Monica Ms06

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CAMPUS II - AREIA - PB PRODUÇÃO, ESTADO NUTRICIONAL E ACÚMULO DE NITRATO EM PLANTAS DE ALFACE SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO NITROGENADA E ORGÂNICA Mônica Lima Pôrto AREIA, PB JUNHO - 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

CAMPUS II - AREIA - PB

PRODUÇÃO, ESTADO NUTRICIONAL E ACÚMULO DE NITRATO EM PLANTAS DE

ALFACE SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO NITROGENADA E ORGÂNICA

Mônica Lima Pôrto

AREIA, PB

JUNHO - 2006

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MÔNICA LIMA PÔRTO

PRODUÇÃO, ESTADO NUTRICIONAL E ACÚMULO DE NITRATO EM PLANTAS

DE ALFACE SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO NITROGENADA E ORGÂNICA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Agronomia do Centro

de Ciências Agrárias da Universidade

Federal da Paraíba como parte dos

requisitos para a obtenção do título de

Mestre em Agronomia - Área de

concentração: Agricultura Tropical.

Orientador: Dr. Adailson Pereira de Souza

AREIA, PB

JUNHO – 2006

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Ficha Catalográfica elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial de Areia-PB, CCA/UFPB. Bibliotecária: Márcia Maria Marques CRB4 – 1409

P853p Pôrto, Mônica Lima Produção, estado nutricional e acúmulo de nitrato em plantas de alface submetidas à adubação nitrogenada e orgânica./ Mônica Lima Pôrto. – Areia: PPGA/CCA/UFPB, 2006.

65f.: il. Dissertação (Mestrado em Agronomia) pelo Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Área de concentração: Agricultura Tropical. Orientador: Adailson Pereira de Souza.

1. Lactuca sativa L. - produção - nutrição. 2. Adubação nitrogenada. 3. Adubação orgânica. 4. Nitrato - acúmulo. 5. Olericultura. I. Souza, Adailson Pereira de (Orientador). II. Título.

CDU: 635.52(043.3)

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MÔNICA LIMA PÔRTO

PRODUÇÃO, ESTADO NUTRICIONAL E ACÚMULO DE NITRATO EM PLANTAS

DE ALFACE SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO NITROGENADA E ORGÂNICA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Agronomia do Centro

de Ciências Agrárias da Universidade

Federal da Paraíba como parte dos

requisitos para a obtenção do título de

Mestre em Agronomia - Área de

concentração: Agricultura Tropical.

Aprovado em 12 de Junho de 2006

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Adailson Pereira de Souza CCA/UFPB Orientador

Prof. Dr. Maria Betânia Galvão dos Santos Freire DEPA/UFRPE Examinadora

Prof. Dr. Raunira da Costa Araújo CFT/UFPB

Examinadora

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ii

Aos meus queridos pais, Maria do Céu Lima Santos e Melquesedeque Porto

Santos, e as minhas amáveis irmãs, Magna Cristina Lima Santos e Maurina Lima

Porto, por todo amor e incentivo.

OFEREÇO

A meu amor Jailson do Carmo Alves, pela sua fundamental companhia,

compreensão e grande incentivo durante toda realização desse trabalho

DEDICO

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iii

AGRADECIMENTOS

A Deus pela sua infinita misericórdia e amor, por nos dar força e coragem

para vencermos todos os obstáculos por mais difíceis que nos pareçam.

Aos meus pais, irmãs e meu noivo, por serem o porto seguro pelo apoio

nos momentos mais difíceis dessa caminhada.

Ao Professor Adailson Pereira de Souza pela atenção, incentivo e

orientação em toda execução do trabalho e a confiança depositada em minha

pessoa.

As professoras Maria Betânia Galvão dos Santos Freire (DEPA/UFRPE) e

Raunira da Costa Araújo (CFT/UFPB), pela valiosa contribuição no presente

trabalho.

A CAPES pela concessão da bolsa de estudo.

A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Agronomia do

CCA/UFPB professora Riselane de Lucena Alcântara Bruno.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, em

especial ao professor Genildo Bandeira Bruno (in memorian).

Ao senhor José da Silva Arimatéia e sua família pela concessão da área

para o desenvolvimento deste trabalho.

Aos laboratoristas e amigos do Departamento de Solos e Engenharia

Rural do CCA/UFPB.

A equipe de trabalho, Jailson do Carmo Alves, Ubaldo Araújo Tompson,

Jandeilson Alves de Arruda e Gilson Batista da Silva.

As amizades que fiz no transcorrer deste curso, bem como as amigas que

encontrei na residência feminina de Pós-Graduação.

A todos que diretamente ou indiretamente contribuíram para a realização

deste trabalho e para a minha formação profissional, através de elogios e, ou,

criticas que serviram de incentivo para superar todos os desafios e obstáculos

encontrados.

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iv

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS.............................................................................................. vi

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................. vii

RESUMO ............................................................................................................... ix

ABSTRACT............................................................................................................ xi

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................1

2. REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................3

2.1. Cultura da Alface ..........................................................................................3

2.2.Nitrogênio ......................................................................................................4

2.2.1. Fontes de nitrogênio ..............................................................................5

2.2.2. Dinâmica do nitrogênio no solo e na planta ...........................................6

2.2.3. Nitrogênio na produção de hortaliças ....................................................7

2.2.4. Nitrogênio na produção da alface ..........................................................8

2.3. Adubação Orgânica....................................................................................10

2.3.1. Adubação orgânica na produção de hortaliças ....................................11

2.3.2. Produção orgânica da alface ...............................................................12

2.4. Acúmulo de Nitrato pela Alface ..................................................................13

2.4.1. Risco sobre a saúde humana ..............................................................13

2.4.2. Limites permissíveis e aceitáveis .........................................................13

2.4.3. Efeito da adubação mineral e orgânica sobre o acúmulo de nitrato na

alface ................................................................................................. 14

2.5. Teor de Clorofila .........................................................................................15

3. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................17

3.1. Considerações Gerais ................................................................................17

3.2. Cacterísticas Avaliadas ..............................................................................19

3.2.1. Produção da alface ..............................................................................19

3.2.2. Avaliação do estado nutricional............................................................19

3.2.3. Teor de clorofila total............................................................................20

3.2.4. Teor de nitrato......................................................................................20

3.3. Análise Estatística ......................................................................................21

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................22

4.1. Produção da Alface ....................................................................................22

4.1.1. Produção total ......................................................................................22

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v

4.1.2. Produção comercial .............................................................................25

4.1.3. Massa fresca do caule e folhas............................................................25

4.1.4. Número de folhas por planta................................................................27

4.1.5. Comprimento do caule .........................................................................28

4.2. Teor de Macronutrientes nas Diferentes Partes da Alface .........................30

4.2.1. Nitrogênio.............................................................................................30

4.2.2. Fósforo.................................................................................................33

4.2.3. Potássio ...............................................................................................36

4.2.4. Cálcio ...................................................................................................39

4.2.5. Magnésio .............................................................................................42

4.3. Teores de Clorofila Total na Massa Fresca das Folhas da Alface..............44

4.4. Teor de Nitrato nas Diferentes Partes da Alface............................................ 47

5. CONCLUSÕES .................................................................................................51

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................52

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vi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Resumo da análise de variância para as características produtivas da

alface em função da adubação nitrogenada e orgânica.......................23

Tabela 2. Resumo da análise de variância para os teores de macronutrientes na

matéria seca dos diferentes compartimentos da alface em função da

adubação nitrogenada e orgânica........................................................31

Tabela 3. Resumo da análise de variância para os teores de clorofila total na

matéria fresca das folhas e dos teores de nitrato na matéria fresca dos

diferentes compartimentos da alface em função da adubação

nitrogenada e orgânica........................................................................45

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vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Produção total (PTT) e comercial (PCM) da alface em função da

adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr). * e **: significativo a 5 e

1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t. Areia-PB,

CCA/UFPB, 2006.................................................................................24

Figura 2. Massa fresca do caule (MFC) e folhas (MFF) da alface em função da

adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr). * e **: significativo a 5 e

1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t. Areia-PB,

CCA/UFPB, 2006... ...............................................................................26

Figura 3. Número de folhas por planta (NFP) da alface em função da adubação

nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr). **: significativo a 1% de

probabilidade, pelo teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006. ......................28

Figura 4. Comprimento do caule (CC) da alface em função da adubação

nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr). * e **: significativo a 5 e 1% de

probabilidade, respectivamente, pelo teste t. Areia-PB,

CCA/UFPB, 2006.. ..............................................................................29

Figura 5. Teores de nitrogênio (N) na matéria seca da raiz, caule e folhas da

alface em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006......................................................32

Figura 6. Teores de fósforo (P) na matéria seca da raiz, caule e folhas da alface

em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006. .....................................................34

Figura 7. Teores de potássio (K) na matéria seca da raiz, caule e folhas da alface

em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006.......................................................37

Figura 8. Teores de cálcio (Ca) na matéria seca da raiz, caule e folhas da alface

em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006... ...................................................40

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viii

Figura 9. Teores de magnésio (Mg) na matéria seca da raiz, caule e folhas da

alface em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006. .....................................................43

Figura 10. Teores de clorofila total (CLOROF t) na matéria fresca das folhas da

alface em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006 ....................................................46

Figura 11. Teores de nitrato (NO3-) na matéria fresca da raiz, caule e folhas da

alface em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006... .................................................48

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ix

RESUMO

MÔNICA LIMA PÔRTO. Produção, estado nutricional e acúmulo de nitrato em

plantas de alface submetidas à adubação nitrogenada e orgânica. Areia - PB,

Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, Junho de 2006.

65 p. il. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Agronomia.

Orientador: Prof. Dr. Adailson Pereira de Souza.

A alface é uma das hortaliças mais produzida e comercializada no Brasil.

Porém, estudos referentes à adubação dessa cultura ainda continuam bastante

escassos para a região Nordeste. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da

adubação nitrogenada e orgânica sobre a produção e acúmulo de nitrato na

alface (cv. Elba) no agreste paraibano. O delineamento empregado foi o de blocos

ao acaso com 11 tratamentos, sendo 5 doses de esterco bovino (30, 60, 90, 120 e

150 t ha-1), 5 doses de nitrogênio (30, 60, 90, 120 e 150 kg ha-1) e mais uma

testemunha adicional, sem interação entre as doses de nitrogênio e esterco, em

4 repetições. A colheita da alface foi realizada aos 30 dias após o transplante,

sendo avaliadas as seguintes características: produção total, produção comercial,

massa fresca do caule e folhas, número de folhas, comprimento do caule, teores

de macronutrientes (N, P, K, Ca e Mg) e nitrato nos diferentes compartimentos

(raiz, caule e folhas) e teores foliares de clorofila total. A adubação orgânica

resultou em respostas produtivas da alface significativamente superiores as

obtidas pela nitrogenada, verificando-se que, com base na maioria das tabelas de

recomendação de adubação para os estados nordestinos, a adubação mineral

com N em solo arenoso e com baixo teor de matéria orgânica pode ser

integralmente substituída pela adubação orgânica com esterco bovino. Quanto ao

estado nutricional da alface, foi constatado que as adubações em estudo

proporcionaram efeitos significativos sobre os teores de todos os macronutrientes

estudados, sendo verificado um comportamento diferenciado em função do

elemento em estudo, do compartimento analisado e do tipo de adubação. Com

base nos teores foliares de referência, verifica-se que apenas os teores de K, na

aplicação da adubação nitrogenada, estiveram abaixo da faixa considerada como

adequada para plantas de alface bem nutridas, sugerindo um estado de

desequilíbrio nutricional deste nutriente. Para os demais nutrientes, independente

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x

do tipo de adubação, constatou-se que seus teores estiveram sempre dentro dos

valores de referência. Verificou-se uma correlação positiva entre os teores de N e

os teores de clorofila total nas folhas da alface em função da adubação

nitrogenada (r = 0,75; P< 0,01) e orgânica (r = 0,64; P< 0,01). Esse fato, aliado a

sua baixa sensibilidade ao consumo de luxo de N pela planta, demonstra que a

determinação do teor de clorofila apresenta grande potencial como indicador do

nível de N para as plantas, podendo ser considerado melhor indicador do estado

nutricional da planta a este nutriente do que propriamente a determinação do seu

teor. Quanto aos teores de nitrato, as adubações estudadas proporcionaram

incrementos lineares em todos os compartimentos da alface, tendo a adubação

nitrogenada resultado em maiores teores que a orgânica. Os máximos teores

foliares de nitrato obtidos na adubação nitrogenada se encontraram abaixo do

limite de risco para saúde humana.

Palavras-chave: Lactuca sativa L, esterco bovino, uréia, nutrição mineral.

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xi

ABSTRACT

PÔRTO, MÔNICA LIMA. Production, nutritional status and nitrate

accumulation in lettuce plants submitted to organic and mineral fertilization.

Areia - PB, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, June

of 2006. 65 p. il. Dissertation. Programa de Pós-Graduação em Agronomia.

Adviser: Prof. Dr. Adailson Pereira de Souza.

Lettuce is one of the vegetable most produced and marketed in Brazil.

However, studies concerning to the fertilization of this crop are still scarce on

Northeastern region of Brazil. So this study was conducted in order to evaluate the

effects from the nitrogen and organic fertilization upon the production and nitrate

accumulation in lettuce (cv. Elba) on the semi-arid zone in Paraíba State. The

randomized block experimental was used with 11 treatments, being 5 doses of

cattle manure (30, 60, 90, 120 and 150 t ha-1), 5 doses of nitrogen (30, 60, 90, 120

and 150 kg N ha-1) and one additional control, no interaction between nitrogen and

manure doses, in 4 replicates. Lettuce plants were harvested 30 days after

transplanting, when total and commercial production, stem and leaves fresh mass,

leaf number, stem length, macronutrients (N, P, K, Ca and Mg) and nitrate levels

in the different compartments (root, stem and leaves) and total chlorophyll foliate

levels were evaluated. A significantly hight yield was obtained with the organic

fertilization of lettuce, compared to nitrogen. Based on most fertilization tables

recommended to Northeastern states, the mineral fertilization with N in sandy soil

with low organic matter content can be integrally replaced by the organic

fertilization with cattle manure. With relationship to the state nutritional on lettuce, it

was verified that the fertilizations in study presented significant effects on the of all

studied macronutrients levels, being verified a behavior differentiated in function of

the element in study, of the analyzed compartment and of the fertilization type. With

base in the reference foliate levels, it is verified that just the K levels, in the

application of the nitrogen fertilization, were below the strip considered with

appropriate for lettuce plants well nurtured, suggesting a state of unbalance

nutritional of this nutrient. For the other nutrients, independent of the fertilization

type, it was verified that your levels were always inside of the reference values. A

positive correlation was verified between N and total chlorophyll levels on lettuce

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xii

leaves in response to nitrogen (r = 0.75; P < 0.01) and organic (r = 0.64; P < 0.01)

fertilization. This fact, in addition to the low sensibility to luxury consumption of N

by plants, demonstrates that the determination of chlorophyll levels has great

potential as indicator of N levels in plants, and could be considered a better

indicator of nutritional status of lettuce plants to this nutrient than the determination

of its level. Concerning to nitrate contents, the fertilizations under study provided

linear increments to all lettuce compartments, whereas the nitrogen fertilization

resulted into higher contents than the organic. The maximum nitrate contents in

the leaf obtained by nitrogen fertilizations are below the risk border human health.

