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Modalidades dos Esportes Paraolímpicos Jogos Paraolímpicos VINICIUS DOS REIS RIGAUD FELIX Rio de Janeiro 2009

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Modalidades dos Esportes Paraolímpicos Jogos Paraolímpicos

VINICIUS DOS REIS RIGAUD FELIX

Rio de Janeiro 2009

1. Introdução

A estrutura deste material, resultante de pesquisa bibliográfica na literatura nacional,

esta composta por cinco tópicos: Movimento Paraolímpico - Histórico Brasileiro, Movimento

Paraolímpico - Histórico Mundial, Jogos Paraolímpicos de Inverno, Jogos Parapan-americano e

a História do Comitê Paraolímpico Brasileiro-CPB.

1.1 Movimento Paraolímpico - Histórico Brasileiro

Em 1958, o esporte paraolímpico começou a ser praticado em solo nacional. No dia 1º

de abril daquele ano, no Rio de Janeiro, o cadeirante Robson Sampaio de Almeida, em parceria

com seu amigo Aldo Miccolis, fundou o Clube do Otimismo. Meses depois, em 28 de julho,

Sérgio Seraphin Del Grande, também deficiente físico, cria o Clube dos Paraplégicos de São

Paulo. A data foi escolhida para homenagear os dez anos de Stoke Mandeville.

Ambos os pioneiros se inspiraram em trazer o esporte paraolímpico para o Brasil

quando se tratavam de suas lesões em hospitais estadunidenses. Robson e Sérgio tiveram a

oportunidade de presenciar a prática esportiva de pessoas em cadeiras de rodas,

principalmente no Basquete. No caso de Del Grande, quem mais o incentivou foi Jeyne Kellog,

atleta do time Pan Am Jets (a versão paraolímpica da equipe de basquete Globe Troters, que

só joga em caráter de exibição).

A primeira participação do País numa competição internacional foi nos II Jogos Parapan-

americanos, ocorridos em Buenos Aires no ano de 1969. Os objetivos desta experiência foram:

buscar o conhecimento das modalidades que integravam o evento e possibilitar aos atletas

brasileiros uma integração com os paraolímpicos do resto do continente. Três anos depois, a

pátria esteve representada em sua primeira Paraolimpíada, que teve a cidade alemã de

Heidelberg como sede.

1.2 Movimento Paraolímpico - Histórico Mundial

Em 1945, com o término da 2ª Guerra Mundial, um espólio perceptível principalmente

nos países europeus envolvidos no grande conflito foi o considerável número de combatentes

que sofreram lesões na coluna vertebral, ficando paraplégicos ou tetraplégicos. Este contexto

influenciou o neurocirurgião alemão Ludwig Guttmann a iniciar um trabalho de reabilitação

médica e social de veteranos de guerra, por meio de práticas esportivas. Tudo começou no

3 Centro Nacional de Lesionados Medulares de Stoke Mandeville. O próprio neurocirurgião teve

sua vida influenciada pela 2ª Guerra, visto que teve de fugir da Alemanha nazista por ser

judeu.

A primeira competição para atletas com deficiência foi lançada em Stoke Mandeville, no

dia 29 de julho de 1948 – exatamente a data da Cerimônia de Abertura da Olimpíada de

Londres. Quatro anos depois, atletas holandeses também passaram a competir nas disputas de

Stoke Mandeville. Assim surgiu o movimento internacional, hoje chamado de Movimento

Paraolímpico. A primeira Paraolimpíada foi em Roma, 1960, e a décima segunda em Atenas-

2004.

1.3 Jogos Paraolímpicos de Inverno

A história do esporte paraolímpico de inverno também tem a ver com a recuperação

social e física de veteranos da 2ª Guerra Mundial. Ex-combatentes que ficaram deficientes

durante o sangrento conflito tinham vontade de continuar a esquiar. A partir deste desejo, a

primeira edição da Paraolimpíada de Inverno ocorreu em 1976, na cidade de Ömsköldsvik,

Suécia. Cerca de 250 cadeirantes, amputados e cegos de 14 países participaram das

competições. Quatro anos depois, em Geilo, Noruega, estavam presentes aproximadamente

350 pessoas com todos os tipos de deficiência locomotora, representantes de 18 nações.

Em 1984, a cidade austríaca de Innsbruck foi a sede dos Jogos. Cerca de 350

competidores com todos os tipos de deficiência locomotora, num total de 22 nacionalidades,

lutaram por medalhas. Na mesma cidade, quatro anos depois, o número de países continuou o

mesmo, mas a quantidade de atletas subiu

1.4 Jogos Parapan-americano

O primeiro Parapan-americano da história aconteceu na Cidade do México, no México,

em 1999. Dezoito países participaram dos Jogos, entre eles Brasil, México, Argentina,

Barbados, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, El Salvador, Estados Unidos, Honduras,

Jamaica, Panamá, Peru, Porto Rico, Uruguai e Venezuela.

O Brasil ficou com o 2º lugar na competição, atrás do México, com 212 medalhas: 107

ouros, 69 pratas e 36 bronzes e quebrou cinco recordes mundiais - todos na natação. O

nadador brasileiro Luis Silva foi eleito o melhor atleta dos Jogos.

Quatro anos depois, em 2003, os Jogos foram realizados na Argentina, em Mar del Plata.

A delegação brasileira ficou novamente em 2º lugar, também atrás do México, com 165

medalhas.

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Antes de 1999, aconteceram outros jogos que também foram chamados de “Parapan-

americanos”, porém eles eram separados por deficiência. Existia o Parapan-americano de

atletas em cadeira de rodas, o Parapan-americano de cegos, etc. Em 1999, no México foi a

primeira vez que as deficiências foram reunidas em um único jogo e também foi o primeiro

evento Parapan-americano realizado após a criação do Comitê Paraolímpico das Américas

(APC), em 1997. Por isso, ele é considerado o primeiro Parapan-americano.

Rio 2007

O Parapan-americano Rio 2007 é um evento que mudará o curso da história do esporte

paraolímpico no país. Pela primeira vez, um Parapan será realizado na mesma cidade, nas

mesmas instalações e pelo mesmo Comitê Organizador do Pan, o CO-Rio.

Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking das Américas (atrás apenas do

Canadá e dos Estados Unidos) e no Parapan vai enfrentar os maiores adversários na luta para

conquistar vagas para a Paraolimpíada de Pequim.

A delegação que representa o Brasil no Rio de Janeiro tem 360 pessoas (entre atletas e

comissão técnica). O país tem representantes em todas as modalidades do Parapan-americano

– atletismo, natação, halterofilismo, tênis de mesa, futebol de sete (para paralisados

cerebrais), futebol de cinco (para cegos), tênis em cadeira de rodas, basquetebol em cadeira

de rodas, voleibol sentado e judô – com chances de medalhas em todas elas.

1.5 História do Comitê Paraolímpico Brasileiro- CPB

Em 1975, no Rio de Janeiro, o professor Aldo Miccolis criou a Associação Nacional de

Desporto de Deficientes-ANDE. O intuito da entidade, na época, era agregar todos os esportes

praticados por atletas com todos os tipos de deficiência. Com o passar dos anos, as

modalidades passaram a ser tratadas por tipo de deficiência. Assim, foram fundadas a

Associação Brasileira de Desporto para Amputados-ABDA (1990), a Associação Brasileira de

Desporto para Cegos-ABDC (1984) e a Associação Brasileira de Desporto de Deficientes

Mentais-ABDEM (1989). A Confederação Brasileira de Desporto para Surdos-CBDS (1997)

representa o Brasil no Comitê Internacional de Esportes de Surdos. Contudo, as modalidades

para este tipo de deficiência não estão inclusas no programa de competições dos Jogos

Paraolímpicos.

