Monografia - Alvaro Luiz Paulini de Almeida Mello 5889950

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1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação O uso de Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento na Gestão de desastres Álvaro Luiz Paulini de Almeida Mello

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação

O uso de Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento na Gestão

de desastres

Álvaro Luiz Paulini de Almeida Mello

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O uso dos Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento na Gestão de desastres

Álvaro Luiz Paulini de Almeida Mello

Orientador: João Porto de Albuquerque Pereira

Monografia de conclusão de curso apresentada ao

Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação –

ICMC-USP - para obtenção do título de Bacharel em

Ciências de Computação.

Área de Concentração: Sistemas de Informação

USP – São Carlos Novembro de 2011

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i

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Posso não concordar com

nenhuma das palavras que

você disser, mas defenderei até

a morte o direito de você dizê-

las.

Voltaire

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Dedicatória

Dedico esse trabalho a pessoa mais importante da minha vida, que sempre foi o meu

exemplo para tudo, que foi meu pai e minha mãe ao mesmo tempo, sem ela não estaria aonde

estou. Obrigado Mãe por me apoiar em todas as minhas jornadas por mais que pareçam

impossíveis.

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Agradecimentos

Agradeço aos meus amigos Caio, Flávio, André e Eduardo que me deram apoio,

paciência e boa vontade durante o tempo de confecção desse trabalho. Agradeço ao professor

João Porto por ter me dado orientação e oportunidade de desenvolver um trabalho relevante

porém voltado à áreas humanas da computação.

E em especial gostaria de agradecer à minha namorada Vanessa, por ter lido e relido

esse trabalho, e ter me apoiado nos momentos mais excruciantes e cansativos

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Resumo

O objetivo principal desse estudo baseia-se na análise, através de um estudo de caso da Defesa

Civil de Piracicaba no estado de São Paulo, do funcionamento dos processos, desde o

monitoramento do rio (previsão do tempo e nível do rio), a retirada das famílias que habitam

áreas de risco, fechamento de vias e a recuperação (limpeza das áreas de risco afetadas) após a

ocorrência de uma enchente. Para tal levantamento foram revisados conceitos de Gestão de

Desastres, com o fim de se conhecer a necessidade da padronização dos planos de emergência

e os termos usados, Sistemas de Informação para contextualizar o seu uso e vantagens e pôr

fim a Gestão do Conhecimento explicitando a importância de se manter o conhecimento dentro

de uma dada organização.

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Sumário

LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................... VIII

LISTA DE SÍMBOLOS ............................................................................................ IX

LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................. XI

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... XII

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO .................................................................................. 1

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO ................................................................ 1

1.2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 3

1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................................. 4

CAPÍTULO 2: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................... 5

2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................... 5

2.2. GERENCIAMENTO DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS (BPM – BUSINESS PROCESS

MANAGEMENT) ........................................................................................................................ 5

2.3. NOTAÇÃO DE MODELAGEM DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS (BPMN – BUSINESS

PROCESS MODELING NOTATION) ............................................................................................. 7

2.4. GESTÃO DO CONHECIMENTO ................................................................................. 8

2.5. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ................................................................................. 10

2.6. GESTÃO DE DESASTRES ....................................................................................... 13

2.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 14

CAPÍTULO 3: DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ................................... 16

3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................................... 16

3.2. SISTEMAS DE GESTÃO DE DESASTRES ................................................................. 16

3.3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS ......................................................... 16

3.3.1. Estudo de caso ............................................................................................. 17

3.3.2. Modelagem dos Processos ........................................................................... 19

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3.4. RESULTADOS OBTIDOS ........................................................................................ 20

3.5. DIFICULDADES, LIMITAÇÕES E TRABALHOS FUTUROS ........................................ 25

3.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 26

CAPÍTULO 4: CONCLUSÃO .................................................................................. 29

4.1. CONTRIBUIÇÕES .................................................................................................. 30

4.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CURSO DE GRADUAÇÃO ............................................. 30

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 32

APÊNDICE A – PERGUNTAS DA ENTREVISTA ............................................... 34

APÊNDICE B – GLOSSÁRIO DA MODELAGEM ............................................... 36

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Lista de Abreviaturas

DC …………………………. Defesa Civil

GD ………………………… Gestão de Desastres

GC …………………………. Gestão do Conhecimento

SI …………………………... Sistemas de Informação

BPM ……………………...... Business Process Management

BPMN ……………………... Business Process Model Notation

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Lista de Símbolos

Figura Nome Significado

Task

Uma atividade simples

usado quando o processo

não pode ser representado

com um maior nível de

detalhamento

Gateway

Elementos usados para

controlar a divergência e

convergência do fluxo, ou

seja, separar ou juntar o

fluxo

Message Flow

Usado para mostrar o fluxo

das mensagens entre duas

ou mais entidades ou

processos.

Message Start Event

Indica que uma mensagem

pode ser enviada ou

recebida.

Pool É um container de um

processo único.

Sequence Flow Representa o controle do

fluxo e a sequência das

atividades.

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Sub-process

É uma atividade composta,

cujos detalhes internos são

definidos como fluxos de

outras atividades.

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Lista de Gráficos

Gráfico 1: Enchentes no Brasil de 1948 à 2011 …………………………... 2

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Lista de Figuras

Figura 1 - Visão sistêmica dos processos ....................................................................... 6

Figura 2 - Hierarquia da Informação ............................................................................ 12

Figura 3 - Ciclo da Gestão de Desastres ....................................................................... 13

Figura 4 - Plano de prevenção de enchentes ................................................................ 21

Figura 5 - Processo de retirada das famílias das áreas de risco .................................... 23

Figura 6 - Processo de recuperação .............................................................................. 25

Figura 7– Medição dos pluviô metros de Itajaí ............................................................ 27

Figura 8 – Sistema de monitoramento remoto do nível dos rios de Itajaí .................... 28

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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização e Motivação

A Defesa Civil do Brasil foi criada em meados da década de 1940 logo após o

naufrágio na costa brasileira dos navios Arara e Itagiba, e também motivada pela

participação do país na Segunda Guerra Mundial. Apesar de possuir mais de 60 anos de

existência, [1], este órgão foi regularizado pela primeira vez em 17 de fevereiro de 2005

pelo decreto 5.376/2005 que foi alterado novamente em 4 de agosto de 2010 pelo decreto

7.257/2012. Esse órgão nasceu com o intuito de prevenir desastres ou minimizar seus efeitos

e melhorar a coordenação entre os órgãos públicos e a integração com a sociedade.

