Módulo 1 - Aula 3

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Célia Pereira Caldas, BN, MSc, PhD

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Célia Pereira Caldas, BN, MSc, PhD

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GERONTOLOGIA

Campo interdisciplinar que visa aoestudo das mudanças típicas doprocesso do envelhecimento e deseus determinantes biológicos,psicológicos e socioculturais.

É um campo multiprofissional emultidisciplinar.

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Textos arcaicos em Sânscrito, em evidências arqueológicas, na Bíblia, nas pinturas em cavernas, nos dramas clássicos, na poesia e em alegorias medievais, nos relatos do início da era médica moderna e nos achados dos alquimistas.

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Como parte dos planos divinos, os estágios da vida humana eram vividos pelas comunidades e como tal, sujeitas às vicissitudes do tempo e lugar.

As questões sociais ligadas à velhice só são relatadas em nível individual. Poucos autores fazem conexões entre explicações do envelhecimento e sua aplicação às circunstâncias da vida social real.

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Tratados médicos em textos do antigo EgitoHipócrates- 400 acNos dois volumes do tratado "Doenças agudas e

crônicas" de Soranus de Éfeso, do 1º século da Era CristãDe Senectude- Cícero: o elogio da velhice (106-43 a.C.)No século II, na Era Cristã, Galeno (129-199 d. C.)

dedicou à velhice uma importante obra: “Gerocomica”, na qual apresenta sua teoria sobre o esfriamento e ressecamento do corpo = velhice

Mitos e crenças da idade médiaAté o sec XVIII a velhice era uma preocupação mais dos

filósofos do que da medicina

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A medicina francesa: a anatomia patológica estabelece novos padrões de compreensão das doenças que passam a ser localizados no corpo humano. Aí começam a surgir trabalhos sobre a velhice.

Bichat (1771-1802) o pai da anatomia patológica: a doença se inicia nos tecidos e depois “tomam” os órgãos. O envelhecimento é a degeneração dos tecidos.

Claude Bernard (1813-1878)- pai da moderna fisiologia experimental- “a chama da vida”, “a energia vital”

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"Doenças dos idosos e suas enfermidades crônicas" . Obra que inaugura um discurso sobre a velhice.

É o primeiro que defende que as doenças da velhice devem ser estudadas especificamente

Critica o que vinha sendo produzido sobre envelhecimento na época- eram variações do que Cícero já escrevera há 1000 anos

Críticas: ausência de preocupação com tratamento e prevenção; apenas a constatação de que o envelhecimento é um processo natural

Chamou a atenção nos Estados Unidos para o envelhecimento, pois propunha paradigmas etiológicos e técnicas modernas.

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A Pediatria é criada por Abraham Jacob e serviu de inspiração para a criação da Geriatria

1909- Nascher cria o termo Geriatria1914- Nascher publica “Geriatrics”- o prefácio

foi escrito por Jacob.Nesta obra observa-se o esforço para separar o

que é o “normal” do que é o “patológico” na velhice

Diferente da pediatria, a geriatria não conseguiu sucesso. Só nos anos 1960, ela consegue alguma visibilidade

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Em 1914, I.L. Nascher publicou "Geriatria". Embora no formato se pareça muito com o compêndio de Charcot, o trabalho de Nascher é na verdade, um precursor da sociologia médica. Seu subtítulo "as doenças da velhice e seu tratamento, incluindo o envelhecimento fisiológico, o cuidado domiciliar e institucional e relações médico-legais" - atesta a orientação trans-disciplinar.

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- Esta obra introduz o termo Geriatria e estabelece a agenda para análises abrangentes e integrativas das condições de vida na velhice.

- Nascher apresentou também grande habilidade para trabalhar com dados epidemiológicos, analisando-os no contexto apropriado.

- Com seu trabalho, este que foi o primeiro geriatra americano, estabeleceu altos padrões para interpretar o envelhecimento de uma perspectiva abrangente.

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O termo “Gerontologia” surge com Metchnikoff (1903), o descobridor da fagocitose. Era um cientista do Instituto Pasteur, seguidor de Charcot

Metchnikoff tinha o objetivo de buscar a longevidade através de intervenções médicas – a Ortobiose (envelhecimento livre de doenças)

Na verdade, ele trabalhava com a gerontologia experimental

Cria a teoria Tóxica do Envelhecimento

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Elie Metchnikoff, com suas obras "A natureza do homem" (1903) e " O prolongamento da vida" (1908), defendeu sua teoria de que micróbios no trato digestivo causavam "a natureza mórbida da velhice".

