Módulo 5 - Comunicação Empresarial

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Módulo 5 Elementos constitutivos da comunicação e o ruído na comunicação; Signo Linguístico Elementos constitutivos da comunicação e o ruído na comunicação Comunicar significa “tornar comum” uma mensagem a dois indivíduos. Tornar uma mensagem comum significa fazer com que o destinatário da mensagem possa compreender exatamente o que o remetente pretende transmitir. Diante disso, quando o destinatário compreende bem a mensagem, as suas respostas serão mais adequadas ao que se espera. Quando a compreensão não se faz presente, as possíveis respostas poderão ser evasivas, incompreensíveis, ou até mesmo fora do padrão da comunicação. O mesmo ocorrerá se o código utilizado pelo emissor não for o mais adequado ao destinatário. Isso é muito mais comum do que imaginamos; por exemplo, quando estrangeiros chegam ao Brasil e não falam, ou não compreendem a língua portuguesa. Pelo trecho acima pudemos observar a importância dos elementos que constituem a comunicação. Tais elementos, quando corretamente empregados, poderão ser o diferencial para a boa compreensão da mensagem a que se pretende transmitir. Daí a importância do emissor conhecer bem o seu destinatário, para que a comunicação possa ser realizada dentro dos padrões e das expectativas esperadas. Caso contrário, a conseqüência é o “ruído” na comunicação. Entende-se por “ruído” qualquer interferência na comunicação que prejudique a sua efetiva compreensão, por parte do destinatário. Assim, o uso incorreto do código (como no caso do estrangeiro visitando o Brasil) será considerado como ruído na comunicação. Os ruídos ocorrem devido a diversas circunstâncias, que poderão estar presentes no código mal utilizado (como visto acima), no ambiente, no emissor, ou no destinatário. No caso do emissor, quando não utiliza adequadamente o código, ou o canal (meio de comunicação), ou quando não formula adequadamente a sua fala, a sua mensagem. No caso do receptor, quando não confere a devida atenção á formulação do emissor, ou quando a sua compreensão de mundo está aquém do assunto em pauta. Quando a presença do ruído reside no ambiente, podemos destacar alguns itens: poluição sonora (excesso de barulho), ou na visual (movimentação de veículos, ou

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Mdulo 5

Mdulo 5Elementos constitutivos da comunicao e o rudo na comunicao; Signo LingusticoElementos constitutivos da comunicao e o rudo na comunicaoComunicar significa tornar comum uma mensagem a dois indivduos. Tornar uma mensagem comum significa fazer com que o destinatrio da mensagem possa compreender exatamente o que o remetente pretende transmitir. Diante disso, quando o destinatrio compreende bem a mensagem, as suas respostas sero mais adequadas ao que se espera. Quando a compreenso no se faz presente, as possveis respostas podero ser evasivas, incompreensveis, ou at mesmo fora do padro da comunicao. O mesmo ocorrer se o cdigo utilizado pelo emissor no for o mais adequado ao destinatrio. Isso muito mais comum do que imaginamos; por exemplo, quando estrangeiros chegam ao Brasil e no falam, ou no compreendem a lngua portuguesa.

Pelo trecho acima pudemos observar a importncia dos elementos que constituem a comunicao. Tais elementos, quando corretamente empregados, podero ser o diferencial para a boa compreenso da mensagem a que se pretende transmitir. Da a importncia do emissor conhecer bem o seu destinatrio, para que a comunicao possa ser realizada dentro dos padres e das expectativas esperadas. Caso contrrio, a conseqncia o rudo na comunicao.

Entende-se por rudo qualquer interferncia na comunicao que prejudique a sua efetiva compreenso, por parte do destinatrio. Assim, o uso incorreto do cdigo (como no caso do estrangeiro visitando o Brasil) ser considerado como rudo na comunicao.

Os rudos ocorrem devido a diversas circunstncias, que podero estar presentes no cdigo mal utilizado (como visto acima), no ambiente, no emissor, ou no destinatrio. No caso do emissor, quando no utiliza adequadamente o cdigo, ou o canal (meio de comunicao), ou quando no formula adequadamente a sua fala, a sua mensagem. No caso do receptor, quando no confere a devida ateno formulao do emissor, ou quando a sua compreenso de mundo est aqum do assuntoem pauta. Quandoa presena do rudo reside no ambiente, podemos destacar alguns itens: poluio sonora (excesso de barulho), ou na visual (movimentao de veculos, ou de pessoas na rua, por exemplo; pouca iluminao na sala de aula, por exemplo). H ainda a presena do rudo na mensagem: quando a linguagem e o tipo de vocabulrio no so adequados ao receptor, ou quando a sequncia lgica das palavras no obedece s normas gramaticais de tal lngua, podendo tambm estar presente na velocidade da transmisso das palavras.

