MODELO PRÉ-PROJETO TCC - unicentro.br‡ÃO... · Trabalhos que abordem as temáticas ―projeto...
Embed Size (px)
Transcript of MODELO PRÉ-PROJETO TCC - unicentro.br‡ÃO... · Trabalhos que abordem as temáticas ―projeto...
-
1
ADRIELI SOBOTKA
VIABILIDADE DE IMPLANTAO DE UM BAR TEMTICO COUNTRY
NO MUNICPIO DE IRATI - PR
IRATI PR 2012
-
2
ADRIELI SOBOTKA
VIABILIDADE DE IMPLANTAO DE UM BAR TEMTICO COUNTRY
NO MUNICPIO DE IRATI- PR
Monografia apresentada como requisito para obteno de nota na disciplina de Trabalho de Concluso de Curso no Curso de Turismo da Universidade Estadual do Centro-Oeste Unicentro.
Orientadora: Prof Ms. Vanessa de Oliveira Menezes
IRATI - PR 2012
-
3
Dedico a Deus, em primeiro lugar, por tudo que me proporciona na vida, a minha me e meu pai, Andrea e Carlos Jos os quais amo muito e pelo exemplo de vida e famlia; aos meus irmos, Carlos Andr e Alessandra a quem admiro muito.
-
4
AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a Deus, por me dar foras para no desistir.
A minha famlia, principalmente aos meus pais, Carlos Jos e Andrea e a
meus irmos Carlos Andr e Alessandra, pois sempre estiveram ao me lado me
dando apoio e acreditando em mim.
A meu namorado Alison, que me ajudou a enfrentar essa caminhada,
acompanhando meu crescimento e desenvolvimento, e sempre apoiando e
dedicando e seu tempo a mim e por ter contribudo muito na elaborao desta
monografia.
A minha professora e orientadora Vanessa, pela dedicao e pacincia a mim
e ao meu trabalho.
Aos professores do curso de Turismo por contribuir para com a minha
formao e para o conhecimento que adquiri ao longo desses anos.
A minha grande amiga Thays, por ter me dado nimo quando eu achava que
no iria conseguir e por ter me ajudado a coletar os dados desta pesquisa. E para
meus grandes amigos e colegas de sala que me acompanharam durante essa longa
estrada acadmica, Vinicus, Jssica, Leticia, Joo, Mariana, Edinia, Regina,
Camila e Lilian.
E a todos que de alguma forma contriburam ou torceram pela concretizao
desta pesquisa.
-
5
RESUMO
Um ambiente gastronmico agradvel aquele que oferece um cardpio diferenciado com msica e decorao que se adapte ao seu tema; esses so alguns dos motivos que fazem com que as pessoas busquem determinado empreendimento. Mas no momento de pensar em implantar um estabelecimento como esse, necessrio fazer uma pesquisa de mercado que indique se o futuro negcio vivel, e se h demanda para tal proposta. Portanto, o presente trabalho analisa a viabilidade de implantao de um bar temtico country em Irati PR. Para responder o problema, tem-se como objetivo geral verificar por meio de uma pesquisa de demanda se o muncipio de Irati/PR tem pblico para a abertura de um bar temtico country. J os objetivos especficos so: identificar junto ao mercado, possveis concorrentes; levantar quais produtos podero ser oferecidos no estabelecimento; verificar qual o pblico a ser atendido; e discutir teoricamente a temtica do plano de negcios, mostrando a importncia deste instrumento para o empreendedor. Para alcanar os objetivos foram desempenhadas investigaes bibliogrficas, documental atravs do inventrio turstico do municpio e de informaes junto a Prefeitura Municipal de Irati, e atravs de pesquisa de campo na aplicao de questionrios. Trabalhou-se na fundamentao terica os seguintes temas: Plano de negcios; Perfil do empreendedor; Pesquisa de mercado; Alimentos e bebidas; Tipos de estabelecimentos gastronmicos, enfatizando os bares; Tematizao de bares; e Bar temtico country. A partir da pesquisa de campo mostrou-se que Irati PR possui sim demanda para a implantao de um bar temtico country.
Palavras Chave: Bar temtico country, empreendedorismo, Irati, pesquisa de demanda, plano de
negcios.
-
6
RESUMN
Un ambiente gastronmico agradable es aquel que ofrece un men diferenciado con msica y decoracin que se adapte al su tema, eses son algunos de los motivos que hace con que las personas busquen determinada empresa. Pero en el momento de pensar en implantar uno estabelecimiento como ese, es necesario hacer una pesquisa de mercado que apunta el futuro negocio es viable, y si hay demanda para tal propuesta. Por lo tanto, el presente trabajo analiza la viabilidad de implantacin de un bar temtico country en Irati PR. Para responder el problema, tiene como objeto general verificar por medio de una pesquisa de demanda si el municipio de Irati/PR tiene pblico para la abertura de un bar temtico country. Ya los objetos especficos son: identificar junto al mercado, posibles concurrentes, levantar cuales productos pueden ser ofrecido en el establecimiento, verificar cual el pblico la ser servido, y discutir tericamente el temtico plano de negocios, mostrar la importancia de este instrumento para el emprendedor. Para alcanzar los objetos fueran desempeadas investigacin bibliografa, documental a travs del inventario turstico del municipio y de informaciones junto a la Prefectura Municipal de Irati/PR y a travs de pesquisa de campo en la aplicacin de cuestionario. Trabajado en la fundamentacin terica los siguientes temas: plano de negocios, perfil del emprendedor, pesquisa de mercado, alimentos y bebidas, tipos de establecimientos gastronmicos, bares, tematizacin de bares y bar temtico country. A partir de la pesquisa de campo si muestra que Irati - PR tiene s demanda para la implantacin de un bar temtico country. Palabras llave: Bar temtico country, emprendedorismo, Irati, pesquisa de demanda, plano de
negocios.
-
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa do Paran, mapa de Irati e mapa do permetro urbano de Irati ....... 40
Figura 2: Populao de Irati em grfico .................................................................... 41
-
8
LISTA DE GRFICOS
Grfico 1: Costume de sair a noite em Irati .............................................................. 44
Grfico 2: Frequncia que costuma sair .................................................................. 45
Grfico 3: Gosto pelo estilo country ......................................................................... 46
Grfico 4: Oferta de opes de entretenimento country em Irati .............................. 46
Grfico 5: Interesse num bar temtico em Irati ......................................................... 47
Grfico 6: Produtos que poderiam ser ofertados neste novo empreendimento ........ 48
Grfico 7: Frequncia de sada X gnero ................................................................. 49
-
9
SUMRIO
INTRODUO ......................................................................................................... 10
1. METODOLOGIA .................................................................................................. 13
2. PLANO DE NEGCIOS: REVISO TERICA, ETAPAS E APLICAO NA
ARA DE ALIMENTOS E BEBIDAS ....................................................................... 15
2.1 PLANO DE NEGCIOS ..................................................................................... 15
2.2 PERFIL DO EMPREENDEDOR ......................................................................... 23
2.3 PESQUISA DE MERCADO ................................................................................ 25
3. ALIMENTOS E BEBIDAS .................................................................................... 30
3.1 TIPOS DE ESTABELECIMENTOS GASTRONMICOS.................................... 32
3.1.1 Bares: Histria................................................................................................. 34
3.1.2 Particularidades dos bares .............................................................................. 35
3.1.3 Tematizao em bares .................................................................................... 38
3.1.4 Bar temtico country ....................................................................................... 38
4. OBJETO DE ESTUDO......................................................................................... 40
5. APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS ........................................ 43
5.1 Apresentao dos empreendimentos concorrentes de Irati ................................ 43
5.2 Apresentao e anlise dos questionrios ......................................................... 43
CONSIDERAES FINAIS .................................................................................... 51
REFERNCIAS ....................................................................................................... 53
APNDICES ............................................................................................................ 56
-
10
INTRODUO
Este projeto aborda um estudo de viabilidade de implantao e tem como
objetivo identificar se Irati, municpio localizado na regio centro sul do Paran a 150
km da capital Curitiba, possui demanda significativa para a abertura de uma nova
opo de lazer noturno para a cidade, tratando-se este de um bar country.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatsticas (IBGE)
(2010), a cidade conta com uma populao de aproximadamente 56.207 de
habitantes, sendo que 44.932 hab. vivem na zona urbana e 11.275 hab. na rea
rural do municpio. considerado o maior municpio da regio, e serve de polo para
as cidades vizinhas; Fernandes Pinheiro, Rebouas, Teixeira Soares, Rio Azul
dentre outras, que utilizam os mais variados servios como compra, venda,
entretenimento, negcios, sade, eventos, e educao. A cidade conta ainda com os
estudantes do Campus Universitrio de Irati - Unicentro, pblico este que frequenta
as opes de lazer e entretenimento noturno iratienses.
Um cardpio diferenciado, msica e decorao que se adaptem ao tema do
bar so atrativos que podem influenciar na busca de um bar temtico como opo de
lazer, pois segundo Fagliari (2005), os restaurantes e bares fazem parte do cotidiano
da populao local e dos turistas durante suas viagens. Por essa razo, o trabalho
de transformar este estabelecimento em atrativo intenso, pois necessrio
encontrar peculiaridades realmente interessantes para os dois lados.
Para Fagliari (2005), gastronomia e o turismo so dois elementos que andam
juntos, pois o alimento um dos elementos essenciais para a demanda turstica,
podendo apenas satisfazer necessidades, ou ser visto como um atrativo a mais para
o destino.
A implantao de um bar country na cidade de Irati envolve uma srie de
questes como pesquisa de mercado, particularidades do setor de Alimentos e
Bebidas (A&B), entre outras, a serem levantadas e discutidas neste trabalho. Pois a
viabilidade de implantao do mesmo depende da elaborao de uma gastronomia
que se adapte ao tema, e que seja atrativa aos consumidores, para que desta forma,
o bar em questo possa ser visto como um referencial de destaque no setor de
entretenimento na cidade, trazendo uma opo diferente de lazer, bem como o
desenvolvimento na rea de turismo na cidade.
-
11
A gastronomia tem uma grande ligao com o turismo como dito
anteriormente, pois ela pode ser a responsvel por atrair diversos visitantes a uma
localidade, seja pela curiosidade de degustar um prato ou bebida desconhecida em
sua regio, ou pelo fato deste empreendimento ser considerado como temtico, que
por si s, j atrair a curiosidade. Nos bares, o principal atrativo no
necessariamente a alimentao, e sim as bebidas, e a distrao s pessoas que
nele frequentam. Por isso muito importante que haja um ambiente agradvel com
servios e bom atendimento.