Com a fundação do Comitê Paraolímpico Internacional-IPC, em 1989, surgiu uma

tendência mundial para a criação de comitês paraolímpicos nacionais-NPCs. Passaram os Jogos

de Barcelona-92 e a formação de NPCs já se tornava necessária, pois o IPC precisava ter como

5 filiadas entidades que tivessem representatividade em nível nacional e agregassem

modalidades para pessoas com todos os tipos de deficiência. Com isso, a partir de 1993, a idéia

de se criar um comitê paraolímpico no Brasil começou a tomar corpo.

Os representantes da ABDA, ABDC, ANDE e ABDEM debateram a criação do NPC do País.

Numa decisão conjunta, em 9 de fevereiro de 1995, foi fundado o Comitê Paraolímpico

Brasileiro-CPB com sede na cidade de Niterói, RJ. João Batista de Carvalho e Silva foi indicado

para ser o primeiro presidente da entidade.

Mesmo com o pouco tempo de existência, o CPB começou a colocar em prática uma de

suas principais funções: a organização de eventos paraolímpicos nacionais para o

desenvolvimento deste tipo de esporte no País. Ainda em 95, a entidade organizou os I Jogos

Brasileiros Paradesportivos em Goiânia. A segunda edição da competição foi realizada no Rio

de Janeiro, no ano seguinte. Outro motivo para a organização dos Jogos Paradesportivos tão

cedo foi a proximidade da Paraolimpíada de Atlanta-96.

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2. Desenvolvimento

De acordo com o Comitê Paraolímpico Brasileiro existem 19 modalidades nas

paraolimpíadas, tais como:

2.1 Atletismo

Participam atletas com deficiência física e visual, em provas masculinas e femininas. As

provas têm especificidades de acordo com a deficiência dos competidores e se dividem em

corridas, saltos, lançamentos e arremessos. Nas provas de pista (corridas), dependendo do

grau de deficiência visual do atleta, ele pode ser acompanhado por um atleta-guia (que corre

junto ao atleta ligado por uma cordinha. Ele tem a função de direcionar o atleta na pista, mas

não devem puxá-lo, sob pena de desclassificação). As competições seguem as regras da

Federação Internacional de Atletismo (IAAF), com algumas modificações que possibilitam ao

atleta competir (uso de próteses, cadeira de rodas ou ser acompanhado por um guia), no

entanto sem dar-lhes vantagem em relação aos seus adversários.

Consiste em uma categorização que o atleta recebe em função de seu volume de ação,

ou seja, a capacidade de realizar movimentos, colocando em evidencia as potencialidades dos

resíduos musculares, de seqüelas de algum tipo de deficiência, bem como os músculos que

não foram lesados. Essa avaliação é feita através de teste de força muscular, teste de

coordenação (realizado geralmente para atletas com paralisia cerebral e desordem

neuromotoras) e teste funcional (demonstração técnica do esporte realizado pelo atleta). Os

classificadores analisam o desempenho do atleta considerando os resultados obtidos nos

testes.

Para provas de campo – arremesso, lançamentos e saltos.

2.2 Basquete em Cadeira de Rodas

Uma das modalidades mais conhecidas no mundo, o basquetebol em cadeira de rodas é

praticado por atletas de ambos os sexos, que tenham alguma deficiência físico-motora, sob as

regras adaptadas da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). A

principal diferença está na composição das equipes. As cadeiras são especiais com adaptações

e medidas padrões que são previstas na regra. A cada dois toques na cadeira, o jogador deve

quicar, passar ou arremessar a bola. As dimensões da quadra e altura da cesta são as mesmas

do basquete olímpico.

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Cada atleta é classificado de acordo com seu comprometimento físico-motor e a escala

obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Com objetivo de facilitar a classificação e participação

daqueles atletas que apresentam qualidades de uma e outra classe distinta, os chamados

casos limítrofes, foram criadas quatro classes intermediárias: 1,5; 2,5; 3,5. O número máximo

de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de quanto maior a deficiência,

menor a classe.

2.3 Bocha

Paralisados cerebrais e pessoas com outros tipos de deficiência competem na bocha

paraolímpica, desde que utilizem cadeira de rodas. O objetivo principal do jogo é lançar bolas

coloridas o mais perto possível de uma bola branca chamada de “jack” (no Brasil, seu nome é

“bolim”). Para fazê-lo é permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para

quem tem um grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Há três

maneiras de se praticar o esporte. Na individual, dois atletas se enfrentam. Os confrontos

também podem ser entre duas duplas ou trios.

Antes de a partida começar, o árbitro tira um cara ou coroa. Quem ganha, tem direito de

escolher se quer competir com as bolas de couro vermelhas ou azuis. O lado que escolher as

vermelhas inicia a disputa, jogando primeiro o “jack” e depois uma destas esferas. Em seguida,

uma bola azul entra em ação. A partir de então, os adversários se revezam a cada lance para

ver quem consegue posicionar suas bolas o mais perto possível do “jack”. As partidas ocorrem

em quadras cobertas, planas e com demarcações no piso. A área do jogo mede 6m de largura

por 12,5m de comprimento.

Para pontuar, o atleta tem de jogar a bola o mais próximo do “jack”. Quem consegue

fazê-lo ganha um ponto. Caso este mesmo competidor tenha colocado outras esferas mais

próximas do alvo, cada uma delas também vale um ponto. Se duas bolas de cores diferentes

ficam à mesma distância da esfera branca, os dois lados recebem um ponto. Vence quem

acumula a maior pontuação.

As partidas são divididas em partes, chamadas de “ends”, que só terminam após todas

as esferas serem lançadas. Um limite de tempo é estabelecido por “end”, de acordo com o tipo

de disputa. A contagem vai desde o momento que o árbitro indica quem fará o lance até

quando a bola pára. Nas competições individuais, há quatro “ends” e ambos atletas jogam seis

esferas em cada um deles. Nas duplas, os confrontos têm quatro partes e cada atleta tem

direito a três bolas por período. Quando a disputa é por trios, nada menos que seis “ends”

compõem as partidas. Neste caso, todos os competidores têm direito a duas esferas por parte

do jogo.

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2.4 Ciclismo

Paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados medulares

(cadeirantes) competem nas categorias masculina e feminina. O ciclismo paraolímpico pode

ser praticado no individual ou por equipe. As regras seguem as da União Internacional de

Ciclismo-UCI, mas com pequenas alterações relativas à segurança e à classificação dos atletas,

feitas pela entidade que gerencia a modalidade: o Comitê de Ciclismo do Comitê Paraolímpico

Internacional. As bicicletas podem ser de modelos convencionais ou triciclos (para paralisados

cerebrais, segundo o grau de lesão). O ciclista cego compete em bicicleta dupla – também

chamada de “tandem” – com um guia que pedala no banco da frente. Ambos podem ser do

mesmo sexo ou não. Para os cadeirantes, a bicicleta é pedalada com as mãos: é o handcycling.

As provas são de velódromo, estrada e contra-relógio.

No velódromo, as bicicletas não têm marchas e percorrem uma pista oval que varia

entre 250 e 325m de extensão. Diversas são as distâncias percorridas e os tipos de prova,

sendo a velocidade uma constante fundamental. Na estrada, os ciclistas de cada categoria

largam ao mesmo tempo. As competições são as mais longas da modalidade, com até 120 km

de percurso. Além da velocidade, é fundamental ter um grande preparo físico. As disputas de

contra-relógio exigem mais rapidez do que resistência. Cada atleta larga de um em um minuto,

e pedala contra o tempo. Com isso, a posição dos ciclistas na pista não diz, necessariamente, a

colocação real em que se encontram.

