MÓDULO 4 6 fundações

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 FUNDAÇÃO NÚCLEO DE TECNOLOGIA INDUSTRIAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CNPq CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO Bolsa de Fomento Tecnológico Bolsa de Longa Duração Desenvolvimento Tecnológico Industrial (DTI)  PROGRAMA DE INOVAÇÃO DA INDUSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ MÓDULO 4/6 FUNDAÇÕES Março/2006

Transcript of MÓDULO 4 6 fundações

  • FUNDAO NCLEO DE TECNOLOGIA INDUSTRIAL

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR

    CNPq CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTFICO E TECNOLGICO

    Bolsa de Fomento Tecnolgico Bolsa de Longa Durao Desenvolvimento Tecnolgico Industrial (DTI)

    PROGRAMA DE INOVAO DA INDUSTRIA DA CONSTRUO CIVIL DO ESTADO DO CEAR

    MDULO 4/6

    FUNDAES

    Maro/2006

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    O presente trabalho foi realizado com o apoio do CNPq, uma entidade do Governo Brasileiro voltada ao desenvolvimento cientfico e tecnolgico.

    EMPRESAS PARTICIPANTES Empresa Participantes

    Acopi Construtora Ltda Jos Elsio de Castro Mota Filho Blokus Engenharia Ltda Antonio de Mattos Brito Neto Construtora Colmbia Ltda Manoel Loureno dos Santos Filho Construtora Castelo Branco CCB Rui Ribeiro Castelo Branco Filho Construtora Granito Ltda Jos Newton Lopes Ribeiro Construtora PLACIC Ltda Jos Carlos Braide Nogueira da Gama Construtora Santo Amaro Ltda Ricardo Miranda Moreira de Sousa Fibra Construes Ltda Francisco Eugnio Montenegro da Rocha FB empreendimentos Ltda Tales de S Cavalcante Construtora Alves Lima Ltda Flvio Alves

    C. Rolim Engenharia Marcos Novaes Valria Pacheco

    Construtora LCR Ltda Maurcio Lima de Carvalho Rocha

    J. Simes Engenharia Ltda Jos Simes Filho Roberto Ribeiro Costa Lima

    EQUIPE TCNICA PERMANENTE DO PROGRAMA (ETPP) Instituio Participante

    UFC Jos de Paula Barros Neto NUTEC Jos Ramalho Torres NUTEC Roney Srgio Marinho de Moura CEFET Arnaldo Pinheiro Silva Bolsista CNPq Mrcia Rufino Bastos Bolsista CNPq Thiago Ribeiro Francelino CONSULTOR DO PROGRAMA Antnio Nunes de Miranda

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    SUMRIO

    Lista de abreviaturas 6

    Lista de quadros 6

    Lista de figuras 7

    Lista de figuras 7

    1. Introduo 8

    1.1. Metodologia de trabalho 9

    2. Informaes de Clculo 12

    2.1. INFORMAES DE CLCULO PARA PROFUNDIDADE DE SONDAGEM 12

    2.1.1. Descrio Geral do Clculo 12

    2.1.2. Clculo da Carga Total da Estrutura (QT) 12

    2.1.3. Clculo da Presso Devida ao Peso do Solo (QS) na Profundidade (P) 13

    2.1.4. Clculo da Tenso Distribuda no Solo (Qp) na Profundidade (P) 13

    2.1.5. Clculo da Profundidade (PF) em que 10% da Presso Devida ao Peso do Solo

    (QS) igual a Tenso Distribuda no Solo (QP) 14

    2.2. INFORMAES DE CLCULO PARA O COMPRIMENTO DAS ESTACAS 16

    2.2.1. Descrio Geral do Clculo 16

    2.2.2. Mtodos Usados 18

    3. Elaborao dos Termos de Referncias 24

    3.1. TERMO DE REFERNCIA DE SONDAGEM A PERCURSSO 25

    3.1.1. Normas 25

    3.1.2. Programao das sondagens 25

    3.1.3. Contrato do servio de sondagem 26

    3.1.4. Locao das sondagens 26

    3.1.5. Execuo da sondagem a percusso 27

    3.1.6. apresentao da sondagem 28

    3.1.7. acompanhamento da execuo 28

    3.2. TERMO DE REFERNCIA DE PROJETOS DE FUNDAES 30

    3.2.1. As built 31

    3.2.2. Normas 31

    3.2.3. Fundaes Diretas 32

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    3.2.4. Dimensionamento das fundaes diretas 33

    3.2.5. Projeto de Fundaes Diretas 33

    3.2.6. Fundaes Profundas 34

    3.2.7. Dimensionamento das fundaes em estacas 35

    3.2.8. Projeto dos blocos de coroamento das estacas 36

    3.2.9. Projeto de Estaqueamento 37

    3.3. TERMO DE REFERNCIA DE ESCAVAO E OBRA DE CONTENO 38

    3.3.1. Projeto de Escavao 38

    3.3.2. Referencial de Nvel 39

    3.3.3. Escavao Geral do Terreno 39

    3.3.4. Escavao Localizada 40

    3.3.5. Cortina de Conteno 40

    3.3.6. Contrato de Execuo de Cortina de Conteno 40

    3.3.7. Exemplo de responsabilidade da contratada e da contratante 41

    3.3.8. Execuo da cortina de conteno 42

    3.3.9. Visita prvia ao local da obra 43

    3.3.10. Acompanhamento da execuo 44

    3.4. TERMO DE REFERNCIA EM ESTACA TIPO HLICE CONTNUA 45

    3.4.1. Fundaes Profundas 47

    3.4.2. Estacas hlice contnua 48

    3.4.3. Contrato de Execuo 48

    3.4.4. Exmplo de responsabilidade da contratada e da contratante 49

    3.4.5. Execuo das estacas 51

    4. Relatrios das visitas tcnicas 56

    4.1. VISITA TCNICA DO DIA 14/03/06 (ESTACA HLICE CONTNUA) 56

    4.1.1. Informaes para a elaborao do projeto de fundaes e conteno 56

    4.1.2. Execuo de estacas tipo hlice contnua 57

    4.2. VISITA TCNICA DO DIA 16/03/06 (FUNDAES DIRETAS) 65

    4.2.1. Anlise do relatrio de sondagem 65

    4.2.2. Fotos da visita 65

    5. Consideraes Finais 68

    6. Bibliografia 69

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    ANEXO A-1 (Memria de Clculo de Estacas Pr-Moldadas pelo Mtodo Aoki-Veloso) 70

    ANEXO A-2 (Memria de Clculo de Estacas Tipo Franki pelo Mtodo Aoki-Veloso) 73

    ANEXO A-3 (Memria de Clculo de Estacas Metlicas pelo Mtodo Aoki-Veloso) 76

    ANEXO A-4 (Memria de Clculo de Estacas Raiz pelo Mtodo davi cabral) 79

    ANEXO A-5 (Memria de Clculo de Estacas Hlice Contnua pelo Mtodo Antunes

    Cabral) 82

    ANEXO A-6 (Memria de Clculo de Estacas Hlice Contnua pelo Mtodo Antunes

    Cabral) 85

    ANEXO B-1 (Modelo de relatrio de sondagem) 88

    ANEXO B-2 (Tabela com Cargas E Momentos Forncedas pelo Calculista para Elaborao

    no Clculo das Estacas) 96

    ANEXO B-3 (Modelo da soluo adotada na obra visitada) 97

    ANEXO B-4 (Soluo adotada na obra visitada com Tirante) 98

    ANEXO C-1 (Modelo de Relatrio de acompanhamento de estacas tipo hlice contnua) 99

    ANEXO D-1 (Perfil de sondagem da obra visistada) 100

    ANEXO D-2 (Planta baixa geral da planta de fundaes da 2 obra visitada) 101

    ANEXO D-3 (Solues de Conteno adotadas pelo projetista para a 2 obra visitada) 102

    ANEXO D-4 (Projeto das estacas brocas da 2 obra visitada) 103

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    LISTA DE ABREVIATURAS

    INOVACON Programa de inovao da industria da construo civil do estado do Cear;

    ETPP Equipe tcnica permanente do programa;

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1-1: Relao das empresas participantes do INOVACON....................................8

    Quadro 1-2: Equipe tcnica permanente do programa (ETPP).........................................8

    Quadro 2-1: Tabela com Valores de 10% qS e de qP........................................................15

    Quadro 2-2: Mtodo de Clculo para cada tipo de estaca................................................18

    Quadro 2-3: Coeficientes utilizados para cada tipo de mtodo de clculo.......................18

    Quadro 2-4: Coeficiente de acordo com a classificao dos solos.....................................20

    Quadro 2-5: Tipo de estaca e seus coeficientes..................................................................20

    Quadro 2-6: Valores de o .................................................................................................22

    Quadro 2-7: Valores de 1 e 2 .........................................................................................22

    Quadro 2-8: Valores de 1 e 2 .........................................................................................23

    Quadro 4-1: Listagem das visitas realizadas no presente mdulo....................................56

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 3-1: Corte esquemtico da marcao das estacas .................................................58

    Figura 3-2.: Procura-se a barra de ao que marca o centro da estaca.............................59

    Figura 3-3: Local exato onde o trado perfurador dever ser localizado..........................59

    Figura 3-4: Retirada da Barra de ao que marcava o centro da estaca...........................59

    Figura 3-5: Tampa de vedao do tubo por onde lanado o concreto...........................60

    Figura 3-5: Incio da perfurao da estaca tipo Hlice Contnua.....................................60

    Figura 3-6: Incio da perfurao da estaca tipo Hlice Contnua.....................................61

    Figura 3-7: Painel de controle dentro da mquina ...........................................................61

    Figura 3-8: Material aflorando quando da perfurao do trado .....................................62

    Figura 3-9: Trmino da escavao, quando se atinge a profundidade desejada..............62

    Figura 3-10: Confeco das ferragens para as estacas tipo Hlice Contnua...................63

    Figura 3-11: Armazenagem das ferragens das estacas .....................................................64

    Figura 3-11.: Vista Geral da Obra.....................................................................................65

    Figura 3-12.: Vista geral do escoramento da forma do pilar e da cortina de conteno

    executada de forma mista (estaca broca e tijolo cermico).......................................66

    Figura 3-13.: Detalhe do escoramento da forma do pilar e da cortina de conteno

    executada de forma mista (estaca broca e tijolo cermico).......................................66

    Figura 3-14.: Detalhe da cortina de conteno executada com estaca broca ...................67

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    1. INTRODUO

    O presente relatrio tem como objetivo apresentar as atividades realizadas no quarto

    mdulo do Programa INOVACON, que tratou sobre o tema: Fundaes nas obras de Edifcios

    na cidade de Fortaleza.

    O mdulo contou com a participao das 13 empresas integrantes do INOVACON

    (ver Quadro 1-1) e da equipe tcnica permanente do programa (ETPP), apresentada no

    Quadro 1-2.