Um desastre pode ser causado pelo homem ou ser origem natural. De acordo com

Soriano (p.1, 2009):

Um desastre é caracterizado por um evento que causa a interrupção

repentina da “normalidade” anterior socialmente estabelecida, são caracterizados

por eventos adversos que proporcionam impactos negativos tanto físicos quanto

sociais nas comunidades atingidas. Segundo a Defesa Civil, um desastre é um

evento danoso capaz de superar a capacidade de resposta da comunidade afetada.

No Brasil, segundo Santos (2007), os desastres mais comuns são os desastres

relacionados aos fenômenos climáticos, que são potencializados pela ação do homem. Um

exemplo de desastre comum e que afeta milhares de famílias por ano são as enchentes.

Nos últimos anos o número de desastres naturais que ocorrem no Brasil, aumentou

drasticamente. De acordo com os dados do EM-DAT (2012), ocorreram 200 desastres

registrados entre 1948 e 2012, dos quais 115, o que representa mais da metade com 57,5%

do total, são enchentes. Desse total de enchentes registradas no Brasil, a grande maioria (99

das 115) enchentes ocorreram depois da década de 1970, o que indica um aumento

acentuado do acontecimento desses tipos de eventos nos últimos 30 anos, como pode ser

visto no Gráfico 1.

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Gráfico 1 - Enchentes no Brasil de 1948 à 2011

Fonte: EM-DAT (2012)

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Segundo Almeida e Pascoalino (2008), percebe-se, por um conjunto de fatores, que

o Brasil não possui uma cultura de risco e não desenvolve gestão de riscos, mas gestão de

crise. Ou seja, não se vê no Brasil uma preocupação maior em evitar os desastres, apenas

em mitigar os danos pós desastres.

1.2. Objetivos

O objetivo principal desse trabalho é propor técnicas de Gestão do Conhecimento e

Sistemas de Informação que possam auxiliar a Defesa Civil no Brasil a formalizar e otimizar

seus processos, a fim de apoiar a tomada de decisões quando ocorrem enchentes, ou seja,

com o conhecimento adquirido em eventos anteriores com o apoio de Sistemas de

Informação as Defesas Civis terem uma ideia melhor de quais as dimensões que uma

enchente pode ter, e saber por exemplo quais áreas de risco devem ser evacuadas primeiro.

Para atingir este objetivo foram estudados: a Gestão de Desastres, para conhecer os

ciclos que ocorrem durante um desastre e ter um conhecimento maior sobre suas

terminologias e métodos; a BPM (Business Process Modeling), para se obter um grau

abstração maior dos processos da Defesa Civil de Piracicaba com o intuito de formalizar e

melhorar seu entendimento; e a Gestão do Conhecimento, para saber como utilizar o

conhecimento adquirido em cada etapa dos processos da Defesa Civil e Sistemas de

Informação com a finalidade de ajudar no armazenamento e processamento do

conhecimento envolvido.

Nesse estudo de caso sobre a Defesa Civil da cidade de Piracicaba no estado de São

Paulo, foi realizada uma entrevista para conhecer o seu funcionamento e auxiliar a

modelagem de todos os processos envolvidos quando ocorre uma enchente. Esse estudo tem

em vista modelar os processos que envolvem a Defesa Civil de Piracicaba, descobrir se há

o uso de atividades de Gestão do Conhecimento, utilização de técnicas de Gestão de

Desastre e também uso de Sistemas de Informação.

Depois de realizar a análise, este trabalho tem como finalidade modelar os processos

da Defesa Civil como levantamento de requisitos para a construção de Sistemas de

Informação e algumas práticas de Gestão do conhecimento, no auxílio da Gestão de

Desastres.

Desta forma pretende-se responder a seguinte questão:

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Como o uso da BPM, Gestão do Conhecimento e Sistemas de Informação podem

auxiliar na melhoria do funcionamento da Defesa Civil no Brasil?

Como resposta à essa pergunta, o principal objetivo da pesquisa será:

Propor o uso de Sistemas de Informação e atividades de Gestão do Conhecimento na

Gestão de Desastres.

1.3. Organização do Trabalho

Os próximos capítulos contêm uma introdução sobre as metodologias usadas para a

confecção desse trabalho.

No capítulo 2 serão abordados os principais temas de apoio à esse trabalho,

começando pela BPM (Business Process Management), pois são padrões de estudos de

processos, que auxiliam na formalização e representação deles. Logo após será abordada a

Gestão do Conhecimento, por ser um conjunto de atividades que dão auxilio no

armazenamento, compartilhamento e uso da informação, sendo seguido por uma revisão

sobre Sistemas de Informação por serem uma importante ferramenta no apoio do

processamento de informações e facilitação de sua transmissão, e por último Gestão de

desastres…

Em seguida, no capítulo 3, será discutido todo o desenvolvimento da pesquisa, desde

a metodologia aplicada, incluindo a modelagem dos processos e a entrevista que foi

realizada com a Defesa Civil, e os resultados obtidos.

Por último, no capítulo 4, serão discutidas as contribuições que esta pesquisa pode

trazer para a Defesa Civil no Brasil, e uma breve consideração sobre o curso de graduação

em Ciências de Computação no ICMC.

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CAPÍTULO 2: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Considerações Iniciais

Esse capítulo irá abordar mais afundo os conceitos, técnicas, terminologias e

metodologias que foram usadas para auxiliar o presente estudo, elucidando os pontos mais

importantes utilizados e considerados para o estudo.

Será revisado, primeiramente, o Gerenciamento de Processos de Negócios em 2.2,

depois Gestão do Conhecimento no item 2.3, Sistemas de informação logo em seguida em

2.4, logo após Gestão de Desastres em 2.5 e por fim em 2.6 serão dadas as considerações

finais sobre a revisão.