2.5 Esgrima em Cadeira de Rodas

Este esporte requer dos atletas capacidade de adaptação, criatividade, velocidade,

reflexos apurados, astúcia e paciência. Somente competem pessoas com deficiência

locomotora. O Comitê Executivo de Esgrima do Comitê Paraolímpico Internacional administra

a modalidade, que segue as regras da Federação Internacional de Esgrima-FIE.

As pistas de competição têm 4m de comprimento por 1,5m de largura. A diferença para

a esgrima olímpica é que os atletas têm suas cadeiras fixadas no solo. Caso um dos esgrimistas

se mexa, o combate é interrompido. Os equipamentos obrigatórios da modalidade são:

máscara, jaqueta e luvas protetoras. Nos duelos de florete, a arma mais leve, há uma proteção

para as rodas da cadeira. Nas disputas de espada, uma cobertura metálica é utilizada para

proteger as pernas e as rodas da cadeira.

Nos combates de florete, os pontos só podem ser computados se a ponta da arma tocar

o tronco do oponente. Também na espada, o que vale é tocar o adversário com a ponta da

9 arma em qualquer parte acima dos quadris, mesma área de pontuação adotada nos duelos de

sabre. E com este tipo de arma o esgrimista pode atingir seu rival tanto com a ponta quanto

com a lâmina do sabre.

Uma das maiores peculiaridades da esgrima em cadeira de rodas é a forma na qual são

computados os pontos. As vestimentas dos atletas têm sensores que indicam quando o atleta

foi tocado ou não. Tanto o público quanto os esgrimistas e juízes podem acompanhar o placar

do duelo. Quando o toque da arma resulta em ponto, uma das luzes – vermelha ou verde –

que representa os atletas se acende. Quando ocorre um toque não válido, acende-se uma luz

branca.

Nos torneios individuais, na primeira rodada, os confrontos duram no máximo quatro

minutos. O vencedor é quem marca cinco pontos até o fim do combate. Nas etapas seguintes,

há três tempos de três minutos cada, com intervalos de um minuto entre eles. Quem ganha é

o esgrimista que fizer 15 pontos ou o que tiver a maior pontuação ao final do combate. Caso

haja empate, há prorrogações de um minuto até que um dos atletas atinja o outro, numa

espécie de “morte-súbita”.

Quando as disputas são por equipe, vence o time que marcar 45 pontos ao final dos

combates. As equipes devem ter três competidores, sendo obrigatória a presença de um atleta

da classe B. Em caso de igualdade no placar, valem os mesmos critérios de desempate dos

duelos individuais para se apontar um vencedor.

2.6 Futebol de 5

Modalidade exclusiva para atletas cegos ou deficientes visuais. Normalmente joga-se em

uma quadra de futsal adaptada, mas desde os Jogos Paraolímpicos de Atenas, a modalidade

também vem sendo praticada em campos de grama sintética. Somente o goleiro tem visão

total e ele não pode ter atuado em competições oficiais da Fifa nos últimos cinco anos. Junto

às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia excessivamente do

campo. Cada equipe é formada por cinco jogadores – um goleiro e quatro jogadores de linha e

as partidas devem acontecer em locais em que não haja eco. A bola tem guizos internos para

que os atletas a localizem. Por isso, a torcida deve permanecer em silêncio durante o jogo e só

podem se manifestar no momento do gol. Eles jogam com uma venda nos olhos e tocar na

venda é falta. Depois de cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser substituído

por outro jogador. Há ainda um guia, o “chamador”, que fica atrás do gol, para orientar os

jogadores, dizendo onde devem se posicionar em campo e para onde devem chutar. As

partidas são jogadas em dois tempos de 25 minutos, com um intervalo de 10.

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Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind =

cego):

B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a

percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão

a qualquer distância ou direção.

B2 – Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a

forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 e/ou campo visual inferior a 5

graus.

B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Da acuidade visual de 2/60 a

acuidade visual de 6/60 e/ou campo visual de mais de 5 graus e menos de 20

graus.

2.7 Futebol de 7

Praticado somente por atletas homens com paralisia cerebral, com seqüelas de

traumatismo crânio-encefálico ou acidentes vasculares cerebrais. Segue as regras da FIFA, com

adaptações feitas sob a responsabilidade da Associação Internacional de Esporte e Recreação

para Paralisados Cerebrais (CP-ISRA). O campo tem no máximo 75m x 55m, com balizas de 5m

x 2m e a marca do pênalti fica a 9,20m do centro da linha de gol. Cada equipe tem sete

jogadores em campo (com o goleiro) e cinco reservas. A partida dura 60 minutos, divididos em

dois tempos de 30, com intervalo de 15. Não há regra de impedimento e a cobrança da lateral

pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no chão. Todos os jogadores

pertencem às classes menos afetadas pela paralisia cerebral, ou seja, são todos andantes.

Os jogadores são distribuídos em classes de 5 a 8, de acordo com o grau de

comprometimento de cada um. Novamente, vale a regra de quanto maior a classe, menor o

comprometimento físico do atleta. Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo

dois atletas da classe 8 (menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais

comprometidos). Os jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor e,

em muitos casos, não conseguem correr. Assim, para esses atletas, a posição mais comum é a

de goleiro. Vale lembrar que a paralisia cerebral compromete de variadas formas a capacidade

motora dos atletas, mas, em cerca de 45% dos indivíduos, a capacidade intelectual não é

comprometida.

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2.8 Goalball

O goalball, ao contrário de outras modalidades paraolímpicas, foi desenvolvido

exclusivamente para pessoas com deficiência – no caso, a visual. A modalidade, uma das que

mais atrai público, é disputada em uma quadra com as mesmas dimensões da de vôlei (9m de

largura por 18m de comprimento). As partidas duram 20 minutos, com dois tempos de 10.

Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. Nas duas extremidades da

quadra há um gol com nove metros de largura e 1,2 de altura. Os três atletas são, ao mesmo

tempo, arremessadores e defensores. O arremesso tem de ser rasteiro com o objetivo de

balançar a rede adversária.

A bola possui guizo em seu interior que emite sons – há furos que permitem a passagem

do som – para que os jogadores possam saber a direção dela (é um esporte baseado nas

percepções táteis e auditivas). Exatamente por esse motivo, não pode haver barulho no

ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo. Caso contrário,

não é possível ouvir o som emitido pelo guizo. Ainda sobre a bola, ela tem 76cm de diâmetro e

1,25 kg de peso. Sua cor alaranjada e seu tamanho são semelhantes à de basquete. Este

esporte é praticado em 112 países, nos cinco continentes. Como é possível perceber, o goalball

tem duas coisas que o brasileiro gosta: bola e gol.

2.9 Halterofilismo

Os atletas executam um movimento denominado supino, em que ficam na posição

deitada em um banco. O movimento começa no momento em que tiram a barra do apoio –

com ou sem a ajuda do auxiliar central – deixando o braço totalmente estendido e flexionam o

braço descendo a barra até a altura do peito. Em seguida, elevam-na até a posição inicial,

finalizando o movimento. Competem nesta modalidade atletas com deficiência física nos

membros inferiores ou paralisia cerebral. As categorias são subdivididas pelo peso corporal de

cada atleta. São dez femininas e dez masculinas. O atleta tem direito a três tentativas de

realizar o movimento e a de maior peso será validada. Durante a execução do movimento,

vários critérios são observados pelos árbitros, como o começo do movimento a partir do sinal

sonoro emitido pelo árbitro central, a execução contínua do movimento e a parada nítida da

barra no peito.

É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como no

halterofilismo convencional.

