Modelo Laudo

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Avaliação de máquinas e equipamentos Uma abordagem pelos métodos da depreciação e comparativo julho de 2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 julho/2013 Avaliação de máquinas e equipamentos Uma abordagem pelos métodos da depreciação e comparativo Athos Ubirajara da Frota Silva [email protected] Auditoria, Avaliações e Perícias de Engenharia Instituto de Pós-Graduação e Graduação IPOG Curitiba, PR, 27/09/2012 Resumo No ramo de Engenharia de Avaliações é comum a avaliação de máquinas e equipamentos, que, primordialmente, deve ser realizada por um Engenheiro Mecânico. Assim, o objeto de pesquisa do presente trabalho acadêmico é a forma de se avaliarem esses bens sob a ótica dos métodos de depreciação e comparativo. Faz-se necessário, sem dúvida, amplo conhecimento daquilo que se avalia, a fim de se emitir laudo confiável, objetivo e exato. Considerando, ainda, que nunca será possível apontar um valor que seja padronizado para tais bens, também é papel do avaliador julgar, através do método comparativo com bens existentes no mercado, se seu parecer não extrapola aqueles valores aceitáveis. Para desenvolver o presente artigo, foi de fundamental importância o conteúdo que a literatura da área oferece, incluindo normas técnicas, realizando uma revisão dele, somado à experiência obtida com a prática no ramo. Como resultado, conclui-se a eficiência da utilização dos dois métodos analisados depreciação e comparativo para a avaliação de bens, destacando-se as máquinas e equipamentos industriais. Palavras-chave: Máquinas. Equipamentos. Depreciação. Avaliação. Engenharia. 1. Introdução De acordo com a norma ABNT 14653-1, perícia é a “atividade técnica realizada por profissional com qualificação específica, para averiguar e esclarecer fatos, verificar o estado de um bem, apurar as causas que motivaram determinado evento, avaliar bens, seus custos, frutos ou direitos”. A norma ainda define a pessoa do Engenheiro de Avaliações, normalmente intitulado de perito, como o “profissional de nível superior, com habilitação legal e capacitação técnico-científica para realizar avaliações, devidamente registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CREA”. A partir dessas definições, tem-se a ideia da importância da presença e do processo de trabalho do profissional avaliador, já que são especificamente definidos, e o motivo de se realizar uma perícia. Não obstante, deve-se registrar, ainda, a existência do “Manual de Fiscalização de Engenharia de Avaliações” (CREA-PR), o qual define os objetivos da Engenharia de Avaliações, bem como seus princípios e bases legais, que deverão ser sempre levados em conta em um procedimento avaliativo. No ramo da Engenharia de Avaliações, observa-se com grande frequência a necessidade de se avaliarem máquinas e equipamentos, seja para compra, venda, alienação, mensuração de avarias ou levantamento de patrimônio industrial, para efeitos de contabilidade industrial. Para tanto, o mais indicado é que o avaliador, nesse caso, seja um profissional da área mecânica, ou possua formação similar, já que essas transações, muitas vezes, envolvem grandes valores, o que exige grande conhecimento técnico. O profissional em questão é, geralmente, um engenheiro mecânico, podendo este, para melhor desempenho, possuir especialização na área em questão.

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  • Avaliao de mquinas e equipamentos Uma abordagem pelos mtodos da depreciao e comparativo julho de 2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    Avaliao de mquinas e equipamentos Uma abordagem pelos mtodos da depreciao e comparativo

    Athos Ubirajara da Frota Silva [email protected]

    Auditoria, Avaliaes e Percias de Engenharia

    Instituto de Ps-Graduao e Graduao IPOG Curitiba, PR, 27/09/2012

    Resumo

    No ramo de Engenharia de Avaliaes comum a avaliao de mquinas e equipamentos, que,

    primordialmente, deve ser realizada por um Engenheiro Mecnico. Assim, o objeto de pesquisa do

    presente trabalho acadmico a forma de se avaliarem esses bens sob a tica dos mtodos de

    depreciao e comparativo. Faz-se necessrio, sem dvida, amplo conhecimento daquilo que se

    avalia, a fim de se emitir laudo confivel, objetivo e exato. Considerando, ainda, que nunca ser

    possvel apontar um valor que seja padronizado para tais bens, tambm papel do avaliador

    julgar, atravs do mtodo comparativo com bens existentes no mercado, se seu parecer no

    extrapola aqueles valores aceitveis. Para desenvolver o presente artigo, foi de fundamental

    importncia o contedo que a literatura da rea oferece, incluindo normas tcnicas, realizando

    uma reviso dele, somado experincia obtida com a prtica no ramo. Como resultado, conclui-se

    a eficincia da utilizao dos dois mtodos analisados depreciao e comparativo para a avaliao de bens, destacando-se as mquinas e equipamentos industriais.

    Palavras-chave: Mquinas. Equipamentos. Depreciao. Avaliao. Engenharia.

