Modelo Artigo IPOG

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Rio de Janeiro 2009 Maj Cav HEITOR FREIRE DE ABREU Ten Cel QMB ERICSON RODRIGUES ANDREATTA ARTIGO CIENTÍFICO Gestão da Logística Empresarial Aplicada ao Apoio Logístico às Brigadas Blindadas nas Operações Ofensivas ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO

Transcript of Modelo Artigo IPOG

Rio de Janeiro

2009

Maj Cav HEITOR FREIRE DE ABREU

Ten Cel QMB ERICSON RODRIGUES ANDREATTA

ARTIGO CIENTÍFICO

Gestão da Logística Empresarial Aplicada ao Apoio Logístico às Brigadas Blindadas nas Operações

Ofensivas

ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO

1

Gestão da Logística Empresarial Aplicada ao Apoio Logístico às Brigadas

Blindadas nas Operações Ofensivas

Heitor Freire de Abreu1

RESUMO

Este artigo científico apresenta os procedimentos e os resultados da tese intitulada

“Gestão da Logística Empresarial Aplicada ao Apoio Logístico às Brigadas Blindadas

nas Operações Ofensivas”. O objetivo foi analisar as vunerabilidades logísticas

dessas brigadas no que tangia ao suprimento de munição coletiva das Viaturas

Blindadas de Combate (VBC) Leopard 1A5 e Viaturas Blindadas para Transporte de

Pessoal (VBTP) M 113-B dos calibres 105 mm (para VBC), 7,62 mm (utilizadas nas

VBC e VBTP nos seus armamentos coletivos), 12,7 mm (utilizadas nos armamentos

coletivos das VBTP) e 76 mm fumígenas (utilizadas nas VBC) e, ao final, propor a

adoção de conceitos e técnicas da gestão empresarial no apoio logístico às Brigadas

Blindadas (Bda Bld) - reunidas em uma ferramenta computacional - para que essa

grande unidade cumpra suas missões com a eficiência que a doutrina prevê. Os

resultados revelaram que a atual sistemática de apoio logístico não atende às

demandas logísticas em função da sua nova organização e da aquisição dos novos

carros de combate; que os dados médios de planejamento (DAMEPLAN), no que

concerne às munições, não se adequam às necessidades atuais; e que a gestão

empresarial moderna, por meio de suas técnicas e processos, tais como teoria das

filas, pesquisa operacional e programação linear, quando devidamente aplicadas,

contribuem para se incrementar a logística que apóia as Bda Bld. Nas suas

conclusões, o autor apresenta uma série de propostas, como a fabricação de

munição 105 mm para viatura blindada de combate no Brasil e a adoção de um

sistema tático de logística (SISTALOG), dentre outras, no sentido de mitigar as

vulnerabilidades evidenciadas na pesquisa.

Palavras-chave: Brigada Blindada. Munição. Apoio Logístico. Logística empresarial.

Pesquisa operacional.

1 O autor é Major de Cavalaria do Exército Brasileiro. Concluiu o Curso de Comando e Estado-Maior da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) em 2008. Possui o MBA de Logística Empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os cursos Logistical Support to UN Peacekeeping Operations e Operational Logistical Support (ONU/Institute for Training and Research/POCI). Foi

2

1 INTRODUÇÃO

“A logística foi a responsável!” Com essa afirmação, diversos especialistas

explicaram as razões de sucesso ou de insucesso em muitas batalhas ao longo da

História. Não é por mero acaso que Liddel Hart, ao propor a sua estratégia da

aproximação indireta, preconizava que a decisão do combate deveria ser buscada

pelo desequilíbrio físico e psicológico do inimigo, degradando a sua capacidade de

reação. Certamente, Hart também pensava na importância de se incapacitar os

meios logísticos do oponente para se obter tal desequilíbrio, dentre outros sistemas

operacionais militares.

Rommel, um general que conheceu como poucos o emprego dos blindados,

com seus benefícios e suas agruras, revela interessante ponto de vista válido para

conflitos convencionais após ser derrotado na África do Norte onde explicita a

importância da logística:

“The first essential condition for an army to be able to stand the strain of battle is an adequate stock of weapons, petrol and ammunition. In fact, the battle is fought and decided by the quartermasters before the shooting begins. The bravest men can do nothing without guns nothing without plenty of ammunition [os destaques são nossos]; and neither guns nor ammunition are of much use in mobile warfare unless there are vehicles with sufficient petrol to haul them around. Maintenance must also approximate in quantity and quality to that available to the enemy”2. (CREVELD, 1977, p. 200).

Via de regra, os temas militares de cunho ofensivo aplicados na Escola de

Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) referentes aos escalões da Força

Terrestre (FT), em especial no Exército de Campanha (Ex Cmp) e na Divisão de

Exército (DE), seguindo os conceitos da IP 100-1, buscam a decisão do combate

com manobras envolventes e desbordantes, com o uso intensivo do aproveitamento

do êxito, das perseguições e das junções, visando a encerrar os conflitos no mais

curto prazo possível. O aspecto relevante e que merece destaque, é que todas

essas operações dependem – para obter êxito – do uso intensivo das Bda Bld que,

observador militar da ONU na Costa do Marfim (África) em 2006. 2 A condição essencial para que um exército possa estar em condições de combater é um estoque adequado das armas, combustível e munição. Na realidade, uma batalha é combatida e decidida pelos logísticos antes que os tiros comecem. Os mais bravos homens não podem fazer nada sem armas com a sua dotação de munição completa; e nem armas nem munição são úteis na guerra móvel se não houver veículos com combustível suficiente para transportá-los. A manutenção deve igualmente aproximar-se na quantidade e na qualidade àquela disponível pelo inimigo. (trad. do autor).

3

vocacionadas para as operações ofensivas, proporcionam a velocidade, a amplitude

e o poder relativo de combate (PRC) necessários à decisão.

As Brigadas Blindadas (Bda Bld), em face da sua complexidade em material e

equipamento, são extremamente vulneráveis a diversos fatores, dentre eles ao apoio

logístico. Destaca-se que tais Bda são altamente dependentes de farta quantidade

de munição e de combustível.

Com a finalidade de buscar soluções atuais para problemas logísticos em

combate, muitos exércitos têm recorrido às soluções encontradas na vertente civil.

Nesse sentido, merece destaque o trabalho desenvolvido pelo exército francês a fim

de verificar as vulnerabilidades logísticas no emprego daquela força terrestre, do

Centre d’Etudes et de Recherche de l’Enseignement Militaire Superieur (2005). Fruto

dele, inúmeras mudanças estão ocorrendo naquele exército. O trecho abaixo

proporciona uma visão de como o assunto está sendo tratado:

«La logistique militaire a connu de profonds changements en réponse à la Révolution dans les Affaires Militaires et à la transformation des armées, qui se sont traduits par une véritable « Révolution dans la Logistique Militaire. En outre, la logistique militaire s’inspire du secteur civil dont elle reprend non seulement les technologies (gestion en temps réel, flux tendus, commerce électronique) mais aussi les approches théoriques. Enfin, l’on observe une délégation de plus en plus importante des tâches logistiques aux entités commerciales civiles».( p.7, grifo nosso)3.

Diante dos inúmeros encargos que um sistema logístico de combate tem sob

sua responsabilidade, a função de suprimento é das mais importantes. Dentre os

suprimentos necessários ao combate, a munição (Mun) destaca-se. Sem ela, o

combate moderno recuaria aos tempos dos tacapes, arcos e flechas e fundas.

Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados acerca das pesquisas

que o autor realizou para a obtenção do seu doutorado na Escola de Comando e

Estado-Maior do Exército na área de Logística Militar Terrestre, cujo tema foi

“Gestão da Logística Empresarial Aplicada ao Apoio Logístico às Brigadas Blindadas

nas Operações Ofensivas”.

3 “A logística militar conheceu profundas mudanças em resposta à Revolução nos Negócios Militares e a transformação dos exércitos, que se são traduzidos por uma verdadeira ‘Revolução na Logística Militar’. Além disso, a logística militar se inspira junto ao setor civil onde retoma não somente as tecnologias (gestão em tempo real, fluxos longos, comércio eletrônico) mas também os conceitos

4

2 MATERIAL E MÉTODO

2.1 TEMA

Ao longo de sua História, o Exército Brasileiro (EB) perseguiu fórmulas para

torná-lo tão eficiente quanto as necessidades que cada época impõe. Em razão

disso, sofreu diversas reestruturações. Na atualidade, a Estratégia Nacional de

Defesa (END), recém lançada, mantém essa tradição ao rearticular as Forças

Armadas (FA) no nível estratégico. Ao ressaltar que as FA devem ser organizadas

sob o trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença, as diretrizes da END

(BRASIL, 2008, p.9) estabelecem um corolário com as forças blindadas, dentre

outras, que é, por excelência, uma tropa móvel e altamente flexível.

Entende-se que, atualmente, o Sistema Logístico utilizado para apoiar uma Bda

Bld não é eficiente. Enxergou-se no desenvolvimento da tese realizada que a

logística empresarial por meio de suas ferramentas, processos e rotinas, é uma

solução no sentido de se atingir a eficiência necessária. Nesse sentido, decidiu-se

pela escolha do tema proposto.

2.2 PROBLEMA

O EB, ciente da importância de suas forças blindadas, vem, ao longo de anos,

buscando a melhor estrutura e o melhor material possível para dotar suas Bda Bld. A

recente compra da viatura blindada de combate (VBC) Leopard 1A5, bem como a

nova reestruturação das Bda que utilizam material blindado, confirmam essa

assertiva. Daí, surge o questionamento se a atual estrutura do EB atende com

eficiência as demandas logísticas das Bda Bld.

Assim, levantaram-se as seguintes situações-problema:

- com o atual Sistema Logístico, no que tange ao suprimento de munições, que

se desdobra na zona de combate, as Bda Bld têm capacidade de responder aos

imperativos doutrinários para executar um ataque coordenado?

- em que medida a adoção de ferramentas da gestão da logística empresarial

proporciona melhores condições às Bda Bld para cumprirem suas missões em um

quadro de operações ofensivas?

teóricos. Por último, observa-se uma delegação cada vez mais importante das tarefas logísticas às entidades comerciais civis”. (trad. autor).

5

2.3 ALCANCES E LIMITES

Foram estudados os conceitos, as técnicas da logística empresarial e a sua

gestão que são passíveis de serem aplicadas no apoio logístico às Bda Bld em

operações ofensivas e que podem contribuir para a manutenção das capacidades

operacionais dessa Grande Unidade (GU).

A logística empresarial foi limitada, na tese desenvolvida, à estratégia de

transporte (fundamentos e decisões de transporte) e à estratégia de estoque

(necessidades da previsão da cadeia de suprimento, decisões sobre política de

estoques, programação e manuseio de suprimentos).

A logística operacional e estratégica foi abordada somente naquilo julgado

imprescindível para o desenvolvimento do trabalho, dando-se ênfase na logística

tática.

No que concerne às Hipóteses de Emprego (HE) atualmente adotadas pelo EB,

abordou-se somente a HE “C”. Ademais, enfocou-se a doutrina DELTA visando

diretamente o emprego da HE supracitada.

Em relação às funções logísticas militares, o objeto do estudo foi

especificamente o suprimento de classe V (Mun)4, o seu transporte e a sua

distribuição. As demais funções foram abordadas somente quando imprescindíveis

no sentido de apoiar alguma assertiva ou esclarecer algum ponto importante para o

prosseguimento da pesquisa.

Haja vista a imensa quantidade de tipos de viaturas que são usadas pelas Bda

Bld, o estudo considerou somente as viaturas blindadas de combate (VBC) Leopard

1A5 e a viatura blindada para transporte de pessoal (VBTP) M 113-B.

No que tange às munições, foram abordadas as seguintes: 105 mm (somente

as utilizadas nas VBC), 7,62 mm (utilizadas nas VBC e VBTP nos seus armamentos

coletivos), 12,7 mm (utilizadas nos armamentos coletivos das VBTP) e 76 mm

fumígenas (somente as utilizadas nas VBC). No entanto, abordou-se outras Mun

quando eram necessárias a fim de expandir uma idéia considerada pertinente ao

estudo.

Foi estudado somente o ataque coordenado. Tal operação foi adotada como

objeto de estudo haja vista ser a mais complexa e que utiliza o maior volume de

munição dentre todas as demais

4 Classificação militar de suprimento que significa “Munição”.

6

2.4 OBJETIVOS DO TRABALHO

O objetivo geral do trabalho foi propor a adoção de conceitos e técnicas da

gestão empresarial no apoio logístico às Bda Bld em Op Ofs - reunidas em uma

ferramenta computacional - para que essa grande unidade cumpra suas missões

com a eficiência que a doutrina prevê.

No sentido de alcançar o objetivo geral, alguns objetivos específicos foram

definidos para o trabalho:

- verificar o desenho do atual sistema de apoio logístico às Bda Bld;

- identificar os aspectos de ordem logística que impossibilitem que as Bda Bld

cumpram suas missões em um quadro de operações ofensivas;

- mensurar as necessidades de munição (105 mm, 12,7 mm e 7,62 mm) de

uma Bda Bld em Op Ofs;

- identificar os conceitos e as técnicas da logística empresarial que são

aplicáveis às operações ofensivas das Bda Bld;

- avaliar a aplicabilidade dos conceitos e das técnicas identificadas no Ap Log

às Bda Bld nas Op Ofs; e

- propor a adoção de conhecimentos e técnicas julgadas úteis ao sistema

logístico de apoio à Bda Bld.