Key words: Lactuca sativa L., urea, cattle manure, mineral nutrition.

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1

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, verifica-se uma tendência mundial, também observada no

Brasil, por um aumento crescente na demanda por alimentos saudáveis, isentos

de resíduos tóxicos e provenientes de sistemas de produção menos agressivos

ao ambiente. Nesse contexto, o consumo de hortaliças vem recebendo crescente

atenção, devido principalmente ao seu baixo teor calórico e elevado valor

nutricional, o que tem contribuído significativamente para a mudança nos hábitos

alimentares da população.

Na Paraíba, a alface (Lactuca sativa L.) se destaca pela ampla

distribuição nos cinturões verdes das pequenas, médias e grandes cidades do

estado, tornando-se a hortaliça mais popular. Características intrínsecas, tais

como larga adaptação às condições climática diversas, ciclo curto, possibilidade

de cultivos sucessivos no mesmo ano, comercialização segura entre outras,

fazem desta cultura uma das preferidas pelos olericultores (Filgueira, 2003),

podendo a mesma ser explorada em diversas formas de cultivo (convencional,

orgânico e hidropônico). Seu cultivo é tradicionalmente realizado por pequenos

produtores em caráter de exploração familiar, o que lhe confere grande

importância econômica e social.

De forma geral, a produção da alface na região do Nordeste brasileiro é

realizada por pequenos produtores, que utilizam, na maioria das vezes,

adubações pesadas, empregando doses de fertilizantes (orgânicos e minerais)

excedentes à necessidade da cultura, o que, além de contribuir para elevar os

custos, coloca em risco a qualidade da produção.

Por se tratar de uma hortaliça folhosa, a alface responde muito bem a

adubação nitrogenada, proporcionando maiores rendimentos, produção mais

uniforme e de maior valor comercial (Ledo et al., 2000; Filgueira, 2003).

Entretanto, a adubação nitrogenada se constitui atualmente em assunto bastante

polêmico, pois quando aplicada em excesso pode resultar na redução da

qualidade do produto através principalmente do acúmulo de nitrato pela alface, o

qual quando ingerido em grandes concentrações pelo homem pode causar graves

conseqüências a sua saúde, como formação de nitrosaminas, substância

potencialmente carcinogênica, além da metahemoglobinemia ou sangue azul

(Boink e Speijers, 2001; Faquin e Andrade, 2004). Assim, verifica-se a

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2

necessidade da aplicação de doses adequadas de N para a cultura da alface,

com intuito de minimizar esse problema.

O cultivo orgânico da alface, além de apresentar ótimos resultados de

ordem produtiva e nutricional (Santos et al., 2001b; Yuri et al., 2004; Souza et al.,

2005), também tem apresentado resultados relevantes no que diz respeito a

minimizar o acúmulo de nitrato por essa hortaliça (Miyazawa et al., 2001; Cometti

et al., 2004), constituindo-se atualmente em uma área bastante promissora para a

realização de novos estudos científicos.

Apesar da grande importância que a adubação representa para a

produção de hortaliças, verifica-se que os estudos que abordam os efeitos da

adubação orgânica e mineral sobre a produção e qualidade da alface são

relativamente escassos para as condições do Nordeste brasileiro, sendo que os

trabalhos dessa natureza se constituem de suma importância para a expansão e

racionalização dessa cultura em níveis regionais.

Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção, estado

nutricional e acúmulo de nitrato em plantas de alface submetidas á adubação

nitrogenada e orgânica nas condições regionais do agreste paraibano.

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3

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Cultura da Alface

A alface (Lactuca sativa L.) originou-se de espécies silvestres, atualmente

ainda encontradas em regiões de clima temperado, no sul da Europa e na Ásia

Ocidental. Sua introdução no país foi feita pelos portugueses. É uma planta

herbácea delicada com pequeno caule, no qual as folhas crescem em forma de

roseta, podendo ser lisas ou crespas formando ou não cabeça com coloração em

vários tons de verde, ou roxa, conforme a cultivar. Apresenta ciclo curto, grande

área foliar e sistema radicular pouco profundo, exigindo solos areno-argilosos,

ricos em matéria orgânica e com boa quantidade de nutrientes prontamente

disponíveis a planta (Vidigal et al., 1995; Filgueira, 2003).

Normalmente, é produzida em cinturões verdes próximos aos grandes

centros consumidores, dada a alta perecibilidade do produto no período de pós-

colheita, oriunda de seu alto teor de água e grande área folia (Vidigal et al., 1995;

Santos et al., 2001b). Nos locais de produção é exigida além da qualidade,

quantidade e principalmente regularidade de oferta do produto para atender o

mercado consumidor durante o ano todo (Bezerra Neto et al., 2005).

A alface tem grande importância na alimentação e saúde humana

destacando-se, principalmente, como fonte de vitaminas e sais minerais,

constituindo-se na mais popular hortaliça, tanto pelo sabor e qualidade nutritiva e

principalmente pela facilidade de aquisição e produção durante o ano todo e do

seu baixo custo (Ohse et al., 2001; Oliveira et al., 2004; Cometti et al., 2004),

sendo, ainda, considerada como uma planta que apresenta propriedades

tranqüilizantes (Viggiano, 1990).

Por ser um produto perecível, a alface é consumida in natura onde seu

maior consumo é na forma de saladas cruas e sanduíches, sendo as regiões Sul

e Sudeste as maiores consumidoras (Lopes et al., 2005). É uma das hortaliças

folhosas mais presentes na dieta da população brasileira, ocupando importante

parcela do mercado nacional, dessa forma a alface vem adquirindo uma

importância econômica crescente no país (Resende et al., 2005b; Bezerra Neto et

al., 2005; Lopes et al., 2005).

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4

Em condições de campo apresenta a seguinte composição média, por

100 g comestíveis: água: 94 %; valor calórico: 18 Kcal; proteína: 1,3 g; gordura:

0,3 g; carboidratos totais: 3,5 g; fibra: 0,7 g; cálcio: 68 mg; fósforo: 27 mg; ferro:

1,4 mg; potássio: 264 mg; vitamina A: 1900 UI; tiamina: 0,05 mg; riboflavina: 0,08

mg; niacina: 0,4 mg; vitamina C: 18,0 mg (Sgarbieri, 1987). Verifica-se dessa

forma a importância da alface na complementação alimentar.

A qualidade da alface seja nutricional, ou sanitária, deve ser mantida em

todos os segmentos envolvidos desde a produção até a comercialização, onde o

produto deve chegar à mesa do consumidor apresentando excelentes

características organolépticas, de tal forma a obter uma boa aceitação.

2.2. Nitrogênio

O nitrogênio está presente em diversas formas na biosfera, porém não se

encontra diretamente disponível para as plantas. Para ser absorvido pelas

plantas, o nitrogênio dever ser fixado com outros elementos, como o oxigênio e o

hidrogênio formando novos compostos. A absorção ocorre com a transformação

prévia para as formas combinadas, como NH4+ (amônio) e NO3

- (nitrato), para só

então poder ser aproveitado pelas plantas. Apesar dessas formas responderem

por uma pequena parcela do nitrogênio total, são de extrema importância do

ponto de vista nutricional, já que são absorvidas pelos vegetais e microrganismos

(Faquin e Andrade, 2004; Taiz e Zeiger, 2004).

O nitrogênio total que se encontra na planta na forma orgânica é cerca de

90%, o qual desempenha as suas principais funções, como componente estrutural

de macromoléculas e constituintes de enzimas, que são precursores dos

hormônios vegetais (Faquin e Andrade, 2004). Algumas proteínas têm função

enzimática, isto é, são responsáveis pelas mais variadas funções, desde a

absorção dos elementos minerais pelas raízes ou pelas próprias folhas, até a

fotossíntese ou a respiração, sendo fundamental para o crescimento vegetativo

das plantas (Malavolta et al., 2002).

A adubação nitrogenada tem gerado um grande número de

questionamentos. As dúvidas vão desde reações e mecanismos controladores da

disponibilidade do N no solo até a prática da adubação propriamente dita, a qual

abrange as características e reações das diferentes fontes de nitrogênio no solo,

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5

métodos de aplicação e, principalmente, quanto aos seus aspectos econômicos

(Barbosa Filho et al., 2001).

2.2.1. Fontes de nitrogênio

As fontes nitrogenadas mais utilizadas na agricultura brasileira são a uréia

e o sulfato de amônio (Barbosa Filho et al., 2004). A uréia apresenta 45% de

nitrogênio solúvel em água, apresentando caráter higroscópico. No solo, o

nitrogênio da uréia transforma-se em amônia (NH3) gasosa, passando em seguida

a nitrato. O sulfato de amônio apresenta 21% de nitrogênio e 23% de enxofre

solúveis em água (Malavolta et al., 2002).

A uréia destaca-se pela facilidade de acesso no mercado, menor custo

por unidade de N, elevada solubilidade e compatibilidade para uso em mistura

com outros fertilizantes (Scivittaro et al., 2004). Porém, é uma fonte bastante

suscetível a perdas por volatilização de amônia. Esta, quando aplicada, é

rapidamente hidrolisada em dois ou três dias, e a taxa de hidrólise depende da

temperatura do solo, umidade, quantidade e forma pela qual a uréia é aplicada

(Ribeiro, 1996).

De acordo com Coutinho et al. (1993), quando ocorre a hidrólise no solo,

pela ação das enzimas, a uréia transforma-se em amônia, a qual é facilmente

absorvida pelas plantas. No Brasil, Barbosa Filho et al. (2001) afirmam que a

uréia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado, atendendo a cerca de 63% da

demanda.

Devido ao custo da adubação nitrogenada ser bastante oneroso, se faz

necessário o uso de fontes nitrogenadas que apresentem menores perdas de

nitrogênio, as quais podem ser reduzidas pela utilização de fertilizantes com

formas de nitrogênio menos susceptíveis à volatilização. Fontes de nitrogênio,

como nitrato de amônio, nitrato de cálcio e sulfato de amônio não estão sujeitas

às perdas por volatilização de NH3 em solos ácidos (Ribeiro, 1996). No entanto, a

uréia apresenta alta concentração de N, é de fácil manipulação e causa menor

acidificação no solo, o que a torna, do ponto de vista econômico, potencialmente

superior a outras fontes de N (Primavesi et al., 2004).

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6

2.2.2. Dinâmica do nitrogênio no solo e na planta

A forma de absorção do nitrogênio se dá preferencialmente, como o ânion

nitrato (NO3-), podendo também ser o cátion amônio (NH4

+), sendo a forma nítrica

rapidamente absorvida pela planta. Porém, a forma nítrica é facilmente lixiviada,

enquanto a forma amoniacal é fixada pelas partículas do solo. Sob concentrações

elevadas no solo, após a fertilização, a absorção desses íons pelas raízes pode

exceder a capacidade de uma planta em assimilar os mesmos, levando ao seu

acúmulo nos tecidos vegetais (Raij, 1991; Faquin e Andrade, 2004; Taiz e Zeiger,

2004).

A utilização eficiente do nitrogênio consiste em se fazer a aplicação do

adubo próximo à região ativa do sistema radicular, a qual deve estar aliada às

condições adequadas de regime hídrico e práticas agrícolas (Ribeiro, 1996).

Dentre as formas de nitrogênio disponíveis no solo, a forma de NO3- é a

predominante em solos bem aerados. Devido ao predomínio de cargas negativas

na camada arável e a seu caráter fortemente iônico, a sua adsorção eletrostática

é insignificante. Desta forma, o NO3- permanece na solução do solo, o que

favorece a sua lixiviação no perfil para profundidades inexploradas pelas raízes,

podendo ainda ser transportado até as águas subsuperficiais, causando perda da

sua qualidade (Pang e Letey, 2000).

O parcelamento do nitrogênio ameniza as perdas, além de favorecer uma

melhor produção devido o eficiente aproveitamento do nutriente pelas plantas,

devendo o mesmo ser aplicado na época de maior exigência pelas plantas, pois o

nitrogênio que não é absorvido é perdido de alguma forma, seja por lixiviação ou

volatilização (Barbosa Filho et al., 2004). Dentre os processos de perdas de

nitrogênio que ocorre no solo, destacam-se a volatilização da amônia,

desnitrificação, escoamento superficial e imobilização microbiana (Lara Cabezas

e Trivelin 1990; Sangoi et al., 2003; Costa et al., 2004).

O fornecimento às plantas via adubação mineral funciona como

complementação à capacidade de seu suprimento pelo solo, a partir da

mineralização (Malavolta et al., 1997). Pois, quando ocorre à falta de nitrogênio no

solo as plantas crescem e produzem menos e suas folhas ficam cloróticas. No

entanto, quando há excesso de N no solo, a planta vegeta excessivamente,

produz menos frutos, apresenta menos raiz, transpira demasiadamente, ficando

sujeita a seca e ao ataque de pragas e moléstias (Malavolta et al., 2002).

Page 22: Monica Ms06

7

2.2.3. Nitrogênio na produção de hortaliças

O nitrogênio é o segundo nutriente mais exigido pelas hortaliças, sendo

considerado, de uma forma geral, um dos mais importantes e limitantes à

produção das culturas, exceto para as leguminosas (Filgueira, 2003; Faquin e

Andrade, 2004). O conhecimento das necessidades nutricionais da planta, bem

como sua resposta à aplicação de fertilizantes, é de fundamental importância para

otimizar sua produção (Scivittaro et al., 2004).

A qualidade final de um produto agrícola é resultado de diversos fatores,

sendo que o fornecimento de nutrientes à cultura pode influenciar a composição

química dos vegetais e, conseqüentemente, sua qualidade biológica (Zago et al.,

1999; Bernardi et al., 2005). Para a adubação nitrogenada nas hortaliças, deve-se

levar em consideração as exigências da cultura, condições de clima, além da

idade da planta, pois a cultura precisa de níveis diferentes do nitrogênio que vai

depender do seu estádio de desenvolvimento (Malavolta et al, 1997). O

fornecimento adequado do nitrogênio permite o crescimento vegetativo, expansão

da área fotossintética além de ativar e elevar o potencial produtivo da cultura

(Cardoso e Hiraki, 2001; Filgueira, 2003).

O efeito benéfico da adubação nitrogenada sobre o desempenho das

características fisiológicas é verificado em diversas olerícolas. Na batatinha o

aumento nas doses de nitrogênio acarretou elevação na produtividade

(Peixoto et al.,1996) e no peso médio de turbéculos (Beringer et al., 1990).

Cardoso e Hiraki (2001), testando 3 doses de N e duas épocas de

aplicação para cultura do rabanete, observaram as maiores produções comerciais

com a dose de 300 kg ha-1 aplicado 9 dias após a semeadura.

Em repolho, considerando-se os aspectos produtivos e qualitativos, a

dose de 253 kg ha-1 de N é a mais indicada para o cultivo na primavera visando o

comércio in natura (Aquino et al., 2005).

Com a cultura do alho, Resende e Souza (2001), testando 5 doses de N

(40, 60; 80; 100 e 120 kg ha-1 de N) e três épocas de aplicação (30, 50 e 70 dias

após o plantio), observaram que a maior produtividade ocorreu aplicando-se

40 kg ha-1 de N, independentemente da época de aplicação.