    1. Introduo

    De acordo com a norma ABNT 14653-1, percia a atividade tcnica realizada por profissional com qualificao especfica, para averiguar e esclarecer fatos, verificar o estado de um bem, apurar

    as causas que motivaram determinado evento, avaliar bens, seus custos, frutos ou direitos. A norma ainda define a pessoa do Engenheiro de Avaliaes, normalmente intitulado de perito, como

    o profissional de nvel superior, com habilitao legal e capacitao tcnico-cientfica para realizar avaliaes, devidamente registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

    CREA. A partir dessas definies, tem-se a ideia da importncia da presena e do processo de trabalho do profissional avaliador, j que so especificamente definidos, e o motivo de se realizar

    uma percia.

    No obstante, deve-se registrar, ainda, a existncia do Manual de Fiscalizao de Engenharia de Avaliaes (CREA-PR), o qual define os objetivos da Engenharia de Avaliaes, bem como seus princpios e bases legais, que devero ser sempre levados em conta em um procedimento avaliativo.

    No ramo da Engenharia de Avaliaes, observa-se com grande frequncia a necessidade de se

    avaliarem mquinas e equipamentos, seja para compra, venda, alienao, mensurao de avarias ou

    levantamento de patrimnio industrial, para efeitos de contabilidade industrial. Para tanto, o mais

    indicado que o avaliador, nesse caso, seja um profissional da rea mecnica, ou possua formao

    similar, j que essas transaes, muitas vezes, envolvem grandes valores, o que exige grande

    conhecimento tcnico. O profissional em questo , geralmente, um engenheiro mecnico, podendo

    este, para melhor desempenho, possuir especializao na rea em questo.

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    Quando se fala em avaliao de bens, uma interpretao primria e superficial portanto restrita gera o entendimento de que o fruto desse processo a obteno do valor de um bem, o que no est

    errado. Porm, esse trabalho altamente complexo pode ser utilizado objetivando-se finalidades

    secundrias, sendo suas aplicaes diversas, tais como:

    a) comercializao (venda e locao);

    b) atualizao do valor de ativos;

    c) avaliao para fins de seguros, hipotecrios, garantias;

    d) anlise de carteira de portflios imobilirios;

    e) anlise de investimentos imobilirios (lastro);

    f) determinao do valor de mercado;

    g) anlises de viabilidades de empreendimentos;

    h) anlise de highest and best use;

    i) desapropriaes e servides administrativas;

    j) indenizaes;

    k) partilha de bens;

    l) revisionais e renovatrias de valor de locao;

    m) lanamentos fiscais (planta genrica de valores), entre outros.

    Um avaliador deve sempre levar em considerao os riscos que podem surgir durante o processo

    avaliativo, portanto ele deve tentar prev-los, de maneira a no ser surpreendido. Quando est

    realizando seu planejamento de avaliao, o profissional deve tentar mitigar os possveis riscos e

    elaborar planos de ao, caso eles surjam. Assim, uma matriz de planejamento pode ser criada para

    facilitar o gerenciamento de riscos do processo.

    Outro ponto a ser relevado a importncia do mercado em um processo de avaliao de bens.

    Como se sabe, a economia mundial altamente instvel, ocasionando alteraes nas cotaes de

    moedas e nos ndices de inflaes dos diversos pases. Assim, diante da incerteza gerada pelos

    fatores econmicos e financeiros que cerceiam o mercado de compra e venda de bens, alguns

    mitos sobre avaliaes so propostos por Demodaran (1996): a) Uma vez que os modelos de avaliao so quantitativos, a avaliao objetiva;

    b) Uma avaliao bem pesquisada e bem executada atemporal;

    c) Uma boa avaliao apresenta uma estimativa precisa do valor;

    d) Quanto mais quantitativo o modelo, melhor a avaliao;

    e) O mercado est, em geral, errado;

    f) O produto da avaliao o que importa, o processo avaliatrio, no.

    Por serem denominados mitos, subentende-se que no so verdade, apesar de, no senso comum, serem tidos, erroneamente, como algo em que se acredita.

    Portanto, com base nas alneas acima, a materialidade de informaes antigas deve ser analisada, a

    fim de que se conclua se elas podero ou no ser utilizadas em trabalhos subsequentes. Outro ponto

    a fonte dessas informaes, que deve ter sua confiabilidade questionada, para que elas sejam tidas

    como fidedignas, alm de representativas.

    Doravante, ao consultar a literatura a respeito da temtica em questo, notou-se a escassez de

    estudos e livros focados nos mtodos que possibilitem realizar a avaliao de mquinas e

    equipamentos. Desse modo, a reviso da literatura foi o caminho mais apropriado e escolhido para

    desenvolver esse estudo, com o intuito de que seja possvel esclarecer e apresentar as possibilidades

    de desenvolvimento do trabalho pelo engenheiro mecnico que se direciona ao ramo de avaliaes.

    Nesse sentido, diante da justificativa da realizao desse estudo, objetivou-se: apresentar os

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    mtodos da depreciao e comparativo na avaliao de mquinas e equipamentos.

