhados de alguns bichinhos tais como grilos, com o seu ruído estridente provocado pelo bater das asas, pererecas que são rãs miniaturas e nos acompanham no duche, um morcego, gafanhotos e um sapo-boi (na foto): a toda esta bicharada nos fomos habituando aos poucos acabando por conviver pacificamente com a natureza.

Pausa de 20’ para nova reposição de líquidos (sucos) acompanhados de bolachas tipo cream-cracker com manteiga e passadas pela frigideira: uma delícia apesar do colesterol.

Duche de água fria, que acaba por ser morna pois vem de um depósito, e que sabe tão bem! Roupa lavada e produzidas ou seja lindas de morrer, e o Chefe Zé Luís de ponto em branco!Almoço novamente com as iguarias Nordestinas acompanhadas dos sucos deliciosos e de mousse de maracujá (dizem por lá que o maracujá é excelente para dormir!).


Partida às 15h00 para Milagres visitar uma exposição alusiva à Divina Comédia de Dante com esculturas de barro feitas por 3 artistas (um deles com apenas 13 anos) ex-formandos da ACOM. A explicação foi de tal modo entusiasta que ficámos rendidos à força interior deste “povo sofrido” como eles próprios se apelidam: muito se vai aprendendo com esta gente que com tão pouco faz mais do que nós com tanto!

2ª de mão de cal. Incidente com a Telma que tanto pintou empoleirada num escadote que teve uma súbita baixa de tensão que a deixou muda! Felizmente a nossa médica psiquiatra Fernanda tratou-lhe do físico (pois também esmurrou a perna e um dedo) e da tensão, sendo carregada em braços pelo Mestre Domingos que a estendeu no solo do seu gabinete. Recuperou de imediato a fala e voltámos para a Varjota

Partida para uma vaquejada particular seguida de forró pé de serra até às 19h30, sempre com o calor humano da população, bebidas (refrigerante de cajú), petiscos como o vatapá feito com pão, frango, leite, pimenta e milho.

Ida para a FestMilagres, festa em honra de Nª Senhora dos Milagres que dura 9 dias durante os quais a cidade quase não trabalha. A festa é feita num recinto próprio, bem arranjado com barraquinhas de comes e bebes (a caipirinha é irresistível) e parque de diversões. Há também um palco montado com toda a tecnologia moderna onde actuam diversas bandas (muitas de forró como na noite dos Talentos da Terra) e um espaço para dançar.

Regresso ao Sítio da Varjota às 23h00 onde continuámos a dançar forró ao som do rádio da carrinha do Cícero e jogar à bola no terreiro com os filhos da empregada Francisca (Eduarda, Eduardo e Zé Neto).


Alvorada às 07h00. Desjejum habitual e partida para a ACOM onde continuámos a pintura da Sala de Artes Visuais, desta vez de “verde amazonas” (2 de mão). Pausa para suco de casca de abacaxi com bolachinha de manteiga frita.


A Luísa relembrou a sua adolescência ao pedir para montar a cavalo.

Ensinaram-nos a dançar o forró e a Filó e Fernanda foram as que melhor “captaram” o ritmo desta dança tipicamente Nordestina.

Visita ao Hospital Maternidade Madre Rosa Gattorno tendo como cicerone o Dr. Jânio Nóbrega, Director Clínico do mesmo e marido da Dra. Joanacele. Todos ficámos admirados e impressionados com os diversos serviços que prestam apoio a uma população muito carenciada. Naquele dia era a consulta das gestantes, estando o hospital equipado com ecógrafo e ECG, bloco operatório, sala de partos, etc.

Regresso ao Sítio para almoço. Às 15h00 partida para visitar a “Casa da Farinha” onde é preparada a farinha de mandioca.

Trata-se de um trabalho comunitário muito duro: um grupo de jovens mulheres e homens está sentado a retirar a casca da mandioca com facas. De seguida a mandioca é macerada numa máquina eléctrica (antigamente era à mão). A 3ª fase passa pela lavagem da mandioca numa rede onde é lavada em várias águas para retirar a goma e espremida. Na 4ª fase a mandioca é colocada numa prensa onde fica 2 horas a escorrer a água restante. Na 5ª fase é colocada numa cuba onde após ser novamente esfarelada é então peneirada. Na 6ª fase passa para uma espécie de eira circular aquecida por baixo em forno a lenha onde um homem vai mexendo com uma espécie de rodo de madeira. Daí é finalmente ensacada para consumo próprio e venda.Todo este processo é manual e representa um grande esforço físico.Alguns pormenores: a Isabel que andava sem lentes de contacto confundiu a lenha com mandioca e foi uma risota.