E este planejamento detalhado somente possvel atravs de um
levantamento de dados atravs do plano de negcios, e dentro destes itens, uma
pesquisa de demanda, assim a empresa saber para onde vai e como ir chegar ao
que se prope. Pois atravs da realizao do plano de negcios, a probabilidade do
negcio dar certo maior.
Partindo desta introduo, chega-se ao seguinte problema: O municpio de
Irati/PR possui demanda significativa para a abertura de um bar temtico country?
Para responder o problema, tem-se como objetivo geral verificar por meio de
uma pesquisa de demanda se o muncipio de Irati/PR tem pblico para a abertura de
um bar temtico country. J os objetivos especficos so: identificar junto ao
mercado, possveis concorrentes; levantar quais produtos podero ser oferecidos no
estabelecimento; verificar qual o pblico a ser atendido; e discutir teoricamente a
temtica do plano de negcios, mostrando a importncia deste instrumento para o
empreendedor.
Este um trabalho de pesquisa originalmente de carter tcnico, pois tem
nfase no mercado, e trabalhar com uma das dimenses de um plano de negcios,
a pesquisa de demanda. Mas como se trata de um estudo que possui metodologia
especfica, utilizar mtodos de pesquisa bem definidos, confiveis e de possvel
replicao, ele tambm poder ser considerado uma pesquisa de cunho cientfico.
Outro fator que enaltece o carter cientfico do trabalho a discusso terica da
temtica plano de negcios, abordando seus principais pontos, e sua importncia
para o setor. Essa discusso se basear em diferentes autores referncias na rea.
Trabalhos que abordem as temticas projeto de viabilidade, plano de
negcios e pesquisa de demanda no so inditos, na realidade so muito
trabalhados em todas as reas das cincias sociais, inclusive no turismo. Mesmo
sendo tipos de pesquisa j bastante exploradas, os mesmos so sempre bem
-
12
vindos, pois so consideradas as primeiras etapas para a possvel abertura de um
empreendimento, e a partir destes estudos que o empreendedor ter maior
confiana se a ideia de negcio realmente vale a pena ser desenvolvida.
A cidade j oferece algumas opes de lazer noturno, mas todas elas seguem
um mesmo padro, sem diversificaes no ambiente. Embora alguns ofeream
maior qualidade e tradio no mercado, at o momento no h nenhum
empreendimento na cidade que possa ser considerado temtico.
Ser um trabalho indito realizado no curso de Turismo, seguindo o objetivo
de trabalhar uma pesquisa de demanda abordando o turismo gastronmico. A partir
deste estudo poder ser desenvolvido ou fomentado a elaborao de outros
trabalhos. Tambm ser importante, pois abordar vrios itens estudados durante
todo o curso como gastronomia, economia, estatstica, administrao, dentre outras.
Outra vantagem deste tipo de projeto que futuramente este estudo poder ser
aplicado na prtica.
O propsito deste trabalho atender a necessidade de um novo espao de
lazer e entretenimento voltado populao local, estudantes e a visitantes em geral,
enfim, a pessoa frequentadora da noite. Trata-se de um bem comum que tem como
objetivo criar a diversificao tanto no ambiente, quanto nos servios oferecidos.
-
13
1 METODOLOGIA
Nesta pesquisa utilizou uma abordagem de nvel quantitativo que traduziu em
nmeros, opinies e informaes para analis-las e chegar a uma padronizao de
resultados para atingir os objetivos propostos. O universo da pesquisa foi a cidade
de Irati e regies vizinhas como Fernandes Pinheiro, Rebouas, Teixeira Soares, e
Rio Azul. Trata-se de uma pesquisa exploratria, pois envolve entrevistas com
pessoas que vivenciam o problema pesquisado, levantamento bibliogrfico e uma
anlise de exemplos que estimulam a compreenso.
Os dados foram coletados por meio de fontes primrias e secundrias, sendo
os primrios atravs da aplicao de questionrios para a coleta de dados de Irati e
regies vizinhas. E secundrios por meio da pesquisa bibliogrfica e documental.
Cada um dos mtodos utilizados ser apresentado com maior detalhamento nos
prximos pargrafos.
A pesquisa ocorreu em etapas sendo a primeira caracterizada por uma
pesquisa bibliogrfica a respeito dos conceitos e contedos que tiveram como base,
os seguintes temas: plano de negcios, empreendedorismo, pesquisa de mercado,
turismo e gastronomia. As informaes foram encontradas em livros e artigos para
se atingir os resultados esperados. E foi utilizado como principais autores; Fagliari
(2005), Dornelas (2001), Rosa (2007), Schumpeter (1949), Kirzner (1973), Azevedo
(2004), Livingtone (1982), Tucherman (2010), Schlter (2003), Cruz; e Edme
(2008), Gimenes (2009), Castelli (2001), Meneses e Carneiro (1997), entre outros.
Esta pesquisa foi realizada no perodo de maro e junho de 2012.
A segunda etapa foi caracterizada pela pesquisa de campo que foi
direcionada aos iratienses e a regio, e que teve como objetivo verificar se este
pblico acha que Irati tem potencial para mais um novo empreendimento de
entretenimento noturno. E se caso fosse aberto um novo bar os mesmos seriam
frequentadores do local. O questionrio foi composto de perguntas fechadas para
facilitar a tabulao de dados (VIDE APNDICE 1). O objetivo foi saber se este
empreendimento teria demanda significativa. Para isso j foi feita uma pesquisa
documental no senso da cidade elaborado pelo IBGE em 2010, documento este
disponvel na Prefeitura Municipal de Irati, para descobrir qual o nmero de
habitantes iratienses e visitantes entre 18 a 40 anos. Essa faixa etria foi escolhida,
pois o pblico que mais consome este tipo de produto. De acordo com este
-
14
documento, Irati conta com 23.322 habitantes neste grupo, nele esto includos o
rural e o urbano. A partir desta populao foi calculada a amostra a ser pesquisada.
A pesquisa utilizou-se da seguinte frmula de clculo de tamanho da amostra. Vale
ressaltar que este clculo foi desenvolvido por Dancey e Reidy (2006):
Onde n o tamanho da amostra, N o tamanho da populao entre 18 e 40
anos que ser de 23.322 pessoas, Z o valor da abscissa da curva normal que de
1,96, associada a um nvel de confiana de 95%. d o erro tolervel da amostra em
porcentagem de mais ou menos 5%, p e q a proporo de se escolher uma dada
empresa aleatoriamente, 50% em ambos os casos. A partir deste clculo chegou-se
ao nmero de 378. Esse o nmero de questionrios que foram aplicados durante a
pesquisa.
A pesquisa documental foi realizada no ms de abril, sendo que em outubro
junto a Prefeitura Municipal de Irati, e a aplicao de questionrios contendo nove
perguntas, ocorreu nos meses de julho e agosto de 2012. A escolha dos casos foi
feita de maneira aleatria, apenas obedecendo ao limite de idade estipulado pela
pesquisadora, de 18 a 40 anos. Alm da questo da idade, para facilitar a tabulao
dos dados, o universo pesquisado foi de 50% de pessoas do gnero feminino, e
50% do gnero masculino.
A anlise de dados ocorreu por meio da tabulao das informaes obtidas
atravs de questionrios e apresentados em forma de grficos para facilitar a
visualizao e o entendimento do leitor.
-
15
2 PLANO DE NEGCIOS: DISCUSO TERICA, ETAPAS E APLICAO NA
REA DE ALIMENTOS E BEBIDAS
Este marco terico abordar temas referentes inicialmente ao plano de
negcios, a seguir contar alguns fatores importantes do empreendedor, depois
viro questes da pesquisa de demanda e enfim adentrar assuntos de alimentos e
bebidas, tipos de estabelecimentos, e tornado a estes tipos se dar mais nfase
questo dos bares voltados temtica country.
Vale ressaltar que o primeiro subcaptulo responde a um dos objetivos
especficos da pesquisa que discutir teoricamente a temtica do plano de
negcios, por meio da discusso de dois autores Rosa (2007) e Baumgartner (2005)
mostrando a importncia deste instrumento para o empreendedor.
2.1 PLANO DE NEGCIO
A abertura de um novo negcio sempre mais difcil do que realmente
aparenta ser. Antes mesmo de procurar as atividades burocrticas, importante que
o empreendedor defina bem a ideia, o conceito do que quer trabalhar e verificar se
tal ideia tem viabilidade no mercado no qual quer se instalar.
Para saber se h a viabilidade de abrir um estabelecimento e para diminuir as
chances do negcio dar errado o SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio s Micro e
Pequenas Empresas publicou em parceria com Rosa (2007) um roteiro de plano de
negcios, que nada mais do que um mapa de qual ser o percurso a seguir para
abrir um empreendimento.
Segundo Rosa (2007, p.8)
Plano de negcios um documento que segue por escrito os objetivos de um negcio e quais passos devem ser dados para que estes objetivos sejam alcanados, diminuindo riscos e as incertezas. Um plano de negcios permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invs de comet-los no mercado.
Para Matos, Melchor e Fiorentini (2004) plano de negcios equivale a um
projeto da empresa, onde cada uma das questes ser detalhada ao mximo,
estudada, compreendida e dominada para que o empreendedor seja capaz o
suficiente para a tomada de decises.
-
16
Segundo Venturi (2010), o plano de negcios descreve de forma detalhada as
funes do estabelecimento, suas estratgias, e como far para conquistar uma
parcela do mercado suas possveis projees e despesas, bem como receitas e
resultados financeiros.
Plano de negcios uma ferramenta de auxlio para os empreendedores,
nele constam os principais objetivos e quais os passos devem ser dados, tudo deve
ser detalhado e estudado ao mximo, para que as decises tomadas consistam de
maior confiabilidade possvel, diminuindo assim seus riscos e incertezas.
Para Dornelas (2001), o plano de negcios deve ser escrito com cuidado para
que no contenha dados e nmeros fora da realidade. um documento que
sintetiza e explora as potencialidades do negcio, bem como riscos inerentes a ele.
uma ferramenta para o empreendedor expor suas ideias e que mostra a
viabilidade e probabilidade de sucesso no mercado.
Baumgartner (2003) afirma que alm de abrir horizontes para possveis
resultados, o plano de negcios serve de guia, trata-se de um mapa para atingir o
destino desejado, pois conduz do ponto de partida a meta final, dando noes claras
dos obstculos pela frente indicando caminhos e decises certas a tomar.