    2. Vantagens da avaliao de Engenharia

    Ao se realizar a avaliao de um bem, deve-se faz-lo de forma correta, utilizando-se de um mtodo

    confivel. Para isso, necessrio conhecimento tcnico prvio, o que ser determinante na

    realizao da vistoria, que a inspeo fsica do bem avaliando. Segundo a Cartilha de Avaliao

    (2007), do IBAPE/SP, a vistoria responsvel pela identificao de parmetros tcnicos do bem,

    envolvendo:

    a) metodologias construtivas e tipo de materiais empregados, verificando se os mesmos so

    durveis ou no, se apresentam vcios construtivos ou no, dentre outros aspectos importantes para

    a classificao correta de processos de depreciao de construes, mquinas, equipamentos, dentre

    outros;

    b) levantamentos de anomalias nas instalaes e sistemas existentes, decorrentes de problemas com

    obras vizinhas ou outras intervenes, que causam necessidade de reparos ou reformas,

    consequentemente, implicam investimentos no previstos no bem avaliando, alm de eventuais

    problemas com terceiros;

    c) constataes gerais quanto integridade do bem, identificando eventuais falhas de manuteno

    que podero causar problemas de desvalorizao precoce, perda de valor ou, ainda, que

    impossibilitam e restrinjam o futuro uso desejado;

    d) verificao da necessidade de reformas e/ou em geral, envolvendo problemas construtivos,

    interferncias de aes de terceiros, ou ainda, expressem as adequaes necessrias ao uso

    almejado, que, eventualmente, resultam em um investimento maior no bem avaliando com alterao

    de seu valor, impactando ou no em possibilidades de valorizao ou desvalorizao do bem;

    e) existncia, ou no, do emprego de novas tecnologias nas instalaes existentes, que representem

    algum diferencial de mercado, podendo impactar ou no em aumento de valor.

    Alm desses fatores, a vistoria tambm ajuda a reconhecer o mercado em que o bem a ser avaliado

    est imerso. Como citado, esse ponto de grande importncia num processo de avaliao.

    Por fim, ao se abordar a importncia de uma avaliao confivel e, por conseguinte, as vantagens

    dela decorrentes, deve-se destacar que, ainda, segundo a Cartilha do IBAPE/SP, se os corretos

    aspectos tcnicos de engenharia forem aplicados atividade de avaliao, algumas vantagens e

    benefcios sero garantidas no resultado, quais sejam:

    a) classificao correta do padro construtivo, tipo e estado de conservao, refletindo diretamente

    no clculo do valor do bem avaliando;

    b) identificao tcnica dos sistemas existentes que podem gerar valorizao ou desvalorizao;

    c) observaes quanto necessidade de investimentos futuros, que podem viabilizar ou inviabilizar

    determinados usos e negcios;

    d) versatilidade na negociao em casos de compra e venda de bens, j que sero identificados

    diversos parmetros que implicam um possvel abatimento do valor ofertado, ou, ainda,

    fundamentam o valor calculado na avaliao;

    e) segurana na aquisio de bens, pois aspectos fsicos so ponderados e analisados, alm de

    eventuais problemas com terceiros, vizinhos, etc;

    f) segurana na atualizao de ativos imobilirios, porque inmeras questes envolvendo

    depreciao so analisadas e ponderadas;

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    g) credibilidade na avaliao executada, j que o bem avaliando est devidamente caracterizado,

    fundamentado, inclusive com a correta identificao de mercado no qual est inserido;

    h) credibilidade e confiabilidade, visto que o profissional avaliador no tem interesse na negociao

    do bem avaliando, e no participa da transao comercial propriamente dita;

    i) indicam viabilidades de uma negociao do bem, bem como o melhor momento de faz-lo

    (venda, compra ou locao);

    j) indicam potencialidades ou retraes do mercado que impactam em desvalorizao ou

    valorizao do bem, independentemente de questes fsicas;

    k) segurana na indicao e estudos de viabilidade de investimentos;

    l) confiabilidade e fundamentao do valor calculado na Avaliao com a apresentao clara e

    transparente de todas as etapas de estudo e clculos que validam o valor arbitrado;

    m) indicam se o bem avaliando possui caractersticas que o posicionam no nvel superior ou inferior

    das mdias calculadas para o mercado estudado e, ainda, se h potencialidade de investimentos para

    que este bem aumente seu posicionamento nesse mercado, o que pode oferecer melhores retornos

    ao investidor ou comprador.

    Assim, ressalta-se, mais uma vez, a importncia e responsabilidade do profissional de avaliao,

    que efetuar um trabalho minucioso, a fim de gerar e disponibilizar informaes claras, concisas e

    fidedignas ao que se avalia.

    3. Depreciao

    A partir da aquisio de um bem, quer ele seja novo ou usado, inicia-se um processo de perda de valor dele. Isso pode ser decorrncia da sua utilizao (ou m utilizao, o que desvaloriza ainda mais esse bem), falta de um plano de manuteno sobre essa mquina ou equipamento,

    modificaes que ele venha a sofrer ou obsolescncia, entre fatores que podem agravar o fenmeno.

    Assim, o fator desvalorizao deve ser abordado de forma correta e que se aproxime da exata, para que o bem venha a ser avaliado, e seu preo se aproxime do real, refletindo a situao do bem.