2.2. Gerenciamento de Processos de Negócios (BPM –

Business Process Management)

A palavra processo refere-se a um certo tipo de atividade que tem seus

procedimentos bem definidos e um curto tempo de duração, porém a sua frequência de

ocorrência é alta, ou seja, é uma atividade que é feita muitas vezes durante um período pré

definido. Também como definição de processos temos que é “um encadeamento de

atividades executadas dentro de uma companhia ou organização, que transformam entradas

em saídas” (BALDAM et al., 2011). Ou seja, processos são ativados por um gatilho, como

por exemplo em um sistema de cobrança de cheques, quando um cheque é depositado, é

feita a sua verificação que pode se ter como resultado o cheque ser compensado ou não, ou

seja, a partir da entrada de um cheque a saída do processo é a compensação deste ou não.

Na figura 1 tem se a contextualização da visão sistêmica de processos e os elementos de

entrada e saída.

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A Figura 1 ilustra o contexto em que um processo está envolvido, mostrando os tipos

de influências internas à uma organização, ou seja, quais os atores e informações que

influenciam no funcionamento desse processo, e também as de influências externas. O

processo em si é mostrado como uma “caixa preta” onde temos as entradas que são

processadas gerando saídas.

De acordo com (Scheer, 2006, apud BALDAM et al., p. 25, 2011), a visão de

processos procura entender “o que precisa ser feito e como fazê-lo”.

Uma maneira de se entender os tipos de processos de uma organização é o modelo

proposto por (Scheer, 2006, apud BALDAM et al., p. 22, 2011) que classifica os processos

em três tipos:

Figura 1 - Visão sistêmica dos processos

Fonte: BALDAM et al (2011)

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• Processos de governança: envolvem processos como gerenciamento de

conformidades, gerenciamento de riscos, Business Intelligence, processos de

BPM, desenvolvimento de estratégia, desenvolvimento de negócios e

arquitetura empresarial;

• Processos de gerenciamento: abrangem as atividades diárias e mais comuns

de gerenciamento da organização.

• Processos operacionais: destinados a desenvolver as atividades fins da

empresa.

Nos processos tem-se a presença dos atores, ou seja, são partes integrantes dos

processos, as quais tomam decisões, enviam mensagens e interagem direta ou indiretamente

nos processos.

O termo gerenciamento em processos tem a ver com o entendimento, o desenho, a

execução e a otimização das atividades de negócio envolvendo pessoas ou atores, processos,

sistemas e estratégias.

2.3. Notação de Modelagem de Processos de Negócios

(BPMN – Business Process Modeling and Notation)

Como apoio à BPM tem-se o BPMN (Business Process Model and Notation) que é

uma linguagem unificada de diagramação, ou seja, uma notação gráfica formada por um

conjunto de figuras para representar modelos de processos que captura a lógica das

atividades, mensagens entre vários participantes e toda informação necessária para que um

processo possa ser avaliado, testado e implementado com semântica rica e precisa.

Segundo White (2004), a Business Process Management Initiative Organization

(BPMI) foi quem desenvolveu o padrão Business Process Modeling Notation (BPMN). A

primeira especificação foi liberada ao público em maio de 2004. Essa especificação teve em

torno de dois anos de esforços do BPMI Notation Work Group. O objetivo principal era

prover uma notação que fosse simples de entender por todos envolvidos nos processos,

desde os analistas de negócios que criam os rascunhos iniciais dos processos, os

desenvolvedores técnicos responsáveis pela implementação das tecnologias que serão

usadas nesses processos, e finalmente aos que irão monitorar e gerenciar esses processos.

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A BPMN consiste em um conjunto de símbolos que são empregados para capturar

as etapas de um processo, ou seja, há símbolos para capturar as atividades, as mensagens

que são passadas de um processo para outro, as decisões que são tomadas durante um

processo.

Utilizando a BPMN é possível representar o funcionamento de um processo de

maneira simplificada, ao invés de termos o processo representado apenas como uma “caixa

preta”, a qual processa entradas e produz saídas, temos uma representação dos elementos

internos ao processo. Com a modelagem correta conseguimos identificar quais são os

eventos que disparam tais processos, qual é a comunicação que ocorre entre os

departamentos de uma organização em cada processo, quais são os seu atores (internos e

externos), e qual o produto final de cada processo.

2.4. Gestão do Conhecimento

Atualmente com o uso intensivo da informática em organizações no auxílio às

comunicações e processos, é gerado um grande volume de dados, os quais devem ser

armazenados e gerenciados. Portanto torna-se necessário compreender e registrar esse

conhecimento adquirido, saber armazenar de forma inteligente, gerenciar e usar esse

conhecimento, com a finalidade de aprender e padronizar os processos em organizações.

Vê-se que a Gestão do Conhecimento é uma atividade inerente ao ser humano, ou

seja, toda vez que deseja-se resolver um problema recorre-se às experiências que já foram

vividas, experiências essas que se resumem em conhecimentos e habilidades necessárias

para a resolução desses problemas. Quando se possui o conhecimento ou as habilidades

necessárias, recorre-se às redes de contatos que são formadas informalmente, às quais são

consultadas para o auxílio e obtenção de conhecimento para a resolução dos problemas

atuais.

A aplicação da Gestão do Conhecimento é sobre a utilização do conhecimento

especifico adquirido, de uma sociedade, ou um departamento em uma organização ou

qualquer tipo de grupo, ou seja, cada parte envolvida, saber como gerenciar, armazenar e

compartilhar seu conhecimento com o propósito de facilitar a resolução de um problema ou

alcançar um objetivo em comum segundo (ROBERT, 2005).

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De acordo com Madanmohan (2005), é importante manter em mente que apenas a

tecnologia não é suficiente para a prática da Gestão do Conhecimento. É necessário que

mesmo que não haja tecnologia, tenha-se uma plataforma de compartilhamento fácil de usar,

que é uma importante ativadora do uso do conhecimento adquirido.

Alguns dos itens que são chave para o suporte da Gestão do Conhecimento, são:

• Aplicações baseadas na web;

• Dispositivos móveis;

• Interface amigável;

• Acesso da organização à estruturas de Gestão do Conhecimento;

• Estrutura padronizada;

Vale a pena ressaltar que a essência da Gestão do conhecimento é centrada nas

pessoas, e não na tecnologia, porém a tecnologia serve de grande apoio a essas práticas

(MADANMOHAN, 2005). Disso tira-se a importância entre saber equilibrar até onde vai o

limite da mente humana em armazenar, processar e interpretar o conhecimento e o uso de

Sistemas de Informação no apoio da Gestão do Conhecimento. Todavia, com o grande

volume de informações geradas hoje em dia, ocasionalmente pode ser impossível para a

uma pessoa por si só entender, gerenciar e armazenar todas essas informações.