Portanto, nele constam os principais pontos a serem atingidos no plano de
negcios, ou seja, suas etapas, resumo dos principais pontos do plano de negcios,
dados dos empreendedores e formao profissional, dados do empreendimento,
misso da empresa, setores de atividades, forma jurdica, enquadramento tributrio,
capital social, fontes de recursos. (ROSA, 2007)
Segue um levantamento detalhado de cada uma das etapas segundo Rosa
(2007):
Resumo dos principais pontos do plano de negcios: Menciona-se no
plano um breve relato sobre as principais caractersticas que este
necessita conter, como: explicao do que negcio; seus produtos
e/ou servios; qual sero seus clientes; a quantidade de capital a ser
investido; seu faturamento mensal; a expectativa de lucro sobre o
negcio; tempo de espera que o capital investido retorne;
Dados dos empreendedores e formao profissional iro informar os
dados dos responsveis pelo empreendimento, seus perfis,
habilidades, conhecimentos e experincias anteriores. Tudo isso pode
ser til a favor do empreendedor, pois facilitar o trabalho se este j for
-
17
conhecedor do mesmo, e tiver as noes mnimas de como agir em
determinadas situaes;
Dados do empreendimento, onde contar nome da empresa e nmero
de inscrio do CNPJ Cadastro Nacional de Pessoas Jurdicas;
Misso da empresa definir o papel que desempenha na sua rea de
atuao, ser o ponto de partida para a tomada de seu negcio;
Setores de atividades onde dir qual negcio a empresa ir seguir, em
qual setor da economia podendo ser: Agropecuria, indstria,
comrcio, e prestao de servios;
A Forma Jurdica uma etapa na qual: Determina a maneira pela qual
ela ser tratada pela lei, assim como seu regulamento jurdico com
terceiros (ROSA, 2007, p. 19). Para micro empresas existem duas
formas mais comum: Sociedade limitada e empresrio;
O enquadramento tributrio contar a forma de como as empresas
faro os clculos e o recolhimento dos impostos junto ao governo
federal, sendo estas de trs diferentes formas, empreendedor
individual, regime normal ou o simples nacional;
Capital social em que caracterizada por todos os recursos da
empresa, sejam eles dinheiro, equipamentos, ferramentas, etc.
Impostos pelo proprietrio para a montagem do negcio;
Estas etapas criadas por Rosa (2007) so colocadas de forma mais clara para
que os prprios empreendedores consigam atingir seus objetivos sozinhos.
J Baumgartner (2005) tem outra viso sobre este documento e explica que o
plano de negcios deve haver uma estrutura, que possa ser de fcil entendimento e
que transmita toda a essncia do projeto. E normalmente deve ser organizado da
seguinte forma:
1) Sumrio executivo;
2) ndice;
3) Descrio da empresa;
4) Descrio do negcio;
5) Plano financeiro.
Para um melhor entendimento ser explicada cada umas destas etapas
segundo Baumgartner (2005):
-
18
1) Sumrio executivo: Sua funo apresentar os principais pontos sobre o
mercado no qual vai se realizar a pesquisa, os produtos e servios em que sero
oferecidos, as estratgias competitivas, os investimentos que sero necessrios, as
formas de se financiar e as projees dos respectivos resultados.
2) ndice: Uma apresentao colocada em ordem de todo o contedo do
plano de negcios, com indicao dos tpicos e de suas pginas. Primeiro passo
ser os valores da empresa, para garantir o sucesso do empreendimento deve-se
levar em considerao a forma de como este ser administrado, logo no inicio
levanta-se o objetivos, a misso, a viso e suas polticas que orientaro todas as
atividades da empresa.
A estrutura organizacional entrar no ndice como mais um subitem a se
levantar, neste momento a nfase ser para o organograma da empresa.
E no ndice tambm que ser colocada constituio legal que abordar a
estrutura jurdica da sociedade, a participao dos scios, o nome oficial, nome
fantasia, a localizao, a data de fundao, os registros e vnculos de rgos
competentes, ou seja, o item mais burocrtico do plano.
3) Descrio da empresa: Para garantir o sucesso a forma de como a
empresa organizada se torna muito importante. E j de incio se deve apresentar o
objetivo, as misses, a viso e as polticas enfim ver a empresa no mercado.
4) Descrio do negcio: Apresenta o potencial do mercado e da regio onde
se pretende instalar o empreendimento e as possveis oportunidades do negcio.
Esta parte do plano de negcios poder ser estruturada da seguinte forma:
1. Setor econmico;
2. Mercado alvo;
3. Concorrncia;
4. Plano de marketing
5) Plano Financeiro: Apresenta as receitas e despesas, o investimento inicial,
o fluxo de caixa assim como a avaliao do retorno do investimento. O plano
financeiro segue uma sequencia lgica: Receitas, custos e despesas, investimentos,
fluxo de caixa, demonstrao de resultados e balano patrimonial.
Matos, Melchor e Fiorentini (2004) abordam algumas perguntas que sero
respondidas pelos resultados do plano de negcios como, por exemplo: Quais
produtos que o bar vai oferecer? Quem cad o cliente? Onde ser instalada a
empresa? Como sero obtidos os produtos que forem comercializados? Qual deve
-
19
ser a competncia dos dirigentes da empresa? Que resultados sero obtidos? O que
de melhor ser oferecido?
Estas so apenas algumas das questes que devem ser respondidas com a
elaborao do plano de negcios, em uma abordagem mais ampla surgiro muitas
outras. E nada mais importante chegar a respostas convincentes a estas aes.
(MATOS, MELCHOR e FIORENTINI, 2004)
Algumas das respostas sero em forma de estratgias, planos de ao,
mtodos de trabalho, outras sero concluses numricas que mediro o efeito de
cada deciso que voc tomar para a formatao de sua empresa. (MATOS,
MELCHOR e FIORENTINI, 2004, p. 9).
De todas as questes que devem ter dedicao ao se esclarecer Matos,
Melchor e Fiorentini (2004) do nfase e ateno redobrada a quatro itens do seu
plano, que so eles: gastos, preo de venda, escala-ponto de equilbrio e margem
de contribuio e retorno do investimento. Ou seja, todo o contedo financeiro do
empreendimento, pois as decises tomadas tero impacto direto no volume de
vendas, volume de gastos ou no preo, e principalmente na lucratividade e
rentabilidade do investimento.
Matos, Melchor e Fiorentini (2004) explicam detalhadamente cada um dos
quatro itens:
Gastos (investimento inicial, custos e despesas): Antes de pensar em scios e
at mesmo antes de se pensar em fontes de financiamentos, devem se levar em
considerao os gastos que sero necessrios para montar o empreendimento.
O investimento inicial com o tempo se a empresa funcionar de forma
adequada ser recuperado, ou seja, aps algum tempo de funcionamento isto
retornar em forma de lucro. Sero muitas as situaes a considerar em um
investimento inicial, o empreendedor deve fazer uma relao de todas as despesas
que ter e por mais que tenham sido feitas listas contendo tudo que um bar
necessita para funcionar, assim mesmo surgiro imprevistos, ou seja, gastos que
no estavam em seus levantamentos, por este motivo necessrio que o
empreendedor tenha sempre uma reserva em dinheiro para a resoluo dos
possveis imprevistos.
Preo de venda: preciso garantir que o preo dos produtos comercializados
seja suficiente para pagar as contas do empreendimento. A compreenso das
oportunidades de negcio que encontrou e o domnio sobre a composio dos
-
20
custos de seu bar permitiro que desenvolva sensibilidade para fixar o preo de
venda (MATOS, MELCHOR e FIORENTINI, 2004, p.14)
Isto ser decidido por duas equaes bsicas:
Lucro (unitrio) = Preo de venda que o mercado cobra Custo
Varivel + Despesas Comerciais + Parcela de Despesa Fixa, ou seja: L = PVm
CV + DC + DF
Colocando de outra maneira:
Preo de venda desejado por voc = Custo Varivel + Parcela de
Despesa Fixa + Despesas Comerciais + Lucro, ou seja: PVd = CV + DF + DC + L
O sentido da primeira equao que o preo fixado pelo mercado, e se a empresa aplicar este preo, muito provavelmente ter dificuldades para cobrir, alm dos custos variveis e das despesas comerciais, as despesas fixas e ainda acumular lucro. (MATOS, MELCHOR e FIORENTINI, 2004, p.15)
Segundo Matos, Melchor e Fiorentini (2004) para conseguir acompanhar o
preo imposto pelo mercado precisa-se manter as despesas fixas reduzidas para
assim poder obter um lucro, se ocorrer de os preos serem menores que os gastos
no haver o lucro, e pior aumentar os preos dos produtos e o mercado recusar
trazendo como alternativa abaixar os custos e as despesas.
Preo de venda - Custo Varivel - Despesas Fixa - Despesas
Comerciais= Lucro
A segunda equao mostra que o preo poder ser fixado pelo empreendedor
como um resultado da somatria de custos, despesas e do lucro que deseja ter.
Somente assim saber que se vender alcanar lucro na venda.
Mas o que pode ser considerado bom preo para o empreendedor, pelos
clientes poder no ser aceito, apenas se obter lucro se conseguir pagar todas as
despesas fixas e acumular quantidade desejada de lucro, assim necessita de vender
determinado volume e conseguir certa quantidade de clientes. Isto ser alcanado
se maioria dos clientes aceitar o preo oferecido. (MATOS, MELCHOR e
FIORENTINI, 2004)
A Escala-ponto de equilbrio o Ponto de equilbrio representa a quantidade
de venda que precisa ser realizada mensalmente para gerar receitas suficientes para
pagar todo o custo varivel gerado (MATOS, MELCHOR e FIORENTINI, 2004,
-
21
p.17) Sendo elas despesas comerciais e fixas geradas pela empresa durante o ms,
isto significa empatar no tendo lucro acumulado, mas tambm no ter prejuzos.
Para Martins (2000) o ponto de equilbrio indica a capacidade mnima que a
empresa deve operar para no ter prejuzo. Indica a relao entre o volume de
vendas e a lucratividade, assim determinando o nvel de vendas necessrio para
cobrir os custos operacionais.
Mesmo que haja lucro em cima de cada venda, o pagamento das dividas fixas
consome parte deste lucro e no final do ms a empresa j esteja no prejuzo, vrias
empresas entram nesta situao, pois realizam vendas mais nunca sobra dinheiro.
Isto acontece porque as despesas fixas levam tudo. A quantidade vendida inferior
ao que necessrio vender.
