Mono Alan Completa

download Mono Alan Completa

of 31

Transcript of Mono Alan Completa

  • UNIVERSIDADE DE CUIABA - UNIC

    UNIO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PS GRADUAO - UNIPS

    PS EM FERTILIDADE DOS SOLOS E NUTRIO DE PLANTAS

    ALTERAES FISIOLOGICAS ACARRETADAS POR DIFERENTES

    CONCENTRAES DE MANGANS NO CULTIVO DE SOJA. UM

    LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO

    ALLAN VINICIUS JACOBI

    Cuiab

    2014/1

  • 2

    UNIVERSIDADE DE CUIAB - UNIC

    UNIO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PS GRADUAO - UNIPS

    PS EM FERTILIDADE DE SOLOS E NUTRIO DE PLANTAS

    ALTERAES FISIOLOGICAS ACARRETADAS POR DIFERENTES

    CONCENTRAES DE MANGANS NO CULTIVO DE SOJA. UM

    LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO

    ALLAN VINICIUS JACOBI

    Trabalho de concluso de curso apresentado a Unio para o

    desenvolvimento da ps-graduao UNIPS da Universidade de

    Cuiab - UNIC para obteno do ttulo de especialista em

    fertilidade dos solos e nutrio mineral de plantas.

    Prof Orientador:

    Cuiab

    2014/1

  • 3

    Folha de aprovao no tenho o modelo pra ps s para

    graduao

  • 4

    A minha me Dora

    A minha esposa Luana

    Ao meu filho Pietro

    Capaz de proporcionar alegria

    Suficiente ao ponto de nos sentirmos

    completamente realizados.

  • 5

    No basta saber ler que Eva viu a uva. preciso

    compreender qual a posio que Eva ocupa no seu

    contexto social, quem trabalha para produzir a uva e

    quem lucra com esse trabalho.

    Paulo Freire

  • 6

    AGRADECIMENTOS

    Gostaria de agradecer ao corpo docente que muito nos ajudou em nossa

    aprendizagem, a famlia que por vezes esteve sempre ao meu lado dando apoio,

    incentivando mesmo quando nos fizemos ausentes por decorrncia dos finais de semana

    que foram dedicados aos estudos, aos colegas e amigos que fizemos durante esse

    perodo. O mu muito obrigado.

  • 7

    RESUMO

    Atualmente a cultura da soja representa a maior rea cultivada no Brasil, dentre os

    fatores de produtividade, o manejo qumico do solo associado a fatores climticos

    ainda o que mais limita a produtividade dessa cultura. No que se refere a manejo

    qumico dos solos as pesquisas tecnolgicas implementadas nos ltimos anos devem ser

    utilizadas como ferramentas essenciais pelo produtor que visa a alta produtividade,

    ferramentas tais como analise da fertilidade do solo, correes de solo e adubao.

    Entretanto neste aspecto temos que nos certificar de analisar todos os aspectos da

    qumica do solo, historicamente falando nota se uma preocupao em relao aos

    macros nutrientes e certo descuido por assim dizer em relao aos micro nutrientes

    como o Mangans (Mn). Todavia o excesso ou a falta do mesmo causa inmeros

    problemas soja assim como outros inmeros nutrientes, o presente trabalho traz uma

    reviso bibliogrfica sobre o Mn e a sua relao com a fisiologia da soja.

    Palavras Chave: Soja, Solo, Mangans.

  • 8

    ABSTRACT

    Currently the soybean crop is the largest cultivated in Brazil , among the factors of

    productivity, chemical management area of soil associated with climatic factors is still

    the most limiting productivity of this crop . With regard to chemical soil management

    technological research implemented in recent years should be used as essential tools for

    the producer who aims high productivity tools such as analysis of soil fertility , soil and

    fertilizer fixes . However this point we must make sure to examine all aspects of soil

    chemistry , historically speaking note - a concern for macro nutrients and certain "

    carelessness " so to speak in relation to micronutrients such as manganese (Mn ) .

    However the excess or lack of it causes numerous problems to soya as well as numerous

    other nutrients , this study brings a literature review on the Mn and its relation to the

    physiology of soybean .

    Keywords: Soybean Soil Manganese

  • 9

    SUMRIO

    Introduo...................................................................................................................10

    Captulo I Cultivo da Soja ......................................................................................12

    1.1Caractersticas da Planta: Caractersticas morfolgicas, Necessidades

    nutricionais......................................................................................................12

    1.2 Produo de Soja no Brasil e no Estado de Mato Grosso.......................17

    Captulo II Mangans Micronutriente Essencial.........................................................19

    2.1 Origem, Classificao....................................................................................19

    2.2 Extrato de Mangans Disponvel...................................................................20

    2.3 Mangans na Planta.......................................................................................21

    Captulo III Deficincia e Toxicidade de Mangans..................................................23

    3. 1 Avaliaes de deficincias de nutrientes: diagnose visual e diagnose

    foliar.................................................................................................................23

    3.2 Alteraes Morfolgicas............................................................................24

    3.2.1 Deficincia de Mn........................................................................24

    3.2.2 Toxidez de Mn............................................................................25

    3.3 Medidas Corretivas..................................................................................26

    Consideraes Finais.................................................................................................28

    Referncias Bibliogrficas...........................................................................................29

  • 10

    INTRODUO

    Atualmente a cultura da soja representa a maior rea cultivada no Brasil,

    superando as tradicionais culturas de milho e cana-de-acar, analisando a

    produtividade mdia do Brasil observa-se que a mesma ainda est muito aqum do

    potencial de produo atingido pela pesquisa e por bons produtores. Dentre os fatores

    de produtividade, o manejo qumico do solo associado a fatores climticos ainda o que

    mais limita a produtividade dessa cultura.

