Monitorização Hemodinâmica 1

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Programa de Educação Continuada a Distância Curso de Monitorização Hemodinâmica Aluno: EAD - Educação a Distância Parceria entre Portal Educação e Sites Associados

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manual de monitorização hemodinâmica

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  • Programa de Educao Continuada a Distncia

    Curso de

    Monitorizao Hemodinmica

    Aluno:

    EAD - Educao a Distncia Parceria entre Portal Educao e Sites Associados

  • Curso de Monitorizao Hemodinmica

    MDULO I Ateno: O material deste mdulo est disponvel apenas como parmetro de estudos para este Programa de Educao Continuada. proibida qualquer forma de comercializao do mesmo. Os crditos do contedo aqui contido so dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.

    2 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    SUMRIO

    Apresentao Objetivo

    Mdulo I Monitorizao Hemodinmica No Invasiva (Sinais Vitais) Unidade 1 Presso Arterial No Invasiva (PANI)

    Unidade 2 - Frequncia Cardaca (FC)

    Unidade 3 Temperatura (T)

    Unidade 4 Frequncia Respiratria (FR)

    Unidade 5 Oximetria de Pulso (SPO2)

    Modulo II Monitorizao Hemodinmica No Invasiva (Especfica) Unidade 1 Capnografia (CO2)

    Unidade 2 Monitorizao Eletrocardiogrfica

    Unidade 3 ndice Bispectral (BIS)

    Modulo III Monitorizao Hemodinmica Invasiva Cardiolgica Unidade 1 Presso Arterial Invasiva (PAI)

    Unidade 2 Presso Venosa Central (PVC)

    Unidade 3 Presso da Artria Pulmonar (PAP) e outras medidas do Cateter de Swan Ganz

    Modulo IV Monitorizao Invasiva Neurolgica Unidade 1 Presso Intracraniana (PIC)

    Unidade 2 Temperatura Cerebral

    Unidade 3 Oximetria do Bulbo Jugular (SVJO2)

  • MDULO I

    Apresentao

    No curso de monitorizao hemodinmica, nosso foco ser a monitorizao dos

    estados hemodinmicos apresentados pelo paciente, sendo que estes estados podem ser

    obtidos de forma no invasiva ou invasiva.

    A monitorizao hemodinmica utilizada para diagnstico, teraputica, e at

    mesmo para fazer prognstico com os dados obtidos. A finalidade reconhecer e avaliar

    as possveis complicaes do estado hemodinmico do paciente e intervir em tempo hbil

    com terapia adequada, prevenindo maiores complicaes.

    Abordaremos, inicialmente, a monitorizao hemodinmica no invasiva,

    descrevendo os conceitos, aplicaes clnicas e cuidados de enfermagem. Em seguida,

    abordaremos a monitorizao hemodinmica invasiva, apresentando um mdulo

    especialmente para cateter de Swan Ganz e outro para monitorizao invasiva

    neurolgica. Em todos os mdulos encontram-se descritos os conceitos, indicaes,

    complicaes e cuidados de enfermagem.

    Monitorar significa prevenir, avisar, avaliar e agir, visando medio frequente e

    repetida das variveis fisiolgicas (Ribeiro, 2003).

    Objetivo

    O objetivo do curso de monitorizao hemodinmica capacitar a equipe de

    enfermagem para o desempenho eficaz dos cuidados de enfermagem, auxiliando a

    equipe mdica no tratamento do paciente e atendendo prontamente as possveis

    complicaes.

    4 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Monitorizao Hemodinmica no invasiva (SINAIS vitais)

    Apresentao Neste mdulo, analisaremos as variveis fisiolgicas comumente monitorizadas

    pelo mtodo no invasivo: presso arterial no invasiva, frequncia cardaca,

    temperatura, frequncia respiratria, oximetria de pulso. Estes muito conhecidos por

    sinais vitais.

    A monitorizao hemodinmica no invasiva vem aumentando nas unidades de

    cuidados crticos e centro cirrgico. O objetivo principal de utilizar a tcnica no invasiva

    reduzir as complicaes associadas s tcnicas de monitorizao hemodinmica invasiva.

    A escolha do sistema de monitorizao hemodinmica no invasiva d-se por ser

    uma tcnica menos invasiva, com facilidade no manuseio, de menor custo e que em

    estados clnicos duvidosos pode ser confirmada por exames complementares.

