Modelo de Jogo JUVMAR
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Este documento tenta ser uma linha orientadora para a evolução saudável do Andebol em Mar, no sentido da Alta competição.
Centro Social da Juventude de Mar
Lugar de Cima – Mar 4740-512 Esposende
2 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
A definição de um “Modelo de Jogo”, tem como objectivo nuclear, conferir uma sólida
coerência ao jogo de todas as equipas do centro de formação, possibilitando assim, a
automatização progressiva de uma série de comportamentos técnico-tácticos.
Automatização aquela, que vai acelerar o desenvolvimento da Inteligência Táctica e
a emergência da Criatividade Individual, suportes básicos de um rendimento
competitivo de excelência.
Como objectivo secundário, este “Modelo de Jogo” pretende constituir-se como a
grande referência metodológica, para a construção do Modelo de Jogo do Centro de
Formação.
Neste momento, este cenário parece-nos ser a via mais consistente a fim de
melhorarmos, substancialmente, a nossa capacidade competitiva nacional e
internacional.
A sua grande plasticidade e o facto de ser um Modelo Aberto e não fechado,
possibilita aos treinadores criarem um vasto conjunto de opções, estratégias ou
tácticas. Esta situação, por um lado, permite uma adequada adaptação aos diferentes
estilos de jogo adversários e, por outro, não cerceia a capacidade imaginativa dos
treinadores.
Para além deste conjunto de preocupações, a elaboração do “Modelo de Jogo”,
assentou ainda, numa visão prospectiva do Andebol, corporizada na simbiose dos
seguintes parâmetros:
Evolução do jogo a nível nacional e internacional.
Características morfológicas, motoras e psicológicas dos jogadores.
A assimilação integral dum modelo de jogo, por parte duma equipa, é um processo a
médio ou a longo prazo. Assim sendo, a sua aplicação deverá ser faseada, de molde a
acompanhar a crescente maturidade dos jogadores.
3 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
As suas linhas de força, nasceram da integração entre dados objectivos, dados
subjectivos, experiência pessoal e da nossa própria personalidade.
Neste contexto, era perfeitamente possível, que outros técnicos desenhassem outro
modelo, perfeitamente válido, com os mesmos objectivos, mas utilizando um processo
diferente.
Postura Ètico-Sócio-Desportiva
Na nossa perspectiva, o “Modelo de Jogo” não deve esgotar apenas, em simples
exigências comportamentais de cariz técnico-táctico.
De facto, deve ter um maior espectro de acção, fundamentalmente ao nível de uma
renovada postura ético-sócio-desportiva, por parte dos jovens jogadores.
Os jovens têm de compreender, que o caminho para a “Alta Competição” é uma
autêntica “Via Sacra”, recheada de dificuldades, que só poderão ser vencidas se:
Existir um grande sentido de Responsabilidade, consubstanciado na total assiduidade aos treinos, no estrito cumprimento dos horários, no cuidar do material desportivo utilizado, no rigoroso cumprimento das tarefas do treino (concentração e atenção), no cumprimento de uma vida regrada (higiene corporal e alimentar), onde os excessos não têm cabimento (treino invisível) e numa disciplina exemplar.
Houver uma grande Vontade de Aprender, que possibilite um contínuo aperfeiçoamento, dentro e fora do espaço de treino (auto-preparação).
Houver uma grande Capacidade Volutiva, que permita ser perseverante, superar as cargas de treino e competitivas, superar os inêxitos e fugir aos prazeres fáceis da vida social.
Houver um alto grau de Motivação intrínseca.
Houver uma subordinação do interesse individual ao Colectivo.
Houver Respeito por todos os intervenientes no processo desportivo (árbitros, dirigentes, público, colegas, adversários, autoridades e comunicação social).
4 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
Houver uma atitude saudável perante a vitória e a derrota.
Se desenvolver o Espírito de Sacrifício e a Coragem.
Se aumentar os níveis de Agressividade e Combatividade.
Se acreditar no Próprio Valor e na Vitória.
Pela sua oportunidade, não queremos deixar de referenciar, neste momento, um
conjunto de ideias, de carácter psicológico, que um Treinador Russo incutia
constantemente aos seus atletas.
Nunca fazer crer ao adversário, mesmo nos momentos mais desfavoráveis, que se
está fraco, que se receia o seu valor. Pelo contrário, deve-se mantê-los sempre sob
constante tensão, de tal modo que seja ele a recear-nos.
Nunca procurar justificar os insucessos com causas estranhas ao jogo. Trabalhar
sempre mais que os outros e nunca, em qualquer circunstância, baixar os braços.
Se estiver bem preparado, se houver auto-confiança, se jogar com “fair-play”, nenhum
árbitro vai impedir que se vença. Na pior das hipóteses, vai tornar a vitória 2 ou 3
vezes mais difícil, mas nunca poderá impedi-la.
As oportunidades normalmente se apresentam disfarçadas de trabalho
árduo, e é por isso que muitos não as reconhecem.
