Modelação de riscos naturais à escala municipal. Casos em ...– Factores condicionantes –...
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Modelação de riscos naturais à escala municipal.
Casos em Coimbra e Torres Novas
Lúcio CunhaCEGOT – Centro de Estudos de Geografia
e Ordenamento do TerritórioUniversidade de Coimbra
A importância do mapa
• Mapa para caracterização do território
• Mapa como resultado da modelação de um problema territorial (ex: susceptibilidade, vulnerabilidade e risco de uma unidade territorial)
• Mapa para simulação e construção de cenários
• Mapa como meio de comunicação– Importância do mapa no trabalho interdisciplinar
Riscos: os problemas cartográficos
• A importância da cartografia = a importância do território (a vantagem do mapa, quando se trata de fenómenos espacialmente referenciados)
• A cartografia de riscos: DirectaIndirecta (Modelo)
- valores ponderados (scores)- análise estatística
• O princípio do “Actualismo” ou do “Uniformitarismo”
• Os factores a incluir no modelo– Factores condicionantes– Factores desencadeantes
• Os problemas– A selecção dos factores– A classificação de cada um dos factores– A relação matemática entre factores– A classificação final e o ajustamento do modelo à realidade
SIG’s e modelação de riscos
• Método heurístico-qualitativo (1/50000)
• Método estatístico-quantitativo (1/25000)
• Método determinístico (geotécnico; 1/5000)
• Todos os modelos são bons (dependendo dos dados, dos custos, do tempo disponível)
• No entanto: necessidade de validação dos modelos
– Inventários (Trabalho de campo; Fotointerpretação; Notícias de jornais)
• A articulação do modelo com uma cartografia rigorosa e expressiva (estudo criterioso das escalas para suporte digital e em papel)
Dois exemplos
• Susceptibilidade a incêndios florestais em Coimbra
• Susceptibilidade a deslizamentos em Torres Novas
Agosto de 2005
Le cadre géographique de Coimbra
Susceptibilidade a Incêndios FlorestaisFactores:
- Uso do solo- Contiguidade florestal- Declives- Exposição das vertentes- Rede viária- Rede hidrográfica- Demografia- Pontos de água- Tempos de deslocação dos bombeiros- Bacias de visibilidade das torres de vigia
Método:- Análise multi-critério através da opinião de um grupo de peritos para ponderação dos factores e das classes – Metodologia da CRIF (Cartografia do risco de Incêndio Florestal –-IGP).
Susceptibilidade a Incêndios Florestais
A cidade de Coimbra e risco elevado de movi-
mentos em massa, inundações e incêndios
florestais
Deslizamentos em
Torres Novas
MUNICÍPIO DE TORRES NOVAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Área: 269 km²
Nº freguesias: 17
População: 37 268 habitantes (2011)
População Urbana: 32% da pop. concelhia
Densidade Populacional: 136 hab./km²
Povoamento concentrado
Baixo índice de envelhecimento: 115%
Baixa taxa de analfabetismo: 8% pop.
Taxa de actividade: 45,6%
População no sector primário: 6,3% da pop.
População no sector terciário: 53% da pop.
Acessibilidades: Boas a Muito boas (A1, A23) Área edificada
TORRES NOVAS – UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS
Serra Calcária
Colinas e plataformas gresocalcárias
Planície Aluvial
Cota máxima - 679 mCota mínima – 15 m
Factores Atributos Ponderações
Declives
0º - 2º 1
3
2º - 5º 2
5º - 15º 3
15º - 25º 4
> 25º 5
Exposição de
vertentes
N; NE; NW 3
1S; SE; SW 1
Plano Horizontal; E; W 2
Vertente
Côncava 3
1Convexa 2
Rectilínea 1
Litologia
Calcários micriticos de Serra de Aire; Calcários
e Dolomitos de Montinhoso; Calcários de Vale
da Serra
1
2Calcários de Santarém e Almoster; Margas e
calcários margosos de Zambujal; Tufos2
Arenitos da Ota; Arenitos de Monsanto;
Conglomerados; Formações detríticas Terraços
fluviais; Depósitos de Terraço; Aluviões
3
Falhas tectónicas
50 m 3
1100 m 2
200 m 1
>200m 0
Alinhamentos Tectónicos 1
Ocupação do solo
Agrícola 3
3Florestal 1
Inculto 2
Área Social 3
VIII CONGRESSO DA GEOGRAFIA PORTUGUESA, 26 A 29 DE OUTUBRO DE 2011, LISBOA/IGOT
Muito
BaixoBaixo Moderado Elevado
Muito
Elevado
