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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA EaD Relatório de Estágio Educação Infantil e suas implicações Michele Chaves Inácio Canoas, 2013.

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Educação Infantil e suas implicações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – EaD

Relatório de Estágio

Educação Infantil e suas implicações

Michele Chaves Inácio

Canoas, 2013.

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Michele Chaves Inácio

Educação Infantil e suas implicações

Supervisor do Estágio CLPD: Lilian Lorenzato

Supervisor do Estágio Escola: Nilda Rejane P. de Oliveira

Canoas, 2013

Relatório de Prática Docente I apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia- UFPel/UAB, como requisito à conclusão do Estágio Supervisionado de 30/09/2013 à 07/11/13

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Equipe docente responsável: Rochele Vale Débora Fagundes e Simone Lindenmeyer Dione Moreira

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Resumo

O presente texto é um relatório de prática do estágio docente I,

realizado na EMEI Carinha de Anjo, pela aluna Michele Chaves Inácio.

A escola localiza-se na cidade de Canoas. O estágio foi realizado na

Educação Infantil, com o Maternal II, de faixa etária entre 4 a 5 anos.

Essa turma possui 20 alunos. A professora titular é a própria estagiária,

que desenvolveu nesse período o projeto que já estava em andamento

na turma: “Contos de Fadas”. O estágio teve três semanas de duração,

e diversas atividades foram desenvolvidas com os alunos durante esse

período, a fim de contemplar os objetivos propostos no projeto em

questão.

Palavras-chave: Educação Infantil; estágio, projeto Contos de Fadas, atividades pedagógicas.

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SUMÁRIO

1. Educação Infantil ........................................................................................................ 8

1.1 Avaliação .................................................................................................. 8

1.2 Organização do espaço e tempo ............................................................. 9

1.3 Planejamento .......................................................................................... 9

1.4 Função Social ....................................................................................... 10

2. Processo de Ensino ................................................................................................... 10

3. Aprendizagem dos alunos ........................................................................................ 11

4. Trabalho docente ...................................................................................................... 13

5. Conclusão .................................................................................................................. 14

6. Referências bilbiográficas ........................................................................................ 15

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Apresentação

O presente texto tem por objetivo conceituar a Educação Infantil

sob a ótica de alguns autores importantes, abordando questões como

currículo, espaço e tempo, rotina, avaliações e planejamento. Também

falará sobre as abordagens pedagógicas realizadas durante o estágio.

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Desenvolvimento 1- Educação Infantil

A Educação Infantil , primeira etapa da Educação Básica, atende

hoje alunos de 0 a 5 anos e 11 meses. Entende-se que a família é o

primeiro contato de socialização que a criança tem. Porém, a escola,

juntamente com outros universos sociais, como a igreja, o bairro, clube,

entre outros, é essencial para o desenvolvimento integral da criança.

Através da interação social que ocorre na escola, a criança desenvolve

a sua autonomia e constrói a sua identidade. Dessa forma, o currículo

da Educação Infantil é diferenciado das demais etapas, pois o principal

objetivo não é o “ensinar”, e sim o “desenvolver”. De acordo com o

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, “as

aprendizagens acontecem na interação com as outras pessoas, sejam

elas adultos ou crianças...” (RCNEI, 1998, p. 21). O currículo é

elaborado seguindo esses padrões propostos pelo RCNEI, levando em

consideração a realidade de cada escola. Na EMEI Carinha de Anjo, a

proposta pedagógica é fundamentada em concepções construtivistas e

sóciointeracionistas, contemplando assim a Pedagogia de Projetos. Os

objetivos são elaborados a partir de habilidades que os alunos venham

a desenvolver, e inserindo o brincar e o cuidado ao aluno como parte

fundamental desse processo.