Ainda se falando de rudo, tambm poder estar presente no emissor ou no receptor quando

oo estado psicolgico de um, ou ambos, no for favorvel comunicao: estado mental e/ou emocional alterado, motivado por preocupaes, descontentamentos, estresse, etc.

opor questes fisiolgicas no forem favorveis concentrao, motivadas por dor de cabea (e outros), dificuldade visual ou auditiva, etc.

oa percepo e a compreenso de mundo, das questes sociais, das questes psicolgicas, das questes tcnicas, por exemplo, no forem favorveis, decorrentes da formao profissional, cultural e/ou religiosa, assim como decorrentes dos preconceitos e dos esteretipos.

No caso das empresas o rudo tambm est presente. Veja o esquema abaixo, representativo de uma simulao de lanamento de produto e o resultado das vendas:

RUDO

Feedback(pesquisa de marketing, mudanas na participao de mercado, relatrios de vendas de campo)

Receptor(deciso do consumidor)

Decodificao(interpretao do receptor)

Como pudemos observar no esquema acima, ao mesmo tempo em que o emissor transmite uma mensagem, no instante seguinte poder ser o receptor, uma vez que a resposta formulada pelo ento destinatrio (que passa a ser o emitente) lhe enviada. A comunicao somente ocorrer se houver essas duas pontas. Alm disso, se houver algum erro por parte da empresa ao formular a mensagem, ou ao utilizar os meios de comunicao com o seu pblico-alvo, a comunicao no se efetivar e a presena do rudo ser observada, sentida. Por esses e outros tantos motivos, formular bem a mensagem, utilizar o canal correto e a compreenso de quem o destinatrio, somando-se outras preocupaes que o emissor dever levar em considerao, promover a eficcia do seu discurso e a correta compreenso da sua mensagem.

A cada elemento da comunicao h uma funo da linguagem a ele inerente, como resumimos no quadro abaixo:

Elementos da ComunicaoFunes da LinguagemObjetivoEm quais textos?No universo corporativo:

Contexto / ReferenteReferencialO que se pretende dizerMonografias, biografias, reportagensManuais, cartas comerciais, etc.

Remetente / EmissorEmotivanfase no EU / NSCartas de amorEditoriais / Carta do Presidente.

MensagemPoticaArranjo especial das palavras: metforas, metonmiasPoesias, textos literrios.Propaganda

Destinatrio / ReceptorConativa ou ApelativaPersuadir ; Convencer (verbos no imperativo)Normas, regulamentosPublicidades

CdigoMetalingsticaUso da prpria lnguaGramticas, dicionrios.Legendas e rtulos de produtos.

Contacto / CanalFticaTestar o canal, o meio de comunicao: eficincia do canal para estabelecer a comunicao.

Embora quase nenhuma literatura aborde os elementos da comunicao, atrelados s funes das linguagem, no universo corporativo, apenas nas questes literrias, possvel traarmos um paralelo com as empresas e como essas funes podero ser empregadas da melhor maneira pelas organizaes empresariais produtivas e ativas.

importante ressaltar que numa mensagem qualquer, com qualquer objetivo, por mais simples que seja a mensagem a ser formulada, haver a presena de mais de uma funo da linguagem. O famoso bom dia, que costumamos proferir logo cedo, dentro das empresas, visa no somente cumprimentar as pessoas ali presentes, ou simplesmente demonstrar um sinal de educao da nossa parte. Por trs de tal formulao tambm h o interesse de sentirmos a atmosfera do ambiente, naquele dia, por meio das respostas formuladas (ou no) pelos nossos interlocutores. Vale ressaltar que a ausncia do retorno do cumprimento, neste caso bom dia, para voc tambm, tambm pode ser considerada como uma resposta. Assim, alm de colocarmos uma nfase na funo ftica (teste do canal), tambm demos valor funo referencial, j que a nossa inteno inicial era a de simplesmente desejar que todos tenham um bom dia e demonstrarmos que j chegamos na empresa, que j estamos a postos para o trabalho do dia que se inicia.

No podemos nos esquecer de que o emissor exerce um papel importante e que exige responsabilidade ao codificar a mensagem a ser enviada ao destinatrio. Isto , o emissor deve elaborar a mensagem no cdigo correto, para que o destinatrio compreenda o que realmente desejado que ele compreenda. J o receptor, por sua vez, decodifica a mensagem (ou seja, a partir do cdigo como exemplo a lngua portuguesa ele conhecendo o significado das palavras, compreender a mensagem que a ele fora enviada).

Assim, quando formular a sua prxima mensagem, procure ter em mente as funes da comunicao para que a nfase seja a mais acertada e para que os erros possam ser eliminados. Tal procedimento garantir-lhe- eficcia s suas comunicaes e as respostas (feed-back) sero mais valiosas. No caso das empresas, essas respostas comporo o quadro de informaes e podero fazer toda diferena no momento de uma deciso corporativa importante.