Segundo (Braga, Santos, & Vinicius, 2011) se faz útil algumas ferramentas da

Gestão do Conhecimento:

1. Revisão de Ações Realizadas: que objetiva capturar as lições aprendidas

durante e após algumas atividades;

2. Comunidades de Prática: são grupos de pessoas que compartilham seus

conhecimentos em uma área do saber, na qual são especialistas;

3. Melhores Práticas: buscam identificar, capturar e compartilhar as melhores

práticas nas diversas atividades dos processos;

4. Captura de Conhecimento: processo para evidenciar o conhecimento de

especialistas e disponibilizá-lo para outras pessoas na organização;

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5. Entrevistas de Desligamento: consiste em manter na organização o

conhecimento de pessoas saindo.

Vê-se que as atividades de Gestão do Conhecimento não servem apenas para ensinar

a guardar, organizar e a utilizar o conhecimento, mas também provê uma compreensão

maior da própria organização, saber o momento para aplicar esse conhecimento adquirido,

compartilhar e manter tudo que é relevante dentro da própria organização.

A Gestão do Conhecimento se torna importante a partir do momento em que a

organização que a utiliza consegue aprender com erros que já foram cometidos

anteriormente evitando que os mesmos ocorram novamente, enxergar maneiras de facilitar

seus processos, incentivar o compartilhamento do conhecimento entre seus integrantes e

melhorar o seu entendimento por partes externa à organização.

2.5. Sistemas de Informação

Parte muito importante de uma organização, os Sistemas de Informação (SI) são os

principais responsáveis pela coleta, recuperação e processamento do grande volume de

informações que são submetidas e geradas por ela.

Para entender os Sistemas de Informação e suas funções, primeiro é necessário

entender o conceito de um sistema. Na sua forma mais simples, um sistema é um conjunto

de componentes inter-relacionados, com limites bem definidos, trabalhando todos juntos

para atingir um objetivo em comum (O´BRIEN, MARAKAS; 2005). Pode-se inferir a partir

dessa definição que um Sistema de Informação não precisa necessariamente ser complexo e

composto por computadores (hardware), internet e softwares. Sistemas mais simples podem

ser classificados como um Sistema de Informação, como por exemplo um semáforo, que

indica ao motorista o momento em que ele deve parar ou prosseguir, pois nele há

informações que são processadas, no caso o tempo de espera do motorista, informações que

são recuperadas ou transmitidas, ou seja, quando o motorista deve parar ou seguir.

Entretanto, um semáforo é um sistema relativamente simples, pois não há processamento de

grandes volumes de informações e seu entendimento e uso são claros.

Antes de explorar os benefícios do uso de um Sistema de Informação, é necessário

entender os quatro níveis hierárquicos da informação, segundo (URDANETA, 1992, apud

Moresi, 2000):

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• Dados;

• Informação;

• Conhecimento;

• Inteligência.

(Moresi, 2000) afirma que os dados compreendem a classe mais baixa de

informação, ou seja, dados são sinais que ainda não foram processados, avaliados ou

interpretados. A próxima classe é a da informação, aonde os dados já foram processados

previamente e que podem ser entendidos mais facilmente. Depois da informação temos a

classe do conhecimento, que são as informações e dados avaliados de acordo com a sua

confiabilidade, relevância e importância. E por último temos a inteligência que pode ser

entendida como a informação na forma de uma oportunidade e pode ser usada com o fim de

obter-se uma vantagem no ambiente considerado.

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Os Sistemas de Informação são muito importantes no auxílio à tomada de decisões,

pois podem apoiar o entendimento de uma situação, a visualização de um cenário e criar

condições para que o planejamento seja realizado e as ações possam ter um caráter mais

efetivo (MORESI, 2000).

Com o uso dos Sistemas de Informação uma organização ganha muito poder de

entendimento sobre si mesma e sobre o ambiente ao seu redor, conseguindo ser mais ágil no

processamento de suas informações, transformando-as em conhecimento que pode ser

utilizado no auxílio à tomada de decisões.

Um Sistema de Informação é um grande aliado para as organizações que se

interessam em incorporar atividades de Gestão do Conhecimento em seus processos, pois

eles fornecem meios ágeis e confiáveis de armazenamento e processamento das

Figura 2 - Hierarquia da Informação

Fonte: Moresi (2000)

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informações, auxiliando principalmente no acesso e compartilhamento do conhecimento

adquirido.

2.6. Gestão de Desastres

Desastres são eventos que proporcionam impactos negativos em uma sociedade, ou

seja, estes podem trazer prejuízos financeiros, físicos e até causar mortes. As ocorrências de

desastres têm atingido com severidade, um número maior de pessoas, devido ao aumento da

concentração habitacional em áreas perigosas (Braga, Santos, & Vinicius, 2011, p. 2), sendo

este um dos maiores motivos da ocorrência de desastres no Brasil relacionados a eventos

naturais.

Segundo (Araújo, 2012) desde o surgimento do homem na terra, houve a necessidade

de lidar com crises de todos os tipos. Viver sob a face da terra constitui ainda um

determinado risco, ou seja, desde o seu surgimento o homem convive com a iminência de

desastres ou por falta de conhecimento da população que vive em áreas de risco ou por falta

de políticas públicas que protejam as áreas de risco.

A Gestão de Desastres é a atividade de lidar com riscos, e segundo (Alexander, 2007)

é constituída por quatro fases: a redução de riscos; preparação; gestão de emergências; e a

restauração e reconstrução, como pode ser visto na figura 3.

Figura 3 - Ciclo da Gestão de Desastres

Fonte: Braga et al. (2011)

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A fase de redução de riscos trata da prevenção de emergências e a minimização de

seus efeitos perante à sociedade; A fase de preparação cuida das atividades de preparação

para tratar uma emergência; A fase de gestão de emergências abrange todas as atividades

relacionadas com as reações a uma situação de emergência; E por fim, a fase de restauração

e reconstrução que engloba as atividades de recuperação (Haddow, et al., 2007, apud Braga,

Santos, & Vinicius, p. 4).

Segundo Araújo (2012), os desastres podem ser classificados quanto às suas

ocorrências:

• Súbita: desastres que ocorrem de maneira inesperada, sem que haja tempo

suficiente para o preparo contra seu impacto;

• Cíclica: desastres que ocorrem ao longo da história, estabelecendo uma

periodicidade de forma que haja tempo para as ações preventivas de proteção.

