Mobilidade de Crianças e Adolescentes

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ELIANA MARTINS DE MELLO MONTAGNA Mobilidade de crianças e adolescentes na Região Metropolitana de São Paulo em viagens por motivo educação: Estudo de Caso em uma Escola Privada de São Paulo Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso MBA em Gestão Pública do Programa FGV In company São Paulo - SP 2011

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Este estudo examinou a mobilidade de crianças e adolescentes na faixa etária dos 11 aos 17 anos, de forma a caracterizar as viagens realizadas, por faixa de renda e modo de transporte. Também foi realizada uma pesquisa em uma escola privada do município de São Paulo, para identificar fatores que influenciam a escolha modal nas viagens por motivo escolar. Os resultados indicam para a tendência de aumento na utilização dos modos motorizados individuais sobre os modos não motorizados, para as rendas média e alta. Palavras Chave: Transporte. Planejamento de Transportes. Políticas Públicas.

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  • ELIANA MARTINS DE MELLO MONTAGNA

    Mobilidade de crianas e adolescentes na Regio Metropolitana de

    So Paulo em viagens por motivo educao:

    Estudo de Caso em uma Escola Privada de So Paulo

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso MBA em Gesto Pblica do Programa FGV In company

    So Paulo - SP 2011

  • ELIANA MARTINS DE MELLO MONTAGNA

    Mobilidade de crianas e adolescentes na Regio Metropolitana de

    So Paulo em viagens por motivo educao:

    Estudo de Caso em uma Escola Privada de So Paulo

    Coordenador Acadmico: Prof. Henrique Fingermann

    Orientador: Prof. Zilma Borges

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao curso MBA de Ps-Graduao em

    Gesto Pblica do Programa FGV in company

    TURMA EMTU/STM

    So Paulo - SP

    2011

  • O Trabalho de Concluso de Curso

    Mobilidade de crianas e adolescentes na Regio Metropolitana de So Paulo em viagens por motivo educao:

    Estudo de Caso em uma Escola Privada de So Paulo

    Elaborado por Eliana Martins de Mello Montagna e aprovado pela Coordenao Acadmica foi aceito como pr-requisito para obteno do MBA em Gesto Pblica,

    do Curso de Ps-Graduao lato sensu, Nvel de Especializao, do Programa FGV In company

    Data da aprovao: _____ de ________________de __________

    Assinatura do Coordenador Acadmico Coordenador Acadmico: Prof. Henrique Fingermann

    Assinatura do Professor Orientador do TCC Orientador: Prof. Zilma Borges

  • Ao Christian,

    Companheiro de caminhada!

    Aos meus pais, Clia e Jayme (in memorian).

  • AGRADECIMENTOS

    Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos - STM e Empresa

    Metropolitana de Transportes Urbanos de So Paulo EMTU/SP, pela oportunidade

    de cursar o MBA em Gesto Pblica, sonho de longa data.

    professora e orientadora Zilma Borges, pela ateno e empenho em nos

    dar instrumentos para realizar este Trabalho de Concluso de Curso.

    Companhia do Metropolitano de So Paulo CMSP, em especial Maria

    Cristina Bastos, Emilia Mayumi Hiroi e equipe, pela disponibilizao e formatao

    dos dados das Pesquisas Origem-Destino.

    Escola da Vila, em especial Snia Maria Barreira, Deise Capelossi

    (Neninha) por permitirem e apoiarem a realizao da pesquisa com os pais de

    alunos.

    minha irm, Celina Martins de Mello Moraes, professora da Escola da Vila,

    por facilitar o contato com a escola e incentivar a realizao deste trabalho.

    Aos amigos Slvio Jos Rosa, Roberto Carlos Fazilari e Slvio Montagner pela

    companhia e estmulo nas aulas e trabalhos em grupo.

    Aos amigos da STM, EMTU/SP e CPTM, companheiros de aula e trabalho.

    Ao meu marido, Christian Montagna, pela grande ajuda na consolidao e

    transcrio dos questionrios e apoio nas horas de estudo.

  • RESUMO

    Este estudo examinou a mobilidade de crianas e adolescentes na faixa etria

    dos 11 aos 17 anos, de forma a caracterizar as viagens realizadas, por faixa de

    renda e modo de transporte. Tambm foi realizada uma pesquisa em uma escola

    privada do municpio de So Paulo, para identificar fatores que influenciam a

    escolha modal nas viagens por motivo escolar. Os resultados indicam para a

    tendncia de aumento na utilizao dos modos motorizados individuais sobre os

    modos no motorizados, para as rendas mdia e alta.

    Palavras Chave: Transporte. Planejamento de Transportes. Polticas Pblicas.

  • SUMRIO

    Lista de Tabelas ........................................................................................................... 7

    Lista de Figuras ............................................................................................................ 7

    Lista de Grficos .......................................................................................................... 8

    1 Introduo ............................................................................................................. 9

    1.1 Objetivos e Justificativa ................................................................................ 11

    2 Referencial Terico ............................................................................................. 12

    2.1 Mobilidade e Acessibilidade ......................................................................... 12

    2.2 Mobilidade e Acessibilidade de Crianas e Adolescentes ........................... 14

    2.3 Experincias na Gesto da Mobilidade de Crianas e Adolescentes .......... 17

    3 Metodologia Proposta ......................................................................................... 21

    4 Anlise dos Resultados ....................................................................................... 23

    4.1 Anlise da Mobilidade atravs da Pesquisa Origem Destino ....................... 23

    4.2 Pesquisa com Pais de Alunos ...................................................................... 32

    5 Concluses e Recomendaes ........................................................................... 43

    6 Referncias ......................................................................................................... 45

    Apndice A - Questionrio enviado aos pais de alunos ............................................. 48

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1. Total de viagens por modo e motivo 2007 em milhares

    Tabela 2. Nmero de Viagens por Motivo (x 1.000) na faixa dos 11 a 17 anos

    Tabela 3. ndice de Mobilidade por faixa etria

    Tabela 4. Resumo da Amostra da Pesquisa

    Tabela 5. Perfil dos alunos

    Tabela 6. Renda familiar

    Tabela 7. Quantidade de pessoas com CNH na famlia

    Tabela 8. Distncia casa -escola

    Tabela 9. Tempo de viagem escolar

    Tabela 10. Questes para pais de alunos que no vo escola a p ou de

    bicicleta

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1. Imagem para campanhas de estmulo a caminhadas

    Figura 2. Localizao das Unidades de Ensino da Escola da Vila

  • LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1. Populao Total e Populao na faixa dos 11 aos 17 anos na RMSP

    Grfico 2. Populao na faixa dos 11 aos 17 anos na RMSP, por faixa de renda

    Grfico 3. Total de viagens dirias na faixa dos 11 aos 17 anos

    Grfico 4. ndice de Mobilidade na faixa dos 11 aos 17 anos

    Grfico 5. % Viagens por Motivo, faixa 11 aos 17 anos

    Grfico 6. % Viagens por Modo Principal, faixa 11 aos 17 anos

    Grfico 7. ndice de Mobilidade Total na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de renda

    Grfico 8. ndice de Mobilidade Modo Individual na faixa 11 aos 17 anos, por

    faixa de renda

    Grfico 9. ndice de Mobilidade Modo Coletivo na faixa 11 aos 17 anos, por faixa

    de renda

    Grfico 10. ndice de Mobilidade Modo A p na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de

    renda

    Grfico 11. ndice de Mobilidade Modo Bicicleta na faixa 11 aos 17 anos, por faixa

    de renda

    Grfico 12. Quantidade de automveis por famlia

    Grfico 13. Diviso modal nas viagens escolares

    Grfico 14. Modo de transporte utilizado nas viagens escolares

    Grfico 15. Viagens escolares por modo, por distncia casa-escola

    Grfico 16. Idade que os pais permitiriam a viagem escolar a p

    Grfico 17. Respostas s afirmaes do questionrio

    Grfico 18. Importncia dos fatores para viagens a p ou de bicicleta para a

    escola

    Grfico 19. Modo utilizado pelo pai/me nas viagens escolares na idade do filho

  • 9

    1 INTRODUO

    Segundo os dados da Fundao Seade1 em 2006 existiam aproximadamente

    3,8 milhes de estudantes matriculados no ensino fundamental e mdio na Regio

    Metropolitana de So Paulo - RMSP. Este enorme contingente de crianas e

    adolescentes matriculados se desloca diariamente de casa para a escola e da

    escola para casa nos diferentes modos de transporte disponveis e acessveis.

    Segundo dados da Pesquisa Origem-destino do Metr, diariamente, so

    realizadas cerca de 13,2 milhes de viagens por dia por motivo educao, sendo o

    segundo maior motivo de deslocamento, atrs apenas do motivo trabalho, conforme

    podemos observar na tabela a seguir.

    Tabela 1. Total de viagens por modo e motivo 2007 em milhares

    MODO Trabalho Educao Compras Sade Lazer Outros Total

    Metr 1.428 368 57 116 62 192 2.223 Trem 615 95 18 22 25 40 815 nibus 5.189 1.696 319 600 281 949 9.034 Fretado 432 53 2 2 14 11 514 Escolar 4 1.308 0 1 5 9 1.327 Auto 4.980 2.251 587 513 679 1.371 10.381 Txi 32 7 8 21 8 15 91 Moto 547 97 7 10 21 39 721 Bicicleta 214 39 4 0 12 35 304 A p 3.377 7.252 453 204 450 887 12.623 Outros 52 1 1 5 1 1 61

    TOTAL 16.870 13.167 1.456 1.494 1.558 3.549 38.094

    Fonte: Adaptado de Sntese dos dados da Pesquisa origemdestino da Regio Metropolitana de So

    Paulo, Metr 2007, p. 46.