O fato do intestino ser muito extenso nos mamíferos faz com que tenhamos uma grande flora intestinal responsável por grande quantidade de toxinas, as quais vão gerando problemas que levam a degeneração do organismo.

Sua teoria tinha intenção de ter aplicações práticas para o prolongamento da vida. Para isso ele insistia que o yogurte poderia guardar o organismo de doenças que pudessem diminuir a capacidade vital, levando ao declínio.

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Em 1922, o psicólogo G. Stanley Hall publicou "Senescência". Metade desta obra recupera os modelos pré-modernos de envelhecimento. Utiliza o conceito de "senectude bem-sucedida", criticando os arranjos sociais contemporâneos. Em seu texto ele mescla resultados da pesquisa básica sobre o envelhecimento, com sugestões práticas para os idosos.

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abordagens "holísticas" ganham força nos E.U.A. o ímpeto pela "grande teoria" que abrangesse todo o conhecimento de outras disciplinas pode ser identificado nos esforços acadêmicos.

A realização mais destacada deste período foi a obra "Problemas do Envelhecimento", de 1939, organizada e editada por E.V.Cowdry, com o apoio financeiro do Conselho Nacional de Pesquisa recrutou 25 cientistas. Esta obra permanece como um marco, pelo qual se pode avaliar os esforços subseqüentes para a construção teórica gerontológica.

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Na época, como hoje, alguns especialistas afirmaram que o envelhecimento resultava de "doenças degenerativas", enquanto outros consideravam o envelhecimento como um processo natural sem relação com qualquer particular patologia.

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John Dewey, o mais importante filósofo americano nesta época, enfatizava a dificuldade inerente ao fato de se desconectar dados "científicos” do contexto "social". Ele foi um precursor do reconhecimento de que não importam os mecanismos subjacentes, as expressões das nuances dos contextos sociais podem traduzir a diferença entre o que Rowe & Kahn (1987) se referiram meio século após como envelhecimento "normal" ou "envelhecimento bem-sucedido".

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Na Segunda edição de "Problemas do envelhecimento", em 1942, Lawrence Frank apontou que "o problema é multidimensional e irá requerer para sua solução, não apenas uma abordagem multidisciplinar, mas também uma correlação sinóptica de diversos achados e diversos pontos de vista". Estas posições emolduraram a agenda do desenvolvimento da gerontologia no século XX.

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Os esforços de Cowdry, John Dewey e Lawrence Frank para construir teorias baseadas na multidisciplinaridade não foram continuados pelas gerações subseqüentes de pesquisadores do envelhecimento. A maioria dos gerontólogos construiu sua reputação aprofundando-se nos temas relativos ao envelhecimento, em sua especialidade de origem.A partir de então, teorias inovadoras passaram a surgir do trabalho realizado no interior de campos específicos, e não de investigações conduzidas com lógica interdisciplinar.

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A American Geriatrics Society, fundada em 1942, complementaria a missão da Gerontological Society of América (1945), mas se subscreve aos cânones das ciências médica, endossando apenas secundariamente os princípios da pesquisa transdisciplinar.

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Décadas 60 e 70- apenas a SBGG e o SESC

73- Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUC-RS

79 a 82- 1a. Residência médica em Geriatria no Hospital Eduardo Rabello, RJ

80- especialização em geriatria da PUC-RS e a especialização em Gerontologia Social no Instituto Sedes Sapientiae, SP

85- residência médica na FMUSP (mais antiga em funcionamento)

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Anos 90- UNATIs, cursos de especialização, grupos de pesquisa, programas de pós-graduação senso estrito (UNICAMP, PUC-SP, PUC-RS e Católica de Brasília)

2004- Curso de Graduação em Gerontologia na USP e em 2008 na UFSCAR

Amplia-se o número de publicações especializadas

2005- Institucionalização de grupos de pesquisa na plataforma Lattes e criação da sub-área no CNPq

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Na BiologiaNa SociologiaNa Psicologia

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Considerando que os biólogos o definem como uma série de mudanças letais que diminuem as probabilidades de sobrevivência do indivíduo,

As teorias buscam os determinantes ou marcadores do envelhecimento.

