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& REVISTA EXPERIMENTAL - nº 1 - Março/2010 Nesta edição: FOTOGRAFIA ILUSTRAÇÃO PORTFÓLIO CRIAÇÃO E DESIGN INSPIRAÇÃO TIPOGRAFIA EMBALAGEM PROCESSOS DE IMPRESSÃO ESPANHOLA - acrílica sobre tela - Mônica F. Pena

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FOTOGRAFIA ILUSTRAÇÃO PORTFÓLIO CRIAÇÃO E DESIGN INSPIRAÇÃO TIPOGRAFIA EMBALAGEM PROCESSOS DE IMPRESSÃO REVISTA EXPERIMENTAL - nº 1 - Março/2010 Nesta edição: ESPANHOLA - acrílica sobre tela - Mônica F. Pena

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& REVISTA EXPERIMENTAL - nº 1 - Março/2010

Nesta edição:

FOTOGRAFIA ILUSTRAÇÃO

PORTFÓLIO CRIAÇÃO E DESIGN

INSPIRAÇÃO TIPOGRAFIA

EMBALAGEM PROCESSOS DE IMPRESSÃO

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CRIAÇÃO E DESIGNDesign: Moda ou Estilo?Ousadia e estética são os únicos requisitos de um bom design?

EMBALAGEMO hábito que faz o monge Como valorizar o visual de seu produto

TIPOGRAFIALetra serve só para escrever?Descubra como usar tipografia em composi-ções incríveis

INSPIRAÇÃODicas de quem entende do assunto

PROCESSOS DE IMPRESSÃOForma e função:do objeto à letra

PORTFÓLIOMônica F. Pena,Artista Plástica,

Designer e Educadora Social

SU

MÁRIO

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15

8

18

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ILUSTRAÇÃOCharge:

A sociedade em 3 x4

FOTOGRAFIAConheça os trabalhos

de alguns concorrentes do Prêmio Sony de

Fotografia Mundial

4

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EXPEDIENTECriação, diagramação e Redação: Mônica Ferreira PenaColaboração: Jorge Leal Orientação: Rangel SalesA revista ART&FATO é um tra-balho acadêmico do SENAI - Cecoteg

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Ao lado: LEI DE

ATRAÇÃOdo bielorrusso

Vadim Nardim

“Assim como nos anos passados, o grande número de inscrições em todo o mundo nos impressionou e nos lembra de como a fotografia é

uma forma universal de expressão criativa” Astrid Merget. World Photography

Organisation

Sony World Photography Awards 2010 anun-

ciou as 190 fotógrafos finalistas da competição

deste ano.

Ao todo, foram enviadas mais de 80 mil fotografias

para o concurso, que premiará as melhores fotos

em 12 categorias profissionais e nove amadoras.

Entre as categorias estão moda, esportes, artes

plásticas, música e história natural.

Entre os finalistas deste ano estão fotógrafos já

premiados no passado e também finalistas de

edições passadas.

FOTOGRAFIA

Prêmio Sony fotografia

Acima, à direita: DECORAÇÃO

SURIdo israelense

Pavel Wolberg

Ao lado: SONHOS

do espanhol Diego Carlos

Cortes Escribano

CARAMUJO, do chinês E. Zhang

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PAIXÃO DE CRISTO do brasileiro Calil Elias Neto

RUSSELA FABULOSA, do francêsGregoire A. Meyer

EMOÇÕES CONFLITANTES do indiano Sandipan Mukherjee

EXTRAVAGÂNCIA do russo Alex Chebotar

ESPELHO, do brasileiro Leonardo Giannetti

BASQUETE VOADOR do turco Mustafa Ipek

Prêmio Sony de Fotografia

Respectivamente: Simpatia, iraniano Mohammad Golchin

NADADOR DE 80 ANOS, do australiano Graig Golding

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ILUSTRAÇÃO

Quando se fala em charge, a maioria das pessoas

pensa em humor às custas de alguém que apare-

ceu recentemente na mídia. É correta esta visão,

mas apenas em parte. A charge é uma reporta-

gem visual, sintética e bem humorada do cotidia-

no e está circunscrita em seu tempo e cultura.