    No que se refere a manejo qumico dos solos as pesquisas tecnolgicas

    implementadas nos ltimos anos devem ser utilizadas como ferramentas essenciais pelo

    produtor que visa a alta produtividade, ferramentas tais como analise da fertilidade do

    solo, correes de solo e adubao. Entretanto neste aspecto temos que nos certificar de

    analisar todos os aspectos da qumica do solo, historicamente falando nota se uma

    preocupao em relao aos macros nutrientes e certo descuido por assim dizer em

    relao aos micro nutrientes como o Mangans (Mn).

    So descritos como micronutrientes aqueles nutrientes requeridos pelas plantas

    em concentraes baixas para adequado crescimento e reproduo. Entretanto, apesar de

    suas baixas concentraes dentro dos tecidos e dos rgos das plantas, os

    micronutrientes tm a mesma importncia dos macro nutrientes para a nutrio delas,

    assim como os macro nutrientes os mesmos so nutrientes essenciais, Segundo Epstein

    (1999, 23p.) um elemento essencial aquele que tm papel fisiolgico definido na

    planta. Os micro nutrientes agem como constituintes das paredes celulares e das

    membranas celulares, como constituintes de enzimas, como ativadores de enzimas e na

    fotossntese.

    Os especialistas em nutrio de plantas vm mostrando crescente interesse pelos

    micronutrientes em decorrncia de sua importncia para a produo das culturas. O teor

    inadequado de micronutrientes nas culturas, que limitante ao seu crescimento, e que

    pode passar despercebido, no s tem efeito direto sobre o desenvolvimento da cultura,

    mas tambm reduz a eficincia de uso dos fertilizantes contendo macro nutrientes.

    Alm disso, os micronutrientes esto particularmente envolvidos na fase

    reprodutiva do crescimento das plantas e, consequentemente, na determinao da

    produtividade e da qualidade da cultura colhida. Eles tambm conferem resistncia

    contra estresses biticos e abiticos, incluindo pragas e doenas.

  • 11

    Ainda h grande falta de conscientizao por parte dos produtores sobre a

    importncia dos micronutrientes para a produo das culturas, afim de contribuir para a

    uma mudana neste quadro o presente trabalho visa levantar informaes a respeito da

    importncia do mangans e seus efeitos sobre o cultivo da soja atravs de reviso

    bibliogrfica

  • 12

    CAPTULO I Cultivo de Soja

    O cultivo de soja de grande importncia para a alimentao mundial, tanto no

    mercado oriental, que sempre possuiu essa leguminosa como hbito alimentar, como

    tambm na civilizao ocidental, com nmeros de produo sempre crescentes. Alm da

    protena a soja a matria prima mais importante do mundo para a produo de leo

    comestvel.

    A produo e utilizao da soja como alimento na china no sculo XI A. C data

    de milhares de anos os chineses e as populaes orientais tm o hbito cultural de

    consumir a soja de diversas formas tradicionais, tais como tofu, molho de soja, miss,

    soja frita e soja verde. Por outro lado no ocidente a maior porcentagem da soja

    produzida vai para indstria de leo e a soja desengordurada utilizada em grande parte

    para a alimentao animal, contudo uma porcentagem crescente de material

    desengordurado processada em produtos proteicos de soja. Esses produtos de soja

    processada no so consumidos diretamente, mas so incorporados como ingredientes

    em diversos alimentos consumidos no ocidente, e com a disseminao das prticas de

    veganismo e vegetarianismo o consumo tende a aumentar (LIU, 2000 apud...).

    O interesse na soja alcanou um progresso significativo no ocidente

    desde que o departamento de controle de alimentos e medicamentos

    dos Estados Unidos da Amrica (FDA Food and Drug Administration) aprovou em 1999 uma alegao de sade para a

    protena da soja de modo que a ingesto de 25 gr desta protena por

    dia ajuda a reduzir o risco de doenas cardacas e propiciou um

    aumento da produo de alimentos nova gerao (sorvetes, iogurtes, queijos, hambrgueres, molhos e balas feitas de soja), alimentos

    enriquecidos com soja (pes, massas alimentcias, cereais, snacks) e

    ingredientes funcionais ou suplementos de dietas (lectina,

    oligossacardeos, isoflavonas, inibidores de tripsina e etc..) (tese...)

    A soja um bom alimento tanto pelo lado econmico como pelo lado agrcola

    ela tem caractersticas agronmicas favorveis, incluindo boa capacidade de adaptao a

    uma variedade de solos e climas.

    1.1 Caractersticas da Planta: Caractersticas morfolgicas, Necessidades

    nutricionais.

  • 13

    Do ponto de vista botnico, a soja pertence famlia leguminosae e ao gnero

    glycine, que compreende vrias espcies, Sendo a comercial a glycine max (L) Merril

    (CARUSO, 1997).

    A soja apresenta diversas exigncias bioclimticas: trmicas, hdricas

    e foto peridicas, a cultura adapta se bem entre 20 e 30 C, a sua florao induzida a partir dos 13 C porm o principal fator de

    induo do florescimento a reduo do foto perodo. O ciclo da soja

    dura de 110 a 160 dias de acordo com as condies locais e

    variedades. (CEWKOWSKI, et al. 1989).

    Com relao s exigncias hdricas, ndices pluviomtricos durante o ciclo da

    cultura entre 700 e 1000 m, regularmente distribudos durante as fases vegetativa e

    reprodutivas, so suficientes para um desenvolvimento satisfatrio e bom rendimento da

    cultura. Precipitaes pluviomtricas frequentes ou prolongadas durante o perodo pr

    colheita, alternada com perodos secos, fazem com que a semente, ainda no campo,

    sofra constantes alteraes no seu teor de umidade, acelerando os processos de

    deteriorao, prejudicando o enchimento de gros, ou ento inibindo a degradao da

    clorofila.

    FEHR & CAVINESS (1977) estabeleceram uma escala de estdios de

    desenvolvimento da soja, visando contribuir para a uniformizao da comunicao entre

    pesquisadores, produtores e demais pessoas envolvidas em atividades agrcolas. Os

    autores propuseram um sistema que introduziu a diferenciao entre os estdios de

    maturao vegetativos e reprodutivos da planta.