    Quadro 1-1: Relao das empresas participantes do INOVACON Empresas

    Acopi Construtora Ltda FB empreendimentos Ltda Blokus Engenharia Ltda Construtora Alves Lima Ltda Construtora Colmbia Ltda C. Rolim Engenharia Construtora Castelo Branco CCB Construtora LCR Ltda Construtora Granito Ltda J. Simes Engenharia Ltda Construtora PLACIC Ltda Fibra Construes Ltda Construtora Santo Amaro Ltda

    Quadro 1-2: Equipe tcnica permanente do programa (ETPP) Instituio Participante

    UFC Jos de Paula Barros Neto NUTEC Jos Ramalho Torres NUTEC Roney Srgio Marinho de Moura CEFET Arnaldo Pinheiro Silva

    Bolsista CNPq Mrcia Rufino Bastos Bolsista CNPq Thiago Ribeiro Francelino

    Como no mdulo anterior, foi convidado um consultor local com o intuito de

    repassar s empresas os conhecimentos tericos e prticos do tema.

    Normalmente, nos mdulos do INOVACON so convidados dois consultores para

    ministrar o assunto. O consultor nacional fica encarregado de organizar e ministrar o curso, j

    o consultor local fica encarregado de fornecer um suporte para a equipe tcnica e para as

    empresas participantes do INOVACON. Neste mdulo, em particular, achou-se por bem

    convidar apenas um consultor tendo em vista dois aspectos. O primeiro aspecto levou em

    conta a grande experincia do consultor que atua em nvel nacional, e o segundo aspecto foi a

    o conhecimento aprofundado das peculiaridades do subsolo da cidade de Fortaleza, regio a

    qual atual a grande maioria das empresas participantes do INOVACON. O consultor

    convidado foi o Engenheiro Antnio Nunes de Miranda o qual possui o seguinte curriculum:

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    Formao:

    Engenheiro Civil formado em 1969 pela Escola de Engenharia da UFC;

    Mestrado em Mecnica dos Solos em 1972 pela Pontifcia Universidade Catlica do

    Rio de Janeiro;

    Doutorado em Mecnica dos Solos em 1988 na Colorado State University, USA.

    Membro da:

    o Associao Brasileira de Ensino de Engenharia;

    o Comit Brasileiro de Grandes Barragens,

    o Associao Brasileira de Mecnica dos Solos; e

    o Associao Brasileira de Pavimentao.

    Experincia Profissional: Como professor:

    Professor Titular de Mecnica dos Solos da UFC;

    Professor de Fundaes do Curso de Mestrado em Edificaes UFC;

    Professor da disciplina Tecnologia de Fundaes do Curso de Especializao em

    Tecnologia e Gesto na Construo de Edifcios UFC.

    Como profissional:

    Consultor Independente em Geotecnia, Fundaes e Barragens, tendo atuado

    como Coordenador, Responsvel Tcnico e Consultor em projetos e execuo de

    fundaes e obras de conteno e drenagem de grande nmero de edifcios e

    obras, incluindo:

    o Usina Termeltrica no Complexo Industrial do Porto do Pecem

    o Aerogeradores de grande porte nos Parque Elicos de Aracati e Taba

    o Usina Siderrgica do Cear - USC

    o Aeroportos de Fortaleza e Belm

    o Controle da execuo das fundaes do Edifcio Sede do BNH em Fortaleza

    1.1. METODOLOGIA DE TRABALHO

    Atravs de reunies, a ETPP e o consultor elaboraram a metodologia de trabalho a

    ser utilizada no repasse dos conhecimentos tericos e prticos sobre o assunto.

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    A metodologia para a realizao do mdulo de fundaes consistiu nas seguintes

    etapas:

    - Aulas tericas ministradas pelo consultor;

    - Informaes de clculo para:

    Profundidade da Sondagem;

    Profundidade das Estacas;

    - Elaborao de termos de referncias para:

    Execuo de sondagem percursso;

    Projeto de Fundaes;

    Escavao e Conteno de subsolo;

    Execuo de Estacas Hlice Contnua.

    - Visita tcnica a obra com a seguinte finalidade;

    Acompanhar a execuo de uma obra em fundaes direta;

    Acompanhar a execuo de uma obra em fundaes indireta;

    Ao todo, foram ministradas cinco aulas tericas perfazendo um total de 20

    horas/aula. Nestas aulas, foram apresentadas todas as informaes pertinentes ao assunto, dos

    quais se pode citar: Tipo de fundaes, investigao geotcnica, estudo do subsolo local,

    escavao e reaterro, fundaes diretas (Sapatas e Blocos); fundaes corridas; estacas pr-

    moldadas de concreto; estacas metlicas; estacas franki; estacas broca; estaca-raizes; estaca

    hlice contnua; cortina de conteno e prova de carga. Alm dos slides apresentados nas

    aulas, foi distribuda s empresas uma apostila fruto da experincia do consultor.

    Tendo em vista, as deficincias apresentadas pelas empresas no que diz respeito

    contratao dos diversos servios que compem a etapa de fundaes, a ETPP juntamente

    com o consultor decidiram elaborar alguns termos de referncias que pudessem servir de

    orientao para as empresas na contratao dos diversos servios da etapa de fundaes. Estes

    termos de referncias podem ser vistos no captulo 02.

    Outra etapa desse mdulo consistiu em visitas tcnicas a obras de algumas empresas,

    com o intuito de observar e acompanhar parte dos diversos assuntos tratados durante o curso

    terico. As visitas foram realizadas pela ETPP, juntamente com o consultor. A idia era de

    mostrar como se deve realizar a fiscalizao dos servios de fundaes. Desde o estudo

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    geotcnico passando pela anlise crtica dos projetos e pela etapa de conteno, chegando

    etapa de execuo das fundaes, sejam elas diretas ou indiretas. As visitas foram realizadas

    em dois empreendimentos, de empresas distintas. O relatrio de cada visita est detalhado no

    captulo 03, onde se pode encontrar fotos e a descrio dos assuntos tratados durante a

    visita.Devido ao atraso ocorrido na contratao da empresa de sondagem, no foi possvel a

    realizao da terceira visita para verificao da execuo do furo de sondagem na obra.

    No Captulo 4, sero feitas algumas consideraes finais sobre os cuidados que as

    empresas devem tomar na contratao e na execuo das atividades que compem o servio

    de fundaes. E no Captulo 5, desse relatrio, ser apresentada uma bibliografia que tambm

    servir de material de pesquisa aos interessados em se aprofundar no assunto.

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    2. INFORMAES DE CLCULO

    2.1. INFORMAES DE CLCULO PARA PROFUNDIDADE DE

    SONDAGEM

    2.1.1. DESCRIO GERAL DO CLCULO

    De acordo com a norma, as sondagens devem ser levadas at uma profundidade em

    que as tenses introduzidas no terreno pelas cargas estruturais sejam inferiores a 10% da

    presso devido ao peso de terra preexistente nesta profundidade. Em todo o caso, as

    sondagens devem atravessar todas as camadas imprprias ou questionveis como apoio de

    fundaes. Aqui em Fortaleza, em se tratando de fundaes profundas, procura-se conhecer o

    subsolo pelo menos 6 metros abaixo da profundidade onde se espera que iro ficar as pontas

    das estacas de fundao.

    O clculo da profundidade a ser atingida pelas sondagens para bem definir o subsolo se baseia

    no seguinte:

    A carga total da estrutura calculada supondo uma carga distribuda por

    pavimento de 1,2 ton/m2.

    A partir da profundidade do subsolo a carga se espraia no interior do terreno com

    um ngulo de 45.

    A carga devido estrutura dos pavimentos de subsolo e o alvio de tenso

    causado pela escavao para instalao destes pavimentos so desprezados.

    No entanto a profundidade da sondagem contada a partir da cota do piso do

    subsolo mais inferior.

    2.1.2. CLCULO DA CARGA TOTAL DA ESTRUTURA (QT)

    QT = N x A x q

    N = nmero de pavimentos

    A = rea do pavimento tipo (m2); A = a x b

    a, b = dimenses em planta do retngulo que circunscreve o pavimento tipo (m)

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    q = carga distribuda por pavimento de 1,2 ton/m2.

    2.1.3. CLCULO DA PRESSO DEVIDA AO PESO DO SOLO (QS) NA PROFUNDIDADE

    (P)

    QS = gggg x P

    g = peso especfico do solo adotado como 2,0 ton/m2.

    2.1.4. CLCULO DA TENSO DISTRIBUDA NO SOLO (QP) NA PROFUNDIDADE (P)

    QP = QT / (a + 2 x P) x (b + 2 x P)

    Os desenhos esquemticos abaixo mostram as variveis utilizadas nas formulas.

    P

    N andares

    subsolo

    CORTE

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    2.1.5. CLCULO DA PROFUNDIDADE (PF) EM QUE 10% DA PRESSO DEVIDA AO

    PESO DO SOLO (QS) IGUAL A TENSO DISTRIBUDA NO SOLO (QP)

    0,10 x qS = 0,10 x g x PF = qP = QT / (a + 2 x PF) x (b + 2 x PF)

    ou

    0,10 x g x PF = QT / (a + 2 x PF) x (b + 2 x PF)

    ou

    0,10 x g x PF = N x a x b x q / (a + PF) x (b + PF)

    A melhor maneira de calcular o valor de PF criando uma tabela com valores de

    0,10 x g x P e de N x a x b x q / (a + 2 x PF) x (b + 2 x PF) para valores crescentes de P,

    conforme se mostra no exemplo a seguir.

    P

    P

    Projeo do pavimento tipo

    rea de distribuio da carga na profundidade P

    PLANTA BAIXA

    a

    b

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    15

    2.1.5.1. EXEMPLO DE CLCULO

    Calcular a profundidade que devem atingir as sondagens de um edifcio de 20

    pavimentos e mais dois pavimentos de garagem enterrados no subsolo, com p direito de 3 m

    cada. O pavimento tipo do edifcio pode ser representado por um retngulo de 12 m por 16 m.

    Assim:

    g = 2,0 ton/m2 N = 20

    a = 12 m b = 16 m

    q = 1,2 ton/m2

    Quadro 2-1: Tabela com Valores de 10% qS e de qP

    P 10% de qS qP

    (m) (ton/m2) (ton/m2)

    0 0,00 24,00

    1 0,20 18,29

    2 0,40 14,40

    3 0,60 11,64

    4 0,80 9,60

    5 1,00 8,06

    6 1,20 6,86

    7 1,40 5,91

    8 1,60 5,14

    9 1,80 4,52

    10 2,00 4,00

    11 2,20 3,57

    12 2,40 3,20

    13 2,60 2,89

    14 2,80 2,62

    15 3,00 2,39

    16 3,20 2,18

    17 3,40 2,00

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    16

    18 3,60 1,85

    19 3,80 1,71

    20 4,00 1,58

    Do exame da tabela verifica-se que a 14 metros, as tenses introduzidas no terreno

    pelas cargas estruturais passam a ser inferiores a 10% da presso devido ao peso de terra

    preexistente nesta profundidade. Tendo em vista que o terreno ser escavado 6 metros para

    instalao dos pavimentos de garagem, as sondagens devero ser aprofundadas at 20 metros

    de profundidade em relao ao nvel do terreno natural.

