Modesto Mastrorosa, um dos - abav.com.br · No final dos anos 20 do século passado começa a se...

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Imagens e fontes de pesquisa: Arquivo do Roberto Bell Azevedo, arquivos pessoais de José Américo Marcondes de Carvalho, Modesto Mastrorosa, Leonel Rossi Junior, Walter Steurer, Pedro Chaves Barcellos, Nestor Serra, Miguel Fortunato, Eduardo Pires de Campos, Adel Auada, Tasso Gadzanis, Rubens Sant´Anna. Arquivos da Associação Brasileira de Agências de Viagens, do Grupo PANROTAS, de O Estado de S. Paulo, A Gazeta, Correio Paulistano, A Noite, Brasilturis Jornal, Novitur (Guia Aeronáutico), Jornal de Turismo, Shopping News, Folha de São Paulo e das extintas Revista Aérea Sindicato Condor e Turismo Magazine. Tasso Gadzanis Presidente João Pereira Martins Neto Vice-Presidente Carlos Alberto Amorim Ferreira Vice-Presidente Paulo Rogério Tadros Diretor Secretário Ricardo Andres Roman Diretor Financeiro e de Patrimônio Leonel Rossi Junior Diretor de Assuntos Internacionais José Antonio Salvador Lembo Diretor do Iccabav Ney Gonçalves Diretor de Turismo Receptivo José Jorge de Faria Sales Neto Diretor de Relações com o Mercado Eugênio Antinoro Diretor de Projetos Especiais Edson Rodrigues Ruy Diretor de Eventos Danielle Cristine Cardoso Diretora de Tecnologia da Informação Associação Brasileira de Agências de Viagens - ABAV 1953 - 2003 50 Anos de História, Lutas e Vitórias Publicado em comemoração aos 50 anos da Associação Brasileira de Agências de Viagens – ABAV Coordenação e Edição: Luiz Sales Design: Graph-in Comunicação Diretoria para o biênio 2003/2005 Modesto Mastrorosa, um dos líderes históricos da ABAV, em sua agência, recém-inaugurada, em 15 de Novembro de 1943, no centro da capital paulista.

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Imagens e fontes de pesquisa:

Arquivo do Roberto Bell Azevedo, arquivos pessoais de José Américo Marcondes de Carvalho, Modesto Mastrorosa, Leonel Rossi Junior,Walter Steurer, Pedro Chaves Barcellos, Nestor Serra, Miguel Fortunato, Eduardo Pires de Campos, Adel Auada, Tasso Gadzanis, RubensSant´Anna. Arquivos da Associação Brasileira de Agências de Viagens, do Grupo PANROTAS, de O Estado de S. Paulo, A Gazeta, CorreioPaulistano, A Noite, Brasilturis Jornal, Novitur (Guia Aeronáutico), Jornal de Turismo, Shopping News, Folha de São Paulo e das extintasRevista Aérea Sindicato Condor e Turismo Magazine.

Tasso GadzanisPresidente

João Pereira Martins NetoVice-Presidente

Carlos Alberto Amorim FerreiraVice-Presidente

Paulo Rogério TadrosDiretor Secretário

Ricardo Andres RomanDiretor Financeiro e de Patrimônio

Leonel Rossi JuniorDiretor de Assuntos Internacionais

José Antonio Salvador LemboDiretor do Iccabav

Ney GonçalvesDiretor de Turismo Receptivo

José Jorge de Faria Sales NetoDiretor de Relações com o Mercado

Eugênio AntinoroDiretor de Projetos Especiais

Edson Rodrigues RuyDiretor de Eventos

Danielle Cristine CardosoDiretora de Tecnologia da Informação

Associação Brasileira de Agênciasde Viagens - ABAV

1953 - 200350 Anos de História, Lutas e Vitórias

Publicado em comemoração aos 50anos da Associação Brasileira de

Agências de Viagens – ABAV

Coordenação e Edição:Luiz Sales

Design:Graph-in Comunicação

Diretoria para o biênio 2003/2005

Modesto Mastrorosa, um doslíderes históricos da ABAV, em

sua agência, recém-inaugurada,em 15 de Novembro de 1943,no centro da capital paulista.