Qualquer situação inusitada pode dar origem a

ela. Na charge ao lado, por exemplo, a autora faz

piada com a dificuldade de se retirar as sujidades

dos medalhões do altar-mor da Igreja de Santa

Luzia, onde ela trabalhou como auxiliar de res-

tauração. Todas as situações-limite na obra vira-

ram charges antes que ela e sua chefe se estran-

gulassem ou saíssem no tapa.

O chargista é aquele que, diante das dificulda-

des, “prefere rir para não chorar”. Reporter do

Charge A sociedade em

3 x 4

6

cotidiano, procura sensibilizar as pessoas para

o ridículo ou absurdo de coisas que deveriam

incomodar, mas acabaram banalizadas até se

tornarem invisíveis. Como reporter, o chargista

está sempre atento aos acontecimentos de seu

tempo: aquecimento global, guerras que podem

destruir o planeta, crimes hediondos contra o in-

divíduo ou a sociedade, despotismo, genocídio,

corrupção ou perda de valores morais. Tudo é

matéria prima nas mãos desses artífices do hu-

mor e da consciência coletiva.

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ART&FATO

Ilustrar é muito mais que desenhar, colorir.

É expressar, capturar a alma das coisas, dar sua opinião sobre elas.

Pode-se fazer piada com qualquer coisa que incomo-da: a baixa qualidade da educação, o aquecimen-to global, a energia atômica usada de forma ir-responsável, a insensibilidade dos poderosos

7

Millor Fernandes, um dos maiores chargistas e cronistas sociais brasileiros, conhece como ninguém a natureza humana.Culto, inteligente, muito vivido, e antenado com seu tempo (e o dos outros também, diga-se de passagem), torna-se referência histórica dos nossos tempos. Crítico mordaz da sociedade e dos costumes, nunca poupou os políticos e suas trapalhadas. Apartidário, ridiculariza gregos e troianos: da ditadura militar à esquerda festiva, do empresário à dona de casa. Nessas três charges ao lado, podemos sentir o poder de sua pena ferina.

O último dos moicanos

Il Pagliacci II

Livre pensar nem tão livre assim

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“A arte não é uma opção do artista. Eu diria mesmo que é ela que o escolhe, que desvela os seus olhos diante da beleza

da vida”.

Objetos do cotidiano revelam sua luz e seus mistérios através da aquarela.

Licenciada em Artes Plásticas pela Escola de

Belas Artes da Universidade Federal de Minas

Gerais em 1993 e educadora desde sempre, Mô-

nica Ferreira Pena nunca teve uma trajetória li-

near. Curiosa, gosta de estudar , de ler, de saber

como as coisas funcionam. Por isso faz de tudo

um pouco: pinta, borda, desenha, costura, acon-

chega, restaura, conserta. Sempre achando que

ainda sabe pouco. Nunca para de estudar. Atu-

almente faz o curso técnico de Design Gráfico no

Senai, porque quer ter uma visão menos autoral,

mais próxima do que exige o mercado.

Mônica F. Pena

PORTFÓLIO

Sorriso de Mona Lisa - grafite

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Nestes exemplos ao lado, feitos com giz de cera e nanquim, podemos perceber a importância do traço na expressão gráfica.

O material empregado na ilustração e o tipo de traço - delicado ou solto, transmitem sensações de movimento, melancolia, suavidade ou força.

Portfólio é o album de recordações do artista, seu diário secreto.

ART&FATO

Menino Negro - giz de cera

Cavalo em fuga - carvão

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design:moda ou estilo?

Nesta página, podemos ver

exemplos de projetos funcionais (cadeira-

escada, suporte para

tomadas), e projetos

que possuem conceito de sustentabi-

lidade social e ecológica:

o sofá de papelão e

o de sobras de espuma e

retalhos de tecido aliam

bom humor e criatividade.