Partida para o restaurante “Raízes da Terra” por volta das 17h30: convívio com petisco de um peixe de rio chamado tilápia, muito saboroso, acompanhado de caipirinhas e refrigerante de caju (cajuína). Conversámos, rimos, ouvimos cantoria brasileira da nova geração tipo baladas por um prayboizinho de… (segundo a Isabel).

Regresso ao Sítio por volta das 21h00. Jantar de sopa da pedra e fruta tropical. Café e cena hilariante de Francisca com uma lanterna frontal e lâmpada lateral SOS pisca-pisca a escrever este diário. Eis senão quando, entra também em cena o Chefe Zé Luís com funil sem bico enfiado na cabeça e lanterninha lateral de dínamo. Temos filme.


Alvorada às 07h30. Desjejum. Partida para a ACOM

Intervalo para os sucos e salgadinhos.

Regresso ao Sítio para almoço. Partida às 14h30 para visita às instalações da CHESF (Central Hidroeléctrica do São Francisco – rio).


Pintura do futuro Auditório por fora e por dentro. Zé Luís e Leonor finalizaram a pintura exterior da Sala de Artes Visuais.

Vimos um macaquinho numa árvore enorme e linda com 55 anos debaixo da qual tirámos uma fotografia. Aos pés da árvore havia um galinheiro feito de troncos.

Passeio por Milagres, visita da igreja matriz.

Jantar numa Pizzeria ao ar livre. Ida novamente à FestMilagres onde reencontramos o pessoal da ACOM, sempre pronto para o forró, caipirinhas, conversa e risota.

Regresso ao Sítio com descanso no alpendre antes de ir para a cama.


Alvorada às 08h00. Desjejum. Partida para a ACOM.

Passeio no mercado de Milagres onde se compram hawaianas a metade do preço. As roupas não interessavam!


Inauguração na ACOM, com pompa e circunstância, da Sala de Artes Visuais que pintámos. O pessoal da ACOM deu vários testemunhos e agradeceu comovido o trabalho dos Aventureiros. José Luís, Luísa e Isabel tomaram também a palavra com a emoção destes dias de dádiva em forma de trabalho colectivo manual e gratuito (mutirão). Distribuição de lembranças mútuas.

Visita ao Bairro Social construído pela ACOM para albergar 300 famílias. Entrámos numa das casas onde a dona com 8 filhos tinha uma assoalhada reservada para o culto a Xangô (religião de origem africana).

Visita à Casa da Cultura Guiomar Gomes, senhora de Milagres que doou a sua casa e morreu aos 99 anos em Maio deste ano. Casa de arquitectura típica de Milagres com exposição fotográfica da cidade em tempos idos, vitrines com bonecos populares, paramentos, quadros, pequena biblioteca. O seu filho continua a obra da mãe.

Almoço de festa na ACOM com todos reunidos.

Após um pequeno refresco despedimo-nos, regressando ao Sítio para jantar por volta das 20h00, não sem antes tomar o duche frio maravilhosamente refrescante e revigorante.


Alvorada às 08h00. Desjejum.

Trabalho agrícola na Mandala situada a 100 m do Sítio.

Fazemos aqui um pequeno parêntesis para explicar o que é uma Mandala :

Origem da palavra Mandala

Mandala é uma palavra sânscrita que significa círculo. Mandala também possui outros significados, como círculo mágico ou concentração de energia. Universalmente a mandala é o símbolo da totalidade, da integração e da harmonia.


À tarde, jogo de futsal feminino na “quadra” da ACOM onde a Aventureira benjamim Leonor integrou a equipa da ACOM e marcou 2 golos, ganhando uma medalha de mérito. A claque portuguesa com o Cícero à cabeça apoiou-a sem reservas e com grande entusiasmo, afirmando “a menina é Fera, visse!” Foi um momento também muito especial!

Ao serão jogámos a um jogo de cartas com colheres (e esta!) em que os nervos para não perder e algumas agressões levaram todos a umas boas gargalhadas colectivas. Os filhos da empregada Francisca estavam divertidíssimos.

No intervalo do jogo, Leonor reencontrou Francielda que tinha conhecido numa anterior viagem a Milagres com os pais. A emoção das duas foi enternecedora.

O que é uma Mandala

A ideia do projecto Mandala partiu do estudo, por Willy Pessoa, da melhor forma de se plantar em pouco espaço para que se tenha uma alimentação básica, tendo em vista que esta é uma necessidade do ser humano.