2.5 HIPÓTESES

Durante o desenvolvimento da tese, buscaram-se subsídios no sentido de

validar as seguintes hipóteses (H):

� H1 - a atual sistemática de apoio logístico das brigadas blindadas não

atende às demandas logísticas em função da sua nova organização e da aquisição

dos novos carros de combate adquiridos pelo Exército Brasileiro nas operações de

ataque coordenado;

� H2 – os dados médios de planejamento (DAMEPLAN), no que concerne às

munições, não se adequam às necessidades atuais; e

� H3 - a gestão da logística empresarial moderna, por meio de suas técnicas e

processos, quando devidamente absorvida pelo Sistema Logístico das brigadas

blindadas, contribui para se atingir os objetivos táticos dessas GU no ataque

coordenado no que tange ao suprimento classe V (Mun).

7

2.6 TIPOS DE PESQUISA UTILIZADOS EM CADA FASE

Para a finalidade do trabalho monoráfico, se utilizou, quanto à natureza, a

pesquisa aplicada. No que tangiu à forma de abordagem, admitiu-se a pesquisa

quantitativa e a qualitativa, conforme os aspectos a serem pesquisados. No que

concerniu aos objetivos gerais, classificou-se como descritiva. Já acerca dos

procedimentos técnicos, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, documental e de estudo

de caso.

O trabalho foi dividido em quatro fases. Na primeira fase, foram realizadas

pesquisas e revisão bibliográfica amplas, incluindo vasta quantidade de obras em

inglês e francês, haja vista que parcela ponderável das obras que tratam do assunto

não possui traduções para o português. Buscou-se, nessa fase, conhecer o estado

da arte da logística militar e as principais lições aprendidas pelos exércitos que

participaram de campanhas militares nas últimas décadas.

Neste sentido, destacam-se, dentre outros, Understanding War – History and

Theory of Combat, que forneceu subsídios ricos acerca de parâmetros qualitativos

sobre o combate. Supplying War, cujos capítulos três (When demigods rode rails),

expõe os fundamentos da logística desde Napoleão até Moltke, e o quatro (Sirte to

Alamein), faz minucioso estudo de caso sobre suprimentos e operações na África

durante a Segunda Guerra Mundial com blindados. Armored Cavalry, que realiza um

impressionante trabalho descritivo e quantitativo sobre o Armored Cavalry Regiment

(ACR) dos EUA, que serviu para se comparar a estrutura americana com a brasileira

no que tangia às Bda Bld. Destaca-se ainda, o Smart Book sobre Combat Service

Support and Deployment, onde os principais manuais doutrinários dos EUA da área

de logística são abordados, inclusive contendo as lições da Guerra do Golfo de

1991.

A dissertação A Study of Ammunition Consumption, do Fort Leavenworth

(ECEME/EUA), foi consulta importante, pois expõe de maneira precisa e por meio de

33 tabelas, consumos e dados médios de planejamento acerca de munições

bastante atualizados em função da participação dos EUA em guerras recentes.

Ressalta-se também, como bibliografia importante, a publicação francesa La

Logistique Militaire: évolutions et nouveaux enjeux, do Centro de Estudos e Pesquisa

Militar Superior do Exército francês, que traça uma panorâmica sobre a logística

militar dos EUA, França, Alemanha e Reino Unido, e examina com profundidade as

8

evoluções recentes da logística de combate a fim de preparar suas forças para

esses desafios a partir de 2010.

Na parte da logística empresarial, mostraram-se fundamentais, dentre outras

obras pesquisadas, o livro “Logística empresarial: transportes, administração de

materiais e distribuição física”, pela imensa quantidade de informações sobre

transporte e estocagem e “Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição:

estratégia, operação e avaliação”, em função da sólida base conceitual sobre

estratégia da logística civil.

A segunda fase objetivou conhecer a percepção do usuário do Sistema

Logístico. Foram realizados questionários e entrevistas com militares de Infantaria e

de Cavalaria que cursavam o 2º ano da ECEME e, portanto, já dominavam a

doutrina militar brasileira sobre Bda Bld, conheciam a doutrina de emprego logístico

do EB e já haviam tido experiências profissionais em batalhões e regimentos,

inclusive participando de FT no nível SU. Dessa forma, obteve-se um quadro mais

realista e coletou-se a percepção de uma parcela ponderável de oficiais que detém

experiência e conhecimento teórico atualizado sobre o assunto.

Ao se entrar na terceira fase, buscou-se a modelagem de um caso a ser

estudado para fornecer uma base inicial para estudos posteriores. Denominado

“Caso Tupiniquim”, ele foi adaptado de um tema tático de ofensiva da ECEME pelo

pesquisador com base na doutrina militar brasileira vigente e visou a fornecer os

parâmetros iniciais e a respeitar os limites estabelecidos para a tese. Este caso

consistiu no emprego da 42ª Bda Inf Bld em um Atq Coor.

Assim, foi possível iniciar o estudo propriamente dito, inclusive chegando-se às

informações quantitativas necessárias à continuidade da pesquisa.

A quarta fase constituiu-se da análise e discussão dos resultados colhidos.

3 RESULTADOS

3.1 NECESSIDADE DE MUNIÇÃO

Verificou-se a necessidade total de munição, resultando no quadro que se

segue, inferindo os dados iniciais para o desenvolvimento do estudo e da

discussão5:

5 Para a montagem desse quadro seguiu-se às condicionantes estipuladas no Caso Tupiniquim,

detalhadas no corpo da tese.

9

Munição FT 421º BIB FT 422º BIB FT 423º RCC FT 424º RCC Demanda Total 7,62 Cm 59.800 59.800 29.900 89.700 239.200 7,62 Tr 23.920 23.920 11.960 35.880 95.680 7,62 Pf 35.880 35.880 17.940 53.820 143.520 .50 Cm 54.000 36.000 18.000 36.000 144.000 .50 Tr 21.600 14.400 7.200 14.400 57.600 .50 Pf 32.400 21.600 10.800 21.600 86.400

105 HEAT 1.014 1.014 507 1.521 4.056 105 HEP 390 390 195 585 1.560

105 SMOKE 156 156 78 234 624 Gr 76 mm Fum 624 624 312 936 2.496

Quadro 1 - Munição necessária para uma Bda Bld para o Caso Tupiniquim. Fonte: o autor.

3.2 PROBABILIDADE DE RECEBER A MUNIÇÃO

Calculou-se a probabilidade de um Cmt receber toda a Mun solicitada (10 tipos

de Mun), utilizando-se o que propõe BALLOU (2006) para a logística civil acerca de

“Atendimento dos Pedidos”.

Dessa forma, utilizou-se a chamada fill rate (FR) ou, em português, “taxa de

atendimento”:

FR = P1 x P2 x P3 X P4 x P5 x P6 x P7 x P8 x P9 x P10 (considerando

as Mun por calibre e tipo).

Onde P = Probabilidade de se receber determinada Mun.

Para se chegar, a priori, a um resultado inicial que possibilitasse avançar nos

estudos, estipulou-se a seguinte relação:

Mun (P) P K6 1(%) K 2(%) K 3(%)

7,62 mm (PA) P1 = Cm P2 = Tr P3 = Pf

98 75 50

.50 Pol (PB) P4 = Cm P5 = Tr P6 = Pf

95 75 50

105 mm (PC) P7 = HEAT P8 = HEP

P9 = SMOKE 85 65 50

76 mm (smoke) P10 95 75 65 Quadro 2– Fator “K”. Fonte: o autor, adaptado de “Planejamento e Controle da Produção” (VIEIRA, 2007, p. 32).

Situação K1 = alta oferta de Mun. Provavelmente, nos dias que antecedem ao

ataque até o primeiro dia de ataque.

Situação K2 = média oferta de Mun. Após o primeiro dia de combate e nos

subseqüentes. A degradação deve-se à fricção do combate7.

6 O fator “k” é utilizado no cálculo de estoque de segurança (ES) na logística empresarial, cuja fórmula é ES = k x σD; onde σD é o desvio padrão da demanda de Mun. Para esse estudo, “K” recebeu

10

Situação K3 = baixa oferta de Mun. Êxito do Ini em prejudicar nossas linhas de

suprimento ou alta fricção entre os oponentes.

Usando-se a fórmula FR, obteve-se:

� FR18

= [para K1, considerando Mun 7,62 mm (Cm, Tr e Pf), 12,7 mm (Cm, Tr

e Pf) e 105 mm (Cm, Tr e Pf)].

� FR2 = [para K2, considerando Mun 7,62 mm (Cm, Tr e Pf), 12,7 mm (Cm, Tr

e Pf) e 105 mm (Cm, Tr e Pf)].

� FR3 = [para K3, considerando Mun 7,62 mm (Cm, Tr e Pf), 12,7 mm (Cm, Tr

e Pf) e 105 mm (Cm, Tr e Pf)].

� FR49

= [para K1, considerando somente três calibres (7,62 mm, 12,7 mm e

105 mm)].

� FR510

= [para K2, considerando somente três calibres (7,62 mm, 12,7 mm e

105 mm)].

� FR611

= [para K3, considerando somente três calibres (7,62 mm, 12,7 mm e

105 mm)].

Donde, os resultados foram:

� FR1= 0,496 ► 49,6%, � FR2 = 0,049 ► 4,9 %, � FR3 = 0,002 ► 0,20%, �

FR4 = 0,791 ► 79,1%, � FR5 = 0,366 ► 36,6%, � FR6 = 0,125 ► 12,5%

Ou seja, a probabilidade de um Cmt FT receber a Mun solicitada em um

determinado dia (considerados os valores acima para k e tipos de munição) ficou

entre 79,1% e 0,20%.

os valores dessa tabela. Na logística empresarial, adota-se, normalmente, 99%, 98% e 84% como fator “k”, respectivamente. 7O fenômeno da fricção foi identificado por Clausewitz. Ele considera que a fricção é o que torna a guerra real, pois, de outra forma, tudo seria muito simples. Corresponde ao acúmulo de uma série de dificuldades que começam a contribuir para a consecução do combate (chuvas, ataques inimigos, quebra de viaturas etc). Para se ter uma idéia histórica desse fato, na batalha de Kursk, a 9ª Divisão Panzer perdeu, em 20 minutos, 70 carros de combate fruto de um ataque aéreo russo bem sucedido. (CROSS, 2008, p. 187). 8 Essas probabilidades são estimadas e servem tão somente para demonstrar que é possível obter-se dados nos planejamentos táticos. Durante os estudos, foram confrontados dados de pesquisa operacional, pesquisa de campo, pesquisa bibliográfica na História Militar e utilização de dados médios de planejamento utilizados na ECEME e na EsAO. 9 Idem. 10 Idem. 11 Idem.

11

3.3 TONELAGEM NECESSÁRIA VERSUS TONELAGEM ESTIMADA DE

TRANSPORTE DE MUNIÇÃO

Segundo o ME 101-0-3 (Brasil, 2004), para uma Bda Bld, a tonelagem mínima

necessária para uma estrada principal de suprimento (EPS) é de 270 t por dia. Ela é

um pouco mais precisa do que a estimativa de fatia de Bda12, que prevê 210 t.

Dentro desse último quantitativo, estima-se que o suprimento Cl V (Mun) utilizará 68

t do total/dia.

Considerando-se 270 t, esse número iria, proporcionalmente, para 87 t, que

será utilizado para comparar com as atuais necessidades da Bda Bld com o uso de

Mun 105 mm dos novos CC Leopard 1A5.

Assim, a necessidade em t (somente Mun coletiva das VBC e VBTP) para a 42ª

Bda Inf Bld seria obtida por um cálculo simples:

⇒ Nº SU da Bda x Nº Vtr por SU x quantidade Mun por Vtr x peso unitário

Mun.

Tipo Unidade/Mun

Nº SU Bda

Nº Vtr por SU

Mun por Vtr

Peso unitário Mun (kg)

Peso total para a 42ª Bda Inf Bld (kg)

RCC/105 mm 8 13 60 21.00013 131.040 RCC/ 7,62 mm 8 13 4.600 0.024 11.482 BIB/ 12,7 mm 8 18 2.000 0.117 33.696 RCC/ 76 mm 8 13 24 1.260 3.145

Total - - - - 179.363 ≈ 180.000 Quadro 3 – Necessidade de Mun para Bda Bld (em t). Fonte: o autor.

Chega-se ao resultado do peso total de Mun14 para as peças de manobra de

uma Bda Bld: 180 t.

Levando-se em conta que a parcela de tonelagem destinada para uma Bda Bld

é de 87 t, ao se comparar com o resultado acima (180 t), conclui-se que atualmente,

no que tange à grandeza peso, não há condições de se propiciar o transporte de

toda a Mun requerida pela Bda Bld. À diferença de 93 t (180 – 87), devem-se somar

as necessidades da(e):

- artilharia de campanha;

12 Fatia de Brigada é o efetivo médio do escalão considerado mais o efetivo necessário para apoiá-lo nos escalões superiores e na Zona de Adm. Sua finalidade é permitir uma estimativa inicial dos efetivos que poderão ser empregados em determinada direção estratégica ou tática de atuação, bem como das quantidades de suprimento necessárias para o seu apoio. Optou-se pelo valor de 270 t já que ela é mais adequada ao nível Bda e divisão, conforme o ME 101-0-3, pois a natureza Bld infere maiores necessidades de transporte. 13 BRASIL.Exército. Estado-maior. IP 17-82: a viatura blindada de combate - carro de combate Leopard 1A1. Ed 2000. Rio de Janeiro, 2000. p. 67.

12

- artilharia antiaérea;

- Mun individual (7,62 mm e 9 mm);

- Mun morteiros médios e pesados orgânicos das U;

- Mun armamento antiaéreo orgânico das U; e

- outras Mun.

Isso inviabiliza a atual estimativa de transporte de Mun, excedendo em 106% a

estimativa do DAMEPLAN em termos de tonelagem/dia para uma Bda Bld (87 t)

caso houvesse a necessidade de se transportar em um único dia toda a Mun

necessária ao combate.