    Assim, asseguramos ao paciente a uma monitorizao eficaz, menos invasiva,

    prevenindo at mesmo uma infeco.

    Por fim, abordaremos as definies de cada tipo de monitorizao, a aplicao

    clnica e os cuidados de enfermagem.

  • Unidade 1 - Presso Arterial No Invasiva (PANI)

    A presso arterial est associada ao volume de sangue e ao sistema circulatrio.

    Ela varia com a fora de contrao do ventrculo e da quantidade de sangue lanada pelo

    corao em cada contrao. Logo, a fora de contrao depende da capacidade cardaca

    de bombear o sangue, e quanto maior esta capacidade, maior quantidade de sangue ser

    ejetado.

    Porm, o rendimento cardaco tambm afetado pelo volume de sangue

    circulante. Quando ocorre uma diminuio deste volume, em casos de hemorragia, a

    presso arterial diminuir.

    Ribeiro (2003) afirma que a presso arterial tambm pode ser influenciada por

    alteraes na elasticidade da camada muscular das paredes dos vasos sanguneos e a

    viscosidade sangunea.

    Um dado interessante que a presso arterial no igual em todas as artrias,

    sendo maior medida que a artria est mais distante do corao (Figura 1). Esse efeito

    ocorre em razo do efeito da gravidade do fluxo sanguneo.

    6 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

  • Quando aferimos a presso arterial encontramos duas presses: sistlica e

    diastlica.

    A presso arterial sistlica a presso correspondente ao final da sstole,

    determinada pelo volume sistlico ventricular esquerdo, pela velocidade de ejeo do

    sangue e elasticidade da parede artica. O valor normal da presso arterial sistlica de

    90 a 130 mmHg (RIBEIRO, 2003).

    A presso arterial diastlica corresponde ao relaxamento do ventrculo. Ela se

    estabelece pela resistncia perifrica e pela frequncia cardaca. O valor normal da

    presso arterial diastlica de 60 a 90 mmHg (RIBEIRO, 2003).

    A presso arterial no invasiva pode ser mensurada de duas formas: pelo mtodo

    auscultatrio e pelo mtodo automatizado. Vamos exemplificar cada um deles.

    Mtodo auscultatrio

    o mtodo mais comumente utilizado para mensurao da presso arterial. Para

    sua realizao necessrio um esfignomanmetro e um estetoscpio.

    Figura 2. Esfignomanmetro (adaptado de arquivo pessoal).

    7 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    O manguito enrolado em volta da parte superior do brao e inflado por uma

    pera. A presso no manguito aumentada at que o pulso radial desaparea (Figura 2).

    O estetoscpio ser colocado na rea onde melhor se sente a artria braquial antes de

    ser ocluda. A partir da, comea-se a desinsuflar o manguito, e quando o sangue surgir

    na artria, as pulsaes passaro a ser ouvidas. Neste momento, o manmetro dever

    ser observado com ateno e a leitura feita ao se ouvir o primeiro som, o qual

    corresponde presso sistlica. Continuando a desinsuflar, os sons continuam a ser

    ouvidos; o momento em que os sons se tornam menos intensos, abafados,

    desaparecendo logo a seguir, corresponde presso diastlica.

    A medida da presso arterial por este mtodo baseia-se na obstruo parcial do

    fluxo sanguneo pelo manguito, que produz vibraes e sons de baixa frequncia (sons de

    Korotkoff). Na figura a seguir apresenta-se uma ilustrao com o fundamento da tcnica

    auscultatria de Korotkoff.

  • Figura 3. Fundamento da tcnica auscultatria de Korotkoff. (reproduzido do site: www.riesgovascular.org).

    I artria normal

    II artria em compresso

    III artria em descompresso lenta

    IV artria em descompresso completa

    9 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Na tabela a seguir observam-se as principais vantagens e desvantagens deste

    mtodo.

    Tabela 1. Vantagens e desvantagens do mtodo no invasivo auscultatrio

    Vantagens Equipamento mnimo.

    Equipamento de fcil manuseio.

    Desvantagens Variao de examinador.

    Necessidade de calibrao frequente do aparelho.

    Inapropriado tamanho do manguito (obesos e pacientes muito

    magros).

    Presses sistlicas falsamente baixas podem ser obtidas pelo hiato

    auscultatrio.

    Em pacientes em choque e com severa vasoconstrio, as medidas

    no so fidedignas.