A partir desta classificação, é visto a importância do interesse do poder público em

minimizar os efeitos causados por desastres cíclicos e investir na previsão dos desastres que

ocorrem de forma súbita.

É imperativo para uma organização que tem como seu oficio enfrentar desastres ter

um plano de contingência bem estabelecido, ou seja, ter um plano destinado a minimizar os

efeitos dos desastres que são previstos em determinadas áreas, gerindo de forma otimizada

o emprego de recursos (Araújo, 2012).

2.7. Considerações Finais

Neste capítulo foi disponibilizada a base teórica necessária para compreender o

trabalho realizado nesse estudo de caso sobre a Defesa Civil de Piracicaba. Foram

apresentados todos os conceitos utilizados para o entendimento do estado atual de todo o

funcionamento da Defesa Civil em nível processual.

A partir da teoria que foi discutida nesse capítulo temos a realização da modelagem

dos processos da Defesa Civil de Piracicaba baseada em BPM e BPMN, uma análise das

atividades informais de Gestão do Conhecimento baseadas em Sistemas de Informações.

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No próximo capítulo será descrito o desenvolvimento do trabalho, discutindo-se o

estudo que foi realizado na Defesa Civil de Piracicaba, tendo em vista os resultados obtidos

na entrevista realizada.

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CAPÍTULO 3: DESENVOLVIMENTO DO

TRABALHO

3.1. Considerações Iniciais

Devido ao aumento dos desastres de caráter natural que vem ocorrendo no Brasil

desde a década de 1970, e o consequente aumento das populações que são atingidas por tais,

torna-se necessária a inclusão de metodologias e padrões bem definidos e maduros, que

apoiem a ação dos órgãos responsáveis pelo socorro à população.

Esse trabalho visa aplicar métodos de BPM para fazer uma análise dos processos

envolvidos na Defesa Civil de Piracicaba quando ocorre uma enchente no Rio Piracicaba,

ou no Ribeirão do Piracicamirim.

3.2. Sistemas de Gestão de Desastres

Foi realizado um estudo de caso da Defesa Civil de Piracicaba, a fim de modelar

todos os seus processos e entender o seu funcionamento, desde o monitoramento das

previsões de chuvas na cidade e no estado de São Paulo, o momento em que a Defesa Civil

entra em estado de alerta, as ações que são tomadas quando ocorre uma enchente, o que é

feito após uma enchente, e a comunicação entre a Defesa Civil de Piracicaba e as Defesas

Civis das cidades que estejam interligadas pelos Rios Piracicaba, Corumbataí e o Ribeirão

do Piracicamirim.

3.3. Descrição das Atividades Realizadas

Serão descritas nessa seção todas as atividades que foram executadas nesse projeto.

Uma entrevista estruturada foi realizada com a Defesa Civil de Piracicaba no dia 30 de

agosto de 2012 com o Capitão da Guarda Civil e com o Secretário Executivo da Defesa

Civil. Essa entrevista permitiu fazer a modelagem de todos os processos envolvidos em uma

enchente, e também serviu de auxílio para identificar se na Defesa Civil de Piracicaba são

utilizados Sistemas de Informação aliados ao uso das técnicas de Gestão do Conhecimento.

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Neste trabalho foi obtido a modelagem dos processos da Defesa Civil de Piracicaba

no estado “as is”, ou seja, no estado atual. E a partir da análise destes pretende se sugerir os

processos “to be”, ou seja, sugerir melhorias ao longos dos processos.

O tópico 3.3.1 aborda o conteúdo da entrevista realizada e o tópico 3.3.2 será

analisada a modelagem dos processos.

3.3.1. Estudo de caso

Foi criado um roteiro de entrevista, baseado na leitura de artigos que descreveram os

desastres naturais que já ocorridos no Brasil (com foco em enchentes), como os desastres

que ocorreram em Santa Catarina em 2008 e no Rio de Janeiro em 2011, que foram

fatalidades de grandes proporções que superaram a capacidade local de resposta, deixando

inúmeras pessoas desabrigadas, mortos e muitos prejuízos financeiros.

O principal intuito dessa entrevista foi verificar o fluxo de informações dentro da

Defesa Civil de Piracicaba quando é identificada uma ameaça eminente de enchente, como

funciona a comunicação entre as Defesas Civis de Piracicaba e das cidades adjacentes que

são interligadas pelos rios, no caso Americana, Atibaia e Capivari. As duas primeiras estão

localizadas ao longo do Rio Piracicaba, e a última, cujo rio leva o mesmo nome da cidade,

desagua no Ribeirão do Piracicamirim. As perguntas elaboradas para a entrevista podem ser

consultadas no apêndice A. Com a entrevista foram elucidados pontos importantes sobre o

funcionamento da Defesa Civil de Piracicaba, por exemplo qual a época em que ocorrem as

enchentes, como funciona o monitoramento dos rios, quais são os órgãos envolvidos no

plano de prevenção de enchentes, qual o papel da Guarda Municipal quando ocorrem

enchentes etc.

Durante a entrevista pode-se constatar que a Defesa Civil de Piracicaba é uma

comissão formada pelas doze secretarias da prefeitura, onde o Capitão da Guarda Civil é o

seu presidente e também tem um secretário executivo.

A Defesa Civil tem um plano de prevenção de enchentes que consiste na

identificação das áreas de risco, as quais tem o seu monitoramento intensificado pelos

agentes da prefeitura nas épocas de chuva. Todas as famílias que habitam as áreas de risco

são cadastradas pela Defesa Civil, cadastro esse que contém telefone da casa, os moradores

e para onde a família irá em caso de enchente. Ainda no plano de prevenção de enchentes

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constatou-se que quando a Defesa Civil entra em estado de alerta, ou seja, quando constata-

se que o nível do rio ultrapassou 4,5 metros através de uma régua, que está presente em uma

das áreas de risco, todos os veículos e máquinas pesadas (retro escavadeira por exemplo) do

município ficam à disposição da comissão para a eventual remoção da mobília das famílias

que residem em áreas de risco, e a posterior limpeza das vias afetadas pelas enchentes.