No entanto, a situação de remuniciar totalmente uma Bda Bld ocorreria

somente no início das Op, pois nos dias subseqüentes tratar-se-ia de

recompletamento das dotações. Nesse caso, ainda haveria defasagem entre

estimativa e necessidade real? Aparentemente não. Por outro lado, as pesquisas

demonstraram que sim. Na hipótese de se ressuprir somente a Mun consumida no

1º dia de combate, utilizou-se a tabela abaixo:

Tipo Unidade/Mun

Nº SU

Nº Vtr por SU

Mun por CC

Peso unitário Mun (kg)

Peso total (kg)

RCC/105 mm 8 13 15 21 32.760 RCC/ 7,62 mm 8 13 34015 0,024 849 BIB/12,7 mm 8 18 170 0,117 2.864 RCC/76 mm 8 13 12 1,260 1.572

Total - - - - 38.045 Quadro 4 – Necessidade de Mun no 1º dia de combate (em t). Fonte: o autor, baseado no DAMEPLAN da ECEME (BRASIL, 2004, p. 7-7).

Chega-se ao resultado do peso total de Mun16 para as peças de manobra de

uma Bda Bld: 38 t.

Porém, quando se entra com uma estimativa do consumo de outras Mun, vê-se

que o problema ainda persiste:

14 Somente a Mun orgânica das Vtr. Não se considerou a Mun necessária para o uso individual e coletivo (morteiros etc). 15 Considerando 170 tiros da Mtr coaxial e 170 tiros da Mtr antiaérea. 16 Somente a Mun orgânica das Vtr. Não se considerou a Mun necessária para o uso individual e coletivo (morteiros etc).

13

Natureza do Fogo ou

Ação

Mun 105 mm

(3)

Mun 155 mm

Nr de peças Tempo

Nr Baterias

por Grupo

Total (Mun 155

mm)

Preparação - 54 (1) 6 40 min 3 -17 Ap Ataque 1ª

e 2ª horas - 34 + 17 = 51(2) 6 2 h 3 1.836

Ap Ataque após 2ª hora - 20 + 10 =

30 (2) 6 4 h18 3 2.160

Total 3.996 (1) Mun gasta em 40 min (2) Mun gasta por hora (3) Considerado o consumo previsto para Mun 105 mm = 155 mm no nível Bda, pois o GAC de Bda Bld é 155 mm Quadro 5 – Necessidade de Mun Art na preparação e no ataque até a 6ª hora de combate. Fonte: o autor, baseado na nota de ensino de Apoio Logístico do Curso Art EsAO (BRASIL, [1999], p. 3-33) e no DAMEPLAN da ECEME (BRASIL, 2004, p. 7-8).

O parâmetros de peso para Mun Art é o que se segue:

- 44 kg (peso de 1 Car Mun 155 mm Art).

Por intermédio da tabela seguinte, têm-se o peso da Mun Art para o Caso

Tupiniquim:

Mun Quantidade Mun Peso unitário (kg) Peso total (kg) 155 mm 3.996 44 175.824

Quadro 6 – Peso de Mun Art 155 mm para o Caso Tupiniquim. Fonte: o autor.

A tonelagem de Mun considerada seria de 38 + 176 = 214 t; ultrapassando em

146% as 87 t estimada pelo DAMEPLAN brasileiro reservada ao transporte de

Mun19.

Nesse caso, ignorou-se (o que tornaria o problema ainda mais complexo):

- Mun artilharia antiaérea (de altíssimo consumo);

- Mun individual (7,62 mm e 9 mm);

- Mun morteiros médios e pesados orgânicos das U;

- Mun armamento antiaéreo orgânico das U; e

- outras Mun.

17 No Caso Tupiniquim, a Art divisionária não participa da preparação. 18 Considerou-se + 4 horas de combate, já que o ataque da 42ª Bda Inf Bld tem uma duração prevista de 6 horas. 19 Sabe-se que há uma diferença entre a Mun para o Ap ao combate e para a preparação. A primeira estaria na “dotação orgânica” e a segunda em “Mun para consumo imediato”. No entanto, para os fins logísticos, tal diferenciação não é relevante, haja vista que deverá ser transportada no mesmo dia. Só há relevância para a logística interna dos GAC, que não é objeto do presente estudo.

14

3.4 O DAMEPLAN DO BRASIL E O DOS EUA

Comparou-se o DAMEPLAN do EB com o do Exército dos EUA. O objetivo foi

obter subsídios para a análise se é ou não cabível uma atualização no DAMEPLAN

brasileiro em função do usado pelos EUA e, caso fosse cabível, se a estimativa de

Mun seria maior ou menor do que a atualmente em uso.

O DAMEPLAN utilizado pela ECEME estima que em um Atq Coor o consumo

de munição 105 mm20 segue a seguinte demanda média:

Dia Tipo Mun Defesa Ataque VBC - 1º dia de combate 105 mm 16 15

VBC - Dias subseqüentes de combate 105 mm 10 8 Quadro 7 – Extrato do DAMEPLAN brasileiro (Mun 105 mm). Fonte: o autor, baseado no DAMEPLAN da ECEME (BRASIL, 2004, p. 7-7).

Este documento é baseado na 2ª Guerra Mundial, quando o uso de CC era

menor do que nos dias atuais e a sua doutrina de emprego não fora suficientemente

desenvolvida como é hoje.

O DAMEPLAN do Exército dos EUA estima o consumo da seguinte forma:

Dia Tipo Mun Defesa Ataque M1 Abrams

1º dia de combate 120 mm 37 16

M1 Abrams Dias subseqüentes de combate

120 mm 22 9

Quadro 8 – Extrato do DAMEPLAN dos EUA (Mun 120 mm). Fonte: o autor, baseado em FREEMAN, William K. Jr. A Study of Ammunition Consumption (EUA, 2005, p. 21).

O DAMEPLAN acima é baseado nos dados de combates recentes,

desenvolvidos no início dos anos 90 do século XX, e estão de acordo com uma

organização para o combate na qual as VBTP possuem canhão 25 mm e mísseis

TOW (M2/3 Bradley), cujo consumo Mun previsto é o seguinte:

Dia de combate Tipo Mun Defesa Ataque M2 Bradley

1º dia de combate 25 mm 214 174

M2 Bradley Dias subseqüentes de combate 25 mm 167 129

M2 Bradley 1º dia de combate TOW 6 5

M2 Bradley Dias subseqüentes de combate TOW 7 6

Quadro 9 – Extrato do DAMEPLAN dos EUA (Mun 25 mm e TOW). Fonte: o autor, baseado em FREEMAN, William K. Jr. A Study of Ammunition Consumption (EUA, 2005, p.21).

20 Foram utilizados os dados para Mun 90 mm, já que não houve atualização no DAMEPLAN brasileiro, o que não trás prejuízo aos resultados, já que o emprego da Mun é o mesmo.

15

O resultado da comparação foi o seguinte:

- no que tange à Mun pesada de VBC (120 mm para o M1 e 105 mm para o

Leopard 1A5), as quantidades são, no ataque, praticamente as mesmas. Há

diferença expressiva nas ações de defesa, que não foram objeto do estudo;

- no que tange à Mun 25 mm e mísseis TOW (embarcadas nas VBTP dos

EUA), verifica-se que o consumo é alto. No entanto, o Brasil não utiliza esse tipo de

armamento nas suas VBTP; e

- o DAMEPLAN, seja dos EUA, seja do Brasil, não leva em consideração a

dinâmica do combate a cada dia, dentro de uma mesma fase (contra-ataques,

suspensão de ataque, imponderáveis do combate e necessidade de adequação das

FT, dentre outros).

3.5 TEMPO DE REMUNICIAMENTO E TEORIA DAS FILAS

Antes e durante os dias subsequentes de um ataque coordenado, haverá a

necessidade de remuniciamento das FT que compõe uma Bda Bld. Normalmente,

esse remuniciamento será realizado durante um período de tempo curto e, muito

provavelmente, noturno. Segundo BRASIL (2002a, p. 10-23) “O remuniciamento das

SU será feito, em princípio, à noite” o que indica que deverá durar, no máximo, 12

horas.

Para fins da pesquisa, a 42ª Bda Inf Bld teria, próximo à sua A Ap Log, um

posto de distribuição de classe V a fim de atender suas demandas de Mun. Cada FT

valor U (421º BIB, 422º BIB, 423º RCC e 424º RCC) deveria, com seus meios

orgânicos, realizar todo o processo de remuniciamento, incluindo ATC e ATE.

Fruto desses passos para o recebimento da Mun, verificou-se a existência de

muitos gargalos logísticos. Dois aspectos devem ser ressaltados: tempo de

deslocamento e tempo de carga/descarga. Na verdade, os planejamentos militares

logísticos não têm levado isso em consideração, o que poderá, em combate,

provocar um colapso no sistema de distribuição de Mun pela incapacidade em

gerenciar eventuais adaptações em função do total desconhecimento dos intervalos

de tempo.

Foi realizada uma pesquisa de campo específica para a tese com apoio da 5ª

Bda Cav Bld, da 6ª Bda Inf Bld e do Centro de Instrução de Blindados.

16

Foram medidos, nesta pesquisa de campo, os tempos para carregar e

descarregar Vtr com empilhadeiras e manualmente, colocar Mun nas VBC e

respectivos cofres, dentre outros.

Abaixo, um extrato dos resultados alcançados e que serviram de subsídios para

um estudo da validade da aplicação da Teoria das Filas no remuniciamento das Bda

Bld.

Aspecto observado Tempo gasto em

minutos (resultado) (3) (5)

Obs

Carregamento completo de Mun 105 mm do Leopard 1 durante a noite.

22 Car em 26 min e 14 seg 60 Car em 1 h 11 min 5 seg

Enfitamento da munição 7,62mm do Leopard 1

1 fita de 230 Car em 13 min e 04 seg

20 fitas (230 x 20 = 4.600 Car) no total de 4 h 21 min 19

seg

Acondicionamento de uma fita de 230 Car 7,62mm em um cofre

Um cofre em 2 min e 03 seg 20 cofres em 41 min

Carregamento completo de Mun 7,62 mm do Leopard 1 durante o dia.

16 cofres em 6 min 37 seg 20 cofres em 8 min 16 seg

Carregamento completo de Mun 7,62 mm do Leopard 1 durante o dia.

1 fita de 230 Car em 6 min 20 fitas em 2 h

Carregamento completo de Mun 7,62 mm do Leopard 1 durante a noite.

16 cofres em 7 min e 21 seg 20 cofres em 9 min 11 seg

Quadro 10 – Resultados de pesquisa de campo realizada pelo CIBld para o autor (extrato). Fonte: o autor.

Estipulou-se que a 42ª Bda Inf Bld deveria realizar o ressuprimento de Mun

para o ataque que realizaria em D/0600. O Cmt Bda determinou ao E4 que todas as

FT deveriam estar remuniciadas e com os tanques de combustível plenos até

D/0230, já ocupando suas posições para o ataque.

O E4 42ª Bda Inf Bld reuniu os S4 das FT e informou que a Mun necessária

estaria disponível nos P Distr Cl V (M) a partir de D-1/2000. Determinou aos S4 que

deveria haver, no máximo, 1 Pel (4 VBC Leopard 1A5) no sistema de

remuniciamento em qualquer horário, com uma margem de acerto de 95%, para

evitar que o P Rem se tornasse um alvo compensador para a artilharia Ini que tinha

se mostrado eficiente em concentrações noturnas.

O S4 da FT 424º RCC (dotada de 3 SU Esqd CC e 2 Fuz Bld) que realizaria o

ataque principal, verificou que computando o tempo de deslocamento da ATC até o

P Distr Cl V(Mun), de carregamento da Mun nas Vtr 5 t, de deslocamento até a ATE

e, depois até a ATC, ele só teria condições de fornecer a Mun às SU a partir de

D/0030.

17

Verificou, ainda, que, em média, a Mun a ser ressuprida nas SU CC seria de

15 Car 105 mm e 1.150 Car 7,62 mm por VBC Leopard 1A5.

Após a análise dos resultados obtidos por meio da pesquisa de campo

realizada no CIBld e na 5ª Bda Cav Bld, simulou-se a rotina de remuniciamento de

um Esqd CC integrante de uma FT orgânica da 42ª Bda Inf Bld, enquadrada no

Caso Tupiniquim. Foram estudadas 3 situações, com diferentes necessidades de

Mun. Chegou-se ao quadro abaixo, que é uma simplificação do processo de

remuniciamento em combate:

Ação Mun carregada por VBC Leopard 1A5

- 60 Car 105 mm - 4.600 Car 7,62 mm

- 30 Car 105 mm - 2.300 Car 7,62 mm

- 15 Car 105 mm - 1.150 Car 7,62 mm

Tempo estimado 1) Deslocamento da posição de combate até o ponto de remuniciamento na ATSU. (1)

15 min 15 min 15 min

2) Carregamento da Mun 105 mm na VBC

1 h 11 min 5 seg 35 min 33 seg 17 min 47 seg

3) Enfitamento da Mun 7,62 mm (2) 4 h 21 min 19 seg 2 h 00 min 09 seg 1 h 04 seg 09 min

4) Acondicionamento das fitas no cofre 41 min 20 min 30 seg 10 min 15 seg

5) Carregamento dos cofres na VBC (3) 9 min 11 seg 4 min 36 seg 2 min 18 seg

6) Retorno para a posição de combate 15 min 15 min 15 min

Tempo total 6 h 52 min 35 seg 3 h 26 min 18 seg 1 h 43 min 9 seg (1) tempo médio de uma VBC para percorrer 1.000 m durante a noite.(2) enfitamento foi feito à retaguarda e não na posição, por causa da disciplina de luzes e ruídos, sem enfitadeira.(3)não se considerou a colocação das fitas nas duas metralhadoras. Quadro 11 – Fluxo de Mun de um Pel CC dotado de VBC Leopard 1A5. Fonte: o autor, pesquisa de campo realizada pelo CIBld para o autor (extrato).

