Monografia Capa Grossa 2
-
Upload
wilsa-rodrigues -
Category
Documents
-
view
44 -
download
2
Transcript of Monografia Capa Grossa 2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
LICENCIATURA EM QUÍMICA
ANDRÉ LUIZ NASCIMENTO DE SOUSA
O ALCOOLISMO E AS AULAS DE QUÍMICA
NO ENSINO MÉDIO
FORTALEZA
2009
ANDRÉ LUIZ NASCIMENTO DE SOUSA
O ALCOOLISMO E AS AULAS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO
Monografia submetida à Coordenação do
Curso de Licenciatura em Química da
Universidade Federal do Ceará, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Licenciado em Química.
Orientadora: Profª. Dra. Elisane Longhinotti.
FORTALEZA
2009
ANDRÉ LUIZ NASCIMENTO DE SOUSA
O ALCOOLISMO E AS AULAS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Licenciatura em Química da
Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de
Licenciado em Química.
Aprovada em: ____/____/________.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Profª. Dra. Elisane Longhinotti
Universidade Federal do Ceará - UFC
________________________________________
Profª. Dra. Selma Elaine Mazzeto
Universidade Federal do Ceará - UFC
________________________________________
Prof. Dr. Pierre Basílio Almeida Fechine
Universidade Federal do Ceará - UFC
À minha esposa Wilsa, pela força e
paciência com que suportou
momentos difíceis, enquanto eu
buscava esta conquista.
À memória de minha mãe Maria José
Nascimento Sousa, meu pai José
Valentim de Sousa, e meu irmão José
Nascimento Sousa, que com certeza
exultariam com o meu triunfo.
AGRADECIMENTOS
Primeiro a Deus, por sempre me dar força nos piores momentos,
fazendo-me reerguer sempre, em busca da vitória.
Aos meus colegas que nunca mediram esforços para me ouvir e
ajudar na árdua caminhada.
À professora Elisane, que de pronto, aceitou me orientar e sempre
me incentivou a estabelecer metas e cumprir os prazos previstos para os
trabalhos, contribuindo para meu sucesso nesta jornada.
À professora Selma, que com dedicação e competência, nos
transmitiu o máximo de conhecimentos a fim de propiciar minha vitória e a de
meus colegas nessa empreitada.
E à minha família, em especial minha esposa, por torcer e me
apoiar sempre na busca dos meus objetivos.
RESUMO
O álcool tem sido considerado pela Organização Mundial de Saúde um dos maiores
vilões da saúde pública. No Brasil, o percentual de usuários já ultrapassa os setenta
por cento. Os jovens constituem a camada da população mais vulnerável à ingestão
alcoólica e a idade média em que se inicia o consumo está diminuindo, o que pode
aumentar o número de alcoolistas com menos de 40 anos. O número de
informações a respeito do tema tem sido apontado como fator primordial para a
prevenção dessa problemática. Neste aspecto, objetivou-se levantar dados sobre o
grau de conhecimento detido pelos adolescentes de algumas escolas públicas de
Fortaleza no que concerne ao álcool e seus desdobramentos, propondo aulas de
Química contextualizadas sobre a temática, como um meio de prevenção nas
escolas. Foi realizada pesquisa de campo, com aplicação de 565 questionários. Os
resultados apontaram um elevado número de jovens que fazem uso alcoólico, com
um percentual acima de 70% para ambos os sexos. Quanto ao grau de
conhecimento dos jovens, observou-se que a grande maioria dos que inicialmente
supunha conhecer o assunto, resolveu modificar suas respostas ao término do
questionário, alegando estarem enganados quanto ao que, de fato, sabiam a
respeito. Além disso, nas respostas aos questionários, os adolescentes mostraram
que possuem pouco conhecimento químico que os capacitem a reconhecer e
entender os efeitos do álcool no organismo. O estudo em epígrafe vem mostrar que
se faz necessária uma abordagem mais significativa sobre o tema pelos professores
em sala de aula, especialmente para os adolescentes, de forma contextualizada e
despertando o interesse do educando pelo tema, levando os alunos a refletir sobre
como deverão se portar frente às bebidas, a fim de que não se tornem novos
alcoolistas. O estudo mostrou-se em consonância com outros autores no sentido de
que a informação ministrada sob diversas formas possíveis e aliada a campanhas de
prevenção, projetos ou na ação direta do professor é primordial na tarefa de prevenir
o alcoolismo.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Estrutura química do etanol............................................................. 15
Figura 2: Classificação dos alcoóis................................................................. 15
