Monitoramento por Indicadores Ambientais e de Percepção do

Projeto Tietê

Manifesto SOS Mata AtlânticaQuem somos e o que fazemos

O ser humano é parte integrante da natureza.

AcreditamosAcreditamosQue a humanidade só garantirá a Que a humanidade só garantirá a qualidade de vida quando souber qualidade de vida quando souber conviver em harmonia com o ambiente conviver em harmonia com o ambiente em que vive.em que vive.

Que a responsabilidade da preservação Que a responsabilidade da preservação é de toda a sociedade, com ações é de toda a sociedade, com ações praticadas no seu diapraticadas no seu dia--aa--dia.dia.

Que a sensibilização de um indivíduo é a Que a sensibilização de um indivíduo é a base da mobilização coletiva.base da mobilização coletiva.

Que a nossa luta é hoje, agora e deve Que a nossa luta é hoje, agora e deve ser renovada a todo momento.ser renovada a todo momento.

Não podemos deixar para agir amanhã.Não podemos deixar para agir amanhã.

Que a sustentabilidade da vida no Que a sustentabilidade da vida no planeta depende de uma economia que planeta depende de uma economia que tenha o socioambiental como premissa.tenha o socioambiental como premissa.

Amazonas – Foto Renato Soares

Manifesto contra Angra 3, em Brasília

Manifesto SOS Mata Atlântica

O ser humano é parte integrante da natureza.

Nosso compromissoNosso compromisso

É urgente convocar a comunidade para É urgente convocar a comunidade para o exercício de uma cidadania ambiental, o exercício de uma cidadania ambiental, responsável e comprometida com o responsável e comprometida com o futuro do nosso território, o bioma Mata futuro do nosso território, o bioma Mata Atlântica, patrimônio da humanidade.Atlântica, patrimônio da humanidade.

Esse é um compromisso de todos nós Esse é um compromisso de todos nós como reconhecimento do nosso vínculo, como reconhecimento do nosso vínculo, solidariedade, respeito e integração com solidariedade, respeito e integração com a natureza.a natureza.

A contribuição da SOS Mata Atlântica é A contribuição da SOS Mata Atlântica é alertar, informar, educar, mobilizar e alertar, informar, educar, mobilizar e capacitar para o exercício da cidadania, capacitar para o exercício da cidadania, catalisando as melhores práticas, os catalisando as melhores práticas, os conhecimentos e as alianças.conhecimentos e as alianças.

" ...O Tietê deu a São Paulo quanto possuía: O ouro das areias, a força das águas, a fertilidade das terras, a madeira das matas, os mitos do sertão. Despiu-se de todo encanto e de todo mistério: Despoetizou-se e empobreceu por São Paulo e pelo Brasil."

Alcântara Machado

Recuperar o Tietê: Um sonho possível.

Alto Tietê – Várzeas

Recuperar o Tietê: Um sonho possível.

No início dos anos 90, um jacaré, apelidado de Teimoso, despertou nos paulistas o desejo de recuperar o Rio Tietê.

Dois repórteres navegaram, simultaneamente os rios Tietê, em São Paulo e o Tamisa, em Londres. Enquanto percorriam os rios narraram as suas impressões sobre a paisagem e a condição ambiental dos rios, ao vivo.

Os ouvintes paulistas se sensibilizaram e a Rádio recebeu uma avalanche de telefonemas, com depoimentos e pedidos dos ouvintes que acreditavam ser possível recuperar o Tietê. Nascia assim, fruto da parceria entre a Rádio Eldorado e a SOS Mata Atlântica a Campanha de Despoluição do Rio Tietê.

Criado pela SOS Mata Atlântica, em 1991, o Núcleo União Pró-Tietê organizou o abaixo-assinado que reuniu um milhão e duzentas mil pessoas em prol da despoluição do Rio Tietê. Foi a maior mobilização por uma causa ambiental realizada, até então, no país.

O Núcleo União Pró-Tietê

Logotipo idealizado por Gustavo Rosa

O Projeto TietêO Projeto Tietê

O abaixo-assinado do Tietê foi levado à ECO 92.