    Na tabela 1, pode-se perceber tambm que a maior parte dos deslocamentos

    realizados por motivo educao feito a p (55%), seguido por automveis (17%),

    nibus regular (12,8%) e transporte escolar (9%). Vale ressaltar que, nesta mesma

    pesquisa, foi identificado que, das viagens realizadas a p, aproximadamente 90%

    so escolhidas pelas curtas distncias, mas pelo menos 8% (aproximadamente 475

    mil viagens) so feitas por deficincias no sistema de transportes existente (caro,

    distante, no acessvel ou demorado).

    1 Fundao Seade, Informaes sobre os Municpios Paulistas. Disponvel em:

    www.seade.sp.gov.br.

  • 10

    Informaes da Companhia de Engenharia de Trfego CET do municpio de

    So Paulo em fevereiro de 2010 estimavam o aumento de 20% no trfego de

    veculos no municpio com a volta s aulas2, resultando no aumento de

    congestionamentos e de infraes ao redor dos estabelecimentos escolares.

    O aumento da frota de veculos e sua priorizao no sistema virio em

    detrimento dos modos coletivos e no-motorizados contribuem para a fragmentao

    do espao urbano e deteriorao nas condies de deslocamento, principalmente

    nas viagens a p ou de bicicleta (ALVES e RAIA JR., 2009).

    Diversos estudos realizados em pases desenvolvidos apontam para um

    grande aumento na utilizao de automveis nas viagens escolares de crianas e

    adolescentes. Nos Estados Unidos, em 1969, cerca de 50 % das viagens por motivo

    escolar eram realizadas a p ou de bicicleta, caindo para menos de 15% em 2001

    (MARTIN e CARLSON, 2004.). Outros estudos identificam no somente a mudana

    modal para estes deslocamentos, mas a perda da autonomia do jovem em relao

    ao prprio deslocamento, isto , pesquisas indicam que houve um aumento na idade

    em que crianas e adolescentes tem permisso dos pais para se deslocarem

    sozinhos, seja para a escola ou para outras atividades.

    A reduo da mobilidade independente de crianas e jovens resulta do

    aumento da percepo de insegurana dos pais em relao ao trfego e

    criminalidade (HILLMAN, 1990; HILLMAN, 1993; XAVIER, 2005). A ateno para as

    viagens desta faixa etria, inicialmente motivadas pelas questes ligadas

    segurana em relao ao trnsito, ampliaram-se para aspectos como a autonomia

    no deslocamento, estmulo realizao de atividades fsicas, a influncia da forma

    urbana na mobilidade de jovens e at para incentivo ao uso de modos no

    motorizados por questes ambientais.

    Apesar da extensa bibliografia internacional, foram encontradas poucas

    referncias no Brasil que tratam do deslocamento de crianas e adolescentes ou das

    caractersticas de sua mobilidade.

    Dessa forma, esse trabalho se apresenta como uma oportunidade para se

    investigar a mobilidade de crianas e adolescentes na Regio Metropolitana de So

    Paulo.

    2 http://noticias.r7.com/transito/noticias/cet-monta-operacao-para-volta-as-aulas-nesta-segunda-

    feira-20100802.html

    http://noticias.r7.com/transito/noticias/cet-monta-operacao-para-volta-as-aulas-nesta-segunda-feira-20100802.htmlhttp://noticias.r7.com/transito/noticias/cet-monta-operacao-para-volta-as-aulas-nesta-segunda-feira-20100802.html

  • 11

    1.1 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA

    A partir do exposto anteriormente, este trabalho tem como objetivo geral

    analisar o deslocamento de adolescentes na Regio Metropolitana de So Paulo -

    RMSP e identificar fatores que influenciam a mobilidade dos jovens nas faixas

    etrias dos 11 aos 17 anos nas viagens por motivo escolar.

    Para isto, os objetivos especficos a serem explorados so:

    Caracterizar a evoluo das viagens de crianas e jovens, de 11 a 17

    anos, nos ltimos 30 anos na RMSP;

    Caracterizar as viagens por motivo educao, incluindo o modo

    utilizado, distncia casa-escola, tempo de viagem;

    Identificar diferentes fatores que influenciam a escolha do modo de

    transporte utilizado nos deslocamentos por motivo escolar;

    Identificar fatores importantes para os pais dos alunos que possam

    estimular o uso do transporte no motorizado (a p e de bicicleta) nas

    viagens por motivo educao;

    Identificar oportunidades para a aplicao de polticas pblicas de

    incentivo utilizao de modos no motorizados nas viagens por

    motivo educao.

  • 12

    2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE

    Os conceitos de mobilidade e acessibilidade so complementares e

    interdependentes, compreendendo dois fatores que, juntos, afetam a capacidade de

    viagem do cidado (RAIA JR., 2000).

    Entende-se por mobilidade a capacidade de deslocamento de pessoas e bens

    entre um ponto e outro, dada pelas caractersticas individuais (renda, idade, sexo,

    entre outros) e pela disponibilidade do sistema de transportes, enquanto a

    acessibilidade se relaciona com a facilidade de deslocamento destes indivduos a

    partir de uma localizao especfica para a realizao de determinadas atividades,

    como, por exemplo, trabalho e educao (ROSA, 2006; ALVES e RAIA JR., 2009).

    Para Brasil (2007), a mobilidade influenciada tanto pelas diferentes

    caractersticas individuais, que podem ampli-la, restringi-la ou condicion-la, como

    tambm pela estrutura urbana, como o sistema virio e redes de transporte pblico.

    Na Poltica Nacional de Mobilidade Urbana Sustentvel, a mobilidade

    definida como:

    Um atributo associado s pessoas e aos bens; corresponde s diferentes respostas

    dadas por indivduos e agentes econmicos s suas necessidades de deslocamento,

    consideradas as dimenses do espao urbano e a complexidade das atividades nele

    desenvolvidas (BRASIL, 2004 citado por BRASIL 2007, p.41).

    Raia Jr. (2000) busca esclarecer as diferenas entre mobilidade e

    acessibilidade a partir das definies de Jones (19813, citado por RAIA JR., 2000,

    p.15) que relaciona a acessibilidade com as oportunidades proporcionadas pela

    localizao das atividades e do sistema de transporte existentes; j a mobilidade

    est relacionada com a capacidade individual de deslocamento, a qual depender

    das caractersticas individuais e do sistema de transporte disponvel.

    Ainda de acordo com Raia Jr., pode-se diferenciar a acessibilidade de lugar,

    como a facilidade com que certos lugares podem ser alcanados, da acessibilidade

    3 JONES, S.R. Acessibility measures: a literature review. Transport and Road Research

    Laboratory. Department of Environment. Department of Transport. Laboratory Report 967, 1981.

  • 13

    de pessoas, facilidade que uma pessoa ou determinado grupo de pessoas podem

    atingir certos locais de atividades (HANSON, 19954 citado por RAIA JR. 2000).

    Assim, uma localidade com maior acessibilidade ser mais atrativa do que uma outra

    com menor acessibilidade.

    Dentro das definies propostas por Brasil (2007) a acessibilidade significa a

    possibilidade de um indivduo realizar qualquer movimentao ou deslocamento por

    seus prprios meios, com total autonomia e em condies seguras, mesmo que para

    isso precise se utilizar de objetos e aparelhos especficos. Este conceito

    principalmente associado s barreiras existentes s pessoas com deficincia fsica,

    mas pode tambm ser entendida de forma mais ampla, se considerarmos diferentes

    grupos populacionais e suas especificidades de deslocamento (idosos, crianas,

    deficientes visuais, auditivos e mentais, entre outros). O conceito de acessibilidade

    definido por Brasil (2007) complementar ao de mobilidade, pois indica que medidas

    de acessibilidade devem ser tomadas para garantir a mobilidade das pessoas de

    uma forma geral.

    Para Alves e Raia Jr. (2009) deve-se estender o conceito de acessibilidade

    no somente para as pessoas com deficincia, mas tambm aos indivduos que

    vivenciam outros tipos de restrio ao movimento, seja pelas ms condies de

    infra-estrutura (caladas e sistema virio, por exemplo), pelas deficincias do

    sistema de transporte (incluindo tambm os custos das tarifas), at a falta de

    segurana nos deslocamentos p ou de bicicleta, que aumentam a vulnerabilidade

    e riscos nos deslocamentos.

    Para Wachs e Koenig (19795 citado por RAIA JR. 2000, p. 88) a capacidade

    para usar um modo de transporte no uma medida til a no ser que os destinos

    desejados possam ser atingidos por aqueles modos. E de modo recproco acessos

    para fazer destinos por um dado modo se tornam sem sentido se este modo no

    acessvel ao viajante em potencial. Raia Jr. (2000) defende a idia de que o

    planejamento de transporte deve analisar conjuntamente a acessibilidade e

    mobilidade, pois ambos influenciam a capacidade de viagem do cidado.