“O ato da criação traduz-se na angústia do abismo entre o objeto

idealizado e a nossa capacidade de concretizá-lo” Andy Warhol

Então o que é design? É projeto!Como projeto, deve possuir critérios e seguir

etapas, por mais inovador que seja seu conceito.

O design deve aliar forma e função, ergonomia,

qualidade e sustentabilidade. Aliar estética à

funcionalidade; ser de fácil manuseio e arma-

zenagem; construído com materiais adequados

que garantam sua eficiência, segurança e vida

útil compatível com o uso, além de sustentabili-

dade ecológica e social. São condições presentes

em um projeto realmente bom. Um bom de-

signer deve ter o senso crítico e pragmatismo

do cientista, a ousadia do artista, a dedicação e

disciplina do operário, a sutileza do poeta.

DESIGN, o modismo da vez, é muitas vezes con-

fundido com arroubos delirantes da expressão

estética pessoal. Alguém cria uma cadeira de

galhos e diz que é design de sustentabilidade.

Design não é moda, é projeto. Um objeto bem

projetado pode até cair no gosto das pessoas e

virar moda, mas algo produzido apenas para ter

um valor estético ou um desenho arrojado tam-

bém não é design. Usar materiais dispendiosos e

nobres para produzir algo sem melhoria de sua

função é desperdício. É apenas luxo, ostentação.

Isso não é design.

CRIAÇÃO E DESIGN

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11ART&FATO

Um design pode ser divertido, bonito e funcional.

Existem designers de móveis que focam em criar

peças modernas, diferentes e bem humoradas.

Ambientes pequenos exigem criatividade na

hora de mobiliar. Nos países onde o espaço ur-

bano é excessivamente povoado, como o Japão,

cada metro quadrado deve ser criteriosamente

ocupado. Como aliar ergonomia, economia e

funcionalidade?

Com um bom projeto, claro! Hoje tornou-se

comum ambientes e móveis serem multi-

funcionais: sofás-cama; cadeiras-escada; ba-

nheiros e camas embutidos na parede; mesas

com fogão, pia e geladeira embutidos.

Um desenho inteligente é como uma roupa clássica: nunca sai de moda.

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Bibliografia para quem quer

aperfeiçoar o seu talento

Dicas de quem entende do assunto

Esse livro explora de forma criativa vários princípios da composição utili-

zando apenas tipografia.

Livro experimental baseado no texto do escritor Italo Calvino “As cidades

invisíveis”. A cidade escolhida foi Marósia: “Marósia consiste em duas cida-

des: a do rato e a da andorinha; ambas mudam com o tempo; mas não muda

a relação entre elas: a segunda é a que está para se libertar da primeira”

A proposta é passar sensações de dimensão, textura, linha e superfície,

entre outras conceituadas no texto, através da composição tipografica.

MarósiaAutora Carolina Menezes

INSPIRAÇÃO

Capa - Cidade A3

Quando se trabalha com criação, como é o caso do designer, é impres-

cindível conhecer tudo - ou o máximo possível - do que anda aconte-

cendo culturalmente no mundo. Quanto maior o repertório (conjunto

de referências) de um profissional, maior sua possibilidade de encontrar

soluções rápidas, eficientes e inovadoras para seu cliente. Conhecer um

pouco sobre os vários segmentos sociais (o que cada tribo ou nicho de

mercado pensa, gosta/não gosta, o que consome - como, quando e onde)

facilita achar o caminho da persuasão, do encantamento, do despertar

do desejo desse consumidor. Isto não significa que o designer é um mer-

cenário que só visa o lucro - seu e do seu cliente. O designer é antes de

tudo um formador de opinião e como tal deve fazer seu trabalho de forma

consciente e responsável.

Obter referências dos experts, aqueles que descobriram o caminho das

pedras, economiza tempo e esforço preciosos num mercado extrema-

mente competitivo.