    2.2. INFORMAES DE CLCULO PARA O COMPRIMENTO DAS

    ESTACAS

    2.2.1. DESCRIO GERAL DO CLCULO

    A profundidade a ser atingida pelas estacas para suportar a carga de trabalho

    estimada a partir do clculo da carga admissvel de trabalho para cada metro de profundidade

    de cada sondagem. Este clculo feito usando os mtodos apresentados a seguir e que de

    maneira geral se baseiam nos seguintes passos:

    2.2.1.1. CLCULO DA RESISTNCIA DE PONTA (QP)

    Qp = Ap x qp

    Ap = rea da ponta da estaca

    qp = resistncia unitria de ponta

    qp = KNSPT

    K = coeficientes determinados para cada tipo de estaca, vlidos para os solos

    examinados pelos pesquisadores

    NSPT = SPT

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    2.2.1.2. CLCULO DA RESISTNCIA TOTAL DE ATRITO LATERAL (QL)

    QL = pLf

    p = permetro da seo transversal da estaca

    L = comprimento do trecho da estaca cujo atrito lateral unitrio f

    f = atrito lateral unitrio

    f = aKNSPT

    a e K = coeficientes determinados para cada tipo de estaca, vlidos para os solos

    examinados pelos pesquisadores

    2.2.1.3. RESISTNCIA TOTAL DA ESTACA (QU)

    Qu = Qp + QL

    2.2.1.4. CARGA ADMISSVEL DE TRABALHO DA ESTACA (QAD)

    Qad = Qu / FS

    FS = Coeficiente de Segurana

    O coeficiente de segurana normalmente adotado igual a 2,0, mas no caso das

    estacas escavadas (moldadas in situ, raiz e hlice contnua) a NBR 6122 / 1996 recomenda

    que a resistncia de atrito prevista na ruptura no pode ser inferior a 80% da carga de

    trabalho a ser adotada. Ou seja, Qad < QL / 0,8.

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    18

    2.2.2. MTODOS USADOS

    Os mtodos de clculo para cada tipo de estaca so indicados a seguir:

    Quadro 2-2: Mtodo de Clculo para cada tipo de estaca TIPO DE ESTACA MTODO DE CLCULO

    PREMOLDADAS DE CONCRETO MTODO DE AOKI - VELOSO

    METLICAS MTODO DE AOKI - VELOSO

    MOLDADAS "IN SITU" MTODO DE AOKI - VELOSO

    FRANKI MTODO DE AOKI - VELOSO

    ESTACA RAIZ MTODO DE DAVID CABRAL

    HLICE CONTNUA MTODO DE CABRAL E ANTUNES

    Os coeficientes usados esto indicados na tabela abaixo, sendo cada um dos mtodos

    descritos a seguir com base no livro Previso de Desempenho x Comportamento Real

    publicado por ABMS Associao Brasileira de Mecnica dos Solos, Ncleo Regional de

    So Paulo.

    Quadro 2-3: Coeficientes utilizados para cada tipo de mtodo de clculo COEFICIENTES

    AOKI e VELLOSO Cabral e Antunes David Cabral TIPO DE

    SOLO CLASSIFICAO K

    (kgf/cm2)

    a

    (%)

    1

    (%)

    2

    (kgf/cm2)

    1

    (%)

    2

    (kgf/cm2)

    C ARGILA 2,0 6,0 2,0 1,0 5,0 1,0

    CM ARGILA SILTOSA 2,2 4,0 2,0 1,0 4,0 1,0

    CMS ARGILA SILTO-ARENOSA 3,3 3,0 2,5 1,2 4,3 1,2

    CS ARGILA ARENOSA 3,5 2,4 3,5 1,5 5,0 1,5

    CSM ARGILA ARENO-SILTOSA 3,0 2,8 3,0 1,3 4,7 1,3

    G PEDREGULHO 10,0 1,4 5,0 2,5 7,0 3,0

    M SILTE 4,0 3,0 2,5 1,0 5,0 1,8

    MC SILTE ARGILOSO 2,3 3,4 2,0 1,0 3,5 1,0

    MCS SILTE ARGILO- ARENOSO 2,5 3,0 2,5 1,3 4,3 1,3

    MS SILTE ARENOSO 5,5 2,2 3,5 2,0 6,0 2,0

    MSC SILTE ARENO-ARGILOSO 4,5 2,8 3,0 1,7 5,2 1,7

    S AREIA 10,0 1,4 5,0 2,5 7,0 3,0

    SC AREIA ARGILOSA 6,0 3,0 4,0 2,0 8,0 2,3

    SCM AREIA ARGILO-SILTOSA 5,0 2,8 4,0 2,0 7,1 2,1

    SG AREIA GROSSA 10,0 1,4 5,0 2,5 5,0 2,5

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    SM AREIA SILTOSA 8,0 2,0 4,0 2,0 8,0 2,8

    SMC AREIA SILTO-ARGILOSA 7,0 2,4 4,0 2,0 8,0 2,6

    OBS: Os valores pintados de amarelo foram interpolados

    2.2.2.1. MTODO DE AOKI VELOSO

    2.2.2.1.1. CLCULO DA RESISTNCIA DE PONTA (QP)

    Qp = Ap qp / F1

    Ap = rea da ponta da estaca

    qp = resistncia unitria de ponta

    F1 = coeficiente determinado para cada tipo de estaca

    qp = KNSPT

    K = coeficiente determinado para cada tipo de solo

    NSPT = SPT

    2.2.2.1.2. CLCULO DA RESISTNCIA TOTAL DE ATRITO LATERAL (QL)

    QL = pLf / F2

    p = permetro da seo transversal da estaca

    L = comprimento do trecho da estaca cujo atrito lateral unitrio f

    F2 = coeficiente determinado para cada tipo de estaca

    f = atrito lateral unitrio

    f = aKNSPT

    a = coeficiente determinado para cada tipo de solo

    2.2.2.1.3. RESISTNCIA TOTAL DA ESTACA (QU)

    Qu = Qp + QL

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    20

    2.2.2.1.4. COEFICIENTES

    Quadro 2-4: Coeficiente de acordo com a classificao dos solos

    CLASSIFICAO K

    (kgf/cm2)

    a

    (%)

    ARGILA 2,0 6,0

    ARGILA SILTOSA 2,2 4,0

    ARGILA SILTO-ARENOSA 3,3 3,0

    ARGILA ARENOSA 3,5 2,4

    ARGILA ARENO-SILTOSA 3,0 2,8

    PEDREGULHO 10,0 1,4

    SILTE 4,0 3,0

    SILTE ARGILOSO 2,3 3,4

    SILTE ARGILO-ARENOSO 2,5 3,0

    SILTE ARENOSO 5,5 2,2

    SILTE ARENO-ARGILOSO 4,5 2,8

    AREIA 10,0 1,4

    AREIA ARGILOSA 6,0 3,0

    AREIA ARGILO-SILTOSA 5,0 2,8

    AREIA GROSSA 10,0 1,4

    AREIA SILTOSA 8,0 2,0

    AREIA SILTO-ARGILOSA 7,0 2,4

    Quadro 2-5: Tipo de estaca e seus coeficientes TIPO DE ESTACA F1 F2

    PREMOLDADAS DE CONCRETO 1,75 3,50

    METLICAS 1,75 3,50

    MOLDADAS "IN SITU" 3,00 6,00

    FRANKI 2,50 5,00

    Pode-se observar os exemplos de clculo de profundidade das estacas de acordo com

    o mtodo AOKI-VELOSO nos anexos de A-1 A-3.

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    21

    2.2.2.2. MTODO DE DAVID CABRAL (ESTACAS RAIZ):

    2.2.2.2.1. CLCULO DA RESISTNCIA DE PONTA (PP)

    Pp = o x 2 x N x Ab

    N = SPT

    Ab = rea da ponta da estaca

    o = 1 + 0.11 x r 0.01 x D

    D = dimetro da estaca (cm)

    r = presso de injeo (kgf/cm2)

    2 = coeficiente de resistncia de ponta (kgf/cm2)

    Sendo o x 2 x N 50 kgf/cm2

    2.2.2.2.2. CLCULO DA RESISTNCIA TOTAL DE ATRITO LATERAL (PL)

    PL = o x 1 x N x U x L

    o = 1 + 0.11 x r 0.01 x D

    D = dimetro da estaca (cm)

    r = presso de injeo (kgf/cm2)

    1 = coeficiente de atrito lateral (kgf/cm2)

    N = SPT

    U = permetro da seo transversal da estaca

    L = comprimento do trecho da estaca cujo SPT N

    Sendo o x 1 x N 2 kgf/cm2

    2.2.2.2.3. RESISTNCIA TOTAL DA ESTACA (PT)

    PT = Pp + Pl

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    22

    2.2.2.2.4. COEFICIENTES

    Quadro 2-6: Valores de o

    r ( kgf/cm2 )

    D (cm) 0 1 2 3

    10 0,90 1,01 1,12 1,23 12 0,88 0,99 1,10 1,21 15 0,85 0,96 1,07 1,18 16 0,84 0,95 1,06 1,17 20 0,80 0,91 1,02 1,13 25 0,75 0,86 0,97 1,08 31 0,59 0,80 0,91 1,02 42 0,58 0,69 0,80 0,91

    Quadro 2-7: Valores de 1 e 2 SOLO 1 (%) 2 ( kgf/cm2) AREIA 7,00 3,00

    AREIA SILTOSA 8,00 2,80 AREIA ARGILOSA 8,00 2,30

    SILTE 5,00 1,80 SILTE ARENOSO 6,00 2,00 SILTE ARGILOSO 3,50 1,00

    ARGILA 5,00 1,00 ARGILA ARENOSA 5,00 1,50 ARGILA SILTOSA 4,00 1,00

    2.2.2.3. MTODO DE CABRAL E ANTUNES (ESTACAS HLICE CONTNUA)

    2.2.2.3.1. CLCULO DA RESISTNCIA DE PONTA (PP)

    Pp = 2 x N x Ab

    N = SPT Ab = rea da ponta da estaca 2 = coeficiente de resistncia de ponta (kgf/cm2) Sendo 2 x N 40 kgf/cm2

    2.2.2.3.2. CLCULO DA RESISTNCIA TOTAL DE ATRITO LATERAL (PL)

    PL = 1 x N x U x L

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    1 = coeficiente de atrito lateral (kgf/cm2) N = SPT U = permetro da seo transversal da estaca L = comprimento do trecho da estaca cujo SPT N

    2.2.2.3.3. RESISTNCIA TOTAL DA ESTACA (PT)

    PT = Pp + PL

    2.2.2.3.4. COEFICIENTES

    Quadro 2-8: Valores de 1 e 2 SOLO 1 2

    ARGILA SILTOSA CM 2,00 1,00

    ARGILA C 2,00 1,00

    ARGILA ARENOSA CS 3,50 1,50

    SILTE M 2,50 1,00

    SILTE ARGILOSO MC 2,00 1,00

    SILTE ARENOSO MS 3,50 2,00

    AREIA S 5,00 2,50

    AREIA ARGILOSA SC 4,00 2,00

    AREIA SILTOSA SM 4,00 2,00

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    24

    3. ELABORAO DOS TERMOS DE REFERNCIAS

    Neste captulo iremos apresentar os termos de referncia elaborados neste Mdulo

    com o intuito de orientar as empresas na contratao dos diversos servios da etapa de

    fundaes. As deficincias na contratao dos servios de fundao foram constatadas durante

    a execuo das aulas terica do mdulo bem como, pela experincia do consultor que afirmou

    haver deficincias neste tipo de suporte ao contratante.