Figura 3: Esquema reacional de oxidação de alcoóis..................................... 15
Figura 4: Reação de oxidação do etanol pelo dicromato de potássio............. 17
Figura 5: Esquema de formação de aldeído pela oxidação de etanol por cromato........................................................................................... 17
Figura 6: Mecanismo de Formação de ácido carboxílico pela oxidação do etanol por cromato.......................................................................... 18
Figura 7: Esquema de destilação usado em laboratório................................. 20
Figura 8: Alambique, usado na indústria para produção de aguardente........ 20
Figura 9: Comparação da quantidade de alunos por faixa etária................... 28
Figura 10: Comparação do percentual de consumidores do sexo masculino e feminino....................................................................................... 29
Figura 11: Local onde se deu o primeiro contato do adolescente com o álcool.............................................................................................. 30
Figura 12: Análise do nível de conhecimento que o aluno considera ter sobre o álcool.................................................................................. 31
Figura 13: Análise dos conhecimentos gerais dos alunos sobre os efeitos do álcool no organismo........................................................................ 32
Figura 14: Percentuais de acertos da 7ª questão para o 1º e 3º ano.............. 33
Figura 15: Número de acertos da 7ª questão para o 2º ano............................ 34
Figura 16: Número de acertos da 8ª questão para o 2º e 3º anos................... 35
Figura 17: Análise dos conhecimentos químicos do aluno sobre o álcool....... 37
v
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................... 12
2.1 Alcoolismo: Conceituação................................................................ 12
2.2 Aspecto Histórico do Alcoolismo.................................................... 12
2.3 Álcool: a droga preferida entre os estudantes brasileiros............ 13
2.4 Aspectos Químicos do Etanol.......................................................... 14
2.4.1 Definição de álcool.............................................................................. 14
2.4.2 Classificação dos alcoóis..................................................................... 15
2.4.3 Reações de oxidação de alcoóis......................................................... 15
2.4.4 O Bafômetro de Dicromato de Potássio (K2Cr2O7) ............................. 16
2.4.5 Mecanismo das Oxidações por Cromato............................................. 17
2.4.6 Obtenção do etanol: Fermentação e Destilação.................................. 18
2.4.7 Absorção do etanol pelo organismo.................................................... 20
2.4.8 Metabolismo do álcool no organismo.................................................. 22
2.4.9 Oxidação do etanol e a ressaca.......................................................... 24
2.4.10 O Etanol no Sistema Nervoso Central (SNC) ..................................... 24
3 OBJETIVOS........................................................................................ 25
3.1 Objetivo Geral.................................................................................... 25
3.2 Objetivos específicos........................................................................ 25
4 METODOLOGIA.................................................................................. 26
4.1 Escolha das escolas para o estudo................................................. 26
4.2 Amostragem de alunos..................................................................... 26
4.3 Questionário...................................................................................... 27
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................... 28
5.1 Avaliação da faixa etária dos alunos entrevistados....................... 28
5.2 Avaliação dos níveis de ingestão de álcool entre homens e
mulheres nos dois grupos de escolas............................................ 28
5.3 Avaliação do local onde se deu o primeiro contato com o álcool 30
5.4 Avaliação do nível de informação a respeito dos efeitos do
álcool no organismo.......................................................................... 31
5.5 Avaliação dos conhecimentos gerais do aluno sobre os efeitos 32vi
do álcool.............................................................................................