    4 HANSON, S. Getting there: urban transportation in context. In: HANSON, S. (ed.). The

    geography of urban transportation. New York/London: The Guilford Press, 1995. pp. 3-25. 5 WACHS, M. e KOENIG, J. G. Behavioural modelling, accessibility, mobility and travel need. In:

    HENSHER, D.A.; STOPHER, P.R. (eds). Behavioural travel modelling. Croom Helm, Becknham: Kent, 1979. pp. 698-710.

  • 14

    2.2 MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE DE CRIANAS E ADOLESCENTES

    O deslocamento de crianas e adolescentes, assim como a dos adultos,

    influenciado por diversos fatores como renda, disponibilidade de automvel ou do

    transporte pblico (mobilidade), mas tambm pelas distncias a serem percorridas e

    localizao das atividades de interesse (acessibilidade).

    Como conseqncia do crescimento desordenado e da priorizao do

    automvel sobre outros modos de transporte no Brasil, a populao, em especial

    nos grandes centros urbanos, vem sofrendo com a deteriorao da qualidade de seu

    deslocamento e tambm com os efeitos negativos do modelo rodoviarista, com

    aumento dos congestionamentos, poluio e degradao do ambiente urbano.

    Longe de ser um problema somente das cidades brasileiras, a dependncia

    do automvel tem levado pases desenvolvidos a aplicarem medidas de

    gerenciamento de mobilidade, buscando reduzir o nmero de viagens realizadas por

    automvel e ampliar a utilizao dos modos no motorizados.

    Segundo Meyer (19846, citado por RAIA JR., 2000) no modelo de priorizao

    do automvel podem ser identificados grupos que no necessariamente se

    beneficiam das vantagens proporcionadas por este modo de transporte. So eles: os

    idosos, os pobres e os deficientes. Estes grupos so identificados como os de menor

    mobilidade, visto que tem sua capacidade de viagem restringida tanto pelas

    capacidades pessoais (renda e caractersticas fsicas) quanto pela restrio da

    acessibilidade s diferentes atividades urbanas que no podem ser alcanadas por

    transporte pblico (RAIA JR, 2000).

    De uma outra forma, as crianas e adolescentes, pela impossibilidade legal

    de dirigir um automvel, tero suas atividades restritas ou sua independncia

    afetada com o advento do automvel. Neste caso, as restries no so

    predominantemente sobre a quantidade de viagens realizadas, mas sobre as

    condies em que so realizadas, isto , na falta de infraestrutura, segurana e

    autonomia nos seus deslocamentos.

    6 MEYER, M. D.; MILLER, E.J. e MORDOCK, E. K. (ed.). Urban transportation planning: a

    decision oriented approach. Nova Iorque: McGraw-Hill Higher Education, 1984.

  • 15

    Para Hillman (1993) o aumento das restries impostas s crianas nos seus

    deslocamentos esto diretamente associadas ao aumento do uso do automvel.

    Para este autor, a percepo de perigo dos pais em relao segurana das

    crianas resultou, ao longo dos anos, em maiores restries na autonomia da

    criana em relao ao seu deslocamento. Assim, a sensao de perigo

    proporcionada pelo trfego intenso restringe atividades da criana como

    caminhadas, andar de bicicleta ou at mesmo atravessar a rua desacompanhado de

    um adulto. Rosembaum (1993) ressalta que o intenso trfego de veculo vem

    comprometendo a independncia e autonomia das crianas em suas viagens,

    resultando em menos oportunidades para que as estas exeram sua liberdade de

    escolha, comprometendo sua qualidade de vida futura.

    Martin e Carlson (2005) identificam as principais barreiras utilizao dos

    modos no motorizados para as viagens escolares por jovens americanos. Segundo

    estes autores, a distncia da escola, bem como os perigos de trfego so os

    principais problemas para o deslocamento a p. Nesta pesquisa foram encontradas

    diferenas entre os deslocamentos de crianas e adolescentes por faixa etria,

    justificado pela existncia de maior quantidade de escolas primrias, isto , existe

    maior probabilidade de existir uma escola primria do que uma secundria perto da

    residncia, facilitando o acesso a p para o primeiro grupo.

    McMillan (2007) buscou relacionar a forma urbana com os deslocamentos

    escolares por modos no motorizados, avaliando a proporo de viagens a p e de

    bicicleta relacionadas com variveis como a existncia de caladas em boas

    condies e uso do solo, identificando reas predominantemente residenciais ou de

    uso misto. Para esta autora, a forma urbana apresenta certa influncia na utilizao

    dos modos no motorizados, mas aspectos como atitude em relao ao transporte

    (aspectos culturais e comportamentais) e as distncias possuem maior influncia na

    escolha modal.

    De forma semelhante, Kerr et al. (2005) buscam relacionar a forma urbana e

    uso do solo com a realizao de viagens no motorizadas por crianas e

    adolescentes, analisando tambm as influncias de gnero, raa e renda. Os

    autores identificaram que bairros com melhor infra-estrutura e espaos de recreao

    contribuem para maiores nveis de atividades fsicas e caminhadas das crianas. No

    entanto, para grupos de baixa renda e no-brancos, a realizao de viagens a p

    estava relacionada falta de automvel, e no s atividades fsicas e recreativas,

  • 16

    independente da disponibilidade destes equipamentos no bairro. Em grupos de

    menor faixa de renda foi identificada tambm maior propenso utilizao do

    transporte pblico.

    Para Wilson (2007), as diversas medidas de estmulo utilizao de modos

    no motorizados nas viagens escolares perdem sua eficincia quando as famlias

    passam a escolher as escolas mais distantes em detrimento das escolas dos bairros

    em que moram. A autora ressalta o aumento dos custos sociais impostos pelas

    maiores distncias percorridas, como congestionamento, poluio e diminuio da

    atividade fsica das crianas. No entanto, apesar das conseqncias sociais

    negativas, a autora avalia que estes aspectos so pouco considerados pelas

    famlias ao escolher o estabelecimento escolar de seu filho. Para esta autora o

    planejamento integrado buscando uma melhor articulao na implantao dos

    equipamentos escolares nas cidades poderia resultar na melhoria dos padres de

    viagem para estas faixas etrias.

    Uma pesquisa realizada em 2003 (ITRANS, 2003) sobre mobilidade e

    pobreza na RMSP aponta para os graves problemas de mobilidade e acesso aos

    servios de transporte coletivo nas faixas de renda at 3 salrios mnimos, indicando

    a privao da populao de baixa renda s diferentes atividades, desde busca

    trabalho, at acesso educao e sade, e tambm para as atividades de lazer.

    Itrans (2003) identifica, nos ltimos anos, uma melhoria no acesso dos jovens destas

    faixas de renda escola a partir da melhor distribuio espacial das escolas

    pblicas, facilitando o acesso a p, em caminhadas curtas, de at 15 minutos. No

    entanto, para outras atividades como lazer ou busca ao trabalho, os jovens destas

    faixas de renda tem seus deslocamentos restringidos pela falta de opes nos

    bairros perifricos e pela falta de dinheiro para utilizao de transporte pblico, alm

    do fato de que pouqussimas famlias nesta faixa renda possuem automvel.

    Apesar do estudo mencionado no apontar problemas nos deslocamentos

    dos jovens por motivo educao, ele aborda apenas a mobilidade do ponto de vista

    das caractersticas do indivduo por faixa de renda, e no as caractersticas da

    infraestrutura existente para os deslocamentos a p ou outros modos.

    Vale lembrar tambm que, para as faixas de renda mais baixas, a caminhada

    muitas vezes utilizada pela falta de recursos para utilizao de transporte coletivo,

    mesmo significando longos percursos de caminhada (MALATESTA, 2007). Esta

    autora ressalta ainda que nas regies perifricas, onde moram as camadas de renda

  • 17

    mais baixas, as condies de infraestrutura para pedestre so ainda piores que nas

    regies centrais.

    2.3 EXPERINCIAS NA GESTO DA MOBILIDADE DE CRIANAS E ADOLESCENTES

    Em diversos pases, o deslocamento das crianas e adolescentes vem sendo

    objeto de diferentes polticas pblicas e programas que visam proporcionar o

    estmulo ao uso de modos no-motorizados e a segurana no trfego,

    principalmente nas viagens por motivo escolar. Estas iniciativas, encontradas em

    pases como os Estados Unidos, Canad e Reino Unido, entre outros, tm como

    objetivo reverter a tendncia crescente no uso do automvel para viagens escolares,

    bem como proporcionar melhorias no ambiente urbano que favoream o uso de

    modos no motorizados.

    2.3.1 Estados Unidos - Programa Nacional de Rotas Seguras para a Escola7-

    O Programa Nacional de Rotas Seguras para Escola foi criado em 2005

    atravs de legislao federal com o objetivo de financiar programas e projetos que

    favorecessem uso de bicicletas e a caminhada nas viagens escolares. Os objetivos

    gerais do programa so:

    Encorajar as crianas, incluindo aquelas com deficincias, a caminhar ou

    andar de bicicleta para a escola;

    Fazer com que os modos p e de bicicleta sejam mais seguros e atraentes

    como alternativa de transportes, conseqentemente estimulando um estilo de

    vida mais saudvel a partir da infncia;

    Facilitar o planejamento, o desenvolvimento e implantao de projetos e

    atividades que melhorem a segurana e reduzam o trfego, consumo de

    combustveis e poluio do ar no entorno das escolas primrias e

    secundrias (FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION).