    Os termos por nos elaborados esto listados a seguir e representam a grande parte

    dos servios de fundaes.

    Execuo de sondagem percursso;

    Projeto de Fundaes;

    Escavao e Obra de Conteno;

    Execuo de Estacas Hlice Contnua.

    Caso a empresa necessite de outro termo de referncia como, por exemplo, para a

    execuo de estacas tipo Franki, a mesma dever procurar as informaes pertinentes no

    caderno de encargos de Fundaes fornecidas no incio deste mdulo.

    Em seguida iremos apresentar os diversos termos de referncia elaborados pela

    ETPP.

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    25

    3.1. TERMO DE REFERNCIA DE SONDAGEM A PERCURSSO

    A investigao geotcnica de um terreno consiste basicamente na caracterizao do

    subsolo no local da obra atravs de sondagens visando obter as seguintes informaes:

    A profundidade, a espessura, a classificao e a compacidade ou

    consistncia das camadas do subsolo.

    Profundidade e comportamento do lenol fretico.

    Comportamento in situ dos solos e rochas no que diz respeito a

    resistncia ao cisalhamento, compressibilidade e permeabilidade.

    3.1.1. NORMAS

    Todos os trabalhos devem ser realizados dentro da melhor tecnologia disponvel, sob a

    superviso da equipe tcnica da empresa contratante e obedecer s recomendaes das

    normas:

    NBR 08036 Programao de Sondagens de Simples Reconhecimento dos

    Solos para Fundaes de Edifcios

    NBR 06484 Execuo de Sondagens de Simples Reconhecimento dos

    Solos

    NBR 07250 Identificao e Descrio de Amostras de Solos em

    Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos

    NBR 06122 Projeto e Execuo de Fundaes

    3.1.2. PROGRAMAO DAS SONDAGENS

    As sondagens devem ser programadas de acordo com a NBR 08036 Programao

    de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundaes de Edifcios, que

    recomenda:

    As sondagens devem ser, no mnimo de uma, para cada 200m2 de rea da

    projeo em planta do edifcio, at 1200m2 de rea.

    Entre 1200m2 e 2400m2 deve-se fazer uma sondagem para cada 400m2 que

    excederem de 1200m2.

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    26

    Acima de 2400m2 o nmero de sondagens deve ser fixado de acordo com o

    plano particular da construo.

    Em quaisquer circunstncias o nmero mnimo de sondagens deve ser:

    a) Duas para rea da projeo em planta do edifcio at 200m2;

    b) Trs para rea entre 200m2 e 400m2.

    Ainda, de acordo com a norma, as sondagens devem ser levadas at uma profundidade

    em que as tenses introduzidas no terreno pelas cargas estruturais sejam inferiores a 10% da

    presso devido ao peso de terra preexistente nesta profundidade. Em todo o caso, as

    sondagens devem atravessar todas as camadas imprprias ou questionveis como apoio de

    fundaes. Em se tratando de fundaes profundas, procura-se conhecer o subsolo pelo menos

    6 metros abaixo da profundidade onde se espera que vo ficar as pontas das estacas de

    fundao.

    3.1.3. CONTRATO DO SERVIO DE SONDAGEM

    Ao contratar o servio de sondagem devem ser acertados os seguintes pontos que

    devero estar indicados na proposta e no contrato:

    Nmero e profundidade estimada das sondagens a serem executadas.

    Informaes que sero apresentadas no relatrio e se nele constar as

    recomendaes sobre as fundaes da obra.

    Preo da instalao do servio e emisso do relatrio.

    Preo por metro linear de sondagem.

    Cota arbitrria e RN a serem adotados no nivelamento da sondagem, que

    devem ser os mesmos usados no levantamento do terreno e em todos os

    projetos.

    Prazo de execuo do servio.

    3.1.4. LOCAO DAS SONDAGENS

    Para orientar a distribuio das sondagens a contratante fornecer empresa de

    sondagem uma planta do terreno com:

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    27

    Locao do terreno no quarteiro, indicando o nome da rua e as distncias

    das ruas transversais.

    Nmero do terreno ou das casas vizinhas.

    Direo do Norte, ainda que aproximada.

    Dimenses e ngulos do permetro do terreno.

    rea do terreno e da projeo do prdio.

    Indicao do nmero de subsolos e da rea, em planta, de sua projeo.

    Indicao da projeo da edificao principal (torre) e do nmero de

    pavimentos.

    Indicao de pontos de maior concentrao de cargas, tais como caixa

    dgua, poo do elevador e pilares destacadamente mais carregados.

    3.1.5. EXECUO DA SONDAGEM A PERCUSSO

    A sondagem percusso consiste basicamente na cravao de um amostrador padro

    com dimetro interno de 1 3/8 e externo 2, a cada metro de profundidade de um furo

    executado a trado, lavagem ou rotativa. A cravao feita por meio de golpes de um peso de

    65kg, caindo em queda livre de 75cm de altura, sendo anotado o nmero de golpes necessrio

    para cravar cada 15cm do amostrador, at a penetrao total de 45cm do mesmo. Na execuo

    da sondagem deve ser obedecido o previsto na NBR 06484 Execuo de Sondagens de

    Simples Reconhecimento dos Solos.

    O avano da perfurao se faz com trado, concha ou espiral, enquanto as paredes do

    furo permanecem estveis ou at ser atingido o lenol fretico. Em solos onde a parede do

    furo seja instvel ou uma vez atingida o nvel dgua, a sondagem revestida e o avano

    prosseguido por lavagem. Normalmente, utilizado o revestimento de 2 1/2 de dimetro

    interno. Em algumas circunstncias, quando o impenetrvel lavagem encontrado a

    pequena profundidade, ou logo abaixo da profundidade onde se espera que iro ficar as pontas

    das estacas de fundao, recomendvel que a sondagem seja prosseguida por rotativa, que

    permite o avano do furo em solo de alta resistncia ou mesmo em rocha.Esta providncia

    importante, principalmente, quando existe a possibilidade de ocorrncia de camadas de menor

    resistncia subjacente ao extrato que impediu o avano do furo.

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    28

    No trecho em rotativa, quando a rocha suficientemente resistente para permitir a coleta

    de amostra, so indicados os nmeros de pedaos em que a amostra se apresentou e a relao

    em porcentagem entre o comprimento da amostra obtida e o comprimento perfurado no trecho

    (Porcentagem de Recuperao). Caso contrrio, o amostrador deve ser cravado e apresenta-

    se no perfil da sondagem o resultado do SPT.

    3.1.6. APRESENTAO DA SONDAGEM

    O resultado da investigao apresentado em formulrios apropriados denominados de

    perfis de sondagem. Nestes perfis indicado em forma de grfico e tabela, o nmero de

    golpes para cravar os ltimos 30cm do amostrador padro. Nmero de golpes este,

    usualmente chamado de SPT (Standard Penetration Test), que permite inferir o estado de

    compacidade das areias e siltes arenosos, bem como a consistncia das argilas e siltes

    argilosos. Nos perfis so tambm indicadas as profundidades de mudana de camadas, a

    classificao ttil visual, conforme a NBR 07250 Identificao e Descrio de Amostras

    de Solos em Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos, e a consistncia (ou a

    compacidade) de cada camada, bem como a profundidade do nvel dgua.

    3.1.7. ACOMPANHAMENTO DA EXECUO

    A qualidade da investigao geotcnica muito importante em relao segurana do

    edifcio e a economia no projeto e na execuo das fundaes. Em se tratando de um servio

    especializado e de difcil fiscalizao, a melhor maneira de se garantir esta qualidade pela

    contratao de uma empresa idnea para sua execuo. Em todo caso, por sua importncia, a

    investigao deve ser acompanhada pela equipe tcnica da construtora. Este acompanhamento

    do servio deve ser feito por pelo menos duas visitas do engenheiro da contratante ao terreno

    durante a execuo da investigao para garantir que:

    As sondagens esto sendo realizadas no terreno certo e bem distribudas na

    projeo do prdio a ser edificado.

    O RN est marcado e bem visvel.

    A cota adotada foi a previamente acertada.

    Os furos esto locados e nivelados corretamente.

    O engenheiro (ou gelogo) da empresa de sondagem anotou e far constar

    no relatrio a existncia no terreno de poos (tubulares ou cacimbas),

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    29

    indicando dimetro, profundidade e estado atual; aterros de entulho, lixo ou

    solo, indicando a localizao e a espessura; bem como a presena de

    formigueiros, rvores, troncos, razes em grande quantidade, desnveis

    acentuados e quaisquer outras ocorrncias que possam interferir no projeto

    e na execuo das fundaes, escavaes e contenes.

    Os equipamentos esto em bom estado.

    O estgio de desenvolvimento e o ritmo de andamento do servio, por

    ocasio das visitas, esto de acordo com os prazos de execuo dos furos

    individualmente e com prazo total, demonstrando que a investigao est

    sendo efetivamente realizada.

    Alm dos cuidados j indicados no item anterior, o engenheiro da contratante em suas

    visitas de acompanhamento do servio deve atentar, especificamente em relao aos

    equipamentos e procedimentos da sondagem percusso, para o seguinte:

    Os revestimentos e hastes, que so cortados em pedaos mltiplos de 1,0

    metro e desta forma usados para medida da profundidade, no podem

    divergir de sua dimenso nominal em mais de 1,0cm.

    Os revestimentos e hastes devem ser retilneos (individualmente) e devem

    quando acoplados formar composies tambm retilneas.

    O bico do amostrador deve estar em bom estado, sem desgaste excessivo

    ou amassado.

    A marca na guia do peso deve indicar corretamente a medida de 75cm,

    correspondente a altura de queda.

    Na cravao do amostrador o peso deve ser solto na altura correta para

    garantir a queda de 75cm.

    Os boletins de campo das sondagens devem ser preenchidos e as amostras

    embaladas e etiquetadas na medida que o furo avana.

    A classificao das amostras feitas pelo sondador deve ser anotada no

    boletim de campo de forma legvel.

    O processo de avano do furo (trado, lavagem ou rotativa) deve ser anotado

    no boletim de campo.

    A profundidade do nvel dgua deve ser anotada no momento em que este

    foi atingido e aps 24 horas.

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    30

    3.2. TERMO DE REFERNCIA DE PROJETOS DE FUNDAES

    A fundao a parte da estrutura que transmite ao terreno o peso da estrutura e as

    cargas as quais ela submetida. As fundaes podem ser superficiais ou profundas. Uma

    fundao dita superficial quando ela se apia sobre o solo situado logo abaixo da estrutura.