Em um experimento conduzido com três cultivos consecutivos com a

cultura da beterraba, Trani et al. (2005) verificaram que as máximas

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8

produtividades de raízes foram obtidas com a aplicação das doses de 92, 179 e

151 kg ha-1, para o 1º, 2º e 3º cultivos, respectivamente.

Para a cultura de couve-da-Malásia, Zanão Júnior et al. (2005) verificaram

que a adubação nitrogenada favoreceu o crescimento, sua produção e o acúmulo

de nutrientes, sendo que os referidos autores verificaram que a melhor dose de N

para a produção desta espécie foi da ordem de 210 kg ha-1.

Dessa forma, verifica-se a importância da adubação nitrogenada quando

se almeja elevar a produtividade das olerícolas.

2.2.4. Nitrogênio na produção da alface

Na alface, o nitrogênio promove um bom desenvolvimento vegetativo,

sendo este dirigido preferencialmente para as partes fotossinteticamente mais

ativas da planta, por isso o mesmo é encontrado geralmente em maiores

quantidades em suas folhas (Maynard et al., 1976; Tavares e Junqueira, 1999).

A deficiência do nitrogênio desencadeia diversos distúrbios, podendo

retardar o crescimento da planta, induzir ausência ou má formação de cabeça,

amarelecimento das folhas mais velhas, entre outros. No entanto, se aplicado em

excesso e não for lixiviado, principalmente no último terço do ciclo, as cultivares

que formam cabeças não são suficientemente rígidas para o transporte (Garcia,

1982; Pereira et al., 2003).

Por ser uma olerícola folhosa herbácea, a alface tem respondido bem às

adubações nitrogenadas, sendo verificados freqüentemente aumentos na

produção e melhorias no aspecto comercial (Pereira et al., 1989; Katayama, 1993;

Ledo et al., 2000; Filgueira, 2003), entretanto, uma boa produção também deve

estar relacionada com outros fatores, como a qualidade nutricional do produto

final, e não unicamente com sua aparência externa.

No entanto, verifica-se que os resultados disponíveis na literatura para a

adubação nitrogenada da alface são bastante variáveis, em decorrência

principalmente das diferentes condições ambientais em que os trabalhos são

realizados.

Para a alface tipo lisa, Tompson e Doerge (1996) verificaram máxima

produtividade quando utilizaram a dose de 165 kg ha-1 de N. Em contraste,

McPharlin et al. (1995), em experimento realizado na Austrália empregando doses

crescentes de N (0 a 550 kg ha-1) sobre o cultivo sucessivo da alface, verificaram

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9

que a máxima produção de massa fresca da parte aérea foi obtida nas doses de

288 e 344 kg ha-1 de N, para o primeiro e segundo ano, respectivamente.

Já Tei et al. (2000) verificaram que a máxima produção comercial obtida

para alface do tipo lisa e “Butterhead” foi obtida com a aplicação da dose de

155 kg ha-1 de N.

Mantovani et al. (2005), em experimento realizado em Jaboticabal com o

intuito de avaliar o efeito da adubação nitrogenada sobre diferentes cultivares

(Lucy Brown, Tainá, Vera, Verônica e Elisa), verificaram que a máxima

produtividade foi obtida através da aplicação de doses que variaram de 136

(Tainá) a 190 (Elisa) kg ha-1 de N, resultados que se demonstraram bastantes

variáveis entre as cultivares avaliadas.

Resende et al. (2005a), em experimento realizado no município de Três

Pontas em Minas Gerais utilizando a cultivar Raider, obtiveram resultados

similares aos anteriores, tendo sido verificado um efeito quadrático em relação a

elevação das doses de N, sendo as máximas produções totais (763,2 g planta-1) e

comerciais (450,1 g planta-1) observadas nas doses de 146,9 e 149,1 kg ha-1 de

N, respectivamente.

Quanto ao aspecto nutricional, Alvarenga et al. (2000), estudando o efeito

de três doses de nitrogênio (120, 180 e 240 kg ha-1 de N) em alface americana

cultivada sob ambiente protegido, observaram que as doses de nitrogênio não

apresentaram efeito significativo sobre os teores de micronutrientes, entretanto,

houve acréscimo nos seus conteúdos, o que foi explicado pelo aumento da massa

seca das plantas. Ainda nesse sentido, Alvarenga et al. (2003) verificaram que,

embora o nitrogênio possa ser aplicado em doses até 240 kg ha-1 com respostas

positivas de aumento de produção, o incremento das doses de N não contribuiu

para aumentar significativamente o teor e acúmulo de macronutrientes.

No entanto, estudos que abordem os efeitos da adubação nitrogenada

sobre a produção e estado nutricional da alface ainda continuam relativamente

escassos para as condições do Nordeste brasileiro. Assim, verifica-se que os

estudos que visem o ajuste de doses adequadas de N para a cultura da alface

nessa região, tornam-se de grande importância para a racionalização dessa

cultura em níveis regionais, de tal forma que se possam obter uma máxima

eficiência produtiva, econômica e qualitativa.

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10

2.3. Adubação Orgânica

A matéria orgânica quando adicionada ao solo na forma de adubos

orgânicos, de acordo com o grau de decomposição dos resíduos, pode ter efeito

imediato no solo, ou efeito residual, por meio de um processo mais lento de

decomposição e liberação de nutrientes (Vidigal et al., 1995; Santos et al., 2001b).

A adubação orgânica, além de incrementar a produtividade, também proporciona

a obtenção de plantas com características qualitativas distintas das cultivadas

exclusivamente com adubos minerais (Santos et al., 1994).

Os métodos convencionais que aplicam elevadas doses de fertilizantes

químicos no solo, embora proporcionem a obtenção imediata de elevadas

produtividades, com sucessivas aplicações podem comprometer tanto a qualidade

nutricional dos alimentos, como as características do solo, muitas vezes levando a

um esgotamento de seu potencial produtivo. O sistema de produção orgânica

surge como uma alternativa ambientalmente mais equilibrada e sustentável, onde

busca empregar tecnologias que otimizam o uso dos recursos naturais,

minimizando a dependência de fontes de energia não renováveis e,

conseqüentemente, reduzindo o uso de insumos agroquímicos.

A mineralização da fração do N presente nos adubos orgânicos depende

da temperatura, da umidade, práticas de cultivo, e do teor de matéria orgânica do

solo. O manejo dessas variáveis torna possível, ainda que difícil, o controle da

liberação de nitrogênio às plantas (Kiehl, 1985; Malavolta et al., 2002).

O uso de insumos orgânicos vem aumentando nos últimos anos, devido

os efeitos benéficos da matéria orgânica em solos intensamente cultivados com

métodos convencionais. Entre os diversos adubos orgânicos utilizados como fonte

de nitrogênio para as plantas, destacam-se os estercos de curral e os compostos

orgânicos (Kiehl, 1985; Ricci et al., 1995). O esterco bovino apresenta cerca de

1% de N, enquanto que o esterco de galinha é mais concentrado, podendo

apresentar cerca de 1,5% a 2% de N para as plantas (Malavolta et al., 2002). A

aplicação das doses de adubos orgânicos, normalmente não ultrapassa o limite

de 100 t ha-1, porém níveis mais elevados não são incomuns (Vilas Bôas et al.,

2004).

A adição da matéria orgânica possibilita melhorias na fertilidade, além de

ser excelente condicionador de solo, melhorando suas características físicas,

químicas e biológicas, como retenção de água, agregação, porosidade, aumento

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11

na capacidade de troca de cátions etc, servindo ainda de fonte de energia para

microrganismos, além de gerar benefícios também para as culturas posteriores,

através de seu efeito residual (Kiehl, 1985; Vidigal et al., 1995; Santos et al.,

2001; Malavolta et al., 2002; Mello e Vitti, 2002).

2.3.1. Adubação orgânica na produção de hortaliças

São muitos os trabalhos que têm demonstrado a eficiência da aplicação

de materiais orgânicos no aumento da produtividade de diversas olerícolas.

A adubação em cobertura com “cama” de aviário promoveu aumentos

significativos, na produção do repolho refletindo em melhorias na fitomassa total

da parte aérea fresca, peso da “cabeça”, produtividade e teores de N, P, K, Ca e

Mg das folhas (Oliveira et al., 2003). Para a cultura do tomate, verificaram-se

melhorias para o peso médio de frutos, número de frutos por planta e a produção

comercial em função da adubação com diferentes tipos e doses de materiais

orgânicos (Mello e Vitti, 2002).

Avaliando o desempenho de diferentes genótipos de cenoura submetidos

aos sistemas convencional e orgânico, Carvalho et al. (2005) verificaram que, em

todos os genótipos, a adubação orgânica promoveu redução no peso médio de

raízes refugadas em relação ao sistema convencional, contribuindo assim para

melhoria da qualidade do produto.

Em melão tipo amarelo, Menezes et al. (2000) afirmam que a utilização do

composto orgânico, principalmente em solos arenosos, contribui para aumentar a

produtividade, quantidade de frutos de primeira qualidade e teor de sólidos

solúveis totais. Ainda com melão, Sales Júnior et al. (2005), em trabalho

avaliando o efeito de diferentes tipos e doses de fertilizantes orgânicos,

verificaram que a adubação orgânica contribuiu para melhorias dos caracteres

produtivos e qualitativos da cultura (peso do fruto, peso estimada da produção,

diâmetro longitudinal e espessura da polpa e sólidos solúveis totais), em relação à

testemunha, não sendo verificado diferenças significativas entre os tipos e doses

de fertilizantes orgânicos.

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12

2.3.2. Produção orgânica da alface

A produção de alface é concentrada em sua maioria em pequenas

propriedades, o que lhe confere grande importância econômica e social, sendo

significativo fator de agregação do homem ao campo (Vilas Boas et al., 2004).

A cultura da alface responde bem a adição do nitrogênio, no entanto, a

adição de adubos solúveis em excesso, compromete a qualidade da cultura, bem

como a qualidade do solo. Dessa forma, faz-se necessária adição de matéria

orgânica ao solo. O uso desse insumo no cultivo de hortaliças tem crescido nos

últimos anos, devido, principalmente, aos efeitos benéficos do material orgânico

sobre as características físicas e químicas do solo, pelo custo elevado dos

adubos minerais solúveis e ao marketing realizado em torno da produção

orgânica de alimentos (Vidigal et al., 1995; Porto et al., 1999; Santos et al.,

2001a).

Diversos são os trabalhos que avaliam a adição de compostos orgânicos

proporcionando aumentos na produtividade da alface. Santos et al. (1994),

aplicando cinco doses de composto orgânico em alface e verificaram que a

máxima produção de matéria fresca (321,69 g planta-1) foi obtida com a dose de

65,69 t ha-1 de composto orgânico.

Avaliando o efeito da adubação residual de compostos orgânicos na

presença e ausência da adubação mineral para cultivo da alface, Santos et al.

(2001b) verificaram que a produção de massa fresca cresceu linearmente com o

incremento das doses de composto orgânico (0 a 91,2 t ha-1, na base seca), tendo

a dose máxima proporcionado uma produção de 3040,8 g m-2.

Já Yuri et al. (2004) obtiveram uma máxima produtividade

(914,2 g planta-1) com a dose de 59,4 t ha-1 de composto orgânico.

Outros trabalhos também têm observado aumento nos teores de

nutrientes nas plantas, após a aplicação de adubos orgânicos (Vidigal et al., 1995;

Souza et al., 2005).

Para os Estados do nordeste, poucas são as informações inerentes à

cultura da alface, com relação à adubação orgânica, para se elevar sua

produtividade, bem como a avaliação de seu estado nutricional e acúmulo de

nitrato. Sendo assim, faz-se de suma importância os estudos a cerca dessa

abordagem para a região.

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13

2.4. Acúmulo de Nitrato pela Alface

2.4.1. Risco sobre a saúde humana

O nitrato acumulado no tecido da alface tem recebido atenção especial

nos últimos anos, pois, quando os alimentos possuem alto teor de nitrato, sua

qualidade nutricional é diminuída. Quando ingerido como alimento, o nitrato é

reduzido a nitrito (NO2-) pela saliva bucal ou no trato digestivo, e ao chegar à

corrente sangüínea oxida o ferro (Fe2+ → Fe3+) da hemoglobina, produzindo a

metahemoglobina (Wright e Davison, 1964; Ohse, 2000; Boink e Speijers, 2001).

Este quadro pode ser reversível em adultos, porém em crianças lactantes, com

menos de três meses de idade, o nitrito pode provocar a metahemoglobinemia,

doença que causa o impedimento do transporte de oxigênio dos alvéolos

pulmonares para os tecidos, podendo levar à morte por asfixia, processo

denominado de “síndrome do bebê azul”. Isto ocorre devido à deficiência na fase

infantil da enzima Redutase da Metahemoglobina (RM) e do cofator Nicotinamida

Adenina Dinucleotídeo (NADH), enquanto que para os adultos, esse processo é

reversível, devido à ação da RM e com a participação do agente redutor NADH

(Wright e Davison, 1964; Swann, 1975; Walker, 1990; McKnight et al., 1999;

Leifert et al., 1999; Faquin e Andrade, 2004). No entanto, vale a pena mencionar

que o último caso registrado de ocorrência da metahemoglobinemia em bebês foi

no Reino Unido em 1972 (Leifert et al., 1999).

O homem e os outros animais também são capazes de converter nitrato a

nitrito, o qual reage com as aminas, dando origem a compostos nitrosos como as

nitrosaminas. Esses compostos se caracterizam por serem cancerígenos e

mutagênicos (Maynard et al., 1976; Araújo e Midio, 1989; Boink e Speijers, 2001;

Mengel e Kirkby, 2001; Faquin e Andrade, 2004).

2.4.2. Limites permissíveis e aceitáveis

Diante dos efeitos nocivos pelo consumo de nitrato através do consumo

de vegetais, estabeleceram-se níveis admissíveis de ingestão. Os níveis de

nitrato em alface considerados aceitáveis para o consumo humano variam

bastante. A Comunidade Européia estabeleceu como limites máximos permitidos

para alface, produzida em ambiente protegido, teores de nitrato na massa fresca

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14

(MF) de 3500 a 4500 mg kg-1, para alface produzida no período de verão e

inverno respectivamente, enquanto que para alface produzida no campo o limite

máximo estabelecido é 2500 mg kg-1 de NO3- na MF (Van Der Boon et al., 1990).

Na Alemanha, o limite permissível para a alface é de 2000 mg kg-1 de nitrato na

MF, na Áustria é 1500 mg kg-1 de nitrato na MF e na suíça é de 875 mg kg-1 de

nitrato na MF. Na Itália, consideram-se genótipos de alface com alto conteúdo de

nitrato quando esses valores chegam a 1000 mg kg-1 de MF (Ohse et al., 2002).

No Brasil não existe legislação específica que regulamente os teores

máximos permissíveis de nitrato no consumo de vegetais como as hortaliças

(Zago et al., 1999). De acordo com a FAO, para os humanos, o Índice de Máxima

Ingestão Diária Admissível (IMIDA) para o nitrato e nitrito é de 5 mg kg-1 e de 0,2

mg kg-1 de peso corporal, respectivamente. Para a Organização Mundial da

Saúde, a ingestão diária aceitável de nitrato, sem risco para a saúde, é 3,65 mg

dia-1 por kg de peso vivo (Escoín-Peña et al., 1998).