Trata-se de um sistema de irrigação circular de baixo custo que facilita a produção de alimentos de subsistência. Conhecida também como unidade familiar de produção agrícola sustentável (UFPAS), a mandala possui no seu centro um tanque de seis metros de diâmetro e dois metros de profundidade, com capacidade para até 30 mil litros de água, abastecido por cisterna, rio ou açude, onde são criados tilápias e patos. Os peixes alimentam-se das fezes dos patos e a mistura final da água do lago é utilizada para a irrigação do solo onde é plantada a horta, que é formada por nove ciclos, mesmo número de planetas existentes no universo. Os três primeiros círculos concêntricos (denominados ciclos) de plantio irão servir para a subsistência da família de agricultores, cultivando alimentos básicos como feijão, arroz, mandioca, batata, hortaliça e frutas. Os outros cinco assegurarão uma produtividade económica e o último é o de equilíbrio ambiental, com vacas, galinhas e produção de mudas, entre outras coisas. Uma mandala normal precisa de um espaço de 50 x 50 metros, mas existe também o formato “fundo de quintal”, onde apenas um local de 10 x 10 metros serve.


O objectivo do Projecto Mandala é atender às necessidades locais desenvolvendo um modelo de agricultura familiar baseado no empreendedorismo e na cultura da cooperação. A metodologia de mandala já foi implantada em nove estados (MS, MG, PB, AL, RO, CE, SE, PI e MA) onde o Sebrae actua promovendo desenvolvimento local, integrado e sustentável das regiões.

O grupo de Aventureiros aplicou o processo de trabalho colectivo de cultivo em mutirão (termo de origem tupi de etimologia obscura dado no Brasil a mobilizações colectivas para lograr um fim, baseando-se na ajuda mútua prestada gratuitamente)

Abrir vala à enxada Colocar ervas e restolho Pisar Adubar com esterco seco Regar Cobrir com a terra retirada no início Abrir regos Semear Fechar regos Instalar sistema de rega por aspersão com paus de pirolitos (xupa-xupas) na mangueira Cobrir o ciclo com uma protecção de palma de coco

Pausa durante a qual fomos a pé até ao bar do Zé Avô onde conhecemos a família da Francisca.


Para além do bar visitámos a casa e o quintal das traseiras onde conhecemos o papagaio Louro que andou de ombro em ombro sempre a palrar. Bebemos água de coco retirado directamente do coqueiro e conhecemos uma série de plantas novas para nós (mamona, colorau, tamarindo, etc..). Foi aqui também um momento muito especial de contacto com gente pobre mas tão acolhedora, generosa e bonita que a emoção volta a invadir-nos o coração.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil

http://pt.wikipedia.org/wiki/Etimologia

http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_tupi

Finalização do trabalho na Mandala com banho directamente do depósito de água.

Almoço com o Engº Agrónomo Anselmo e os outros agricultores que nos foram ensinando a trabalhar neste tipo de agricultura de subsistência. As histórias contadas por eles foram tão engraçadas que novamente passámos uma refeição muito divertida.

Descanso bem merecido pois agora sentimos no corpo como o trabalho braçal é duro!

Antes do jantar e por ideia da nossa benjamim Leonor resolvemos entregar os Troféus Cearenses (Óscares) da Missão Piloto Aventura Solidária Brasil. Reunimo-nos todos debaixo do alpendre e, saindo um de cada vez, atribuímos os Troféus Cearenses a cada elemento do grupo e que foram os seguintes:

José Luís – O Chapa (= O Porreiro) Luísa – A Maínha (= A Mãezinha)Telma – A FotogénicaFernanda – A Wikipédia (= A Enciclopédia)Filó – A Forrozeira (= A Borguista)Isabel – A Joínha (= A Queriducha)Leonor – A Fera (= A Craque)Francisca – A EspontâneaCícero – O Bacana (= Gingão)


Ao por do sol fomos dar um passeio a pé até ao Riacho dos Porcos onde os mosquitos atacaram em força… e sessão fotográfica da paisagem de coqueiros e árvores lindas bem diferentes das nossas.

Tivemos direito à entrega do respectivo Troféu Cearense em suporte de tijolo cearense com um papel colado com fita de seda. Foi divertidíssimo e as 2 empregadas do Sítio mais as crianças fartaram-se de rir com as nossas figuras. Lindo !!!!!!

Ah, esquecia-me de dizer que a sessão teve direito a um intervalo comercial no qual alguns dos aventureiros fizeram anúncios (filmados) à cerveja Schin, água de S. Bernardo, creme protector, Previpik contra os mosquitos, facão cearense.