Em seguida, o Governo de São Paulo lança oficialmente o Projeto de Despoluição do Rio Tietê, apoio do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Mobilização e Monitoramento•• Para manter a sociedade mobilizada, desde 1993 a SOS Mata Para manter a sociedade mobilizada, desde 1993 a SOS Mata

Atlântica desenvolve o programa Atlântica desenvolve o programa Observando os RiosObservando os Rios que reque reúúne ne cidadãos e grupos que, voluntariamente, coletam e monitoram a cidadãos e grupos que, voluntariamente, coletam e monitoram a qualidade da qualidade da áágua, em angua, em anáálises mensais. Os dados das anlises mensais. Os dados das anáálises lises formam mapas da qualidade da formam mapas da qualidade da áágua e o gua e o retrato ambientalretrato ambiental da bacia da bacia hidrogrhidrográáfica, de acordo com a visão da comunidade.fica, de acordo com a visão da comunidade.

MetodologiaDesenvolvida especialmente por Samuel Murgel Branco e Aristides Almeida Rocha para a Fundação SOS Mata Atlântica, vem sendo aplicada desde 1993, como instrumento de engajamento da sociedade em ações de despoluição de rios e gestão participativa de bacias hidrográficas.

O monitoramento da qualidade da água com parâmetros físicos, químicos, biológicos e de percepção, resulta na obtenção do IQA – Índice de Qualidade da Água – contribui para compreensão e identificação dos fatores que impactam na qualidade ambiental dos rios e cotidiano das comunidades.

É constantemente aperfeiçoada e foi ampliada para ser aplicada em diversos rios e bacias hidrográficas brasileiras, por meio da formação de grupos que atuam

em rede socioambiental.

Monitoramento participativo e mobilização Segunda Etapa do Projeto Tietê

Formados 340 grupos de monitoramento – 194 corpos d’água mensalmente.Os grupos envolveram de forma direta 8425 pessoas, sendo que:

20% são formados por jovens30% são adultos50% são mistos, com a presença de jovens e adultos;

Quanto à origem e composição:45% - Escolas e universidades, 40% - ONGS ambientalistas e associações de bairro,11% - Grupos mistos4% - Cooperativas de catadores, escoteiros, empresas e igrejas.

Informação para gestão e comunicaçãoTodos os dados e informações produzidos foram sistematizados, armazenados e disponibilizados à sociedade, por meio de três ferramentas especificas:

•Rede eletrônica;

•Mostras permanente e itinerante, Oficinas e Seminários;e

•Materiais voltados à imprensa e midias.

O projeto reúne importante acervo socioambiental e técnico sobre o Projeto Tietê

Monitoramento SOS Mata Atlânticainício da Segunda Etapa

Índice de qualidade da águaBacia Alto e Médio Tietê Grupos

Péssima (%)

Ruim (%)

Aceitável (%)

Boa (%) Ótima (%)

Cabeceiras 66 4,88 46,34 46,34 2,44 0

Billings-tamanduateí 79 22,58 59,68 17,74 0 0

Cotia –Guarapiranga 49 8,51 31,91 57,45 2,13 0

Pinheiros –Pirapora 81 13,72 68,63 15,69 1,96 0

Juquery –Cantareira 65 0 47,62 52,38 0 0

Bacia do Alto Tietê 340 11,11 51,85 35,80 1,23 0

Monitoramento SOS Mata AtlânticaSituação atual – Marco Zero da Terceira Etapa

Índice de qualidade da águaBacias Alto e Médio Tietê Grupos

Péssima (%)

Ruim (%)

Aceitável (%)

Boa (%) Ótima (%)

100% 10,35% 41,42% 46,44% 1,77% -Total de pontos de

coleta 338 35 140 157 06 0

Houve melhoria nos indicadores da região da Sub-bacia Billings Guarapiranga em 18 pontos de coleta que passaram de péssimo para ruim ou aceitável; porém, registra o comprometimento dos índices que apresentavam qualidade de água boa ( Barra Bonita e Tietê Cabeceira) para aceitável, bem próximo do regular.

Retrato dos Indicadores da Segunda Etapa

Retrato dos Indicadores atuais – Marco Zero Terceira Etapa

Médio Tietê no início da Segunda Etapa do Projeto Tietê

Dados realizados com recursos do Fehidro por meio do CBH-SMT. Nessa etapa o Projeto Tietê contemplava apenas a bacia hidrográfica do Alto Tietê na região de sua execução.

Indicadores no Médio Tietê ao final da Segunda Etapa 2010

Retrato dos Indicadores atuais – Marco Zero Terceira Etapa

Retrato dos Indicadores atuais – Marco Zero Terceira Etapa

Associados à cobertura florestal e usos do solo.

Indicadores oficiais - SP• IQA – Índice de Qualidade da Água - indicam, principalmente, o lançamento de esgotos domésticos, com

contribuição de efluentes industriais,desde que sejam de natureza orgânica biodegradável.