Como resultado, verificou-se que se teria cerca de 1 h 30 min para entregar

toda a Mun às 3 SU CC de sua FT (+ 30 de deslocamento de ida e volta), o que

demandaria, para cada SU na sua respectiva ATSU, uma taxa de chegada de 2

pelotões CC a cada 1 hora. Quanto às 2 SU Fuz, não haveria problema, pois tinha

condições de montar um ponto de remuniciamento extra para Mun 12,7 mm.

O quadro abaixo resume, em termos de distância, tempo, atividade e espaço

temporal, todas as atividades relacionadas à entrega de Mun desde a saída do

comboio da ATC da FT 424º RCC até o momento em que os Pel CC estejam

prontos para iniciar o ataque. Onde se vê o sinal de interrogação (?) mostram-se

dados que devem ser ajustados no sentido de se cumprir as restrições do

comandante da 42ª Bda Inf Bld.

18

Percurso/atividade Distância (km) (1)

Tempo (Min) GDH Obs

ATC FT 424º RCC � P Distr Cl V (Mun) 29 73 D-1/1847 � D-1/2000

� Chegada no P Distr Cl V (Mun) - - D-1/2000

� Carregamento Mun (ATE + ATC) - 50 D-1/2000 � D-1/2050

P Distr Cl V (Mun) � ATE FT 424º RCC 17 43 D-1/2050 � D-1/2131

� Descarregamento Mun (ATE) - 50 D-1/2131 � D-1/2221

ATE FT 424º RCC � ATC FT 424º RCC

11 30 D-1/2221 � D-1/2251

� Descarregamento Mun (ATC) - 50 D-1/2251 � D-1/2341

� Loteamento da Mun para as 5 FT/SU - 50 D-1/2341 � D/0031

� Entrega Mun para as 5 FT/SU - ? ?

� Loteamento da Mun para os 3 Pel - ? ?

� Entrega Mun para os 3 Pel - ? ?

⌦ Aprestamento dos Pel - ? ?

� Retorno para a Pos 1 15 D/0145 � D/0200

Velocidade de acordo com a experiência: fora de estrada, à noite, por caminho desenfiado e balizado por um homem a pé

� Pel prontos para o combate - - D/0200

Quadro 12 – Resumo do fluxo de Mun da AT FT 424º RCC até a entrega Mun nos Pel. Fonte: o autor.

O problema logístico do S4 da FT 424º RCC e dos furriéis21 das SU é terminar

todo o ressuprimento até o horário determinado pelo Cmt da 42ª Bda Inf Bld

(D/0230).

Utilizando-se a teoria das filas, chegou-se a uma solução para o problema

logístico da 42ª Bda Inf Bld.

Considerando:

λ = taxa de chegada dos pelotões = 2 Pel a cada 60 min; e

µ = taxa de atendimento do ponto de remuniciamento na ATSU de um dos

Esqd CC da FT 424º RCC = 1,5 Pel a cada 60 min.

19

O S4 da FT 424º RCC, chegaria às seguintes conclusões:

Aspecto Logístico Resultado Fórmulas e cálculos baseados na teoria das filas

Utilização média do P Rem/SU

133 % Este resultado sinaliza que o P

Rem está subdimensionado em pessoal, necessitando que seja otimizado. Depois de novo estudo e apoio em pessoal, o µ

foi modificado para 2,5 Pel a cada 60 min, resultando em

80%.

µ

λρ =

5,1

2=ρ = 1,333 = 133% de ocupação

(impossível para essa configuração). Novo ρ = 0,8 = 80% de ocupação.

Número médio de Pel na fila

3,2 Pel na fila de remuniciamento; ou seja, mais de uma SU fora da frente de

ataque.

)(

2

λµµ

λ

−=qL

)25,2(5,2

22

−=qL

2,3=qL

Tempo médio de espera (recebendo

Mun)

Cada Pel deverá esperar na fila cerca de 1 h 36 min

λω q

q

L=

2

2,3=ω = 1 h 36 min

Tempo no sistema 40 min

O tempo foi estimado de acordo com a pesquisa de campo Nr2, onde:

- 15 Car 105 mm = 17 min 47 ≈ 20 min (carregamento da Mun na VBC). - 1.150 Car 7,62 mm = 20 min (o

enfitamento, colocação em cofre e outras medidas serão feitas em uma posição de espera. Esse é o tempo para a equipe do

furriel entregar os cunhetes de Mun à tripulação da VBC)

Nível de atendimento com a configuração de pessoal que o S4 dispõe atualmente, para 1 Pel CC (4

VBC Leopard 1A5) em cada ATSU

52,8% de probabilidade de haver mais de 4 VBC Leopard

1A5 no sistema

n

nP ))(1(µ

λ

µ

λ−=

n = 4 VBC Assim:

n= 0, 200,0)1)(5,2

21(0 =−=P

n=1, 160,01 =P

n=2, 128,02 =P

n=3, 102,03 =P

n=4, 082,04=P

%2,4243210 =++++ PPPPP

1 – 42,2 = 52,8%

21 Militares responsáveis pela entrega de Mun nas SU.

20

Para haver 95% de certeza de que só haverá 4 VBC Leopard 1A5 no sistema

Para

5,0=µ

λ,

=µ 1 Pel a cada 12 min

Para que isso ocorra, deve-se ter:

%9543210 =++++ PPPPP

ou seja:

43

210

))(1())(1(

))(1())(1())(1(95,0

µ

λ

µ

λ

µ

λ

µ

λ

µ

λ

µ

λ

µ

λ

µ

λ

µ

λ

µ

λ

−+−+

−+−+−=

Por tentativa e erro, estipulou-se 5,0=µ

λ

0,95≡0,5+0,25+0,125+0,0625+0,03125 0,95≈0,96875, o que resolve a diretriz do E4 da 42ª

Bda Inf Bld Quadro 12 – Teoria das Filas aplicada ao ressuprimento de Mun da 42ª Bda Inf Bld. Fonte: o autor.

3.6 DECISÃO DE SUPRIMENTO CLASSE V POR MEIO DA PROGRAMAÇÃO

LINEAR E FERRAMENTA SOLVER (PESQUISA OPERACIONAL)

O Caso Tupiniquim revela um problema cuja variável mais importante é a

necessidade de se pegar Mun em pontos diferentes (seja mudando a forma22 de Ap

Log à Bda no meio da Op, seja adequando a situação de comando23, seja utilizando

processos especiais de suprimento24, seja abrindo uma S A Ap Log com um outro P

Distr Cl V(Mun) ou, até mesmo, improvisando outras maneiras para manter o

suprimento Log). Isso acarreta problemas relativos ao tempo disponível.

A proposta desse tópico foi apresentar a pesquisa operacional como

ferramenta eficiente e rápida para solucionar esse problema de logística militar. Para

isso, foram seguidos os seguintes passos:

1) definição do problema;

2) construção do modelo;

3) solução do modelo ► análise; e

4) validação do modelo ► conjugação da experiência e intuição.

A Mun 105 mm será distribuída em dois pontos: um na A Ap Log [P Distr Cl

V(Mun) CASTELLO)] e outro em um ponto distante 7 km [P Distr Cl V(Mun)

BRANCO], em função do Ini aéreo. Ademais, considerou-se que houve danos ao P

Distr Cl V(Mun), acarretando falta de Mun 105 mm para dotar todas as FT de acordo

22 Ap ao conjunto, Ap por área, Ap direto, Ap específico ou Ap suplementar. 23 Reforço, integração ou controle operacional. 24 Comboio especial, posto de suprimento móvel, reserva móvel e suprimento por via aérea.

21

com suas necessidades iniciais. Diante desse quadro, o Cmt da 42ª Bda Inf Bld

emitiu as seguintes diretrizes para o E4:

1) a prioridade para recebimento de Mun 105 mm é das FT em contato;

2) a FT 421º BIB deve receber, no mínimo, 80% do seu pedido;

3) a FT 422º BIB deve receber, no mínimo, 70% do seu pedido;

4) a FT 423º RCC deve receber, no mínimo, 50% do seu pedido;

5) a FT 424º RCC deve receber 100% do seu pedido;

6) o tempo de deslocamento entre cada ATC e P Distr Cl V(Mun), segue a

tabela abaixo:

Destino/Origem Tempo em horas (1)

ATC/FT 421º BIB ATC/FT 422º BIB ATC/FT 423º RCC

ATC/FT 424º RCC

P Distr Cl V (M) CASTELO 6,4 7,1 5,8 4,1

P Distr Cl V (M) BRANCO 8 7,1 4,9 10

(1) ATC►A Ap Log 42ª Bda Inf Bld►ATE►ATC + tempo de carregamento e descarga. Quadro 13 – Tempo de deslocamento entre ATC/FT e P Distr Cl V(Mun). Fonte: o autor.

7) as necessidades de Mun 105 mm em t são as seguintes:

Necessidade FT 421º BIB FT 422º BIB FT 423º RCC FT 424º RCC Necessidade (t) 32,8 32,8 16,4 49,2

Quadro 46 – Necessidade Mun 105 mm por FT. Fonte: o autor.

8) cada FT deve, sempre que possível, apanhar sua Mun em um único ponto,

a fim de diminuir a exposição de comboios ao ataque aéreo Ini e emboscadas; e

9) só serão permitidos deslocamentos noturnos, mesmo que isso impossibilite

fornecer toda a Mun solicitada pelas FT.

De posse desses dados, construiu-se o modelo da seguinte forma:

1) definição das variáveis:

F1 = demanda Mun FT 421º BIB = 32,8 t

F2 = demanda Mun FT 422º BIB = 32,8 t

F3 = demanda Mun FT 423º RCC = 16,4 t

F4 = demanda Mun FT 424º RCC = 49,2 t

A1 = disponibilidade Mun A Ap Log 42ª Bda Inf Bld (P Distr Cl V(Mun)

CASTELO) = 86,2 t

A2 = disponibilidade Mun A Ap Log 42ª Bda Inf Bld (P Distr Cl V(Mun)

BRANCO) = 30 t

22

T1 = Tempo A1 ► F1

T2 = Tempo A1 ► F2

T3 = Tempo A1 ► F3

T4 = Tempo A1 ► F4

T5 = Tempo A2 ► F1

T6 = Tempo A2 ► F2

T7 = Tempo A2 ► F3

T8 = Tempo A2 ► F4

2) elaboração da função objetivo:

ij

n

j

ij

m

i

FAMinimizarZ ∑∑==

=11

► Z (Min) = A1F1 + A1F2 + A1F3 + A1F4 + A2F1 + A2F2 + A2F3 + A2F4

Onde A1F1 é a quantidade de Mun a ser transportada da A Ap Log para a FT

421º BIB.

3) sujeito às restrições:

- F1 >= 80%

- F2 >= 70%

- F3 >= 50%

- F4 = 100%

- F1 + F2 + F3 + F4 = 131,2 t

Após a construção do modelo, submeteram-se os dados à ferramenta SOLVER

do MS Excel, obtendo-se o seguinte resultado:

23

Figura 1 – Tela do Solver após a solução do problema 1. Fonte: o autor.

O resumo da tela acima é:

Local FT 421 BIB FT 422 BIB FT 423 CC FT 424 CC A Ap Log 42a Bda Inf Bld 33 4 0 49

S A Ap Log 0 19 16 0

Função objetivo (tempo total) Tempo total 654.02

A Ap Log 42a Bda Inf Bld 86.2 86.2 S A Ap Log 35 45

Mun a ser recebida Demanda Mun

FT 421 BIB 32.6 32.8 FT 422 BIB 23 32.8 FT 423 CC 16.4 16.4 FT 424 CC 49.2 49.2

Quadro 13 – Quadro resumo do resultado do Solver na simulação 1. Fonte: o autor.

3.7 DECISÃO DE ROTEIROS A SEREM PERCORRIDOS PARA A DISTRIBUIÇÃO

DE SUPRIMENTO CLASSE V(MUN) PARA A 42ª BDA INF BLD

Para demonstrar a utilidade e a pertinência da ferramenta de roteirização,

escolheu-se o Router, um roteirizador eletrônico, para simular as necessidades da

42ª Bda Inf Bld.

24

Após a introdução dos dados no Router, o software mostrou o seguinte

resultado gráfico para a zona de ação da 42ª Bda Inf Bld:

Figura 2 – Resultado gráfico de rotas para a 42ª Bda Inf Bld. Fonte: Software Router.

A fim de facilitar o entendimento do resultado gráfico, montou-se a tabela que

se segue:

Ponto Nr U/SU Rota Tempo total

(em horas) (1) Saída Chegada

1 AT/42º Esqd C Mec 7 7,9

18h00

01h56 2 AT/42º GAC 6 7,9 01h56 3 ATE/FT 421º BIB

1 9,5 03h28 4 ATC/FT 421º BIB 5 ATE/FT 422º BIB

2 9,6 03h38 6 ATC/FT 422º BIB 7 ATE/FT 424º RCC

4 9,5 03h29 8 ATC/FT 424º RCC 9 ATE/FT 423º RCC

3 8,7 02h43 10 ATC/FT 423º RCC 11 AT/ 42º B E Cmb 5 7,9 01h52

(1) já considerado 30 minutos de carga/descarga Mun Quadro 13 – Resumo do relatório emitido pelo Router. Fonte: organização do autor.

3.8 PREVISÃO DA DEMANDA DE MUNIÇÃO

Saber quanto de Mun será necessário em uma campanha é tarefa complexa.