Área (%) 10,29 23,71 39,76 15,87 10,34
Nº casos (%) - 2,63 15,79 31,58 50
FACTORES CONDICIONANTES
Deslizamento próximo da localidade da Ribeira Branca*Deslizamento no Casal da Azinheira*
* Fotografias da autoria de Ana Sofia Pereira Ligeiro
Desabamento em Alcorochel
VIII CONGRESSO DA GEOGRAFIA PORTUGUESA, 26 A 29 DE OUTUBRO DE 2011, LISBOA/IGOT
Fonte: Notícia do Jornal O Almonda, de Janeiro de 2011
VIII CONGRESSO DA GEOGRAFIA PORTUGUESA, 26 A 29 DE OUTUBRO DE 2011, LISBOA/IGOT
POPULAÇÃO EXPOSTA VALOR DOS BENS EXPOSTOS VULNERABILIDADE SOCIAL
Área (%) Muito
BaixoBaixo Moderado Elevado Muito Elevado
Pop. exposta 69 7,2 10,5 7,7 5,7
Bens expostos 61,7 10,4 14,9 7,3 5,7
Vulnerabilidade Social 8,9 34,2 32,5 12,2 12,1
• Densidade PopulacionalMÉTODO: Análise Factorial (CUTTER et al. 2003*)
TOTAL DE VARIÁVEIS: 46 variáveis • Valor das vias (estradas; ferrovia)• Uso do Solo (agrícola, Florestal, área protegida)
• Edifícios (valor, época de construção, nº pisos) • Demografia (Densidade Pop. Grupos etários, Grau de
Literacia, Emprego)
• Edificado (Dens. Edificado, Época de construção, Nº pisos,
Material de construção, Tipo de ocupação)
• Alojamento (Condições de habitabilidade, Nº de divisões,
tipo de ocupação)
• Famílias (tipologia Clássicas); Grupos etários,
Empregabilidade)
• Infraestruturas Viárias
VIII CONGRESSO DA GEOGRAFIA PORTUGUESA, 26 A 29 DE OUTUBRO DE 2011, LISBOA/IGOT
Muito
BaixoBaixo Moderado Elevado
Muito
Elevado
Área (%) 46,57 23,61 3,16 18,46 8,46
• População Exposta
• Valor dos Bens Expostos
• Vulnerabilidade Social
VIII CONGRESSO DA GEOGRAFIA PORTUGUESA, 26 A 29 DE OUTUBRO DE 2011, LISBOA/IGOT
A IMPORTÂNCIA DOS MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS EM
MODELOS NUMÉRICOS
O EXEMPLO DA SUSCEPTIBILIDADE A DESLIZAMENTOS
Classe Área (%) Nº CasosNº Casos
(%)
Muito Elevado 10,34 19 50
Elevado 15,87 12 31,58
Moderado 39,76 6 15,79
Baixo 23,71 1 2,63
Muito Baixo 10,29 0 0
(Equal Interval)
Classe Área (%) Nº Casos Nº Casos
(%)
Muito Elevado 0,32 0 0
Elevado 9,74 18 47,37
Moderado 44,35 17 44,74
Baixo 40,66 3 7,89
Muito Baixo 4,88 0 0
Classe Área (%) Nº Casos Nº Casos
(%)
Muito Elevado 10,30 18 47,37
Elevado 25,24 15 39,47
Moderado 18,90 3 7,89
Baixo 21,13 2 5,26
Muito Baixo 24,43 1 2,63
Classe Área (%) Nº Casos Nº Casos
(%)
Muito Elevado 6,45 9 23,68
Elevado 19,94 20 52,63
Moderado 27,95 6 15,79
Baixo 35,40 3 7,89
Muito Baixo 10,27 0 0
Classe Área (%) Nº Casos Nº Casos
(%)
Muito Elevado 6,45 9 23,68
Elevado 20,01 19 50
Moderado 8,86 4 10,53
Baixo 30,43 5 13,16
Muito Baixo 34,25 1 2,63
Classe Área (%) Nº Casos Nº Casos
(%)
Muito Elevado 0,14 0 0
Elevado 9,96 18 47,37
Moderado 55,93 19 50
Baixo 32,63 1 2,63
Muito Baixo 1,33 0 0
(6,7)
(1std Dev)
Classe Área (%) Nº Casos Nº Casos
(%)
Muito Elevado 6,41 9 23,68
Elevado 29,16 23 60,53
Moderado 30,31 5 13,16
Baixo 26,42 1 2,63
Muito Baixo 7,71 0 0
As aterações climáticas em Portugal
A equipa do Projeto SIAM (Scénarios, Impacts et Mesures d‘ Adap-tation; Duarte Santos, 2002) prevê para o final do século XXI emPortugal:
- Aumento da Temperatura de 1,7° à 5° C (3 à 7°C nas tempe-raturas máximas de verão);- Diminuição da Precipitação(20-40%), mas com umaconcentração nos meses de Inverno;
Prevê-se, pois, um aumento dos processos perigosos, nomeadamente:- Deslizamentos- Inundações- Incêndios Florestais- Ondas de calor
. A importância do estudo dos Riscos:- Teórica: a compreensão do funcionamento dos sistemas
naturais e sociais- Prática: perigosidade e vulnerabilidade a diferentes escalas
. Riscos e Ordenamento do Território:- Princípio da complexidade- Princípio da incerteza- Princípio da precaução- Princípio da responsabilidade
. A aprendizagem com os pequenos eventos perigosos
. Prevenção, mitigação ou defesa?
. Natureza ou sociedade (e economia)?
. Alterações climáticas (nível global) ou Ordenamento do território (nível local)?
CONCLUSÕESCONCLUSÕES
Quero eu e a Natureza,que a Natureza, sou eue as forças da Natureza,nunca ninguém as venceu!
António Gedeão – Fala do Homem nascido