    O tamanho do manguito e a posio deste no membro podem interferir na

    exatido da medida. Conforme Ribeiro (2003), manguitos muito largos tendem a

    subestimar os valores de presso arterial e manguitos pequenos podem fornecer medidas

    superiores ao valor real.

    A largura ideal de um manguito apropriado deve ser igual a dois teros da

    circunferncia do membro no qual o mesmo posicionado. Na tabela a seguir encontram-

    se tamanhos adequados de manguito por faixa etria.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Tabela 2. Tamanho do manguito de acordo com a faixa etria

    Faixa etria Circunferncia do brao (cm)

    Tamanho do manguito (cm)

    Recm-nascidos 6-11 2,5 x 5 Crianas pequenas 10-19 6 x 12 Crianas maiores 18-26 9 x 18 Adultos 25-35 12 x 23 Adultos com braos grandes 33-47 15 x 33 Obesos 46-66 18 x 36

    possvel encontrar algumas divergncias na mensurao da presso arterial

    pelo mtodo auscultatrio. Na tabela a seguir apresentam-se as principais intercorrncias

    na mensurao da presso arterial pelo mtodo auscultatrio.

    Tabela 3. Intercorrncias na mensurao da presso arterial pelo mtodo auscultatrio

    Problema Causa Falsa leitura para cima Manguito muito pequeno.

    Manguito no centralizado na artria braquial.

    Brao muito abaixo do nvel do corao.

    Brao muito obeso.

    Falsa leitura para baixo Manguito muito grande.

    Brao acima do nvel do corao.

    Identificao errnea dos sons Korotkoff.

  • Agora que j conhecemos o mtodo auscultatrio, suas vantagens e

    desvantagens, as possveis intercorrncias durante sua aplicao; vamos conhecer outro

    mtodo de aferio da presso arterial no invasiva.

    Mtodo Automatizado Segundo Akamine, Barreto e Knobel (2003), este o mtodo que tem como base

    a medida da presso arterial por meio de curvas de medidas, realizada por software

    validado para tal fim.

    Este mtodo muito utilizado nas unidades de cuidados crticos e centro

    cirrgico, sendo tambm aplicado em pronto atendimento. Para uso deste mtodo

    necessrio um monitor multiparamtrico.

    O manguito enrolado em volta da parte superior do brao e inflado aps o

    acionamento do mdulo de presso no invasivo. A presso no manguito aumentada

    at que o pulso radial desaparea. Quando o manguito for desinsuflado

    progressivamente, um microprocessador, que interpreta as oscilaes dentro do

    manguito, fornecer os valores pressricos e estabelecer os valores sistlico, mdio e

    diastlico (RIBEIRO, 2003).

    O uso do manguito de tamanho adequado fundamental para uma medida

    fidedigna neste mtodo, caso seja utilizado o manguito inadequado pode ocorrer os

    mesmos falsos resultados do mtodo auscultatrio.

    Figura 4. Ilustrao do monitor multiparamtrico

    e manguito de presso arterial automatizado

    (adaptado de www.medical.philips.com).

    12 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Na tabela a seguir observam-se as principais vantagens e desvantagens deste

    mtodo.

    Tabela 4. Vantagens e desvantagens do mtodo no invasivo auscultatrio

    Vantagens Elimina a variao do examinador.

    Mtodo no invasivo.

    Possibilidade de medidas mais frequentes em comparao ao

    mtodo auscultatrio.

    Desvantagens A atividade muscular pode ser confundida pelo equipamento, fornecendo falsos valores de presso arterial.

    Incmodo para alguns pacientes.

    Possibilidade de congesto venosa por medidas frequentes.

    Medidas frequentes podem dar falsos valores.

    O procedimento difcil de ser realizado em pacientes com leses

    cutneas.

    Em pacientes em choque, vasoconstritos, seus valores no so

    fidedignos.

    Em ambos os mtodos de aferio da presso arterial a alterao da presso

    arterial pode levar ao paciente algumas complicaes, tais como:

    - Hipertenso (onde a presso est acima do valor normal) geralmente um

    potencial fator de risco para desenvolvimento de doenas cardiovasculares ou

    cerebrovasculares, nem sempre sintomtico, o que leva o paciente a nunca saber que

    hipertenso at desenvolver uma complicao mais grave (infarto do miocrdio, acidente

    vascular cerebral).