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2.10 Hipismo

O hipismo paraolímpico pode ser praticado por pessoas com vários tipos de deficiência,

pois desenvolve as habilidades físicas e a auto-estima de seus praticantes. As adaptações feitas

para se praticar a modalidade são as seguintes: a pista deve oferecer níveis de segurança

maiores do que as pistas convencionais. Para isso, a areia da pista, ao contrário do

adestramento convencional, é compactada para facilitar a locomoção do cavaleiro; as letras de

posicionamento são maiores; é necessária uma sinalização sonora, que serve para orientar o

atleta cego; o local de competição precisa ter uma rampa de acesso para os cavaleiros

montarem nos cavalos. É importante ressaltar que o hipismo paraolímpico é praticado em

cerca de 40 países. Homens e mulheres competem juntos nas mesmas provas, sem distinções.

Outra peculiaridade do esporte é que tanto os competidores quanto os cavalos vencedores

recebem medalhas.

2.11 Judô

Modalidade exclusiva para cegos ou deficientes visuais. As disputas respeitam as

mesmas regras do judô convencional. A vitória pode se dar por “ippon” ou por três diferentes

pontuações: o “wazari”, o “yuko” e o “koka”. Há algumas diferenças básicas para o judô

convencional: os lutadores iniciam a luta já com a pegada estabelecida, a luta é interrompida

quando os jogadores perdem o contato total um do outro, o atleta não pode ser punido ao sair

da área de luta e o atleta cego total é identificado com um círculo vermelho de 7 cm nas duas

mangas do quimono. A organização do judô paraolímpico é feita pela IBSA – International

Blind Sport Federation, que rege o esporte em consonância com a IJF – International Judo

Federation e o IPC – International Paralympic Committee.

Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind =

cego). Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação.

B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a

percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão

a qualquer distância ou direção.

B2 – Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a

forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5

graus.

B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60

ou campo visual entre 5 e 20 graus.

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2.12 Natação

Competem atletas com todos os tipos de deficiência - física e visual – em provas que vão

de 50m a 400m no estilo livre, e 50m e 100m no estilo peito, costas e borboleta. O medley é

disputado em provas de 150m e 200m. As provas são divididas em masculinas e femininas e as

regras são do IPC Swimming, organismo responsável pela natação no Comitê Paraolímpico

Internacional. As adaptações, em especial, são com relação às largadas, viradas e chegadas. Os

nadadores cegos recebem um aviso do “tapper”, através de um bastão com uma ponta de

espuma, quando estão se aproximando das bordas. A largada pode ser feita da água, no caso

de atletas das classes mais baixas, que não conseguem ficar no bloco. As baterias são

separadas de acordo com o grau e tipo de deficiência.

O atleta é submetido a equipe de classificação, que procederá a análise de resíduo

musculares, por meio de testes de força muscular; mobilidade articular e testes motores

(realizados dentro da água). Vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor o número

do atleta. As classes sempre começam com a letra S (swimming) e o atleta pode ter

classificações diferentes para o nado peito, SB, e o medley, SM.

2.13 Rugbi em Cadeira de Rodas

Este esporte parece bastante com o futebol americano, por ter quase os mesmos

objetivos e ser um jogo que envolve forte contato físico. As equipes são formadas por quatro

jogadores e há oito reservas à disposição do técnico. Esta grande quantidade de suplentes é

explicada pela força das colisões entre os competidores e suas cadeiras. Homens e mulheres

atuam juntos. É necessário ter agilidade para manuzear a bola, acelerar, freiar e direcionar a

cadeira. Amputados podem competir usando as cadeiras de rodas.

Quadras de basquete são utilizadas no rúgbi em cadeira de rodas, ao contrário dos

campos de grama convencionais. As dimensões são as seguintes: 15m de largura por 28m de

comprimento. A quadra é dividida em duas. Há um círculo central e duas áreas-chave (um tipo

de “grande área”), que ficam à frente das linhas de gol. Os jogadores de ataque só podem ficar

dentro da área-chave pelo máximo de dez segundos, enquanto a defesa tem o direito de

permanecer no local por tempo indeterminado.

O gol é o objetivo. Duas barras verticais o delimitam na linha de fundo da quadra.

Entretanto, para fazê-lo é preciso tocar ou passar a linha de gol adversária com as rodas da

cadeira. Em ambas situações, o atleta deve estar segurando a bola. O início do jogo funciona

como no basquete. Dois atletas ficam dentro do círculo central para disputar a bola, que é

14 jogada ao alto pelo árbitro. Os atletas podem conduzí-la sobre suas coxas, passá-la para um

companheiro de time ou quicá-la. O time que tem a posse da bola não pode demorar mais de

15 segundos para entrar no campo do oponente. Esta medida visa tornar a modalidade o mais

ofensiva possível.

As partidas são divididas em quatro períodos de oito minutos cada. Entre o primeiro e o

segundo quarto, há uma pausa de um minuto. Assim também ocorre entre a terceira e a

última etapas. Do segundo para o terceiro período, cinco minutos são dados para o intervalo.

Caso o jogo termine empatado, uma prorrogação de três minutos é disputada. Durante o

tempo normal, cada time tem direito a quatro tempos técnicos. Na prorrogação, um tempo

técnico fica disponível para ambas as equipes.

2.14 Tênis em Cadeira de Rodas

O tênis em cadeira de rodas é jogado nas mesmas quadras do tênis convencional. O

esporte segue as mesmas regras com a diferença que a bola pode dar até dois quiques antes

de ser rebatida (o primeiro quique deve ser sempre dentro da quadra).As partidas podem ser

de simples ou duplas e são sempre disputadas em melhor de 3 sets. O esporte requer dos

atletas um alto nível de técnica, velocidade, resistência física, reflexos, precisão e força. O

Tênis em Cadeira de Rodas é disputado nas categorias masculinas, femininas, tetraplégicas e

juniors.

O único requisito para que uma pessoa possa competir em cadeira de rodas é ter sido

medicamente diagnosticado uma deficiência relacionada com a locomoção, em outras

palavras, deve ter total ou substancial perda funcional de uma ou mais partes extremas do

corpo. Se, como resultado dessa limitação funcional, a pessoa for incapaz de participar de

competições de tênis para pessoas sem deficiência física (deslocar-se na quadra com

velocidade adequada), estará credenciada para participar dos torneios de tênis para

cadeirantes

2.15 Tênis de Mesa

Participam atletas homens e mulheres com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes.

As competições são divididas basicamente entre atletas andantes e atletas cadeirantes. Os

jogos podem ser individuais, em dupla ou por equipes e as partidas consistem em uma melhor

de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11

pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem.

A raquete pode ser amarrada na mão do atleta. A instituição responsável pelo gerenciamento

15 da modalidade é o Comitê Internacional de Tênis de Mesa Paraolímpico ( IPTTC ), com a

supervisão da ITTF ( Federação Internacional de Tênis de Mesa ). As diferenças das regras são

poucas para o tênis de mesa convencional e se fixam somente no saque para a categoria

cadeirante.

Os atletas são divididos em onze classes distintas. Mais uma vez, segue a lógica de que

quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta.

2.16 Tiro

Para se praticar este esporte é necessário ter precisão apurada. Administram a

modalidade tanto a Federação Internacional de Tiro Esportivo - ISSF quanto o Comitê de Tiro

Esportivo do Comitê Paraolímpico Internacional. As regras das competições para atletas

convencionais e com deficiência são basicamente as mesmas, porém com pequenas

adaptações. Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências

locomotoras podem competir no masculino e no feminino.

As regras do tiro paraolímpico variam de acordo com a prova, distância e tipo do alvo,

posição de tiro, número de disparos e o tempo que o atleta tem para atirar. Em cada

competição as disputas ocorrem numa fase de classificação e numa final. Todas as pontuações

de ambas as fases são somadas e vence quem obtiver mais pontos. O alvo é dividido em dez

circunferências que valem de um a dez pontos e são subdivididas, cada uma, entre 0.1 e 0.9

pontos. A menor e mais central circunferência vale dez pontos. Sendo assim, o valor máximo

que pode ser conseguido é de 10.9.