E para acumular lucro necessrio vender acima do ponto de equilbrio. E
para isso utiliza-se da seguinte frmula:
Despesas Fixas Volume de vendas = % Custo Varivel + % Desps. Comerciais+ % Lucro 1 -
100 J margem de contribuio quanto cada produto e servio vendido
contribuem para pagar as despesas fixas e para formar o lucro. Segundo SEBRAE
junto ao autor Lobrigatti (2004) esclarecem qual o sentido da denominao margem
de contribuio onde:
Margem: porque a diferena entre o valor de venda e os valores de custos e
das despesas especficas desta venda.
Contribuio: representa em quanto o valor das vendas contribui para o
pagamento das despesas fixas e tambm para gerar lucros.
A margem de contribuio igual o valor das vendas menos os custos
variveis e das despesas variveis.
Margem de contribuio = Valor das vendas (custos variveis +
despesas variveis)
O valor encontrado representa o quanto empresa consegue gerar de
recursos para pagar as despesas fixas e obter o lucro. (LOMBRIGATTI, 2004)
-
22
Retorno do investimento denota que mensalmente a empresa devolver parte
dos investimentos inicialmente ou durante a vida da empresa. Esta parte que
retorna que paga o investimento feito, o lucro acumulado no perodo. (MATOS,
MELCHOR e FIORENTINI, 2004, p.20)
Retorno sobre Lucro x 100 o investimento =
Investimento
Farah, Cavalcanti e Marcondes (2008) descrevem algumas das vantagens em
que plano de negcios traz escrito, como a de fazer o elaborador transformar suas
ideias em objetivos claros e de fcil entendimento de terceiros, a necessidade de
buscar informaes sobre o mercado, concorrentes, produo e fornecedores onde
mais tarde sero muito valiosas, facilita a negociao com bancos, ao empreendedor
ajuda a refletir sobre sua futura empresa seus pontos fortes e fracos.
Todos estes pontos so importantes, pois fazem o empreendedor realizar
esforos de contatos externos e de reflexo continua a cerca da viabilidade
empresarial. (FARAH, CAVALCANTI e MARCONDES, 2008).
Para Rosa (2007) quanto mais clara as ideias do empreendedor e quanto
mais ele souber sobre o mercado e o ramo no qual quer atuar, melhores sero os
resultados. Vale a pena ressaltar que o manual no tem como objetivo apenas quem
tem interesse em abrir um novo negcio, como tambm est destinado queles que
pretendem ampliar o empreendimento j existente.
importante ressaltar tambm que o documento criado por Rosa (2007)
direcionado ao SEBRAE, e o principal pblico a ser atingido pelo instituto so os
pequenos empreendedores que juntos compem a economia produtiva do Brasil,
pois so de fundamental importncia mediante os empregos que geram. Ainda
segundo o SEBRAE (2004), no Brasil nada menos que 98% das empresas
instaladas so de pequeno e mdio porte representados pela indstria, comrcio e
servios.
Para Dornelas (2001) importante que o plano de negcios possa
demonstrar a viabilidade de se atingir uma situao futura, mostrando como a
empresa pretende chegar l. Para o empreendedor formidvel que o plano sirva
como uma orientao, e periodicamente seja revisado permitindo alteraes.
-
23
De nada adianta um plano de negcios sem que haja algum para coloc-lo
em prtica e neste momento crucial em que entra o empreendedor, pois ele
quem ter a ideia inicial e que tomar todas as medidas necessrias para implantar
um empreendimento.
2.2 PERFIL DO EMPREENDEDOR
So muitas as definies existentes sobre empreendedorismo. Talvez uma
das mais antigas seja de Joseph Schumpeter (1985) na qual ele destaca que o
empreendedor aquele que destri a ordem econmica existente pela introduo de
novos produtos e servios, pela criao de novas formas de organizao ou pela
explorao de novos recursos e materiais.
J Kirzner (1973) tem uma abordagem diferente, j que empreendedorismo
para o autor aquele que cria um equilbrio, encontrando uma posio clara e
positiva em um ambiente de caos e turbulncia, ou seja, identifica oportunidades na
ordem presente. Para Dornelas (2001) os dois autores afirmam que empreendedor
um identificador de oportunidades, sendo um indivduo curioso e atento a
informaes, pois reconhece que suas chances melhoram quando seu
conhecimento aumenta.
O empreendedor aquele que imagina, desenvolve e realiza suas vises.
(FILION, 1999 apud DOLABELA, 1999 p.29). Estas vises so apresentadas em trs
categorias sendo elas: as emergentes, as centrais e as complementares. As vises
emergentes so o resultado de ideias do empreendedor antes mesmo do incio de
um novo negcio, onde tem a imagem pouco ntida de como ser seu
empreendimento, neste momento ele apenas se inspira na busca de algo que
venha a atender a alguma necessidade do mercado, sem saber se esta ideia
vivel e da onde procurar recursos para financi-la. (FARAH, CAVALCANTI e
MARCONDES, 2008)
A viso central segundo Farah, Cavalcanti e Marcondes (2008) seria os
resultados das vises emergentes, neste momento o empreendedor j dedicou
perodo satisfatrio ao plano de negcios. Neste momento a ideia evoluiu at se
tornar um projeto claro de desempenho. A capacidade de produo e de prestao
de servios j esta estabelecida, o apoio financeiro tambm.
-
24
As vises complementares esto catalogadas a aspectos gerenciais do novo
empreendimento, ou seja, do todo o suporte viso central. Isto ocorre por
melhorias de produtos ou ajustes da estrutura da empresa.
Dornelas (2001) ainda destaca que so os empreendedores que esto
eliminando barreiras, encurtando distncias, globalizando e renovando, criando
novas relaes de trabalho e novos empregos gerando riquezas para a sociedade.
Para o autor o perfil deste empreendedor est em um olhar sobre o mundo
medida que presencia a evoluo e a necessidade das pessoas. Est em assumir
riscos financeiros, tentar algo novo, um aprendizado pessoal que junta
determinao, motivao e iniciativa.
Venturi (2010) destaca que um empreendedor no ramo de alimentos e
bebidas deve conter as seguintes atitudes:
Iniciativa e criatividade, ou seja, inovar, optar sempre por buscar novas
oportunidades e servios aos clientes, para que no seja atingido pela
concorrncia.
Buscar a qualidade, tanto na matria prima utilizada no preparo dos
alimentos e bebidas, como no trabalho e servios oferecidos.
Liderar pessoas utilizando-se do respeito e da confiana.
Capacidade de perceber as tendncias de mercado, por este motivo a
carncia pela leitura, pesquisa e participao em eventos.
Planejar e monitorar os processos para no perder o caminho do
negcio nem ficar sem recursos.
Manter uma rede de relacionamentos e de relaes pblicas, para ser
conhecido e respeitado, assim virar uma referncia com os servios
prestados.
Ser persistente e comprometido com a empresa, com os clientes e com
os funcionrios.
Alm disto, o autor ainda destaca que existem algumas razes para o
empreendedor investir em estabelecimentos de alimentos e bebidas; so eles:
aproveitar uma oportunidade de negcio; aptido profissional; prazer em cozinhar;
necessidade e sobrevivncia econmica; e realizao pessoal.
Segundo Pessoa (2009) nada mais importante antes de abrir um
empreendimento o empreendedor ser conhecedor do mesmo. Muitos aspectos
-
25
devem ser analisados antes de traar o perfil do seu estabelecimento, tudo deve ser
pesquisado e observado. Se for pensado em um empreendimento gastronmico,
captulo deste trabalho, no possvel esquecer de que o alimento uma das
necessidades bsicas do ser humano e que ele exige limpeza e sabor. Por isso
antes da implantao de um estabelecimento neste porte deve haver a pesquisa de
mercado para se refletir qual a melhor forma de entrar e permanecer no mesmo
dando a devida ateno a todos os itens propostos.
2.3 PESQUISA DE MERCADO
Pessoa (2009) afirma que hoje em dia no h lugar para erros, quaisquer
erros que aconteam podem no ter mais volta at porque todas as economias os
empreendedores iniciais j investiram no estabelecimento. E para diminuir a
probabilidade de que estes erros existam necessria uma pesquisa de mercado.
Pesquisa de mercado a coleta de informaes junto ao consumidor,
concorrente ou fornecedor para orientar a tomada de decises ou solucionar
problemas de empresrios e empreendedores (AZEVEDO, 2004, p. 1).
Segundo Moutinho (1981) pesquisa de mercado se baseia em conhecimentos
cientficos, onde o principal objetivo conhecer as preferncias e o comportamento
dos consumidores, e com essas informaes obtidas chega-se a resultados para
solucionar problemas empresariais.
A pesquisa de mercado existe para solucionar e beneficiar a empresrios que
pretendem abrir ou j possuem um negcio. A pesquisa contar com questes de
tempo, dinheiro, erro, prejuzo, os tipos de reaes que tero os consumidores com
o determinado empreendimento ou produto, enfim muitas outras informaes que s
podero ser obtidas atravs de uma pesquisa de mercado adequada. (MOUTINHO,
1981)
Pesquisa de mercado para Moutinho (1981) tem seu uso em bancos,
comrcio, indstrias, grupos de financiamentos, estabelecimentos de ensino
agncias de propaganda e dentre outros. E no deixando de lado o governo que
tambm a utiliza em seus ministrios, institutos, universidades, etc.
Para Pessoa (2009) somente depois de conhecer todas as respostas e
informaes o empreendedor poder definir quais desejam por em prtica. Deciso
a deciso tudo deve ser pesquisado para devidamente planejado e organizado.