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13ART&FATO

Apesar de, por algum motivo, ser usado quase que exclusivamente,para traba-

lhos de fantasia e ficção científica, o Corel Painter é um software de ilustração

elogiado por artistas do mundo todo por suas cores realistas e ferramentas

versáteis. Nesse livro, os autores organizaram 200 trabalhos que mostram a

grande variedade de estilos que pode ser obtida com o programa. Trabalhos

editoriais, ilustrações abstratas e retratos foram dispostos em capítulos, com

legendas que analisam de forma sucinta os estilos de cada artista.

Painter - The WorlcPs Finest Painter Art Autores Daniel Wade e Paul HellardPreço US$ 60 (aprox. R$ 100)Editora Ballistic PublishingISBN 9781921002182

Esse livro ilustra uma tendência artística recente: a de voltar às raízes e usar as

mãos para fazer arte. Mostrando o trabalho de 45 ilustradores do mundo todo,

Angus Hyland e Roanne Bell organizaram uma seleção de peças compostas de

linhas vetoriais rústicas e elementos monocromáticos.

A obra mostra como até mesmo os trabalhos mais complexos começam como

simples esboços e reforça a noção de que o verdadeiro talento artístico está na

imaginação e na execução, e não em filtros e efeitos digitais. Um livro extrema-

mente interessante, recomendado para qualquer mente criativa.

Hand to Eye - Contemporary lllustrationAutores Angus Hyland e Roanne Bell

Preço R$ 81 (Livraria Cultura)Editora Laurence King

ISBN 1856693392

The Upset mostra como a arte urbana e a ilustração se mesclam à arte clássica

para criar uma nova e interessante tendência visual. Por meio de excelentes es-

tudos de caso e análises interessantes dos temas figurativos e narrativos que

permeiam cada peça, o livro mostra como novos artistas estão combinando téc-

nicas tradicionais de ilustração com tinta spray, canetas e paletas de cores ousa-

das, criando trabalhos únicos e muito ricos visualmente.

Para completar o pacote, a obra traz entrevistas e artigos sobre os artistas, reve-

lando seus pensamentos criativos e explicando seus métodos de trabalho.

The Upset:YoungContèmporaryArtAutor R. KlantenPreço R$ 163,24 (Livraria Cultura), R$ 180,90 (Livraria da Travessa)Editora DGVISBN 9783899552218

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14 INSPIRAÇÃO

A maioria das ilustrações começa nas páginas dos sketchbooks. Nesse livro, o jorna-

lista Richard Brereton mostra os cadernos de rascunho de alguns dos artistas mais

importantes do mundo, revelando o processo criativo de cada um. A obra é com-

posta por seleções de trabalhos brilhantemente fotografados, que criam uma bela

vitrine das mentes criativas de artistas como Peter Saville, Fuel e Boris Hoppek. Uma

fascinante fonte de inspiração para designers, ilustradores e artistas gráficos.

Sketchbooks:The Hidden Art of Design, lüustrators and CreativesAutor Richard BreretonPreço R$ 81 (Livraria Cultura); R$ 96 (Livraria Central Livros Técnicos)Editora Laurence KingISBN 978185669 582 4

Angus Hyland é diretor de criação e sócio da agência Pentagram. Uma de suas me-

lhores qualidades é a habilidade de selecionar ótimos ilustradores para campanhas

publicitárias. O diretor prova isso nessa brilhante coleção de ilustração contempo-

rânea. A obra é uma extensa pesquisa no assunto, organizada por estilos e locais

de origem dos artistas. O trabalho de cada ilustrador é bem acompanhado por um

autorretrato e breves perfis que revelam suas técnicas e influências. No entanto, são

as ótimas análises de Angus que valorizam o livro, pois nelas ele mostra ao leitor

exatamente o que os diretores de criação do mercado atual estão procurando.