    Ao longo de cinco anos (2005 a 2009) o governo federal americano destinou

    cerca de 612 milhes de dlares para o programa, repassados a projetos elegveis

    atravs dos Departamentos de Transporte Estaduais. Antes da implantao do

    programa federal, vrios estados americanos como a Califrnia, por exemplo, j

    7 National Safe Routes to School Program

  • 18

    dispunham de seus prprios programas de rotas seguras para a escola ou similares

    (METROLINX e GREEN COMMUNITIES CANADA, 2010). Nesses estados, o

    programa federal e iniciativas locais se complementam somando-se esforos e

    verbas para a implantao de projetos.

    Figura 1. Imagem para campanhas de estmulo a caminhadas

    Fonte: National Center for Safe Routes to School. Disponvel em:

    http://www.saferoutesinfo.org/resources/wts_graphics-and-logos.cfm. Acesso em: 20/01/2011

    Os programas federais de Rotas Seguras para escola contemplam os

    seguintes aspectos:

    Infraestrutura melhorias em caladas, medidas de reduo de

    velocidade e trfego (traffic calming), melhorias nos cruzamentos,

    implantao de bicicletrios e paraciclos;

    Outras medidas - Atividades para estmulo aos modos no

    motorizados, campanhas pblicas de educao, educao no trnsito,

    monitoramento das vizinhanas escolares, treinamentos especficos

    para segurana de pedestre e ciclistas (METROLINX E GREEN

    COMMUNITIES CANADA, 2010).

    Na avaliao dos programas estaduais, Orenstein et. al. (2007) estimam um

    aumento entre 20 e 200% nas viagens por modos no motorizados, dependendo da

    escola analisada.

    2.3.2 Canad Projeto Pisando L8

    No Canad, vrios projetos de estmulo utilizao de modos no

    motorizados nas viagens escolares foram desenvolvidos a partir de iniciativas de

    8 Stepping it Up Pilot Project

    http://www.saferoutesinfo.org/resources/wts_graphics-and-logos.cfm

  • 19

    organizao no governamentais como a Green Community Canad9. Esta ONG

    apia projetos similares aos desenvolvidos nos EUA, denominados Rotas Ativas e

    Seguras para Escola, disponibilizado em seu site ferramentas e informaes para

    que as escolas e comunidades produzam seus prprios projetos.

    O Governo de Toronto desenvolveu em 2009, atravs de sua agncia

    Metrolinx e outros colaboradores, um projeto piloto para estmulo caminhada e uso

    da bicicleta nas viagens escolares na Regio Metropolitana de Toronto e Hamilton

    (Great Toronto and Hamilton Area). Com intuito de entender o deslocamento de

    crianas e adolescentes nas viagens escolares, foi realizada uma pesquisa com

    1.000 famlias que tem os filhos em idade escolar. O estudo identificou que nestas

    reas 35% das crianas vo para escola de carro e aproximadamente 37% vo a p.

    Atravs da pesquisa inicial, o trabalho identificou os grupos e potenciais mudanas

    modais que poderiam ser estimuladas: para crianas que moram a at 2 km da

    escola, poderiam ser propostas alternativas para caminhada e uso da bicicleta, e

    para distncias acima disto, propostas de rodzios entre os pais e alternativas de

    transporte pblico. Na viso de futuro estabelecida pela Metrolinx, 60% das

    crianas devero utilizar modos no motorizados nos deslocamentos para a escola

    nos prximos anos (METROLINX, 2010).

    2.3.3 Recomendaes para Planejamento de Transporte e Uso do Solo

    Amigveis para Crianas e Jovens no Canad10

    Alm dos projetos ligados diretamente o gerenciamento da mobilidade, a

    percepo da influncia do uso do solo em transporte gerou iniciativas que buscam

    contemplar as necessidades de crianas e adolescentes nos diferentes projetos de

    transporte e planejamento urbano no Canad (GILBERT e OBRIEN, 2010b).

    Foram desenvolvidas recomendaes, feitas inicialmente para todo o pas,

    adaptadas posteriormente pelos Estados e submetidas a consultas pblicas para

    sua aplicao. As recomendaes, no total de 19, so agrupadas nas seguintes

    categorias: colocar crianas e jovens como prioridade no planejamento de transporte

    e uso do solo; fornecer e possibilitar que jovens sejam pedestres, ciclistas e usurios

    de transporte pblico; proporcionar viagens seguras para a escola; promover aes

    9 Disponvel em: http://www.saferoutestoschool.ca/.

    10 Canadian child and youth friendly land use and transportation planning guidelines.

    http://www.saferoutestoschool.ca/

  • 20

    para reduzir os impactos do transporte para jovens e crianas.

    Estas recomendaes abordam tanto a localizao das atividades e

    equipamentos pblicos quanto medidas de infraestrutura no seu entorno, alm de

    questes como tarifas reduzidas e adaptaes para facilitar a independncia e

    segurana das crianas na utilizao de diversos modos de transporte. Ao final do

    documento, so identificadas as principais barreiras, aes possveis e

    responsabilidades (governo local, governo estadual, comunidades, escolas) para a

    aplicao das recomendaes (GILBERT e OBRIEN, 2010b).

  • 21

    3 METODOLOGIA PROPOSTA

    As viagens realizadas por crianas e adolescentes por motivo escolar sero

    influenciados tanto pelas caractersticas individuais da criana e da famlia (renda,

    habilidades, segurana, propriedade de automvel) e da infra-estrutura existente

    (existncia de caladas, situao das vias, condies de trfego) quanto pela

    acessibilidade, isto a localizao da residncia e da escola.

    Este estudo prope um recorte nas faixas etrias de 11 a 17 anos, pois

    entende-se que, nesta faixa etria, os jovens j tm capacidade para exercer maior

    autonomia nos seus deslocamentos, isto , j dispe, de forma geral, das

    habilidades mnimas necessrias lidar com o trfego cotidiano e se locomover nos

    diferentes modos de transporte.

    Com intuito de analisar a mobilidade de crianas e adolescentes na Regio

    Metropolitana de So Paulo, a metodologia proposta para este trabalho ter como

    base a utilizao de duas pesquisas: a Pesquisa Origem Destino da Companhia do

    Metropolitano de So Paulo CMSP nos anos de 1987, 1997 e 2007 e uma

    pesquisa aplicada em uma escola privada no municpio de So Paulo.

    A pesquisa OD permite a anlise da evoluo da mobilidade e viagens de

    crianas e adolescentes, nas faixas dos 11 aos 17 anos, ao longo de 30 anos (1987,

    1997 e 2007) para a Regio Metropolitana de So Paulo - RMSP.

    A anlise da Pesquisa OD dos ltimos 30 anos permite verificar se houveram

    mudanas significativas ou podem ser observadas tendncias de mudana na

    mobilidade da faixa etria estudada, neste perodo.

    Sero observados os dados populacionais e de viagem para as diversas

    faixas de renda, de forma a identificar as diferenas de viagem entre as populaes

    jovens de alto e baixo poder aquisitivo, a predominncia modal, e os ndices de

    mobilidade nas diferentes faixas de renda.

    Os dados da pesquisa OD sero avaliados conjuntamente para toda a RMSP,

    isto , as informaes no sero desagregadas espacialmente por municpios ou

    zonas de trfego.

    A anlise local ser feita a partir da pesquisa realizada em uma escola

    privada no municpio de S. Paulo, de forma a identificar os fatores que afetam a

    mobilidade de crianas e adolescentes. A pesquisa ser realizada com pais dos

  • 22

    alunos de uma escola voltada para o pblico de alta renda na regio sudoeste de

    So Paulo.

    Desta forma, a pesquisa com pais de alunos buscar identificar aspectos que

    possam ampliar o entendimento sobre a mobilidade de crianas e adolescentes, a

    partir de uma situao especfica de localizao e pblico atendido (mdia e alta

    renda). A pesquisa ser dividida em sees diversas com as seguintes

    caractersticas:

    Caracterizao do aluno e das famlias informaes sobre idade,

    gnero, faixa de renda, propriedade de automvel e carteira de

    habilitao na famlia;

    Padro de viagem informaes sobre as viagens escolares: modo

    utilizado, distncia casa-escola, tempo de viagem, valor do transporte

    escolar e dados sobre acidentes sofridos;

    Fatores que influenciam a realizao de viagens no motorizadas, e

    motorizadas.

  • 23

    4 ANLISE DOS RESULTADOS

    4.1 ANLISE DA MOBILIDADE ATRAVS DA PESQUISA ORIGEM DESTINO

    As Pesquisas Origem Destino realizadas pela Companhia do Metropolitano de

    So Paulo CMSP (Metr), na Regio Metropolitana de So Paulo - RMSP nos

    anos de 1987, 1997 e 2007 foi utilizada para se obter as caractersticas gerais da

    mobilidade na faixa etria dos 11 aos 17 anos.

    4.1.1 Caractersticas populacionais

    A pesquisa OD indica um aumento geral na populao da RMSP, que em

    2007 contava com quase 20 milhes de habitantes. Apesar do aumento geral da

    populao, a populao na faixa dos 11 a 17 anos diminuiu cerca de 13% entre os

    anos de 1997 e 2007, conforme podemos observar no grfico a seguir. A

    participao da populao de 11 a 17 anos no total geral da populao variou, nos

    anos da pesquisa, entre 14, 24% e 10,6%, este ltimo valor para o ano de 2007.