Existe um acordo vigente entre a Defesa Civil de Piracicaba e a CPFL (Companhia

Paulista de Força e Luz), no qual a segunda realiza o monitoramento do clima em todo o

estado, e ao identificar chuvas muito intensas e que se localizam ao longo do rio, esta alerta

a Defesa Civil sobre a ocorrência das chuvas com duas horas de antecedência.

O rio Piracicaba tem a sua cabeceira no extremo sul do estado de Minas Gerais,

entretanto apesar de um monitoramento intensivo das chuvas no estado de São Paulo, não

existe monitoramento sobre chuvas que possam ocorrer em Minas Gerais e afetar o volume

do rio na cidade. Este ainda é represado na cidade de Americana, que fica a 37 km de

Piracicaba, e quando a barragem de Salto Grande atinge seu limite suas comportas são

abertas para que não haja alagamento e outros prejuízos maiores à barragem. Quando ocorre

essa abertura a Defesa Civil de Piracicaba também é avisada, porém a água liberada com a

abertura da barragem demora em média 8 horas chegar à Piracicaba.

Na maior parte do ano a Defesa Civil de Piracicaba se encontra ociosa, pois a maioria

dos desastres que ocorrem na cidade são relacionados às chuvas que ocorrem em maior

volume e periodicidade entre os meses de outubro e fevereiro. Quando a entrevista foi

realizada a Defesa Civil não era acionada há mais de 5 meses, ou seja, desde março. Isso

causa entraves para a contratação de mão-de-obra especializada para a Defesa Civil, pois é

um profissional de alto custo quer permanece ocioso a maior parte do tempo.

Um outro fator que pode levar o aparecimento de pontos de alagamento e até mesmo

enchentes, é a falta de conscientização da população com relação ao descarte de lixo. Pode-

se observar que não existem campanhas nesse sentido e além disso não existem iniciativas

dentro do ensino estadual e municipal que levem os alunos a criarem um senso de educação

ambiental.

As únicas atividades de Gestão do Conhecimento, apesar de serem informais, que

ocorrem em todo o processo são: o cadastro das famílias que moram em áreas de risco e o

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cadastro dos funcionários das outras secretarias. O uso de Sistemas de Informação se limita

apenas ao uso dos sites de meteorologia que informam a previsão de chuvas na região do

rio.

Foram vistos vários pontos sobre o funcionamento da Defesa Civil em Piracicaba

que ajudam a entender e esclarecer melhor seus processos e seu funcionamento. Porém, a

população da cidade na sua grande maioria não sabe que existe a Defesa Civil ou qual o seu

trabalho.

3.3.2. Modelagem dos Processos

A modelagem dos processos da Defesa Civil de Piracicaba foi feita para obter uma

representação gráfica e formal de seus processos e atividades incorporadas a eles com o

objetivo de se obter um maior entendimento sobre seu funcionamento, tendo em mãos

ferramentas que simplifiquem a sua representação, que deem um maior auxílio para

identificação do fluxo de informações fazendo com que seja possível detectar quais são os

órgãos que estão envolvidos em cada ação.

Foi utilizada como apoio para a modelagem dos processos da Defesa Civil de

Piracicaba a revisão bibliográfica sobre BPM e as técnicas de BPMN para se obter um maior

grau de abstração, ou seja, para conseguir ter um modelo fiel à realidade, porém que suas

informações estejam representadas de uma forma mais geral.

O uso dessa ferramenta teve o objetivo de facilitar a captura dos processos que

ocorrem dentro e fora da Defesa Civil de Piracicaba, para facilitar a identificação dos tipos

de eventos que são os gatilhos que iniciam os processos, quais são os atores envolvidos em

cada processo quais são as decisões que são tomadas por eles, e quais são as informações de

entidades externas que influenciam diretamente no fluxo do processo.

Com a utilização do BPM e do BPMN, é possível ter uma maior formalização e

conformidade entre os processos que compõem uma organização, entendendo-se inclusive

como que funciona o fluxo de informação dentro de cada atividade, tendo em vista melhorar

a performance através do gerenciamento dos processos e também a melhoria contínua dos

mesmos. A partir dessa formalização, é mais intuitivo e simples revisar os processos da

organização, a fim de se obter inovação nos mesmos.

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3.4. Resultados Obtidos

Nesta seção serão mostrados e descritos todos os resultados obtidos com a entrevista

e a aplicação da BPMN, na modelagem dos processos da Defesa Civil de Piracicaba.

Foi identificado, no que tange às enchentes, que a Defesa Civil de Piracicaba possui

três importantes processos: o processo de prevenção de enchentes, o processo de retirada

das famílias que habitam áreas de risco e o processo de recuperação após as enchentes.

Primeiramente será discutido sobre o processo de prevenção de enchentes, no qual o

principal ator do processo é a Defesa Civil de Piracicaba, porém há a presença de atores

externos que são a CPFL, as Defesas Civis de Capivari e Atibaia e a Barragem de Salto

Grande. Com a modelagem desse processo é possível identificar facilmente o fluxo de

informação que ocorre nos processos internos à Defesa Civil e quais são as interferências

causadas por atores externos no fluxo do processo e da informação.

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Figura 4 - Plano de prevenção de enchentes

Fonte: Elaboração do autor

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A partir da análise da Figura 3, pode-se ver claramente que o começo das atividades

da Defesa Civil se dá no início das épocas das chuvas em Piracicaba, ou seja, entre os meses

de setembro e outubro, assim durante os meses que não há chuvas a Defesa Civil permanece

ociosa. O processo de prevenção de enchentes é bem definido, é possível identificar como

marcos importantes a altura do rio, que é medido por uma régua que está localizada em uma

das áreas de risco do rio e, caso ultrapasse 4,5 metros, faz com que a Defesa Civil de

Piracicaba entre em estado de alerta. A previsão do tempo é outro marco importante na

tomada de decisões desse processo, pois, se há previsão de chuvas na região do rio

Piracicaba e a altura do rio é preocupante, a Defesa Civil também entra em estado de alerta.

Caso a altura do rio ultrapasse 4,8 metros ocorre o fechamento das vias que estão em

áreas de risco, o monitoramento das previsões de chuvas, da régua do rio que mede a altura

do mesmo e das áreas de risco são intensificados. Caso haja previsão de chuvas, ou alguma

mensagem dos atores externos aos processos da Defesa Civil indicando eventos que possam

afetar a altura do rio, todas as famílias que residem em áreas de risco são retiradas. O

processo de retirada foi separado em outro processo, e é ilustrado na Figura 4.