1.1- Avaliação

A avaliação na Educação Infantil é extremamente importante, e

exige do professor um olhar atento ao desenvolvimento integral da

criança. Segundo Hoffman, “mediação significa um estado de alerta

permanente do professor que acompanha e estuda a história da

criança em seu processo de desenvolvimento”. (HOFFMAN, 2003,p.

28) Sendo assim, para que haja uma avaliação mediadora, é

necessário que se crie um ambiente onde não haja espaço para

atividades rígidas e para respostas prontas. Sobretudo, é fundamental

que haja um olhar individualizado para cada aluno, sem comparações.

Na escola EMEI Carinha de Anjo, a avaliação se dá por meio de

pareceres descritivos semestrais. Esses documentos têm por objetivo

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ser um instrumento de reflexão sobre o desenvolvimento da criança.

Porém, cabe lembrar que eles não podem ser uma mera repetição de

palavras, tampouco fazer julgamentos de valores sobre as atitudes dos

alunos. Deve ser um documento com significado pedagógico, mas

também ter uma linguagem clara e acessível às famílias.

1.2- Organização do espaço e tempo (Rotinas na Educação Infantil)

A organização do tempo e do espaço na Educação Infantil é

fundamental para garantir aos alunos uma escola de qualidade. A

rotina é essencial, pois traz segurança aos alunos (todos sabem o que

vai acontecer em cada momento). Segundo Horn, estruturar a rotina

permite às crianças pequenas compreenderem “que vivemos num

mundo organizado, onde as coisas acontecem numa sucessão de

tempo: antes, durante e depois”. (HORN, 2004, p. 19)

Claro que existe a flexibilidade do planejamento, que possibilita

ao professor utilizar-se de cartas na manga, modificando a sua aula

quando necessário. Mas a rotina principal com hora do lanche, rodinha,

pátio, atividade dirigida, e assim por diante, sempre que possível deve

ser mantida.

Além de organizar o tempo na escola, a organização do espaço

físico também é fundamental. Uma sala de aula de Educação Infantil

deve permitir que a criança tenha autonomia para escolher seus

brinquedos e jogos, interagir com colegas e assim criar novas

aprendizagens. Outro aspecto muito importante é a adequação do

tamanho da sala ao número de alunos.

“Pensar em espaço é organizá-lo de modo a desafiar a iniciativa da criança, permitindo-lhe sua livre e rica exploração, pensando-o como parte integrante do trabalho, e não simplesmente como um pano de

fundo.” (HORN, 2004, p. 24)

1.3 – Planejamento

Em meio a essas questões, o planejamento do professor

aparece como sendo um referencial. É a partir dele que vão ser

traçadas metas e objetivos, e é através do planejamento que o

professor vai sistematizar todo o seu fazer pedagógico. Esse

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planejamento deve ser flexível, mas ao mesmo tempo organizado.

Deve permitir que a criança tenha novas vivências, seja desafiada e

motivada, e que a sua curiosidade seja despertada através de

atividades do seu interesse.

Conforme Zabalza,

“o educador também é ativo, também tem iniciativas, também toma decisões. Contudo, a sua atividade nunca pode ser intrusiva em

relação à atividade infantil. (...) Não há ação educativa que possa ser mais adequada do que aquela que tenha na observação da criança a

base para o seu planejamento. É isso o que permite ao adulto programar e atuar tomando como base a tensão criativa entre uma perspectiva curricular teoricamente sustentada e um conhecimento

real dos interesses, das necessidades, das competências e das possibilidades das crianças.” (1998 apud KULLISZ 2004, p. 111)

1.4 – Função Social

A Educação Infantil ainda hoje é muito confundida com

assistencialismo por diversos fatores, mas principalmente por envolver

o cuidado diário da criança (higiene, alimentação, momento do

descanso). Sabe-se que essa cultura assistencialista é resultado de

uma trajetória onde a Educação Infantil não era valorizada, tampouco

os seus profissionais. A partir da LDB, que estabelece as diretrizes

para o Ensino Infantil e para a formação dos profissionais que atuarão

nessa etapa, essa caminhada vem sendo transformada.