    Grfico 1. Populao Total e Populao na faixa dos 11 aos 17 anos na RMSP

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007

    O grfico abaixo apresenta a populao de 11 a 17 anos, por ano da pesquisa

    OD e faixas de renda. Alm do decrscimo de populao nesta faixa etria, pode-se

    perceber a predominncia das faixas de renda familiar mdia entre 760 e 1.240 reais

    e 1.520 a 3.040 reais, com as menores propores na faixa de renda mais elevada.

    Apesar de a populao ter aumentado entre 1987 e 2007, a populao na faixa de

    renda mais baixa (at 760 reais) permanece praticamente a mesma.

  • 24

    Grfico 2. Populao na faixa dos 11 aos 17 anos na RMSP, por faixa de renda

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007

    4.1.2 Evoluo das viagens dirias

    Um dos indicadores mais comumente usados para a medio da mobilidade

    o ndice de Mobilidade, dado pelo nmero de viagens dividido pelo nmero de

    habitantes. Este indicador usado pelo Metr nas pesquisas OD, e foi aqui utilizado

    tambm por ser de fcil entendimento, e possvel desagregao para diferentes

    faixas de renda e modos de transporte.

    Vale lembrar tambm que os modos de viagem considerados so:

    Modos motorizados:

    Modo individual, ou modo individual motorizado: neste estudo foi

    considerado o automvel;

    So considerados modos coletivos: nibus, trem, metr, transporte

    escolar, lotao, entre outros;

    Modos no Motorizados:

    Modo a p;

    Modo bicicleta.

    Os grficos a seguir apresentam as viagens totais realizadas pelos jovens,

    por modo utilizado, e o ndice de mobilidade (viagens por habitante) na faixa etria

    estudada. Em 2007 foram realizadas 4,8 milhes de viagens por crianas e jovens,

    sendo a maioria delas a p, com o total de 3,1 milhes de viagens, seguido pelo

  • 25

    modo motorizado coletivo (1, 2 milho de viagens) e motorizado individual (464 mil

    viagens). O modo bicicleta foi o nico que apresentou crescimento desde 1987,

    atingindo o total de 33 mil viagens dirias.

    Grfico 3. Total de viagens dirias na faixa dos 11 aos 17 anos

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007

    Apesar da reduo no nmero de viagens absolutas entre 1997 e 2007, dada

    a reduo na populao, o ndice de mobilidade apresenta uma ligeira melhora entre

    estes dois anos, passando de 2,13 viagens/habitante para 2,33. No entanto, apesar

    da melhora, o ndice ainda no chegou ao patamar de 1987, de 2,61

    viagens/habitante.

    A tendncia de diminuio da mobilidade observada em 1997 a mesma

    observada para o total de viagens da RMSP, decrescente desde 1977, quando

    atingiu valores de 2,07 viagens por habitante, contra 1,95 em 2007. A reverso desta

    tendncia explicada tanto pela melhoria de renda da populao, quanto pela

    implantao do Bilhete nico no municpio de S. Paulo e integrao entre os nibus

    municipais e sistemas sobre trilhos (trem e metr).

  • 26

    Grfico 4. ndice de Mobilidade na faixa dos 11 aos 17 anos

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007

    4.1.3 Motivo de Viagem e Modo Principal

    A educao continua sendo o grande motivo de viagens na faixa etria

    estudada, respondendo por mais de 80% das viagens no ano de 2007,

    correspondendo ao total de 1,2 milhes de viagens por dia11. Pode-se observar

    tambm pelo grfico a seguir, a diminuio das viagens por outros motivos, entre

    eles trabalho e lazer. A diminuio das viagens por motivo trabalho pode estar

    relacionada com o aumento das viagens por motivo educao, indicando um

    aumento na freqncia destes jovens escola.

    Tabela 2. Nmero de Viagens por Motivo (x 1.000) na faixa dos 11 a 17 anos

    VIAGENS POR MOTIVO 1987 1997 2007

    Escola/Educao 1.660 1.950 2.118

    Residncia 2.269 2.439 2.343

    Trabalho 477 302 180

    Recreao/Visitas/Lazer 166 159 87

    Compras 40 58 27

    Mdico/Dentista/Sade 40 35 25

    Outros 66 148 79

    Total 4.720 5.091 4.860

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.

    11

    Foram retiradas as viagens por motivo residncia, pois os dados da pesquisa foram organizados a partir das viagens por motivo no destino. Parte-se do pressuposto que o motivo residncia ser, para grande parte das viagens, uma origem e um destino final.

  • 27

    Grfico 5. % Viagens por Motivo, faixa 11 aos 17 anos12

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.

    O modo a p, conforme visto anteriormente, predominante nos

    deslocamentos totais de jovens e crianas da faixa etria estudada. Observa-se

    tambm no grfico a seguir a importante participao dos modos coletivos, com

    destaque para os nibus. Tambm pode ser identificado um grande aumento no

    nmero de viagens por transporte escolar, observado entre os anos de 1987 e 2007.

    O automvel tambm aumenta sua participao nas viagens no mesmo perodo.

    Grfico 6. % Viagens por Modo Principal, faixa 11 aos 17 anos

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.

    12

    Sem motivo residncia.

  • 28

    4.1.4 Evoluo da mobilidade de crianas e adolescentes por faixa de renda

    A tabela a seguir apresenta os ndices de mobilidade por faixa etria por ano

    da Pesquisa OD. Pode ser observado que as faixas etrias objeto deste estudo

    esto entre as populaes maiores ndices de mobilidade da RMSP, acima, inclusive

    dos ndices totais. Estes ndices altos so explicados principalmente pela realizao

    de viagens escolares, que resultam na realizao de pelo menos duas viagens por

    dia por pessoa (ida e volta da escola), mesmo que nas rendas mais baixas.

    Conforme explicado anteriormente neste trabalho, a instalao de equipamentos

    escolares nas diferentes regies da metrpole permitem maior acesso a educao

    mesmo para as camadas de renda mais pobres da populao (ITRANS, 2003).

    Tabela 3. ndice de Mobilidade por faixa etria

    FAIXA ETRIA NDICE DE MOBILIDADE

    1987 1997 2007

    at 3 anos 0,44 0,49 0,70

    4 a 6 anos 1,04 1,14 1,79

    7 a 10 anos 2,27 1,87 2,19

    11 a 14 anos 2,48 2,05 2,22

    15 a 17 anos 2,79 2,22 2,48

    18 a 22 anos 2,58 2,20 2,18

    23 a 29 anos 2,50 2,16 2,28

    30 a 39 anos 2,56 2,33 2,38

    40 a 49 anos 2,34 2,13 2,09

    50 a 59 anos 1,80 1,71 1,73

    60 anos e mais 1,12 1,05 1,08

    Total 2,06 1,87 1,95

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.

    A quantidade de viagens por pessoa um indicador comumente usado para

    se medir a mobilidade da populao. No entanto, vale ressaltar que a partir da

    segregao dos dados por faixa de renda, podem ser identificadas grandes

    diferenas entre os grupos, principalmente no uso do transporte individual e a p.

    Os grficos 7 a 11 a seguir, apresentam os ndices de mobilidade para

    crianas e adolescentes, por ano de pesquisa e faixa de renda13, total e por modo

    individual, coletivo, bicicleta e a p.

    A partir do grfico 7 observa-se a diferena entre os ndices de mobilidade

    totais por faixa de renda, apontando a maior mobilidade das faixas de renda familiar

    mais altas (acima de 3.040 reais), diferena observada tambm nas viagens de

    outras faixas etrias. Entre as camadas mais alta e mais baixa de renda, a diferena

    13

    Para os anos 1987 e 1997 foram dadas as faixas de renda equivalentes a 2007.

  • 29

    de viagens chega a ser de at 42%.

    Grfico 7. ndice de Mobilidade Total na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de renda

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.

    O grfico 8 a seguir mostra o ndice de mobilidade por modo individual, e que

    aponta uma grande diferena entre os deslocamentos dos jovens e crianas por

    faixa de renda. Pode ser observado que, enquanto as viagens por modo individual

    so mnimas, ou praticamente inexistentes para a populao mais pobre, estas

    viagens tem um grande peso na mobilidade dos jovens das rendas mais altas.

    Pode se perceber tambm uma tendncia de crescimento nas faixas de renda

    a partir de 1.520 reais, em relao aos anos anteriores, chegando, inclusive, aos

    ndices de mobilidade de 1987.

    Grfico 8. ndice de Mobilidade Modo Individual na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de

    renda

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.

    A seguir, no grfico 9, so apresentados os ndices de mobilidade por modo

    coletivo, onde se observa um aumento do nmero de viagens com aumento da

    renda familiar. A exceo entrada est na camada de renda mais alta, indicando que

  • 30

    crianas e jovens mais ricos andam menos de transporte coletivo do que seus pares

    de menor renda.

    Grfico 9. ndice de Mobilidade Modo Coletivo na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de

    renda

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.