    Ao contrrio, ela profunda quando as cargas so transmitidas a camadas mais profundas (em

    relao estrutura) do subsolo.

    Na construo de um edifcio, as atividades relativas s fundaes constituem uma

    etapa importante do desenvolvimento da obra. A segurana da edificao, bem como o custo e

    o prazo destinado a esta etapa dentro do planejamento geral da obra so pontos algumas vezes

    conflitantes e que exigem cuidadosa ateno. Por outro lado, no sendo diferente das demais

    tarefas da construo civil, a execuo das fundaes obedece a seqncia normal:

    planejamento, projeto, construo e controle.

    O que poderia ser ressaltado, em relao s fundaes, a necessidade do

    envolvimento de especialistas e empresas que so contratados para a realizao da

    investigao geotcnica do subsolo, a elaborao do projeto e execuo de servios especiais.

    Todos estes trabalhos devem obedecer s recomendaes das normas e serem realizados

    dentro da melhor tecnologia disponvel, sob a permanente superviso e controle da equipe

    tcnica da empresa construtora.

    A investigao geotcnica de um terreno consiste basicamente na caracterizao do

    subsolo no local da obra atravs de sondagens visando obter as seguintes informaes:

    A profundidade, a espessura, a classificao e a compacidade ou

    consistncia das camadas do subsolo.

    Profundidade e comportamento do lenol fretico.

    Comportamento in situ dos solos e rochas no que diz respeito a

    resistncia ao cisalhamento, compressibilidade e permeabilidade.

    Durante a investigao geotcnica, elaborao do projeto e execuo das fundaes

    preciso ter-se em mente que o objetivo obter-se da forma mais econmica uma fundao que

    tenha as seguintes caractersticas:

    A fundao deve ser segura em relao ruptura do solo.

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    31

    A fundao no deve sofrer recalque excessivo (ou seja, o recalque deve

    ser compatvel com a estrutura).

    Este objetivo alcanado, pelo trabalho da equipe tcnica da empresa construtora e

    pela contratao de empresas e profissionais competentes e idneos, com o desenvolvimento

    das seguintes atividades:

    Reunio de informaes quanto natureza da estrutura e o valor das

    cargas.

    Investigao do subsolo.

    Escolha dos tipos mais adequados de fundao.

    Calculo das cargas admissveis e estimativas dos recalques.

    Estimativa do custo de cada soluo e seleo da melhor opo.

    Elaborao do projeto geomtrico e estrutural das fundaes e

    contenes.

    Escolha e contratao da empresa executora.

    Acompanhamento e controle dos servios executados diretamente ou

    subcontratados.

    Elaborao do as built.

    3.2.1. AS BUILT

    Cabe, ainda, ressaltar que no decorrer da obra a equipe tcnica da Construtora, com o

    apoio do Calculista de Estruturas e do Consultor de Fundaes, far no projeto, as alteraes e

    adaptaes que se faam necessrias. Ao final, ser preparado um relatrio com o projeto

    eventualmente modificado e contendo o registro de todos os fatos pertinentes fundao ( as

    built).

    3.2.2. NORMAS

    O projeto de fundaes baseado na investigao geotcnica do terreno, cuja

    programao e execuo devem obedecer ao previsto nas normas:

    NBR 08036 Programao de Sondagens de Simples Reconhecimento

    dos Solos para Fundaes de Edifcios

  • Programa de Inovao da Indstria da Construo Civil do Cear INOVACON-CE

    Fundaes

    32

    NBR 06484 Execuo de Sondagens de Simples Reconhecimento dos

    Solos

    NBR 07250 Identificao e Descrio de Amostras de Solos em

    Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos

    MB 3406 Solo Ensaio de Penetrao De Cone in situ (CPT)

    A elaborao do projeto, a execuo das fundaes, o controle da execuo dos aterros

    e a realizao das provas de carga devem seguir o estabelecido nas normas:

    NBR 06122 Projeto e Execuo de Fundaes

    NBR 12131 Estacas Prova de Carga Esttica

    NBR 06489 Prova de Carga sobre o terreno de Fundao

    NBR 13208 Estacas Ensaios de Carregamento Dinmicos

    NBR 05681 Controle Tecnolgico da Execuo de Aterros em Obras de

    Edificaes

    3.2.3. FUNDAES DIRETAS

    As fundaes diretas podem ser em:

    Bloco so fundaes de grande rigidez (de alvenaria, concreto simples

    ou ciclpico) que trabalham somente compresso.

    Sapata so fundaes de pequena altura em concreto armado que

    trabalham flexo.

    As fundaes diretas podem ser classificadas, ainda, em:

    Isolada quando suporta um nico pilar.

    Corrida quando suporta um grupo de pilares em linha ou uma parede.

    Associada quando suporta dois ou mais pilares, cujas sapatas calculadas

    isoladamente iriam se superpor.

    A associao das sapatas pode resultar em todos os pilares apoiados em um nico

    elemento de fundao, formado por uma laje contnua que se apia sobre o terreno e ocupa

    em planta a rea de projeo da obra. Neste caso, a fundao denominada de radier.

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    Fundaes

    33

    3.2.4. DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAES DIRETAS

    O dimensionamento das fundaes diretas feito de acordo com a seqncia indicada

    a seguir:

    1) Determinao da tenso de ruptura do terreno na profundidade em que se

    pretende instalar as fundaes (bloco, sapata ou radier).

    2) Determinao da tenso admissvel, dividindo a tenso de ruptura por um

    coeficiente de segurana (comumente igual a 2,0) que ser adotada como

    tenso de trabalho das fundaes.

    3) Pr-dimensionamento das sapatas (bloco ou radier).

    4) Verificao se os recalques so compatveis com a estrutura. Em caso

    negativo:

    a) Volte para o item 3 e adote uma tenso de trabalho menor.

    b) Aprofunde a sapata (bloco ou radier).

    c) Adote fundao profunda.

    5) Dimensionamento geomtrico.

    6) Clculo estrutural.

    3.2.5. PROJETO DE FUNDAES DIRETAS

    O projeto de fundaes diretas consiste de desenhos com plantas e sees indicando as

    dimenses horizontais e verticais das sapatas, no qual deve ser obedecido o seguinte:

    Indicao clara das escalas adotadas em cada desenho.

    Nas sees, indicar as cotas.

    Na planta, indicar o contorno do terreno e projeo dos elementos de

    arquitetura (Pilares, subsolo, etc.)

    Indicar o RN, que deve ser o mesmo das sondagens e o nico adotado para

    todos os projetos.

    Se existirem sapatas em nveis diferentes, como, por exemplo, as dos

    pilares junto aos elevadores, indicar a cota de cada sapata e, em nota,

    esclarecer ordem e processos executivos.

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    Fundaes

    34

    Em nota, indicar a taxa de trabalho das fundaes e as cotas

    correspondentes.

    Em nota, fazer referncia ao relatrio de sondagem e relatrio de

    consultoria geotcnica, se houver, que orientaram o projeto de fundaes.

    Em nota, a partir das sondagens, indicar o tipo de solo no qual ser assente

    as sapatas.

    Caso haja interferncia com o projeto de conteno, indicar atravs de

    plantas, sees e notas explicativas, os procedimentos executivos.

    Em caso de execuo por etapas, explicar atravs de notas as diversas

    etapas e para cada etapa apresentar as plantas e cortes correspondentes.

    Caso haja necessidade de conteno ou taludamento das escavaes

    localizadas para execuo das sapatas, apresentar em planta, cortes e notas

    explicativas todos as informaes necessrias execuo.

    Apresentar a especificao do ao, o fck do concreto e as demais

    informaes necessrias concretagem

    Indicar os cuidados relativos a escavao das bases das sapatas e a

    regularizao atravs de camadas de brita e concreto, indicando os

    cuidados especiais quando houver presena de gua.

    Apresentar o detalhamento das armaduras em desenho prprio e o

    correspondente quadro de ferros.

    Todo o projeto deve estar de acordo com NBR 06122 Projeto e Execuo

    de Fundaes e com a NB 6118 Normas de Projeto de Estruturas de

    Concreto.

    3.2.6. FUNDAES PROFUNDAS

    As fundaes profundas so adotadas quando o uso de fundaes diretas no for

    possvel ou se demonstrar demasiadamente caro, em razo de:

    Camadas pouco resistentes ou muito compressveis logo abaixo da

    estrutura.

    Fundaes sujeitas a foras horizontais ou de arrancamento.

    Risco de eroso.

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    35

    Este tipo de fundao pode ser em:

    Estacas so peas longas cilndricas ou prismticas cravadas ou

    confeccionadas no solo. As estacas podem ser de ao ou concreto.

    Tubules so estruturas de fundao obtidas pela concretagem de um

    poo escavado no solo. Diferencia-se das estacas escavadas de grande

    dimetro pela ocorrncia de trabalho humano no interior do poo.

    3.2.7. DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAES EM ESTACAS

    O dimensionamento das fundaes em estacas feito de acordo com a seqncia

    indicada a seguir:

    1) Determinao da carga de ruptura das estacas para diversas

    profundidades.

    2) Determinao da carga admissvel nestas profundidades, dividindo a

    carga de ruptura por um coeficiente de segurana comumente igual a 2,0.

    3) Escolha do comprimento das estacas de modo que atinjam a profundidade

    na qual a carga admissvel igual ou maior que carga mxima admissvel

    estrutural da estaca, que normalmente adotada como carga de trabalho.

    4) Distribuio das estacas nos blocos de coroamento de acordo com a carga

    dos diversos pilares da obra.

    5) Verificao se os recalques so compatveis com a estrutura. Em caso

    negativo:

    a) Refaa o clculo adotando, se possvel, uma maior profundidade

    para as estacas.

    b) Volte para o item 4 e adote uma menor carga de trabalho e (ou) um

    maior espaamento entre as estacas.

    c) Adote um outro tipo de estaca que permita atingir camadas mais

    resistentes do terreno. Por exemplo, substituindo estacas em

    concreto por estacas metlicas.

    6) Dimensionamento estrutural dos blocos de coroamento das estacas.

    7) Clculo da nega de cravao, no caso de estacas metlicas, pr-moldadas

    de concreto ou Franki, que ir orientar o controle da execuo na obra.

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    36

    3.2.8. PROJETO DOS BLOCOS DE COROAMENTO DAS ESTACAS

    O projeto dos blocos de coroamento das estacas consiste de desenhos com plantas e sees

    indicando as dimenses horizontais e verticais dos blocos, no qual deve ser obedecido o

    seguinte:

    Indicao clara das escalas adotadas em cada desenho.

    Nas sees, indicar as cotas.

    Na planta, indicar o contorno do terreno e projeo dos elementos de

    arquitetura (Pilares, subsolo, etc.)

    Indicar o RN, que deve ser o mesmo das sondagens e o nico adotado para

    todos os projetos.

    Se existirem blocos em nveis diferentes, como, por exemplo, os dos

    pilares junto aos elevadores, indicar a cota de cada bloco e, em nota,

    esclarecer ordem e processos executivos.