-
26
E para saber como funciona a pesquisa de mercado existe um processo que
consiste em etapas, segundo Moutinho (1981) so elas:
a) O preparo do projeto: Nesta primeira etapa deve-se definir o problema
e formar os objetivos. Estabelecem quais mtodos sero utilizados
para a obteno de dados, e como ser feita estas anlises. Tambm
estabelece amostragem, o tempo de execuo e o custo do trabalho.
b) Obteno de dados: Sero obtidos dados internos da empresa e
comparados com informaes conseguidas em outras fontes. Sero
reunidos estes dados internos obtidos pela pesquisa de campo, e
aplicado na forma de entrevista ou questionrio visando saber a reao
do publico. Neste momento tambm ser feita a pesquisa externa, seu
modo de aplicar varia podendo ser por correspondncia, por telefone e
individualmente.
c) Anlise e interpretao dos resultados: Com a posse dos dados em
mos, os mesmo sero selecionados para serem utilizados apenas
aqueles que tragam realmente informaes de confiana ao campo da
pesquisa. Aps a conferncia, chega-se ento a hora da codificao,
ou seja, correspondem a um determinado smbolo e estes smbolos
normalmente so nmeros que podero ser tabulados e contados. Esta
tabulao nada mais do que a contagem das respostas de cada
questo que sero organizadas em quadros estatsticos ou grficos.
d) Relatrio: Somente aps a publicao do relatrio que a pesquisa ser
concluda, neste relatrio deve conter tudo de importante que foi
abordado, feito e encontrado. Seu estilo deve ser claro com frases
curtas e diretas. Pontos chave que um relatrio deve conter:
1) Um ttulo que indique com exatido a finalidade da pesquisa;
2) Apresentao do problema que originou a pesquisa;
3) Os processos utilizados na pesquisa;
4) Apresentao dos resultados;
Para Livingstone (1982), a pesquisa de mercado provm de duas fontes
sendo elas primrias e secundrias. As primrias envolvem a obteno de
informaes das pessoas e a maior parte da pesquisa gira em torno destas decises
e opinies obtidas. E as fontes secundrias so construdas de materiais j
-
27
existentes, elas no foram produzidas especialmente para esse levantamento
especfico.
Outro ponto importante a ser levantado quando se fala de pesquisa de
demanda, a abordagem de questes da oferta e da demanda.
Para Girnardi (2007) demanda aquilo que o consumidor deseja adquirir em
certo tempo em determinado espao. Hsieh (2006) complementa, a demanda
formada pelo pblico alvo que busca determinado produto.
Segundo Girardi (2007) a demanda pode ser influenciada por vrios fatores,
que so eles: gosto dos consumidores, relao entre preo do bem, a relao do
seu preo com preos de bens ou substitutos, relao de preo e poder de compra
do consumidor.
Para Walker e Lundberg (2003) a demanda no fcil de quantificar, no
mximo se consegue chegar a uma estimativa do nmero de clientes. E para
chegar a este clculo deriva-se: da populao dentro da rea de alcance; da diviso
demogrfica dessa populao, em termos de nacionalidade, raa, idade, sexo
religio, emprego, educao e renda.
Estes dados indicam o total de pessoas que poderiam vir a tornar clientes
(WALKER e LUNDBERG, 2003, p. 107). Porm vale ressaltar que nos ltimos anos
estas informaes geogrficas tenham perdido um pouco de sua relevncia.
Algumas das razes desta mudana so o estilo de vida, e a crescente natureza
multicultural da sociedade americana, atravs dos fast foods. (WALKER e
LUNDBERG, 2003).
J a Oferta a quantidade de bens e servios que os produtores dos
mesmos desejam vender em determinado espao de tempo (GIRARDI, 2007, s/p).
A oferta para Hsieh (2006) pode ser direta ou indireta. A direta considera
empreendimentos similares, e a indireta, apesar de no serem similares, interferem
no desenvolvimento do negcio, e por este motivo sempre necessitam de ateno.
A oferta segundo Girardi (2007) depende de algumas variveis como a
quantidade ofertada, o preo, preo dos concorrentes, custo de produo e
tecnologia empregada na produo destes bens e servios.
Girardi (2007) acrescenta, quando h o aumento de preos de determinado
produto ou servio maior ser seu estmulo para esta produo, j quando este bem
se normaliza e h sua reduo de preos isto estimula a demanda e desestimula o
almejo dos fabricantes e empreendedores em produzi-lo. Estas foras oferta e
-
28
demanda vivem em constante conflito, o que faz com que o preo dos produtos gire
em torno da oferta, que oferecer pouco para o mesmo elevar-se, e pela demanda
que almeja que haja muitos produtos para que estes mantenham-se a preos mais
acessveis.
Mas importante ressaltar que a pesquisa de mercado no se limita a oferta
e a demanda. Ela tambm deve analisar a questo da concorrncia, que significa
aquele quem faz exatamente o mesmo produto ou presta literalmente o mesmo
servio que a atual organizao em anlise ou a futura organizao a ser
estabelecida. (REZENDE, 2008, p. 73).
Para Rosa (2007) com a observao da concorrncia pode-se haver a
necessidade de levantar seus pontos fortes e fracos como suas prticas e
deficincias, observando comparaes como qualidade, preos, localizao,
atendimento e servios oferecidos. Competir com uma boa concorrncia gera
estmulos de melhorias nos servios que ir propor no negcio.
Segundo Bernardi (2007) sem a existncia da pesquisa, a empresa aborda o
mercado apenas com impresses, sem definies corretas de quais seriam os
moldes adequados para cada ao, deciso ou anlise.
Bernardi (2007) tambm levanta que para construir uma pesquisa de mercado
ser necessrio definir trs fundamentais aspectos:
Propsitos e objetivos da pesquisa;
Tempo e durao;
Custo envolvido.
Em conjunto estes aspectos podem definir os meios para a realizao da
pesquisa, que sero divididos em externos, por meio de empresas especializadas,
governo, associaes especializadas entre outros, e internos, gerados de sistemas
de banco de dados internos, cadastros e informaes de vendedores e
representantes, etc. (BERNARDI, 2007)
Bernardi (2007) complementa que somente com os objetivos, tempo e custo
definidos que a empresa ser direcionada quanto s quais mtodos de pesquisa
aplicados que podem ser cabveis desde entrevistas pessoais, telefonemas,
questionrios mais completos testados em campo.
Pessoa (2009) afirma que mesmo aps o funcionamento do estabelecimento
necessria que haja a pesquisa para saber como o mercado vem se comportando,
-
29
como os clientes veem as inovaes e se ainda se mantm satisfeitos com o
servio.
A pesquisa de mercado pode acontecer em qualquer setor de qualquer rea,
mas se dar ateno redobrada ao setor de alimentos e bebidas onde esta pesquisa
poder fazer a coleta de informaes sobre as necessidades dos clientes quanto a
tal empreendimento desta rea.
-
30
3 ALIMENTOS E BEBIDAS
Neste contexto ser abordado alguns assuntos ligados a gastronomia, sua
importncia para o turismo, cultura e alimentao, e tambm sobre o grande
interesse dos turistas pelas experincias gastronmicas enfim dando total nfase ao
setor de alimentos e bebidas.
O setor de alimentos e bebidas de grande importncia para o turismo, pois
alm de uma oferta tcnica, ou seja, necessidade para os turistas tambm
considerado muitas vezes como o atrativo principal da localidade. Atravs deste
setor que movimentar outros da economia, alm de ser um grande gerador de
renda e emprego para a comunidade local. (GIMENES, 2009)
No Brasil o setor de alimentos e bebidas vem aumentando. Segundo dados
do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA) e da Faculdade de Economia,
Administrao e Contabilidade da Universidade de So Paulo (FEAUSP), os gastos
dos brasileiros mostram que 25 a 30% das despesas com alimentao referem-se a
refeies fora de casa. (VENTURI, 2010)
Restaurantes, lanchonetes e padarias representam mais de 1,3 milhes de
estabelecimentos no Brasil, aproximadamente 3% do PIB, e mais de 7 milhes de
empregos. (VENTURI, 2010,p.38) H uma estimativa de que 80% das pessoas que
se alimentam fora de casa fazem com o intuito de provar novos sabores. (VENTURI,
2010)
Algumas tendncias do setor de alimentos e bebidas:
Aumento do interesse por cursos de gastronomia e culinria [...]; busca por uma alimentao saudvel [...]; curiosidade por culturas que estimulem os restaurantes temticos; entradas de novas redes de restaurantes fast-food no pas; maior consumo de alimentos prontos ou semiprontos, face s restries de tempo do dia a dia; maior preocupao com a qualidade dos alimentos, seu manuseio, preparao e armazenamento; nmero crescente de mulheres que trabalham fora de casa (estima-se em mais de 45%) [...] nmero de famlias de uma ou duas pessoas, o que desmotivador para quem prepara uma refeio, ou seja, mais prtico sair para comer fora; personalizao de servios [...]. (VENTURI, 2010, pp. 35-36)
O turismo considerado uma atividade do setor tercirio da economia, onde
esta em contato direto com a prestao de servios, sua principal funo atender
as necessidades e expectativas do turista ou visitante. A alimentao importante
para a atividade turstica, seja como atrativo ou como oferta tcnica, de modo que o
visitante possa suprir esta que uma de suas necessidades fisiolgicas mais
importantes. (BACHENDORF e GRECHINSKI, 2011, s/p)
-
31
Para Tucherman (2010) gastronomia algo que envolve diretamente a
culinria, bebidas, todos os materiais utilizados na alimentao e aspectos culturais
nela contidos. J Fagliari (2005) complementa o posicionamento do autor ao
destacar que o principal pressuposto da palavra gastronomia o prazer de degustar
e conhecer elementos da arte culinria.
Para Krause (2007, p.37)
A gastronomia pressupe uma correta produo dos alimentos, considerando um cardpio adequado e executado com as tcnicas corretas e a partir de matrias primas adequadas, bem como, um servio desta produo de forma adequada ao perfil do cliente, para seu conforto e dentro dos nveis de requinte compatveis situao e ao preo cobrado.
Gastronomia o prazer de saborear um prato, no apenas pelo motivo de
estar com fome, mais ir atrs de algo que lhe oferea requinte e uma produo
adequada, conhecer os mais variados elementos da arte culinria.
Desde a antiguidade pode-se dizer que a alimentao vem sendo objeto de
ateno e conhecimento. De um lado a necessidade inescapvel de ingerir para
manter a vida e, de outro, a enorme variedade de escolha neste processo [...]
(MENESES e CARNEIRO, 1997, p 09).
Fagliari (2005) afirma que cada povo possui uma culinria e hbitos
alimentares diferentes. O homem faz mudana no meio em que se insere e assim
nascem s comidas tpicas as quais so moldadas por costumes, tradies, crenas,
hbitos de seu povo. A alimentao muito importante para a cultura e para a
atratividade turstica local, regio ou pas.
Schlter (2003) afirma que a gastronomia vem ganhando terreno tanto para
residentes como para turistas. Cada sociedade conta com uma ampla bagagem de
tradies e costumes, e o turismo tem se aproveitado disso para atrair um visitante
interessado em diversas manifestaes culturais.
Segundo Fagliari (2005), o turista quando viaja motivado pela curiosidade e
busca sempre provar pratos diferentes dos seus de costume, pois cria expectativas.