2.4.3. Efeito da adubação mineral e orgânica sobre o acúmulo de nitrato na

alface

O nitrato é a principal forma de nitrogênio inorgânico disponível para as

plantas, e a redutase do nitrato é a primeira enzima da rota de assimilação do

N-inorgânico, assumindo, portanto, papel de extrema importância no metabolismo

vegetal (Marschner, 1995; Delú-Filho et al., 1997; Faquin, 2001). As plantas

podem acumular altos níveis de nitrato ou podem translocá-lo através dos tecidos

sem efeitos prejudiciais (Taiz e Zeiger, 2004).

As hortaliças folhosas tendem a acumular altos níveis de NO3- nos seus

tecidos, sendo o acúmulo de nitrato pela alface, além do caráter genético,

bastante influenciado pelos sistemas de cultivo e pela prática da adubação

(Faquin e Andrade, 2004).

O uso racional da adubação nitrogenada pela cultura da alface é de

grande relevância, devido à possibilidade de acúmulo de NO3-, pois, quando a

absorção excede as suas necessidades metabólicas, ocorre um acúmulo nos

diversos órgãos da planta (Maynard et al., 1976; Taiz e Zeiger, 2004). Este fato

pode ser comprovado no trabalho desenvolvido por Mantovani et al. (2005), onde

em estudo avaliando o efeito da adubação nitrogenada no acúmulo de nitrato em

diferentes cultivares de alface (Lucy Brown, Tainá, Vera, Verônica e Elisa),

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15

produzidas em ambiente protegido, os referidos autores verificaram que o

acúmulo de nitrato apresentou uma resposta linear, em todas as cultivares

avaliadas, em função da elevação das doses de N aplicadas (0 a 240 kg ha-1),

sendo verificados acúmulos máximos da ordem de 1600, 1910, 1370, 1540 e

1290 mg kg-1 na massa fresca (MF), para as cultivares Lucy Brown, Tainá, Vera,

Verônica e Elisa, respectivamente. Embora os referidos autores evidenciem que

esses valores se encontraram abaixo do limite máximo tolerável para a alface

produzida em ambiente protegido (3500 mg kg-1 de MF), fica o risco da possível

contaminação devido o emprego incorreto da adubação nitrogenada em doses

excessivas, além das necessidades da cultura.

Nesse contexto, trabalhos recentes têm apontado que o cultivo orgânico

da alface tem apresentado resultados relevantes no que diz respeito a minimizar o

acúmulo de nitrato. Miyazawa et al. (2001), avaliando o efeito dos sistemas de

cultivo orgânico (uso de compostos orgânicos e estercos de bovino, como fonte

de N), convencional (uso de uréia) e hidropônico (uso de soluções nutritivas ricas

em NO3- e NH4

+), verificaram que as folhas de alface com menor concentração de

nitrato foram aquelas cultivadas em sistema de produção orgânico. Fato similar

também foi observado por Cometti et al. (2004), em trabalho avaliando o efeito

dos referidos sistemas de cultivo sobre o acúmulo de nitrato em plantas de alface,

no qual verificaram que, em todos os compartimentos das plantas, o cultivo

orgânico apresentou os menores acúmulos de nitrato em relação aos sistemas

convencional e hidropônico.

Além dos fatores mencionados acima, diversos fatores ambientais

também podem influenciar o acúmulo de nitrato pelos vegetais, tais como: o

horário de coleta, intensidade luminosa, temperatura, entre outros (Maynard et

al.,1976; Marschner, 1995; Faquin et al., 1996; Ohse, 2000; Mengel e Kirkby,

2001; Krohn et al., 2003).

2.5. Teor de Clorofila

Entre os macronutrientes, o nitrogênio possui um papel fundamental para

a nutrição das plantas, por ser constituinte essencial das proteínas e aminoácidos

e interferir diretamente no processo fotossintético, participando também na

constituição da molécula de clorofila (Malavolta et al., 1997; Andrade et al., 2000;

Mengel e Kirby, 2001; Taiz e Zeiger, 2004).

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16

As clorofilas são pigmentos responsáveis pela conversão da radiação

luminosa em energia, sob a forma de ATP e NADPH, por essa razão, são

estreitamente relacionadas com a eficiência fotossintética das plantas (Taiz e

Zeiger, 2004). Estão presentes nos vegetais superiores sob as formas a, b e total,

sendo as mesmas constantemente sintetizadas e destruídas, cujos processos são

influenciados por fatores internos e externos às plantas (Neves et al., 2005).

A determinação da clorofila é tradicionalmente realizada pela extração

dos solutos foliares e posterior determinação espectrofotométrica, utilizando

comprimentos de onda na região do vermelho do espectro de luz visível (Zotarelli

et al., 2003).

Diversos estudos têm apontado que o teor de clorofila pode ser

empregado como variável para avaliação do estado nutricional de N das plantas,

se apresentando eficaz para predizer a necessidade de N pelas culturas

(Blackmer e Schepers, 1995; Furlani Junior et al., 1996; Argenta et al., 2001a;

Fontes, 2001; Neves et al., 2005), onde os teores de clorofila da folha têm se

correlacionado positivamente com o teor de N na planta (Smeal e Zhang, 1994;

Schadchina e Dmitrieva, 1995; Argenta et al., 2001b). Esta relação é atribuída,

principalmente, ao fato de que 50 a 70% do N total das folhas são integrantes de

enzimas que estão associadas aos cloroplastos (Chapman e Barreto, 1997).

Carvalho et al. (2003) verificaram um incremento no teor de clorofila com

o aumento das doses de nitrogênio nas folhas para a cultura do feijoeiro, como

também uma melhor produtividade de grãos. Guimarães et al. (1999), avaliando

as concentrações de clorofila no limbo foliar de tomateiros verificou que ocorreu

um aumento significativo com o acréscimo das doses de nitrogênio. O conteúdo

de clorofila permitiu avaliar os níveis adequados de N para a cultura do milho,

verificando-se uma estreita relação com o conteúdo de N foliar (Argenta et al.,

2001b; Zotarelli et al., 2003).

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17

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Considerações Gerais

O experimento foi conduzido numa área de cultivo comercial, localizada

no município de Esperança-PB, em um NEOSSOLO REGOLÍTICO Psamítico

típico. O clima local, de acordo com a classificação de Koppen, é tropical semi-

úmido do tipo As’, isto é, clima quente e úmido que se caracteriza por apresentar

estação chuvosa no período outono-inverno, com precipitação pluviométrica

média anual variando de 700 a 800 mm, temperaturas médias anuais entre

mínimas de 17 a 20 ºC e máximas de 22 a 26 ºC e umidade relativa do ar próximo

a 79 %. Segundo a classificação bioclimática de Gaussem, nesta região

predomina o bioclima do tipo mediterrâneo ou nordestino de seca média, com

período seco variando de 4 a 6 meses no ano (Brasil, 1972).

O solo empregado apresentou as seguintes características químicas

(EMBRAPA, 1997): pH em H2O = 5,92; P = 27,35 mg dm-3; K = 94,38 mg dm-3;

Ca = 1,75 cmolc dm-3; Mg = 0,7 cmolc dm-3; Na = 0,05 cmolc dm-3;

H + Al = 0,83 cmolc dm-3; Al = 0,0 cmolc dm-3; e matéria orgânica = 8,11 g kg-1.

O esterco bovino utilizado apresentou as seguintes características

químicas: N = 7,35 g kg-1, S = 2,25 g kg-1, K = 4,37 g kg-1; P = 1,76 g kg-1;

Ca = 0,70 g kg-1; Mg = 0,47 g kg-1; Na = 543,21 mg kg-1, Fe = 111,78 mg kg-1,

B = 19,15 mg kg-1 Mn = 86,88 mg kg-1, Zn = 24,3 mg kg-1, Cu = 1,24 mg kg-1

(Tedesco et al., 1995).

O delineamento experimental empregado foi de blocos ao acaso com 11

tratamentos, os quais foram representados por 5 doses de esterco bovino (30, 60,

90, 120 e 150 t ha-1), 5 doses de nitrogênio (30, 60, 90, 120 e 150 kg ha-1) e mais

uma testemunha adicional sem adubação, sem interação entre as doses de

esterco e de nitrogênio. Os blocos foram distribuídos no tempo, em intervalos de

15 dias um do outro, para reduzir o trabalho durante a operação de colheita.

O N foi aplicado de forma parcelada, sendo em 3 vezes: 1/3 da dose após

10 dias do transplante, mais um 1/3 da dose aos 20 dias após transplante e 1/3

aos 25 dias após o transplante, empregando-se como fonte à uréia. Nos

tratamentos que receberam a adubação nitrogenada, os demais nutrientes

(fósforo e potássio) foram aplicados nas doses de 56 e 42 kg ha-1 de P2O5 e K2O

Page 33: Monica Ms06

18

respectivamente, de acordo com a análise química do solo e recomendações de

adubação para o estado de Ceará (UFC, 1993). As fontes de fósforo e potássio

empregados foram o superfosfato simples e o cloreto de potássio,

respectivamente, sendo aplicado todo o fósforo no momento do transplantio das

mudas e o potássio parcelado juntamente com o nitrogênio.

O esterco bovino curtido foi aplicado sete dias antes do transplantio,

incorporando o mesmo nos canteiros, não sendo aplicado mais nenhuma fonte de

nutriente.

A cultivar utilizada foi a Elba, por ser a mais cultivada por produtores

regionais. As mudas foram produzidas em sementeira do tipo convencional, onde

foram mantidas até atingirem 4 a 5 folhas definitivas, quando em seguidas foram

transplantadas para os canteiros definitivos.

As parcelas experimentais constituíram-se de canteiros com quatro linhas

de plantio, com cinco covas por linha, com uma área total de 1,8 m2

(1,20 m x 1,50 m), onde as plantas foram cultivadas no espaçamento de

0,30 x 0,30 m. Para efeito de bordadura foi dispensada a planta da primeira cova

de cada extremidade das linhas de plantio, além das plantas das covas das linhas

laterais das parcelas. A área útil de cada parcela constou de 6 plantas, sendo

utilizada a média para representar os respectivos tratamentos.

A cultura foi mantida no limpo por meio de capinas manuais com auxílio

de enxadas. O solo foi mantido com o teor de umidade suficiente para o

desenvolvimento da cultura, mediante duas irrigações diárias (início da manhã e

final da tarde). Não sendo, realizado nenhum tratamento fitossanitário.

A colheita foi realizada aos 30 dias após o transplante, quando as plantas

apresentaram-se completamente desenvolvidas e com características comerciais,

sendo efetuada no final da tarde (± 17 h). No momento da colheita, teve-se o

cuidado para se retirar as plantas do solo com o máximo de raízes possível. As

plantas colhidas foram acondicionadas em sacos plásticos e transportadas até o

laboratório de análises de tecido vegetal do CCA/UFPB, para em seguida serem

realizadas as determinações das características quantitativas e qualitativas.

Page 34: Monica Ms06

19

3.2. Características Avaliadas

3.2.1. Produção da alface

Os dados mensuráveis foram:

� Produção total (PTT): consistiu da produção de massa fresca da parte

aérea (caule e folhas), sendo determinada com auxílio de uma

balança.

� Produção comercial (PCM): consistiu da produção de massa fresca da

parte aérea (caule e folhas), desprezando-se as folhas amarelecidas,

secas e ou, atacadas por pragas e doenças, sendo determinada com

auxílio de uma balança.

� Massa fresca do caule (MFC) e folhas (MFF): após determinação da

produção comercial, determinou-se a produção de massa fresca do

caule e folhas, com auxílio de uma balança.

� Número de folhas por planta (NFP): consistiu na contagem do número

de folhas da produção comercial, partindo-se das folhas basais até a

última folha aberta.

� Comprimento do caule (CC): obtido através de medição direta com o

auxílio de uma régua graduada.

3.2.2. Avaliação do estado nutricional

O estado nutricional da alface foi avaliado através da determinação dos

teores de macronutrientes presentes nos diferentes compartimentos das plantas

(raiz, caule e folhas). Após a secagem do material vegetal, as amostras foram

moídas em moinho tipo Wiley e passadas em peneira de 40 mesh. Para a análise

no tecido foliar, foram empregadas amostras de folhas recém maduras, coletadas

da parte mediana da planta (Malavolta et al., 1997).

Os teores totais dos macronutrientes (exceto o enxofre) foram

determinados na massa seca, após digestão sulfúrica, da seguinte forma:

nitrogênio pelo método Kjeldahl; fósforo pelo método colorimétrico; potássio pela

fotometria de chama; e cálcio e magnésio pelo método de espectrofotometria de

absorção atômica (Tedesco et al., 1995).

Page 35: Monica Ms06

20

3.2.3. Teor de clorofila total

A determinação do teor de clorofila nas folhas foi realizada de acordo com

Linder (1974) e Whitham et al (1971). Foram utilizadas 5 folhas maduras da parte

mediana das plantas por parcela, formando uma amostra composta. Em seguida,

esse material foi enrolado com papel alumínio e guardado em um DBO, ajustado

a temperatura de 5 ºC, para no dia seguinte serem analisadas.

A extração da clorofila foi feita da seguinte forma: 1 g do tecido foliar

fresco foi posto em um becker contendo 10 mL de acetona 80% (v v-1) em água,

onde foram maceradas e em seguida filtradas para a obtenção dos extratos. A

leitura dos extratos foram efetuada em espectrofotometria no comprimento de

onda de 652 nm.

Os cálculos do teor de clorofila total na massa fresca das folhas da alface

foram realizados de acordo com Whitham et al. (1971), através da seguinte

formula (1):

Onde:

A652 = absorbância no comprimento de onda de 652 nm;

V = volume final do extrato clorofila - acetona;

W = massa fresca em gramas do material vegetal utilizado.

Os resultados encontrados foram multiplicados por 1000, sendo

expressos no final em µg g-1 de massa fresca.

3.2.4. Teor de nitrato

O preparo das amostras foi realizado de forma idêntica a descrita para a

determinação de macronutrientes, sendo as amostras moídas em moinho tipo

Wiley e passadas em peneira de 40 mesh.

O teor de nitrato na massa seca dos diferentes compartimentos da alface

foi determinado através do método do ácido salicílico proposto por Cataldo et al.

(1975), com algumas modificações. A extração do nitrato foi realizada da seguinte

(1)Clorofila total (mg g-1) = 34,5

A652 x 1000 x V/W

Page 36: Monica Ms06

21

forma: pesou-se 0,1 g das amostras secas e moídas e transferiu-se para tubos

plásticos de centrífuga de 12 mL, onde foram adicionados 10 mL de água

deionizada. As amostras foram incubadas, em banho maria, a 45 ºC por uma

hora, tendo em seguida sido centrifugadas a 2500 rpm por 30 minutos.

Após a extração, foi adicionado, por meio de medida calibrada 0,5 g de

carvão ativado por amostra para a obtenção de extratos incolores. Após agitação

e repouso de 10 min, o material foi filtrado em papel-filtro quantitativo de filtragem

lenta. Pipetou-se 0,2 mL do extrato para um becker de 50 mL e adicionou-se

0,8 ml da solução de ácido salicílico a 5 % (m v-1) em ácido sulfúrico concentrado,

sendo deixado em repouso por 20 minutos. Posteriormente, adicionou-se

lentamente 19 mL de hidróxido de sódio a 2 M.