Para isso, inúmeras tabelas foram acrescidas nos mais variados DAMEPLAN. Vários

aspectos interferem para se fazer uma correta previsão de consumo para o próximo

ou próximos dias. Vão desde o tipo de operação, passando pela quantidade de

meios disponíveis (é importante não se esquecer que o número de homens, Vtr e

25

armamentos decrescerão na medida em que o combate se desenrola) atingindo, até

mesmo, a postura do Ini para os próximos dias (possibilidade de realizar um contra-

ataque, romper o contato ou iniciar uma ação retardadora, dentre outras ações

táticas).

Na busca de uma forma para se obter um cálculo de demanda de Mun baseado

em premissas matemáticas, o pesquisador propôs dois modelos: Alfa 1 e Alfa 2 para

estimativa de Mun.

3.8.1 Modelo Alfa 1 para estimativa de Mun

A finalidade da elaboração deste modelo, bastante simples mas coerente com a

necessidade de rapidez e acurácia em combate, é propor um ponto de partida para

o E4 da Bda Bld no que tangia à estimativa de Mun para um dia de combate futuro,

respeitando-se a sazonalidade das demandas anteriores e integrando esse modelo

com o Sistema Inteligência, como forma de minimizar tendências e erros.

O modelo Alfa 1 tem como inovação não levar em consideração somente uma

tabela com um número fixo (15 tiros por VBC para o 2º dia de combate, por

exemplo), mas o inimigo e as suas possibilidades, além da experiência do decisor.

Na realidade, há uma sincronia entre necessidades logísticas (Sistema Logístico),

característica da operação (Sistema Manobra) e considerações sobre o inimigo

(Sistema Inteligência).

Para que o modelo seja coerente, foi concebida uma tabela de classificação da

demanda para um conflito de duração de 15 dias, que conjuga o período de combate

em que o E4 se encontra planejando e considerações sobre o Ini. A partir da

identificação que melhor se adapte àquilo que o E4 acredita ser o prevalente, ele faz

a previsão de consumo de Mun:

Demanda Consumo (1)

Característica Dia de

combate (2) Considerações sobre Inimigo para o dia

considerado (3)

Muito alta > 80% 1º - 3º

- Defesa fortificada. - Defende área vital para o seu planejamento. - Vai realizar um contra-ataque em até 48 h.

- Inimigo com experiência de combate e moral elevado.

Alta Entre 60 e 80% 4º - 5º

- Defesa fortificada. - Há possibilidade de receber reforços e contra-atacar

em até 48 h. - Inimigo com experiência de combate, moral elevado e

em operações a mais de 48 h.

26

Média Entre 40 e 60%

6º - 10º

- Defesa sumariamente organizada. - Defende área secundária para o seu planejamento.

- Inimigo sem experiência de combate e moral elevado. - Ainda não se estabeleceu um provável vencedor.

Baixa Entre 20 e 40%

11º - 13º

- Defesa intermitente, com pontos fortes e vulnerável a penetrações.

- Iniciará uma ação retardadora para defender em melhores condições em outra linha.

- Inimigo sem experiência de combate, moral baixo e em operações por mais de 72 h.

Muito baixa < 20%

14º - 15º

- Apresenta dispositivo desorganizado. - Provável ruptura do contato.

(1) percentual da dotação de Mun consumida no período considerado por Vtr. (2) Este modelo foi concebido para uma previsão de 15 dias de combate ofensivo. (3) Trata-se de um modelo experimental, que deve ser aperfeiçoado ao longo do tempo e experiência de combate. Quadro 14 – Classificação de demanda de Mun para Atq Coor para o modelo Alfa 1. Fonte: o autor.

Exemplificou-se com o Caso Tupiniquim, em que o E4, em D+6, deseja estimar

o consumo de Mun 105 mm para os Leopard 1A5 para o próximo dia (D+7)

utilizando o modelo Alfa 1. O ataque da 42ª Bda Inf Bld terá continuidade, a defesa é

fortificada e a inteligência de combate estima que há possibilidade de o Ini receber

reforços em 16 horas.

O E4, em conjunto com o E3 e o E2, classificaram, segundo a tabela de

demanda de Mun, a operação em D+7 como “demanda alta” (segundo o quadro

acima), em virtude dos dados reunidos, prevendo um combate violento e com

grande consumo de Mun, já que haverá reforço para o Ini em 16 horas, significando

que o moral do Ini se elevaria e que são boas as chances de resistência expressiva

Ini.

Classificada a demanda, calcularam a quantidade média a ser consumida de

Mun 105 mm por VBC Leopard 1A5 para D+7 da seguinte forma:

F1 = % da capacidade máxima do limite inferior + % da capacidade máxima do

limite superior/2

ou seja,

- 60% de 60 = 36 Car 105 mm

- 80% de 60 = 48 Car 105 mm

� Média = 36 + 48/2 = 42 Car 105 mm é a quantidade que cada VBC Leopard 1A5

deve carregar, no mínimo, para combater em D+7.

27

3.8.2 Modelo Alfa 2 para estimativa de Mun

Este modelo tem como base a fórmula da ponderação exponencial utilizada na

logística empresarial, abaixo explicitada:

anterior) (demanda ) - (1 atual) (demanda previsão Nova αα +=

ou

ttt FAF )1(1 αα −+=+

onde: - t = período de tempo atual - α = constante da ponderada exponencial (variando de 0,01 a 0,3, sendo que quanto maior o α , mais aleatória e nervosa será a previsão) -

tA = demanda no período t

- tF = previsão para o período t

No Modelo Alfa 2, fez-se uma adaptação à fórmula anterior, onde os dados

utilizados são mais apropriados para o uso militar em integração com o modelo Alfa

1 (resultado do modelo Alfa 1). A nova fórmula sugerida é a seguinte:

F2 = α (resultado do modelo Alfa 1) + (1- α) (demanda anterior ao dia relativo ao estudo EM).

Exemplifica-se, com o Caso Tupiniquim e com a introdução de novos dados

colhidos pelo E4 e organizados segundo a tabela abaixo:

Dia de combate

Consumo Mun (1) (3) Estudo da situação (nossas tropas e o inimigo) (2)

1º 52

- primeiro dia de combate (resultando em alto consumo de Mun). - nossas tropas e o Ini são inexperientes.

- o inimigo estava ocupando posições fortificadas. - moral de ambos os lados alta.

- a área defendida pelo Ini é vital para suas operações.

2º 41 - idem dia anterior.

- perda acumulada de VBC em D+2 (42ª Bda Inf Bld): 20%. - perda acumulada de VBC em D+2 (Ini): 25%.

3º 30

- Ini realizou um contra-ataque de desorganização sobre nossas posições e, após intensos combates, retornou às suas linhas iniciais.

- perda acumulada de VBC em D+3 (42ª Bda Inf Bld): 30%. - perda acumulada de VBC em D+3 (Ini): 35%.

4º 19 - diminuição da eficiência logística em ambos os lados. - Ini começa a apresentar deficiências operacionais.

5º 11 - pouca resistência do Ini.

- é possível que o Ini desencadeie um contra-ataque em até 48 h (possivelmente em D+7).

28

6º 7 - aumento da atividade do Ini. - a inteligência confirmou uma Bda Bld Ini em Z Réu ECD realizar contra-ataque em D+7.

7º ? - previsão de contra-ataque às nossas posições por uma Bda Bld reforçada. (1) o consumo aqui considerado é o de Mun 105 mm por carro; ou seja, o consumo mínimo é 0 e o máximo 60 Car 105 mm. (2) feita por meio de um trabalho de estado-maior (E2, E3 e E4). Quadro 15 – Consumo de Mun 105 mm por VBC Leopard 1A5 da 42ª Bda Inf Bld por dia de combate. Fonte: o autor.

Com isso, o E4 verificou que os valores do 3º dia de combate eram os mais

adequados tendo em vista que:

- o consumo de D+6 não corresponderia à realidade de D+7, pois o Ini

realizará, muito provavelmente, um contra-ataque às posições conquistadas pela 42ª

Bda Inf Bld, o que supõe grande consumo de Mun nas atividades de defesa dessas

posições e nos eventuais contra-ataques das forças da 42ª Bda Inf Bld para

desorganizar as ações ofensivas Ini;

- o sucesso da manutenção das posições da 42ª Bda Inf Bld deve-se à

possibilidade de as FT possuírem Mun pesada (105 mm) em quantidade suficiente

para barrar o Ini;

- perdeu-se 20% das VBC da 42ª Bda Inf Bld, o que infere que as VBC

restantes deverão atirar mais (maior consumo) a fim de manter o mesmo poder de

fogo; e

- as tropas da 42ª Bda Inf Bld estão cansadas, o que infere maior consumo de

Mun, pois a probabilidade de erro no engajamento dos alvos é maior.

Levando-se em consideração os dados e os aspectos supracitados, pode-se,

agora, aplicar o modelo Alfa 2 ao Caso Tupiniquim:

� α = 0,2

� resultado do modelo Alfa 1 = 42

� demanda anterior ao dia relativo ao estudo EM = 30 (3º dia)

Aplicando-se o modelo:

0,2 (42) + (1 – 0,2) (30) = 32,4 ≈ 32

3.8.3 Quadro comparativo

De posse dos dados anteriores, os resultados para a previsão em D+7 seriam,

com os diversos métodos para cada VBC:

29

Método Consumo Mun Fórmula/Cálculo

DAMEPLAN Brasileiro 8 Consulta ao documento.

DAMEPLAN EUA 9 Consulta ao documento.

Ponderação exponencial 27 ttt FAF )1(1 αα −+=+

F (D+7) = 0,2 (7) + (1-0,2) (32) = 27

Ponderação exponencial com correção da tendência 26

))(1(1 tttt TSAS +−+=+ αα

tttt TSST )1()( 11 ββ −+−= ++

111 +++ += ttt TSF

Onde:

- 1+tF =previsão com tendência corrigida para o

período t+1

- tS = previsão inicial para o período t

- tT = tendência para o período t

β = constante ponderada de tendência

S (D+7) = 0,2 (7) + 0,8(32 + 0) = 27

T (D+7) = 0,3 (27 – 32) + 0,7 (0) = -1,5

F (D+7) = 27 – 1,5 = 25,5 ≈ 26

Pelo modelo matemático sugerido pelo autor 32

F1 = α (demanda relativa ao estudo EM) + (1- α) (demanda anterior ao dia relativo ao estudo EM). 0,2 (42) + (1 – 0,2) (30) = 32,4 ≈ 32

Pela tabela de classificação de demanda sugerida pelo

autor 42

F1 = limite inferior + limite superior/2 60% de 60 = 36 Car 105 mm 80% de 60 = 48 Car 105 mm

Média = 36 + 48/2 = 42

Quadro 16 – Estimativa de consumo de Mun segundo diversos métodos. Fonte: o autor.

3.9 ESTUDO SOBRE TRANSPORTE E ESTOQUE DE SUPRIMENTOS DA 42ª

BDA INF BLD

3.9.1 Capacidade de transporte

O problema logístico mais imediato que os recursos humanos envolvidos com a

logística de Mun se deparam em operações é resolver como transportar a demanda

de Mun com os meios disponíveis. Em um RCC, há a previsão de 5 Vtr entre 2,5 t e

5 t para transportar a Mun exceto a destinada ao pelotão de morteiro pesado, que

recebe uma única Vtr para isso. Para fins de estudo, considerar-se-á todas as Vtr

como 5 t25e disponíveis. Para facilitar a análise do problema, montaram-se o

quadros abaixo:

Vtr Capacidade (t) Comprimento (m) Largura (m) Altura (m) Volume (m³) Mercedes Benz 5 5,77 2,5 1,7 24,52

Quadro 17 – Dados técnicos da Vtr Mercedes Benz 5 t. Fonte: o autor.

30

Mun Peso cunhete (kg)

Comprimento (m)

Largura (m)

Altura (m)

Volume (m³) Obs

105 mm 56 1,10 0,45 0,18 0,0891 Cada cunhete

contem 2 Car Quadro 18 – Dados técnicos do cunhete de Mun 105 mm para VBC. Fonte: o autor.

Em uma primeira análise, somente levando em consideração o volume (sem

considerar o formato dos cunhetes), verifica-se que seria, teoricamente, possível

carregar uma Vtr 5 t com 275 cunhetes de Mun 105 mm (24,52/0,0891). No entanto,

haveria um problema de peso, pois esse total significaria 15.410 kg; 10.410 kg a

mais do que a capacidade da Vtr.

Numa segunda análise, verificou-se que o máximo possível de cunhetes a

serem embarcados em uma Vtr 5 t em uso pelo EB é de 89 cunhetes, totalizando

4.984 kg e 8 m³, dentro da possibilidade de peso e volume da Vtr. Ou seja, com as 5

Vtr previstas para um RCC dedicadas ao transporte de Mun, seria possível

transportar 445 cunhetes, totalizando 890 Car 105 mm, possibilitando Mun para 14

VBC Leopard 1A5 de um total de 54 ou municiar cada um dos 54 Leopard 1A5 com

16 Car. Como resultado, viu-se que a atual quantidade de Vtr é capaz de prover Mun

105 mm para apenas 26% da necessidade total de Mun 105 mm. Destaca-se, ainda,

que, diante desse quadro, não seria possível transportar as demais Mun coletivas

(7,62 mm e 12,7 mm) e as de uso individual.

Aspecto 16 Car 105 mm/ VBC

30 Car 105 mm/ VBC

60 Car 105 mm/ VBC

Necessidade de Vtr 5 t 5 10 20 Volume de Mun (m³) 38,5 72,2 144,4

Volume do total de Vtr (m³) 122,6 245,2 490,4 Percentual de aproveitamento (volume das

Vtr x volume utilizado) 31,4 % 29,4 % 29,4 %

Peso total carregado (kg) 24.192 45.360 90.720 Quadro 19 – Volume e peso para transporte em Vtr 5 t.

Fonte: o autor.