É notável o alto grau de tecnologia que a modalidade requer. Durante os Jogos

Paraolímpicos, por exemplo, os alvos são eletrônicos e os pontos poderão ser imediatamente

projetados num placar. As roupas e as armas utilizadas no esporte também possuem um

considerável nível tecnológico. Há uma diferença das vestimentas nas provas para cada tipo de

arma. Nas competições de rifle, é necessário usar uma roupa com espessura estipulada pela

ISSF. Em eventos de pistola, os atiradores só são obrigados a usar sapatos especiais feitos de

tecido, que dão mais estabilidade aos atletas.

Rifles e pistolas de ar, com cartuchos de 4.5mm, são utilizados nos eventos de 10 metros

de distância. Já nos 25 metros, uma pistola de perfuração é utilizada com projéteis de 5.6mm.

Rifles de perfuração e pistolas são as armas das provas de 50m, também com as balas de

5.6mm de diâmetro.

16

2.17 Tiro com Arco

Em cada tentativa, a concentração é fundamental para os arqueiros. As regras da

modalidade são quase as mesmas das adotadas pela Federação Internacional de Tiro com

Arco-FITA. A entidade responsável pelo gerenciamento e desenvolvimento do esporte é o

Comitê de Tiro com Arco do Comitê Paraolímpico Internacional-IPC. Tetraplégicos,

paraplégicos e pessoas com mobilidade limitada nos membros inferiores competem. Estes

últimos podem escolher atuar em pé ou sentados num banco.

Uma distância de 70m separa os atletas do alvo, que mede 1,22m de diâmetro, sendo

formado por dez círculos concêntricos. O mais externo vale um ponto. A partir daí, quanto

mais próxima do círculo central estiver a flecha, maior a pontuação obtida. Dez pontos são

dados para quem acerta o centro do alvo, lance que requer muita precisão. Caso a flecha fique

no limite entre dois círculos, é considerado o de maior valor. Se uma seta perfurar a outra, a

mesma pontuação da primeira é dada à segunda.

O formato de disputa do tiro com arco durante os Jogos Paraolímpicos é chamado de

“Round Olímpico”. Um total de 96 arqueiros – 64 homens e 32 mulheres – participa da

competição tanto no individual como por equipe. Entretanto, antes deste sistema de jogo ser

iniciado, há uma eliminatória: é o Ranking Round. Nesta fase, cada arqueiro tem direito a seis

seqüências, compostas por 12 flechas (total de 72). Após todas as tentativas, os confrontos da

próxima etapa, o Round Olímpico, são definidos. A lógica da formação das chaves é a seguinte:

o 1º colocado enfrenta o 32º, o 2º encara o 31º e assim por diante. Os arqueiros têm direito a

seis seqüências de três flechas, com 40 segundos permitidos por tentativa. Quem vence, joga a

próxima fase sob estas mesmas regras (18 flechas). Das quartas-de-final até a grande final, em

cada etapa, o sistema de disputa é composto por quatro seqüências de três flechas para todos

os oponentes.

Por equipe, as seleções são formadas por três competidores. Os resultados obtidos

pelos compatriotas no Ranking Round são somados. Com isso, as equipes masculinas são

ranqueadas de 1 a 16 e as femininas de 1 a 8. Na primeira fase do Round Olímpico, as seleções

atuam simultaneamente. As tentativas consistem em três seqüências de nove flechas, com

cada uma durando três minutos no máximo. Vão à final as quatro melhores parcerias. Na

decisão, as seleções têm direito às mesmas três seqüências de nove setas da etapa preliminar.

17

2.18 Vela

Pessoas com deficiência locomotora ou visual podem competir neste esporte. A Vela

Paraolímpica segue as regras da Federação Internacional de Iatismo - ISAF e possui adaptações

para as pessoas com deficiência, feitas pela Federação Internacional de Iatismo para

Deficientes - IFDS. Neste esporte, dois tipos de barco são utilizados nas competições

internacionais. Os barcos da classe 2.4mR são tripulados por um único atleta, pesam 260 quilos

e possuem 4.1m de comprimento. Os barcos da classe sonar são tripulados por uma equipe de

três pessoas, que deve ser classificada em função dos tipos de deficiência. Esses barcos são

maiores pesando cerca de 900Kg e medindo cerca de 7m. Tanto o 2.4mR como o Sonar são

barcos de quilha, que é uma peça de metal situada abaixo do casco do barco que impede que

ele vire. Portanto são barcos estáveis e seguros, condição essencial para este uso.

As competições, chamadas de regatas, são realizadas em percursos sinalizados por

bóias. Duas rotas devem ser percorridas pelos iatistas. Os percursos são indicados com bóias. A

sinalização dos trajetos é alterada de acordo com as condições climáticas do dia. Caso a

direção e a força do vento se alterem, as bóias são reposicionadas. Por isso, a organização de

cada torneio deve ter um barco com pessoas responsáveis por monitorar as condições do

vento e por alterar a colocação da sinalização do percurso. Em ambos os tipos de embarcação,

as competições consistem em uma série de nove disputas em separado. Ganha cada prova

quem percorrer o trajeto estipulado em menor tempo. O vencedor conquista um ponto, o

segundo fica com dois e assim por diante. Ao final das nove disputas, o pior resultado é

descartado e quem tiver a menor soma de pontos é declarado campeão.

Os vencedores das regatas normalmente são os velejadores que conseguem imprimir

uma maior velocidade nos barcos, realizar melhores manobras e buscar as melhores condições

de vento (tática de regata).

2.19 Voleibol

Competem atletas amputados, principalmente de membros inferiores, (no Brasil, muitos

vítimas de acidentes de trânsito) e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora

(seqüelas de poliomielite, por exemplo). Há algumas diferenças para o vôlei convencional: a

quadra é menor: 10m x 6m contra 18 x 9m e a altura da rede também é inferior à modalidade

convencional, tem cerca de 1,15m do solo no masculino e 1.05m para o feminino e os atletas

competem sentados na quadra. Outra diferença é que no voleibol paraolímpico, o saque pode

ser bloqueado. A quadra se divide em zonas de ataque e defesa, é permitido o contato das

18 pernas de jogadores de um time com os do outro, porem não podem obstruir as condições de

jogo do oponente. O contato com o chão deve ser mantido em toda e qualquer ação, sendo

permitido perder o contato somente nos deslocamentos. Cada jogo é decidido em uma melhor

de cinco sets e vence cada set o time que marcar 25 pontos. Em caso de empate, ganha o

primeiro que abrir dois pontos de vantagem. Há ainda o tie break de 15 pontos. Administrado

internacionalmente pela Organização Mundial de Voleibol para Deficientes (WOVD), e no

Brasil, pela (ABVP) Associação Brasileira de Voleibol Paraolímpico.

Atletas que tenham algum tipo de dificuldade de locomoção e ou amputação devido a

acidentes ou seqüelas de doenças diversas.

19

3. Conclusão

O esporte paraolímpico começou a ser praticado em nosso país em1958. No dia 1º de

abril de 1958, no Rio de Janeiro, o cadeirante Robson Sampaio de Almeida abriu as portas

deste grande acontecimento, no qual trouxe força para uma parte da sociedade que são

portadores de alguma deficiência a começar ter uma expectativa de vida melhor e prazer em

praticar uma modalidade esportiva. Atualmente já existem 19 modalidades.

Após 2ª Guerra Mundial, em 1945, o alemão Ludwig Guttmann, neurocirurgião, foi

influenciado a iniciar um trabalho de reabilitação médica e social de veteranos de guerra, por

meio de práticas esportivas. Tudo começou no Centro Nacional de Lesionados Medulares de

Stoke Mandevill em parceria com seu amigo Aldo Miccolis.