    A norma NBR 14653-1, base para avaliao de bens, estabelece modalidades de depreciao,

    iniciando pela depreciao propriamente dita, como se observa: a) Depreciao perda de valor de um bem, devido a modificaes em seu estado ou qualidade; b) Decrepitude desgaste de suas partes construtivas, em consequncia de sue envelhecimento natural, em condies normais de utilizao e manuteno;

    c) Deteriorao desgaste de seus componentes em razo de uso ou manuteno inadequados; d) Mutilao retirada de sistemas ou componentes originalmente existentes; e) Obsoletismo superao tecnolgica ou funcional. Segundo o Engenheiro Hlio Roberto Ribeiro Caires apud Gatto (2007), o fenmeno da

    depreciao se d por dois grandes grupos: de ordem fsica e de ordem funcional.

    O desgaste fsico consequncia da utilizao do equipamento, o que gera um desgaste constante

    (decrepitude), ou decorrente do mau uso ou avarias bruscas.

    O desgaste funcional oriundo de trs formas de uso incorretos inadequao, superao e anulao. A primeira motivada por falhas na concepo do projeto; a segunda seria o que se

    define como obsoletismo, e a terceira ocorre quando o bem no possui condies de se adaptar a

    novas funes que venha a desempenhar.

    Para melhor entendimento, a Figura 2 esquematiza o que foi descrito acima.

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    Figura 2 Depreciao e suas fontes causadoras

    Fonte: Gatto (2007)

    Ainda segundo Caires, medidas de proteo, conservao ou adaptao das mquinas e

    equipamentos podem retardar as formas de desvalorizao do bem, mas nunca elimin-las, j que se

    apresentam logo a partir da compra dele.

    Para se avaliar a depreciao de um bem, deve-se selecionar uma metodologia consagrada,

    disponvel na literatura, como, por exemplo, mtodo da linha reta, Kuentzle, Ross, Ross-Heidecke,

    entre outras, que sero brevemente apresentadas no prximo captulo do presente trabalho.

    Aps selecionar a metodologia a ser utilizada, deve-se, atravs de diferentes tabelas encontradas na

    literatura pertinente, estimar o tempo de vida til para o bem em questo. Um exemplo dessas

    tabelas apresentado anexo, ao final do trabalho.

    Portanto, para o clculo da depreciao, devem-se levar em conta fatores determinantes, como vida

    remanescente, vida transcorrida, valores residuais e estado de conservao e obsolescncia do bem.

    4. Mtodos para o clculo da depreciao

    Ao se aprofundar na temtica Avaliao de mquinas e equipamentos, verifica-se a existncia de

    alguns mtodos para a obteno do seu valor de mercado em determinada data, quais sejam os

    principais: mtodo da linha reta, Kuentzle, Ross, Ross-Heidecke, entre outros.

    Os mtodos citados e que, a seguir, sero brevemente descritos, tratam da depreciao de um bem.

    Gatto (2007) ensina que depreciao a decadncia no valor de um bem e que esse fenmeno

    contnuo.

    Desse modo, com o conceito inicial de depreciao apresentado, possvel partir para o

    esclarecimento dos mtodos para avaliar o referido fenmeno.

    O mtodo da linha reta prev uma depreciao linear, ou constante, do bem ao longo do tempo, at

    que esse atinja o fim de sua vida-til, onde lhe restar apenas o valor de sucata. Neste ponto cabe a definio, segundo a norma ABNT 14653, do termo valor de sucata, que o valor de mercado dos materiais reaproveitveis de um bem, na condio de desativao, sem que esses sejam

    utilizados para fins produtivos. Ou seja, o valor residual do bem, quando este seja inservvel ao fim a que se destinava quando em atividade. Por exemplo, o valor de sucata de um automvel

    aquele pelo qual um ferro-velho pagaria por ele, representando apenas o valor do material de que o

    bem composto, e que poder ser reaproveitado na fabricao de outro bem.

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    Outra definio para valor de sucata proposta por Abunahman (2006), que ensina que o valor do bem determinado na base do que ele se auferiria, caso o mesmo tivesse que ser vendido como

    sucata ou apenas para aproveitamento de algumas de suas partes constitutivas, sem ter

    possibilidades comerciais de voltar utilizao primitiva para o qual o bem foi produzido. Ambas as definies consideram o valor ao fim da vida til do equipamento, isto , em condio de

    desativao dele.

    O critrio de Kuentzle tambm conhecido como mtodo da parbola. Nele, a depreciao no constante, como na linha reta, mas ao plotar um grfico comparativo com os dois mtodos, alm de

    outros, como na Figura 1, verifica-se que seus ponto de extremidade so os mesmos. Apesar de no

    estar explcito na Figura 1, o comportamento da depreciao pelo mtodo de Kuentzle se assemelha

    ao de Cole ou ao de percentagem constante, linhas 2 e 3, respectivamente, no grfico.

    No critrio do arquiteto George Kuentzle, a depreciao maior nos primeiros anos de utilizao do

    bem e vai aumentando progressivamente, at que se atinja o fim de sua vida-til, quando ter

    apenas seu valor de sucata como residual.

    O mtodo de Ross consiste em um meio-termo entre os dois mtodos explicitados anteriormente. Assim, no grfico da Figura 1, ele se situa entre as linhas estabelecidas pelos mtodos linear e Cole

    (linhas 1 e 2, respectivamente).

    Figura 1 Comparao de alguns mtodos para calcular depreciao de bens

    Fonte: Abunahman, 2006.