(Ann Landers)
5 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
1. Aumentar o Volume de Trabalho Integrado de Coordenação.
Com desenvolvimento das capacidades coordenativas, a aprendizagem das técnicas
desportivas e a melhoria das capacidades condicionais, tornam-se mais rápidas e
económicas.
O Treino das capacidades coordenativas virá a ser o factor mais decisivo, no que
concerne á consecução de altas prestações competitivas, devendo ser considerado
uma actividade prioritária na actividade desportiva dos Jovens.
2. Aumentar o volume de trabalho Técnico-Táctico Individual em regime de
Velocidade.
O treino dos elementos técnicos só tem sentido, se for executado num adequado
“Ambiente Táctico”. Tal como uma semente só se desenvolve num terreno fértil,
também a técnica só se desenvolverá, se aperfeiçoa num “Ambiente Táctico”
altamente favorável.
“O processo de treino deve respeitar a coerência funcional da execução, em situação
competitiva.” – Francisco Sobral.
Se não procurarmos o Risco, se não, procurarmos o Erro, se nos limitarmos a jogar
com muita segurança (pouca Velocidade, por exemplo), não evoluiremos de certeza,
pois o processo de treino adapta-se às necessidades do praticante, que, obviamente,
serão sempre as mesmas.
6 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
3. Introduzir o trabalho sistemático de Força.
Aumentar os índices de Força dos nossos jovens é uma tarefa prioritária de todos os
treinadores.
O aumento significativo dos níveis de Força é determinante para:
Maior eficácia do Remate.
Maior Velocidade nos Deslocamentos.
Maior Capacidade de Choque.
Prevenção de lesões.
O trabalho de Força deve estar presente em todas as sessões de treino, numa das
seguintes formas:
Integrado nos diferentes exercícios.
Circuito de treino.
Treino em circuito.
Exercícios individuais, utilizando o peso do próprio corpo.
Exercícios aos pares.
4. Melhorar a qualidade do trabalho de Flexibilidade.
O desenvolvimento adequado da Flexibilidade é fundamental para:
Aumento da Amplitude Articular, o que garante uma maior eficácia em determinados gestos técnicos (remate, defesa, etc.).
Prevenção de lesões.
5. Aumentar o volume de trabalho dos Guarda-Redes.
Ao mais alto nível, sem elevadas prestações dos Guarda-Redes, não se pode aspirar a grandes performances competitivas. No entanto, duma forma generalizada, os Guarda-Redes são elementos menos solicitados nos treinos.
Temos de alterar urgentemente esta situação, aumentando o Volume de trabalho
integrado dos Guarda-Redes e proporcionar-lhe os meios necessários para a sua
Auto-Preparação.
7 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
6. Melhorar a qualidade dos Exercícios.
Os Exercícios devem constituir-se como Problemas, cuja resolução exija a
superação das actuais capacidades dos Jovens.
Se os Problemas forem demasiado fáceis, o jovem vai resolvê-los mecanicamente,
sem a intervenção das estruturas cognitivas mais complexas, não havendo assim,
qualquer tipo de Aprendizagem. O mesmo acontecendo, caso os problemas sejam
demasiado complexos, pois, nunca serão resolvidos.
Só ultrapassando dificuldades adequadas, o jovem evoluirá, transformando assim,
as suas capacidades em competências.
Contudo, para que os exercícios tenham a sua máxima eficácia pedagógica, é
absolutamente necessário, que o Treinador tenha em mente uma tripla
preocupação:
Adequada Repetição, para que o jovem possa fixar as aprendizagens.
Cumprimento rigoroso dos objectivos dos exercícios.
Adequados “Feed-Back’s”.
Todas as acções técnico-tácticas do jogo se desenvolvem em função da Bola.
Assim sendo, todos os exercícios devem realizados com a sua presença. Por
analogia, diremos que o Remate, também deve estar presente em todos os
exercícios.
Todos os momentos do treino devem ser Competitivos. O treinador deve esforçar-
se por criar formas de Competição entre os jogadores, definindo objectivos
precisos para a realização dos exercícios e “penalizando” aqueles que não os
cumprem.
8 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
7. Melhorar a qualidade do Treino.
O treino deverá ser um espaço de intenso trabalho e de constante Aperfeiçoamento das capacidades dos jogadores.
Durante o treino tem de haver sempre “coisas” para Fazer. Em todos os treinos o
jovem tem de Aprender algo.
Assim sendo, há necessidade absoluta de melhorar a qualidade do treino:
Aumentando o Ritmo do treino.
Aumentando a Intensidade do treino.
Aumentando a Densidade do treino.
Aumentando a Complexidade do treino.
8. Aumentar o volume de trabalho Psicológico.
O Treinador deve saber Motivar os jovens, para a prática desportiva, conferindo-
lhe um carácter essencialmente Lúdico, tornando-a fonte de Prazer e Alegria.
Com o apoio de estratégias muito simples, o treinador deve, cada vez mais,
preocupar-se com o desenvolvimento:
da Capacidade Volitiva.
da Concentração.
da Atenção.