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Após ser constatado que o rio irá atingir a moradia daqueles que residem nas áreas

de risco, é iniciado o processo de retirada das famílias, que é realizado pela Guarda

Municipal. Pode-se ver que esse processo é simples e as informações que o disparam podem

ser as informações internas ao plano de prevenção de enchentes ou pelas informações dos

Figura 5 - Processo de retirada das famílias das áreas de risco

Fonte: Elaborada pelo autor

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atores externos a esse processo. Como a Defesa Civil já se encontra em estado de alerta, o

que pode ser constatado no processo anterior, é que todas as máquinas, caminhões e

trabalhadores braçais se encontram a sua disposição para retirada dessas famílias. A partir

do cadastro feito anteriormente de todas as famílias que moram nas áreas de risco, a Defesa

Civil tem o conhecimento de onde cada família se encontra, após ter sido retirada de suas

casas.

Ao constatar que não há mais previsões de chuvas e que o nível do rio está

abaixando, é iniciado o processo de recuperação, que consiste em fazer a limpeza das vias

que foram afetadas pelas enchentes, retirando todo o lixo e barro que são trazidos pela

correnteza do rio, essas vias são liberadas para o trânsito normal e as famílias podem retornar

para as suas casas, como visto na Figura 5.

No processo de recuperação não há a intervenção de nenhum ator externo, ou seja,

não existem atores externos a não ser a Defesa Civil de Piracicaba e a Guarda Municipal,

que produzam informações durante os processos anteriores que possam interferir no seu

andamento ou cancelameto.

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3.5. Dificuldades, Limitações e Trabalhos Futuros

Durante a confecção desse trabalho, foram encontradas diversas e obstáculos

impostos.

Figura 6 - Processo de recuperação

Fonte: Elaborada pelo autor

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A primeira das dificuldades foi conseguir acesso à Defesa Civil de Piracicaba, pois

como o órgão não é muito conhecido pela população e pelos funcionários da prefeitura,

muitas informações sobre a Defesa Civil foi passada erroneamente. Tais como: a

localização, e a qual secretaria a Defesa Civil é subordinada, seu telefone, quem seria o

secretário e quem será o capitão. Também foi muito difícil conseguir um contato com o

Capitão e o Secretário Executivo da Defesa Civil.

Como mostrado nesse trabalho no Brasil não há uma cultura consolidada em relação

à cultura de Gestão de Desastre, por este motivo o número de referências torna-se diminuto,

apesar do auxílio do orientador.

Além disso, é difícil ter uma visão menos lógica dos assuntos abordados, pois no

curso de Ciência de Computação preza-se pelo raciocínio lógico, e conseguir ter um olhar

mais críticos sobre os assuntos abordados que não vemos com muita frequência no curso,

torna-se uma tarefa árdua.

Para trabalhos futuros fica a ideia de buscar o entendimento do funcionamento de

toda a Defesa Civil no Brasil, no que envolve as esferas municipal, estadual e federal, a fim

de ser possível identificar melhorias e padrões em todos os processos.

3.6. Considerações Finais

Neste capítulo foram apresentados o uso de todas as tecnologias, metodologias e

padrões, que foram usados para a análise dos processos da Defesa Civil de Piracicaba

quando ocorre uma enchente, em quais partes dos estudos se encaixam e o porquê do seu

uso.

Foi feita a modelagem dos processos da Defesa Civil de Piracicaba quando ocorre

uma enchente. É interessante notar que muitas organizações têm seus processos muito bem

estruturados, porém por falta de ferramentas ou do conhecimento delas, tais organizações

não conseguem representá-los de uma forma mais clara e objetiva. Com essas formalizações

tornar-se mais fácil e simples diagnosticar gargalos nos processos, identificar pontos com

erros, falha de comunicação entre os atores dos processos, pontos fracos, acertos, etc. A

partir desses pontos a organização pode trabalhar de forma mais objetiva a fim de redesenhar

seus processos e torná-los mais eficientes e eficazes.

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Na Figura 4, está modelado todo o processo do plano de prevenção de enchentes,

pode-se sugerir alguns pontos de melhoria como por exemplo o uso de um sistema de

informação baseado na Web e unificado, que vem de encontro com uma proposta realizada

pelo CONFEA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), em abril de

2011, nesta proposta foram citados alguns tópicos como a criação de uma plataforma

nacional de redução de riscos de desastres, modelo de gestão para redução de riscos de

desastres, mitigação e eliminação de situações de riscos de desastres.

Para facilitar o acesso das Defesas Civis às informações necessárias para a tomada

de decisão, esse sistema apresentaria o resultado do monitoramento de todos os rios do

Brasil, quanto ao seus níveis e vazões, e cada cidade teria acesso aos dados pertinentes aos

rios que cruzam seus territórios. Este sistema deve ser usado na fase de monitoramento dos

rios, e este uso seria intensificado no início da época das chuvas em cada cidade.

Já existe no Brasil iniciativas semelhantes à sugerida acima, por exemplo, em Itajaí-

Santa Catarina, é feito o monitoramento em tempo real dos pluviômetros e dos pontos

críticos dos quatros rios que passam pela cidade: Itajaí-Açu, Itajaí-Mirim, Ribeirão da Murta

e Ribeirão Canhanduba. Este sistema de monitoramento está disponível online no site da

Defesa Civil de Itajaí e pode ser visto nas Figuras 7 e 8, porém essa é uma iniciativa isolada

da Defesa Civil da cidade.

Figura 7– Medição dos pluviômetros de Itajaí

Fonte: Defesa Civil de Itajaí

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No que tange ao uso das atividades de Gestão do Conhecimento torna-se importante

enfatizar o uso de suas ferramentas em pontos específicos dos processos da Defesa Civil.

Como o armazenamento de informações como os históricos de enchentes, históricos dos

monitoramentos dos rios, cadastros das famílias e funcionário. Porém além desse

armazenamento essa informação deve ser usada em análises posteriores para a melhoria dos

processos e aprimoramento dos planos de prevenção de enchentes. Outro ponto importante

a ser armazenado é todo o funcionamento e projetos da Defesa Civil, pois caso haja a troca

Figura 8 – Sistema de monitoramento remoto do nível dos rios de Itajaí

Fonte: Defesa Civil de Itajaí

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na gestão da mesma, torna-se mais fácil aos sucessores retomarem os trabalhos da maneira

que estavam sendo realizados.