    Caso haja interferncia com o projeto de conteno, indicar atravs de

    plantas, sees e notas explicativas, os procedimentos executivos.

    Em caso de execuo por etapas, explicar atravs de notas as diversas

    etapas e para cada etapa apresentar as plantas e cortes correspondentes.

    Caso haja necessidade de conteno ou taludamento das escavaes

    localizadas para execuo dos blocos, apresentar em planta, cortes e notas

    explicativas todos as informaes necessrias execuo.

    Apresentar a especificao do ao, o fck do concreto e as demais

    informaes necessrias concretagem

    Indicar os cuidados relativos escavao das bases dos blocos e a

    regularizao atravs de camadas de brita e concreto, indicando os

    cuidados especiais quando houver presena de gua.

    Apresentar o detalhamento das armaduras em desenho prprio e o

    correspondente quadro de ferros.

    Todo o projeto deve estar de acordo com NBR 06122 Projeto e Execuo

    de Fundaes e com a NB 6118 Normas de Projeto de Estruturas de

    Concreto.

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    37

    3.2.9. PROJETO DE ESTAQUEAMENTO

    O projeto de estaqueamento consiste de desenhos com plantas indicando a distribuio das

    estacas nos blocos de estacas, no qual deve ser obedecido o seguinte:

    Indicao clara das escalas adotadas em cada desenho.

    Na planta, indicar o contorno do terreno e projeo dos elementos de

    arquitetura (Pilares, subsolo, etc.)

    Indicar o RN, que deve ser o mesmo das sondagens e o nico adotado para

    todos os projetos.

    Se existirem blocos em nveis diferentes, como, por exemplo, os dos

    pilares junto aos elevadores, indicar a cota de cada bloco e do topo da

    estaca e, em nota, esclarecer ordem e processos executivos.

    Em nota, fazer referncia ao relatrio de sondagem e relatrio de

    consultoria geotcnica, se houver, que orientaram o projeto de fundaes.

    Em nota, a partir das sondagens, indicar o tipo, as cargas de trabalho

    nominal e o comprimento das estacas.

    Apresentar quadro de cargas de trabalho das estacas.

    Caso haja interferncia da execuo das estacas com a conteno, indicar

    atravs de plantas, sees e notas explicativas, os procedimentos

    executivos.

    Em caso de execuo por etapas, explicar atravs de notas as diversas

    etapas e para cada etapa apresentar as plantas e cortes correspondentes.

    Caso haja necessidade de conteno ou taludamento das escavaes

    localizadas para execuo das estacas, apresentar em planta, cortes e notas

    explicativas todos as informaes necessrias execuo.

    Apresentar o detalhamento e as especificaes de materiais e de execuo

    das estacas.

    Indicar os cuidados relativos ao corte das estacas e de ligao delas com os

    blocos.

    Indicar os critrios de controle da locao.

    Todo o projeto deve estar de acordo com NBR 06122 Projeto e Execuo

    de Fundaes e com a NB 6118 Normas de Projeto de Estruturas de

    Concreto.

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    38

    3.3. TERMO DE REFERNCIA DE ESCAVAO E OBRA DE

    CONTENO

    Nos grandes centros urbanos o grau de dificuldade das obras vm crescendo devido

    necessidade de se executar cada vez mais subsolos, o que implica em considerar todos os

    aspectos decorrentes de grandes escavaes junto a prdios, e em locais com intenso trfego

    de pessoas e veculos, onde no se pode negligenciar problemas ambientais e de convvio com

    a comunidade no raio de ao da obra.

    3.3.1. PROJETO DE ESCAVAO

    A escavao do terreno deve seguir um plano previamente definido que expresso

    atravs de um projeto. Este projeto, em planta e sees, dever observar e apresentar o

    seguinte:

    Localizao e cota do RN.

    Posio e tipo das edificaes vizinhas, indicando as distncias delas divisa e

    cotas do terreno natural e de subsolos, se existirem.

    Indicao em planta da largura e cota das bermas, do topo e do p dos taludes e

    dos planos horizontais a serem alcanados na escavao geral.

    Indicao em planta das escavaes localizadas para execuo de blocos e

    sapatas.

    Diversas sees normais as divisas mostrando as edificaes vizinhas, bermas,

    taludes, planos horizontais a serem alcanados na escavao geral e as escavaes

    localizadas que possam interferir com os vizinhos ou ameaarem a estabilidade

    dos taludes.

    Caso a escavao v ser procedida por fases, indicar nas sees as cotas a serem

    atingidas nas diversas etapas e preparar um desenho em planta para cada uma

    destas etapas.

    Atravs de notas, apresentadas no prprio desenho, esclarecer se a escavao ser

    feita por etapas, a seqncia das atividades, o destino a ser dado ao material

    escavado, a origem do material de reaterro, as especificaes geomtricas das

    sees escavadas e as especificaes geomtricas e tecnolgicas dos reaterros.

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    39

    Caso esteja prevista a execuo de obras de conteno (cortinas diafragmas,

    cortinas de estacas moldadas in situ, muros de arrimo, tirantes, etc.), estes

    elementos devem ser indicados nas plantas e sees, independentemente dos

    projetos especficos de cada um deles.

    Qualquer ocorrncia que possa interferir com a obra (poos tubulares ou

    cacimbas, aterros de lixo ou entulhos, grandes massas enterradas de alvenaria

    ou concreto remanescente de obras anteriores, etc.) deve ser indicada em planta e

    nas notas ser descrito o procedimento a ser adotado para solucionar o problema.

    Para orientar a elaborao do projeto e a execuo das escavaes e reaterros, a seguir so discutidos alguns aspectos considerados relevantes.

    3.3.2. REFERENCIAL DE NVEL

    Deve ser localizado o RN das sondagens, que deve ser o mesmo adotado para todos os

    projetos, e sua cota transportada para um ponto no interior do terreno.

    3.3.3. ESCAVAO GERAL DO TERRENO

    Quando as dimenses do terreno, a profundidade a ser atingida e a rea a ser escavada

    permitirem, a estabilidade da escavao ser garantida pela escolha do talude.

    Caso no exista espao para execuo dos taludes, a estabilidade dos terrenos vizinhos

    dever ser garantida por obras de conteno. At 4,0m de profundidade a soluo usual a

    conteno por cortina de estacas moldadas in situ trabalhando em balano ou escoradas.

    Cuidados em relao a escavao:

    Remoo da camada mais superficial com matria orgnica e entulho.

    Estocagem do restante do solo escavado para uso na prpria obra ou remoo para

    outra obra.

    Caso sejam encontrados, durante a escavao, poos aterrados, cisternas, fossas

    ou aterros de lixo (ou entulhos) no identificados na sondagem, o engenheiro

    dever localizar estas irregularidades em planta, verificar a interferncia com as

    fundaes e discutir o assunto com o calculista ou consultor de fundaes (se

    houver).

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    40

    Verificao da largura da berma, inclinao dos taludes e profundidade de

    escavao pelo engenheiro ou pessoa por ele designada, para garantir as seguintes

    especificaes:

    Tolerncia

    Nvel da escavao 30 cm

    Largura da berma + 50 cm

    Inclinao do Talude + suave

    3.3.4. ESCAVAO LOCALIZADA

    Execuo da escavao com cortes verticais at 1,5m de profundidade, profundidades

    maiores exigem taludamento ou conteno. Ao atingir a profundidade prevista, quando a

    fundao for em sapata, examinar o solo para verificar se corresponde ao material descrito na

    sondagem.

    3.3.5. CORTINA DE CONTENO

    As cortinas de conteno, constitudas por estacas de concreto moldadas in situ ou por

    outros elementos estruturais, so usadas nos locais previstos no projeto, para evitar

    desmoronamento quando o terreno tiver que ser escavado abaixo do nvel da vizinhana e no

    houver espao suficiente para taludamento.

    3.3.6. CONTRATO DE EXECUO DE CORTINA DE CONTENO

    Antes da aprovao da Proposta de execuo sero solicitadas, caso ainda no tenham

    sido fornecidas, as seguintes informaes:

    Descrio do procedimento de execuo das cortinas.

    Comprimento estimado dos elementos que compem a cortina e possvel variao

    deste comprimento, em funo do tipo de solo a ser perfurado.

    Memria de clculo do projeto, caso este seja de autoria do executor.

    Forma de medio e pagamento.

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    Fundaes

    41

    Caso haja divergncias entre as informaes fornecidas pelo executor do estaqueamento

    e o projeto de conteno, caso este seja de outra autoria, elas devero ser discutidas e

    acertadas antes da assinatura do Contrato ou aceite da Proposta.

    Outras questes que devem ser previamente discutidas so:

    Instalaes e pagamento da energia eltrica.

    Vigilncia do canteiro e guarda dos equipamentos.

    Responsabilidade quanto a danos causados a terceiros.

    Diviso e ocupao da rea no Canteiro de Obra caso a Construtora v trabalhar

    ao mesmo tempo.

    Obrigaes trabalhistas e responsabilidade criminal e civil em caso de acidente.

    Necessidade de vistoria prvia nas edificaes vizinhas.

    3.3.7. EXEMPLO DE RESPONSABILIDADE DA CONTRATADA E DA CONTRATANTE

    A seguir so apresentados exemplos de responsabilidades da contratada e do contratante

    com o objetivo de alertar sobre a necessidade de sua definio em contrato. A relao abaixo

    no deve ser entendida como modelo de contrato, pois cada obra um caso diferente. Assim,

    estes pontos devem ser previamente discutidos, examinando a situao real da obra, e

    inseridos no contrato conforme acertado.

    3.3.7.1. ENCARGOS DA CONTRATADA

    Execuo de todos os servios previstos no projeto, sem o fornecimento do

    material;

    manuteno de tcnico de nvel superior na coordenao dos trabalhos, bem como

    registro de responsabilidade tcnica junto ao CREA;

    pagamento de todos os encargos sociais e impostos previstos por lei, relacionados

    ao objeto dos referidos servios;

    obedincia s Normas Tcnicas Brasileiras da ABNT e a fiscalizao da

    CONTRATANTE.

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    42

    3.3.7.2. ENCARGOS DA CONTRATANTE

    Entrega do terreno da obra desobstrudo, sem nenhum obstculo que dificulte a

    perfurao das estacas e tirantes;

    fornecimento do material de acordo com relao anexa;

    fornecimento de gua e energia eltrica;

    manter vigilncia na obra, inclusive se responsabilizando por danos e roubos que,

    porventura, venham ocorrer com os equipamentos da CONTRATADA, fora do

    horrio comercial;

    garantir as condies de acesso e retirada dos equipamentos da CONTRATADA,

    do canteiro de obras;

    locao das estacas e tirantes;

    indicao de tcnico de nvel superior para acompanhar, esclarecer dvidas e

    colaborar com o bom desenvolvimento da obra e perfeito cumprimento do

    contrato;

    limpeza do terreno durante e aps a execuo das estacas, tirantes e chumbadores;

    escavao mecnica do subsolo, inclusive bota-fora;

    recuperao das rachaduras e outros danos que, eventualmente, venham a ocorrer

    com as edificaes vizinhas obra, em funo de deformaes provocadas no

    terrapleno contguo, pela execuo dos tirantes;

    pagamento rigoroso das faturas previstas no cronograma financeiro da obra;

    no se beneficiar de quaisquer erros ou omisses porventura existentes nos

    projetos e especificaes, devendo ao descobri-los, explicit-los e alertar a

    CONTRATADA, acatando as correes decorrentes, como se houvessem sido

    originalmente pactuadas.