5.5.1 Implicações nos neurônios.................................................................. 32
5.5.2 Implicações no Sistema Nervoso Central (SNC) e prejuízos sociais. . 33
5.6 Avaliação de conhecimentos químicos do aluno sobre o álcool. 35
5.7 Avaliação do conhecimento químico do álcool pelos alunos
do 1º Ano............................................................................................ 36
5.8 Prevenção do alcoolismo nas escolas............................................ 38
5.8.1 A relevância da prevenção na escola do Ensino Médio...................... 38
5.8.2 Abordagens preventivas das drogas nas escolas............................... 38
5.9 Medidas sugestivas da prevenção do alcoolismo nas escolas.... 40
5.9.1 A interdisciplinaridade como ferramenta facilitadora das abordagens
preventivas nas escolas...................................................................... 40
5.9.2 Relações entre a Química e outras ciências na abordagem do álcool
na busca pela prevenção do alcoolismo nas escolas.......................... 41
5.9.3 Os livros escolares de Química e de Biologia como instrumentos de
apoio à abordagem do álcool em sala de aula.................................... 41
5.9.4 Análise dos livros adotados pelas escolas no Ensino Médio............... 42
5.9.5 O que os livros escolares poderiam abordar com vistas à prevenção do alcoolismo?..................................................................................... 43
6 CONCLUSÕES................................................................................... 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 46
ANEXO A......................................................................................................... 50
ANEXO B......................................................................................................... 52
vii
8
1 INTRODUÇÃO
As aulas de Química no Ensino Médio têm seu conteúdo normalmente
ligado a modos mecânicos de definições e nomenclaturas, uma forma tradicional de
educação onde resta ao aluno memorizar conteúdos descontextualizados do
cotidiano. O ensino proposto dessa forma não permite ao educando desenvolver o
raciocínio científico nem lhe capacita para o exercício da cidadania, (RODRIGUES
et. al., 2000). Por outro lado, estudos revelam que relacionar a Química com
questões do dia-a-dia, desperta o interesse dos alunos e possibilita um melhor
aprendizado (CARDOSO e COLINVAUX, 2000).
A interdisciplinaridade e a contextualização do que é ensinado, são
modos de abordagens de ensino bastante difundidas atualmente pelo Ministério da
Educação, cuja finalidade é interligar os conteúdos de todas as áreas do ensino,
fazendo uma relação lógica com os problemas do cotidiano, propiciando ao aluno o
desenvolvimento de conhecimentos amplos que correspondam a uma cultura geral e
não apenas de uma disciplina específica (MELLO, 1999). Dessa forma, o professor
de Química pode usar essas ferramentas buscando contribuir de algum modo para
minimização dos problemas que afetam a sociedade.
Dentre estes problemas pode-se citar o consumo de drogas como álcool e
tabaco, que tem causado grande impacto atualmente e foram considerados pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), os maiores vilões da saúde pública mundial
durante o século XX. O tabaco sozinho teria matado mais do que todas as guerras
(cinco milhões de mortos por ano), fazendo um total de meio bilhão em cem anos.
Não menos importante mostra-se o álcool (droga lícita), cuja facilidade de
acesso permite o uso por grande parte da sociedade (quase 70% da população
brasileira já ingeriu bebidas alcoólicas pelo menos uma vez). O custo social
associado ao álcool é maior que o de todas as outras drogas. Seu uso excessivo
causa cirrose, problemas mentais e crises de violência como a doméstica, além de
50% de acidentes de trânsito com vítimas fatais estar associado ao consumo de
álcool (CARNEIRO e VIVARTA, 2005).
Trabalhos recentes mostram que, os maiores fatores de risco para o uso
indevido do álcool estão associados a pessoas que possuem saúde precária, têm
9
fácil acesso às substâncias e não possuem informações adequadas sobre o uso do
álcool e outras drogas (BAUS et. al., 2002; CARNEIRO e VIVARTA, 2005).