    A Figura mostra a comparao de alguns mtodos utilizados para se calcular a depreciao. Os

    mtodos explicitados so o da linha reta (o mais simples deles), Cole (ou soma dos dgitos dos

    anos), percentual constante e fundo de amortizao. Percebe-se que todos eles partem do mesmo

    ponto (incio de vida do bem) e terminam juntos, onde se considera que o equipamento j chegou ao

    fim de sua vida til, restando apenas seu valor de sucata, como j destacado.

    Dos mtodos j descritos, que podem ser esquematizados de acordo com a Figura 1, todos eles

    levam em conta a idade e a vida til do equipamento, mas nenhum considera o estado de

    conservao dele. O critrio de Ross-Heidecke o primeiro a considerar esse fator e, segundo Gatto

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    (2007), tem como princpios bsicos:

    a) a depreciao perda de valor que no pode ser recuperada com gastos de manuteno; b) as reparaes podem apenas dilatar a durabilidade; c) um bem regularmente conservado deprecia-se de modo regular, enquanto que um bem mal

    conservado deprecia-se mais rapidamente.

    Assim, depreende-se que qualquer ao preventiva e de conservao aplicada sobre uma mquina

    ou equipamento industrial ser benfico para esse, fazendo com que possa ter seu tempo limite para

    funcionamento (vida til) aumentado, mas no poder, de forma alguma, anular os efeitos da

    depreciao, apenas reduzi-los.

    A fim de zelar pela conservao dos bens industriais, tais como mquinas e equipamentos binmio comumente citado na Engenharia de Avaliaes , algumas estratgias de manuteno foram desenvolvidas. Ainda como efeito secundrio, do ponto de vista da unidade produtora, o

    volume de produo ter seu valor aumentado, com a utilizao dos mesmos equipamentos, ao

    passo que as despesas sero menores nos perodos de produo. Algumas dessas ferramentas so a

    manuteno preventiva (periodicamente realizada para evitar desgastes excessivos), manuteno

    preditiva (com o intuito de prever possveis falhas, utilizando tcnicas de avaliao como termografia e anlise de vibraes), entre outras.

    5. Princpios gerais de avaliao

    Este captulo totalmente baseado na Norma de avaliao de bens do Ibape/SP (2005). A importncia de se apresentarem os princpios da avaliao que eles, muitas vezes, auxiliam no

    entendimento dos procedimentos de avaliao e da variao dos cenrios em determinadas datas, o

    que influencia a avaliao. O Ibape cita os seguintes princpios, que sero comentados de forma

    simplificada, mas que no tero, por isso, seu entendimento comprometido:

    a) Princpio ou lei da oferta e da procura: institui que o preo de um bem no esttico, mas varia de forma inversamente proporcional com a oferta e diretamente com sua procura. Isto , se h

    grande oferta, seu preo diminudo, e o inverso verdadeiro. Ainda, com grande procura, o preo

    aumentado;

    b) Princpio da permanncia: admite que um preo tem suas variaes, mas existe um perodo de

    tempo em que ele permanece constante;

    c) Princpio da proporcionalidade: bens semelhantes disponveis do mercado tero preos

    semelhantes. Em contrapartida, bens diferentes tero preos proporcionais s diferenas verificadas

    nesses bens;

    d) Princpio da substituio ou da equivalncia: dois bens fungveis (aqueles que podem ser

    substitudos por outros de mesmas caractersticas), em mercados semelhantes, tm preos

    semelhantes;

    e) Princpio da rentabilidade: o valor de um bem explorado economicamente funo das

    expectativas de renda que ele proporcionar no futuro, decorrentes da sua utilizao;

    f) Princpio da finalidade: a finalidade da avaliao condiciona as ferramentas (mtodo e tcnica) a

    serem utilizadas para tal. Por conseguinte, essas ferramentas devem ser compatveis e coerentes

    com a finalidade;

    g) Princpio do maior e melhor uso: um bem que possua vrias formas de utilizao e emprego, ser

    empregado da melhor forma econmica, desde que legal, e que se enquadre nas condies de

    mercado correntes;

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    h) Princpio da probabilidade: quando existirem vrias condies de cenrio e ou possibilidades de

    eleio, que sejam razoveis, devem ser adotadas aqueles mais provveis;

    i) Princpio da prudncia: so adotados valores mais conservadores e que ofeream maior liquidez

    ao bem avaliando;

    j) Princpio da transparncia: o laudo ou parecer tcnico deve conter as informaes necessrias e

    suficientes, de fcil compreenso e detalhando as hipteses e documentao utilizadas.

    Esses princpios, propostos pelo Ibape conceituada instituio na rea de Percias e Avaliaes de Engenharia , so itens norteadores ao se realizar um trabalho de Engenharia, mantendo, assim, a objetividade e integridade da atividade.

    Se esses pontos forem seguidos pela pessoa do avaliador, o processo ser, em muito, facilitado, na

    medida em que, ao primar pelo profissionalismo, no poder ser questionado quanto ao seu

    ceticismo e conduta.