3.9.2 Necessidade de estoque de Mun

O problema logístico de provável falta de Mun produz a necessidade de se ter

um estoque de segurança de Mun na ATC e ATE, haja vista que o Ini, por doutrina,

tentará romper a cauda logística da Bda Bld por saber que esse é um ponto

vulnerável da sua operacionalidade. Assim, será necessário saber quanto de Mun

compensará manter tão próximo à linha de partida ou linha de contato (LP/LC).

25 Via de regra, considera-se que apenas 75 % estarão em uso; ou seja 4 Vtr.

31

Uma forma que a logística empresarial encontrou para estimar uma quantidade

segura de itens para a produção e operações de modo a se precaver contra

imprevistos, como greves, queda de barreiras nas estradas em que trafegam

caminhões que fazem o suporte logístico, problemas alfandegários e outros, foi a

criação do chamado “ estoque de segurança” (ES).

Raciocínio similar foi feito para a 42ª Bda Inf Bld. Certamente, com o avançar

do combate, os imponderáveis da guerra ocorrerão com maior intensidade:

bombardeio de pontes, estradas, quebra de Vtr e outros acontecimentos que

diminuirão a eficiência da logística.

A fórmula usualmente adotada para o cálculo do ES é a seguinte:

ES = Cm + k x Dp

Para que se chegue a uma estimativa de quanto deve ser esse estoque, são

necessários três aspectos:

- o nível de entrega que se quer ou se tem (k)

- o desvio padrão (Dp)

- o consumo médio diário (Cm)

Conforme já foi visto, o “k” pode ter uma ampla gama de valores. Para essa

simulação, utilizaram-se os seguintes valores:

K = 1,04 – probabilidade de receber a Mun = 85%

K = 1,29 - probabilidade de receber a Mun = 90%

K = 1,65 - probabilidade de receber a Mun = 95%

K = 2,06 - probabilidade de receber a Mun = 98%

K = 3 - probabilidade de receber a Mun = 99,87%

1) Média do consumo em 7 dias ≡ 27 Car 105 mm

2) Desvio médio:

Dm1 = 25, Dm2 = 14, Dm3 = 3, Dm4 = - 8, Dm5 = - 16, Dm6 = - 20 e Dm7 =

- 1

3) Variância = 221,57

4) Desvio padrão ≡ 15

Donde, ES = 57,9 ≡ 58 Car 105 mm por VBC ou 3.132 Car 105 mm por RCC

32

Em síntese, todos os dias, antes da entrega de Mun para as ATSU visando ao

próximo dia de combate, deverá haver 58 Car 105 mm por VBC Leopard no

somatório dos estoques da ATC e ATE para fazer face às eventuais flutuações na

entrega de Mun da FT ou 3.132 para um RCC da 42ª Bda Bld Inf.

Fruto desse resultado, surgiu um novo aspecto a ser estudado: Quando o S4

do RCC deverá solicitar Mun ao E4 da 42ª Bda Inf Bld para manter seu ES em dia, já

que a reposição de Mun em combate não é imediata e exige um tempo entre pedir a

Mun e receber?

A logística empresarial sugere o cálculo do chamado “Ponto de Reposição”

(PR); ou seja, o valor de Mun no estoque do RCC que sinaliza a necessidade de um

novo pedido com a finalidade de se manter o ES em dia. Foi calculado um ponto de

reposição sabendo-se que uma ponte que dá acesso ao P Distr Cl V (Mun) foi

destruída e necessitará de 48 horas (2 dias) para ser consertada. A fórmula usual é

a seguinte:

PR = Cm x TR + ES

PR = 27 x 2 + 58

PR = 112 Car 105 mm por VBC ou 6.048 Car 105 mm por RCC

Resumidamente, quando o estoque do RCC atingir 6.048 Car 105 mm, o S4

deverá pedir Mun para o E4 da 42ª Bda Inf Bld. Caso peça mais tarde, corre o risco

de deixar o RCC sem Mun 105 mm em 48 horas.

3.9.3 Uso de etiqueta eletrônica RFID

RFID (Radio Frequency Identification) é uma tecnologia que identifica objetos

usando rádio freqüência (ondas eletromagnéticas ou ondas de rádio).

O sistema é composto por um chip (circuito eletrônico integrado), fixado a uma

antena. Este conjunto é denominado inlay ou tag, que será lido através de antenas,

leitoras e um sistema de processamento de dados.

Visto as características de etiquetas RFID, deduz-se que ela tem papel

importante no sentido de facilitar e otimizar o controle de itens de Mun em combate,

pois já se provou que o tempo é o fator preponderante na logística de Mun. Colocar

esse tipo de TI em paletes, tornaria o controle e a distribuição muito mais rápida e

confiável. Se conjugar o uso de RFID, palet e contêiner ter-se-á um conjunto muito

Onde: PR = ponto de reposição Cm = consumo médio TR = tempo, em dias, para o recebimento da Mun depois de se fazer o pedido ES = estoque de segurança

33

eficiente para se entregar as Mun até o nível ATSU. Ao se verificar o quadro abaixo,

pode-se verificar quanto é necessário o uso de TI para facilitar a rotina necessária

para se melhorar os tempos de carregamento, descarregamento e outras atividades.

Aspecto Observado Tempo Gasto

Carregamento/ descarregamento da Mun 105 mm em uma Vtr 5 t de dia realizada por 3 homens.

(Carregamento) 40 invólucros de munição HEP-T (dois

cartuchos por invólucro) em 12 min e 36 seg (carregamento)

6 cunhetes de munição APDS (01 cartucho por invólucro) em 1 min e 34 seg

(Descarregamento) 40 invólucros de munição HEP-T (dois

cartuchos por invólucro) em 13 min e 43 seg 6 cunhetes de munição APDS (01 cartucho

por invólucro) em 1 min e 30 seg

Carregamento/ descarregamento da Mun 105 mm em uma Vtr 5 t de dia realizada por 3 homens,

auxiliado por empilhadeira.

(Carregamento) 40 invólucros de munição HEP-T (dois

cartuchos por invólucro) em 14 min e 22 seg 6 cunhetes de munição APDS (01 cartucho

por invólucro) em 1 min e 53 seg (Descarregamento)

40 invólucros de munição HEP-T (dois cartuchos por invólucro) em 14 min e 36 seg 6 cunhetes de munição APDS (01 cartucho

por invólucro) em 1 min e 40 seg

Carregamento/ descarregamento da Mun 105 mm em uma Vtr 5 t à noite realizada por 3 homens.

(Carregamento) 40 invólucros de munição HEP-T (dois

cartuchos por invólucro) em 14 min e 30 seg (carregamento)

6 cunhetes de munição APDS (01 cartucho por invólucro) em 1 min e 25 seg

Carregamento/ descarregamento da Mun 105 mm em uma Vtr 5 t à noite realizada por 3 homens.

(Descarregamento) 40 invólucros de munição HEP-T (dois

cartuchos por invólucro) em 13 min e 43 seg (carregamento)

6 cunhetes de munição APDS (01 cartucho por invólucro) em 1 min e 30 seg

Quadro 20 – Resultados de pesquisa de campo (carregamento/descarregamento) realizada pelo CIBld para o autor (extrato). Fonte: o autor.

3.10 ESTUDO SOBRE INFORMATIZAÇÃO DAS ROTINAS E MODELOS

MATEMÁTICOS DE LOGÍSTICA EM APOIO À BDA BLD: SISTALOG

Diante dos tópicos anteriores, resultante do estudo do Caso Tupiniquim, surgiu

como último passo da tese a necessidade de se introduzir as ferramentas abordadas

até o momento em um sistema que atenda às necessidades da logística tática desde

as FT até a 4ª Seção da 42ª Bda Bld.

34

No caso de uma Bda Bld, atualmente, não há nenhum sistema informatizado

que possa apoiar o trabalho do E4 e dos S4, a não ser a possibilidade de se usar

notebooks sem um software específico, para auxiliar o trabalho da 4ª Seção.

Como resposta a essa necessidade, o autor sugeriu o desenvolvimento de um

sistema de logística de combate – nomeado de “Sistema Tático de Logística

(SISTALOG)” – que comporte equipamentos de tecnologia da informação (TI) do tipo

palm top nos níveis unidade e subunidade e notebooks, nos níveis Bda e superiores.

Em ambos os equipamentos, deve haver a possibilidade de transmissão de dados

sem fio (wireless), preferencialmente utilizando o módulo de telemática operacional

(MTO) que já serve ao C2 em combate.

Em linhas gerais, sugere-se a seguinte configuração:

CLDEx/CLEx

E4 Bda Bld

Sistema Manobra Outros Sistemas Sistema Ap Fogo

Zona de ação Bda Bld

Figura 3 – Arquitetura do SISTALOG. Fonte: o autor.

O SISTALOG deverá ser capaz de propiciar aos usuários as seguintes

respostas, dentre outras:

35

Demanda logística Dados de saída

Transporte

- necessidade de Vtr por comboio - roteirização dos comboios com as restrições impostas - horários de saída e chegada dos comboios no P Sup Cl V(Mun), ATE e ATC - configuração ótima para apanha de Mun

Armazenamento

- estoque mínimo - tonelagem de Mun por tipo/dia - tonelagem de Mun por comboio/dia - necessidade de Mun por FT/dia - inventário do estoque atual por meio de tecnologia RFID

Consumo

- estimativa de consumo de Mun por Vtr/dia - estimativa de consumo de Mun por FT/dia - estimativa de consumo de Mun por arma /dia - estimativa de consumo para uma Op específica

Tempo

- tempo de deslocamento por comboio - tempo de remuniciamento por Vtr - tempo de remuniciamento por fração (Pel, FT SU e FT U) - tempo de carregamento/descarregamento de Vtr

Quadro 21 – Respostas do SISTALOG. Fonte: o autor.

4 DISCUSSÃO

4.1 PROBABILIDADE DE RECEBER A MUNIÇÃO

Os resultados encontrados demonstram que a probabilidade de se receber toda

a Mun necessária – considerando 10 tipos – varia de 0,2% até 79,1%. A variação é

diretamente ligada à quantidade de calibres (em número de 4) e de tipos (em

número de 3, considerando Mun 105 mm, 12,7 mm e 7,62 mm).

Esses resultados são coerentes com os achados históricos que relatam que a

falta de Mun em combate será mais comum do que se pensa, independentemente

do nível tecnológico do exército analisado.

Essa falta se deve à conjugação dos imponderáveis da guerra com o viés

doutrinário. Dentre aqueles que poderão contribuir para o aumento dessa

possibilidade ser maior ou menor, destacam-se o gerenciamento de todo ou parte do

canal de distribuição de Mun, número de acidentes com Vtr integrantes de comboios

logísticos, ataques de Art ou de aviação bem sucedidos contra pontes, depósitos e

entroncamentos rodoviários, condições precárias das estradas em função do uso

intenso e da própria qualidade viária anterior ao conflito, dentre outros. Daí, cresce

de importância a política de estoques.

No que tange à assertiva de que quanto mais se avança no tempo de combate,

menor será a probabilidade de se receber Mun, em função da diminuição do fator

“K”, verificou-se que é uma possibilidade bastante plausível. Isso se deve pela

conjunção de alguns imponderáveis da guerra com o desgaste natural que o

36

Sistema Logístico da Bda Bld sofrerá. A tendência é que esse sistema tenha que

realizar adaptações na sua maneira de apoiar com mais freqüência do que se

imagina. Como, via de regra, adaptações geram perda de eficiência, há que se

esperar perdas para a logística da Bda Bld e a consequente diminuição de “K”.

Pode-se dizer que, matematicamente, isso é o mais provável de acontecer;

assim, não pode ser considerado como “surpresa” ou ineficiência do sistema

logístico; mas deve servir como alerta para que medidas sejam tomadas antes de o

problema ocorrer.

Há que se levar em conta que existem itens de Mun que são extremamente

sensíveis, como o caso das Mun 105 mm para VBC Leopard 1A5, as quais são

importadas. Ou seja, sua reposição em função de destruição pelo Ini ou uso em

quantidades maiores do que aquela planejada é impossível no curto prazo e,

provavelmente, também será ao longo de toda a campanha, já que o EB visualiza

conflitos rápidos. Assim, é lícito pensar que a localização de depósitos de Mun 105

mm serão objetos de interesse da inteligência Ini e poderão ser transformados em

“alvos de alta prioridade” para a Art Ini. Dependendo da eficiência do ataque Ini, a

inexistência de Mun para VBC poderá, inclusive, inviabilizar o emprego das duas

Bda Bld que o Brasil possui por razões logísticas.

Da análise desses dados, pode-se inferir que:

- os militares, em todos os níveis, devem ser adestrados com o entendimento

de que combater com carência de Mun será regra, não exceção;

- a fim de se precaver quanto a possibilidade de a Bda Bld perder PRC em

função da provável flutuabilidade das entregas de Mun, deverão ser previstos

estoques de segurança nas ATC e nas ATE das FT a fim de mitigar as prováveis

faltas de Mun;

- a EsAO e a ECEME devem aplicar temas escolares onde a falta de Mun seja

dado do problema militar a ser resolvido; e

- a defesa antiaérea dos depósitos de Mun 105 mm – que não são passíveis de

reposição no caso de perda – deve ser robusta, principalmente nos dias que

antecedem ao emprego das Bda Bld.

37

4.2 TONELAGEM ESTIMADA PELO DAMEPLAN VERSUS TONELAGEM

CALCULADA DE MUNIÇÃO POR DIA PARA UMA BDA BLD

Após a quantificação da Mun inicial necessária para uma Bda Bld, estudou-se o

problema de tonelagem a ser transportada em função dessa necessidade.