    - Hipotenso (onde a presso est abaixo do valor normal) geralmente

    sintomtica, pois rapidamente leva o paciente a apresentar lipotimia e sincope, neste caso

    se o paciente estiver sozinho com a queda pode obter uma contuso cerebral, alm de

    outros ferimentos.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Cuidados de Enfermagem

    Utilizar manguito de presso arterial adequado conforme circunferncia do

    membro do paciente, permitindo um valor exato na presso arterial.

    Evitar a superinsuflao (insuflao exagerada), evitando o garroteamento do

    membro do paciente.

    Ao obter uma presso inaudvel com o mtodo auscultatrio, solicitar que outro

    colega faa a mensurao da presso arterial, confirmando a presso arterial. Tambm

    se deve estar atento campnula do estetoscpio, que pode estar com defeito, e com

    isso no permitir a ausculta dos sons de Korotkoff.

    Em pacientes com a patologia de coartao de aorta, geralmente se verifica a

    presso em todos os membros anotando todos os valores com sua respectiva

    identificao (estes pacientes possuem irregularidade vascular em funo do

    estreitamente da artria aorta, diminuindo o fluxo em membros inferiores e aumentando

    em membros superiores, tornando necessrio ao mdico a mensurao de todos os

    membros para tratamento adequado da presso arterial).

    Em pacientes com monitorizao de presso por mtodo automatizado, deve-

    se estar atento programao do aparelho, pois pacientes instveis com uso de drogas

    vasoativas necessitam de mensurao da presso arterial a cada cinco minutos, j

    pacientes mais estveis necessitam de mensurao da presso arterial a cada quinze

    minutos. Pacientes estveis sem uso de drogas vasoativas podem ter mensurada a

    presso arterial a cada 60 minutos.

    fundamental o rodzio do manguito de presso arterial por mtodo

    automatizado. Devendo este ser realizado a cada quatro horas, evitando o garroteamento

    do membro.

    Deve-se tambm estar atento desconexo do equipamento, ou afrouxamento

    do manguito no membro do paciente. Verificaes errneas no mtodo automatizado

    podem comprometer o tratamento do paciente.

    Ao encontrar alteraes repentinas no valor mensurado, fazer uma certificao

    desta medio, repetindo o processo. Em alguns casos h um erro do equipamento.

  • Em qualquer mtodo utilizado para mensurar a presso arterial, se encontrado

    valores alterados devem ser comunicados ao mdico e/ou a enfermeira imediatamente.

    Unidade 2 - Frequncia Cardaca (FC)

    A frequncia cardaca representada pelo nmero de vezes que o corao bate

    por minuto, seria um indicador do trabalho cardaco. controlada pelo ndulo sinoatrial

    (SA) tambm conhecido como o marca-passo natural do corao.

    O valor de referncia da frequncia cardaca pode variar com a idade do paciente.

    Sendo assim, em um adulto sedentrio o valor normal de 70 a 80 batimentos por

    minuto; em atletas a frequncia cardaca de 50 batimentos por minuto. Em crianas de 2

    a 6 anos de 100 a 110 batimentos por minuto, crianas acima de 8 anos at

    adolescncia de 80 a 100 batimentos por minuto. Em recm-nascidos at 23 meses

    de 120 a 140 batimentos por minutos.

    A frequncia cardaca em geral mensurada por palpao manual da artria

    radial, um pouco acima do punho, por um perodo de um minuto. Pode tambm ser

    mensurada pelo pulso carotdeo, este mais utilizado quando no se possvel sentir o

    pulso radial, ou em casos de parada cardiorrespiratria, onde somente o pulso carotdeo

    aferido (Figura 5).

    15 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Figura 5. esquerda, ilustrao da mensurao do pulso radial. direita, ilustrao da mensurao do

    pulso carotdeo (adaptado de nutmed. blogspot.com).

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Ao se examinar o pulso, importante, alm da frequncia e ritmo, estar atento

    forma de onda do pulso e a caracterstica do prprio vaso.

    Observe na tabela abaixo, uma anlise do pulso e as possveis alteraes

    encontradas.

    Tabela 5. Exame do pulso radial e alterao com possvel diagnstico

    Acima de 100

    bat/min.

    Dficit no fluxo e volume sanguneo.

    Aumentada em casos como infeco,

    ansiedade, estresse, febre, exerccio, dor e mal-

    estar. Frequncia

    Abaixo de 50 bat/min.

    Diminuda em casos como isquemia e

    bloqueio do nodo sinoatrial, doenas cardacas

    arteriosclerticas.