The Picture BookAutor Angus Hyland

Preço R$ 81 (Livraria Cultura), R$ 86,20 (Livraria Siciliano)Editora Laurence King

ISBN 186694674

Jack Harris e Steve Withrow focaram no fato de a ilustração comercial ser o verda-

deiro ganha-pão de muitos artistas quando escreveram essa obra prática e muito

informativa. Os autores traçam um panorama honesto, direto e objetivo do atual

mundo da ilustração comercial, cobrindo tópicos como imagens vetoriais, tipografia,

desenhos técnicos, ilustração editorial, branding e publicidade. Além disso, o livro

traz dicas de lllustrator e CorelDRAW. Uma ótima obra de referência para quem quer

ser artista freelancer.

Vector Graphics and lllustration: A Master Class in Digital ImageMakingAutores Jack Harris e Steve WithrowPreço R$ 97,20 (Livraria Cultura)Editora RotoVisionISBN 9782888930112

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TIPOGRAFIA

A proposta é passar sensações de dimensão, textura, linha e superfície,

transparência, entre outras, através da composição tipografica.

tipografia

Andorinha

Marósia

Dinâmico - Movimento

experimentalexperimentaltipografia

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Na maioria dos casos, uma composição tipográfica

deve ser especialmente legível e visualmente

envolvente, sem desconsiderar o contexto em

que é lido e os objetivos da sua publicação. Em

trabalhos de design gráfico experimental (ou

de vanguarda) os objetivos formais extrapolam

a funcionalidade do texto, portanto questões

como legibilidade, nesses casos, podem acabar

sendo relativas.

No uso da tipografia experimental o interesse

visual é priorizado em detrimento do conteúdo

e realizado através da escolha adequada de

fontes tipográficas, composição (ou layout) de

texto, a sensibilidade para o tom do texto e a

relação entre texto e os elementos gráficos na

página. Todos esses fatores são combinados

para que o layout final tenha uma “atmosfera”

ou “ressonância” apropriada ao conteúdo

abordado. A tipografia experimental extrapola

os limites do texto, partindo para a ênfase

no contexto. Nos exemplos a seguir, Carolina

Menezes, em seu livro “Marósia”, explora - de

forma hábil e delicada - princípios da composição

clássica usando tipografia, não como apenas

componente de palavras mas como elemento

visual, como ilustração.

Sobreposição

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Textura

TIPOGRAFIA

Transparência

Tonalidade

Forma e contra-forma

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ART&FATO

Sobreposição

Ilustração

Linha e superfície

Dimensão

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Libélula

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embalagemo hábito que faz o monge

“Você precisa saber o que os consumidores querem para criar

uma embalagem que os convença de que é aquilo que eles querem”

Doug James

Muitos objetos são produzidos para ser um

símbolo de bem-estar, de luxo ou de status.

Esses não são objetos de design, pois o de-

sign não se ocupa dessas frivolidades com as

quais muitas pessoas gastam tanto dinheiro.

Com a forte exigência do mercado por resulta-

dos, o setor de embalagens é um dos que mais

sofrem. A cada passo dado pelo concorrente, as

empresas se desdobram para recuperar o ter-

reno perdido. A enorme difusão de informação

fez dos consumidores pessoas mais exigentes e

preparadas para avaliar o nível de seus produ-

tos e embalagens. Assim, recai sobre elas o de-

ver de atender às necessidades do cliente, que

invariavelmente são metas comerciais cada vez

maiores, e satisfazer ao público consumidor

cada vez mais ávido por qualidade, informação

e, de tempos pra cá, notadamente perceptivo

das múltiplas sensações fornecidas pelo design

por meio das embalagens. Existem muitas ‘ver-

dades do varejo’ que nos levam a acreditar no

sucesso de embalagens multicoloridas, multi-

formatadas, com títulos e ilustrações enormes,

gritantes. Isso vende até o momento em que o

consumidor ficará tão saturado que desejará

algo no sentido oposto: simples, suave e pesso-

al, que gere pequenas sensações de dentro pra

fora e não o contrário. O consumidor mais exi-

gente costuma preferir visual limpo e elegante,

que transmite status. Uma boa embalagem tem

que cumprir várias funções ao mesmo tempo:

proteger o produto, ocupar o mínimo espaço

necessário na armazenagem, ser produzida com

materiais adequados e social e ecologicamente

responsáveis (não poluir ou onerar o ecossiste-

ma desde sua extração até o descarte), ser de

fácil manuseio e transporte, não onerar o pro-

duto final e conquistar o desejo do consumidor.