Deixou-se a amostra esfriar e então foi feita a leitura da absorbância em

espectrofotômetro no comprimento de onda de 410 nm. O teor de nitrato foi

determinado inserindo-se as leituras de absorbância em uma equação (2) obtida

previamente com padrões de nitrato conhecidos (0 a 160 mg L-1), preparadas de

forma idêntica às amostras.

Nitrato (mg kg-1) = 0,2715 + 133,38X R2 = 0,9999 (2)

Onde:

X = Leitura em absorbância a 410 nm;

Com base nos teores de massa seca dos diferentes compartimentos da

alface (dados não apresentados), os teores de nitrato na massa seca foram

convertidos para massa fresca.

3.3. Análise estatística

Os resultados obtidos foram submetidos a análises de variância, com

desdobramento do efeito quantitativo em regressões, empregando o nível de

significância de até 5%. Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando

o software SAEG, versão 9.0 (SAEG, 2005).

Page 37: Monica Ms06

22

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

4.1. Produção da Alface

Os resultados obtidos evidenciaram efeitos significativos da adubação

nitrogenada e orgânica para todas as características estudadas, sendo verificado

um comportamento diferenciado em função da variável analisada e do tipo de

adubação empregada (Tabela 1).

4.1.1. Produção total

A produção total da alface (PTT) em resposta as adubações nitrogenada e

orgânica apresentou no intervalo das doses (30 a 150) um ponto de interseção

entre os modelos ajustados. Assim, é possível afirmar que, neste ponto, a dose de

63,71 t ha-1 de esterco bovino, corresponde à mesma dose, em kg ha-1, de uréia

(Figura 1). Observa-se, portanto, que a adubação orgânica com esterco bovino, em

solo de textura arenosa e com baixo teor de matéria orgânica, atende integralmente

à recomendação de adubação mineral com nitrogênio sugerida pela maioria das

tabelas de recomendação de adubação para os estados nordestinos, visto que para

as condições de fertilidade do solo empregado nesse estudo é sugerida a aplicação

de 30 (IPA, 1998) ou 40 kg ha-1 de N (CEFS, 1989; UFC, 1993).

Os dados relativos às doses de nitrogênio se ajustaram a um modelo

quadrático, no qual a dose de 94,48 kg ha-1 propiciou o maior rendimento, com

aproximadamente 381,91 g planta-1, representando um incremento, em relação à

testemunha, de 1,85 vezes (Figura 1). Em estudo avaliando o efeito de doses

crescentes de N (0 a 240 kg ha-1) sobre a produção de diferentes cultivares de

alface (Lucy Brown, Tainá, Vera, Verônica e Elisa), Mantovani et al. (2005) também

verificaram um efeito quadrático da elevação de doses de N sobre a PTT de todas

as variedades estudadas. Estes autores verificaram que, para as cultivares

crespas, Vera e Verônica, a máxima PTT foi obtida nas doses de 163 e 176 kg ha-1

de N, respectivamente, doses estas bastante superiores à obtida neste estudo. No

entanto, é importante mencionar que as referidas cultivares apresentaram uma PTT

significativamente superior à obtida no presente trabalho (531 e 533 g planta-1 para

a Vera e Verônica, respectivamente).

Page 38: Monica Ms06

23

Tabela 1. Resumo da análise de variância para as características produtivas da alface em função da adubação nitrogenada e orgânica

Quadrado Médio F.V. G.L.

PTT PCM MFF MFC NFP CC

BLOCOS 3 11424,64** 8044,61** 4944,84** 1134,43** 30,52** 34,38**

(TRAT.) (10) 39440,27** 28773,60** 19722,4** 926,87** 41,10** 19,05**

Adubos 2 134151,5** 99893,64** 69071,6** 3069,29** 138,4** 56,64**

Esterco 4 29355,79** 20463,84** 13902,9** 661,41** 28,67** 13,84**

Linear 1 115518,4** 79335,14** 53112,8** 2625,53** 113,8** 53,27**

Quadrát. 1 574,66 212,12 117,25 1,568 0,087 0,124

Cúbico 1 1025,36 2067,70 2204,63 2,204 0,559 1,414

Des. reg. 1 304,723 220,42 116,77 16,35 0,257 0,547

Uréia 4 2169,13 1523,33 867,22 121,11 4,901 5,475

Linear 1 572,37 611,45 263,88 31,38 1,936 8,226

Quadrát. 1 7852,05* 5456,33* 3040,27* 429,85* 16,74 12,83*

Cúbico 1 250,65 7,285 31,10 3,487 0,900 0,041

Des. reg. 1 1,462 18,27 133,63 13,72 0,026 0,806

RESÍDUO 30 1337,55 959,85 623,90 84,81 5,173 2,245

CV, % 10,04 9,94 9,41 19,75 8,08 14,16

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F. PTT: Produção Total; PCM: Produção Comercial; MFF: Massa Fresca das Folhas; MFC: Massa Fresca do Caule; NFP: Número de Folhas por Planta; CC: Comprimento do Caule. .

23

Page 39: Monica Ms06

24

No que diz respeito à adubação orgânica, verificou-se aumento linear da

PTT em função da elevação das doses, sendo obtido na dose máxima uma

produção de 523,94 g planta-1, o que corresponde a um incremento de

2,92 vezes em relação à testemunha (Figura 1). Santos et al. (2001b), em função

do efeito residual de doses crescentes de composto orgânico (0 a 91,2 t ha-1),

também verificaram efeito linear sobre a PTT da alface tipo lisa cv. Babá, tendo os

referidos autores, obtido na dose máxima um rendimento de 190,05 g planta-1,

produção esta bastante inferior à verificada neste estudo.

Figura 1. Produção total (PTT) e comercial (PCM) da alface em função da

adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr). * e **: significativo a 5 e

1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t. Areia-PB,

CCA/UFPB, 2006.

0

150

300

450

600

TEST 30 60 90 120 150

Doses

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

Ŷ = 226,7660 + 1,4847**xR2 = 0,9695

Ŷ = 226,7660 + 1,4847**xR2 = 0,9695

Ŷ = 220,9660 + 2,1045*x - 0,0110*x2

R2 = 0,9958 Ŷ = 220,9660 + 2,1045*x - 0,0110*x2

R2 = 0,9958 PC

M, g

pla

nta

-1

0

150

300

450

600

PT

T, g

pla

nta

-1

Ŷ = 255,2930 + 1,7913**xR2 = 0,9838

Ŷ = 255,2930 + 1,7913**xR2 = 0,9838

Ŷ = 264,0840 + 2,4943*x - 0,0132*x2

R2 = 0,9709 Ŷ = 264,0840 + 2,4943*x - 0,0132*x2

R2 = 0,9709

63,7

45,0

Page 40: Monica Ms06

25

4.1.2. Produção comercial

Similar ao observado para a PTT, a produção comercial (PCM) também

apresentou um ponto de interseção entre os modelos ajustados, tendo a dose de

45,0 t ha-1 de esterco bovino se apresentado similar a mesma dose, em kg ha-1,

de uréia (Figura 1). Uma vez que, como já mencionado anteriormente, a maioria

das tabelas de recomendação de adubação para os estados nordestinos sugerem

para as condições em que esse estudo foi realizado aplicação de 30 ou 40 kg ha-1

de N, esses resultados mais uma vez evidenciam que a adubação mineral com N

poderá ser integralmente substituída pela adubação orgânica com esterco bovino.

As doses de N proporcionaram efeito quadrático sobre a PCM, sendo

observado rendimento máximo de 321,63 g planta-1 na dose de 95,66 kg ha-1 de N

(Figura 1). Efeito quadrático da elevação das doses de N sobre a PCM também

foi observado por Resende et al. (2005a) para alface do tipo americana (cv.

Raider). Entretanto, a dose relatada pelos autores (146,9 kg ha-1 de N) como a

responsável pelo máximo rendimento comercial (763,2 g planta-1) está bastante

acima da verificada no presente estudo.

Em relação à adubação orgânica, foi constatado que a elevação das

doses de esterco resultou em efeito linear sobre a PCM, obtendo uma produção

de 449,48 g planta-1 na dose máxima (Figura 1). Esses resultados diferem dos

obtidos por Yuri et al. (2004), onde estes autores em trabalho avaliando o efeito

da adição de doses crescentes de composto orgânico (0 a 80 t ha-1) sobre a

produção da alface americana (cv. Raider), verificaram, em função da elevação

das doses, resposta quadrática sobre a PCM, sendo obtido um máximo

rendimento comercial de 634,3 g planta-1 na dose de 56,1 t ha-1.

Nas doses onde foram encontradas as maiores PCM, verificaram-se

incrementos, em relação a testemunha, da ordem de 1,73 e 2,81 vezes para a

adubação nitrogenada e orgânica, respectivamente.

4.1.3. Massa fresca do caule e folhas

Comportamento similar ao apresentado para a PPT e PCM foi observado

para a produção de massa fresca do caule (MFC) e folhas (MFF).

Page 41: Monica Ms06

26

A aplicação das doses crescentes de N proporcionou um efeito quadrático

na produção de MFC, verificando-se uma produção máxima de 47,06 g planta-1 na

dose 94,56 kg ha-1 de N. Para adubação orgânica, foi observado comportamento

linear na produção deste compartimento em função da elevação das doses de

esterco, onde a dose máxima foi responsável por uma produção de 73,61 g planta-1.

Em resumo, constatou-se que, em média, foram verificados incrementos em

relação à testemunha da ordem de 1,64 e 3,13 vezes na produção de MFC para a

adubação nitrogenada e orgânica, respectivamente (Figura 2).

Figura 2. Massa fresca do caule (MFC) e folhas (MFF) da alface em função da

adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr). * e **: significativo a 5 e

1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t. Areia-PB,

CCA/UFPB, 2006.

100

200

300

400

TEST 30 60 90 120 150

Doses

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

0

Ŷ = 193,6710 + 1,2146**xR2 = 0,9551

Ŷ = 193,6710 + 1,2146**xR2 = 0,9551

Ŷ = 201,6280 + 1,5593*x - 0,0082*x2

R2 = 0,9525 Ŷ = 201,6280 + 1,5593*x - 0,0082*x2

R2 = 0,9525 MF

F, g

pla

nta

-1

0

20

40

60

80Ŷ = 33,0947 + 0,2701**x

R2 = 0,9924 Ŷ = 33,0947 + 0,2701**x

R2 = 0,9924

Ŷ = 19,3370 + 0,5863*x - 0,0031*x2

R2 = 0,9645 Ŷ = 19,3370 + 0,5863*x - 0,0031*x2

R2 = 0,9645 MF

C, g

pla

nta

-1

Page 42: Monica Ms06

27

Quanto à produção de MFF, verificou-se que as doses de N também

resultaram em efeito quadrático, obtendo-se uma máxima produção estimada de

275,76 g planta-1 na dose de 95,08 kg ha-1 de N, resultado que corresponde a um

incremento, em relação à testemunha, de 1,76 vezes. Já a elevação das doses de

esterco resultou mais uma vez em efeito linear crescente, com uma produção

máxima de MFF de 375,86 g planta-1 na maior dose, fato que representa, com

base na produção obtida para a testemunha, em um incremento de 2,78 vezes

(Figura 2).

Esses resultados reforçam os efeitos benéficos de ambas as adubações

estudadas sobre a produção da alface.

4.1.4. Número de folhas por planta

O número de folhas por planta (NFP) da alface é uma característica

bastante interessante, já que aquisição do produto pelo consumidor é feita por

unidade e não por peso (Mota et al., 2001). Nesse sentido, foram verificados

efeitos positivos, em relação à testemunha, da adubação nitrogenada e orgânica

sobre o NFP, com respostas diferenciadas em função do tipo de adubação

empregada.

Não foi constatado ajuste de nenhum modelo em função da elevação das

doses de N sobre o NFP, verificando-se valor médio de aproximadamente 28

unidades. Entretanto, verifica-se que a adubação nitrogenada resultou em um

incremento médio nessa característica de aproximadamente 0,32 vezes

(Figura 3). Esses resultados são similares aos obtidos por Casaroli et al. (2003),

onde esses autores verificaram para a mesma cultivar utilizada neste estudo um

máximo NFP de 29 unidades.

A elevação das doses de esterco proporcionou um aumento linear no

NFP, resultando em valor de 33,81 unidades na dose máxima (Figura 3). Esses

resultados correspondem, em relação à testemunha, a um incremento de

0,61 vezes nessa característica. Benefícios da aplicação de doses crescentes de

esterco sobre o NFP da alface também foram mencionados por

Porto et al. (1999).

Page 43: Monica Ms06

28

Figura 3. Número de folhas por planta (NFP) da alface em função da adubação

nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr). **: significativo a 1% de

probabilidade, pelo teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006.

4.1.5. Comprimento do caule

Observou-se que a adubação nitrogenada resultou em um comportamento

quadrático no comprimento do caule (CC), no qual a dose de 110,8 kg ha-1 de N

propiciou um tamanho máximo do caule de 11,56 cm. Já para a orgânica,

observou-se aumento linear em função da elevação das doses de esterco, onde a

dose máxima proporcionou um CC de 14,20 cm. Verifica-se, assim, que esses

resultados correspondem a incrementos nesta variável de 0,84 e 1,27 vezes para a

adubação nitrogenada e orgânica, respectivamente (Figura 4).

O CC é característica importante para a cultura da alface, pois está

diretamente relacionado ao rendimento da matéria prima (Yuri et al., 2004). Para

as cultivares crespas soltas, o tamanho maior do caule poderá favorecer a uma

maior produção de folhas, levando-se em consideração que, quanto maior o

comprimento, maior será a quantidade de folhas inseridas. Seguindo esse

raciocínio, verificou-se contribuições positivas das adubações estudadas sobre a

melhoria da produção da alface.

0

10

20

30

40

TEST 30 60 90 120 150

Doses

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

Ŷ = 24,9510 + 0,0562**xR2 = 0,9921

Ŷ = 24,9510 + 0,0562**xR2 = 0,9921

Ŷ = Ῡ = 27,74Ŷ = Ῡ = 27,74NF

P, u

nid

ades

Page 44: Monica Ms06

29

Figura 4. Comprimento do caule (CC) da alface em função da adubação

nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr). * e **: significativo a 5 e 1% de

probabilidade, respectivamente, pelo teste t. Areia-PB,

CCA/UFPB, 2006.

Considerando-se o conjunto de todas as características produtivas

avaliadas, os resultados obtidos apontam, para as condições em que este

trabalho foi realizado, incrementos significativos da adubação nitrogenada e

orgânica sobre a produção da alface, principalmente para a orgânica, a qual

resultou em incrementos significativamente superiores aos observados para a

adubação nitrogenada, apontando para resposta da alface até mesmo a doses

superiores a 150 t ha-1 de esterco bovino. Esses resultados reforçam a grande

importância da matéria orgânica para a produção desta cultura, algo que vem

sendo largamente documentado na literatura (Porto et al., 1999; Villas Bôas et al.,

2004; Yuri et al., 2004; Lopes et al., 2005), o que pode ser justificado pelo efeito

benéfico da matéria orgânica sobre a melhoria das características químicas e

físico-químicas do solo (Santos et al., 2001b), principalmente nos solos de textura

arenosa (Malavolta et al., 2002), como no caso em que este experimento foi

conduzido, tendo atuado como fonte múltipla de nutrientes e melhorado a

capacidade de retenção de umidade do solo.