O primeiro achado mostrou que a atual previsão doutrinária de que uma Bda

Bld necessitaria de, no mínimo, uma EPS com capacidade de 270 t, sendo que para

Mun seriam reservadas 87 t, não corresponde às necessidades de uma Bda Bld

dotada de VBC Leopard 1A5 em contraposição às 180 t calculadas levando-se em

consideração somente a Mun coletiva das VBC e VBTP que fazem parte da dotação

prevista e a condicionante de que essa quantidade seria para dotar uma Bda Bld de

maneira completa.

Aprofundando-se na pesquisa, partiu-se para a exploração se haveria impacto

similar nos dias subseqüentes de combate, onde o consumo menor de Mun poderia

confirmar as estimativas do DAMEPLAN em uso no Brasil. A priori, com a redução

para 38 t, poder-se-ia supor que a fatia de 87 t seria mais do que suficiente.

No entanto, ao se acrescer ao valor de 38 t a estimativa de consumo somente

da Mun de artilharia para um ataque de 6 horas de duração e uma preparação de 40

min, o resultado atingiu 214 t (38 + 176), inviabilizando, mais uma vez, a projeção do

DAMEPLAN nacional.

Destaca-se que em ambos os casos a estimativa de Mun estudada não

contemplou quantitativos referentes à Mun para artilharia antiaérea, a Mun individual

(7,62 mm e 9 mm), aquelas destinadas aos morteiros leves, médios e pesados

orgânicos das unidades e outras Mun previstas no aprestamento de uma Bda Bld, já

que não faziam parte do escopo desta monografia. Caso tais estimativas fossem

consideradas, a tonelagem necessária subiria ainda mais.

Em face da análise sobre a necessidade de Mun estimada em toneladas a

serem transportadas por dia, com base no DAMEPLAN atualmente em uso, em

contraposição com a necessidade estimada nesta pesquisa para uma Bda Bld,

conclui-se que:

- o DAMEPLAN brasileiro prevê uma estimativa abaixo das reais necessidades

de uma Bda Bld dotada de Leopard 1A5, não condizendo com a realidade;

- dependendo dos parâmetros considerados, demonstrou-se que a defasagem

supera os 146 %; e

38

- quando se estudou a previsão do 3rd Armored Cavalry Regiment, verificou-se

que ele é estruturado para transportar 559 t por dia; número bem mais próximo da

realidade de uma Bda Bld do que as atuais 270 t.

4.3 COMPARAÇÃO DO DAMEPLAN DO BRASIL E O DOS EUA PARA MUNIÇÃO

A priori, ao se comparar o DAMEPLAN brasileiro com o dos EUA, verificaram-

se pontos de confluência no que tange ao consumo de Mun que levariam a uma

adoção do DAMEPLAN dos EUA para o Brasil.

Vê-se, por exemplo, que a quantidade de Mun para canhão 105 mm (Brasil)26 e

120 mm (EUA) de VBC para as ações de ataque são similares em ambos os casos,

contabilizando 15 e 16 tiros, respectivamente, por VBC, no 1º dia de combate.

Todavia, ao se aprofundar o estudo, verificou-se que tentar realizar esse tipo de

“adaptação” seria um sofisma de composição, pois não levaria em consideração as

organizações da Bda Bld brasileira e do ACR dos EUA. Já no aspecto defensivo,

encontram-se as primeiras dissensões, pois se depreende que o consumo previsto

no documento dos EUA é cerca de 131% maior (1º dia de combate).

Ao se pesquisar outras Mun do DAMEPLAN dos EUA e a organização do ACR,

verifica-se um aspecto que ressalta como diferencial percuciente: enquanto a

organização brasileira utiliza nas VBTP Mun 12,7 mm (de baixa letalidade e leve), a

organização dos EUA utiliza Mun 25 mm (129 tiros por Vtr no ataque) e mísseis

TOW, de altíssima letalidade (5 mísseis por Vtr no ataque). Tal quadro mostra que o

PRC em termos de Mun de uma unidade equivalente dos EUA supera em muito o de

uma FT brasileira quando se estabelece uma mesma organização básica.

Grosso modo e em um exercício exploratório, para se ter uma idéia da

discrepância de consumo de Mun pesada (canhão e mísseis) embutida nessas

tabelas, enquanto o DAMEPLAN brasileiro disponibilizaria 585 tiros de canhão 105

mm para uma FT27; para os EUA, guardadas as mesmas quantidades de Vtr –

somente para fins de comparação – seriam de 624 tiros de 120 mm e 3132 tiros de

25 mm, fora 90 mísseis TOW. Resumindo: 585 tiros de Mun pesada para uma tropa

brasileira contra 3.846 para a tropa norte-americana. O que aparentemente era

26 O DAMEPLAN brasileiro fala somente em 90 mm, mas foi adaptado para 105 mm por ser, assim

como o calibre anterior, o calibre dos canhões principais das VBC em uso atualmente pelo EB. 27 Para se chegar a esse número, utilizou-se no cálculo de Mun a organização de uma FT RCC

brasileira (39 VBC e 18 VBTP) e aplicou-se os quantitativos de Mun do DAMEPLAN brasileiro e o dos EUA.

39

parecido, mostra-se muito diferente quando analisado em função dos DAMEPLAN e

da organização para o combate de cada país.

Pode-se afirmar que nem o DAMEPLAN brasileiro nem o dos EUA servem

como subsídio para se chegar a um resultado que permita um cálculo realístico da

necessidade de Mun para o caso brasileiro na atualidade.

O do Brasil é fundamentado em uma organização e emprego da 2ª Guerra

Mundial, estando, por conseguinte, desatualizado. São irreais para os planejamentos

atuais no que concerne a uma Bda Bld. A prática dos exercícios de campo

demonstra que em um ataque coordenado as formações blindadas disparariam bem

mais do que os 15 tiros de 105 mm, em média, previstos já que isso significaria que

cada VBC realizaria, em um ataque estimado de 6 horas, 1 tiro a cada 30 min. Algo

pouco provável de acontecer.

O dos EUA está dentro de um contexto diferente do brasileiro, onde armamento

moderno (com maior letalidade e sobrevivência), organização e ordem de batalha

diferentes e concepção de emprego não têm paralelo com nossas forças.

Diante do quadro exposto e da análise realizada, verificou-se, no que tange ao

consumo de Mun previsto nos DAMEPLAN do Brasil e dos EUA, que:

- ambos os documentos não se prestam a fornecer uma estimativa realista

sobre o consumo de Mun para um ataque coordenado feito por uma Bda Bld

brasileira. Os dados brasileiros subestimam as necessidades e os dados dos EUA

fazem parte de um contexto doutrinário e organizacional muito diferente; e

- adotar documentos quantitativos de outros exércitos é de pouca praticidade; o

que vale é entender o processo e o método utilizado para se chegar aos números

que eles exibem e, a partir daí, construir um modelo próprio baseado na organização

brasileira.

4.4 TEMPO DE REMUNICIAMENTO E TEORIA DAS FILAS

O primeiro aspecto que deve ser objeto de discussão é o fato de que para se

remuniciar uma VBC Leopard 1A5 com metade da sua dotação máxima de Mun 105

mm e 7,62, seriam necessárias 3 h 26 min 18 seg. Desse total, 2 h 00 min 09 seg

seriam utilizados para o enfitamento da Mun; cerca de 58% do tempo total. Ou seja,

deduz-se que a Mun 7,62 mm deve chegar às ATSU já enfitadas e dentro dos

respectivos cofres. Destaca-se que o enfitamento para a pesquisa foi realizado sem

40

enfitadeira, já que esse item não foi adquirido pelo EB (até o momento, essa é a

realidade que se apresenta).

Sobre o processo de remuniciamento, deve ser destacado que deverá ser

diferenciado o trabalho do P Rem da ATSU com o trabalho da guarnição das VBC

em preparar a Mun para o combate. Um aspecto não pode atrapalhar o outro.

Assim, a responsabilidade do P Rem é entregar a Mun necessária aos Pel. A

guarnição deve, em lugar diferente daquele utilizado pelo P Rem, preparar essa Mun

para o combate e só retornar às suas posições com esse trabalho realizado.

Isso infere que na área de retaguarda da SU existam dois pontos distintos: um

para o P Rem e outro para as VBC para que, na medida em que recebam sua Mun,

possam enfitar, acondicionar em cofres e casulos de Mun, colocar as fitas nas

metralhadoras e outras atividades necessárias para se considerar ECD combater,

visto que não poderá fazer isso na sua posição, sob pena de revelar-se.

Verificou-se que a Teoria das Filas é uma ferramenta extremamente útil na

otimização do processo de remuniciamento e, caso se queira, de recompletamento

de combustível, pois a mesma analogia pode ser feita com bastante facilidade. Por

meio dela, pode-se saber quanto o sistema montado será eficiente e, caso se

verifique deficiências, onde se pode melhorar para se atingir o que se espera sem a

necessidade de ensaio e erro, o que poderia ser caótico em combate. Pode-se, por

exemplo, aumentar o número de P Rem Mun para VBC, diminuir a Mun a ser

entregue naquele dia ou, até mesmo, aumentar o número de militares de um P Rem.

Mas saber o que fazer com o menor custo em pessoal, é possível por meio da

Teoria das Filas. Ganha-se tempo e eficiência.

4.5 DECISÃO DE SUPRIMENTO CLASSE V (MUN) POR MEIO DA

PROGRAMAÇÃO LINEAR E FERRAMENTA SOLVER (PESQUISA

OPERACIONAL)

Os resultados obtidos por intermédio do uso do Solver mostraram que um

problema logístico aparentemente complexo pode ser resolvido facilmente por meio

da programação linear, dentro de um contexto de pesquisa operacional.

Destaca-se que esse tipo de decisão logística será constante no campo de

batalha e ocorrerá, pelo menos, uma vez ao dia em uma Bda Bld. Os resultados

obtidos demonstram que um problema logístico em que exista uma série de

condicionantes pode ser solucionado com o uso de ferramentas desse tipo.

41

Uma das vantagens nesse processo é que há convergência entre o Sistema

Manobra e o Logístico, na medida em que houve a preocupação em se colocar

como restrição uma proporcionalidade de poder de combate na eventualidade de

não ser possível distribuir toda a munição pedida (100% para o ataque principal,

80% para o secundário, 70% para o Atq de fixação e 50% para a reserva). Outros

“refinamentos” também são possíveis.

Fruto da análise realizada, pode-se concluir que:

- a ferramenta Solver atende às necessidades do E4 de uma Bda Bld na

solução de problemas que envolvam tempo, locais e distâncias diferentes entre as

FT e os depósitos de suprimento de Mun e quantidade variada de Mun a ser

distribuída;

- ele tem a possibilidade de manter o PRC estabelecido pelo E3, pois realiza a

distribuição da Mun em uma situação em que a demanda é maior do que a

disponibilidade, de forma proporcional;

- seu uso propicia duas vantagens importantes: redução no tempo para

encontrar uma resposta e diminuição do “achismo” na solução do problema, já que é

feito com base matemática e respeitando as restrições recebidas;

- permite ao E4 atender diretrizes específicas do Cmt de uma Bda Bld com

eficiência e rapidez; e

- embora não forneça uma resposta peremptória, permite que o E4 elabore sua

solução a partir de uma base bastante próxima da ideal.

4.6 DECISÃO DE ROTEIROS A SEREM PERCORRIDOS PARA A DISTRIBUIÇÃO

SUPRIMENTO CLASSE V (MUN) PARA A 42ª BDA INF BLD

Diante do relatório apresentado pelo Router, verificou-se que o uso de um

software de roteamento pode ser adaptado às necessidades de uma Bda Bld. Os

resultados respeitaram as restrições impostas pelo estudo de caso e permitem ao

E4 coordenar os movimentos administrativos na zona de ação da 42ª Bda Inf Bld.

Demonstrou-se, ainda, que o uso do Router propiciou outras informações

bastante úteis em combate, como horários prováveis em que cada comboio estará

nas ATC e ATE de suas FT e horários de chegada nas instalações de interesse.

Além disso, o E4 tem como flexibilizar horários de saída dos comboios de forma a

não causar excesso de trânsito em uma estrada.

A análise dos resultados obtidos demonstra que:

42

- atualmente, com a pletora de missões e a complexidade de tarefas que um E4

de Bda Bld tem, somente por acaso ele conseguirá realizar uma boa roteirização

sem o uso de um software específico para isso;

- a utilização de um roteirizador eletrônico propicia uma série de dados que

servem para coordenar e acompanhar os comboios que trafegam dentro da zona de

ação da Bda Bld;

- o uso de roteirizador economiza tempo e confere confiabilidade maior do que

se esse processo fosse feito manualmente; e

- como ele produz outras informações, como distância estimada a ser

percorrida, por exemplo, auxilia a tomada de decisões que envolva outro suprimento,

como Cl III (combustível), integrando o trabalho de logística no âmbito Bda Bld e FT

subordinadas, além das organizações de apoio.

4.7 ESTUDO SOBRE TRANSPORTE E ESTOQUE DE SUPRIMENTOS DA 42ª

BDA INF BLD

Neste tópico, estabeleceu-se uma relação entre peso e volume a ser

transportado nos caminhões disponíveis para as unidades. Constatou-se que, diante

da demanda de munição, não será possível transportá-la nas Vtr orgânicas

distribuídas.

Da análise dos resultados, verificou-se, também, um baixo aproveitamento das

Vtr 5 t no que se refere ao volume utilizado. A taxa de ocupação, em termos de

volume, gira entre 29,4 % e 31, 4 %, o que sugere que a escolha deste tipo de Vtr

não seja a mais adequada para o transporte de Mun haja vista a densidade da Mun

ser alta; ou seja, em um pequeno volume, existe um peso expressivo.

Destaca-se, nessa discussão, que se utilizar ferramentas da logística

empresarial no gerenciamento de estoques nas ATC e ATE é uma opção importante

a fim de se evitar a falta de Mun para emprego imediato. Tanto a simulação feita no

cálculo de um estoque de segurança, bem como o uso de um ponto de reposição

para manter os estoques de segurança em dia, mostraram-se factíveis, auxiliando o

E4 e S4 no gerenciamento da Mun.