    As subdivises dos estdios V (vegetativos) so designadas numericamente

    como V1, V2, V3, at V (n), com exceo dos primeiros estdios, os quais so

    designados como V (emergncia) e VC (cotiledonar). O ltimo estdio designado

    como V(n), onde (n) representa o nmero do ltimo estdio nodal desenvolvido. O valor

    de (n) varia conforme a variedade e as diferenas ambientais. As oito subdivises dos

    estdios R (Reprodutivos) so designadas numericamente e com seus respectivos nomes

    comuns como descrito na Tabela 1.

  • 14

    Tabela 1 Estdios de crescimento da planta de soja, *Esse sistema identifica com exatido a estdio da planta no obstante nem todas as plantas do campo se encontraram no mesmo estdio.

    As sementes de soja, uma vez semeadas, iniciam a germinao absorvendo gua

    numa quantidade equivalente a 50% de seu peso. A radcula ou raiz primria a

    primeira a crescer, elongando-se desde abaixo e dirigindo-se ao solo. Pouco tempo

    depois que a raiz primria comea a crescer, o hipoctilo (pequena seo da haste entre

    o n cotiledonar e a raiz primria) inicia a elongao desde a superfcie do solo levando

    consigo os cotildones (folhas seminais). A raiz primria crescida prov sustentao

    para que a elongao do hipoctilo possa empurrar os cotildones desde a superfcie do

    solo, determinando a ocorrncia do estdio VE ou emergncia. O estdio VE ocorre

    uma a duas semanas depois da semeadura, dependendo da umidade e temperatura do

    solo e a profundidade de semeadura. As razes laterais comeam a crescer a partir da

    raiz principal antes da emergncia.

    Pouco depois de VE, o hipoctilo em forma de gancho se dirige e paralisa seu

    crescimento, enquanto que os cotildones se dobram para baixo. Isto expe o epictilo

    (folhas jovens, haste e o pice de crescimento localizado sobre o n cotiledonar). A

    expanso e desligamento das folhas unifoliadas marca o incio do estdio VC, o qual

    seguido pelos estdios V numerados (nodais).

    Os nutrientes e as reservas de alimento dos cotildones suprem as necessidades

    da planta jovem durante a emergncia e por 7 a 10 dias depois de VE (estdio V1).

    Durante este tempo, os cotildones perdem 70% de seu peso seco. A perda de um dos

  • 15

    cotildones tem pouco efeito na taxa de crescimento das plantas, mas a perda de ambos

    os cotildones durante a formao de VE reduzem o rendimento em 8 a 9%. Depois de

    V1, a fotossntese das folhas em desenvolvimento suficiente para que a planta se

    mantenha a si mesma.

    Os novos estdios V apareceram a cada 5 dias de VC a V5 e a cada 3 dias de V5

    at pouco depois de R5, quando se alcana o nmero mximo de ns.

    Exigncias Nutricionais

    A expresso exigncias nutricionais refere-se s quantidades de macro e

    micronutrientes que uma cultura retira do solo, do adubo e do ar (caso do N fixado, por

    ex.), para atender s suas necessidades, crescer e produzir adequadamente.

    No comum a colheita da planta inteira (razes, caule + ramos, folhas e frutos):

    quantidades substanciais de nutrientes so deixadas, frequentemente, no solo pelos

    restos culturais. Nas culturas perenes a proporo de elementos imobilizada muito

    maior que aquela exportada pelo produto colhido. Mas, para que a produo mxima

    econmica seja obtida, as exigncias da planta toda no s do produto colhido deve

    ser atendida e fornecida pelo meio solo, adubo etc.

    A quantidade de nutrientes exigida funo dos seus teores no material vegetal e

    do total de matria seca produzida. Como a concentrao e a produo variam muito, as

    exigncias minerais de diferentes espcies tambm o fazem.

    Alm dos macro nutrientes orgnicos (C, H, O) fornecidos pela atmosfera (O2,

    CO2 e H2O), a soja necessita de nutrientes fornecidos pelo solo: P, K, Ca, Mg, S, B, Cl,

    Cu, Fe, Mn, Mo, Co e Zn e, no caso do N, parte pelo solo e parte pela atmosfera. Dessa

    lista de nutrientes minerais, comprovadamente a soja necessita do fornecimento dos

    seguintes nutrientes:

    N (fixao simbitica, manejo da matria orgnica),

    P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Mn, Zn, Mo e Co (fertilizao mineral).

    Em termos quantitativos, as quantidades de nutrientes absorvida e exportada nos

    gros pela cultura da soja, em cada tonelada de gros produzida, esto expressas na

    Tabela 2.

  • 16

    Tabela 2: Quantidade absorvida e exportao de nutrientes pela cultura da soja.

    Fonte: Embrapa soja 2010

    Analisando os dados dessa Tabela observa-se que o N e o K so os nutrientes

    mais extrados pela soja, sendo que, no caso do N, parte fornecida pelo solo (25 a

    35%) e parte pela fixao simbitica do N2 atmosfrico (65 a 85%) (BORKERT et al.,

    1994).

    Embora dentre os trs macronutrientes primrios o P seja o menos extrado,

    normalmente o nutriente utilizado em maior quantidade, seja pelo baixo teor no solo,

    seja pela sua dinmica nos solos tropicais (fixao).

    A absoro de nutrientes pela soja medida pela quantidade

    acumulada nas folhas e caules da planta, conforme mostrado na Fig.1,

    e, crescente at atingir o ponto de mximo acmulo, que de 75 dias

    para. A partir da, o acmulo decrescente, devido translocao dos

    nutrientes para os gros em formao (Cordeiro et al., 1979).