    Fluxo sanguneo coronariano insuficiente.

    Ritmo Desordenado pode indicar arritmia.

    Variaes mnimas na regularidade do pulso

    so normais.

    Diminudo e fraco. Estenose de vlvula artica.

    Forma Elevao abrupta e

    queda sbita (pulso

    em martelo dgua).

    Insuficincia de vlvula artica.

    Caracterstica do vaso

    Obstrudo. Doena vascular.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Cuidados de Enfermagem

    A verificao do pulso deve ser realizada apenas pelo dedo indicador e mdio,

    no encostando o seu polegar no brao do paciente, pois o polegar o nico dedo que

    possui pulso, e isso pode interferir na contagem da frequncia de pulso do paciente.

    Tambm no se deve apertar demais o brao do paciente, esta ao pode

    causar o garroteamento da artria radial e ulnar, diminuindo o fluxo sanguneo no local e

    permitindo a contagem errnea.

    Em casos de PCR, ou instabilidade do quadro do paciente o pulso de escolha

    para verificao da frequncia o pulso carotdeo.

    Deve-se estar atento a pacientes com irregularidade vascular, pois o pulso ser

    diminudo e pode confundir a contagem da frequncia de pulso.

    Em pacientes com arritmia a verificao da frequncia cardaca deve ser

    realizada por meio da ausculta cardaca por um minuto, uma vez que, algumas arritmias

    produzem valor de pulso irregular e consequentemente a mensurao da frequncia

    crdica pelo pulso pode gerar um valor errneo.

    Ao encontrar valores alterados deve-se comunicar imediatamente ao mdico

    e/ou a enfermeira, prevenindo possveis complicaes.

  • Unidade 3 - Temperatura (T)

    A temperatura corporal um mtodo de avaliao inespecfico. A mensurao da

    temperatura mais comumente utilizada a axilar, porm existem outras formas de

    mensurar a temperatura corporal, que so: a temperatura retal e neste caso o valor obtido

    um grau Celsius acima da temperatura axilar; a temperatura central, que pode ser

    obtida com termmetro esofgico, cateter de presso intracraniana com dispositivo de

    temperatura e tambm com cateter de artria pulmonar por termodiluio.

    A temperatura axilar mensurada por um termmetro colocado na regio axilar

    do paciente e deve permanecer por trs minutos para ser realizada a leitura.

    A temperatura retal e esofgica em rea hospitalar realizada por meio da

    insero de um termmetro especfico semelhante a uma sonda na regio retal ou na

    regio esofgica (semelhante passagem de sonda nasogstrica), para ser realizada a

    leitura deve-se conectar este termmetro a um monitor multiparamtrico, assim a

    temperatura mensurada continuamente (Figura 6).

    Figura 6. esquerda, termmetro axilar. Ao centro, termmetro retal e/ou esofgico. direita, cateter de

    presso intracraniana com temperatura cerebral. (Adaptado de MARIN-CABALLOS, A.J. et al. 2008).

    18 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Em mdia, considera-se a temperatura oral normal de 37C, sendo a temperatura

    axilar 0,6 mais baixa e a temperatura retal 0,6 mais alta.

    Alteraes na temperatura so denominadas:

    - Hipotermia (diminuio da temperatura corporal) geralmente est associada a

    traumatismo cirrgico ou acidental; utilizado em alguns casos de teraputica para

    pacientes neurolgicos e tambm no intraoperatrio da cirurgia cardaca. Alguns estudos

    tambm utilizam a hipotermia ps-parada cardiorrespiratria (PCR) com a inteno de

    preservao cerebral.

    - Hipertermia (elevao da temperatura corporal) geralmente est associada

    infeco, necrose tecidual, carcinomatose e outras doenas hipermetablicas.

    Cuidados de Enfermagem

    O termmetro digital dever ser higienizado com lcool a 70% a cada uso. A

    sonda retal pode ser lavada com gua e sabo (somente a extremidade), e depois

    higienizada com lcool a 70%. A sonda esofgica deve ser esterilizada a cada uso.

    Em pacientes febris deve-se aumentar a frequncia de verificao da

    temperatura para acompanhar o efeito do antitrmico.

    Quando utilizar temperatura automtica por meio de termmetro esofgico e/ou

    retal deve-se estar atento diferena de valores de referncia.

    A sonda do termmetro esofgico deve ser fixada com fita adesiva, assim

    como a sonda nasogstrica e proceder troca da fixao diariamente.