005

Aos agentes deviagens do Brasil

006

Os nossos agradecimentos a

ÍndicePág. 8 e 9

Os presidentes do Conselho Nacional

Pág. 10

O turismo antes da ABAV

Pág. 20

É criada a Associação Brasileira de Agências de Viagens – ABAV

Pág. 56

Os congressos e feiras anuais viajam pelo Brasil durante 30 anos

Pág. 110

A ABAV está presente em todo o País

Pág. 129

ICCABAV melhora a qualidade das agências associadas

Conselheiros cariocas daABAV, reunidos em 1963. Entreeles Júlio Cinelli, Nestor Serra,

Heitor Pasquinelli, Walter Ribeiroe Umberto Stramandinoli.

008 Presidentes

Wanderly Bezerra

1972-1974

Alberto Pinho

1970-1971

Miguel Fortunato

1968-1970

Carlo Gherardi

1967-1968

Nestor Serra

1966-1967

Umberto Stramandinoli

1959-1966

Luiz Amâncio Tarquínio de Souza

1953-1959

Goiaci Alves Guimarães

1997-2001

Sérgio Nogueira

1993-1997

Modesto Mastrorosa

1983-1989

Walter Steurer

1979-1983

Adel Auada

1976-1979

Pedro Chaves Barcellos

1974-1976

Antonio Carlos Santoro

1971-1972

Q009

Que me perdoem os ilustres presidentes com quem divido esta pequena

saudação, todos merecedores de admiração e respeito, mas sou um privilegia-

do em poder me dirigir aos agentes de viagens do Brasil por ocasião dos 50

anos da Associação Brasileira de Agências de Viagens — ABAV. Contar, nas

próximas 150 páginas, a história da mais importante entidade do turismo bra-

sileiro, mais que um prazer, é uma homenagem a cada um dos profissionais

que dedicaram seu tempo na defesa dos interesses de seus pares. Em todas

as páginas serão encontrados nomes, imagens e documentos que demons-

tram o quão fundamental foi o papel de cada um e o quão importante foi

terem contado com o apoio dos três mil associados.

Em 1953 éramos — e escrevo éramos incluindo cada associado na história

— 15 pioneiros. Os tempos, naturalmente, eram bem outros, mas a clareza

de propósitos e o interesse maior na defesa de nossa profissão já estavam

definidos. Nortearam a evolução da ABAV pelas décadas que se seguiram e

hoje, se temos o reconhecimento e a admiração da sociedade e dos seg-

mentos que compõem o Turismo nacional, muito devemos às pequenas ações,

que somadas transformaram-se em grandes conquistas; fomentaram o nos-

so fortalecimento. Ao recuperar a história da ABAV corremos o inevitável risco

de não mencionar pessoas que, a seu tempo, deram suas contribuições. Aos

que não foram citados, nossos antecipados e sinceros pedidos de desculpas.

Vivemos hoje, talvez, um dos momentos mais críticos da história dos agentes

de viagens. Os 50 anos passados, contudo, não foram pontilhados apenas

por boas notícias. Pelo contrário, tivemos períodos críticos e soubemos nos

unir e encontrar alternativas, dignas e honestas, de preservação de nossa

atividade. Soubemos perseverar. Que as experiências dessas cinco primeiras

décadas, mais que boas recordações, sejam um estímulo para continuarmos

enfrentando os nossos desafios com coragem e grandeza de propósitos.

Tasso Gadzanis

1989 - 1993

2001 - 2005

Grupo de paulistas que iria viajarpara o Rio de Janeiro em 1951

011

A

012 Agentes fomentaram e deram formaao desenvolvimento do setor

Até chegarem ao que são hoje, as agências de viagens passaram por uma

série de transformações. Não é exagero afirmar que o conceito de “viajar” foi

lapidado, desde o início, pelas mãos desses profissionais.