    A maior velocidade de absoro ocorre aos 45 dias, correspondendo ao ponto de

    inflexo, no incio da florao das plantas. Esse perodo de 30 dias, entre o ponto de

    inflexo e o ponto de mximo acmulo, compreendido da florao ao enchimento das

    vagens, constitui o perodo crtico da cultura, onde fatores adversos como estiagem,

    carncia nutricional, ataque de pragas e doenas podem reduzir drasticamente a

    produo de gros.

    Nessa poca, a quantidade extrada corresponde a 52% da quantidade mxima

    acumulada. Pelos resultados em questo, v-se que, num perodo de 30 dias, que a

    diferena entre o ponto de inflexo e o ponto de mximo acmulo, a planta extrai cerca

    de 50% das suas necessidades de nitrognio, enquanto que os outros 50% so

    absorvidos desde a emergncia at o ponto de inflexo (44 dias).

    Pelo exposto, torna-se claro que a fase crtica para suprimento de nutrientes se

    inicia a partir dos 40 dias aps a emergncia, prolongando-se at o ponto de mximo

    acmulo. Portanto, quando houver necessidade de aplicao de nutrientes para as

  • 17

    plantas, deve-se efetu-la antes do ponto de inflexo, que corresponde ao incio da

    florao.

    1.2 Produo de Soja no Brasil e no Estado de Mato Grosso

    A cultura da soja atingiu 129 anos de presena no Brasil em 2011. A explorao

    da oleaginosa iniciou-se no sul do pas e hoje j encontrada nos mais diferentes

    ambientes, retratado pelo avano do cultivo em reas de Cerrado. Nos anos 80, a soja

    liderou a implantao de uma nova civilizao no Brasil Central (principalmente nos

    estados de Gois e Mato Grosso), levando o progresso e o desenvolvimento para regies

    despovoadas e desvalorizadas.

    No Brasil, o primeiro relato sobre o surgimento da soja atravs de seu cultivo

    de 1882, no estado da Bahia. Em seguida, foi levada por imigrantes japoneses para So

    Paulo, e somente, em 1914, a soja foi introduzida no estado do Rio Grande do Sul,

    sendo este por fim, o lugar onde as variedades trazidas dos Estados Unidos, melhor se

    adaptaram s condies edafoclimticas, principalmente em relao ao fotoperodo.

    A implantao de programas de melhoramento de soja no Brasil possibilitou o

    avano da cultura para as regies de baixas latitudes, atravs do desenvolvimento de

    cultivares mais adaptados por meio da incorporao de genes que atrasam o

    florescimento mesmo em condies de fotoperodo indutor, conferindo a caracterstica

    de perodo juvenil longo.

    Segundo o levantamento da safra brasileira de gros 2009/10,

    divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as

    colheitas alcanaram a produo recorde de 68,68 milhes de

    toneladas em 23,6 milhes de hectares cultivados. Na safra 2010/11 a

    soja bateu um novo recorde de produo no Brasil, atingindo mais de

    70 milhes de toneladas em uma rea de aproximadamente 24 milhes

    de hectares (CONAB, 2012).

    O crescimento da cultura da soja no pas esteve sempre associado aos avanos

    cientficos e a disponibilizao de tecnologias ao setor produtivo. A mecanizao e a

    criao de cultivares altamente produtivas adaptadas s diversas regies, o

    desenvolvimento de pacotes tecnolgicos relacionados ao manejo de solos, ao manejo

    de adubao e calagem, manejo de pragas e doenas, alm da identificao e soluo

    para os principais fatores responsveis por perdas no processo de colheita, so fatores

    promotores desse avano.

  • 18

    A soja consolidou sua posio de maior cultura explorada no Brasil, e passou a

    apresentar expressiva importncia econmica e vem levando o progresso e

    desenvolvimento nas diversas regies de cultivo. No mercado mundial, atualmente o

    Brasil participa com cerca de 26,5 e 31,3%, respectivamente, da produo e da

    exportao de soja em gro (USDA, 2010). Sendo que na safra de 2011, o Brasil

    exportou cerca 28 milhes toneladas de gros (ABIOVE, 2011).

    O cenrio otimista de um pas que tem para onde e como crescer a sua

    produo, projeta um salto produtivo na cultura de mais de 40% at

    2020, enquanto que nos Estados Unidos, atualmente o maior produtor

    mundial, o crescimento no mesmo perodo dever ser no mximo de

    15%. Com essa projeo, o Brasil atingir a produo de mais de 105

    milhes de toneladas, quando ser isoladamente o maior produtor

    mundial dessa commodity (VENCATO et al., 2010).

    Nesse cenrio, atualmente o estado do Mato Grosso campeo na produo de

    soja no Brasil com a produo de 23,5 milhes de toneladas, rea plantada 7,8 milhes

    de hectares, produtividade de 3.348 kg/h (CONAB 2013).

    O municpio de Sorriso com apenas 60 mil habitantes, a 420 quilmetros ao

    norte da Capital Cuiab, o maior municpio produtor do gro no pas. O levantamento

    do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) em 2008 apontou uma

    produo de aproximadamente 1,8 milhes de toneladas da oleaginosa numa rea

    plantada de 575 mil hectares. Vale destacar, que dos 20 municpios lderes em soja no

    Brasil, 13 so de Mato Grosso, tendo entre os cinco primeiros Nova Mutum, Sapezal,

    Campo Novo de Parecis e Diamantino.

  • 19

    CAPTULO II MANGANS MICRONUTRIENTE

    ESSENCIAL

    O mangans (Mn) um metal cinza claro que no ocorre na forma pura

    (elementar), mas combinado com outras substncias, como o oxignio, enxofre e cloro.

    Processos naturais e a atividade humana so capazes de modificar compostos de

    mangans. O Mn inorgnico (retirado de rochas) usado na fabricao de ligas

    metlicas, especialmente aos, em pilhas, palitos de fsforo, vidros, fogos de artifcio,

    na indstria qumica, de couro e txtil, e como fertilizante. O permanganato de potssio

    usado como oxidante, branqueador e no tratamento de doenas da pele. As formas

    orgnicas so usadas em fungicidas e inibidores de fumaa, entre outros usos.