O nosso pequeno Eduardo (12 anos), filho da empregada Francisca, acompanhou-nos nos “trinques”: a sua felicidade era evidente pois andou nos carrocéis, bebeu coca-cola e sorvete acompanhado da Telma e do Zé Luís. Apresentou-nos o tio. Enfim, foi uma noite em grande!

Sábado, 15 de Agosto Alvorada às 07h30. Desjejum e despedida carregada de emoção (abraços apertados e lágrimas) de todo o pessoal que connosco conviveu no Sítio da Varjota e tudo fez para que a nossa estadia fosse melhor do que num Hotel de 5 estrelas. Fomos dar com a menina Eduarda (16 anos), também filha de Francisca, a um canto do refeitório a chorar de mansinho: ela era muito tímida e ficámos todos cheios de ternura por esta linda cearense.

Nova paragem em Santana do Cariri para uma visita guiada ao Museu de Paleontologia. O museu estava em obras pelo que apenas vimos algumas peças tais como fósseis de ossos de dinossauros, peixes, algas, insectos, etc..


Partida para Juazeiro do Norte na nossa carrinha com paragem no Crato para ver a praça principal e igreja matriz.

Depois do jantar, lá fomos para o último dia da FestMilagres repleta de nordestinos super produzidos para um forró que durou até de manhã. Petiscos acompanhados da sempre deliciosa caipirinha, muito bate-papo, risos ….. e a despedida em forma de até amanhã dos novos amigos presentes.

Prosseguimos a viagem até Juazeiro do Norte onde visitámos o horto do Padre Cícero, 2º local mais importante de romaria para os brasileiros a seguir ao de Nossa Senhora da Aparecida, Padroeira do Brasil.

Por volta das 23h00 e já no aeroporto despedimo-nos, mais uma vez com emoção, do nosso motorista Cícero, O Bacana, que sempre se mostrou disponível e paciente para o grupo, entrando no espírito de brincadeira e boa camaradagem.

No aeroporto de Juazeiro a espera foi longa e um pouco penosa pois o voo para Fortaleza era só às 04h00 da manhã. Cada um arranjou meio de dormir um pouco porque o cansaço já se fazia sentir.

Domingo, 16 de Agosto Chegada a Fortaleza e ao hotel às 06h00. Como o desjejum já estava a ser servido optámos por tomá-lo antes de nos irmos deitar até às 12h00.

Almoço na Praia do Futuro, instalados debaixo de uma palhota com mesas e cadeiras: acepipes variados, banho de mar morninho, massagens, andar a cavalo. Bem, uma tarde de repouso bem merecida e retemperadora.


Almoço no restaurante do Pontal de Santa Cruz de onde se desfruta de uma vista deslumbrante da chapada do Cariri.

Regresso ao Hotel por volta das 18h00 e preparação para a noite. Em frente ao Hotel havia uma feira de barraquinhas onde aproveitámos para ver o artesanato tão bonito do Brasil e comprar algumas lembranças.

Jantar numa esplanada à beira mar e a seguir passeio a pé no calçadão ao luar.


Alvorada às 08h00. Desjejum.

Saída para o Mercado Central de Fortaleza na zona antiga da cidade para mais compras e acompanhados de Emília (filha de Engº. Anselmo e de Jeane) que nos ajudou a negociar preços.

Despedida da aventureira Fernanda que seguiu mais cedo para Santos onde ia visitar a irmã, prolongando a sua estadia no Brasil até Setembro.


Descanso no hotel e finalização deste diário. De repente, a aventureira mais nova Leonor deu um salto do sofá pois tinha-se esquecido na bagageira do táxi de uma cadeira de rede para pendurar. Seu tio Zé Luís tratou com a eficácia do costume de localizar o táxi (Leonor lembrou-se de ver a factura) e conseguimos recuperar a compra mais cara feita pela nossa Nono.

Passeio a pé pela ponte dos Ingleses e centro da cidade. Almoço num self-service do centro e despedida de Edna (secretária do hospital da ACOM que nos preparou as deliciosas refeições no Sítio da Varjota).

Ida para o aeroporto onde embarcámos às 21h00 rumo a Lisboa. Viagem calma e sem atrasos.

Em Lisboa despedimo-nos com a sensação de termos vivido uns 10 dias muito especiais que, de certeza, nos irão unir para sempre!

Até breve para mais uma MISSÃO AVENTURA SOLIDÁRIA!


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