Contudo, existem movimentos diferentes envolvendo o esporte de portadores de

deficiência como: a Paraolimpíada de Inverno, no qual primeira edição ocorreu em 1976, na

cidade de Ömsköldsvik, Suécia e o Parapan-americano, no qual o primeiro da história

aconteceu na Cidade do México, no México, em 1999.

4. Fonte da Pesquisa

http://www2.cpb.org.br/circaixa/index.asp

21

5. Apêndice

Trajetória das Paraolimpíadas de Roma a Atenas

O ano de 1960 representa o marco inicial dos Jogos Paraolímpicos. Roma foi a cidade

escolhida para estrear a competição, que só tem crescido em número de países e atletas

participantes a cada edição. Veja as cidades que jé sediaram a paraolimpíada.

5.1 Paraolimpíada de Roma – 1960

Roma foi a primeira Paraolimpíada realizada na mesma cidade da Olimpíada. Antonio

Maglio, amigo do Doutor Guttmann e diretor do Centro de Lesionados Medulares de Ostia, na

Itália propôs que os Jogos Internacionais de Stoke Mandeville se realizassem naquele ano na

capital italiana, imediatamente após a XVI Olimpíada. A cerimônia de abertura foi no Estádio

Acqua Acetosa e contou com a presença de mais de 5.000 espectadores.

Os Jogos Paraolímpicos, com a denominação de Olimpíadas dos Portadores de

Deficiência reuniram 400 esportistas em cadeira de rodas, de 23 países. O termo

“Paraolimpíada” só seria utilizado oficialmente em 1984. A competição, que aconteceu entre

os dias 19 e 24 de setembro, teve todo o apoio das autoridades italianas. Até a paraolimpíada

de 1972 apenas atletas cadeirantes participaram.

Em Roma, oito esportes foram disputados: Snooker, Arremesso, Lançamento, Basquete

em Cadeira de Rodas, Natação, Tênis de Mesa, Arco e Flecha e Pentatlo. O Papa João XXIII

recebeu os participantes em audiência privada e elogiou o trabalho de Guttmann. A Itália foi a

grande vencedora da competição, seguida pela Inglaterra e Estados Unidos.

5.2 Paraolimpíada de Tóquio – 1964

Realizada em 1964, ela contou com a participação de 375 esportistas de 22 países, o que

representa uma diminuição no número de atletas e de delegações participantes, comparado

com Roma-60. O país sede conseguiu obter amplo apoio de pessoas e empresas através de

doações ao comitê organizador. A cerimônia de abertura aconteceu no campo Oda e contou

com a presença de mais de 5.000 espectadores, entre eles o príncipe Akahito e a princesa

Michiko.

22

A Inglaterra teve a maior delegação com 70 atletas, seguida pelos Estados Unidos com

66. Foram mantidas todas as provas da edição anterior, porém a corrida em cadeira de rodas

para homens e mulheres foi disputada pela primeira vez na modalidade 60m rasos. Em 1964

houve uma inversão no quadro de vencedores ficando os Estados Unidos em primeiro,

seguidos pela Inglaterra e finalmente Itália. Esta versão dos Jogos despertou interesse da mídia

mundial, o que marcou o início do processo da consolidação da divulgação do esporte

paraolímpico pelos meios de comunicação.

5.3 Paraolimpíada de Tel-Aviv – 1968

Durante a Paraolimpíada do Japão-64 os organizadores da Olimpíada que seria realizada

no México quatro anos mais tarde foram convidados a realizar a Paraolimpíada logo após o

final dos Jogos Olímpicos. Dois anos depois os mexicanos informaram que não seriam capazes

de sediar a Paraolimpíada em função de dificuldades técnicas e financeiras. Visando manter a

tradição e impedir que a paraolimpíada não fosse realizada, o Dr. Guttmann aceitou a

proposta de israelenses que queriam realizar os Jogos para pessoas com deficiência na cidade

de Tel Aviv.

A cerimônia de abertura foi no dia 4 de novembro de 1968, sob os olhares atentos de

mais de 10.000 espectadores. A competição, que durou nove dias, contou com a presença pela

quebra de 20 recordes mundiais e intensa cobertura da mídia. Houve aumento significativo no

número de esportes que passaram a ser nove, não levando em conta as subclassificações. São

eles: Atletismo, Natação, Halterofilismo, Tênis de Mesa, Arco e Flecha, Sinuca, Basquetebol,

Esgrima e Bocha.

Novamente EUA e Inglaterra confirmaram sua força no esporte para pessoas com

deficiência ficando em primeiro e em segundo lugar respectivamente. A surpresa ficou por

conta de Israel que superou muitos favoritos e conquistou 15 medalhas de ouro, chegando em

terceiro lugar no quadro geral. Nessa Paraolimpíada a equipe israelense de Basquete em

Cadeira de Rodas derrotou inclusive os americanos, ficando com a medalha de ouro.

5.4 Paraolimpíada de Heidelberg – 1972

Novamente os Jogos não aconteceram no mesmo local da Olimpíada. O problema maior

ficou por conta das dependências da vila dos atletas em Munique, na Alemanha, que não era

adaptada e não estaria disponível para os atletas paraolímpicos depois do final dos Jogos

Olímpicos. A cidade de Heidelberg ofereceu sua hospitalidade para receber a Paraolimpíada de

23 1972. Uma comissão ligada ao Dr. Guttmann viajou para lá e constatou que havia uma boa

estrutura para receber os Jogos. No quadro de medalhas os vencedores foram

respectivamente: Inglaterra, EUA e África do Sul. O presidente da República Federal Alemã, Dr.

Gustav Heineman, esteve na cerimônia de abertura que aconteceu dia 2 de agosto.

Heidelberg representou um marco histórico para nosso País por ser a primeira

Paraolimpíada a contar com a participação de brasileiros. Com atletas que ainda tinham pouco

apoio para realizar seus treinamentos, os “canarinhos” não conseguiram nenhuma medalha.

Esta edição recebeu mais de 1.000 atletas de 44 países. Os esportes foram mantidos e o Golbol

e a prova de 100m rasos destinada aos atletas deficientes visuais aconteceram pela primeira

vez, ainda em caráter demonstrativo. Amputados e deficientes visuais foram incluídos.

5.5 Paraolimpíada de Toronto – 1976

A Paraolimpíada do Canadá iniciou a era das transmissões dos Jogos feitas ao vivo. Cerca

de 600.000 canadenses puderam assistir, em tempo real, algumas provas. A organização

conseguiu cumprir as exigências para acomodação dos atletas. Os competidores ficaram

separados nos alojamentos, de acordo com as deficiências. Os cadeirantes foram alojados em

locais adaptados e os deficientes visuais foram para um instituto de cegos.

A cerimônia de abertura, feita no dia 3 de agosto, foi um grande sucesso e reuniu mais

de 24.000 pessoas que aplaudiram de pé o desfile das delegações pela pista de atletismo

Woodbine . As provas foram mantidas em relação à Paraolimpíada anterior, porém as corridas

para cadeirantes foram bastante ampliadas, sendo incluídas às competições de 200, 400m,

800m e 1500m. Cerca de 1.600 atletas de 42 países participaram das disputas.

Em 1976, os brasileiros ganharam suas primeiras medalhas paraolímpicas: Robson

Sampaio de Almeida e Luís Carlos Curtinho conquistaram medalha de prata na Bocha,

colocando o País na 31ª colocação no quadro final de medalhas. Nesta Paraolimpíada, que

durou oito dias, os ingleses não conseguiram um desempenho tão positivo e acabaram as

competições em 5º lugar. Os vencedores foram: EUA, Holanda e Israel.