    Os grficos a seguir apresentam os ndices de mobilidade por modos no

    motorizados, isto , a p e de bicicleta. Ao contrrio da tendncia observada no

    modo individual, que cresce sua participao medida que a renda aumenta, para o

    modo a p a situao a inversa: quanto maior a renda menor a mobilidade pelo

    modo a p. Esta situao aponta para uma maior dependncia do automvel nas

    crianas das rendas mais altas, com participao por modo similar ao observado em

    pases desenvolvidos. Em relao tendncia, pode-se perceber que em 2007 o

    modo a p tem os menores ndices dos trs anos, com exceo das duas faixas de

    renda mais pobres. Em outras palavras, a partir das faixas de renda mdia, diminuiu-

    se a mobilidade a p de crianas e adolescentes.

    Grfico 10. ndice de Mobilidade Modo A p na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de renda

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.

  • 31

    As viagens realizadas por bicicleta so as que apresentam maior crescimento

    entre os anos de 1987 e 2007, com intensificao do seu uso em quase todas as

    faixas de renda. No entanto, as rendas mais altas so as que apresentam menor

    ndice de mobilidade neste modo, ressaltando, assim como nas viagens realizadas a

    p, que o alto ndice de mobilidade nesta faixa de renda est diretamente ligado s

    viagens realizadas por modo individual.

    Grfico 11. ndice de Mobilidade Modo Bicicleta na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de

    renda

    Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.

    A pesquisa OD mostra um panorama geral das viagens e mobilidade de

    crianas e adolescentes na RMSP. De forma geral, os ndices de mobilidade nesta

    faixa etria so altos se comparados s outras faixas, mas apresentam grandes

    discrepncias quando se observam as viagens estratificadas por faixa de renda. De

    forma resumida, a Pesquisa OD nos d o seguinte retrato das viagens de crianas

    e adolescentes na faixa etria estudada:

    Altos ndices de mobilidade em recuperao, mas ainda no foram

    alcanados os ndices de 1987;

    As viagens escolares so o principal motivo de deslocamento;

    Predominncia do modo a p (geral);

    Dependncia do automvel nas camadas de alta renda;

    Predominncia do modo a p nas camadas de menor renda;

    Ao longo dos 30 anos observa-se uma tendncia no aumento do uso

    do modo individual em detrimento do modo a p;

    Aumento geral das viagens realizadas por bicicleta.

  • 32

    4.2 PESQUISA COM PAIS DE ALUNOS

    Conforme explicado no captulo 3 Metodologia, alm da anlise realizada a

    partir das Pesquisas OD do Metr, foi proposta uma pesquisa realizada com pais de

    alunos de uma escola privada em So Paulo. Esta etapa do trabalho busca

    identificar para este grupo especfico, condies que afetam a mobilidade de

    crianas e jovens nas viagens por motivo educao.

    Dado o curto perodo de tempo disponvel para a realizao da pesquisa

    devido coincidncia da realizao desta com o fim do perodo letivo (ms de

    dezembro), esta escola foi escolhida pela convenincia de contatos realizados

    anteriormente a este trabalho e pela concordncia da coordenao em participar do

    estudo.

    A pesquisa com pais de alunos foi realizada atravs de questionrio

    (Apndice A) distribudo aos alunos durante as aulas, no fim do ms de novembro de

    2010, e recolhido pela escola ao longo de duas semanas. A distribuio foi feita para

    todos os alunos do ensino Fundamental 2 (sexto ao nono ano) e para os alunos de

    primeiro e segundo ano do Ensino Mdio. Os alunos do terceiro ano do Ensino

    Mdio j estavam no perodo de recesso escolar para a realizao de exames

    vestibulares e, portanto, no fizeram parte desta pesquisa.

    O questionrio foi desenvolvido a partir de pesquisas internacionais

    (METROLINX, 2010 e GREEN COMMUNITIES CANADA, 2011) desenvolvidas para

    fins de programas de gerenciamento de mobilidade de viagens escolares. Por serem

    pesquisas realizadas em pases desenvolvidos, foram adaptadas para o contexto

    nacional e para os fins desta pesquisa.

    Foram distribudos 480 questionrios, dos quais 124 foram devolvidos, mas

    apenas 109 foram considerados vlidos. No foi realizado nenhum

    acompanhamento junto aos alunos para solicitar o preenchimento e entrega dos

    questionrios ou confirmar as respostas.

    Tabela 4. Resumo da Amostra da Pesquisa

    Populao Total Pesquisada Questionrios Vlidos Margem de Erro

    480 109 +- 8,4%

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

  • 33

    A Escola da Vila14 uma escola privada, localizada na Zona Oeste do

    municpio de So Paulo, com duas unidades de ensino, localizadas nos bairros do

    Butant e Morumbi. A Escola dispe de Ensino Infantil, Ensino Fundamental e

    Mdio, atendendo a crianas e adolescentes a partir dos trs anos de idade. Por ser

    uma escola privada de alto padro, o pblico atendido compe-se

    predominantemente de famlias de renda alta e mdia alta.

    Figura 2. Localizao das Unidades de Ensino da Escola da Vila

    Fonte: Elaborao do Autor

    Nesta pesquisa no foram analisadas as condies de acessibilidade da

    escola, isto , sua localizao na cidade, o trfego do entorno ou condies da

    infraestrutura existentes. No entanto, pde ser constatado que ambas as unidades

    pesquisadas so atendidas pelo sistema de transporte de nibus municipal e

    intermunicipal.

    4.2.1 Perfil dos Alunos e Famlias

    As tabelas a seguir apresentam o perfil dos alunos pesquisados e

    caractersticas da famlia. Foram pesquisados 109 alunos, dos quais 52% eram

    meninas e 47% meninos. O maior ndice de respostas foi dos alunos de 12 e 13

    14

    Site da escola: www.escoladavila.com.br.

  • 34

    anos. AS famlias apresentam renda predominante acima de 5.700 reais (quase 83%

    das respostas), sendo que apenas uma famlia pertence ao grupo de renda mais

    baixo pela estratificao proposta (seguindo a estratificao proposta na pesquisa

    OD).

    Tabela 5. Perfil dos alunos

    IDADE

    GNERO

    Total % Fem. Masc. NO

    INFORMADO

    11 15 6 21 19,27%

    12 14 15 29 26,61%

    13 9 12 21 19,27%

    14 6 9 15 13,76%

    15 7 5 12 11,01%

    16 5 2 1 8 7,34%

    17 1 2 3 2,75%

    Total 57 51 1 109 100%

    % 52,29% 46,79% 0,92% 100%

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    Tabela 6. Renda familiar

    RENDA FAMILIAR N. FAMLIAS %

    $761 a $1.520 1 0,92%

    $1.521 a $3.040 2 1,83%

    $3.041 a $5.700 13 11,93%

    > $5.701 90 82,57%

    NO INFORMADO 3 2,75%

    Total geral 109 100,00%

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    Em relao propriedade de automvel, 98% das famlias possuem

    automvel, sendo que 59% das famlias responderam ter 2 carros, e 16% relataram

    ter pelo menos 3 ou mais automveis. Apenas duas famlias indicaram no possuir

    automvel. Em relao habilitao para dirigir, a maioria das famlias conta com

    pelo menos duas pessoas habilitadas (74%).

    Grfico 12. Quantidade de automveis por famlia

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

  • 35

    Tabela 7. Quantidade de pessoas com CNH na famlia

    N. pessoas com CNH Total de famlias % 1 14 12,84%

    2 81 74,31% 3 13 11,93%

    4 1 0,92%

    Total geral 109 100,00%

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    Tabela 8. Distncia casa -escola

    DISTNCIA CASA ESCOLA N. ALUNOS %

    AT 1 18 16,51%

    1 A 3 21 19,27%

    3 a 5 22 20,18%

    5 A 10 35 32,11%

    >10 13 11,93%

    Total geral 109 100,00%

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    Em relao distncia entre a casa e a escola, aproximadamente 35% dos

    alunos declararam que moram a at 3 km de distncia, 52% na faixa entre 3 a 10 km

    e o restante acima de 10 km. Vale ressaltar que, nos programas internacionais de

    incentivo aos modos no-motorizados, as distncias at duas milhas

    (aproximadamente 3,2 km) so consideradas razoveis para a utilizao destes

    modos.

    4.2.2 Padro de Viagens Escolares

    Perto de 100% das viagens escolares realizadas so realizadas por modo

    motorizado. As viagens por modo motorizado individual so predominantes tanto na

    ida quanto na volta da escola, sendo que na volta da escola aumenta-se a

    participao tanto dos modos coletivo quanto dos no motorizados.

    Grfico 13. Diviso modal nas viagens escolares

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

  • 36

    O modo mais utilizado para a ida e volta da escola de carro com algum da

    famlia, seguido por transporte escolar e de carro como parte de um rodzio. A

    volta da escola, provavelmente pela indisponibilidade dos pais ou de outra pessoa

    da famlia, apresenta maior variao de modos do que a ida, com aumento grande

    no modo transporte escolar.

    Grfico 14. Modo de transporte utilizado nas viagens escolares

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    O grfico a seguir apresenta a proporo de viagens por modo, por distncia

    declarada da casa-escola. A partir das informaes abaixo pode-se perceber que a

    utilizao dos modos no motorizados aparece somente nas viagens de at 3 km,

    sendo maiores na volta do que na ida para a escola. Cabe ainda ressaltar, conforme

    visto anteriormente, que o modo motorizado individual foi predominante em todas as

    viagens, mesmo para aquelas de curta distncia, seja com algum da famlia ou num

    rodzio.