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Teorias biológicas do envelhecimentoTeorias biológicas do envelhecimento

MicroscópicasMicroscópicas MacroscópicasMacroscópicas

Teorias GenéticasTeorias Genéticas Teorias não-genéticasTeorias não-genéticas Teorias orgânicasTeorias orgânicas Teorias sistêmicasTeorias sistêmicas

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Teorias genéticas:Mutações no DNAErro catastróficoTeorias do

envelhecimento programado (relógio biológico)

O limite de Hayflick

Teorias não-genéticasRadicais livresUso e desgasteAcúmulo de detritos

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Teorias orgânicasCardiovascularReprodutivoHipotálamoTireóide

Teorias sistêmicasSistema

neuroendócrinoSistema imunológicoSistema Nervoso

Central

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Nenhuma teoria explicaria sozinha a complexidade do processo do envelhecimento.

As mais recentes teorias transcendem as explicações tanto macro quanto microscópicas.

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O envelhecimento é um processo biológico complexo. Mudanças em níveis molecular, celular e orgânico resultam em um progressivo, inevitável e inexorável declínio na capacidade do organismo responder adequadamente a estressores internos e/ou externos.

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Teoria do envelhecimento celular (Weismann, 1882)

Teoria do uso e desgaste (Pearl, 1928)Teoria dos Radicais Livres (Harman, 1956)Teoria da mutação somática (Curtis, 1961) Teorias Imunológicas (Walford, 1969;

Finch & Rose, 1995)Teorias Hormonais- relógio biológico

(Denckla, 1975)

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Como o indivíduo se ajusta à sociedade ao longo do tempo.

Como a estrutura social determina o processo do envelhecimento.

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Na Sociologia do envelhecimento existem três gerações distintas de conceituações – cada uma com seus sub-temas e inovações metodológicas.

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Caracterização da Gerontologia Social, cujos precursores são as obras “Personal Adjustment in old Age” (1949) de Cavan, Burgess, Havinghurst & Goldhammer e “Older People” (1953) de Havinghurst & Albrecht.

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Estes esforços se alinhavam com as abordagens da psicologia social e tratavam das várias formas de atividade e satisfação de viver. Para explicar o ajuste em face do suposto declínio entre os idosos, estas abordagens baseavam-se em fatores de nível micro, como papéis, normas e grupos de referência.

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Destacam o indivíduo como unidade de análise;

apresentam modelos aplicáveis universalmente;

foco no ajuste individual. Os fatores sociais eram considerados inquestionavelmente como dados.

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Teoria do desengajamento (Cumming & Henry, 1961)

Teoria da atividade (Havighurst, 1968) Teoria da modernização (Cowgill &

Holmes, 1972)Teoria da sub-cultura (Rose, 1965)

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A segunda geração adotou uma abordagem estrutural em nível macro.

O foco estava nas formas pelas quais as condições estruturais ditam os parâmetros do processo de envelhecimento . O idoso é entendido como uma categoria coletiva.

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• O foco no nível individual é reducionista e desnecessário;

• as pessoas envelhecem de acordo com a maneira que a sociedade se organiza, com a agenda política, e com o posicionamento dos indivíduos na hierarquia social;

• a unidade de análise nesta concepção é a circunstância estrutural e não os atributos derivados do indivíduo.

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Teoria da continuidade (Atchley,1989)Teoria do colapso de competência

(Kuypers & Bengtson, 1973)Teoria da troca (Dowd, 1975)Teoria da estratificação por idade (Riley,

Johnson & Foner, 1972)Teoria político-econômica do

envelhecimento (Walker e Minkler, década de 80)

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Nesta geração existe uma tentativa de se buscar uma posição intermediária.

Os atores são vistos como contribuintes ativos para o seu próprio mundo.

A terceira geração incorpora a preocupação estruturalista com a distribuição de recursos, aspectos econômicos e os rumos da economia; mas também reconhece que os atores criam significado e até a estrutura tem nuances distintas, dependendo de como é vista pelos atores.

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Reconhecimento de que envelhecimento é um processo baseado em experiências.

Ele não ocorre isoladamente e é altamente influenciado pelas condições do entorno.

Estes teóricos buscam fazer ponte com os aspectos sociais, significados culturais, significados individualmente atribuídos e com as forças sociais que geram os padrões para a vida.

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Construcionismo social (os indivíduos criam e mantém significados para suas vidas. O comportamento individual constrói a realidade);

Teoria Crítica (ideal de desenvolvimento humano. O envelhecimento como emancipação- autonomia, sabedoria e transcendência);

Perspectiva do curso de vida.

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Esta perspectiva reconhece que os mais velhos não constituem um grupo homogêneo e que a diversidade entre os indivíduos tende a aumentar com a idade.

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Vem sendo usada para análise de questões como:

a natureza dinâmica e processual do envelhecimento;

como o envelhecimento é moldado pelo contexto, pela estrutura social e pelos significados culturais;

como o tempo, o período histórico e a coorte moldam o processo de envelhecimento, tanto para indivíduos como para grupos sociais.