    6. A avaliao de um bem

    Para se avaliar o bem em questo (mquinas e equipamentos para efeitos dessa produo

    acadmica), deve-se realizar a vistoria. Para tanto, deve-se levar em considerao o meio em que o

    bem avaliando se encontra, ou seja, como ele ser afetado por aquilo que est em seu entorno. Isto

    quer dizer que, como j abordado, indispensvel conhecimento tcnico prvio daquilo que se est

    avaliando e de instalaes industriais em geral.

    Como ferramentas auxiliares, existem as provas documentais, que podem ser, segundo a norma

    NBR 14653, manuais, desenhos esquemticos, documentao de origem e guias de importao para

    mquinas isoladas; plantas, leiautes, fluxogramas, escrituras e documentos dominiais para unidades

    industriais. Alm de elas facilitarem o trabalho a ser realizado, servem como base para

    comprovao dos valores, informaes e dados obtidos no decorrer da tarefa de avaliao.

    Para registrar informaes e dados do bem, Gatto (2007) menciona que se devem fotografar as

    principais partes e componentes, detalhes, acessrios, equipamentos, alm de uma viso geral da

    mquina (em se tratando de mquinas e equipamentos objetivo do presente trabalho). Ainda, esse material servir para a elaborao posterior do laudo tcnico resultante da vistoria e avaliao, que

    conter, principalmente, o parecer do perito. A presena de fotos no laudo, alm de ser uma

    aplicao direta do princpio da transparncia, facilita o entendimento daquele que l o referido

    documento.

    Determinado o fim para o qual a avaliao est sendo realizada, pode-se definir o grau de

    fundamentao para que o engenheiro de avaliaes planeje as etapas que dever seguir para tal

    procedimento. Assim, a norma NBR 14653-5 (Avaliaes de bens. Parte 5 Mquinas, Equipamentos, Instalaes e Bens Industriais em geral) exibe a Tabela 1, relativa ao grau de

    fundamentao para os laudos resultantes de uma avaliao.

    Item Descrio Graus

    III II I

  • Avaliao de mquinas e equipamentos Uma abordagem pelos mtodos da depreciao e comparativo julho de 2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    1 Vistoria

    Caracterizao completa e

    identificao fotogrfica do

    bem, incluindo seus

    componentes, acessrios,

    paineis e acionamentos.

    Caracterizao sinttica do

    bem e seus principais

    complementos, com

    fotografias.

    Caracterizao sinttica do

    bem, com fotografia.

    2 Funcionamento

    O funcionamento foi observado

    pelo engenheiro de avaliaes e

    as condies de produo,

    eficincia e manuteno esto

    relatadas no laudo.

    O funcionamento foi

    observado pelo engenheiro

    de avaliaes.

    No foi possvel observar o

    funcionamento.

    3

    Fontes de

    informao e

    dados de

    mercado

    Para valor de reedio: cotao

    direta do bem novo no

    fabricante, para a mesma

    especificao ou pelo menos 3

    cotaes de bens novos

    similares.

    Para valor de mercado: no

    mnimo 3 dados de mercado de

    bens similares no estado do

    avaliando.

    As informaes e condies de

    fornecimento devem estar

    documentadas no laudo.

    Para valor de reedio:

    cotao direta do bem novo

    no fabricante, para a mesma

    especificao ou pelo

    menos 2 cotaes de bens

    novos similares.

    Para valor de mercado: 2

    dados de mercado de bens

    similares no estado do

    avaliando.

    As informaes e condies

    de fornecimento devem

    estar relatadas no laudo.

    Para valor de reedio: uma

    cotao direta para bem

    novo similar.

    Para valor de mercado: 1

    dado de mercado de bem

    similar no estado do

    avaliando.

    Citada a fonte da

    informao.

    4 Depreciao Implcita no valor de mercado

    do bem.

    Calculado por metodologia

    consagrada. Arbitrada.

    Tabela 1 Graus de fundamentao para laudos de avaliao de mquinas, equipamentos ou instalaes isoladas.

    Fonte: NBR 14653-5 (2005)

    A Tabela 1, em sua estrutura, apresenta 3 Graus (I ao III) e 4 itens (1 ao 4). Dessa forma, o

    atendimento a cada exigncia do Grau I somar 1 ponto; do Grau II, 2 pontos e do Grau 3, 3 pontos.

    O enquadramento global do laudo dever considerar a soma de pontos obtidos para o conjunto de

    itens, atendendo Tabela 2, a seguir.

    Graus III II I

    Pontos

    mnimos 10 6 4

    Restries Todos os itens no mnimo no

    grau II

    Itens 2 e 4 no mnimo no

    grau II e os demais no

    mnimo no grau I

    Todos os itens no mnimo

    no Grau I

    Tabela 2 Enquadramento dos laudos segundo seu grau de fundamentao (avaliao de mquinas, equipamentos ou instalaes isoladas)

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    Fonte: NBR 14653-5 (2005)

    Cabe ressaltar que, quanto maior a soma obtida, maior ser o grau de detalhamento da avaliao e,

    por conseguinte, do laudo. Tambm maior ser, na mesma proporo o trabalho do avaliador. No

    se veja esse acrscimo de volume de tarefas como simples melindre, mas como necessrio e

    inerente atividade que se realizar, j que ela possuir pode-se deduzir maior grau de complexidade.