Hoje, é papel das escolas infantis organizarem o seu currículo

de modo que o cuidado e a educação andem juntos, e favoreçam as

aprendizagens dos alunos, como afirma Kulisz:

“É necessário compreender que cada ação na educação infantil é, intrinsecamente, cuidado e educação. Na medida que a higiene, a

alimentação, o sono fazem parte de toda uma vivência cultural própria de determinado povo ou grupo social, toda a interação com as

crianças e as famílias sobre esses aspectos estará desenvolvendo aprendizagens, construção de significados e novos conhecimentos.”

(KULISZ, 2004, p. 24)

2- Processo de ensino

A professora estagiária é a professora titular da turma onde o

estágio foi realizado. No período do estágio, os alunos já estavam com

um projeto em andamento, “Contos de Fadas”. Esse projeto surgiu da

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necessidade de acomodar alguns sentimentos comuns a essa faixa

etária( 4 a 5 anos), e nada melhor do que os contos de fadas, que

provocam nos alunos as mais diferentes sensações. Durante o período

do estágio, foram trabalhas duas histórias infantis, e diversas

atividades foram realizadas.

Conforme Madalena Freire, “o planejamento é uma ação

organizada”. (FREIRE, 1997, p.57) E foi a partir dessa organização que

o trabalho foi sendo desenvolvido. Atividades pensadas no interesse

dos alunos, e também nas suas necessidades foram elaboradas, e

executadas de acordo com a flexibilidade do planejamento.

A rotina diária foi seguida, mas conforme o relatório de estágio

da primeira semana, algumas atividades foram modificadas em razão

de alguns contratempos. Porém, a flexibilidade na hora de planejar

permite isso ao professor, desde que o mesmo tenha “cartas na

manga” para que os alunos não sejam prejudicados.

3- Aprendizagem dos alunos

A aprendizagem do aluno é o ponto central do fazer pedagógico

do professor. Entender como cada aluno pensa, seu ritmo de aprender,

suas áreas onde tem mais facilidade, é fundamental para que ocorra o

sucesso na aprendizagem. Vygostky afirma que a aprendizagem se dá

por meio da interação social do indivíduo, por isso, muitas atividades

coletivas foram propostas nesse período de estágio.

Como a turma em questão já é conhecida da estagiária,foi mais

fácil elaborar atividades que contemplassem as necessidades

cognitivas de cada aluno.

“Tomando como referência os postulados de Vygotsky, entendemos que o papel do professor é interferir na zona de desenvolvimento proximal dos alunos, provocando avanços que não ocorreriam de forma espontânea. Essa intervenção, sobretudo na escola infantil,

dependerá de como o professor, o parceiro mais experiente, organiza, por exemplo, jogos e materiais relacionados aos mais

diferentes campos do conhecimento (linguagens, matemática, ciências e arte)...” (HORN,2004, p.23)

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Através de jogos matemáticos, por exemplo, pode-se perceber a

aprendizagem na área do raciocínio lógico das crianças. Esses alunos

ainda não haviam se apropriado dos conceitos de classificação e

quantificação, e a partir dessas atividades, a professora pôde perceber

avanços em vários alunos. Os próprios colegas ajudavam quando

percebiam que algum amigo não sabia como proceder na atividade.

Uma das atividades elaboradas não respeitou o ritmo dos

alunos, e foi muito difícil para que eles pudessem concluí-la. Essa

atividade foi a lista coletiva de palavras que iniciam com U, de Urso.