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O critério idade não é o único usado pela sociedade para organizar o curso de vida. Há também critérios de classe social etnia, profissão e educação, que se entrelaçam com a idade para determinar a posição dos indivíduos e dos grupos na sociedade.

Em sociologia pode ser identificado a partir da teoria da estratificação por idade (Segunda geração), mas se firma como uma perspectiva de terceira geração.

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Começa a firmar-se nos anos 70 no campo da sociologia e da psicologia.

Vem sendo usada para análise de questões como: a natureza dinâmica e processual do envelhecimento; como o envelhecimento é moldado pelo contexto, pela estrutura social e pelos significados culturais; e como o tempo, o período histórico e a coorte moldam o processo de envelhecimento, tanto para indivíduos como para grupos sociais.

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Critérios de classe social etnia, profissão e educação se entrelaçam com a idade para determinar a posição dos indivíduos e dos grupos na sociedade.

Em sociologia pode ser identificado a partir da teoria da estratificação por idade (Segunda geração), mas se firma como uma perspectiva de terceira geração;

É influenciada pelas teorias psicológicas do relógio social e das tarefas evolutivas (paradigma contextualista em psicologia).

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1- O envelhecimento acontece desde o nascimento até a morte (não há um foco exclusivo na velhice);2- O envelhecimento envolve processos sociais, psicológicos e biológicos;3- A experiência de envelhecer é marcada por fatores históricos de coorte.

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O primeiro teórico a propor este paradigma foi Klaus Riegel - no âmbito da psicologia do desenvolvimento.

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Esta teoria refere-se à capacidade de viver em meio a contradições e a uma habilidade que o ser humano tem se sintetizar o conhecimento como resultado de uma longa experiência de vida.

Neste ponto de vista, os idosos podem não ser vem sucedidos em operações formais em testes cognitivos, mas são bem sucedidos em avaliações dialéticas.Operações formais não representam a medida da inteligência na maturidade. O pensar em qualquer idade é essencialmente dialético e não orientado pela busca do equilíbrio.

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Nesta perspectiva considera-se que a pessoa vai se transformando à medida que a estrutura social se transforma. Assim, a situação pessoa-ambiente é totalmente passível de intervenção através de medidas física, psicológicas e sociais.

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1- processo biológico interno de maturação e declínio sensorial na idade avançada;

2- processo extra-físico de maturação que envolve eventos traumáticos;

3- Processos de maturação psicológica;4- Processos de maturação sociológica.Os dois últimos processos envolvem a

capacidade de interagir em sociedade.

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Foco na mudança; Interação dinâmica; Causalidade recíproca; Ausência de completa determinação; Preocupação com processos de mudança

determinados pela atuação conjunta de processos individuais e históricos

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Baltes sintetiza as idéias de Riegel, a perspectiva contextualista (Teoria do Relógio Social e teoria das Tarefas evolutivas da vida adulta e da velhice) e a teoria da aprendizagem social;Integra com o paradigma da mudança ordenada (Bühler e Erikson);Resultando na seguinte proposição: existem três classes de influência sobre o desenvolvimento - 1)normativas, graduadas por idade; 2)normativas, graduadas por história; e 3) não normativas.

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São influências biológicas e socioculturais claramente associadas à passagem do tempo. Ex: maturação física; casamento, etc.

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Eventos de alcance genérico, que são vividos por indivíduos de uma dada unidade cultural e que guardam relações com mudanças biossociais que afetam todo o grupo etário. Ex; guerra, crises econômicas, etc.

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Podem ser de caráter biológico ou ambiental e não atingem a todos os indivíduos de um grupo etário ao mesmo tempo. Ex: desemprego, divórcio, adoecer repentinamente, etc.

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A multideterminação do desenvolvimentopermite a formação de perfis vitaisdiferenciados que fazem com que aspessoas sejam diferentes entre si.

Além disso, o desenvolvimento não setraduz em mudanças unidirecionais eacumulativas, mas sim multilineares edescontínuas.

O declínio é moderado por experiênciassociais que produzem capacidadessocializadas estáveis ou até crescentes.

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A descrição do envelhecimento cognitivo como um duplo processo que prevê o aperfeiçoamento da inteligência cristalizada e ao mesmo tempo, o declínio da inteligência fluida exemplifica essa questão.O paradigma de desenvolvimento ao longo de toda a vida (life-span) adota uma perspectiva de "declínio com compensação". De fato, há prejuízos nas capacidades biológicas e comportamentais, no entanto o declínio é moderado por experiências sociais que produzem capacidades socializadas estáveis ou até crescentes.