    7. Mtodo Comparativo

    No o suficiente apenas calcular o valor que o bem depreciou desde o incio de sua utilizao clculo que parte do valor inicial do bem , mas, tambm, comparar o valor obtido com o valor de bens similares presentes no mercado. a que entra o chamado Mtodo comparativo. Essa concatenao de informaes se faz necessria, j que, ao se avaliar a depreciao por mtodos

    de clculo, leva-se em conta apenas o bem isolado, no ambiente em que se encontre. necessrio,

    portanto, mais do que isso: deve-se compar-lo a outros bens.

    Juliano (2009) define que Mtodo Comparativo de Dados de Mercado ou simplesmente Mtodo Comparativo aquele que define o valor atravs da comparao com dados de mercado

    assemelhados quanto s caractersticas intrnsecas e extrnsecas, identificando o valor de mercado

    do bem por meio de tratamento tcnico dos atributos dos elementos comparveis, constituintes da

    amostra. Por isso, mais uma vez, contempla-se a necessidade do conhecimento tcnico que o perito deve possuir ao realizar uma avaliao de bens, mais precisamente mquinas e equipamentos.

    Ao obter informaes acerca do valor de mercado de determinado bem dois detalhes so

    destacados, citados por Abunahman (2006), que devem ser relevados quando da ocorrncia dessa

    ocasio:

    a) procurar referncias de vendas ou alugueis de propriedades [ou bens] comparveis;

    b) atualizar os preos dos valores dos bens tomados como referncia, considerando as diferentes

    pocas de transao.

    Diante do exposto, ressalta-se que a utilizao dessas hipteses facilita a obteno de uma

    informao que nem sempre fcil de conseguir: o valor de mercado de um bem. Dependendo do

    profissional, diferentes valores podero ser encontrados, j que essa metodologia advm da

    percepo e experincia daquele que a realizar. Mas, por certo, esses valores no devero ser

    intensamente discrepantes, admitindo-se pequenas variaes.

    8. Laudo tcnico

    De posse de todas as informaes necessrias para avaliar um bem, incluindo as fotos que foram

    tiradas, deve-se apresent-las de forma clara e objetiva, para que s partes interessadas no restem

    dvidas ou ocorram questionamentos. Assim, o documento oficial resultante de uma avaliao o

    laudo tcnico que o Engenheiro de Avaliaes dever elaborar.

    O laudo o produto final da avaliao, e ele que ser a referncia para consultas futuras para

    obteno de informaes sobre o processo de avaliao do bem em questo. Por isso, ele deve

    conter algumas informaes, que segundo a norma NBR 14653 so imprescindveis, tais como:

    a) identificao do solicitante, quer seja ele pessoa fsica ou jurdica;

    b) finalidade do laudo, quando for informado ao Engenheiro de Avaliaes pelo solicitante;

    c) tipo de avaliao;

    d) grau de agregao da avaliao;

    e) pressupostos, ressalvas e fatores limitantes;

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    f) identificao e caracterizao do bem avaliando;

    g) diagnstico de mercado;

    h) indicao da metodologia utilizada;

    i) tratamento de dados e identificao de resultados;

    j) especificao da avaliao;

    k) resultado da avaliao e data de referncia, com explicao da finalidade, objeto, tipo de valor e

    alcance da avaliao;

    l) qualificao completa e assinatura dos profissionais responsveis pela avaliao.

    Alm disso, de fundamental importncia que haja as informaes de contato do profissional de

    avaliao, para que os contatos futuros sejam facilitados.

    Acerca da assinatura do engenheiro, que deve ser parte integrante do laudo, como disposto na alnea

    l) acima, indica-se assinar todas as pginas do laudo para evitar possveis fraudes e falsificaes

    provenientes de m-f de terceiros. Ademais, de fundamental importncia a paginao do

    documento, pelo mesmo motivo anterior, ao dificultar que pginas sejam inseridas ou retiradas.

    Por fim, aconselha-se que o engenheiro guarde consigo uma cpia do laudo para consultas

    posteriores que, porventura, sejam necessrias.

    9. Concluso

    Conclui-se, como previsto, que, para avaliaes de mquinas e equipamentos, como em muitas

    outras reas, necessrio grande conhecimento, proveniente da experincia com trabalhos

    correlatos, alm da formao acadmica. Pois o domnio prtico, alm de promover o profissional

    no mercado de trabalho, exibindo suas qualidades e sendo reconhecido por aquilo que faz, se alia ao

    domnio terico, que confere segurana ao Engenheiro nos momentos em que desempenha sua

    funo.

    Acredita-se que, ao utilizar as diferentes metodologias consagradas de depreciao, somadas ao

    Mtodo Comparativo, facilitada a execuo do trabalho para o qual o profissional foi contratado,

    constituindo ferramentas bsicas e suficientes para tal.

    As metodologias de depreciao ajustam o valor do bem para o tempo atual, em que analisado.

    Em contrapartida, o Mtodo Comparativo, atravs da equiparao com outros bens similares,

    tambm no tempo atual, arredonda esse valor ou o corrobora. Assim, a metodologia segura. Atravs das pesquisas bibliogrficas realizadas para o desenvolvimento do presente trabalho

    acadmico, foi possvel expandir os conhecimentos na rea, ao consultar algumas fontes literrias,

    mesmo que difceis de serem encontradas no mercado. Ainda hoje, esse tipo de literatura escasso,

    fazendo com que muitos fatores e informaes sejam transmitidas informalmente (de forma verbal,

    na maioria das vezes) de um profissional para outro, em seu cotidiano de trabalho.