EMBALAGEM

Um fino envelope de celofane guarda uma surpresa: transforma o conteúdo (duas bolas de chi-clete) em uma miniatura Ma-neki Neko. Cada envelope forma uma expressão diferente.

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“Os consumidores têm o poder de escolha, e o papel da embalagem é inspirá-los a comprar determinado produto.”Doug James, co-fundador da Honey Creative

ART&FATO

Nova – café instantâneo,

em três versões: clássico (100%

cafeína); descafeinado

com ervas sedativas; e

energético (200% de cafeína).

Chocolate Green & Black’s: embalagem simples e original em que há uma cor dominante nova ao se girar a caixa, permitindo um delicioso jogo de montar como este.

Coca Cola conceito

Latas em estilo RETRÔ

Chocolate postal: compartilhe as lembranças de

suas viagens com seus amigos de

forma gostosa e criativa

Abaixo, respectivamente: Embalagem de macarrão com visor e

Kit de emergência para viagens feminino

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“A sacola de Letras atrai, cria tendên-cia tanto culturais

quanto sociais. Sem dúvida em-bala os produtos

e as vontades dos consumidores”. De

um modo geral a sacola é sinônimo

de bom gosto”

Todo mundo tem pelo menos uma sacola em

casa para que quando precise carregar algum

objeto, possa levá-lo de maneira prática. Há

sacolas para todos os gostos, mas que além

de servir ao objetivo principal de embalar o

produto, são propaganda de uma marca, levando

seus valores e a essência de sua identidade

PROPAGANDAAMBULANTE

por Fabíola Tarapanoff

EMBALAGEM

aonde o consumidor for. Além disso, este tipo de

embalagem tem um tempo de exposição maior

do que um anúncio normal de outros meios,

pois a sacola muitas vezes é guardada e levada

aos mais diversos lugares, funcionando como

uma verdadeira “propaganda ambulante”

Um outdoor na rua e no shoppingEsse é o conceito que define uma sacola

promocional, segundo a designer e diretora

de arte da Etcetera Comunicação, Lina

MacDowell Borges. Para criação de uma

sacola ela sempre leva em consideração o

produto, as tendências e cores da moda,

armazenamento e perfil do consumidor

para o qual a sacola é direcionada. Depois

de definido em um briefing o público-alvo,

o objetivo e a finalidade da sacola, começa

a fase de produção estratégica, em que é

feita a criação e layout da peça. Com o layout

pronto, a sacola é apresentada ao cliente

para que ele aprove. Depois de aprovada, a

embalagem é levada para a gráfica onde é

feito o fotolito e aí, o produto é distribuído nas

lojas, chegando às mãos do consumidor final.

“Procuramos despertar o desejo de

comprar, chamar a atenção da existência

da loja para o consumidor, fazer com que

ela funcione como um display ambulante”,

afirma Fábio Mestriner, publicitário e

designer de embalagem e autor do livro

“Design de embalagem” (Editora Pearson),

Primeiramente é feito o briefing e depois são

visitadas as lojas onde se observa como a

sacola é usada pela clientela. Identificamos a

estratégia, fazemos o protótipo e observamos

a reação das pessoas. As pessoas não ficam

indiferentes à embalagem, pois ela estimula

o appeal, que é uma disciplina estudada

na fotografia de alimentos, e que busca

despertar o desejo por meio da visão.

Todos os elementos visuais são selecionados

especialmente de forma que se mostre o

conceito da marca. O consumidor exibe com

orgulho uma sacola com a qual se identifica.