Por fim, atestou-se que o uso de etiqueta do tipo RFID em combate, em

conjunção com paletes e contêineres, propiciaria um ganho de tempo,

gerenciamento e eficiência no trato com as diversas Mun que são utilizadas por uma

Bda Bld.

43

4.8 DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA INFORMATIZADO DE LOGÍSTICA

TÁTICO (SISTALOG) NACIONAL

Como coroamento do trabalho e fruto das necessidades descobertas ao longo

desta tese, o autor sugere a criação do SISTALOG. Trata-se de um sistema de

apoio à decisões logísticas em combate no nível tático.

Destaca-se que a portabilidade é importante, já que os militares que trabalham

no Sistema Logístico da Bda (E4 e S4), dificilmente ficarão fixos. Daí a razão de

equipamentos de TI extremamente leves.

Outro aspecto que aponta para este tipo de equipamento é a relativa

simplicidade do programa a ser desenvolvido, pois se tratam de rotinas, modelos e

fórmulas matemáticas, não requerendo recursos visuais expressivos nem sistemas

operacionais pesados.

5 CONCLUSÃO

Foram formuladas três hipóteses no início deste estudo; todas elas

comprovadas.

Sobre a atual sistemática de apoio logístico das brigadas blindadas não atender

às demandas logísticas em função da sua nova organização e da aquisição dos

novos carros de combate adquiridos pelo Exército Brasileiro nas operações de

ataque coordenado (H1), verificou-se que tanto no que concerne à tonelagem, como

ao transporte e à distribuição, o impacto da adoção de VBC Leopard 1A5 impõe uma

revisão minuciosa de toda a arquitetura logística que, mesmo antes de tais VBC

serem adquiridas pelo governo brasileiro, já se encontrava ultrapassada e, portanto,

ineficiente.

Acerca de que os dados médios de planejamento (DAMEPLAN), no que

concerne às munições, não se adequariam às necessidades atuais (H2), verificou-se

que é verdadeira a hipótese, pois diante dos estudos e simulações oferecidos ao

longo do trabalho, o que se conclui é que o DAMEPLAN atual é consideravelmente

desconectado da realidade do combate moderno, naquilo que tange às Mun,

podendo, inclusive, gerar expectativas falsas e conclusões equivocadas acerca do

Ap Log em combate, conduzindo nossos planejadores a um desastre em uma

situação real de combate.

44

Por fim, se a gestão empresarial moderna, por meio de suas técnicas e

processos, quando devidamente absorvida pelo sistema logístico das brigadas

blindadas, contribuiria para se atingir os objetivos táticos das Bda Bld no ataque

coordenado no que tange ao suprimento classe V (Mun), (H3), conclui-se que ela é

mais do que possível: é necessária. Dificilmente, um exército que busque a

modernidade, a rapidez na solução dos conflitos, a manutenção de sua liberdade de

ação e o mínimo de baixas amigas e inimigas poderá prescindir dos conhecimentos

que a logística empresarial oferece fruto do seu enorme desenvolvimento desde os

anos 60 do século passado.

Dessa forma, chegam-se às sugestões finais do trabalho monográfico:

5.1 NO CAMPO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

5.1.1 Criação do SISTALOG ou similar.

Para isso, sugere-se a criação de um grupo de trabalho (GT) para:

- estudar as necessidades logísticas das Bda Bld em combate no que concerne

a todas as classes de suprimentos e funções logísticas, por meio de simulações de

combate, simpósios, debates (onde realmente exista o contraditório) e consulta a

especialistas civis e militares na área; e

- definir a arquitetura para um sistema informatizado de logística em combate

que possa responder às conclusões do estudo anterior, desde que compromissados

com a realidade de poucos recursos e premência de tempo, buscando sua

interoperabilidade com o módulo de telemática operacional (MTO), já em

desenvolvimento pelo EB.

5.1.2 Fabricação da Mun 105 mm para VBC no Brasil.

Diante dos argumentos e informações oferecidos neste trabalho, não fica

dúvida de que é urgente que o Brasil domine todo o ciclo de fabricação de Mun 105

mm para VBC. A END, citada no escopo da tese, aborda esse aspecto. Depender de

importações deste tipo de Mun vaticina que as Bda Bld brasileiras poderão, em caso

de conflito real, serem estorvos logísticos para os planejadores militares por pura

falta de Mun.

45

5.2 NO CAMPO DO ENSINO

5.2.1 Criação de um Centro de Instrução de Logística no Exército Brasileiro.

Malgrado a existência de disciplinas focadas em logística na AMAN, EsAO e

ECEME, sob o ponto de vista do autor, não há a formação de um “gerente de

logística” no EB. O que se tem são especialistas em suprimento (caso dos oficiais e

praças de intendência), de manutenção (caso dos oficiais e praças de material

bélico) e de saúde (caso dos oficiais e praças de saúde), dentre outros.

Porém, um profissional que tenha conhecimento da complexa tarefa de

gerenciar toda a logística – não se fala somente da tática, mas de operacional e

estratégica – não existe atualmente no EB. O que há é uma complexa e dissonante

sistematização de conhecimentos em que, além das escolas citadas, entram a

EsMB e a ESG, com seu curso de logística e mobilização. O que se deve pensar é:

Como formar o equivalente militar ao Chief Logistic Officer (CLO) civil; aquele

profissional capaz de gerenciar funções e classes de suprimentos logísticos ao longo

de toda a cadeia de suprimento militar em tempo de guerra e de paz? Como formar

o técnico em logística, que propiciará aos E4 e S4 o apoio em recursos humanos

para propiciar a manutenção do esforço operacional das tropas em contato? Como

formar o praça que trabalhará com empilhadeiras, contêineres, paletização e tantas

outras tarefas necessárias a uma logística enxuta?

Um centro de instrução de logística com cursos muito bem desenhados

conforme as necessidades do EB pode ser uma boa solução. Buscar a resposta

somente em cursos civis, como MBA e cursos técnicos, pode ser uma solução

inicial, mas não pode ser encarada como definitiva, pois a Instituição tem

peculiaridades que o mundo civil não possui. Os primeiros passos já foram dados,

com a criação, no curto prazo, da Escola de Logística do Exército, no Rio de Janeiro.

5.2.2 Modificação no Plano de Disciplinas da ECEME e EsAO e de seus

respectivos DAMEPLAN.

Este estudo demonstrou que há muito a ser modificado no plano de disciplinas

da ECEME no que tange à logística, bem como ao DAMEPLAN em uso atualmente.

No caso da EsAO, deve-se encontrar quadro semelhante.

Hoje, o que se ensina na ECEME na busca de se formar um E4 para uma Bda,

DE ou Ex Cmp é de pouca valia prática. Na ECEME, por exemplo, não se ensina a

se fazer um roteiro de comboios militares eficiente e flexível diante da realidade do

46

combate, a se calcular necessidades utilizando-se de ferramentas mais atuais e

realísticas, a tomar decisões logísticas baseadas em conceitos modernos e a se

estudar casos logísticos históricos que permitam um pouco mais de senso de

realidade aos temas.

Sobre o DAMEPLAN, há que se fazer uma revisão baseada no histórico dos

conflitos recentes, mas com o uso de técnicas da Matemática e da Estatística.

Acerca dos temas, sugere-se uma maior integração entre o Sistema Logístico e

Manobra. As nossas escolas ainda dão ênfase excessiva para o Sistema Manobra,

sem considerar o Sistema Logístico no nível necessário. De forma ousada, o autor

acredita que boa parte dos planos elaborados na ECEME correm sério risco de, em

parte ou na sua totalidade, serem logisticamente inviáveis se testados em combate

ou simulações bem feitas e detalhadas.

5.2.3 Estímulo para que militares façam cursos de logística militar no exterior.

Para que se possa ter um mínimo de direção sobre como aperfeiçoar a logística

militar brasileira, é fundamental que o EB mande oficiais e praças realizarem cursos

nos países cuja experiência em logística foi testada recentemente, como os EUA,

Inglaterra, França, Alemanha e Israel, dentre outros. A partir dessas experiência –

sem copiar, mas adaptando-se – poder-se-á incrementar a logística do EB com

maior velocidade, “queimando” etapas já aprendidas por outros exércitos.

5.2.4 Tradução de livros que abordem a logística militar.

Há necessidade de que a Bibliex crie uma nova coleção, ao lado das já

tradicionais, como a General Benício, que seja voltada especificamente para a

tradução e publicação de livros de autores nacionais e estrangeiros, não só na área

de logística, mas nas demais de interesse do EB na área de doutrina e Sistemas

Operacionais. Infelizmente, a maioria dos nossos militares não domina o idioma

inglês a ponto de ler e entender obras técnicas. Há, indubitavelmente, uma pobreza

na bibliografia em português de livros que mostrem o “estado da arte” de assuntos

de especial interesse castrense.

Sugere-se, inicialmente, o estudo da viabilidade de se traduzir e publicar as

seguintes obras:

- Supplying War, de Martin van Creveld;

- Understanting War, de T. N. Dupuy;

47

- Moving Mountains, do Gen Willian G. Pagonis; e

- Heavy Metal – A Tank Company’s Battle to Baghdad.

5.3 NO CAMPO DA DOUTRINA

- Estabelecimento de um grupo de estudo de logística.

O Estado-Maior do Exército, com a sua atual estrutura no que tange à revisão e

elaboração de manuais, não tem condições de realizar uma ampla atualização dos

manuais sobre logística e, muito menos, realizar estudos profundos nessa área. A

solução mais objetiva e pragmática é o estabelecimento de um grupo de estudo

sobre o assunto. Destaca-se que esse grupo deve ter seus limites e seus

questionamento muito bem explicitados para não correr o risco de realizar um

estudo panorâmico, generalista e carente de dados quantitativos e qualitativos que

sirvam de subsídios aos decisores na tomada de decisões.

Os produtos iniciais desse grupo deveriam ser um manual no nível divisão e

brigada e outro no nível subunidade e unidade, além de cadernos de instruções

voltados para a instrução de técnicas logísticas como paletização, embarque e

desembarque de munições, noções sobre estocagem, manuseio e transporte de

munições, uso de empilhadeiras, controle de estoque e outras noções mais técnicas.

5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O problema da logística de munição nas Bda Bld mostrou-se crítico e

complexo. A ineficiência na gestão dessa classe de suprimento, seja por

desconhecimento, seja por subestimar o assunto, pode inviabilizar o emprego de

uma Bda Bld em combate.

Levando-se em conta que as Bda Bld são fundamentais à doutrina militar

brasileira em um quadro de guerra convencional, o assunto pesquisado merece

analise profunda e atenção dos profissionais ligados ao assunto, buscando-se

mitigar as vulnerabilidades apresentadas ao longo da tese defendida.

Encerra-se este artigo científico com as palavras de Castello Branco, militar

que dispensa apresentações e serve de inspiração para os oficiais Estado-Maior.

Dizia Castello:

Os teóricos se apóiam exclusivamente em publicações estrangeiras enquanto os práticos se aferram a uma experiência mal interpretada, a um falso determinismo geográfico e à fórmula de que a rudeza dos terrenos sul-americanos só comporta operações de modelo nativista. Aqueles querem uma guerra cuidadosamente transplantada das escolas da Europa ou da

48

América do Norte para a América do Sul, e estes defendem uma forma de guerra desligada da evolução do pensamento e dos ensinamentos militares existentes no mundo. Uns caem no vazio e os outros parecem ter a vocação da guerra medíocre. (SANTOS, 2004, p. 186).

Não sejamos nem vazios nem vocacionados para a mediocridade. Sejamos como

Castello: profissionais, leais, francos e visionários.

49

Management of Business Logistics Applied to Logistic Support to Armoured

Brigade in Offensive Operations

Major Heitor Freire de Abreu, Brazilian Army, is currently staff officer at 1st Army Division (Operations Officer). He holds a PhD degree from Command and General Staff College in Brazil (2009). He also earned a MBA in Logistics Business from Getúlio Vargas Fundation and the following courses at UN: Logistical Support to UN Peacekeeping Operations and Operational Logistical Support (ONU/Institute for Training and Research/POCI). He served in a Ivory Cost UN Mission (UNOCI) from October 2005 to October 2006 as MILOB.

ABSTRACT

This Scientific Article presents procedures and results of the thesis entitled

"Management of Business Logistics Applied to Logistic Support to Armoured Brigade

in Offensive Operations." The objective was to analyze vulnerabilities of these

logistical brigades in regard to the ammunition supply of collective Main Battle Tank

(MBT) Leopard 1A5 and Armoured Personnel Carriers (APC) M 113-B of sizes 105

mm (to MBT) 7.62 mm (used in MBT and APC in their collective arms), 12.7 mm

(used in weapons of collective APC) and 76 mm smoke (used in MBT) and, finally,

propose the adoption of concepts and techniques of business management in

logistics support Armoured Brigade - in a computational tool - that this brigade fulfills

its mission with the efficiency that the doctrine expected.

The results show that the current logistic support does not meet the logistical

demands according to their new organization and acquisition of new tanks, the

average data planning (DAMEPLAN), with regard to ammunition, are unsuitable for

current needs, and that the modern corporate management, through its techniques

and processes, such as queuing theory, operational research and linear

programming, when properly implemented, help to improve the logistics supports in

Armoured Brigade. In its conclusions, the author presents a series of proposals, such

as the manufacture of 105 mm ammunition for MBT in Brazil and the adoption of a

tactical logistics system (SISTALOG), among others in order to mitigate the

vulnerabilities highlighted in the survey.

Keywords: Armoured Brigade. Ammunition. Logistical Support. Business logistics.

Operational research.

50

REFERÊNCIAS

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