• IAP – Índice de Qualidade de Água Bruta para Abastecimento Publico- indica as condições de qualidade das águas para fins de abastecimento público. Considera-se o resultado do IQA e as variáveis de qualidade que possam alterar as características organolépticas da água ou apresentar toxicidade.

• IVA – Índice de Qualidade de Água para a Proteção da Vida Aquática - utilizado para avaliar a qualidade das águas para a proteção da vida aquática, considera no

• cálculo as variáveis essenciais para os organismos que vivem no meio aquático (Oxigênio Dissolvido, pH e Toxicidade), bem como as Substâncias Tóxicas e o grau de trofia.

• IET – Índice de Estado Trófico - classifica os corpos d’água em diferentes graus de trofia,avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo de cianobactérias, algas e macrófitas aquáticas. O Índice de Estado Trófico foi calculado com os valores de Fósforo Total e Clorofila a em 73 pontos, somente com Fósforo Total em 269 pontos.

• Análise da Toxicidade - ocorrência de efeitos tóxicos é uma das variáveis utilizadas para avaliação das condições• de qualidade das águas de rios e reservatórios, no que se refere à proteção das comunidades aquáticas.

Realizados ensaios ecotoxicológicos com o organismo Ceriodaphnia dubia, com percentual de cada efeito tóxico (crônico ou agudo)

• ICB – Índice de Comunidade Bentônica - utilizada para avaliar a qualidade ecológica de 7 corpos d’água:• 6 reservatórios (Jaguari-Jacareí, Salto Grande-Americana, Billings, Itupararanga, França e Capivara) e um rio• (Ribeira), cobrindo cinco UGRHIs (UGRHIs 5, 6, 10, 11 e 22).• IB – Índice de Balneabilidade das Praias em Reservatórios e Rios• A partir da última reavaliação da rede de monitoramento de balneabilidade das praias interiores, em• 2009, passaram a ser monitorados 30 pontos, distribuídos em 14 reservatórios do Estado de São Paulo, que se• encontram localizadas em 7 UGRHIs (2,5,6,9,10,13 e 16) distribuídas, principalmente, nas regiões urbanizadas.

IQA e a Sazonalidade

A porcentagem dos corpos d’água enquadrados na categoria Boa continua maior na época de seca (57%) do que na época chuvosa (41%), indicando que as cargas difusas podem causar maior impacto na qualidade das águas do que a redução das vazões, ocorridas na época de seca. Porém há exceção no caso do rio Tietê, que em períodos de seca drástica, com vazões inferiores a __ apresentação maior concentração de poluentes, com formação de espumas em trechos do Médio Tietê e eutrofização dos reservatórios de Barra Bonita e Billings.

Dados oficiais do relatório de situação dos recursos hídricos do estado de São Paulo.

Escassez x qualidade

AT - Demanda 82 m3/s

Disponibilidade mínima 39 m3/s

Mais crítica do estado

Carga Poluidora Domestica – Kg DBO/dia

Bacia Potencial Remanescente Redução

AT 995.679 688.372 307.307 (30,9%)

PCJ 253,362 167,266 86,096 (34%)

SMT 87,756 52,637 35,119 (40%)

Fonte: Cetesb, 2008a.* “Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São

Paulo” - Cetesb 2008

Índices de saneamento

2008População : 18,8 milhões

84% 70%

Projeto Tietê – UGHI 06

Total de Esgoto gerado na RMSP Coletado Tratado

1992População : 15,3 milhões

2002População : 17,5 milhões

2015População : 20,1 milhões

70%

24%

80%62%

2008População : 18,8 milhões

84%70% 87%

84%

Evolução dos Índices de Coleta e Tratamento do Projeto Tietê

Rede de Monitoramento da CetesbPara elaborar o Relatório de Qualidade das Águas Superficiais, de 2009/10, a CETESB considerou a sua rede básica de monitoramento que no período contava com 338 pontos, distribuídos de acordo com os usos preponderantes de cada região hidrográfica, para densidade média de 1,36 por 1.000 km2. Foram considerados 13 pontos da rede de monitoramento automático e 30 pontos do programa de balneabilidade de rios e reservatórios.

Ao todo os monitoramentos oficiais de água somaram 381 pontos de coleta que abrangeram 196 corpos hídricos, distribuídos nas 22 unidades de gestão do estado de São Paulo.

O Rio Tietê, considerado um dos mais importantes do estado, possui o maior número de pontos de monitoramento ao longo dos 1.100 km de extensão. Conta com 33 pontos de coleta, sendo que 5 pontos pertencem à rede de sedimento, 4 ao monitoramento automático e 2 à balneabilidade de praias de reservatórios, distribuídos desde a cabeceira, na região de Salesópolis, até a foz, localizado depois de Pereira Barreto.