    O transporte pblico aparece nas viagens para distncias acima de 3 km, mas

    ainda de forma modesta. Nas distncias maiores ele utilizado somente na volta da

    escola. O modo transporte escolar utilizado em todas as distncias, sendo que nas

    viagens entre 3 e 5 km este modo bastante utilizado.

    Considerando a faixa de renda dos alunos, pode-se entender tambm a

    presena de viagens de automvel com motorista em vrias respostas.

    Pode-se inferir, a partir deste grfico, a importante influncia da distncia na

    escolha modal, no entanto, como veremos adiante, ela no a nica definidora da

    escolha modal. O modo bicicleta foi utilizado apenas por um aluno.

  • 37

    Grfico 15. Viagens escolares por modo, por distncia casa-escola

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    Em relao aos tempos de viagem, percebe-se, pela tabela a seguir, que o

    tempo de volta maior que o tempo de ida para a escola, e quase 4% dos alunos

    leva mais de uma hora para voltar para casa! No entanto, a predominncia das

    viagens com at 20 minutos, com 74% das viagens de ida e 58% das viagens de

    volta realizadas neste perodo de tempo.

    Tabela 9. Tempo de viagem escolar

    TEMPO DE VIAGEM IDA ESCOLA % VOLTA DA ESCOLA

    %

    At 10 min. 47 43,1% 37 34,3%

    11 a 20 min. 34 31,2% 26 24,1%

    21 a 40 min. 21 19,3% 28 25,9%

    41 a 60 min. 7 6,4% 13 12,0%

    > 60 min. - 0,0% 4 3,7%

    Total geral 109 100,0% 108 100,0%

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    Apenas 4 alunos(3,7% do total) reportaram ter sofrido algum tipo de acidente

    no percurso de ida ou volta da escola, sendo 2 utilizando automveis e 2 utilizando

    transporte escolar.

    O valor pago no transporte escolar varia entre 50 e 350 reais, conforme

  • 38

    respondido nos questionrios. A escola tambm dispe de um servio de transporte

    escolar gratuito, entre as duas unidades (Butant e Morumbi), visto que algumas

    atividades (treinos esportivos ou aulas especficas) requerem dos alunos a presena

    em unidade diferente daquela onde atende aula. Este servio tambm utilizado por

    alunos que moram mais perto de uma unidade, mas estudam na outra15.

    4.2.3 Atitudes em relao ao transporte nas viagens escolares

    As informaes a seguir fazem parte da seo do questionrio destinada a

    investigar diferentes aspectos da escolha modal e fatores que influenciam a

    mobilidade dos alunos desta escola. A primeira pergunta referia-se idade que os

    pais permitiriam que os filhos fossem/ voltassem a p ou de bicicleta para a escola

    regularmente, e as respostas foram organizadas no grfico a seguir.

    Grfico 16. Idade que os pais permitiriam a viagem escolar a p

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    A idade mais indicada de permisso para a realizao de viagens no

    motorizadas foi 15 anos, mas variam entre 8 e 18 anos. Alguns pais que

    responderam nunca, colocaram observaes no questionrio sobre a autorizao,

    relacionado-a distncia entre a casa e a escola, ou localizao da residncia

    15

    Informaes recebidas da escola.

  • 39

    junto vias muito movimentadas16.

    A questo seguinte desta seo era dirigida aos pais de filhos que no

    utilizavam modos a p ou de bicicleta para a escola, e era composta por vrias

    afirmaes que deveriam ser respondidas pelos pais. O objetivo desta questo era

    identificar fatores que influenciam a escolha do modo como: segurana no trfego,

    distncia razovel para caminhada, percepo em relao s habilidades do jovem

    para se locomover sozinho, condio das caladas, preocupao em relao

    crimes, conhecimento e avaliao do atendimento do transporte pblico entre a casa

    e a escola. Abaixo, segue tabela com as questes do questionrio.

    Tabela 10. Questes para pais de alunos que no vo escola a p ou de bicicleta

    12.1 Eu gostaria que meu filho fosse/voltasse escola p ou de bicicleta para a escola

    12.2 Meu filho(a) ainda no tem desenvoltura no trnsito para ir desacompanhado escola

    12.3 Moramos muito longe para que meu filho (a) v a p ou de bicicleta da escola

    12.4 O trfego no percurso da residncia escola muito pesado (fluxo grande de veculos/ altas velocidades)

    12.5 Existem ruas muito movimentadas/ difceis de atravessar no percurso

    12.6 As caladas esto em ms condies de conservao e manuteno

    12.7 Meu filho no vai a p ou de bicicleta porque tenho preocupaes em relao sua segurana (em relao crime/ bullying)

    12.8 O caminho da escola faz parte do meu percurso de carro ao trabalho

    12.9 No conheo as linhas de nibus que vo da nossa residncia at a escola

    12.10 Considero o transporte pblico desconfortvel/ inconveniente

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    16

    A pergunta poderia ter tido uma maior preciso se fosse antecedida de alguma observao sobre os pais considerarem a distncia entre a casa-escola razovel de ser percorrida a p.

  • 40

    Grfico 17. Respostas s afirmaes do questionrio

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    As respostas, representadas no grfico acima, podem ser resumidas da

    seguinte forma:

    Quase 40% dos pais gostariam que os filhos fossem p ou de

    bicicleta para a escola;

    Cerca de 40% consideram que seus os filhos j tm desenvoltura no

    trnsito para irem sozinhos, a p ou de bicicleta, para a escola;

    Mais de 50% consideram a distncia entre a casa e escola longe para

    que os filhos vo a p ou de bicicleta para a escola;

    72% consideram o trfego do percurso casa-escola pesado;

    Quase 84% acham que as ruas so muito movimentadas e difceis de

    atravessar no percurso casa-escola;

    Aproximadamente 70% afirmam que as caladas esto em ms

    condies de conservao no percurso;

    63% tm preocupaes em relao crimes;

    O caminho da escola no faz parte do percurso de 57% dos

    respondentes, indicando que o eventual transporte do aluno para

    escola pode gerar uma alterao no percurso da viagem ao trabalho,

    aumentando as distncias percorridas e tempo de deslocamento;

    Pouco mais de 60% dizem que no conhecem as linhas de nibus que

    atendem a escola e a residncia;

  • 41

    Quase 50% consideram o transporte pblico desconfortvel.

    Pode-se identificar, a partir das respostas acima, que, alm da distncia, o

    trfego pesado e deficincia de infraestrutura so fatores importantes para os pais

    de alunos que utilizam modos motorizados nas viagens escolares, e possivelmente

    definidores da escolha modal, como identificado nas pesquisas internacionais.

    Como conseqncia das dificuldades existentes para a realizao de

    caminhadas e andar de bicicleta, muitos pais, preferem que seus filhos utilizem

    modos motorizados.

    A questo seguinte procurou justamente identificar a importncia dos fatores

    acima mencionados na realizao de viagens a p ou de bicicleta, e foram

    solicitados que todos respondessem, independente do modo de utilizado pelo filho

    nas viagens escolares.

    O grau de importncia atribudo a cada um dos fatores considerados est

    representado no grfico a seguir. Praticamente todos os fatores foram considerados

    extremamente importantes na realizao das viagens a p ou de bicicleta,

    indicando a percepo da necessidade de intervenes no entorno da escola que

    garantam ambientes mais amigveis para a realizao de viagens no motorizadas.

    A exceo ficou no item acompanhamento de um adulto, considerado

    extremamente importante para menos de 20% dos pais, e sem importncia para

    um pouco mais de 10%.

  • 42

    Grfico 18. Importncia dos fatores para viagens a p ou de bicicleta para a escola

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho

    Finalmente, e tambm como uma forma de provocao reflexo a ltima

    pergunta pedia que o pai ou me respondesse qual modo utilizava nas viagens

    escolares quando tinha a idade do filho, o que significa, aproximadamente pela

    idade indicada pelos pais, viagens realizadas h 30 ou 40 anos. A maioria dos pais

    relatou que ia e voltava da escola a p, desacompanhado.

    Grfico 19. Modo utilizado pelo pai/me nas viagens escolares na idade do filho

    Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho.

  • 43

    5 CONCLUSES E RECOMENDAES

    Este trabalho buscou investigar a mobilidade de crianas e jovens na Regio

    Metropolitana de So Paulo e identificar diferentes tendncias nos deslocamentos

    destes jovens nas viagens por motivo escolar.

    A anlise da Pesquisa OD de 1987, 1997 e 2007 permitiu obter um retrato

    geral das viagens realizadas na Regio Metropolitana de So Paulo, indicando que,

    apesar da mudana modal de modos no motorizados para o modo individual nos

    deslocamentos desta faixa etria no so ser observada para o grupo como um

    todo, ela j apresenta uma tendncia para as camadas de renda mdia, alm de j

    ter se estabelecido para as camadas de alta renda.

    Com o aumento crescente da frota de automveis observado nos ltimos

    anos, essa tendncia pode se consolidar nos prximos anos, a exemplo do ocorrido

    em pases desenvolvidos.

    As crianas e adolescentes anos tambm so o grupo etrio com maior

    proporo de viagens a p, tanto em nmeros absolutos, quanto no total de viagens

    realizadas a p. Conseqentemente, so elas as que mais sofrero com as

    deficientes condies das caladas, e com a diminuio da segurana fsica pelo

    intenso trfego de veculos e seu predomnio sobre o ambiente urbano.