9. Aumentar o volume de trabalho Individualizado.
A evolução da qualidade do jogo é determinada, em larga medida, pelo
aperfeiçoamento das Capacidades Individuais (técnicas, tácticas, coordenativas
e psicológicas).
Ao possibilitar a rápida e segura potenciação das capacidades individuais, o
Trabalho Individualizado assume uma grande relevância, no moderno processo
de ensino-aprendizagem do jogo.
Este tipo de trabalho pode ser desenvolvido, não só no espaço de treino normal, mas também fora dele.
9 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
10. Treino Integrado.
Hoje em dia, não faz mais sentido, aperfeiçoar as diferentes capacidades (técnicas, tácticas, condicionais, coordenativas e psicológicas) dos atletas, de uma forma compartimentada.
De facto, caminhamos claramente na direcção do Treino Integrado, que
corresponde, na prática, ao aperfeiçoamento simultâneo de todas aquelas
capacidades. Neste sentido, a unidade de treino moderno deve ser programada,
por forma a cumprir uma série de Objectivos e não apenas um.
Bambis
Captação
Melhoramento das qualidades psico-motoras e relacionamento com o meio
envolvente.
Divertimento, lazer e disclipina.
Minis \ Infantis B
Defesa
H x H com marcação directa com corte da linha de passe, marcação de proximidade
ao portador da bola, sem ajudas.
Contra Ataque
Sem definição dos corredores ofensivos e procura do 1x0 ou 1x1.
Ataque
Sem troca de posto específico, procura do ataque sucessivo ao espaço (decalage).
Utilização forte da 1ª Linha.
10 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
Infantis A
Defesa
H x H com marcação directa com corte da linha de passe, marcação de proximidade
ao portador da bola, com a utilização sem que necessário da ajuda.
Introdução do 3:2:1 \ 3:3
Contra Ataque
Sem definição dos corredores ofensivos e procura do 1x0 ou 1x1 e remate exterior.
Ataque
Com troca de posto específico, procura do ataque sucessivo ao espaço (decalage).
Utilização forte da 1ª Linha. Introdução da entrada a 2º pivot sem bola e inversão do
jogo ofensivo.
Entrada sem bola – código (mão aberta na direcção da ponta que entra)
Iniciadas
Defesa
3:2:1 \ 5:1
Contra Ataque
Sem definição dos corredores ofensivos e procura do 1x0 ou 1x1 e remate exterior.
Introdução de modelo organizado.
Ataque
Com troca de posto específico, procura do ataque sucessivo ao espaço (decalage).
Utilização forte da 1ª Linha. Entrada a 2º pivot com e sem bola e inversão do jogo
ofensivo. Entradas a 2º pivot da 1ª linha.
Entrada sem bola – código (mão aberta na direcção da ponta que entra)
Entrada com bola – código (mão fechada na direcção da ponta que entra)
Ataque organizado
1º Ano - Introdução de dois movimentos organizados, denominadas 1, 2 e 3.
- Introdução de um livre denominado “rafas”.
2º Ano - Introdução de dois movimentos organizados, denominadas 4, 5 e 6.
- Introdução de 2 livres denominados “Espanha” e “Suécia”
11 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
Juvenis
Defesa
5:1 \ 6:0
Contra Ataque
Definição dos corredores ofensivos e procura do 2x1 ou 3x2 e remate exterior.
Modelo organizado.
Ataque
Com troca de posto específico, procura do ataque sucessivo ao espaço (decalage).
Utilização forte da 1ª Linha. Entrada a 2º pivot com e sem bola e inversão do jogo
ofensivo. Entradas a 2º pivot da 1ª linha.
Entrada com e sem bola, privilegiar a relação 1ª com a 2ª Linha.
Ataque organizado
Consolidação dos movimentos organizados.
Introdução de variantes organizadas, denominadas A, B, C…
Introdução de dois Livres.
Introdução da recuperação defensiva organizada.
Juniores \ Seniores
Defesa
5:1 \ 6:0 * Utilização livre da marcação individual.
Contra Ataque
Definição dos corredores ofensivos e procura do 2x1 ou 3x2 e remate exterior.
Modelo organizado.
Ataque
Com troca de posto específico, procura do ataque sucessivo ao espaço (decalage).
Utilização forte da 1ª Linha. Entrada a 2º pivô com e sem bola e inversão do jogo
ofensivo. Entradas a 2º pivô da 1ª linha.
Utilização de cruzamentos sucessivos.
Ataque organizado
12 Modelo de Jogo – JUVMAR Séc. XXI
Entrada com e sem bola, privilegiar a relação 1ª com a 2ª Linha.
Movimentos organizados, denominadas 1, 2, 3, 4, 5, 6…
Introdução de jogadas definidas por cada época em função do grupo e ou adversário.
Utilização de livres em função do jogo passivo.
Recuperação defensiva
Modelo de recuperação defensivo estudado em função do adversário.
Director Técnico
Paulo Alexandre Reis Martins