Por exemplo, um prato pode at ser produzido em outros locais, mais jamais
substituir o prato degustado na viagem. Os turistas buscam experincias
prazerosas e diferentes.
Para Cruz e Edme (2008) comer uma necessidade bsica em toda
atividade turstica, e a gastronomia um bem capaz de estimular aos visitantes e
-
32
turistas para a descoberta dos sabores e saberes regionais e locais. A cozinha
regional faz parte da riqueza da gastronomia brasileira e um grande recurso
contribuinte para desenvolvimento do setor turstico.
Indispensvel para a permanncia do visitante a gastronomia e os
empreendimentos relacionados a ela podem ainda funcionar como agregadores de
valor a outros servios tursticos. (GIMENES, 2009, p.12). J Fagliari (2005, p. 16)
expe que, Apesar da relao entre turismo e gastronomia ser to forte e
perceptvel, em muitos casos no se d o devido crdito a ela.
Para Gimenes (2009) o turismo gastronmico pode trazer uma srie de
vantagens para todos os envolvidos. Ele incrementa a oferta de um determinado
destino, aumenta a oferta de entretenimento e lazer, gera empregos, aumenta a
atratividade do local incentivando assim a permanncia do visitante e gerando mais
renda para a localidade.
Fagliari (2005) comenta que turismo e alimentao devem caminhar juntos.
Pois vantajoso para todas as partes envolvidas: turistas, gestores, planejadores e
comunidades. Com isso s trar valorizao a cultura, a culinria tradicional, a
criao de novos empregos, tambm disponibiliza oferta maior e diversificada de
atrativos tursticos para os visitantes.
A gastronomia est disponvel em estabelecimentos especficos para esse fim
e com a evoluo da alimentao foram surgindo novas necessidades de diferentes
empreendimentos que se especializam em tipos especficos de pratos que oferecem,
facilitando assim aos consumidores que podem escolher segundo suas preferncias.
3.1 TIPOS DE ESTABELECIMENTOS GASTRNOMICOS
Castelli (2001) afirma que com o aparecimento do turismo em grande escala
surgem novas motivaes e desejos gastronmicos, e desta maneira surgiram
outras formas de fornecer bebidas e comidas ao pblico tipologia da restaurao,
tipos de espao em seu meio.
Fonseca (2006) afirma que para que possam ser atendidas as diversas
necessidades dos clientes e em contextos diferentes existem diferentes tipos de
estabelecimentos. Cada um seguindo diferentes contextos e composies, mas
todos se destinam a um mesmo propsito, a produo e venda de alimentos.
Fonseca (2006) tambm nos traz alguns exemplos de tipologias:
-
33
a) Brasserie: um restaurante e casa de bebidas ao mesmo tempo. As
brasseries europeias possuem geralmente dois sales, um para
servio de bebida e outro para os servios de refeies, que incluem
pratos variados e tpicos.
b) Choperias: Com um cardpio bastante vasto de aperitivos e com seu
principal atrativo as bebidas cervejas e chope. As choperias tiveram
suas primeiras aparies seguindo a um estilo alemo, com sua
decorao tpica e msica ambiente. Hoje em dia se vem dando lugar a
diversos tipos de ambientaes.
c) Casas Noturnas: Estes espaos vm se tornando cada vez mais
multifuncionais, oferecem distraes com os mais variados tipos de
atrativos incluindo espetculos, msicas, danas, bebidas e comidas.
No incio estas casas no ofereciam a alimentao, mas com o passar
do tempo a otimizao dos espaos e a constante necessidade de se
diversificar estas comearam a oferecer uma opo a mais ao pblico.
d) Pub: So bares que servem os mais variados tipos de bebidas, em sua
vez na maioria alcolicas. Os Pubs tiveram sua origem na Inglaterra.
Normalmente estes estabelecimentos tem horrio marcado para abrir e
para fechar. So ambientes fechados com a decorao tradicional
inglesa.
J Venturi (2010) traz outras tipologias ligadas restaurao:
a) Saloon, bowling ou snooker bar: Estabelecimento que agrega alimentos
e bebidas com jogos, como sinuca, cartas, boliche, jogos de mesa e
outros. E tambm pode oferecer msica ao vivo e espao para dana.
b) Uisqueria: Um bar especializado em bebida destilada, em particular o
usque, onde sua produo fundamenta-se na destilao de cereais
como arroz, milho cevada, entre outros.
c) Lounge: um bar e restaurante, que geralmente investe em msica,
com um som ambiente e sem finalidade de dana, de responsabilidade
de DJs. Criado nos anos de 1950, sua expresso significa sala pblica
de espera, pois se trata de um lugar que normalmente possui sofs e
teles para apreciar shows e videoclipes em DVD.
d) Cervejaria: Estabelecimento onde se comercializa e consome cerveja,
podendo ser tambm responsvel por sua fabricao.
-
34
Segundo Venturi (2010, p. 136)
O bar um estabelecimento comum no Brasil e oferece bebidas (refrigerante, sucos e cervejas), alm de sanduiches e salgados (pastel, bolinho de carne, etc.,). Pode significar um balco em que frequentadores consomem bebidas e iguarias de p ou sentado, e pode ser um local em que, alm do balco, tambm existam algumas mesas.
Como bar uma das principais temticas deste trabalho, ser explorada com
maior prioridade no prximo item e enfatizando todos os componentes a ele ligados.
3.1.1Bares: Histria
Para Maricato (2001) o surgimento do comrcio de bebidas no foi totalmente
desvendado. O que se pode dizer que este tipo de estabelecimento j data de
3000 anos a.C., onde os sumrios e egpcios faziam e comercializavam cerveja e
vinho. Os sumrios produziam cervejas para vender em camelos nas ruas; esta
bebida se utilizava de 40% da cevada cultivada na regio.
Na Amrica bem antes do renascimento h informaes de que os incas, os
maias e os olmecas tambm comercializavam bebidas e alguns alimentos.
(MARICATO, 2001)
Segundo Venturi (2010) foram encontrados vestgios no Egito em 512 a.C.
que havia um local de alimentao pblica que servia cereal, aves selvagens e
cebola, embora que isso no signifique que possa ter havido algum estabelecimento
do gnero antes.
Na poca do Imprio Romano, nos ncleos urbanos mais desenvolvidos ou
nas estradas que os interligavam havia os taberneiros, que ofereciam comes e
bebes aos viajantes. (MARICATO, 2001, p.23)
Segundo Maricato (2001) na idade mdia os mosteiros tambm deram uma
grande ajuda ao desenvolvimento do setor, pois ofereciam aos viajantes locais para
se abrigar davam-lhe alimentos e vinhos em troca de donativos igreja.
Para Venturi (2010) em 1.200 d.C., em Londres e Paris havia um nmero
considervel de casas de comida . J na poca do Renascimento foi onde houve um
amplo crescimento do comrcio, em suas feiras havia sempre quem comercializava
os vinhos e alimentos. No sculo XVI na Inglaterra, Henrique VIII em conflito com o
papa, determinou o fechamento dos mosteiros e a separao das hospedagens da
-
35
alimentao comercial. Somente mais tarde com a permisso em decreto se podem
vender cervejas novamente em hospedarias.
Venturi (2010) acredita que no sculo XVI, os caberets foram os precursores
de bares e restaurantes, pois ofereciam a seu pblico alm de shows uma boa mesa
para os clientes. Contudo estes estabelecimentos neste momento eram muito
diferenciados das casas noturnas que surgiram anos mais tarde.
Freund (2008) por volta do sculo XVII, dois americanos, aps uma viagem
pela Europa decidem abrir um estabelecimento semelhante s tabernas que haviam
conhecido na Frana. Deram o nome ao lugar de The Bar onde a grande diferena
era uma barra onde os clientes podiam apoiar suas bebidas e se encostar. Surge ali
o conceito de bar que vem do ingls barra, assim como hoje conhecido em todo o
mundo com esta denominao.
Os bares surgiram de alteraes sofridas pelos restaurantes. As bebidas, no incio, serviam principalmente para acompanhar as refeies. S no sculo XIX que alguns lugares, como os cafs parisienses, os pubs londrinos e as cervejarias alems, comearam a dar prioridade. (MARICATO, 2001, p.24)
Maricato (2001) explica que os estabelecimentos mais tpicos surgiram nos
Estados Unidos, onde viajantes e comerciantes foram adaptando ao clima, cultura e
o modo de vida americano. Aps a Segunda Guerra Mundial, os bares tiveram um
grande impulso entrando de vez na vida dos americanos.
3.1.2 Particularidades dos bares
Estabelecimentos de alimentos e bebidas em especial bares, restaurantes e
casas noturnas, se convertem em estabelecimentos de sociabilidade. Para Gimenes
(2009, p. 13). Estes espaos alm de oferecerem comidas e bebidas dos mais
diferentes tipos, orientadas para diferentes nichos de demanda terminam por
complementar a oferta e entretenimento dos destinos.
Castelli (2001) bares so estabelecimentos comerciais onde se serve bebidas
alcolicas ou no, tambm servem alimentos como petiscos e lanches. As bebidas
so servidas ao longo de um balco ou em mesas, onde os clientes so servidos por
um barman. Os locais destinados a vender bebidas alcolicas datam de muitos
sculos, recebendo diversas mudanas e nomes no decorrer dos tempos.
Freund (2008) ir apresentar alguns cargos relacionados aos servios de bar:
-
36
Chefe de bares: Aponta diretamente ao gerente de alimentos e bebidas que
chefia todos os funcionrios dos bares.
Barman: Um profundo conhecedor de bebidas e, alm disso, um funcionrio
que deve ser simptico e um bom ouvinte, pois todos os clientes apresentaro
contato com ele, uma vez que, dirigem-se ao bar principalmente para conversar.
Garom/garonete: Comparado s funes que um garom de restaurante
apresenta, com diferencial que lida com bebidas, petiscos e lanches. Aconselhvel
que seja um conhecedor das bebidas e drinks servidos, para tirar as possveis
dvidas e eventualmente sugestes aos clientes.
Cumim de bar: Auxilia ao barman com funes bsicas, principalmente na
organizao da mise-en-place. Ajuda tambm o garom no atendimento, com tarefas
simples como limpar a mesa entre um cliente e outro, assim como responsvel por
buscar as bebidas no almoxarifado. No fechamento tem a funo de ajudar na
arrumao e limpeza do estabelecimento.
Caixa: Organiza de forma adequada as comandas recebidas pelos garons, e
assim que verificadas lana no sistema. Ao caixa cabe tambm o papel de fechar a
conta que dever ser apresentada e assinada pelo cliente, esta funo por vezes
fica ao cargo do prprio barman.