Sacolas promocionais divulgam a marca da empresa e fortalecem a imagem do produto

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21PROCESSOS DE IMPRESSÃO

Forma e função:do objeto à letra

O desenvolvimento da comunicação veio no bojo da revolução do design: novos conceitos, novos hábitos de produção e consumo

O termo “design gráfico” foi originalmente cria-

do por William Addison Dwiggins, um designer

de livros americano no início do século XX.

Na década de 20, o construtivismo soviético

aplicou a “produção intelectual” em diferentes

esferas da produção. O movimento demonstrou

como a arte individualista na Rússia revolucioná-

ria era inútil e mostrou o caminho em direção à

criação de objetos para usos úteis (a forma se-

gue a função) e acessíveis a todos.

Tschichold; tipógrafos da Bauhaus como Her-

bert Bayer e Laszlo Moholy-Nagy; e El Lissitzky

são considerados os pais do design gráfico mo-

derno. Nos anos seguintes, o design gráfico mo-

derno ascendeu na sua aceitação e aplicação no

mundo industrial. Uma economia crescente nos

Estados Unidos pós Segunda Guerra estabeleceu

uma necessidade maior para o design, principal-

mente através da publicidade e da embalagem. A

imigração da escola alemã Bauhaus para Chicago

- EUA em 1937 trouxe um minimalismo produzi-

do em massa para o país, espalhando o fogo do

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PROCESSOS DE IMPRESSÃO

Esta deixou de ser apenas elemento compositivo

de texto e adquiriu nuances estéticas nunca an-

tes suspeitadas.Os designers americanos do pós-

guerra foram amplamente influenciados pela

“neue typographie” e a arte moderna, e seu tra-

balho fortemente marcado pelas grandes trans-

formações na Europa nas décadas de 20 a 40. A

noção do efêmero, que traz em seu bojo a neces-

sidade da mudança, a revolução do pensamento

e dos costumes, consequências de um estado de

guerra – ou pós-guerra – foram o pano de fundo

para a atuação desses designers. Inovaram na

concepção artística, desobedeceram e criaram

novas regras de composição, usaram técnicas e

materiais inusitados e principalmente: demons-

traram que a criação não tem limites, necessita

apenas de bom-senso, conhecimento e ousadia.

Erra quem pensa que imaginação é tudo. É ne-

cessário conhecer profundamente aquilo que se

pretende desconstruir ou ressignificar.

Por muito tempo o trabalho com a tipografia,

como atividade projetual e industrial gráfica, era

limitado aos tipógrafos, mas com o advento da

computação gráfica a tipografia ficou disponível

para designers gráficos em geral e leigos. Hoje

qualquer um pode escolher uma fonte (tipo de

letra) e compor um texto simples em um pro-

cessador de texto. Mas essa democratização

tem um preço, pois a falta de conhecimento e

formação adequada criou uma proliferação de

textos mal diagramados e fontes tipográficas

mal desenhadas, sob a égide do experimentali-

mo, da vanguarda, ou até mesmo resultado do

oportunismo. O conhecimento adequado do uso

da tipografia é essencial aos designers que tra-

balham com diagramação, ou seja, na relação

de texto e imagem. No caso da mídia impressa,

designers gráficos costumam se preocupar ain-

da com a escolha do papel adequado, da tinta e

dos métodos de impressão com o intuito de ob-

ter um melhor resultado final. Um fechamento

de arquivo mal feito causa danos na qualidade

do material impresso e prejuízo incalculável para

o cliente, assim como a escolha inadequada do

processo de impressão ou do suporte. Há que se

lembrar que, a longo prazo, tende a prevalecer a

competência sobre o oportunismo. Criatividade

não prescinde do conhecimento.

design, da experimentação e da arquitetura “mo-

derna” no país.

Na publicidade surgiram novas formas de expres-

são, mais visuais e subliminares, com o objetivo

de “criar” um conceito intínseco às marcas. Dessa

forma, algumas marcas se desvincularam de seus

produtos de origem, tornando-se um conceito

institucional. Designers de todo o mundo repen-

saram suas práticas e inovaram na aplicação de

elementos visuais primários, como a tipografia.

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