0

5

8

12

TEST 30 60 90 120 150

Doses

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

16Ŷ = 8,4315 + 0,0385**x

R2 = 0,9623 Ŷ = 8,4315 + 0,0385**x

R2 = 0,9623

Ŷ = 5,4255 + 0,1108*x - 0,0005*x2

R2 = 0,9227 Ŷ = 5,4255 + 0,1108*x - 0,0005*x2

R2 = 0,9227

CC

, cm

Page 45: Monica Ms06

30

4.2. Teores de Macronutrientes nas Diferentes Partes da Alface

Os resultados obtidos também apontam efeitos significativos de ambas as

adubações sobre os teores de todos os macronutrientes estudados, sendo

verificado um comportamento diferenciado em função do elemento em estudo, do

compartimento analisado e do tipo de adubação empregada (Tabela 2).

4.2.1. Nitrogênio

Na raiz, os teores de nitrogênio (N) se ajustaram ao modelo linear para as

adubações estudadas, obtendo-se nas doses máximas teores de 54,87 e

50,56 g kg-1 de massa seca, o que representa incrementos de 0,86 e 0,71 vezes

para a adubação nitrogenada e orgânica, respectivamente (Figura 5). Em

comparação com os resultados obtidos por Cometti (2003), verifica-se que esses

teores se apresentam significativamente superiores aos observados pelos referidos

autores na raiz de plantas de alface produzidas em sistema orgânico (aplicação de

esterco bovino e cama de aves na dosagem de 20 t ha-1) e convencional

(aplicação, além do esterco bovino, de 300 kg ha-1 da fórmula 4-14-8 de NPK).

Com relação aos teores de N na massa seca do caule, verificou-se que o

teor de nitrogênio apresentou incremento linear em função das doses de N, sendo

obtido na dose máxima um teor de 73,97 g kg-1 de massa seca. Quanto à adubação

orgânica, a elevação das doses de esterco proporcionou uma resposta quadrática no

teor de N na massa seca do caule, com o máximo teor deste elemento (58,97 g kg-1

de massa seca) sido obtido na dose de 135,20 t ha-1 de esterco. Em comparação

com a testemunha, contatou-se que esses resultados corresponderam a incrementos

de 0,12 vezes para a adubação nitrogenada e 0,30 vezes para a adubação orgânica

(Figura 5). Verifica-se que os teores de N observados neste compartimento também

são bastante superiores aos encontrados por Cometti (2003) para alface cultivada

em sistema convencional e orgânico.

Nas folhas, o teor de N apresentou um incremento linear em função do

aumento tanto das doses de N quanto das doses de esterco, obtendo-se nas

doses máximas teores de 71,24 e de 67,93 g kg-1 de massa seca, para a

adubação nitrogenada e orgânica, respectivamente. Esses teores representam,

em função dos obtidos para a testemunha, incrementos médios de 0,55 e 0,53

vezes, para a adubação nitrogenada e orgânica, respectivamente (Figura 5).

Page 46: Monica Ms06

31

Tabela 2. Resumo da análise de variância para os teores de macronutrientes nos diferentes compartimentos da alface em função da

adubação nitrogenada e orgânica

Quadrado Médio

N P K Ca Mg FV GL

Raiz Caule Folhas Raiz Caule Folhas Raiz Caule Folhas Raiz Caule Folhas Raiz Caule Folhas

BLOCOS 3 231,3** 333,20** 576,64** 48,00** 11,50** 20,80** 214,5** 410,6** 57,22** 6,813** 2,324* 139,0** 0,010 1,104** 0,388

(TRAT.) (10) 259,2** 996,84** 416,20** 75,97** 113,9** 7,602** 148,7** 799,2** 670,0** 2,318** 4,503** 10,56 0,432** 1,378** 1,469**

Adubos 2 647,8** 3791,1** 1078,5** 197,4** 201,1** 16,19** 302,0** 2748,2** 2857,2** 6,755** 20,35** 27,59* 1,550** 4,178** 3,248**

Esterco 4 207,0** 423,69** 341,52** 78,90** 161,5** 6,192* 182,4** 554,9** 195,6** 1,100 0,868 4,711 0,269** 1,038** 1,302*

Linear 1 809,3** 1474,5** 1282,6** 277,4** 636,2** 23,78** 723,2** 2001,1** 773,7** 3,481* 1,347 14,16 0,930** 3,318** 4,900**

Quadrát. 1 0,560 215,68* 48,55 28,66* 4,571 0,731 0,845 177,6* 1,843 0,865 2,060 1,829 0,079 0,584 0,058

Cúbico 1 1,616 2,247 34,41 9,526 4,651 0,259S 0,888 37,95 6,053 0,004 0,066 1,560 0,006 0,250 0,072

Des. reg. 1 16,67 2,319 0,576 0,005 0,581 0,001 4,784 2,881 0,696 0,050 0,001 1,292 0,059 0,001 0,178

Uréia 4 117,1** 172,9* 159,7** 12,36 22,73 4,719* 38,34 69,11 48,22 1,317 0,217 7,895 0,036 0,318 0,747

Linear 1 449,3** 558,5** 625,5** 1,665 33,97 18,74** 50,72 71,29 101,1 2,884* 0,046 23,35 0,072 1,246** 0,835

Quadrát. 1 0,172 122,8 5,028 43,09** 48,17 0,019 87,50* 182,7* 79,49 1,999 0,066 3,641 0,059 0,013 1,865*

Cúbico 1 14,62 2,061 6,512 1,772 5,055 0,038 12,41 2,025 0,036 0,044 0,083 4,109 0,002 0,010 0,231

Des. reg. 1 4,114 8,078 1,893 2,900 3,735 0,077 2,744 20,39 12,21 0,340 0,054 0,482 0,012 0,003 0,055

RESÍDUO 30 16,58 50,99 34,70 5,044 17,50 1,579 14,86 31,96 33,12 0,685 0,717 6,145 0,043 0,161 0,324

CV, % 9,37 12,94 10,16 15,25 26,65 12,99 16,40 14,23 13,63 9,98 11,63 10,70 10,65 14,42 13,73

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.

3

1

Page 47: Monica Ms06

32

Figura 5. Teores de nitrogênio (N) na massa seca da raiz, caule e folhas da

alface em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006.

0

20

40

60

80Ŷ = 38,1130 + 0,1117**x

R2 = 0,9596Ŷ = 38,1130 + 0,1117**x

R2 = 0,9596

Ŷ = 28,0720 + 0,1499**xR2 = 0,9772

Ŷ = 28,0720 + 0,1499**xR2 = 0,9772

N, g

kg

-1

EEERAIZ

0

20

40

60

80

Ŷ = 55,2775 + 0,1246**xR2 = 0,8077

Ŷ = 55,2775 + 0,1246**xR2 = 0,8077

Ŷ = 18,7490 + 0,5949**x - 0,0022*x2

R2 = 0,9973 Ŷ = 18,7490 + 0,5949**x - 0,0022*x2

R2 = 0,9973

N, g

kg

-1

ECAULE

0

20

40

60

80

TEST 30 60 90 120 150

Doses

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

Ŷ = 51,4755 + 0,1318**xR2 = 0,979

Ŷ = 51,4755 + 0,1318**xR2 = 0,979

Ŷ = 39,6125 + 0,1888**xR2 = 0,9389

Ŷ = 39,6125 + 0,1888**xR2 = 0,9389

N, g

kg

-1

FOLHAS

Page 48: Monica Ms06

33

Com base nesses resultados, verifica-se ainda que os teores foliares de

nitrogênio obtidos neste estudo, em função das adubações estudadas,

apresentam-se dentro da faixa considerada como adequada para plantas de

alface bem nutridas (30 a 50 g kg-1 de massa seca) (Boarretto et al., 1999),

evidenciando que ambas as adubações foram eficazes no equilíbrio nutricional

deste elemento para a cultura da alface.

Com relação à distribuição de N na planta, observou-se que,

independentemente da adubação avaliada, o caule e folhas apresentaram teores

de nitrogênio similares, enquanto que os menores teores deste elemento foram

observados na raiz (Figura 5), o que pode ser explicado pelo fato do caule atuar

como órgão de reserva e as folhas se tratarem da parte fotossinteticamente mais

ativa da planta, sendo o N preferencialmente deslocado para essas regiões

(Marschner, 1995; Taiz e Zeiger, 2004). No entanto, é importante mencionar que

a adubação nitrogenada resultou, em todos os compartimentos analisados, teores

de N significativamente superiores aos obtidos pela adubação orgânica (Figura 5).

Esse fato se deve a disponibilização lenta de nutrientes por parte dos adubos

orgânicos (Santos et al., 2001b), enquanto que os adubos minerais apresentam

alta solubilidade deste nutriente (Scivittaro et al., 2004), resultando em uma maior

disponibilidade e conseqüentemente, em maior absorção e acúmulo.

4.2.2. Fósforo

Os teores de fósforo (P) na massa seca da raiz apresentaram resposta

quadrática em função da adubação nitrogenada, sendo obtido na dose de 91,1 kg

ha-1 de N teor máximo de 15,25 g kg-1, representando, em relação à testemunha

incremento médio de 1,19 vezes. Com relação à adubação orgânica, os dados

obtidos também apresentaram ajuste quadrático, sendo o máximo teor de P

observado na massa seca deste compartimento (21,06 g kg-1) obtido na dose de

144,31 t ha-1. Tomando-se como base o teor obtido pela testemunha, consta-se

que esse teor corresponde a um aumento de 2,02 vezes no teor de P deste

compartimento (Figura 6). Esses resultados são bastante superiores aos

encontrados por Cometti (2003) para os teores de fósforo na raiz da alface

produzida em sistema convencional e orgânico.

Page 49: Monica Ms06

34

Figura 6. Teores de fósforo (P) na massa seca da raiz, caule e folhas da alface

em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006.

TEST 30 60 90 120 150

Doses

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

0

7

14

21

28Ŷ = 8,1550 + 0,0257**x

R2 = 0,96 Ŷ = 8,1550 + 0,0257**x

R2 = 0,96

Ŷ = 7,2245 + 0,0228**xR2 = 0,9929

Ŷ = 7,2245 + 0,0228**xR2 = 0,9929

P, g

kg

-1

FOLHAS

0

7

14

21

28Ŷ = 4,4020 + 0,2309**x - 0,0008*x2

R2 = 0,9698 Ŷ = 4,4020 + 0,2309**x - 0,0008*x2

R2 = 0,9698

Ŷ = 6,9530 + 0,1822**x - 0,0010**x2

R2 = 0,9054 Ŷ = 6,9530 + 0,1822**x - 0,0010**x2

R2 = 0,9054 P

, g k

g-1

EEERAIZ

0

7

14

21

28

Ŷ = Ῡ = 14,78Ŷ = Ῡ = 14,78

Ŷ = 6,2580 + 0,1329**xR2 = 0,9848

Ŷ = 6,2580 + 0,1329**xR2 = 0,9848

P, g

kg

-1

ECAULE

Page 50: Monica Ms06

35

Quanto aos teores de P do caule, não foi constatado ajuste de nenhum

modelo em função do incremento das doses de N, verificando-se teor médio de

14,78 g kg-1 de massa seca, o que representa, em relação à testemunha, um

incremento de 0,93 vezes. Para a adubação orgânica, foi verificada resposta

linear nos teores de P deste compartimento em função do incremento das doses

de esterco, apresentando teor de 26,19 g kg-1 de massa seca na dose máxima.

Este fato corresponde, em função da testemunha, a um aumento de 2,42 vezes

no teor de P do caule (Figura 6). Verifica-se que esses resultados são um pouco

superiores aos obtidos por Cometti (2003) para os teores de P observados no

caule da alface.

Nas folhas, os teores de P apresentaram um aumento linear em função

das doses de N e de esterco, sendo encontrados teores de 10,65 e 12,01 g kg-1

de massa seca nas doses máximas de N e de esterco, respectivamente. Esses

resultados apontam incrementos médios de 0,39 e 0,57 vezes, em relação à

testemunha (Figura 6). Alvarenga et al. (2003) não verificaram influência da

aplicação de doses crescentes de N (120 a 240 kg ha-1) sobre os teores de

fósforo nas folhas da alface (cv. Raider), resultados esses contrastantes aos

observados nesse trabalho.

Já para a adubação orgânica, Souza et al. (2005) também verificaram

incremento seguindo uma resposta quadrática nos teores foliares de P em função

da aplicação de doses crescentes de composto orgânico (0 a 160 t ha-1),

entretanto, os teores observados pelos referidos autores se apresentam abaixo

dos verificados no presente estudo.

Em comparação com os teores foliares de P considerados como normais

para plantas bem nutridas (4 a 7 g kg-1 de massa seca) (Boarretto et al., 1999),

verifica-se que os teores de P obtidos, para ambos os tipos de adubações,

atingiram níveis acima desta faixa considerada como normal. Esse resultado

evidencia, para as condições em que esse trabalho foi desenvolvido, que as

adubações nitrogenada e orgânica foram eficientes no que diz respeito ao

equilíbrio nutricional de fósforo para a alface.

Com relação à distribuição na planta, os resultados obtidos demonstram

que, para as adubações empregadas, os menores teores de P foram observados

nas folhas, tendo a raiz e o caule apresentado teores similares, com ligeira

superioridade deste último compartimento (Figura 6), o que pode ser justificado

pelo fato do caule atuar como órgão de reserva de nutrientes. Observa-se ainda

Page 51: Monica Ms06

36

que a adubação orgânica resultou em todos os compartimentos analisados em

teores de P superiores aos observados pela adubação nitrogenada, principalmente

na raiz e caule (Figura 6). Isso deve está relacionado com o fato da adubação

orgânica, além de expressiva fonte de P (264,0 kg ha-1 de P total na dose máxima

empregada), ter atuado mais eficientemente como fonte desse nutriente que a

adubação mineral para a cultura da alface, devido a seu caráter de disponibilização

lenta. O aumento na retenção de umidade do solo pela aplicação de matéria

orgânica em relação a adubação mineral também deve ter melhorado a absorção

de P, contribuído para esses teores mais elevados.

4.2.3. Potássio

Na raiz, o teor de potássio (K) apresentou resposta quadrática em função

da elevação das doses de N, sendo observado um teor máximo de 24,20 g kg-1 de

massa seca na dose de 75,89 kg ha-1 de N. Em comparação com a testemunha,

verifica-se que esse valor representa um incremento de aproximadamente 0,57

vezes. Quanto à adubação orgânica, a elevação das doses de esterco

proporcionou um incremento linear no teor de K na massa seca da raiz,

proporcionando um teor de 35,61 g kg-1, o que corresponde a incremento de

aproximadamente 1,31 vezes em relação à testemunha (Figura 7). Os teores de K

na raiz obtidos em função da adubação orgânica são superiores aos observados

por Cometti (2003), enquanto que os teores deste elemento obtidos em função da

adubação nitrogenada são similares aos obtidos pelos referidos autores para

alface produzida em sistema convencional.