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A idade cronológica não causa o desenvolvimento nem o envelhecimento, mas é um importante indicador;

O desenvolvimento se estende por toda a vida;

O desenvolvimento e o envelhecimento envolvem uma seqüência de mudanças: a) graduadas pela idade; b) graduadas pela história; c) não normativas;

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O desenvolvimento é um processo finito, limitado por influências genético-biológicas que determinam que, na velhice, o indivíduo seja cada vez mais dependente dos recursos da cultura e, ao mesmo tempo, cada vez menos responsivo às suas influências;

Com o envelhecimento diminui a plasticidade comportamental, definida como a possibilidade de mudar para adaptar-se ao meio;

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Fica resguardado o potencial de desenvolvimento, dentro dos limites da plasticidade individual, a qual depende das condições histórico-culturais;

Cada idade tem sua própria dinâmica de desenvolvimento;

O envelhecimento é uma experiência heterogênea;

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Envelhecimento normal, ótimo e patológico podem funcionar como categorias orientadoras para a pesquisa e intervenção;

O estudo do desenvolvimento e do envelhecimento exige a contribuição de várias disciplinas.

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- Algumas teorias psicológicas do envelhecimento visam características amplas como a personalidade, enquanto outras exploram facetas particulares da percepção ou memória.

- Em qualquer caso, o propósito da psicologia de desenvolvimento adulto e do envelhecimento é explicar como o comportamento se organiza no adulto e em que circunstâncias se torna ótimo ou desorganizado.

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1- Paradigma da mudança ordenadaFases do desenvolvimento psicológico - Bühler (1935); Teoria Junguiana do desenvolvimento - Jung (1930); As oito idades do Homem- Erikson (1950)2- Paradigma ContextualistaTeoria do Relógio Social - Neugarten (1969); Tarefas evolutivas da vida adulta e da velhice - Havighurst (1951)3- O paradigma do desenvolvimento ao longo de toda vida (Life-Span Development)

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IDADE CONFLITO DO EGO VALOR

EMERGENTE

Fase bebê Confiança X desconfiança Esperança

Infância inicial Autonomia X vergonha e

dúvida

Domínio

Idade do brinquedo Iniciativa X culpa Propósito

Idade escolar Trabalho X inferioridade Competência

Adolescência Identidade X confusão de

papéis

Fidelidade

Idade adulta Intimidade X isolamento Amor

Maturidade Geratividade X estagnação Cuidado

Velhice Integridade X desespero Sabedoria

As 8 idades do Homem – Erik Erikson

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Não é possível existir uma única teoria porque o envelhecimento, considerando a existência humana é inerentemente multidimensional. Nenhuma teoria dá conta de todas as dimensões do ser humano (bio, social, psico, espiritual).

A construção de teorias nos campos da Biologia, Psicologia e Sociologia do envelhecimento simplesmente se movem em mundos conceituais diferentes e a relação lógica ente estes mundos não é clara.

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- Para que a Gerontologia prospere como uma ciência ou como um corpo de conhecimento no século XXI será necessário reconstruir a preocupação dos gerontólogos com o desenvolvimento teórico.

- Enquanto nós desenvolvemos tantas generalizações empíricas descrevendo o envelhecimento, relativamente poucas destas generalizações têm sido empregadas na mais fundamental tarefa de compreender e explicar o envelhecimento. Esta "desconexão da teoria" na pesquisa gerontológica também desconecta os achados das pesquisas às explicações, e assim, a edificação do conhecimento sobre o fenômeno do envelhecimento se empobrece.

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Hendricks, J. & Achenbaum, A Historical Development of theories of aging. In: Bengtson, V.L. & Schaie, K.W. (Ed.) Handbook of Theories of Aging. Springer Publishing Company: New York, U.S.A, 1999.

Neri, A L. Palavras-chave em Gerontologia. Alínea Editora: Campinas, São Paulo, 2001.

Rowe, J W. & kahn, R L. Successful Aging. Dell Trade Paperback: New York, U.S.A, 1999.

Neri, A L. Paradigmas contemporâneos sobre o desenvolvimento humano em psicologia e em sociologia. In: Neri, A L. (org). Desenvolvimento e envelhecimento. Campinas, SP: Papirus, 2001.

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Neri, A L. Teorias Psicológicas do Envelhecimento. IN: Freitas, E V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002

Siqueira, M E C. Teorias Sociológicas do Envelhecimento. IN: Freitas, E V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002