    2.1 Origem, Classificao.

    O dixido de mangans foi considerado um composto de ferro at 1774, quando

    C. W. Schule o reconheceu pela primeira vez como elemento qumico. No mesmo ano,

    o engenheiro de minas sueco, J. G. Gahn, tornou-se o primeiro pesquisador a isolar o

    elemento qumico Mn. No incio da segunda metade do sculo XIX, o metal ganhou

    importncia econmica para a indstria metalrgica, entretanto, apenas no final do

    mesmo sculo surgiram s chamadas ligas de alto mangans.

    Vale notar que a quase totalidade dos depsitos mais importantes de mangans

    podem ser classificados em dois tipos: depsitos de sedimentao marinha e depsitos

    secundrios de enriquecimento residual. Os habitantes do Egito antigo j usavam

    compostos desse elemento qumico na produo de vidro. Atualmente, muitas

    aplicaes so reservadas ao mangans nos setores metlico e no-metlico. Dentre uma

    variedade de usos, o mangans um componente-chave nas ligas com outros metais.

    O mangans o elemento qumico do grupo dos elementos de transio.

    Tambm encontrado em mais de uma centena de minerais, desde aqueles em cujas

    composies predominante, queles em que o metal participa em pequenas

    quantidades. O metal est distribudo em diversos ambientes geolgicos e disperso em

    uma variedade de rochas sob a forma de xidos, dentre os quais destacam-se: dixidos,

    hidrxidos, silicatos e carbonatos. Os dixidos constituem as mais importantes fontes

  • 20

    comerciais do metal, destacando-se a pirolusita (MnO2), a psilomelana e a manganita

    (Mn2O3.H2O).

    2.2 Extrato de mangans Disponvel

    A disponibilidade de Mn nos solos influenciada por diversos fatores, entre eles

    o pH do solo. MASCAGNI JNIOR & COX (1985) verificaram que em pH (gua)

    superior a 6,2, os problemas de deficincia de Mn em soja aumentaram.

    No Brasil, NOVAIS et al. (1989) detectaram sintomas de deficincia quando o

    pH (gua) do solo era superior a 6,5. Da mesma forma, em estudo posterior sobre

    deficincia de Mn em soja, induzida por excesso de calcrio, observaram sintomas

    quando o pH (CaCl2) era superior a 5,9.

    Outros fatores que afetam a disponibilidade de Mn so a textura e o teor de

    matria orgnica do solo. ABREU et al. (1994) observaram que em solos de textura

    mais argilosa so necessrios teores mais elevados de Mn do que naqueles de textura

    mais arenosa, para se obter a mesma concentrao do elemento na planta, porque o Mn

    pode ser retido a grupos funcionais das superfcies das argilas e compostos orgnicos.

    COX (1968), em experimentos de campo, observou que doses menores de Mn devem

    ser recomendadas para solos arenosos.

    Segundo SHUMAN (1977), solos com teores elevados de argila e matria

    orgnica, por apresentarem maior CTC, possuem maior capacidade de reteno de

    metais catinicos que solos mais arenosos e com teores menores de matria orgnica.

    Segundo VALADARES & CAMARGO (1983) o Mn disponvel no solo

    depende principalmente do material de origem e de alguns fatores como o pH, a matria

    orgnica e a textura dos solos. Em vista disso, ocorre discordncia na literatura em

    relao ao nvel crtico de Mn no solo, que uma ferramenta fornecedora de

    informaes sobre a possibilidade de resposta da planta adubao com Mn.

    Segundo RAIJ et al. (1997), teores de Mn no solo extrados com DTPA acima de

    5,0 mg dm-3, so considerados altos. Ao utilizar o extrator M-1, GALRO (1989) no

    obteve aumento significativo na produo de soja, quando os teores de Mn no solo eram

    superiores a 4,2 mg dm-3, concluindo que o nvel crtico deste micronutriente no solo

    era inferior a este.

  • 21

    2.3 Mangans na Planta.

    O Mn tem papel importante no metabolismo das plantas, atuando como

    ativador de enzimas, sntese de clorofila e fotossntese (FAGERIA, 2001).

    O Mn est presente nas plantas principalmente na forma divalente (MnII). Este

    forma apenas ligaes fracas com ligantes orgnicos, nos quais pode ser prontamente

    oxidado a Mn(III) e Mn(IV). Alm disso, o Mn desempenha um papel importante nos

    processos redox, tais como no transporte de eltrons na fotossntese e na desintoxicao

    de radicais livres de oxignio. O Mn uma metaloprotena, isto , um componente

    integrante de somente duas enzimas, a enzima que quebra a molcula da gua no

    fotossistema II (FS II) e a superxido dismutase que contm Mn. Tambm ativador de

    vrias enzimas.

    O papel mais bem documentado e exclusivo do Mn em plantas verdes aquele

    da reao de quebra da molcula da gua e do sistema de evoluo de O2 na

    fotossntese que ocorre nos cloroplastos, denominado reao de Hill.

    A deficincia de Mn caracterizada por clorose internerval nas folhas mais

    novas, devido a reduo na sntese de clorofila (OHKI, 1984). O efeito da deficincia

    de Mn na cultura da soja pode refletir-se diretamente no desenvolvimento vegetativo, na

    produo de gros, na produo de matria seca e na concentrao do nutriente nos

    tecidos vegetais. At mesmo deficincias leves de Mn afetam a fotossntese e diminuem

    o nvel de carboidratos solveis na planta, mas o resuprimento deste micronutriente

    reativa a evoluo fotossinttica de oxignio.

    Com deficincia mais severa de Mn, entretanto, ocorre uma quebra na estrutura

    do cloroplasto que no pode ser revertida. Por causa da importncia fundamental do Mn

    na cadeia de transporte de eltrons durante a fotossntese, quando ocorre deficincia

    deste micronutriente a reao luz durante a fotossntese seriamente prejudicada e

    todas as outras reaes associadas com o transporte de eltrons tambm o so. Isto

    inclui a fotofosforilao, a reduo de CO2, de nitrito e de sulfito. O nitrito acumulado

    pode exercer um controle em feedback sobre a nitrato redutase de tal modo que o NO3 -

    se acumula, como, algumas vezes, observado em plantas deficientes em Mn.