    A sonda do termmetro retal deve ser fixada com fita adesiva no glteo do

    paciente. Deve-se ter cuidado nas trocas de fralda para a mobilizao do termmetro.

    Ao encontrar valores alterados na sonda esofgica e/ou retal deve-se chegar o

    possvel deslocamento da mesma. Em geral, sondas retais tendem a se deslocar nas

    evacuaes.

    Ao encontrar valores alterados comunicar imediatamente ao mdico e/ou a

    enfermeira.

  • Unidade 4 - Frequncia Respiratria (FR)

    Na respirao, o oxignio do ar inalado entra no sangue e o dixido de carbono

    exalado para a atmosfera. O intercmbio destes gases ocorre quando o ar chega aos

    alvolos, que a parte funcional do pulmo. a que o sangue venoso se transforma em

    sangue arterial.

    Normalmente, a expansibilidade do trax

    simtrica. Qualquer doena que afete a caixa

    torcica, sua musculatura, o diafragma, a pleura

    ou o pulmo de um lado, pode ser precocemente

    percebido pela assimetria dos movimentos

    ventilatrios.

    A frequncia respiratria, em geral,

    mensurada por meio da observao da expanso

    torcica contando o nmero de inspiraes por um

    minuto (Figura 7).

    Figura 7. Ilustrao do trax durante a

    avaliao da respirao (adaptado de

    arquivo pessoal).

    A frequncia respiratria dada pelos movimentos de inspirao e expirao,

    correspondente ao processo metablico de troca de gases com o meio ambiente.

    (Ribeiro, 2003)

    O adulto normal em repouso respira confortavelmente 12 a 18 vezes por minuto.

    (PEACH, 1998). Em recm-nascidos o valor normal de 30 a 40 respiraes por minuto e

    em crianas de 25 a 30 respiraes por minuto.

    Durante a avaliao da respirao, deve-se avaliar a frequncia, profundidade,

    ritmo e caracterstica da respirao.

    20 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Na tabela a seguir podemos visualizar o exame da frequncia respiratria e o

    possvel diagnstico para cada alterao clnica.

    Tabela 6. Exame da frequncia respiratria e alterao com possvel diagnstico

    Taquipneia (acima de

    18 bat/min).

    Pneumonia, edema pulmonar, acidose

    metablica, septicemia, dor intensa e fratura de

    costelas. Frequncia

    Bradipneia (abaixo de

    12 bat/min).

    Hipertenso intracraniana, leso cerebral e

    overdose de drogas.

    Ritmo Irregular ou Regular. Irregulares: Cheyne-Stokes, Kussmaul, Biot,

    Apneia.

    Hiperventilao

    (aumentada).

    Hiperventilao associada acidose grave

    de origem diabtica ou renal.

    Profundidade Hipoventilao

    (diminuda).

    Em casos de Taquipneia (respirao curta e

    rpida, com pouca troca de oxignio).

    Caracterstica da respirao

    Torcica,

    Diafragmtica e ou

    Abdominal

    Em pacientes em p e/ou sentados a

    respirao predominantemente torcica. Em

    pacientes deitados a respirao

    predominantemente diafragmtica.

    Em pacientes com aumento do trabalho

    respiratrio observa-se o uso de musculatura

    acessria (respirao abdominal).

    Dentre as complicaes mais encontradas na respirao esto alterao do ritmo

    e profundidade. Normalmente, a inspirao dura quase o mesmo tempo da expirao,

    sucedendo-se os dois movimentos com a mesma amplitude, intercalados por leves

    pausas. Quando uma dessas caractersticas se modifica surgem os ritmos respiratrios

    anormais:

  • 22

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    - Respirao de Cheyne-Stokes: caracteriza-se por uma fase de apneia seguida

    de incurses inspiratrias cada vez mais profundas at atingir um mximo, para depois vir

    decrescendo at nova pausa. As causas mais frequentes desse tipo de respirao so:

    insuficincia cardaca, hipertenso intracraniana, AVCs e traumatismos cranioenceflicos.

    - Respirao de Biot: a respirao apresenta-se com duas fases. A primeira a

    apneia, seguida de movimentos inspiratrios e expiratrios anrquicos quanto ao ritmo e

    amplitude. Quase sempre este tipo de respirao indica grave comprometimento cerebral.

    As causas mais frequentes deste ritmo so as mesmas da respirao de Cheyne-Stokes.