Mas no em todos os bares que ir oferecer estes cargos apresentados,
isto vai depender de cada empreendimento e de sua estrutura.
Segundo Castelli (2001) bar um local onde as pessoas se encontram, para
passar momentos de distrao e deve oferecer condies para o conforto de seus
clientes como mesas, cadeiras e poltronas confortveis e uma decorao adequada
ao ambiente que se proporciona.
Segundo Freund (2008) administrar um bar no muito diferente de um
restaurante sua facilidade que oferece um cardpio menor e com alimentos que
so feitos de forma mais acelerada, que no exigem muito tempo de preparo. A
clientela de um bar dificilmente deixar de pedir cerveja, caipirinha, caipirssima,
usque, champanhe ou vinho.
Maricato (2001) faz um breve comentrio sobre cardpios de bares
explicando que as bebidas, drinques, petiscos, frios e sanduches so itens de maior
atrao, o que em restaurantes muitos nem esto disponveis. necessrio que o
bar inclua em seu cardpio algumas opes de pratos ou petiscos para clientes que
desejam se alimentar. O cliente que vai ao bar menos exigente, ento por este
-
37
motivo recomendvel que os pratos servidos sejam de fcil preparo, sem a
necessidade de pratos sofisticados.
Quanto s bebidas, Maricato (2001) descreve que no cardpio devem estar
listadas com preos, e em geral selecionadas por fornecedores, alm de
padronizadas no engarrafamento para facilitar aos clientes com gosto diferenciados.
Os drinques que exigem uma maior elaborao sua carta e preparao devem ser
entregue a um barman. Com relao aos petiscos e frios, este tipo de
empreendimento deve inclu-los no cardpio apenas se forem servidos com
qualidade. No se deve querer satisfazer a todos e assim deixar de lado a qualidade
apresentada, pois isso far com que o cliente no se fidelize a ainda saia divulgando
a m qualidade do estabelecimento.
Seja qual for o prato, a bebida, os petiscos, antes de inclu-lo no cardpio
deve-se verificar se o fornecimento da matria prima pode ser regular e se existe a
possibilidade de manter o preo e o padro de qualidade. (MARICATO, 2001,
p.117)
Freund (2008) comenta que os bares devem frequentemente criar novos
drinques, entretanto se bem divulgados podem se transformar em chamarizes para o
bar, movimentando o negcio e trazendo estmulos aos frequentadores.
Muitos bares utilizam-se de eventos para dar destaque ao empreendimento e
respectivamente a suas bebidas oferecidas como, por exemplo, Semana da
cachaa que destaca os drinks feitos com a bebida, outros eventos podem ser
relacionados a datas e acontecimentos especiais, a podemos citar como exemplo
os Jogos Olmpicos em Atenas com realce a Semana da Grcia em que se serve
alimentos e bebidas com destaque aquele pas. (FREUND, 2008)
Segundo Freund (2008) outro exemplo aos bares seria adquirir a opo
bebida do ms oferecida com descontos especiais. Uma forma de chamar a
ateno seria dar mais nfase ao item decorao com formas interessantes de
oferecer bebida, com cerejas, rodelas de limo, etc., ou pelo copo usado, cada
bebida simples ou composta exige um copo que reala suas qualidades, assim como
nossos sentidos da viso, do olfato e do paladar.
Estas e outras ideias podem ser criadas se o empreendedor enxergar longe e
buscar sempre satisfao diferencial aos produtos oferecidos a seus clientes.
(FREUND, 2008)
-
38
Castelli (2001) alguns bares so muito conhecidos por suas bebidas e
iguarias exticas outros pela sua tematizao que oferece um diferencial para este
tipo de atividade.
3.1.3 Tematizao em bares
Para Fagliari (2005) a tematizao vem sendo uma estratgia muito utilizada
por bares e restaurantes. A decorao do ambiente pode ser feita em maior ou
menor grau dependendo do capital financeiro e a demanda que a cidade
proporciona.
A tematizao cria uma sensao de se estar em um lugar onde realmente no se est. Essa a ideia central da tematizao. Um empreendimento temtico tem como vantagem competitiva, a criao de uma diferena em relao aos demais empreendimentos concorrentes que em nada se diferem uns dos outros. A tematizao aumenta o poder de seduo sobre o visitante, contribuindo para a sua fidelizao. Ela deve ser feita para tocar a alma do visitante, criando, sutilmente, vnculos emocionais perceptveis. (RIBEIRO, 2007, s/p)
Silva e Medeiros (2006) afirmam que os espaos temticos mesclam-se em
elementos externos do mundo l fora, com valores tradicionais, o que trs ao
usurio novas representaes. Um exemplo so os bares temticos de Fortaleza
que usam a figura do vaqueiro e do serto em sua arquitetura. A cenografia
projetada com objetos do serto o cardpio todo baseado na culinria regional e
com apresentaes musicais de grupos nordestinos.
Silvia e Medeiros (2006) ainda afirmam a esttica utilizada na decorao no
apenas mais um atrativo e um forte apelo ao imaginrio do consumidor,
despertando neste um sentimento com estmulos visuais, sonoros e olfativos.
Para Ribeiro (2007) a tematizao do ambiente oferece vantagens, pois
proporciona a diversificao do estabelecimento algo que o diferencia dos outros
que no trazem nada de novo para o setor, e ainda oferece ao visitante uma
experincia memorvel com um toque especial.
Um exemplo de tematizao do ambiente, podemos citar a temtica country,
como a principal precursora deste trabalho.
3.1.4 Bar temtico country
A partir da dcada de 1990, as redes de televiso disputam a transmisso dos
grandes eventos de rodeio no Brasil pode se citar a Festa de Peo de Barretos em
-
39
Barretos - So Paulo, o Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria em Rio Grande do
Sul, a Festa de Peo de Americana em So Paulo e dentre outras cidades que se
destacam pela realizao de grandes festas.
O temtico country conquistou o pas com novelas e com as msicas de
duplas sertanejas. Adereos tpicos de pees, botas, fivelas, chapus de cowboy
deixaram de ser um elemento rural e invadem o cotidiano da cidade. O traje que
servia de proteo para o sol e os servios braais virou moda country, transformou
em um bem passvel de compra dos diferentes grupos sociais, sejam estes urbanos
ou rurais. As msicas sertanejas das antigas canes de viola conquistaram tambm
o espao das cidades assim como a ateno dos meios de comunicao. (DIAS,
RIBEIRO, PINTO, SOEIRO, BARROS e AMARAL, 2011)
Paula (2001) no Brasil o tema country est presente nos meios de
comunicao com constante frequncia de crescimento, tornando-se familiar a um
nmero maior de pessoas.
Segundo Paula (2001) o que est cada vez mais trazendo um pblico a este
meio so a msica sertaneja, caipira e country, espetculos de rodeios, a figura do
cowboy, a moda country e o mundo rural. E tambm faz parte deste cenrio s
duplas musicais, alguns campees de rodeio e uma ou outra grife de vesturios.
Entretanto este fenmeno permanece ainda difuso, sem contornos
especficos de definies e compreenso. Isto se justifica porque, apesar da
crescente expressividade que vem adquirindo na sociedade brasileira, apenas
recentemente o tema country comeou a ser enfrentado como objeto de estudos
acadmicos (PAULA, 2001, p.33)
-
40
4 OBJETO DE ESTUDO
O muncipio de Irati localiza-se na regio centro sul do estado do Paran a
156 km de Curitiba. Encontra-se na sub-regio dos pinhais do segundo planalto,
situado no paralelo 25 27 56 de latitude Sul, com interseo do meridiano 50 37
51 de longitude oeste. (IRATI, 2012)
Na figura 1 possvel ver a localizao do municpio no mapa do estado e o
permetro urbano.
Figura 1: Mapa do Paran, mapa de Irati e do permetro urbano de Irati. Fonte: Caetano (2010)
Irati possui localizao estratgica, pois por seu municpio passam
importantes rodovias como a BR 277, que corta todo o estado, de Foz do Iguau,
fronteira com Paraguai ao porto de Paranagu, a BR 153, outra rota essencial para
exportao que liga o norte ao sul do Brasil, e tambm a BR 364 (Irati- So Mateus
do Sul-Incio Martins). (INVENTRIO TURSTICO DE IRATI, 2011)
Possui como muncipios limtrofes: ao norte Imbituva, a 32 km, e
Prudentpolis a 52 km; ao leste Fernandes Pinheiro, a 16 km, ao oeste Incio
-
41
Martins, a 52 km; e ao sul Rio Azul, a 37 km, e Rebouas, a 20 km. (INVENTRIO
TURSTICO DE IRATI, 2012)
De acordo com o IBGE a populao iratiense em 2010 de 56.207 hab.,
sendo 44.932 hab. na zona urbana e 11.275 hab. na zona rural do municpio,
conforme pode ser visto na figura 2.
Figura 2: Populao de Irati em grfico Fonte: IBGE (2008).
A economia iratiense composta por diversas atividades comrcio e servios,
indstria e agropecuria. Os principais produtos agropastoris so o milho (safra
normal e safrinha), feijo, batata, soja, fumo, madeira, produo de leite, e criao
de aves, sunos e bovinos. (IRATI, 2012). Ainda segundo a prefeitura do municpio, a
agricultura constitui o fator mais pondervel da economia de Irati, cujo territrio est
quase todo distribudo em pequenas propriedades.
Segundo dados da Prefeitura Municipal (IRATI, 2012), o Produto Interno Bruto
de Irati (PIB) baseia-se em agropecuria 24,43%, indstria 34,07% e servios com
41,50%.
O ndice de desenvolvimento humano (IDH) de Irati de 0,743, considerado
mdio, pois est entre 0,500 a 0,799. (IPARDES/2000).