Signo LingusticoA traduo do significado real de signo lingstico qualquer coisa que faa referncia a outra coisa ou idia (Pimenta, p. 21). Porm, isso somente poder ocorrer se de fato a idia inicial for amplamente distribuda, divulgada. Um bom exemplo disso quando vamos a um restaurante e em algum momento necessitamos ir ao banheiro, (toilette, do francs). Ao nos dirigirmos ao local podemos prontamente distinguir para qual das portas devemos nos dirigir, sem que haja qualquer palavra escrita em cada uma delas. Basta, apenas, que tragam alguns dos desenhos que distinguam o feminino do masculino: chapu, meninas, par de luvas e bolsa, por exemplo, para as mulheres; aos homens, os desenhos podero ser uma cartola, uma bola de futebol e uma chuteira, ou a figura de um menino, por exemplo. Essa j uma conveno universal, cujo significado prontamente entendido, compreendido em qualquer parte do mundo, no importa a lngua falada no local.

Vale ressaltar que todo signo lingstico compreende um significado (como a palavra, ou o smbolo compreendido); um significante (o que realmente quer dizer a palavra, o gesto, o desenho, ou o som); e o referente (a apresentao concreta do objeto de observao, da palavra, do gesto, etc). Exemplificando, podemos pegar como exemplo a palavra casa.

oReferente: o desenho, ou uma fotografia que represente a palavra casa.

oSignificante: quando escrevemos a palavra c-a-s-a.

oSignificado: como a palavra casa pode ser compreendida em seus diversos casos de uso, normalmente os possveis significados ou conceitos atribudos palavra e encontrados no dicionrio, por exemplo.

De forma a melhor exemplificar a representatividade do signo lingstico em questo, a palavra casa, veja as figuras abaixo:

Aqui est apenas um exemplo simples de como um cone empregado no nosso dia-a-dia. Assim como as palavras podem sofrer alterao de significado, mediante o uso que fazemos dela, conforme a lngua que considerada como um organismo vivo e atuante na relao entre as pessoas, as comunidades- utilizada, conforme as necessidades prementes de uma dada populao, de uma determinada rea de atuao (como o exemplo da palavra vrus, inicialmente um termo da medicina e que depois, com o tempo, passou a pertencer ao universo da tecnologia da informao), o mesmo pode ocorrer com o significado, com o conceito que as empresas vo ganhando ao longo do tempo, fruto da percepo das pessoas, dos clientes, da comunidade e da sociedade, como um todo.

Como exemplo corporativo, podemos falar do cone, da figura, que representa a Rede Globo de Televiso. Neste caso, podemos assim classificar o signo linguistico em foco, sob os seus trs aspectos:

oReferente:o smbolo que representa a emissora de TV;

oSignificante:quando escrevemos Rede Globo de Televiso;

oSignificado:como a emissora vista por ns, espectadores.

O significado que as pessoas tm em sua mente hoje, pode ser bem diferente do significado da empresa para elas, no amanh. Por essa razo as empresas precisam e devem estar antenadas s questes importantes que a envolvem, assim como atender adequadamente aos seus clientes; ser honesta, transparente. Alm disso, ao desenvolver o cone, o signo lingstico que vir a ser a sua efetiva representao em documentos, nas publicidades / propagandas, etc, deve a ele tambm atribuir um significado, que tenha relao direta com a sua misso corporativa. Como exemplo, trouxemos o cone da empresa j extinta IMPSAT, que tinha como propsito de vida (misso corporativa) estabelecer a comunicao entre as pessoas, as empresas, por meio da tecnologia. Para tanto comercializam espaos de transmisso de dados em fibra tica, rdio, etc. Vejamos como a empresa, nos idos de 1990, classificou e construiu a sua forma de comunicao:

Portanto, para que a empresa transmita credibilidade e transparncia, a forma como ela se apresenta ao mercado, sociedade, deve ser clara e transmitir essa clareza, assim como transmitir transparncia e honestidade, se quiser transmitir uma mensagem positiva e desejar que assim ela permanea.

Exerccio

1.Quando falamos em signo lingstico, a compreenso do cone, do smbolo que se apresenta est relacionado a:

a. O significado, ou ao conceito a ele atribudo.

b. O desenho, ou figura a ele atribuda.

c. A maneira como escrevemos, para compreender seu real significado.

d. O significado atribudo, assim como ao conceito de imagem corporativa, percebido pelas pessoas.

e. O conceito atribudo a ele, por quem no o conhece.

Alternativa correta: A

Comentrios no mdulo: O signo lingstico tambm um cdigo que fora previamente intencionalmente codificado, para que as pessoas possam compreender os seus reais significados e conceitos, por essa razo dotado de significado e conceituao prprios.

Contedo destinado ao uso exclusivo dos alunos dos cursos de Gesto Tecnolgica, da Universidade Paulista UNIP, elaborado pela Professora Mrcia Bronsert.