    3.3.8. EXECUO DA CORTINA DE CONTENO

    Na execuo das cortinas de conteno deve ser obedecido o seguinte:

    O dimetro, armadura, fck do concreto e profundidade das estacas sero fornecidos

    pelo projeto estrutural.

    Inicialmente feita uma locao aproximada da estaca.

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    43

    A escavao normalmente iniciada com o trado cavadeira ou p e picareta para

    facilitar a ultrapassagem de camadas superficiais mais resistentes ou com presena

    de entulho, lixo ou restos enterrados de alvenaria.

    Aps esta escavao feita a locao precisa da estaca.

    A escavao ser executada trado at atingir a profundidade ou o lenol fretico.

    Neste ltimo caso, a partir de ento o furo ser revestido e prosseguido utilizando-

    se uma sonda de fundo mvel, ou outro equipamento previamente definido.

    Grande ateno ser dado ao controle da verticalidade e da locao das estacas

    para garantir um perfeito alinhamento da cortina e evitar que a mesma possa

    invadir o terreno vizinho ou reduzir o subsolo futuro.

    No projeto deve ser indicada a ordem de execuo dos elementos que compem a

    cortina, de modo a no descalar totalmente o terreno, reduzindo a possibilidade

    de danos s edificaes vizinhas. Quando esta ordem no houver sido definida no

    projeto, esta questo deve ser discutida com o executor.

    Se o projeto previr a execuo da escavao em fases coincidentes com o avano

    da concretagem da estrutura do prdio, de modo que esta sirva de apoio cortina,

    estas fases devem ser rigorosamente seguidas.

    O lanamento de concreto nos furos escavados dever ser executado de forma a

    evitar segregao dos agregados ou mistura com o solo das paredes do furo.

    Quando a profundidade for superior a 5 metros, deve ser utilizado um tubo de

    PVC introduzido por dentro da armadura, para lanamento do concreto. No caso

    de cortina de conteno, os topos das estacas sero solidarizados por cintas de

    concreto com altura mnima de 30cm.

    3.3.9. VISITA PRVIA AO LOCAL DA OBRA

    Tendo em vista a grande importncia da situao das edificaes vizinhas e de suas

    fundaes, ser obrigatria a visita do projetista (e do executor, caso sejam de empresas

    diferentes) ao local da obra. Nesta ocasio, um tcnico da contratante deve acompanhar o

    projetista para facilitar o acesso aos prdios vizinhos e garantir que todos eles sejam visitados.

    Caso no se tenha acesso a um dos prdios ou no se obtenha as informaes necessrias

    orientao do projeto de escavao e conteno, deve ser admitida como verdadeira a hiptese

    mais desfavorvel.

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    44

    3.3.10. ACOMPANHAMENTO DA EXECUO

    Ser feito o acompanhamento da execuo, estaca por estaca, controlando o

    posicionamento e a verticalidade das estacas, a qualidade do concreto, a armadura e o seu

    posicionamento, observando-se:

    O recobrimento mnimo da armadura ser de 2,5cm.

    A tolerncia para o desvio do centro das cabeas das estacas em relao locao

    ser de 5cm no mximo.

    To logo seja possvel, o terreno deve ser escavado, ainda que local e

    parcialmente, para permitir o exame de algumas estacas em profundidade.A

    aparncia da estaca, exposta aps a escavao do terreno, no que diz respeito a

    vazios no concreto, irregularidades e exposio da armadura, indica a qualidade

    da concretagem.

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    45

    3.4. TERMO DE REFERNCIA EM ESTACA TIPO HLICE

    CONTNUA

    A fundao a parte da estrutura que transmite ao terreno o peso da estrutura e as

    cargas as quais ela submetida. As fundaes podem ser superficiais ou profundas. Uma

    fundao dita superficial quando ela se apia sobre o solo situado logo abaixo da estrutura.

    Ao contrrio, ela profunda quando as cargas so transmitidas a camadas mais profundas (em

    relao estrutura) do subsolo.

    O que poderia ser ressaltado, em relao s fundaes, a necessidade do

    envolvimento de especialistas e empresas que so contratados para a realizao da

    investigao geotcnica do subsolo, a elaborao do projeto e execuo de servios especiais.

    Todos estes trabalhos devem obedecer as recomendaes das normas e serem realizados

    dentro da melhor tecnologia disponvel, sob a permanente superviso e controle da equipe

    tcnica da empresa construtora.

    A elaborao do projeto, a execuo das fundaes, o controle da execuo dos aterros

    e a realizao das provas de carga devem seguir o estabelecido nas normas:

    NBR 06122 Projeto e Execuo de Fundaes

    NBR 12131 Estacas Prova de Carga Esttica

    NBR 06489 Prova de Carga sobre o terreno de Fundao

    NBR 13208 Estacas Ensaios de Carregamento Dinmicos

    NBR 05681 Controle Tecnolgico da Execuo de Aterros em Obras de

    Edificaes

    Durante a investigao geotcnica, elaborao do projeto e execuo das fundaes

    preciso ter-se em mente que o objetivo obter-se da forma mais econmica uma fundao que

    tenha as seguintes caractersticas:

    A fundao deve ser segura em relao ruptura do solo.

    A fundao no deve sofrer recalque excessivo (ou seja, o recalque deve

    ser compatvel com a estrutura).

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    46

    Este objetivo alcanado, pelo trabalho da equipe tcnica da empresa construtora e

    pela contratao de empresas e profissionais competentes e idneos, com o desenvolvimento

    das seguintes atividades:

    Reunio de informaes quanto a natureza da estrutura e o valor das

    cargas.

    Investigao do subsolo.

    Escolha dos tipos mais adequados de fundao.

    Calculo das cargas admissveis e estimativas dos recalques.

    Estimativa do custo de cada soluo e seleo da melhor opo.

    Elaborao do projeto geomtrico e estrutural das fundaes e

    contenes.

    Escolha e contratao da empresa executora.

    Acompanhamento e controle dos servios executados diretamente ou

    subcontratados.

    Elaborao do as built.

    Cabe, ainda, ressaltar que no decorrer da obra a equipe tcnica da Construtora, com o

    apoio do Calculista de Estruturas e do Consultor de Fundaes, far no projeto, as alteraes e

    adaptaes que se faam necessrias. Ao final, ser preparado um relatrio com o projeto

    eventualmente modificado e contendo o registro de todos os fatos pertinentes fundao ( as

    built).

    A investigao geotcnica de um terreno consiste basicamente na caracterizao do

    subsolo no local da obra atravs de sondagens visando obter as seguintes informaes:

    A profundidade, a espessura, a classificao e a compacidade ou

    consistncia das camadas do subsolo.

    Profundidade e comportamento do lenol fretico.

    Comportamento in situ dos solos e rochas no que diz respeito a

    resistncia ao cisalhamento, compressibilidade e permeabilidade.

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    47

    3.4.1. FUNDAES PROFUNDAS

    As fundaes profundas so adotadas quando o uso de fundaes diretas no for

    possvel ou se demonstrar demasiadamente caro, em razo de:

    Camadas pouco resistentes ou muito compressveis logo abaixo da

    estrutura.

    Fundaes sujeitas a foras horizontais ou de arrancamento.

    Risco de eroso.

    Este tipo de fundao pode ser em:

    Estacas so peas longas cilndricas ou prismticas cravadas ou

    confeccionadas no solo. As estacas podem ser de ao ou concreto.

    Tubules so estruturas de fundao obtidas pela concretagem de um

    poo escavado no solo. Diferencia-se das estacas escavadas de grande

    dimetro pela ocorrncia de trabalho humano no interior do poo.

    O dimensionamento das fundaes em estacas feito de acordo com a seqncia

    indicada a seguir:

    1) Determinao da carga de ruptura das estacas para diversas profundidades.

    2) Determinao da carga admissvel nestas profundidades, dividindo a carga de ruptura

    por um coeficiente de segurana comumente igual a 2,0.

    3) Escolha do comprimento das estacas de modo que atinjam a profundidade na qual a

    carga admissvel igual ou maior que carga mxima admissvel estrutural da estaca,

    que normalmente adotada como carga de trabalho.

    4) Distribuio das estacas nos blocos de coroamento de acordo com a carga dos diversos

    pilares da obra.

    5) Verificao se os recalques so compatveis com a estrutura. Em caso negativo:

    a. Refaa o clculo adotando, se possvel, uma maior profundidade para as

    estacas.

    b. Volte para o item 4 e adote uma menor carga de trabalho e (ou) um maior

    espaamento entre as estacas.

    c. Adote um outro tipo de estaca que permita atingir camadas mais resistentes do

    terreno. Por exemplo, substituindo estacas em concreto por estacas metlicas.

    6) Dimensionamento estrutural dos blocos de coroamento das estacas.

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    7) Clculo da nega de cravao, no caso de estacas metlicas, pr-moldadas de concreto

    ou Franki, que ir orientar o controle da execuo na obra.

    3.4.2. ESTACAS HLICE CONTNUA

    A estaca Hlice Contnua uma estaca escavada pela penetrao de um trado mecnico

    at a profundidade desejada, atingida esta profundidade o trado retirado do solo e ao mesmo

    tempo injetado o concreto que vai formar a estaca.

    Um aspecto importante na execuo de estacas hlice contnua a possibilidade de se

    monitorar toda a execuo garantindo assim o controle da perfeita execuo e qualidade da

    estaca. Os parmetros essenciais e que so normalmente medidos durante o processo de

    execuo so:

    Profundidade

    Torque

    Velocidade de penetrao

    Rotao de trado por unidade penetrao

    Presso do concreto

    Tempo de concretagem

    Velocidade de extrao do trado

    Alm dessas informaes, o sistema de monitorao informa ainda todas as caractersticas da

    estaca, excesso de concreto, dia e hora de execuo, informaes essas impressas em uma

    folha, para cada estaca.

    3.4.3. CONTRATO DE EXECUO

    Antes da aprovao da Proposta, caso ainda no tenham sido apresentadas, sero

    solicitadas ao executor do estaqueamento as seguintes informaes:

    Descrio do equipamento a ser usado na execuo das estacas: perfuratriz, trado

    contnuo, bomba de injeo de concreto, instrumentos de medida

    (computadorizado), sensores de profundidade, velocidade de rotao, torque,

    inclinao da torre e presso do concreto, centralizador do trado, limpador do

    trado, e p carregadeira.

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    Dimetro do trado e dimetro final da estaca.

    Descrio sumria do processo de execuo.

    Memria de clculo da carga admissvel da estaca.

    Profundidade estimada das estacas.

    Volume por estaca e trao do concreto.

    Armadura da estaca.

    Forma de medio e pagamento.