Com relao infraestrutura de servios gastronmicos da cidade, Irati conta
com seis pizzarias, vinte restaurantes, uma coudelaria e uma churrascaria. E
estabelecimentos de bares, caf e restaurantes somam-se um total de cento e
dezenove empreendimentos. (INVENTRIO TURSTICO DE IRATI, 2011)
-
42
O municpio de Irati conta com inmeros atrativos tursticos que podem ser
visitados. Dentre os naturais se destacam as cachoeiras que somam sete em todo o
municpio, Cachoeira Rbens Dallegrave, Cachoeira do Pinho, Cachoeira do
Cadeadinho, Cachoeira da Vista Alegre, Cachoeira do Teodzio Hlatki, Cachoeira do
Itapar, Cachoeira de gua Mineral, a maioria delas se localiza no interior do
municpio com uma vantagem a Cachoeira Rbens Dallegrave encontra-se a 800m
do centro da cidade. Outro destaque a Floresta Nacional de Irati FLONA, rea
com 3.945ha de reflorestamento de araucrias, pinus, eucaliptos dentre outras
espcies nativas e exticas. J o Parque Aqutico, ponto de encontro descanso e
lazer dos moradores e visitantes; com a rea de 79 mil m, possui lago artificial, rea
para eventos, esportes e parquinho para as crianas. (INVENTRIO TURSTICO DE
IRATI, 2011)
Entre os atrativos culturais, da se grande nfase a Casa da Cultura, um antigo
casaro de madeira, construda no ano de 1919, localizado no centro a cidade de
Irati. (INVENTRIO TURSTICO DE IRATI, 2011)
A cidade ainda conta com vrias edificaes religiosas, dentre estas um
destaque a imagem de Nossa Senhora da Luz, com 22m de altura; foi construda
como uma homenagem aos 50 anos da cidade. (INVENTRIO TURSTICO DE
IRATI, 2011)
A cidade de Irati o polo da regio, e por esta razo, muitas pessoas de
outros municpios viajam at a cidade para realizar suas compras, e para seus
momentos de entretenimento.
A ideia principal deste trabalho verificar se o municpio de Irati possui
demanda para a abertura de um bar country, ou seja, o intuito oferecer
populao local e demais visitantes um entretenimento a mais e com diferencial.
No prximo captulo sero apresentados os dados coletados atravs da
pesquisa de campo.
-
43
5 APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS
5.1 Apresentao dos empreendimentos concorrentes de Irati
Segundo dados fornecidos pela Prefeitura Municipal de Irati, h no municpio
de Irati 72 empreendimentos que comercializam bebidas. Para delimitar o nmero de
concorrentes foram pesquisados quantos destes empreendimentos esto localizados
no centro da cidade, bairro onde se renem maior concentrao de pessoas no
perodo noturno. De acordo com o documento da Prefeitura so dezoito
estabelecimentos localizados nesta regio, dentre esse nmero possvel encontrar
bares, restaurantes e distribuidora de bebidas.
Fazendo uma anlise criteriosa, possvel verificar que nem todos eles
seriam concorrentes diretos do bar country, pois possuem carter e horrios de
funcionamento diferentes daquele encontrado no bar. Mas para fins de pesquisa
eles foram destacados como concorrentes porque de maneira indireta poderiam
atrapalhar a movimentao de pessoas no empreendimento em questo.
A cidade oferece outras opes noturnas que tambm podem afetar a
concorrncia de forma indireta que so os casos das seis pizzarias que a cidade
possui, e outros sete restaurantes que servem alm do almoo tambm jantar.
5.2 Apresentao e anlise dos questionrios
Para verificar se h demanda para a abertura de um empreendimento
lazer/gastronmico dedicado ao estilo country, foi aplicado um questionrio com 378
pessoas, nmero levantado a partir do clculo estatstico apresentado na
metodologia deste trabalho. Vale ressaltar que a escolha das pessoas a ser
questionadas foi aleatria, mas 50% da amostra eram do sexo masculino e 50% a
pessoas do sexo feminino.
Para levantar o perfil dos entrevistados e possveis clientes deste
empreendimento, foram feitas perguntas referentes idade, sendo que havia trs
opes, entre 18 a 25 anos, com 321 pessoas (84,9%); entre 26 e 32 anos, 38
pessoas (10,1%), e entre 33 a 40 anos, contando com 19 pessoas (5,03%).
Para verificar o nvel social na concepo dos entrevistados, foi questionado
se os mesmos pertenciam s classes A, B, C, ou outras. A partir dos dados
-
44
coletados foi possvel perceber que 7 das pessoas questionadas pertenciam
classe A (1,85%), 126 pessoas da classe B (33,3%), e 245 da classe C (64,8%).
Vale a pena ressaltar que nenhum dos entrevistados respondeu como sendo de
outras classes sociais. Com o levantamento destas questes pode se concluir que o
perfil mdio do pblico pesquisado a pessoa jovem e da classe C.
As demais perguntas j se aproximavam do problema de pesquisa. Segue os
dados coletados.
Grfico 1: Costume de sair noite em Irati.
Fonte: Sobotka, 2012.
Quando perguntado se costuma sair noite em Irati, 108 pessoas (28%)
disseram que no. Nesta pergunta, o nmero de pessoas que no costuma sair em
Irati deu elevado, pois muitos dos que responderam ao questionrio no moravam
na cidade, e nem nos municpios vizinhos. So visitantes que s vezes esto pela
primeira vez no local. E 270 pessoas (71%) responderam que sim, costumam sair
noite em Irati. Para apurar ainda mais este dado, a prxima pergunta questionava
com que frequncia s pessoas costumam sair.
-
45
Grfico 2: Frequncia que costuma sair.
Fonte: Sobotka, 2012.
Quando questionado com que frequncia sai noite, 108 pessoas (28%)
responderam que costumam sair 1 vez por semana, 94 pessoas (25%) costumam
sair 2 ou mais vezes na semana, 59 pessoas (16%) costumam sair 1 vez ao ms, 10
pessoas (3%) costumam sair menos de uma vez ao ms, e 107 pessoas (28%) no
responderam a essa questo, pois no costumam sair a noite em Irati. Com a
anlise destes dados, foi possvel concluir que as pessoas saem a um nvel
considervel, pois as opes mais escolhidas foram entre uma vez na semana a
duas ou mais vezes na semana, totalizando 53% dos respondentes. No grfico
seguinte foi questionado sobre questo de gosto pelo estilo.
-
46
Grfico 3 Gosto pelo estilo country.
Fonte: Sobotka, 2012.
Quando perguntado se gosta do estilo country, 140 pessoas (37%)
responderam que no, e 238 (63%) expuseram sim, gostam desse estilo musical.
Isto significa mais da metade dos entrevistados se sentem atrados por este estilo de
msica e poderiam ser clientes em potencial do estabelecimento. No grfico
seguinte apresentar a questo de oferta de opes de entretenimento country em
Irati
Grfico 4 Oferta de opes de entretenimento country em Irati.
Fonte: Sobotka, 2012.
-
47
Quando perguntado se acha que Irati oferece opes de entretenimento para
quem gosta deste estilo de msica, 157 pessoas (42%) responderam que sim, mas
221 pessoas (58%) afirmaram que Irati no oferece opes para quem gosta deste
estilo. Isso significa que a diferena entre os que disseram oferecer e os que
disseram no oferecer foi muito pequena, ou seja, a percepo com relao s
opes de lazer muito distinta. O grfico a seguir exibir a questo de interesse em
um bar temtico country em Irati.
Grfico 5 Interesse num bar temtico country em Irati.
Fonte: Sobotka, 2012.
Quando perguntado se Irati oferecesse um bar temtico country, voc
frequentaria, 280 pessoas (74%) disseram que iriam sim frequenta-lo, e 98 pessoas
(26%) responderam que no frequentariam. Com estes dados apresentados, foi
possvel concluir que o empreendimento tem um alto nvel de aceitao, ou seja,
possui uma demanda potencial, torna-o potencialmente vivel. A seguir ser
apresentado o grfico de produtos que poderiam ser ofertados neste novo
empreendimento.
-
48
Grfico 6 Produtos que poderiam ser ofertados neste novo empreendimento.
Fonte: Sobotka, 2012.
A prxima questo perguntava quais produtos poderiam ser ofertados neste
tipo de bar. Vale ressaltar que os respondentes poderiam escolher mais de uma
opo. A alternativa msica ao vivo foi a mais votada com 271 marcaes (72%),
seguida por um cardpio com diversos tipos de bebidas com 252 votos (67%), e
espao para dana com 216 votos (57%). As alternativas apenas petiscos foi votada
por 136 pessoas (36%), cardpio completo de alimentao recebeu 128 votos
(34%), apenas cervejas foi assinalado por 59 pessoas (16%), espao para lounge 98
votos (26%). Com a anlise dos dados, pode-se concluir que os tpicos mais
votados foram msica ao vivo, seguindo de diversos tipos de bebidas, e espao para
dana. Com isso, nota-se a importncia do empreendimento conter estes tpicos
como focos principais.
A partir das informaes obtidas foi possvel fazer um cruzamento e
interpretao dos dados, o que se pode constatar que entre homens e mulheres
quem costuma sair mais a noite em Irati so os homens com 139 (73,5%) enquanto
que as mulheres (69,3%).
A fim de apurar as informaes coletadas, nos prximos grficos sero
apresentados os cruzamentos das variveis estudadas. Estes cruzamentos foram
feitos a partir da varivel gnero e servir para entender melhor o pblico potencial
do empreendimento.
-
49
Grfico 7 Frequncia de sada X gnero.
Fonte: Sobotka, 2012.
O grfico acima descreve a frequncia com que homens e mulheres
costumam sair em Irati. Os dados coletados apontam que em algumas condies os
homens saem com maior frequncia. 62 pessoas (32,8%) do gnero feminino
costumam sair uma vez na semana, j os homens representam 46 pessoas (24,3%).
J na opo duas ou mais vezes por semana, os homens so totalizando 61
pessoas (32,3%), contra 17,5% das mulheres. Quando os que saem uma vez ao
ms as mulheres e os homens mantiveram um nvel meio que estvel, pois 31
mulheres (16,4%) responderam a esta opo e 28 homens (14,8%) optaram por esta
opo. So poucas as pessoas que afirmaram sair menos de uma vez ao ms, entre
as mulheres, representou 3,2% das entrevistadas, e dentre os homens, apenas
2,1%. O grfico mostra a opo de raramente como sendo as pessoas que no
costumam sair em Irati, onde homens foram 50 (26,5%) e as mulheres 57 (30,2%).
J quando questionado se gostam do estilo country as mulheres
apresentaram mais aceitao a este gnero musical com 124 pessoas (65,6%)
dizendo que sim, enquanto que os homens com 114 (60,3%). Mesmo que a
diferena no seja to expressiva, isso mostra que as mulheres aceitam mais
facilmente este tipo de msica.
Quanto ao cruzamento de idade com o gosto pelo estilo country, as pessoas
de 18 a 25 anos foram um total de 198 (62%) que responderam gostar; de 26 a 32
-
50
anos 25 pessoas (66%), entre 33 a 40 foram 15 pessoas (79%). Isso mostra q