E também relacionado a criação da plataforma nacional de redução de riscos de

desastres, torna-se importante a integração entre as Defesas Civis do Brasil, para um melhor

compartilhamento de informações e exemplos de projetos.

O uso dos Sistemas de Informação e de atividades de Gestão do Conhecimento,

podem integrar, padronizar e agilizar o funcionamento das Defesas Civis no Brasil em nível

nacional.

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CAPÍTULO 4: CONCLUSÃO

4.1. Contribuições

Com a conclusão deste trabalho e a modelagem dos processos da Defesa Civil de

Piracicaba, foram geradas contribuições para a análise do funcionamento das Defesas Civis

no país em um modo geral, por ainda não haver uma conformidade na gestão de desastres

no Brasil.

O desenvolvimento deste trabalho possibilitou o contato técnicas de Gestão do

Conhecimento e de Gerenciamento de Processos de Negócios, que são assuntos não muito

abordados na grade curricular, que porém têm muito a adicionar profissionalmente ao aluno.

4.2. Considerações sobre o Curso de Graduação

Tudo começa quando nos é colocado um dos maiores desafios das nossas vidas, que

é escolher uma profissão, escolher uma faculdade e enfrentar todo o processo de ingresso

em uma instituição pública. Essa escolha que é feita ainda em nossa juventude vai refletir o

que seremos pelo resto das nossas vidas.

Após passar pelo vestibular surge uma das maiores dúvidas, momentâneas, que se

enfrentam na vida acadêmica, será que essa escolha é a correta?

Dentro do curso encontramos muitas matérias que nos motivam a gostar da

computação, porém ainda vemos muitas limitações no curso. Tenho para mim que o nosso

curso tem um rigor acadêmico muito forte, ou seja, o maior objetivo da nossa instituição é

formar pesquisadores que entendam apenas de matemática e computação. Não nos dá uma

maior opção para se voltar ao mercado e entender o mundo.

O que deixo como sugestão de quem gosta de computação, mas não com um caráter

de pesquisador ou desenvolvedor, seria talvez criar algumas matérias, optativas, que dêem a

oportunidade para o aluno pode moldar seu curso como queira, seja esse molde com um

enfoque gerencial, ou de projetos por exemplo. Assuntos estes que são extremamente

relacionados à computação, porém não temos tantas oportunidades de vê-los dentro da

universidade.

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31

No mais tenho uma imensa gratidão aos professores que são pacientes no ensino, que

se importam para que o aluno aprenda e que enxergam os alunos não simplesmente como

uma distração de suas pesquisas, mas como a oportunidade de formar pessoas e profissionais

com uma visão de mundo ampla.

Obrigado ICMC!

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REFERÊNCIAS

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Araújo, S. B. Administração de Desastres. 2012.

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Braga, M. D. M., Santos, P. M., & Vinicius, M. Aplicação das Técnicas de Gestão do Conhecimento no Gerenciamento de Desastres Naturais. 111–125. 2011.

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Madanmoham , R. Knowledge Management Tools and Techniques: Practitioner and Experts Evaluate KM Solutions. Oxford, Elsevier, 2005, p. 438.

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O´Brien, J. A., & Marakas, G. M. Introduction to Information Systems. McGraw-Hill 2007, 626 p.

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Santos, R. F. dos. Vulnerabilidade Ambiental Desastres naturais ou fenômenos induzidos? – Brasília 2007, 192p.

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APÊNDICE A – Perguntas da entrevista

Neste apêndice encontram-se as perguntas que foram abordadas durante a entrevista

que foi realizada com a Defesa Civil de Piracicaba.

Perguntas: 1. Existe algum tipo de atividade de Gestão do Conhecimento na Defesa Civil

de Piracicaba?

2. Sobre as áreas de risco:

a. Como são classificadas as áreas de risco?

b. Como funciona o monitoramento das áreas de risco?

c. Qual o tipo de evento que funciona como um alerta para intensificar

o monitoramento nas áreas de risco?

3. Sobre incentivos públicos:

a. Qual a proveniência desses recursos?

b. Em que tipos de ações, obras são aplicados esses recursos?

4. Sobre políticas de prevenção, prevenção, proteção e recuperação:

a. Na área de previsão: como a Defesa Civil trabalha para prever que irá

acontecer uma enchente?

b. Na área de prevenção: qual o trabalho da Defesa Civil na prevenção

de desastres?

c. Na área de proteção: quais são as obras e as medidas tomadas para

evitar um desastres?

d. Na área de recuperação: quais são as ações tomadas depois da

ocorrência de um enchente?

5. Existe o uso de Sistemas de Informação envolvido na transmissão de dados e

informações durante um evento? E nas comunicações?

6. Quais são os órgãos públicos envolvidos quando ocorre um enchente?

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7. Quando foi criada a Defesa Civil em Piracicaba?

8. Qual a rotatividade dos membros da Defesa Civil?

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APÊNDICE B – Glossário da Modelagem

São explicados nesse apêndice os termos que foram omitidos na modelagem dos

processos da Defesa Civil de Piracicaba, que estão presentes nas páginas 22, 24 e 26.

Monitoramento do Rio: atividade realizada por agentes da Defesa Civil, que

compreende checar a previsão do tempo em Piracicaba e em toda a região do rio e também

fazer a medição do nível do rio na régua que se encontra em uma das áreas de risco do rio.

Defesa Civil em estado de alerta: monitoramento do rio e das áreas de risco são

intensificados por parte dos agentes da Defesa Civil, todas as máquinas, caminhões e

trabalhadores braçais do município ficam à disposição da Defesa Civil e é disparado o

sistema de alerta à população, que consiste em avisos sobre os riscos de enchentes que são

dados através das rádios da cidade, canal de televisão local e carros de som que transitam

pelas áreas de risco.

Limpar as vias: para a limpeza das vias que foram atingidas pelas enchentes, é

utilizado todo o maquinário da prefeitura que fica à disposição da Defesa Civil e após a

limpeza essas vias são liberadas.

Retirada das famílias: atividade feita pela Guarda Municipal de Piracicaba,

consiste na retirada dos habitantes e dos móveis das casas que serão afetadas pela enchente.