    Caso haja divergncia entre as informaes fornecidas pelo executor do

    estaqueamento e as indicaes apresentadas a seguir, elas devero ser discutidas e acertadas

    antes da assinatura do contrato ou aceite da proposta.

    Outras questes que devem ser previamente discutidas so:

    Instalao e pagamento da energia eltrica.

    Devido ao grande volume de solo resultante da escavao, responsabilidade pela

    remoo e destino final deste solo.

    Responsabilidade pelo fornecimento do concreto, que comprado de uma

    empresa concreteira, e eventuais prejuzos que possam resultar de atrasos e falhas

    no cumprimento dos cronogramas de fornecimento.

    Vigilncia do Canteiro de Obra e guarda dos equipamentos.

    Responsabilidade quanto a danos causados a terceiros.

    Diviso e ocupao da rea no canteiro de obras, caso a construtora v trabalhar

    ao mesmo tempo.

    Obrigaes trabalhistas e responsabilidade criminal e civil em caso de acidente.

    3.4.4. EXMPLO DE RESPONSABILIDADE DA CONTRATADA E DA CONTRATANTE

    A seguir so apresentados exemplos de responsabilidades da contratada e do contratante

    com o objetivo de alertar sobre a necessidade de sua definio em contrato.A relao abaixo

    no deve ser entendida como modelo de contrato, pois cada obra um caso diferente. Assim,

    estes pontos devem ser previamente discutidos, examinando a situao real da obra, e

    inseridos no contrato conforme acertado.

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    3.4.4.1. ENCARGOS DA CONTRATADA

    Fornecimento da mo-de-obra comum e especializada e dos equipamentos

    necessrios execuo dos servios;

    fornecimento de refeies, vales transporte e EPIs para seus funcionrios;

    recolhimento de encargos sociais, taxas, impostos e seguros incidentes sobre nossa

    mo-de-obra ou equipamentos;

    fornecimento de projeto executivo de fundaes, registrado junto ao CREA-CE;

    recolhimento junto ao CREA-CE da ART de execuo dos servios, vinculando a

    mesma ART do projeto;

    montagem, operao, manuteno e desmontagem de seus equipamentos;

    perfurao, concretagem e posicionamento de armao das estacas;

    superviso dos trabalhos por equipe especializada.

    3.4.4.2. ENCARGOS DA CONTRATANTE

    Entrega do terreno da obra desobstrudo e nivelado, sem nenhum obstculo que

    dificulte a execuo das estacas;

    fornecimento do material de acordo com relao anexa;

    fornecimento de gua e energia eltrica;

    manter vigilncia na obra, inclusive se responsabilizando por danos e roubos que,

    porventura, venham ocorrer com os equipamentos da CONTRATADA, fora do

    horrio comercial;

    garantir as condies de acesso e retirada dos equipamentos da CONTRATADA,

    do canteiro de obras;

    locao das estacas;

    indicao de tcnico de nvel superior para acompanhar, esclarecer dvidas e

    colaborar com o bom desenvolvimento da obra e perfeito cumprimento do

    contrato;

    limpeza do terreno, retirando com p carregadeira ou retro - escavadeira os

    materiais escavados durante a execuo das estacas;

    pagamento rigoroso das faturas previstas no cronograma financeiro da obra;

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    no se beneficiar de quaisquer erros ou omisses porventura existentes nos

    projetos e especificaes, devendo ao descobri-los, explicit-los e alertar a

    CONTRATADA, acatando as correes decorrentes, como se houvessem sido

    originalmente pactuadas.

    fornecer licenas, locao topogrfica, projetos e demais elementos tcnicos

    necessrios realizao dos servios;

    manter rampa de acesso e retirada dos equipamentos no local dos servios.

    3.4.5. EXECUO DAS ESTACAS

    As estacas sero executadas pela penetrao de um trado mecnico at a profundidade

    desejada, atingida esta profundidade o trado retirado do solo e ao mesmo tempo injetado o

    concreto, conforme descrito a seguir:

    3.4.5.1. PERFURAO

    Consiste na introduo no terreno de um trado helicoidal, at a profundidade definida

    em projeto, por rotao imposta pela mesa giratria da perfuratriz. Nesta fase, para evitar a

    entrada de solo no interior do trado, que oco, sua extremidade inferior fechada por uma

    tampa metlica provisria que expulsa no incio da concretagem.

    3.4.5.2. CONCRETAGEM

    Atingida a profundidade necessria, inicia-se a fase concretagem da estaca pelo

    bombeamento de concreto atravs do trado, ao mesmo tempo em que este lentamente

    retirado do interior do terreno. Durante a retirada do trado d-se ao mesmo, uma pequena

    velocidade de rotao no sentido da perfurao. Este movimento giratrio e o controle da

    velocidade de subida do trado so controlados de modo que haja sempre sobre o concreto uma

    presso positiva e que ao final da concretagem verifique-se um consumo de concreto superior

    ao inicialmente previsto. Durante a retirada do trado, um limpador mecnico remove o solo

    confinado entre as hlices do trado, que transportado para fora da rea de trabalho por uma

    p carregadeira.

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    3.4.5.3. COLOCAO DA ARMADURA

    Aps a concretagem, a armadura, convenientemente projetada, para isto introduzida

    na estaca. Para isto, a armadura colocada verticalmente no centro da estaca e pressionada

    para baixo pelo esforo humano ou com auxlio da perfuratriz.

    3.4.5.4. CONTROLE DA EXECUO

    Como j foi dito, a principal caracterstica da estaca hlice contnua o seu

    monitoramento atravs de sensores que medem e transferem para uma computador todos os

    parmetros necessrios a verificao da qualidade da execuo. Assim, importante que antes

    do incio da obra, a empresa executora das estacas apresente equipe da empresa contratante

    todos estes parmetros, informando os valores esperveis durante a confeco da estaca e a

    importncia de cada um para garantia da qualidade da estaca, bem como a forma como estes

    dados so fornecidos pelo computador.

    Entre estas medidas cabe realar:

    - A velocidade de penetrao do trado que deve ser igual ao produto da

    velocidade de rotao pelo passo da hlice, para garantir que no haver

    desconfinamento do solo no entorno da estaca.

    - A profundidade atingida pela estaca.

    - A presso do concreto durante a concretagem da estaca que deve ser

    sempre positiva para garantir o completo preenchimento da perfurao.

    - O volume de concreto injetado que deve ser maior que o volume previsto

    da estaca (sobreconsumo), o que garante a continuidade do fuste da

    estaca.

    3.4.5.5. CONCRETO

    Para concretagem das estacas deve ser utilizado concreto bombeado com fator gua /

    cimento entre 0,53 e 0,56, com slump 22 (2) cm medido conforme NBR NM 67 e resistncia

    conforme projeto, no mnimo classe 20, e em funo da classe de agressividade ambiental.

    Outras exigncias:

    - Tempo de incio de pega superior a 3,0 horas.

    - Exsudao inferior a 1%.

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    - Teor de ar incorporado inferior a 4,5%.

    - Agregado mximo: pedrisco.

    - Consumo de cimento superior a 400 kg/m3.

    3.4.5.6. ARMADURA

    Pelo mtodo executivo descrito acima, a armadura s poder ser colocada aps a

    concretagem e, portanto, com as dificuldades inerentes a este processo de instalao. Assim,

    para facilitar sua introduo a armadura deve ser convenientemente projetada de modo a ter

    peso, rigidez e comprimento compatveis com este processo. Deste modo, cabe uma

    discusso prvia envolvendo projetista de fundao e executor das estacas nos casos em que

    as estacas trabalhem trao ou flexo, bem como quando houver necessidade de

    ultrapassagem de camadas de argilas moles.

    3.4.5.7. PREPARO DA CABEA DA ESTACA

    Nesta operao deve-se empregar um ponteiro trabalhando com pequena inclinao

    em relao horizontal. indispensvel que o desbastamento do excesso de concreto seja

    levado at se atingir o concreto de boa qualidade, ainda que isso venha a ocorrer abaixo da

    cota de arrasamento, recompondo-se, a seguir o trecho da estaca at essa cota.

    3.4.5.8. CONTROLE GERAL DO ESTAQUEAMENTO

    Em relao ao controle de execuo do estaqueamento, que dever ser realizado

    conforme a NBR 6122, cabe salientar o seguinte:

    Para cada estaca, o executor deve preencher o Boletim de Execuo anotando, no

    mnimo, os seguintes elementos:

    Comprimento real da estaca abaixo do arrasamento.

    Desaprumo e desvio de locao.

    Caractersticas do equipamento de execuo.

    Volume de concreto para preenchimento do furo.

    Qualidade de materiais utilizados e trao do concreto.

    Anormalidades de execuo.

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    O modelo do Boletim de Execuo deve ser apresentado, antes do incio da

    cravao, ao Engenheiro da Obra que o examinar para verificar se nele existe

    espao para as anotaes acima, bem como outras pertinentes ao processo de

    execuo das estacas hlice contnua.

    No decorrer da execuo das estacas, o Engenheiro da Obra, ou pessoa por ele

    designada, acompanhar o preenchimento do Boletim de Execuo.

    Alm do Boletim de Execuo, ao final da execuo de cada estaca dever ser

    entregue ao Engenheiro da Obra, ou pessoa por ele designada, a folha de

    controle da estaca com os dados armazenados pelo computador durante a

    execuo da estaca.

    Os comprimentos das estacas so estimados a partir das sondagens.

    Comprimentos que fujam ao especificado devem receber exame minucioso da

    fiscalizao e dependendo da situao deve-se executar novas sondagens de

    verificao no local.

    Aps a execuo das estacas ser feita a verificao do posicionamento final das

    mesmas e adotadas as providncias, caso seja necessria alguma medida corretiva.

    Para tanto, ser preenchida a planilha de verificao da locao das estacas aps

    execuo.

    Caso os deslocamentos excedam 10% da dimenso representativa da seo da

    estaca (dimetro, diagonal ou largura na direo do deslocamento), ou desaprumo

    superior a 1:100, a planilha dever ser encaminhada ao calculista para verificao

    e, se necessrio, recomendao das providncias a serem tomadas tendo em vista

    as especificaes da NBR 06122 quanto a posicionamento e verticalidade.

    De acordo com a NBR 06122 Projeto e Execuo de Fundaes devero ser

    executadas provas de carga estticas sobre 1% das estacas (no mnimo uma prova)

    seguindo a NBR 12131 Estacas Prova de Carga Esttica, ou provas dinmicas

    sobre 3% das estacas (no mnimo trs provas) obedecendo a NBR 13208 Estacas

    Ensaios de Carregamento Dinmicos.

    A prova de carga a nica forma de efetivamente verificar a capacidade de carga

    deste tipo de estaca, assim, neste caso, ainda com maior razo, as recomendaes

    da Norma devem ser obedecidas.

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    3.4.5.9. ACOMPANHAMENTO DA PROVA DE CARGA

    Ser feito o acompanhamento das provas de cargas, verificando-se o cumprimento das

    especificaes e normas cabveis (NBR 12131 Estacas Prova de