A região do Alto Tietê contribui com uma carga de poluentes orgânicos e inorgânicos acima da capacidade de assimilação da rede oficial.

Indicadores Oficiais

Indicadores Oficiais

Próximo a nascente o Rio Tietê apresentou qualidade Regular, no trecho do Médio Tietê, a jusante da Região Metropolitana de São Paulo, a qualidade piora, variando entre Ruim e Péssima, com a presença de metais (Mercúrio, Cádmio e Zinco), Fenóis e Oxigênio Dissolvido, em desconformidade com os padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05. Somente na região a jusante da Barragem de Promissão, a qualidade começa a melhorar, atingindo qualidade Boa e Regular.

No trecho monitorado pela Cetesb, o IQA médio de 2009 variou de Péssimo a Ótimo. Nas proximidades da nascente, o Rio Tietê apresentou qualidade Boa, porém, no trecho de jusante, que passa pela Região Metropolitana de São Paulo, a qualidade diminui, variando entre Ruim e Péssima. No Município de Laranjal Paulista, a qualidade começa a melhorar, atingindo qualidade Ótima em Ibitinga. Destacamos que essas médias acabam por apresentar pontos como os de Pirapora do Bom Jesus e de Tietê na mesma condição, por conta das coletas serem realizadas em intervalos muito grandes – seis meses – e em períodos de baixa vazão.

Perfil do IQA apurado pelo Estado ao longo do Rio Tietê

Indicadores Ambientais de Percepção

Devem ser incorporados:

• Impacto à paisagem ( aparência e usos ),

• Indicador de bem estar (conforto ou desconforto),

• Isolamento ou integração ( usos múltiplos),

• Fauna e Vida aquática (ocorrência e mortandade)

• Mata ciliar e usos do solo

• Usos da água (socioeconômicos, ambientais e culturais)

• Algas e plantas aquáticas (reservatórios)

• Erosão e assoreamento ( vazão e qualidade)

• Barramentos (quantidade e finalidade)

• Balneabilidade de praias, reservatórios e rios

• Impactos climáticos ( enchentes e secas)

• Doenças de veiculação hídrica (dados oficiais e

pesquisa aplicada)

Hoje são medidos por percepção :• Resíduos sólidos ( lixo) muito, pouco,

nenhum

• Cor da água – turbidez ( JTu)

• Odor - fétido (ovo podre) mofo/capim ou nenhum

• Espuma - muito, pouco, nenhum

• Material sedimentável – muito alto, baixo ou ausente

Bioindicadores:

• Peixes - muito, pouco, nenhum

• Larvas brancas – muito, pouco, nenhum

• Larvas vermelhas muito, pouco, nenhum –águas poluídas

• Toxicidade da água – teste com cebolas e plantas

Físicos, químicos e biológicos:• OD; DBO, Ph; PO4; Coliforme; NO2 ;temperatura

e Turbidez.

Aprimoramento de Políticas Publicas

• Releitura dos indicadores para gestão de recursos hídricos – CRH –SP – material produzido em encontro estadual de Comitês de Bacias, realizado no Centro de Experimentos Florestais da SOS Mata Atlântica, em Itu – SP, base para construção do relatório de situação dos recursos hídricos de São Paulo.

• Enquadramento dos corpos d’água ( vazão x qualidade e metas)

• Normas e Resolução CONAMA ( saponáceos,fósforo,resíduos, IQA)

• Instrumentos de gestão – cobrança pelo uso da água e Pagamento Por Serviços Ambientais

• Planos de Bacias e Plano Estadual de Recursos Hídricos

Monitoramento e MobilizaçãoTerceira Etapa

• Estimular engajamento social • Acompanhar indicadores e manter a rede social de

monitoramento da água com 200 pontos de coleta• Fomentar ações locais• Fortalecer políticas publicas • Exposições e intervenções itinerantes – água e cidadania• Ecomobilizações• Campanha: Se Liga No Tietê

Fauna, rio Tietê em Salto a montante da Usina de Porto Góes

“Que nossos rios possam ser reintegrados ao cotidiano das cidades e que reflitam em suas águas, como espelhos, um comportamento mais sustentável e respeitoso com o ambiente, com as pessoas e com a vida”.

“Que nossos rios possam ser reintegrados ao cotidiano das cidades e que reflitam em suas águas, como espelhos, um comportamento mais sustentável e respeitoso com o ambiente, com as pessoas e com a vida”.