No início do século 20, quando a aviação comercial ainda não existia, já esta-

vam estabelecidas no Brasil diversas empresas, que se dedicavam à venda

de passagens de navios — então o grande meio de transporte — e também

a fazer câmbio, para atender principalmente os estrangeiros que desembar-

cavam no País, ou as pessoas de maior poder aquisitivo que viajavam para o

exterior, basicamente para a Europa.

Foi assim com a Miller, de São Paulo. Em 1904, Charles Miller, o introdutor do

futebol no Brasil, assumiu a empresa que havia sido fundada por seu tio em

1880; a empresa passa a ostentar o seu sobrenome e a representar a Royal

Mail Lines (conhecida como Mala Real Inglesa), cujos navios levaram muitos

brasileiros para a Europa e trouxeram muitos imigrantes para o Brasil. Na mes-

ma época, no Rio de Janeiro, ingressava no setor a família Cinelli, precisa-

mente em 11 de setembro de 1901. No então Distrito Federal ficaram famo-

sas as “casas”, como eram chamadas as empresas que se dedicavam a

esse tipo de comércio. A Casa Aliança foi fundada em 1911; da mesma

época é a Casa Bernardo, que pertenceu ao pai de Camilo Kahn, um dos

fundadores da Associação Brasileira de Agências de Viagens — ABAV. Tam-

bém em 1911 foi fundada em São Paulo a Martinelli. Na segunda década do

século 20 instalou-se no Brasil a Expresso Internacional, que ficou famosa, fez

escola e passou a ser conhecida pelo seu endereço telegráfico: Exprinter. Em

Santos, litoral paulista, a Casa Branco foi criada em 1920.

Antes mesmo dessa época, contudo, precisamente em 1838, Manoel José

do Conde, em Salvador, abriu uma empresa dedicada à importação (baca-

lhau e outros tipos de alimentos) e exportação (cacau e fumo principalmente).

Com o desenvolvimento dos negócios, começou a representar a companhia

marítima Lloyd Real Holandês, passando a se dedicar à venda e apoio para

cargas e passageiros. Como se vê, o conceito de viagens e turismo, como

conhecido hoje, ainda não existia no Brasil. Mas desde o início já havia o

embrião do que viriam a ser os agentes de viagens da atualidade.

N

013

A aviação comercial começa a se desenvol-

ver no final dos anos 20 e nos primeiros anos

utilizou principalmente os hidroaviões. Em

1927 um jovem emissor de passagens assi-

nou o bilhete reproduzido, para uma viagem

Porto Alegre-Rio de Janeiro. Seu nome:

Ruben Berta. Poucos anos depois, chega-

ram ao Brasil o Graf Zeppelin e o Hindenburg,

com cabines confortáveis e cujos hangares,

no Rio de Janeiro, ficavam em Santa Cruz.

No final dos anos 20 do século passado começa a se formar a aviação co-

mercial. No Rio Grande do Sul são criadas, quase que ao mesmo tempo, a

Sindicato Condor, de origem alemã, e a Varig. Os primeiros vôos comerciais

levavam basicamente cargas e as malas postais (correio). Viajar de avião, ou

melhor, de hidroavião, era sinônimo de aventura e poucos ainda se arrisca-

vam. Para se ter uma idéia, a Varig fechou o ano de 1927 tendo transportado

652 passageiros, em 85 viagens e 210 horas de vôo.