Na massa seca do caule, o teor de K também se ajustou ao modelo

quadrático em função das doses de N, apresentando um teor máximo estimado

de 35,28 g kg-1 na dose de 79,2 kg ha-1 de N. Quanto à adubação orgânica,

verificaram-se incrementos nos teores de K neste compartimento seguindo uma

resposta quadrática, tendo a dose de 147,98 t ha-1 proporcionado um teor máximo

de potássio no caule da ordem de 61,72 g kg-1. Esses resultados correspondem a

um aumento nos teores de K nesse compartimento, em relação à testemunha, de

aproximadamente 0,63 e 1,85 vezes para a adubação nitrogenada e orgânica,

respectivamente (Figura 7). Cometi (2003) verificou, em função dos sistemas de

cultivo convencional e orgânico, teores de K no caule um pouco inferiores aos

obtidos neste estudo.

Page 52: Monica Ms06

37

Figura 7. Teores de potássio (K) na massa seca da raiz, caule e folhas da alface

em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006.

0

20

40

60

80

Ŷ = 22,8380 + 0,3168*x - 0,0020*x2

R2 = 0,9189 Ŷ = 22,8380 + 0,3168*x - 0,0020*x2

R2 = 0,9189

Ŷ = 17,9260 + 0,5919**x - 0,0020*x2

R2 = 0,9816 Ŷ = 17,9260 + 0,5919**x - 0,0020*x2

R2 = 0,9816

K, g

kg

-1

ECAULE

0

20

40

60

80Ŷ = 14,3540 + 0,1417**x

R2 = 0,9911 Ŷ = 14,3540 + 0,1417**x

R2 = 0,9911

Ŷ = 16,1340 + 0,2125NSx - 0,0014*x2

R2 = 0,9012 Ŷ = 16,1340 + 0,2125NSx - 0,0014*x2

R2 = 0,9012

K, g

kg

-1

EEERAIZ

0

20

40

60

80

TEST 30 60 90 120 150

Doses

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

Ŷ = Ῡ = 31,70Ŷ = Ῡ = 31,70

Ŷ = 41,5240 + 0,1466**xR2 = 0,9911

Ŷ = 41,5240 + 0,1466**xR2 = 0,9911

K, g

kg

-1

FOLHAS

Page 53: Monica Ms06

38

Quanto aos teores de K nas folhas, não foi constatado ajuste de nenhum

modelo para a elevação das doses de N, verificando-se um teor médio de 31,70 g

kg-1 de massa seca, resultado esse similar ao observado para a testemunha,

indicando que a adubação nitrogenada não contribuiu para a elevação dos teores

de K neste compartimento (Figura 7). Estes resultados estão de acordo com os

observados por Alvarenga et al. (2003), em que os referidos autores também não

verificaram influência da aplicação de doses crescentes de N (120 a 240 kg ha-1)

sobre os teores de K nas folhas da alface tipo americana (cv. Raider). No que diz

respeito a adubação orgânica, constatou-se um incremento linear nos teores de K

nas folhas em função do incremento das doses de esterco, resultando na dose

máxima teor de 63,51 g kg-1 de massa seca, o que representa um aumento de 0,9

vezes quando comparado com o observado para a testemunha (Figura 7).

Comportamento similar foi verificado por Souza et al. (2005), onde os referidos

autores também verificaram um incremento linear nos teores foliares de K em

função da aplicação de doses crescentes de composto orgânico (0 a 160 t ha-1),

sendo verificado teores bem próximos aos observados nesse estudo.

Verificou-se ainda, que os teores foliares de K obtidos em função da

adubação orgânica se enquadraram dentro da faixa sugerida por Boarretto et al.

(1999) como adequada para plantas de alface bem nutridas (50 a 80 g kg-1 de

massa seca). Entretanto, mesmo tendo sido realizadas adubações químicas com

K, com base em análise química do solo, nas parcelas que receberam a

adubação nitrogenada, contatou-se que os teores deste nutriente verificados nas

folhas da alface nessas condições estiveram sempre abaixo da faixa adequada,

sugerindo um estado de desequilíbrio nutricional. Partindo-se do pressuposto que

o K é o elemento mais exigido pela alface (Faquin e Andrade, 2004), pode-se

afirmar que esse fato contribuiu, pelo menos em parte, para as menores

respostas em termos produtivos observadas para a adubação nitrogenada

(Figuras 1 a 4).

Com relação à distribuição do K na alface, os resultados revelam que,

independente do tipo de adubação empregada, os menores teores foram

observados na massa seca da raiz, tendo o caule e as folhas apresentado teores

similares desse elemento (Figura 7), o que deve estar relacionado com o fato do

caule atuar como órgão de reserva e pelo fato da alta intensidade transpiratória da

alface contribuir para um maior deslocamento de nutrientes para a parte aérea

(caule e folhas), principalmente no caso de nutriente de alta mobilidade na planta,

Page 54: Monica Ms06

39

como o K. Quanto ao tipo de adubação, observou-se que orgânica resultou em

teores de K superiores aos observados para a nitrogenada em todos os

compartimentos analisados (Figura 7). A exemplo do que foi verificado para o P,

Isso deve está relacionado com o fato da adubação orgânica, além de ter atuado

expressivamente como fonte de K (655,5 kg ha-1 de K total na dose máxima

empregada) e aumentado a retenção de umidade do solo proporcionando melhores

condições para sua absorção, ter atuado mais eficientemente como fonte desse

nutriente que a adubação mineral para a cultura da alface, devido a seu caráter de

disponibilização lenta, contribuindo assim para reduzir as perdas deste elemento

por lixiviação, perdas essas que devem ter ocorrido com maior intensidade nas

parcelas que receberam apenas adubação química, visto as condições de baixa

CTC do solo e a característica de alta mobilidade do elemento em estudo.

4.2.4. Cálcio

Os teores de cálcio (Ca) na massa seca da raiz se ajustaram ao modelo

linear em função do aumento das doses de N e de estercos, obtendo-se nas

doses máximas teores de 9,18 e de 8,86 g kg-1 de massa seca, para a adubação

nitrogenada e orgânica, respectivamente. Verifica-se que esses teores

constituem, em relação a testemunha, em incrementos médios de 0,39 e

0,34 vezes, para a adubação nitrogenada e orgânica, respectivamente (Figura 8).

Não foram observados ajustes de nenhum modelo, para as adubações

estudadas, em relação aos teores de Ca no caule e nas folhas, sendo verificados

teores médios na massa seca de 8,23 e 6,74 g kg-1, para o caule, e 24,39

e 22,10 g kg-1, para as folhas, em função das doses de N e de esterco,

respectivamente. Comparativamente com a testemunha, esses resultados

demonstram um acréscimo no teor de Ca no caule de aproximadamente

0,57 vezes para a adubação nitrogenada e de 0,30 vezes para adubação orgânica.

Já para os teores de Ca nas folhas, o teor médio obtido para a adubação

nitrogenada (24,39 g kg-1 de massa seca) apresentou um leve acréscimo (0,1 vezes)

em relação à testemunha, enquanto que o teor médio deste nutriente obtido pela

adubação orgânica (22,10 g kg-1) nas folhas foi similar ao obtido pela testemunha

(Figura 8), demonstrando que as doses de esterco em nada contribuíram para

elevar os teores de Ca nesse compartimento.

Page 55: Monica Ms06

40

Figura 8. Teores de cálcio (Ca) na massa seca da raiz, caule e folhas da alface

em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006.

0

8

16

24

32

Ŷ = 7,3920 + 0,0098*xR2 = 0,791

Ŷ = 7,3920 + 0,0098*xR2 = 0,791

Ŷ = 7,8275 + 0,0090**xR2 = 0,5476

Ŷ = 7,8275 + 0,0090**xR2 = 0,5476

Ca,

g k

g-1

EEERAIZ

0

8

16

24

32

Ŷ = Ῡ = 8,23Ŷ = Ῡ = 8,23

Ŷ = Ῡ = 6,74Ŷ = Ῡ = 6,74

Ca,

g k

g-1

ECAULE

0

8

16

24

32

TEST 30 60 90 120 150

Doses

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

Ŷ = Ῡ = 24,39Ŷ = Ῡ = 24,39

Ŷ = Ῡ = 22,10Ŷ = Ῡ = 22,10Ca,

g k

g-1

FOLHAS

Page 56: Monica Ms06

41

Os resultados obtidos evidenciam baixa resposta da alface para as

adubações estudadas em relação ao Ca, verificando-se discretos incrementos em

relação à testemunha nos teores desse elemento em todos os compartimentos

analisados em função da elevação das doses de N e de esterco. Esse fato pode

ser justificado pelo teor de Ca naturalmente disponível no solo, o qual já era

relativamente elevado.

Verificou-se ainda que os resultados obtidos neste trabalho para os teores

foliares de Ca corroboram com os observados por Alvarenga et al. (2003) para a

adubação nitrogenada e por Souza et al. (2005) para a adubação orgânica, onde

os referidos autores não verificaram efeitos significativos destas adubações sobre

os teores desse nutriente nas folhas da alface. Os resultados também

demonstram que os teores de Ca nas folhas da alface estiveram em ambos os

tipos de adubação dentro da faixa considerada como normal para plantas bem

nutridas nesse elemento, a qual varia entre 15 a 25 g kg-1 de massa seca

(Boarretto et al., 1999), evidenciado um estado de equilíbrio nutricional desse

nutriente para a alface em ambas as situações, entretanto, esse fato se deve mais

ao efeito do alto teor de Ca naturalmente presente no solo como já comentado

anteriormente do que propriamente ao emprego das adubações.

Com relação à distribuição na planta, os resultados obtidos demonstram

que em ambos os casos foram verificados teores de Ca relativamente similares

para a raiz e o caule, tendo as folhas apresentado teores deste elemento

extremamente superiores aos observados nos demais compartimentos (Figura 8).

Duas hipóteses podem ser levantadas para explicar esse fenômeno.

Primeiramente, isso pode ser atribuído a grande atividade transpiratória da alface,

onde os nutrientes são carreados com maior intensidade para a parte aérea,

principalmente para as folhas. Considerando também que o Ca atua como

constituinte essencial da lamela média (Faquin e Andrade, 2004), pode-se sugerir

ainda que este elemento é deslocado prioritariamente para os órgãos de maior

intensidade de crescimento vegetativo, como as folhas. Quanto ao tipo de

adubação avaliada, os teores de Ca na raiz foram semelhantes entre as

adubações empregadas, enquanto que a adubação nitrogenada resultou em

teores de Ca nos demais compartimentos (caule e raiz) levemente superiores aos

obtidos em função da adubação orgânica (Figura 8), o que provavelmente se deu

pelo fato da adubação orgânica, por também atuar como fonte múltipla de

nutrientes, ter promovido uma condição de inibição competitiva entre o Ca e

Page 57: Monica Ms06

42

demais nutrientes catiônicos (principalmente K e Mg) (Malavolta et al., 1997;

Faquin, 2001), o que deve ter promovido uma leve redução de sua absorção em

relação à adubação nitrogenada.

4.2.5. Magnésio

Na raiz, não foram observados ajustes de nenhum modelo em função da

elevação das doses de N, verificando-se um teor médio do magnésio (Mg) de

1,73 g kg-1 de massa seca, correspondente a um incremento de aproximadamente

0,11 vezes, em relação à testemunha. Na adubação orgânica, constatou-se um

incremento linear nos teores de Mg na raiz em função do incremento das doses

de esterco, resultando na dose máxima um teor de 2,53 g kg-1 de massa seca,

superando o teor observado para a testemunha em aproximadamente 0,62 vezes

(Figura 9).

Em se tratando dos teores de Mg na massa seca do caule, verificou-se

que os dados se ajustaram ao modelo linear em função do aumento tanto das

doses de N quanto das doses de esterco, obtendo-se nas doses máximas teores

de 3,33 e de 3,44 g kg-1 de massa seca para a adubação nitrogenada e orgânica,

respectivamente. Verifica-se que esses teores constituem, em função dos obtidos

para a testemunha, em incrementos médios de 1,35 e 1,43 vezes para a

adubação nitrogenada e orgânica, respectivamente (Figura 9).

Nas folhas, a adubação nitrogenada resultou em resposta quadrática no

teor de Mg nas folhas, sendo o máximo teor de magnésio (4,65 g kg-1 de massa

seca) obtido na dose de 103,25 t ha-1 de N. Alvarenga et al. (2003) não verificaram

efeito significativo da adubação nitrogenada sobre os teores de Mg nas folhas da

alface, verificando teores foliares deste elemento abaixo dos encontrados neste

trabalho. Quanto à adubação orgânica, a elevação das doses de esterco

proporcionou incremento linear nos teores foliares de Mg, sendo obtido na dose

máxima um teor de 5,02 g kg-1 de massa seca (Figura 9). Souza et al. (2005)

também verificaram incrementos nos teores foliares de Mg para a cultura da alface

em função da adubação orgânica, sendo os teores deste elemento apresentados

por esses autores bem próximos aos observados neste trabalho. Em comparação

com a testemunha, contata-se que esses resultados correspondem a incrementos

de 0,71 vezes para a adubação orgânica e 0,58 vezes para a adubação

nitrogenada (Figura 9).

Page 58: Monica Ms06

43

Figura 9. Teores de magnésio (Mg) na massa seca da raiz, caule e folhas da

alface em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006.

Ŷ = Ῡ = 1,73Ŷ = Ῡ = 1,73

Ŷ = 1,7695 + 0,0051**xR2 = 0,8661

Ŷ = 1,7695 + 0,0051**xR2 = 0,8661

Mg

, g k

g-1

0

1,5

3

4,5

6EEERAIZ

Ŷ = 2,4455 + 0,0059**xR2 = 0,9798

Ŷ = 2,4455 + 0,0059**xR2 = 0,9798

Ŷ = 2,0000 + 0,0096**xR2 = 0,7991

Ŷ = 2,0000 + 0,0096**xR2 = 0,7991

Mg

, g k

g-1

0

1,5

3

4,5

6ECAULE

0

1,5

3

4,5

6

TEST 30 60 90 120 150

Doses

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

Ŷ = 2,5130 + 0,0413*x - 0,0002*x2

R2 = 0,9043

Ŷ = 3,2630 + 0,0117**xR2 = 0,9408

Mg

, g k

g-1

FOLHAS

Page 59: Monica Ms06

44

Com base nesses resultados, verifica-se ainda que os teores foliares de

Mg obtidos neste estudo em função das adubações estudadas se apresentam

dentro da faixa considerada como adequada para plantas de alface bem nutridas

(4 a 6 g kg-1 de massa seca) (Boarretto et al., 1999), evidenciando um estado de

equilíbrio nutricional desse nutriente para a alface em ambas as situações.

Com relação à distribuição na planta, observou-se que, para ambas as

adubações, as folhas apresentaram teores de Mg extremamente superiores aos

observados nos demais compartimentos, enquanto que os menores teores deste

elemento foram observados na raiz (Figura 9). O papel mais conhecido do

magnésio na vida da planta refere-se a sua presença na molécula de clorofila

(Taiz e Zeiger, 2004). Assim, há uma tendência de que esse nutriente seja

prioritariamente translocado para os órgãos fotossinteticamente ativos da planta,

o que justifica a ocorrência de maiores concentrações de magnésio encontrados

nas folhas da alface.