    MURAOKA et al. (1983) observaram diminuio na concentrao de Mn nas

    plantas, no sendo observado, entretanto, diminuio na produo de matria seca com

    aumento do pH do solo, devido utilizao de calcrio.

  • 22

    CHIMELLO (2001) ao avaliar o efeito residual da calagem e do Mn nos teores

    de Mn na parte area da soja, verificou diminuio nos teores na planta de 610 mg kg-1

    para 58 mg kg-1 de Mn quando o pH foi elevado de 4,1 a 5,4.Em experimentos

    conduzidos por trs anos em solos arenosos, SHUMAN et al. (1979) notaram somente

    no terceiro ano de experimento, no qual o pH do solo era 6,9, severa deficincia de Mn

    em soja, com diminuio da concentrao do micronutriente na parte area da soja,

    entretanto, no foram observadas diferenas na produo de soja.

  • 23

    CAPTULO III DEFICINCIA E TOXICIDADE DE MANGANS

    A disponibilidade de mangans para as plantas altamente dependente do pH do

    solo, fazendo com que o aumento do pH pela calagem diminua o teor do nutriente, com

    aparecimento dos sintomas de deficincia nas folhas. Apesar da influncia direta do pH

    na disponibilidade dos micro-nutrientes (Mn, Fe, Cu e Zn), em condies de campo, o

    efeito na reduo da disponibilidade, ocorre primeiramente com o Mn.

    O mangans tem baixa mobilidade no floema e a sua deficincia aparece

    inicialmente nas folhas mais novas.

    3. 1 Avaliaes de deficincias de nutrientes: diagnose visual e diagnose foliar.

    Diagnose Visual

    A tcnica da diagnose visual baseia-se no princpio de que todas as plantas

    necessitam dos mesmos nutrientes, e se houver deficincias no solo elas apresentaro

    sintomas semelhantes (alteraes morfolgicas oriundas de alteraes fisiolgicas). Os

    sintomas de deficincia ou de toxidez so caractersticos para cada elemento, levando-se

    em considerao sua funo e mobilidade na planta.

    Assim, os elementos mveis (macronutrientes primrios N, P, K e o

    macronutriente secundrio Mg) provocam inicialmente sintomas nas partes mais velhas

    da planta, enquanto os parcialmente mveis e imveis (macronutrientes secundrios Ca

    e S e micronutrientes) inicialmente provocam sintomas nas partes novas da planta. Para

    a caracterizao do sintoma de deficincia ou de toxidez de um elemento o mesmo deve

    ocorrer de modo generalizado e apresentar gradiente e simetria na planta, para se

    diferenciar de outras anomalias, como, por exemplo, as ocasionadas por pragas,

    doenas, clima, etc., embora a fitotoxidez causada principalmente por herbicidas ps-

    emergentes como, por exemplo, Cobra, Volt, Shogum e Chart, tem provocado sintomas

    semelhantes aos da deficincia de boro, isto , folhas mais novas coriceas e enrugadas.

    Assim, quando do uso dessa tcnica, importante conhecer o histrico da

    cultura em relao ao manejo do mato.

    Diagnose foliar

    A principal vantagem da tcnica da diagnose foliar em relao da diagnose

    visual que esta permite diagnosticar o problema antes que se manifeste o sintoma, isto

    , permite identificar a fome oculta do elemento. Para avaliao do estado nutricional

  • 24

    pela tcnica da diagnose foliar, AMBROSANO et al. (1996) recomendam que seja

    coletada a 3 folha com pecolo de 30 plantas no incio do florescimento, enquanto a

    EMBRAPA (1996) recomenda que sejam coletadas folhas recm-maduras com pecolo,

    correspondente s 3 e 4 folhas trifolioladas a partir da haste principal, no perodo entre

    o incio da florao e o pleno florescimento.

    Utilizando destas analises e da analise qumica do solo possvel identificar o

    problema de deficincia de nutrientes com significativa precocidade e desta forma

    iniciar o tratamento corretivo.

    3.2 Alteraes Morfolgicas.

    A deficincia ou o excesso de Mn. Causam alteraes morfolgicas visveis na

    planta, essas alteraes podem ser relatadas como diagnostico de problemas

    nutricionais.

    3.2.1 Deficincia de Mn.

    Sintomas de deficincia de Mn comumente ocorrem em situaes de

    cultivo em solos com baixa fertilidade natural, com a utilizao

    intensiva de tcnicas agrcolas, que promovem a retirada crescente de

    micronutrientes, sem a reposio, e em casos onde h aplicao

    excessiva de calcrio, tornando o nutriente pouco solvel. A utilizao

    intensiva de fosfatos no solo tambm contribui para a baixa

    disponibilidade dos micronutrientes (Mascarenhas et al., 1996).

    Sua deficincia causa clorose em tons amarelo-esverdeados das folhas mais

    novas entre as nervuras e as nervuras de cor verde-escura.

    Figura 1 deficincia de Mn.

  • 25

    reas necrticas marrons desenvolvem-se nas folhas medida que a deficincia

    torna-se mais severa. A deficincia de mangans difere da de ferro e da de magnsio

    devido s nervuras permanecerem verdes e aparecerem ressaltadas, de forma saliente.