Em 1930 chegou ao Brasil o primeiro dos dirigíveis, que passaram a ser co-

nhecidos simplesmente por Zeppelin, nome de um deles. Eram a grande sen-

sação, pois ligavam o Brasil à Europa em apenas quatro dias, muito mais

rápido, portanto, que os navios que cruzavam o Atlântico. Como bagagem,

além dos 20 quilos permitidos a bordo, havia a possibilidade de mandar, nos

navios a vapor da Hamburg-America Linie, mais 100 quilos. Nas confortáveis

cabines do Graf Zeppelin, código LZ 127 e Hindenburg, LZ 129, muitos endi-

nheirados foram para a Europa. “Eu vendi passagens de Zeppelin”, recorda-

se o pioneiro Camilo Kahn. A operação no Brasil, Uruguai, Argentina e Chile

estava sob a responsabilidade do Sindicato Condor, enquanto que a ligação

para os países da Europa era da Deutsche Lufthansa A.G.

A

014

Anúncios publicitários da Exprinter publicados nos anos 30 do século passado: as agên-

cias de viagens estão no princípio da comercialização das viagens. E para incentivar as

viagens aéreas, as empresas de aviação mostravam, em fotos especialmente produzi-

das, o quão confortáveis eram seus equipamentos.

A evolução da aviação comercial foi muito rápida se comparada ao início “aven-

tureiro” e à própria invenção do avião. Agora, além do transporte terrestre

(ferroviário) e marítimo, os primeiros agentes de viagens passaram a vender

também passagens aéreas. Os anúncios da Exprinter, por exemplo, nos anos

30 deixam clara a coexistência de transportadoras, de qualquer segmento, e

das agências de viagens, responsáveis pela venda “sem augmento de pre-

ços”. Nesta época, um dos funcionários da Exprinter, no Rio de Janeiro, era

Nestor Barranjard Serra, que viria, nos anos 60, a ser o terceiro presidente da

Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV).

015

AA Segunda Grande Guerra, entre 1939 e 1945, além de refrear o de-

senvolvimento das viagens de lazer, teve outra influência decisiva: pas-

sado o conflito havia uma enorme quantidade de aviões que foram

construídos para a guerra e que agora estavam à disposição, no mer-

cado, o que incentivou a criação de muitas empresas aéreas. Outro

fato marcante no Brasil foi a nacionalização da Sindicato Condor (de

origem alemã) gerando a criação da Cruzeiro do Sul.

Nos anos 40, em ônibus alugado da Breda, onde havia trabalhado, Modesto Mastrorosa

e um grupo de turistas que iria fazer um tour pela cidade de São Paulo.

017

Em 18 de março de 1953 alguns agentes de viagens do Rio de Janeiro, como Heitor José

Pasquinelli, Umberto Stramandinoli, Joaquim Inojosa, Luiz Amâncio Tarquínio de Souza

e Nestor Serra (todos na foto), fundaram a Associação Brasileira de Turismo (ABT).

O

018

O desenvolvimento dos transportes e a melhoria da infra-estrutura à disposi-

ção dos turistas, além do incentivo para a abertura de novas agências de

viagens, gerou também a necessidade destas se organizarem. Nos anos 40,

Umberto Stramandinoli, Guilherme Mellechi e Luis Amâncio Tarquínio de Sou-

za, entre outros profissionais, já discutiam informalmente a necessidade de

formação de uma entidade que congregasse os agentes de viagens. Oficial-

mente, contudo, nada aconteceu até 18 março de 1953, quando sob a lide-

rança de Stramandinoli foi criada a Associação Brasileira de Turismo (ABT).

“Um dos primeiros e talvez mais importantes propósitos da novel Associação

é dignificar o trabalho do agente de turismo”, disse Stramandinoli ao ser eleito

presidente provisório. A ABT, que deveria reunir também hoteleiros, empresas

de navegação aérea e marítima, transportadoras terrestres e casas de diver-

são não prosperou.

Em 9 de março de 1953, durante o programa Conversa em Família, da Rádio Cruzeiro do

Sul, Heitor José Pasquinelli apresentou a idéia de criação da ABT. Participaram também do

programa Umberto Stramandinoli, que seria eleito o presidente provisório da entidade, Luiz

Amâncio Tarquínio de Souza e Oscar Weingart.

Turismo Magazine, 1953