5.6 Paraolimpíada de Arhem – 1980

A Paraolimpíada de 1980 deveria acontecer no mesmo lugar da Olimpíada. Porém, mais

uma vez, a organização dos Jogos se esquivou de realizar as duas competições. A Dinamarca e

a África do Sul lançaram candidaturas, sendo a primeira a grande vencedora. A cidade

24 dinamarquesa de Arnhem foi o palco do maior evento esportivo do mundo para pessoas com

deficiência até à época. Mais de 1.900 atletas de 42 países participaram.

Cerca de 12.000 pessoas compareceram à cerimônia de abertura naquele dia 21 de

junho. Pela primeira vez Voleibol, Golbol e as competições para paralisados cerebrais foram

aceitos no programa paraolímpico e ouve disputa de medalha. No final dos anos 80 é fundado

o Comitê Paraolímpico Internacional-IPC.

O Brasil foi para a Paraolimpíada na Holanda representado apenas pela seleção de

Basquete e por um nadador, mas não subiu ao pódio. Os vencedores no quadro de medalhas

foram EUA, Alemanha e Canadá.

5.7 Paraolimpíada de Nova Iorque / Stoke Mandeville – 1984

Esta edição da Paraolimpíada foi marcada pelo fato de ter sido realizada em dois países

diferentes: um localizado na América e outro na Europa, mais especificamente, Inglaterra. A

princípio existia interesse dos organismos de esporte para pessoas com deficiência em realizar

a Paraolimpíada juntamente com a Olimpíada. Porém houve pouca possibilidade de contato

com o Comitê Olímpico Internacional-COI, que havia decidido realizar os Jogos Olímpicos de

1984 em Los Angeles.

Em 17 de junho o presidente dos EUA, Ronald Reagan abriu oficialmente os Jogos em

cerimônia de abertura realizada no Mitchel Park. Ao todo, mais de 80.000 espectadores

estiveram nos locais dos 13 tipos diferentes de competição, que duraram de 16 a 30 de junho.

Mais de 1.700 atletas de 45 nações estiveram presentes. Os EUA e a Inglaterra confirmaram

sua supremacia nos esportes para pessoas com deficiência e figuraram no topo do quadro de

medalhas, com a Suécia em terceiro.

Os brasileiros tiveram boa participação conquistando seis medalhas, o que nos colocava

entre os 29 melhores países do mundo. A corredora cega Anaelise Hermany foi medalhista de

prata nos 100m rasos, e bronze nos 800m rasos e a corredora Márcia Malsar foi medalha de

ouro nos 200m rasos e bronze nos 60m rasos.

Os Jogos de Stoke Mandeville aconteceram entre os dias 22 de julho e 1º de agosto.

Apenas atletas cadeirantes participaram. A preparação da estrutura, que ficou sob

responsabilidade da Associação Britânica de Esportes para Paraplégicos-BPSS, foi feita em

apenas quatro meses. Mais de 1.100 esportistas de 41 países competiram em 14 modalidades.

O Brasil teve boa participação e garantiu 21 medalhas.

A cerimônia de abertura aconteceu dia 22 e contou com a presença de príncipe Charles.

Os atletas competiram em 10 modalidades: Arco e Flecha, Atletismo, Basquete , Esgrima,

25 Bocha Paraolímpica, Tiro, Sinuca, Natação, Tênis de Mesa e Halterofilismo. Pela primeira vez

aconteceu a maratona para cadeirantes.

5.8 Paraolimpíada de Seul – 1988

Os Jogos voltaram a acontecer na mesma cidade da Olimpíada. Pela primeira vez os

locais de competição da Olimpíada e da Paraolimpíada foram os mesmos. A cerimônia de

abertura foi no Estádio Olímpico, dia 15 de outubro e contou com a presença de mais de

75.000 espectadores. Mais de 3.000 atletas de 61 países competiram em 16 modalidades.

A Paraolimpíada sediada pela Coréia durou 11 dias e foi um marco para a história do

esporte. Além de muitos recordes e do aumento da profissionalização dos esportistas, a

tecnologia empregada nas provas foi compatível com o que existia de mais moderno para a

época. A mídia ampliou a cobertura e espectadores do mundo todo puderam acompanhar

algumas provas pela televisão.

O Brasil obteve um número recorde de medalhas ao conquistar 27, sendo quatro de

ouro, 10 de prata e 13 de bronze. O destaque da delegação nacional foi Luís Cláudio Pereira,

que conquistou três medalhas de ouro nas provas de disco, dardo e peso, além de estabelecer

três recordes, dois mundiais no dardo e peso e um paraolímpico no disco. Nosso País ficou em

25º lugar. EUA, Alemanha e Inglaterra figuraram no topo do quadro de medalhas.

5.9 Paraolimpíada de Barcelona – 1992

Barcelona-92 foi a maior Paraolimpíada até a sua época por ter fornecido, a cerca de

3.000 atletas de 83 países, condições de competição antes impensáveis. A cidade foi toda

adaptada e o apoio aos atletas era próximo do ideal. A cerimônia de abertura, realizada em 3

de setembro, reuniu mais de 65.000 pessoas e várias televisões deram cobertura ao vivo, o

que possibilitou sintonia de milhares de telespectadores de todo mundo em tempo real.

Cerca de 280 recordes mundiais foram superados e mais de 450 medalhas de ouro

foram distribuídas em 15 modalidades. O Tênis em Cadeira de Rodas, apresentado em caráter

demonstrativo em Seul, passou a ser competitivo. Para o Brasil a Paraolimpíada que durou 11

dias não foi tão satisfatória. Houve uma queda no número de medalhas e nosso País

conquistou apenas sete, sendo três de ouro e quatro de bronze, o que colocou o Brasil em 30º

lugar. Os destaques brasileiros foram do Atletismo. Suely Guimarães e Luiz Cláudio Pereira

quebraram dois recordes mundiais, sendo o dela no Lançamento do Disco e o dele Arremesso

de Peso. A revelação foi a iniciante velocista Ádria Santos que conquistou sua primeira

26 medalha de ouro. Os países vencedores foram os mesmos da última edição dos Jogos: EUA,

Alemanha e Inglaterra, respectivamente.

5.10 Paraolimpíada de Atlanta – 1996

Na paraolimpíada de 1996, a melhora gradual nas performances foi mantida. Novos

recordes mundiais foram quebrados e as marcas continuaram a ser superadas. Pela primeira

vez os atletas deficientes mentais participaram em caráter competitivo. No total mais de 3.200

competidores de 103 países ficaram alojados em uma enorme Vila que contava com mais de

8.000 dormitórios.

Entre os dias 16 e 25 de agosto aconteceram competições em 20 diferentes esportes,

sendo três em caráter demonstrativo e 17 competitivos. Os vencedores no quadro de

medalhas foram EUA, Austrália e Alemanha, respectivamente.

O Brasil voltou a ter uma boa participação com 21 medalhas, sendo 2 de ouro, 6 de

prata e 13 de bronze, o que nos colocava entre os 37 melhores do mundo. Participaram mais

de 2000 representantes de mídia, entre fotógrafos, repórteres e assessores de imprensa.

5.11 Paraolimpíada de Sidney – 2000

Os Jogos de Sidney foram estruturados a tal ponto que deram à Paraolimpíada de 2000

o título de segundo maior evento esportivo do mundo, ficando atrás apenas da Olimpíada. Um

número recorde de 3.800 atletas de 122 delegações ajudou a compor a mais grandiosa

Paraolimpíada do século passado, que se iniciou dia 18 de outubro. Mais de 300 recordes

mundiais e paraolímpicos foram superados em 11 dias de competição. Segundo especialistas

do Comitê Paraolímpico Internacional-IPC, do ponto de vista organizacional, esta edição dos

Jogos não poderia ter sido melhor. Cerca de 1,2 milhões de ingressos foram vendidos, o que

representa mais que o dobro de Atlanta-96.