    Tambm na deficincia de Mn os sintomas so visveis primeiro nas folha novas,

    enquanto na de Mg as folhas velhas so as primeiras a serem afetadas. Algumas vezes,

    as folhas novas em estdio fisiolgico, e com deficincia, podem manter os sintomas

    enquanto aquelas que se desenvolveram depois, em estdio fisiolgico mais avanado,

    podem ter aparncia verde, de folha saudvel, sem o problema. Isto pode ocorrer por

    causa da mudana das condies climticas ou porque as razes cresceram para um

    horizonte mais abaixo, com solo cido, e que tenha maior disponibilidade de mangans

    na soluo do solo. Isto ocorre muitas vezes quando o calcrio incorporado com grade

    a pouca profundidade, ocorrendo um excesso de calcrio a 5 ou 10 cm, com elevao do

    pH acima de 7,0.

    A deficincia de mangans tem sido observada em solos com altos teores de

    ferro e/ou alumnio e em latossolos arenosos que receberam calcrio muito acima da

    dose recomendada. Um fato novo, surgido recentemente, a possvel deficincia de Mn

    em plantas de soja geneticamente modificadas (soja RR) entretanto a relevncia ainda

    est sendo estudada.

    3.2.2 Toxidez de Mangans

    Quando a concentrao de Mn elevada na soluo do solo, h

    acrscimo expressivo desse elemento no tecido foliar. Nessa situao,

    o Mn transportado, via corrente transpiratria, das razes para as

    folhas, acumulando nesse rgo. Embora o Mn seja essencial s

    plantas, o acmulo nas folhas pode causar toxidez s plantas, o que

    prejudica o desenvolvimento da parte area e, raramente, o das razes

    (MALAVOLTA, 1980).

  • 26

    Figura 2: Toxidez de mangans, folhas encarquilhadas.

    Entre outros danos, o excesso de Mn pode ocasionar o decrscimo da absoro

    de ferro (Fe) e de magnsio, da sntese de clorofila e de auxinas nas plantas. Esses danos

    reduzem o rendimento de gros, o que ainda resulta, no caso da cultura da soja e outras

    leguminosas, na inibio da nodulao, decrescendo o nmero de vagens, o peso e o

    tamanho de gros. Esses ltimos efeitos ainda podem ser observados, paradoxalmente,

    em solos deficientes em Mn (HEENAN e CAMPBEL, 1980).

    3.3 Medidas Corretivas

    Os micronutrientes como o Mangans podem ser fornecidos soja atravs de

    trs vias principais:

    a) Aplicao via solo: correo lenta, gradual e preventiva;

    b) Aplicao via folha: correo rpida, menos duradoura e corretiva;

    c) Aplicao via semente.

    Via solo - Esses micronutrientes podem ser aplicados no sulco de plantio

    juntamente com a formulao P2O5-K2O das seguintes maneiras:

    Mistura de grnulos mais econmica, porm apresenta problemas de

    segregao;

    Mistura granulada mais cara, porm mais eficiente;

    Micro na base, agregado principalmente ao SPS;

    Fontes de P2O5 contendo micro, como termofosfatos e multifosfatos.

  • 27

    Aplicao Foliar - Em reas com sintomas visuais de deficincia de Mn em soja

    com trs e quatro anos sob plantio direto, recomenda se a aplicao foliar.

    Assim, quanto aplicao de micronutrientes via foliar na cultura de soja,

    recomenda-se a dose de 250 (quelatizado) a 350 g ha-1 (sal) de Mn, no estdio V4

    repetindo-se se necessrio no estdio R1.

    Tabela 3 fontes de mangans para recomendao via foliar

    Fonte: Aprosoja 2011 - 1 PS = g/100 ml H2O a 20oC.

    Via Semente A aplicao de Mn via semente no usualmente utilizada, e as

    tcnicas conhecidas encontram se em fase de pesquisa.

  • 28

    CONSIDERAES FINAIS

    Ao fim das pesquisas bibliogrficas realizadas para a confeco deste trabalho,

    considera se que a ocorrncia de alteraes morfofisiolgicas na soja decorrentes do

    excesso ou deficincia do mangans ocorrem na verdade por um desbalanceamento de

    outras caractersticas do solo como um processo inadequado de calagem.

    Com as atuais tecnologias empregadas a fim de aumentar a produtividade,

    problemas como este podem ser facilmente evitados, atravs de anlises peridicas e

    detalhadas da qumica do solo a ser utilizada outra opo seria a rotao de culturas j

    que culturas diferentes possuem necessidades nutricionais diferentes propiciando um

    descanso a rea cultivada.

    As alteraes causadas por toxidez ou deficincia de Mn so evidentes e de fcil

    identificao desta forma o produtor pode corrigir a falha a tempo de evitar maiores

    prejuzos a safra. No caso de deficincia, por exemplo, tcnicas de adubao via solo e

    via folhear vm sendo utilizadas com timos resultados, no que diz respeito a toxidez a

    correo torna se mais complexa entretanto vivel. Recomenda se estudos

    posteriores que tenham como objetivo esclarecer e informar os produtores sobre as

    possveis consequncias de teores inadequados no s de Mn, mas de outros nutrientes e

    se possvel um estudo com analises de tcnicas a campo destinadas a corrigir os

    problemas acarretados pela toxidez.

  • 29

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABIOVE - ASSOCIAO BRASILEIRA DAS INDSTRIAS DE LEOS

    VEGETAIS. Coordenadoria de economia e estatstica. Disponvel em:

    . Acesso em: 25 mar 2014.

    ABREU, C.A.; NOVAIS, R.F.; RAIJ, B. van; RIBEIRO, A.C. Comparao de mtodos

    para avaliar a disponibilidade do mangans em solos. Revista Brasileira de Cincia do

    Solo, Campinas, v.18, p.81-90, 1994.

    AMBROSANO, E.J.; TANAKA, R.T.; MASCARENHAS, H.A.A.; RAIJ. B. van;

    QUAGGIO, J.A. & CANTARELLA, H. Leguminosase Oleaginosas. In: RAIJ, B. van et

    al. (eds.). Recomendaes de Adubao e Calagem para o Estado de So Paulo, 2.ed.

    Campinas: Instituto Agronmico & Fundao IAC, 1996. p.187-203.