    A pesquisa com os pais de alunos permitiu uma anlise especfica,

    relacionando, para as faixas de renda mais alta, a escolha do modo com a distncia

    casa-escola e fatores importantes para os pais nas viagens dos seus filhos.

    Conforme observado, a distncia um fator de grande importncia na escolha

    modal, pelo menos para a utilizao dos modos no motorizados. No entanto, muitas

    viagens que poderiam ser realizadas por modos ativos no o so, dadas as ms

    condies do ambiente urbano e, principalmente pelo trfego intenso de veculos e

    sua predominncia sobre o ambiente.

    As polticas e programas implantados em pases desenvolvidos vm tendo

    sucesso no aumento da utilizao dos modos ativos sobre os modos motorizados,

    alm de proporcionarem mudanas no ambiente urbano para todas as faixas etrias.

    Entende-se assim, que polticas e programas com intuito de recuperar o

    ambiente urbano para as pessoas, proporcionando melhores condies nos

    deslocamentos a p e de bicicleta, so necessrias para a qualidade de vida,

  • 44

    principalmente das geraes futuras, que sofrem as maiores conseqncias da

    degradao ambiental causada pelo predomnio do automvel.

    Atividades fsicas, autonomia, socializao e fortalecimento da capacidade de

    escolha, alm de menos poluio e barulho, so aspectos relevantes para a

    qualidade de vida de qualquer indivduo, e fatores importantes na formao de

    hbitos que crianas e adolescentes levaro para sua vida adulta.

    Como recomendao final, sugere-se o aprofundamento na investigao das

    viagens escolares para outras faixas de renda e diferentes localidades, no apenas

    da Regio Metropolitana de So Paulo mas para outras regies do Estado.

  • 45

    6 REFERNCIAS

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    apresentado Fundao de Apoio a Pesquisa Cientfica e Tecnologia - FAPESC

    como resposta ao edital universal 006/2003, Florianpolis, 2005.

    http://www.metrolinx.com/mx/schooltravel/docs/FINAL_GTHA_School_Travel_Household_Attitudinal_Study.pdfhttp://www.metrolinx.com/mx/schooltravel/docs/FINAL_GTHA_School_Travel_Household_Attitudinal_Study.pdfhttp://www.saferoutestoschool.ca/downloads/Intl_STP_Best_Practices_Update_2010.pdfhttp://www.saferoutestoschool.ca/downloads/Intl_STP_Best_Practices_Update_2010.pdfhttp://www.dot.ca.gov/hq/LocalPrograms/saferoutes/sr2s_prae.htmhttp://www.dft.gov.uk/pgr/sustainable/schooltravel/%20travelling/ellingtoschoolagoodpract5762.pdfhttp://www.dft.gov.uk/pgr/sustainable/schooltravel/%20travelling/ellingtoschoolagoodpract5762.pdf

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    APNDICE A - QUESTIONRIO ENVIADO AOS PAIS DE ALUNOS

    (Por favor, retorne este documento escola at o dia 03 de dezembro 2010) SEO A PADRO DE VIAGEM E CARACTERIZAO DO ALUNO

    1. ESCOLA: ESCOLA DA VILA UNIDADE: BUTANT MORUMBI 2. SEXO : MASCULINO FEMININO 3. IDADE DO ALUNO (A): ANOS 4. SRIE/ ANO: FUNDAMENTAL ENSINO MDIO

    5. Qual a distncia da residncia at a escola (aproximadamente)?

    AT 1 KM DE 1 A 3 KM DE 3 A 5 KM DE 5 A 10 KM ACIMA DE 10 KM

    6. Como seu filho (a) vai e volta da escola com maior freqncia (3 ou mais vezes por semana)?

    IDA PARA ESCOLA VOLTA DA ESCOLA

    A P ACOMPANHADO DE UM ADULTO A P ACOMPANHADO DE UM ADULTO

    A P DESACOMPANHADO A P DESACOMPANHADO

    DE BICICLETA DESACOMPANHADO DE BICICLETA DESACOMPANHADO

    DE BICICLETA ACOMPANHADO DE BICICLETA ACOMPANHADO

    DE CARRO (COM ALGUM DA FAMLIA) DE CARRO (COM ALGUM DA FAMLIA)

    DE CARRO COMO PARTE DE UM RODZIO DE CARRO COMO PARTE DE UM RODZIO E

    TRANSPORTE ESCOLAR TRANSPORTE ESCOLAR

    DE TRANSPORTE PBLICO DE TRANSPORTE PBLICO

    OUTRO. QUAL? OUTRO. QUAL?

    7. Responda caso o seu filho (a) utilize o sistema de transporte escolar.

    Qual o valor pago, por ms, no transporte escolar do seu filho?

    8. Quanto tempo seu filho(a) leva no deslocamento de ida e de volta da escola (aproximadamente)? IDA PARA ESCOLA VOLTA DA ESCOLA

    AT 10 MINUTOS AT 10 MINUTOS

    DE 11 A 20 MINUTOS DE 11 A 20 MINUTOS

    DE 21 A 40 MINUTOS DE 21 A 40 MINUTOS

    DE 41 A 60 MINUTOS DE 41 A 60 MINUTOS

    MAIS DE 60 MINUTOS MAIS DE 60 MINUTOS

    9. Seu filho (a) j se envolveu em algum acidente de trnsito (coliso, atropelamento, etc) no percurso de ida ou volta da escola?

    SIM

    NO

    NO SEI

    10. Caso a resposta anterior seja SIM, qual modo de transporte ele estava utilizando?

    A P

    BICICLETA

    CARRO

    TRANSPORTE ESCOLAR

    TRANSPORTE PBLICO (NIBUS)

    OUTRO. Qual?

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    SEO B 11. A partir de que idade voc permitiria que seu filho fosse/voltasse da escola a p ou de bicicleta regularmente?

    ANOS NUNCA NO SEI

    12.Caso o seu filho no v a p ou de bicicleta para a escola, responda s afirmaes abaixo:

    SIM TALVEZ NO NO SEI

    Eu gostaria que meu filho fosse/voltasse escola p ou de bicicleta para a escola

    Meu filho(a) ainda no tem desenvoltura no trnsito para ir desacompanhado escola

    Moramos muito longe para que meu filho (a) v a p ou de bicicleta da escola O trfego no percurso da residncia escola muito pesado (fluxo grande de veculos/ altas velocidades)

    Existem ruas muito movimentadas/ difceis de atravessar no percurso

    As caladas esto em ms condies de conservao e manuteno Meu filho no vai a p ou de bicicleta porque tenho preocupaes em relao sua segurana (em relao crime/ bullying)

    O caminho da escola faz parte do meu percurso de carro ao trabalho

    No conheo as linhas de nibus que vo da nossa residncia at a escola

    Considero o transporte pblico desconfortvel/ inconveniente

    13. Qual a importncia dos fatores abaixo para que seu filho v ou volte da escola a p ou de bicicleta?

    Extremamente Importante

    Muito Importante

    Um pouco importante

    No Muito Importante

    Sem Importncia

    No Sei

    Treinamento de educao no trnsito para as crianas e adolescentes Acompanhamento de um adulto/ responsvel em todo o percurso ou pelo menos em um trecho Medidas para a reduo de velocidade do trfego no entorno da escola Cruzamentos mais seguros/sinalizados no percurso Existncia de infraestrutura para bicicletas (ciclovias, ciclorotas) Condies de conservao e manuteno das caladas

    Policiamento no entorno da escola

    14. Quando voc tinha a idade do seu filho, qual modo de transporte voc utilizava para ir e voltar da escola?

    IDA PARA ESCOLA VOLTA DA ESCOLA

    A P ACOMPANHADO DE UM ADULTO A P ACOMPANHADO DE UM ADULTO

    A P DESACOMPANHADO A P DESACOMPANHADO

    DE BICICLETA ACOMPANHADO DE UM ADULTO

    DE BICICLETA ACOMPANHADO DE UM ADULTO

    DE BICICLETA DESACOMPANHADO DE BICICLETA DESACOMPANHADO

    DE CARRO (COM ALGUM DA FAMLIA) DE CARRO (COM ALGUM DA FAMLIA)

    DE CARRO COMO PARTE DE UM RODZIO DE CARRO COMO PARTE DE UM RODZIO

    DE TRANSPORTE ESCOLAR DE TRANSPORTE ESCOLAR

    DE TRANSPORTE PBLICO DE TRANSPORTE PBLICO

    OUTRO. QUAL? OUTRO. QUAL?

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    SEO C 15. Qual a sua faixa etria?

    25 A 34 ANOS

    35 A 44 ANOS

    45 A 54 ANOS

    55 A 64 ANOS

    ACIMA DE 65 ANOS

    16. Qual a sua faixa de renda familiar?

    AT $760

    DE $761 A $1.520

    DE $1.521 A $3.040

    DE $3.041 A $5.700

    ACIMA DE $5.701

    17. Quantos automveis a famlia tem?

    0 - NENHUM

    1

    2

    3 OU MAIS

    18. Quantas pessoas na famlia possuem carteira de habilitao?

    PESSOAS

    OBRIGADA PELA SUA COLABORAO!