Como os alunos deveriam desenhar a palavra, foi difícil encontrar

variedade de palavras que pudessem ser desenhadas, e a lista acabou

ficando com umas cinco palavras. Os alunos dessa turma ainda estão

no processo de aquisição da linguagem oral e escrita, alguns ainda

nem reconhecem o seu nome escrito, e essa atividade foi muito

complexa para eles resolverem. Por isso, a importância da prévia

reflexão e planejamento do professor, para que cada atividade seja

pensada e repensada. Qual a sua intencionalidade? Por quê? Para

que? A análise dessas perguntas evitaria que essa atividade fosse sem

sentido aos alunos. Poderia ter sido feito um trabalho de letramento,

analisando a letra u nos nomes dos alunos. Se alguém começa com U,

se alguém tem o U no meio do nome, para então partir para palavras

que conhecem.

Diariamente, após cada atividade, os alunos eram avaliados

através de suas falas e de suas participações nas atividades. E a partir

das observações e registros, a professora estagiária concluiu que os

alunos alcançaram vários objetivos propostos, mas destaca-se a

oralidade e a ampliação do vocabulário, pois em vários momentos pode

se ver os alunos dramatizando as histórias e interpretando os

personagens.

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4- Trabalho docente

Para que o processo de aprendizagem ocorra de forma

satisfatória, o professor deve, em primeiro lugar conhecer as

necessidades cognitivas dos seus alunos. E a partir daí, elaborar

propostas de trabalho que venham ao encontro dessas necessidades.

Preparar o ambiente, tornando-o acolhedor e instigante, conhecer o

assunto que será trabalhado e motivar os alunos também são pré-

requisitos indispensáveis ao professor de Educação Infantil. Perrenoud

traz novas competências que um professor deve ter para ensinar, que

vão desde “organizar e dirigir situações de aprendizagens” a

“administrar a sua formação continuada” (PERRENOUD, 2000). Dessa

forma, pode-se compreender que o papel do professor envolve muitas

outras questões além do trabalho pedagógico, e um bom profissional

deve estar ciente de suas funções e tentar executá-las da melhor forma

possível.

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Conclusão

A Educação Infantil é uma etapa de ensino muito importante, pois

desenvolve as primeiras habilidades da criança. Dessa forma, é

necessário que os profissionais que atuam nessa área sejam

qualificados o bastante para compreender cada etapa do

desenvolvimento infantil, bem como as necessidades cognitivas e

psicosociais de cada fase.

Desenvolver projetos de acordo com a faixa etária e o interesse de

cada turma, organizar a rotina tendo como prioridade a criança e,

sobretudo, avaliar olhando cada aluno individualmente são

competências que um professor de Educação Infantil deve ter. O

Estágio realizado na EMEI Carinha de Anjo foi desenvolvido buscando

contemplar essas competências.

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Referências Bibliográficas

KULISZ, Beatriz. Professores em cena. O que faz a diferença? Porto Alegre: Mediação, 2004. (Cadernos Educação Infantil, v. 15)

HOFFMANN, Jussara. Avaliação na Pré-Escola. Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 2003, 11ª Ed.

CRAIDY, Maria Carmen. O Educador de Todos os Dias. Convivendo com crianças de 0 a 6 anos. Porto Alegre: Mediação, 2004, 4ª Ed. (Cadernos Educação Infantil, v. 5)

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: 1998, v. 2.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. Disponível em:

http://www.unige.ch/fapse/life/livres/alpha/P/Perrenoud_2000_A.html

HORN, Maria da Graça Souza. Sabores, Cores, Sons, Aromas: A organização dos espaços na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2007. Disponível em:

http://books.google.com.br/books?id=UEhHoIauxDUC&printsec=frontcover&dq=Maria+da+Gra%C3%A7a+Souza+Horn&hl=pt-BR&sa=X&ei=J-KOUuvvK6mysASe5YDABg&ved=0CDgQuwUwAQ#v=onepage&q=Maria%20da%20Gra%C3%A7a%20Souza%20Horn&f=false

FREIRE, Madalena. Planejamento, Sonhar na ação de planejar. Disponível em:

http://maiseducacaomusical.wordpress.com/2011/05/04/texto-planejamento-madalena-freire/