    BORKERT, C.M.; FARIAS, J.R.B.; SFREDO, G.J.; TUTIDA, F.; SPOLADOR, C.L.

    Resposta da soja adubao e disponibilidade de potssio em Latossolo Roxo

    distrfico. Pesquisa Agropecuria Brasileira, Braslia, v.32, n.12, p.1235-49, 1997.

    BORKERT, C.M.; YORINORI, J.T.; CORREA-FERREIRA, B.S.; ALMEIDA,

    A.M.R.; FERREIRA, L.P.; SFREDO, G.J. Seja o doutor da sua soja. In: Informaes

    Agronmicas, Piracicaba, n.66, Junho de 1994. 16p.

    BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 5 ed. Rio de Janeiro: Livraria Freitas

    Bastos S.A., 1979. 647p. CFSEMG - COMISSO DE FERTILIDADE DO SOLO DO

    ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendaes para o uso de corretivos e fertilizantes

    em Minas Gerais, 5a. aproximao. Viosa/MG, 1999 (no prelo).

    CAMARGO, O.A.; VALADARES, J.M.A.S. & DECHEN, A.R. Efeitos do pH e da

    incubao na extrao do mangans, zinco, cobre e ferro do solo. R. Bras. Ci. Solo,

    6:83-88, 1983.

    CHIMELLO, M.A. Efeito do pH do solo e da aplicao de mangans na distribuio e

    disponibilidade do micronutriente para a soja (Glycine max.(L.) Merrill). Jaboticabal,

    2001. 107p. Dissertao (Mestrado em Agronomia, rea de concentrao: Cincia do

    Solo). Faculdade de Cincias Agrrias e Veterinrias, Universidade Estadual Paulista.

    CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da

    safra brasileira: gros, dcimo segundo levantamento, setembro 2012. Disponvel

    em: Acesso em: 23 fev 2014.

    CORDEIRO, D.S.; SFREDO, G.J.; BORKERT, C.M.; SARRUGE, J.R.; PALHANO,

    J.B. & CAMPO, R.J. Calagem, adubao e nutrio mineral. In: EMPRESA

    BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA. Centro Nacional de Pesquisa de

    Soja, Londrina. Ecologia, manejo e adubao da soja. Londrina, 1979. p.19-49.

    (EMBRAPA-CNPSo. Circular Tcnica, 2).

    EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuria dos Cerrados. Calagem e adubao para

    a cultura da soja nos cerrados. Braslia, 1984. 9p. (EMBRAPA-CPAC. Comunicado

    tcnico, 38).

  • 30

    EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa da Soja. Recomendaes tcnicas para a

    cultura da soja no Paran. 1993/94. Londrina: OCEPAR/EMBRAPA-CNPSo, 1993.

    128p. (EMBRAPA- CNPSo. Documentos, 62).

    EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa da Soja. Recomendaes tcnicas para o

    cultura da soja na Regio Central do Brasil. 1996/97. Londrina.

    EPSTEIN, E. Silicon. Annual Review of Plant Physiology and Molecular Biology, Palo

    Alto, v. 50, p. 641-644, 1999.

    Fageria, N. K.Adequate and toxic levels of coper and manganese in upland rice,

    common bean, corn, soybean and wheat grown on an Oxisol. Commun. Soil Sci. Plant

    Anal., 2001. 1659-1576.

    FEHR, W. R.; CAVINESS, C. E. Stages of soybean development. Ames: Iowa State

    University, 1977. 12 p. (Special Report, 80).

    GALRO, E.Z. Mtodos de aplicao de cobre e avaliao da disponibilidade para a

    soja num Latossolo Vermelho Amarelo franco-argilo-arenoso fase cerrado. Revista

    Brasileira de Cincia do Solo, v.23, p.265-272, 1999.

    GALRO, E.Z. Nveis crticos de Zn para o milho cultivado em Latossolo Vermelho

    Amarelho, fase cerrado. R. Bras. Ci. Solo, 19:255-260, 1995.

    HEENAN, D. P.; CAMPBELL, L. C. Soybean nitrate reductase activity influenced by

    manganese nutrition. Plant and Cell Physiology, Kyoto, v. 21, n. 4, p. 731-736, June

    1980.

    Malavolta, E., G. C. Vitti & S. A. de Oliveira. Avaliao do estado nutricional das

    plantas: princpios e aplicaes. 2. ed., rev. e atual. Associao Brasileira para Pesquisa

    da Potassa e do Fosfato, Piracicaba, 1980. 319p.

    Mascarenhas, H. A. A., R. T. Tanaka, M. A. C. de Miranda, Q. A. de C. Carmello & F.

    A. de Oliveira. Linhagem de soja tolerante a alto teor de mangans. Bragantia, 1996.

    MURAOKA, T.; NEPTUNE, A.M.L.; NASCIMENTO FILHO, V.F. Avaliao da

    disponibilidade de zinco e mangans do solo para o feijoeiro. II. Mangans Revista

    Brasileira de Cincia do Solo, v.7, p.177-182, 1983.

    NOVAIS, R.F.; NEVES, J.C.L.; BARROS, N.F.; SEDIYAMA, T. Deficincia de Mn

    em plantas de soja cultivadas em solos de cerrado. Revista Brasileira de Cincia do

    Solo, Campinas, v.13, p.199-204, 1989.

    OHKI, K. Manganese deficiency and toxicity effects on growth, development, and

    RAIJ, B. van; QUAGGIO, J.A.; CANTARELLA, H.; FERREIRA, M.E.; LOPES, A.S.

    & BATAGLIA, O.C. Anlise qumica do solo para fins de fertilidade. Campinas,

    Fundao Cargill, 1997. 170p.

    SHUMAN, L.M. Fractionation method for soil micronutrients. Soil Sci.,140:11-16,

    1977.

  • 31

    VALADARES, J.M.A.S. & CAMARGO, O.A. Mangans em solos do Estado de So

    Paulo. R. Bras. Ci Solo, 7:123-130, 1983.