    - Respirao de Kussmaul: compe-se de quatro fases: inspiraes ruidosas,

    apneia em inspirao, expirao ruidosa e apneia em expirao. A acidose,

    principalmente a diabtica, a sua principal causa.

    Cuidados de Enfermagem

    Ao verificar a frequncia respiratria, o paciente no deve perceber que est

    sendo observado evitando alterao do padro respiratrio.

    Pacientes com dispneia devem ser mantidos em posio Fowler.

    Observar e anotar em pronturio o padro respiratrio (ritmo, profundidade,

    simetria do trax).

    Administrar oxigenoterapia conforme a prescrio mdica.

    Ao encontrar valores ou padro respiratrio alterados comunicar imediatamente

    ao mdico e/ou a enfermeira.

    Unidade 5 - Oximetria de pulso (SPO2)

    A captao de oxignio acontece primeiramente nos pulmes, constituindo-se no

    primeiro passo para o processo de oferta de oxignio aos tecidos. O oxignio captado nos

    pulmes transportado no sangue de duas formas; por meio da dissoluo no plasma

    (2%), e tambm combinada hemoglobina (98%) (MACHADO, MOURA e FIGUEIREDO,

    2003).

  • Ribeiro (2003) completa descrevendo que a presso exercida pelas molculas de

    oxignio dissolvidas no plasma conhecida como presso parcial de oxignio no sangue

    e pode ser visualizada somente pela gasometria. A hemoglobina capaz de carregar 98-

    99% de todo oxignio presente no sangue e pode ser visualizada por meio da saturao

    de oxignio, medida pelo oxmetro de pulso.

    A monitorizao da saturao de oxignio da hemoglobina arterial pelo oximetro de

    pulso (SpO2) vem otimizando os cuidados com o paciente e minimizando o potencial

    de episdios de hipxia.

    O sensor do oxmetro de pulso formado por uma fonte de luz e de um

    fotodetector, que recebe a luz proveniente dos sensores e detecta a diferena de luz

    transmitida e que foi absorvida pelas molculas de hemoglobina (RIBEIRO, 2003).

    O sensor do oxmetro de pulso mais utilizado colocado no dedo do paciente,

    existem outros modelos para serem colocados em orelha, p e nariz (Figura 8).

    Aps a colocao do sensor de oximetria, quando ligado a um monitor

    multiparamtrico possvel visualizar no monitor uma onda do pulso, o valor mensurado

    da saturao de oxignio e pulso cardaco (Figura 9).

    Em unidades de internao atualmente tem sido utilizado o oxmetro porttil, que

    fornece apenas valores de saturao e pulso (Figura 10).

    A saturao de oxignio arterial normalmente de 95 a 100%. Pode haver

    algumas alteraes e falsas leituras da saturao de oxignio, que em geral so

    causadas por calafrios, hipotenso, baixa perfuso e edema.

    Pacientes com doena pulmonar obstrutiva crnica (DPOC) apresentam

    saturao de oxignio em torno de 89%, recebendo um tratamento diferenciado na

    oxigenoterapia, uma vez que estes pacientes so retentores de gs carbnico uma oferta

    aumentada de oxignio pode piorar o quadro clnico deste paciente.

    23 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

  • Figura 8. Sensores de oxmetro, esquerda o sensor de oximetria mais utilizado em adulto, direita o

    sensor de oximetria infantil/neonatal mais utilizado (adaptado de arquivo pessoal).

    onda de pulso pulso saturao de oxignio

    Figura 9. Ilustrao do monitor multiparmetro mensurando a saturao de oxignio por meio do oxmetro

    de pulso (adaptado do arquivo pessoal).

    Figura 10. Oxmetro porttil

    (fonte: www.hospitaldopulmao.com.br/hp/img/oximetria.jpg).

    24 Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores.

    Cuidados de Enfermagem

    Em pacientes com monitorizao da saturao contnua deve-se realizar um

    rodzio do sensor de oxmetro a cada duas horas, evitando necrose da polpa digital do

    paciente. Na ausncia da saturao em pacientes estveis, deve-se avaliar

    primeiramente a perfuso do membro onde est localizado o sensor, ou deslocamento do

    mesmo. Caso no haja alterao, avaliar o paciente imediatamente. Ao encontrar valores alterados, comunicar imediatamente ao mdico e/ou a

    enfermeira.

    ----------- FIM DO MDULO I -----------