    Para finalizar, enfatiza-se que, sempre mais requisitado no mercado, o Engenheiro de Avaliaes

    deve sempre se atualizar, frequentando palestras da rea, efetuando contatos com colegas do mesmo

    ramo de atuao, construindo e aprimorando o corpo de conhecimento cientfico que envolve esta

    temtica e, assim, dar continuidade na carreira acadmica, como o proposto pelo curso de ps-

    graduao em questo.

    Referncias

    ABNT, ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6023: informao e

    documentao: referncias: elaborao. Rio de Janeiro, 2002.

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    ABNT, ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6028: resumo:

    elaborao. Rio de Janeiro, 2002.

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    2001.

    ABNT, ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 14724: formatao de

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    PERODOS SUGERIDOS DE DEPRECIAO TOTAL (VIDA TIL) Fonte: ABUNAHMAN, S. A. Curso bsico de Engenharia Legal e de Avaliaes, PINI, 3 ed.

    Equipamentos de Escritrio Mnimo Mximo

    Mesas de madeira, vidro ou ferro 8 14

    Arquivos de madeira 8 12

    Cofres 20 25

    Mquinas de escrever, mecnicas 6 10

    Mquinas de escrever, eltricas 4 6

    Mquinas de calcular 6 8

    Mquinas de contabilidade 5 8

    Aparelhos de ar condicionado central 14 20

    Aparelhos de ar condicionado 14 18

    Aparelhos de comunicao 6 10

    Mquinas copiadoras 4 6 Equipamentos de Informtica Mnimo Mximo

    CPU 3 6

    Impressoras matriciais 6 10

    Impressoras jato de tinta 5 8

    Impressoras laser e jato de cera 4 8

    Vdeos VGA mono e color 6 10

    Perifricos 5 8 Equipamentos de transporte Mnimo Mximo

    Aeronaves comerciais 5 8

    Aeronaves particulares 6 10

    Automveis txis 3 5

    Automveis particulares 4 8

    nibus 6 12

    Veculos utilitrios 4 6

    Caminhes leves 4 6

    Caminhes pesados 6 8

    Reboques (quinta roda) 6 8

    Caminhes betoneiras 5 7

    Caminhes basculantes 5 7

    Caminhes fora de estrada 4 8 Vages ferrovirios e locomotivas [transporte interno (dentro da empresa)]

    14 20

    Vages ferrovirios e locomotivas (transporte externo) 12 16

    Embarcaes uso comercial 14 20

    Embarcaes uso lazer 12 25

    Equipamentos para transporte hidrovirio 16 22

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    Equipamentos e instalaes industriais Mnimo Mximo

    Bombas 14 20

    Compressores 14 20

    Correias de linhas de produo 18 25

    Correias transportadoras ao tempo 16 24

    Elevadores 16 24

    Sopradores 14 20

    Tubos de cobre 24 26

    Tubos de inox 24 26

    Tubos fora de alvenaria 10 15

    Geradores 14 20 Equipamentos e instalaes agrcolas Mnimo Mximo

    Arados 8 12

    Estufas 10 20

    Tratores 10 15 Equipamentos e instalaes minerais Mnimo Mximo

    Extrao de minerais metlicos 7 15

    Extrao de minerais no metlicos 7 15

    Produo de petrleo 7 15

    Gs natural 7 15

    Perfurao de poos de petrleo e de gs 5 8

    Explorao de depsitos de petrleo 10 20

    Refinao de petrleo 18 25

    Instalaes e tubulaes para transporte 15 25

    Instalaes para armazenagem em ao 10 20

    Instalaes para armazenagem em fibra 10 25 Equipamentos para construo civil Mnimo Mximo

    Equipamentos bsicos para construo 5 10

    Gruas e elevadores 15 20 Fabricao de produtos alimentcios e bebidas Mnimo Mximo

    Indstria moageira (inclusive moinhos de cereais) 12 25

    Usinas aucareiras e refinadoras de acar 15 25

    Fabricao de cigarros, charutos e fumos 10 16 Equipamentos da indstria txtil Mnimo Mximo

    Malharia 5 10

    Fiao e tecelagem 10 25

    Acabamento e tingimento 10 20

    Roupas/confeces de borracha e de couro 10 25

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    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    Produo de madeira Mnimo Mximo

    Serrarias permanentes 10 15 Serrarias temporrias 5 10 Carpintaria e marcenaria 15 25

    Compensados 10 25

    Lminas de madeira 15 25

    Usinas de tratamentos de moires e postes 10 20 Mquinas universais para uso em ferramentaria Mnimo Mximo

    Tornos mecnicos 15 20

    Plainas 15 25

    Fresas 12 20

    Eletroeroso 10 15

    Prensas hidrulicas 20 25

    Furadeiras radiais 20 25 Mquinas universais para uso em manuteno Mnimo Mximo

    Tornos mecnicos 20 25

    Plainas 20 25

    Fresas 15 25

    Eletroeroso 10 15