Quanto ao tipo de adubação estudada, com exceção do caule, onde foram

verificados teores similares de Mg em função das adubações, verificou-se que a

adubação orgânica resultou em teores superiores desse nutriente nos

compartimentos da alface (Figura 9), o que pode ser justificado pelo fato da matéria

orgânica ter atuado expressivamente como fonte de Mg (70,5 kg ha-1 de Mg total na

dose máxima empregada), enquanto que as parcela que receberam apenas

adubação mineral ficaram dependentes apenas do teor de Mg naturalmente

disponível no solo, já que não foi realizada calagem ou aplicação de adubos

contendo esse elemento.

4.3. Teores de Clorofila Total na Massa Fresca das Folhas da Alface

Os resultados obtidos também evidenciaram efeitos significativos da

adubação nitrogenada e orgânica para os teores de clorofila total na massa fresca

das folhas da alface (Tabela 3).

Page 60: Monica Ms06

45

Tabela 3. Resumo da análise de variância para os teores de clorofila total nas

folhas e dos teores de nitrato nos diferentes compartimentos da

alface em função da adubação nitrogenada e orgânica

Quadrado Médio F.V. G.L.

CLOROF t NO3-R NO3

-C NO3-F

BLOCOS 3 1663,4 7404,8** 28566,7** 5387,3**

(TRAT.) (10) 7126,7** 2960,1** 8339,5** 4890,4**

Adubos 2 26546,7** 3187,9** 21399,8** 11842,4**

Esterco 4 2678,8* 1437,1* 1405,0 2330,0**

Linear 1 4339,7* 5389,6** 5226,94* 8743,0**

Quadrát. 1 6227,5** 265,91 59,307 7,4387

Cúbico 1 106,67 64,440 220,20 107,95

Des. reg. 1 41,441 31,887 113,63 461,50

Uréia 4 1864,4 4368,4** 8743,8** 3974,9**

Linear 1 4650,9* 16517,3** 33767,1** 15859,1**

Quadrát. 1 2329,0 826,75 230,81 19,247

Cúbico 1 312,70 117,61 974,47 15,575

Des. reg. 1 165,21 11,812 2,6676 5,6857

RESÍDUO 30 734,59 487,05 1328,86 544,52

CV, % 5,30 49,93 38,79 39,42

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F. CLOROF t: Clorofila Total; NO3

-R: Nitrato na Raiz; NO3-C: Nitrato no Caule e

NO3-F: Nitrato nas Folhas.

Para a adubação nitrogenada, foi constatado um aumento linear nos

teores de clorofila total em função da elevação das doses de N, sendo estimado

na dose máxima um teor de 540,73 µg g-1 de massa fresca. Verifica-se que esse

resultado corresponde a um incremento em relação à testemunha de 0,35 vezes

(Figura 10). Carvalho et al. (2003) também verificaram incrementos nos teores de

clorofila total de plantas de feijoeiro em decorrência da aplicação de doses

crescentes de N (0 a 140 kg ha-1).

Com relação à adubação orgânica, verificou-se uma resposta quadrática,

onde se estimou um teor máximo de 548,85 µg g-1 de massa fresca com aplicação

da dose de 104,97 kg ha-1 de esterco (Figura 10), resultado que corresponde, em

relação à testemunha em incremento de 0,37 vezes. Esse teor se apresenta um

pouco acima do observado por Santos et al. (2001a), tendo esses autores

verificado pela aplicação de doses de composto orgânico (0 a 91,2 t ha-1), teores

médios de clorofila total na massa fresca das folhas da alface de 500 µg g-1.

Page 61: Monica Ms06

46

Figura 10. Teores de clorofila total (CLOROF t) na massa fresca das folhas da

alface em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006.

O fornecimento do nitrogênio as planta favorece a produção de

biomoléculas fundamentais, como proteínas e aminoácidos, além de ser o

constituinte das moléculas de clorofila (Donato et al., 2004; Mengel e Kirby, 2001).

Este fato pode ser confirmado pela correlação positiva observada entre os teores

de N nas folhas e os teores de clorofila total da alface em função da adubação

nitrogenada (r = 0,75**) e orgânica (r = 0,64**). Diversos autores também têm

verificado uma correlação positiva entre os teores de N foliares com os teores de

clorofila para diferentes espécies vegetais. Guimarães et al. (1999) encontraram

correlação significativa entre o teor de clorofila e a concentração de nitrogênio nas

folhas do tomateiro. Em plantas de feijoeiro, Furlani Júnior et al. (1996) e Carvalho

et al (2003) também observaram alta correlação entre a clorofila e os teores de N

nas folhas. Outros trabalhos também têm abordado uma correlação positiva entre

os teores de N nas folhas e os teores de clorofila em plantas de milho (Argenta et

al., 2001b) e em diversos outros cereais (Argenta et al., 2001a).

Ainda é importante ressaltar que, embora tenha sido observada uma

correlação positiva, verificou-se que os maiores teores foliares de N verificados

em função da adubação nitrogenada (Figura 10) não resultaram em teores mais

elevados de clorofila, indicando que a alta disponibilidade de N resultante da

0

200

400

600

800

TEST 30 60 90 120 150

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

Ŷ = 419,9380 + 2,4563**x - 0,0117**x2

R2 = 0,9861

Ŷ = 486,8240 + 0,3594*xR2 = 0,6236

Doses

CL

OR

OF

t, µµ µµ

g g

-1

Page 62: Monica Ms06

47

adubação nitrogenada provavelmente resultou em um consumo de luxo pelas

plantas. Esse fato ressalva que, por apresentar baixa sensibilidade ao consumo

de luxo de N, a determinação do teor de clorofila apresenta grande potencial

como indicador do nível de N pelas plantas, sendo considerado melhor indicador

do nível deste nutriente do que propriamente a determinação do seu teor

(Blackmer e Schepers, 1995).

4.4. Teores de Nitrato nas Diferentes Partes da Alface

Os teores de nitrato na massa fresca da raiz aumentaram linearmente

com as doses de nitrogênio, sendo observado que a dose máxima proporcionou

um teor de 93,96 mg kg-1 de massa fresca. Para a adubação orgânica, também se

verificou aumento linear nos teores de nitrato em função do aumento das doses

de esterco, obtendo-se na dose máxima um teor de 65,09 mg kg-1 de massa

fresca. Em relação à testemunha, obteve-se um incremento de 8,16 e 5,35 vezes,

respectivamente, para adubação nitrogenada e orgânica (Figura 11). Verifica-se

que estes resultados, para as adubações estudadas estão abaixo dos teores

obtidos por Cometti et al. (2004) para a raiz da alface cultivada em sistema

convencional e orgânico.

Com relação aos teores de nitrato na massa fresca do caule, também

ocorreu um aumento linear com o aumento das doses de nitrogênio, observando-

se para a dose máxima um teor de 183,45 mg kg-1 de massa fresca. Com relação

à adubação orgânica, também se verificou um aumento linear nos teores de

nitrato no caule com a elevação das doses de esterco, sendo observado para a

dose máxima, um teor de 98,22 mg kg-1 de massa fresca. Em relação à

testemunha obteve-se um aumento de 5,05 e 2,24 vezes para a adubação

nitrogenada e orgânica, respectivamente (Figura 11). Cometti et al. (2004)

verificaram no caule da alface, em função do sistema convencional e orgânico,

teores bastante superiores aos obtidos neste estudo, tendo os referidos autores

encontrado praticamente o dobro dos teores apresentados no presente trabalho

para este compartimento.

Page 63: Monica Ms06

48

Figura 11. Teores de nitrato (NO3-) na massa fresca da raiz, caule e folhas da

alface em função da adubação nitrogenada (rrrrr) e orgânica (rrrrr).

* e **: significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo

teste t. Areia-PB, CCA/UFPB, 2006.

TEST 30 60 90 120 150

30 60 90 120 150

Nitrogênio, kg ha-1

Esterco, t ha-1

Doses

0

50

100

150

200

NO

3- , m

g k

g-1

Ŷ = 22,4273 + 0,6637**xR2 = 0,9975

Ŷ = 22,4273 + 0,6637**xR2 = 0,9975

Ŷ = 1,7008 + 0,4928**xR2 = 0,9381

Ŷ = 1,7008 + 0,4928**xR2 = 0,9381

FOLHAS

0

50

100

150

200

Ŷ = 38,1773 + 0,9685**xR2 = 0,9655

Ŷ = 38,1773 + 0,9685**xR2 = 0,9655

Ŷ = 41,0702 + 0,3810*xR2 = 0,93

Ŷ = 41,0702 + 0,3810*xR2 = 0,93

NO

3- , mg

kg

-1

ECAULE

0

50

100

150

200

Ŷ = - 7,6528 + 0,6774**xR2 = 0,9453

Ŷ = - 7,6528 + 0,6774**xR2 = 0,9453

Ŷ = 7,0563 + 0,3869**xR2 = 0,937

Ŷ = 7,0563 + 0,3869**xR2 = 0,937

NO

3- , m

g k

g-1

EEERAIZ

Page 64: Monica Ms06

49

Os teores de nitrato na massa fresca das folhas também aumentaram

linearmente em função de ambas as adubações empregadas sendo verificado um

teor máximo de 121,98 e 75,62 mg kg-1 de massa fresca, para a adubação

nitrogenada e orgânica, respectivamente. Esses resultados correspondem, em

relação à testemunha, a incrementos de 3,02 vezes para a adubação nitrogenada

e 0,89 vezes para adubação orgânica. Observa-se, assim, que a adubação

nitrogenada proporcionou um aumento de 1,49 vezes no teor de nitrato, em

relação à adubação orgânica (Figura 11).

Verifica-se que os teores de nitrato observados nas folhas da alface são

inferiores aos observados por diversos autores para alface produzida com

adubação mineral e orgânica (Pereira et al., 1989; Castro e Ferraz Júnior, 1998;

Beninni et al., 2002; Krohn et al., 2003; Cometti et al., 2004; Mantovani et al.,

2005), o que pode ser atribuído às condições em que o presente trabalho foi

conduzido, como elevada intensidade luminosa, temperatura e horário de coleta

(17 h), fatores que contribuem para reduzir o acúmulo de nitrato pelas plantas

(Marschner, 1995; Faquin et al., 1996; Mengel e Kirkby, 2001; Krohn et al., 2003;

Faquin e Andrade, 2004; Taiz e Zeiger, 2004).

Verifica-se ainda, que mesmo os mais elevados teores de NO3- obtidos

neste trabalho para as folhas estão aquém dos níveis permitidos pela União

Européia para alface, onde o limite máximo estabelecido é de 3500 a 4500 mg kg-1

na massa fresca (Van Der Boon et al., 1990). Considerando-se que o limite

aceitável para ingestão diária de NO3- pelo homem é de 3,6 mg kg-1 de peso vivo

(Escoín-Peña et al., 1998) e partindo dos teores máximos de nitrato as folhas de

forma a desprezar a contribuição de outras fontes de nitrato, como a água e as

carnes (Oshe, 2000), verifica-se que uma pessoa com 70 kg poderia consumir

diariamente até 2,094 kg de alface cultivada com a adubação nitrogenada e 3,379

kg de alface cultivada com adubação orgânica. Assumindo que um ser humano

de 70 kg em geral não consome mais do que 50 g de massa fresca da alface por

dia (Cometti et al., 2004), verifica-se que os valores obtidos para o acúmulo de

nitrato não fornecem, para ambas as adubações estudadas, nenhum risco a

saúde humana.

Com relação à distribuição na planta, os valores mais elevados de nitrato

em ambos as adubações foram encontrados no caule, enquanto que os menores

teores foram detectados nas raízes. Já as folhas, compartimento de maior

importância, já que é a parte que vai ser consumida, apresentou valores

Page 65: Monica Ms06

50

intermediários aos encontrados para a raiz e o caule. Cometti et al. (2004)

também encontraram maiores teores de nitrato no caule quando avaliaram

diferentes sistemas de cultivos (orgânico, convencional e hidropônico). Os

mesmos autores também levantaram a hipótese de que o caule, por ser um órgão

de reserva, teria um efeito tampão, acumulando o excesso de nitrato para evitar

que a absorção de N em excesso possa afetar o crescimento da parte aérea,

dessa forma, o caule poderia amenizar grandes acúmulos de NO3- nas folhas. É

importante mencionar ainda que Cometti et al. (2004) também verificaram, em

todos os compartimentos analisados, maiores teores de nitrato no cultivo

convencional, em relação ao orgânico, resultados que corroboram os obtidos

neste estudo.

Segundo Marschner (1995), o acúmulo de nitrato ocorre quando há

excesso de absorção de nitrogênio em relação à capacidade de assimilação deste

nutriente pelas plantas, ou seja, incorporação do nitrogênio em moléculas

orgânicas, uma vez que havendo N disponível no solo para absorção a planta

tende a absorvê-lo além de sua demanda e estocá-lo nos vacúolos na forma de

nitrato. Dessa forma, as maiores concentrações de NO3- observadas para a

adubação nitrogenada, em relação à adubação orgânica (Figura 11),

provavelmente se deve à forma de N prontamente disponível presente nos

adubos solúveis, podendo ter resultado em excesso de absorção deste nutriente

pelas planta, algo que não ocorreu com aplicação de esterco, visto seu caráter de

disponibilização lenta de nutrientes (Santos et al., 2001b; Malavolta et al., 2002).

Page 66: Monica Ms06

51

5. CONCLUSÕES

Nas condições em que esse trabalho foi realizado, os resultados obtidos

permitem concluir que:

� As adubações estudadas proporcionaram incrementos significativos

em todas as características produtivas da alface, tendo a adubação

orgânica resultado em respostas significativamente superiores as

obtidas pela adubação nitrogenada, sendo verificado que, com base

na maioria das tabelas de recomendação de adubação para os

estados nordestinos, a adubação mineral com N pode ser

integralmente substituída pela adubação orgânica com esterco bovino;

� As adubações nitrogenada e orgânica influenciaram os teores de todos

os macronutrientes estudados, sendo verificado um comportamento

diferenciado em função do elemento em estudo, do compartimento

analisado e do tipo de adubação empregada;

� Os teores de clorofila total na massa fresca das folhas da alface, para

adubações nitrogenada e orgânica, apresentaram-se positivamente

correlacionadas com os teores de N foliares, podendo ser considerado

melhor indicador do nível deste nutriente para as culturas que

propriamente a determinação de seu teor;

� A adubação nitrogenada resultou, em todos os compartimentos

analisados, em teores de nitrato significativamente superiores aos

obtidos pela adubação orgânica, entretanto, os seus teores nas folhas

da alface, para as adubações estudadas, estão muito aquém dos

níveis máximos permitidos pelos órgãos reguladores, não

representando, portanto, nenhum risco à saúde humana.

Page 67: Monica Ms06

52

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de. Efeito de doses de nitrogênio aplicadas no solo e níveis de cálcio aplicados

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de. Teores e acúmulos de macronutrientes em alface-americana, em função

da aplicação de nitrogênio no solo e de cálcio via foliar. Ciência e

Agrotecnologia, Lavras, Edição Especial, p. 1569-1575, 2003.

ANDRADE, A. C.; FONSECA, D. M. F., GOMIDE, J. A., ALVAREZ, V. H.

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elefante cv. napier sob doses crescentes de nitrogênio e potássio. Revista

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