Empolgados pelo clima de emoção que caracterizou os Jogos, os atletas brasileiros

tiveram a melhor participação da nossa história, ao conquistar seis medalhas de ouro, 10 de

prata e seis de bronze. Essas conquistas nos colocaram entre as 24 maiores potências

paraolímpicas do mundo. A grande decepção, na edição australiana, foram os EUA que ficaram

em quinto lugar no quadro final de medalhas. Os grandes vencedores foram Austrália,

Inglaterra e Espanha.

27

5.12 Paraolimpíada de Atenas – 2004

Pela primeira vez o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos também foi responsável

pela organização dos Jogos Paraolímpicos. O evento é um sonho compartilhado – 60 dias de

Jogos de Verão. Foram mais de 4.000 atletas disputando 19 modalidades: Arco e Flecha,

Atletismo, Basquete em Cadeira de Rodas , Bocha, Ciclismo, Esgrima, Futebol de 5, Futebol de

7, Golbol, Halterofilismo, Hipismo, Judô, Natação, Rugbby em Cadeira de Rodas, Tiro, Tênis de

Mesa, Tênis em Cadeira de Rodas, Vela e Voleibol. Um número recorde de 2.000 profissionais

de mídia deu cobertura aos Jogos. Mais de 35.000 pessoas de todo o mundo ajudaram na

organização, dentre as quais 15.000 voluntárias. Os integrantes das delegações somaram cerca

de 2.000 pessoas. Foram mais de 300 horas de cobertura televisiva. Por uma decisão do

governo grego, os atletas paraolímpicos não tiveram de pagar qualquer taxa de participação.

Quase todos os locais de competição utilizados na Olimpíada foram mantidos para a

Paraolimpíada. O Futebol de Sete e o de Cinco foram jogados em um local diferente dos

olímpicos em função das diferenças nas medidas do campo e no material do piso. Todos os

locais com grande apelo turístico, prédios público e regiões urbanas com grande fluxo de

pessoas foram revistos a fim de que as barreiras arquitetônicas fossem eliminadas, tanto em

Atenas quanto em todas as cidades que foram sede das competições. Contudo, alguns lugares

como a Acrópole não foram adaptadas adequadamente e os cadeirantes tiveram que

enfrentar imensas ladeiras para chegar próximo dos monumentos.

Como parte desses esforços, o Comitê Organizador dos Jogos de Atenas, orientado pela

Câmara Comercial e Industrial de Atenas e Tessalônica – além da Câmara de Heraklio, Achaia e

Magnisia –implementou o programa ERMIS – Escolha Acessível. Este projeto teve por objetivo

incrementar a acessibilidade a lojas e ambientes comerciais. Um guia contendo os nomes dos

1.315 estabelecimentos que respeitam as normas de acessibilidade foi distribuído. Esta lista

também estava disponível no site oficial de Atenas 2004.

Grande parte da Vila dos Atletas Olímpicos e Paraolímpicos era adaptada. As casas para

hospedagem ficam próximas ao centro de Atenas e a área é de 1.240.00m². As portas da Vila

estiveram abertas a partir de 10 de setembro e se fecharam no dia 1º de outubro. Mais de

7.000 residentes, entre eles atletas e integrantes das delegações dos países participantes,

ficaram ali hospedados. A Vila foi dividida em duas zonas: a residencial e a internacional.

A Zona Residencial contou com 1.034 apartamentos e 75% deles foram adaptados para

receberem os atletas paraolímpicos. A área era restrita aos esportistas, técnicos e convidados

especiais. Os apartamentos possuíam quatro quartos e dois banheiros e, em cada quarto,

foram hospedados dois atletas. Os chefes de missão ficaram em quartos individuais. Os

residentes provisórios tiveram acesso a centros de recreação e religião, espaços para

28 socialização e aos mais variados serviços como cyber cafés, departamento de achados e

perdidos, soluções de problemas, spa e centrais de comunicação com telefone, fax e Internet.

A Vila teve uma policlínica com especialistas das áreas de oftalmologia, cirurgia geral,

dermatologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, psiquiatria, odontologia e fisioterapia. O

restaurante com capacidade para atender três mil pessoas, ofereceu vários tipos de comida. A

policlínica, o restaurante e o transporte interno funcionaram 24 horas por dia.

Zona Internacional: nesta área estavam a entrada principal da Vila, o Shopping Center, o

Museu Paraolímpico e os prédios administrativos. A Mídia e convidados puderam entrar na

Zona Internacional. As lojas venderam os mais diversos produtos e ficaram abertas entre 8h da

manhã e 11h da noite. Nas dependências da Vila só foram aceitos euro e cartão Visa. Nesta

zona os atletas puderam freqüentar os complexos esportivos, o cinema ao ar livre, a

danceteria, a sala de jogos e presenciar as apresentações artísticas ao ar livre.

No dia 17 de setembro de 2003, exatamente um ano antes dos Jogos Paraolímpicos,

foram apresentados o mascote e a medalha da competição. O designer grego Kostantinos

Kazakos se baseou na própria cultura grega para desenvolver as peças. Kazakos também quis

expressar o charme único que a Grécia – como sede e enquanto berço do esporte olímpico –

traria para os Jogos Paraolímpicos.

Um animal foi escolhido para ser o mascote, um cavalo-marinho da espécie

hippocampus, batizado com o nome Proteas. O mar serviu de inspiração por ter sido um

elemento muito utilizado para a criação de divindades e heróis da Mitologia Grega, um dos

aspectos mais característicos da cultura helênica. O símbolo também foi escolhido por

representar quatro valores inerentes à competição: inspiração, força, garra e celebração.

Foi no Estádio Olímpico, o estádio principal dos Jogos Paraolímpicos, que aconteceram

as cerimônias de abertura e encerramento e as competições de Atletismo. Ele está situado em

Marousi, um subúrbio do norte de Atenas e faz parte do Complexo Olímpico. O estádio

comporta um público de 75 mil pessoas.

Os locais de competição foram os seguintes: Estádio Olímpico de Atenas - cerimônias de

Abertura e Encerramento da Paraolimpíada e as competições de Atletismo; Centro Olímpico

de Tênis – OAKA: Tênis em Cadeira de Rodas; Hall Olímpico Indoor – OAKA: Basquete em

Cadeira de Rodas; Velódromo Olímpico – OAKA: Ciclismo de pista; Centro Aquático Olímpico –

OAKA: Natação; Centro Olímpico de Baseball Helliniko: Arco e Flecha; Centro de Hóquei

Helliniko: Futebol de 7 (paralisados cerebrais); Centro Olímpico de Hóquei Helliniko: Futebol de

5 para Cegos; Arena Indoor Helliniko: Rugbby em Cadeira de Rodas; Hall de Esgrima Helliniko:

Esgrima em Cadeira de Rodas / Voleibol; Hall Indoor Faliro: Goalball; Centro Olímpico de

Iatismo Agios Kosmas: Iatismo; Centro Olímpico Vouliagmeni: Ciclismo de estrada e individual

contra o relógio; Hall Olímpico Galatsi: Tênis de Mesa; Hall Olímpico Ano Liossia: Bocha e Judô;

29 Hall Olímpico de Levantamento de Peso Nikaia: Halterofilismo; Centro Olímpico Eqüestre

Markopoulo: Hipismo; Centro Olímpico de Tiro Markopoulo: Tiro. OBS: a maratona teve a rota

clássica que lhe deu origem, terminando em pleno Estádio Panathinaiko. A venda de ingressos

para os Jogos Paraolímpicos de Atenas-2004 começou no dia 1º de outubro de 2003 para

todos os gregos e cidadãos da área econômica da União Européia. Os preços foram de 5 a 50

euros.