Todos estes dados motivaram a formulação deste trabalho, onde se
propõe mais uma forma de contribuir para a prevenção o alcoolismo. Tendo como
oportunidade as aulas de Química do ensino médio, o professor poderá aumentar o
nível de conhecimento e reflexão dos alunos com relação ao álcool, suas
conseqüências para o indivíduo e para o meio em que vive.
A literatura não confirma a eficácia de abordagens exclusivamente
educativas no combate ao alcoolismo. No entanto, acredita-se que políticas públicas
associadas a medidas educativas podem oferecer contribuições significativas no
processo de prevenção ao uso do álcool (VIEIRA et. al., 2006). Além disso, não
estaria fora do papel do professor em Química o fato de procurar conscientizar os
jovens, abordando de forma contextualizada a problemática do álcool, uma vez que,
como detentor do conhecimento e com a oportunidade que os novos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) (VIEIRA et. al., 2006) lhe conferem, pode levantar de
forma contextualizada e interdisciplinar, temas de sua disciplina, estando o
professor, desta maneira, no mínimo omisso, caso não trabalhe essa problemática
de tamanha relevância social.
Outro estudo (GIGLIOTTI, 2004) reforça ainda essa idéia, afirmando que a
política global de conhecimento e combate ao fenômeno do alcoolismo deve
considerar as peculiaridades, as características, os efeitos e as consequências do
uso do álcool. Ora, é conveniente admitirmos que um profissional indispensável
nessa política, seria um professor da área de Química, uma vez que ele além de
deter o conhecimento correlato, está ligado diretamente ao público mais vulnerável
ao álcool, os adolescentes (RONZANI et. al., 2009).
O uso de bebida alcoólica entre os jovens merece bastante
atenção, principalmente porque segundo a maioria das pesquisas realizadas, eles
formam o setor da população mais susceptível ao seu uso. (DEA, 2004) argumenta
que a adolescência e o início da vida adulta são marcados como um dos períodos
de vulnerabilidade aumentada – uma “janela de risco”. Devido a fatores subjetivos
e/ou culturais, nesses períodos (a terceira idade é um deles) ocorre um aumento da
probabilidade de consumo de álcool ou outras drogas e, portanto, dos problemas
associados a esse consumo.
10
Outro fator importante que pode influenciar o consumo alcoólico pelos
jovens, são os meios de comunicação que devem exercer um papel vital na
construção de um debate qualificado e que tenha propostas capazes de subsidiar
adolescentes, jovens, famílias e escolas, no sentido de ocasionar mudanças efetivas
de comportamento. No entanto, a Agência de Notícias dos Direitos da Infância
(ANDI) acompanhou em 2001 os jornais A Notícia (SC), Jornal da Tarde (SP), O
Popular (GO), Valor Econômico (SP) e Zero Hora (RS), e constatou que os temas
tabaco e álcool na adolescência não foram foco central de nenhuma reportagem,
entrevista, artigo ou editorial.
Os mesmos dados também foram obtidos no que se refere à chamada
mídia jovem (suplementos de jornais e revistas dedicadas ao público adolescente),
quando foram avaliadas pela ANDI no mesmo ano, as revistas Atrevida e Toda
Teen, bem como suplementos de diversos jornais, dentre eles Adolescência/O Povo
(CE) (CARNEIRO e VIVARTA, 2005). Sob esse aspecto infere-se que a mídia mais
contribui como fator de risco do que como de prevenção ao uso de álcool pelos
jovens.
11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Alcoolismo: Conceituação
O termo alcoolismo foi empregado pela primeira vez em 1856, pelo
médico sueco, Magnus-Huss, para designar os sinais e sintomas físico-psíquicos
surgidos pela excessiva ingestão de doses elevadas (e por tempo prolongado) de
bebidas alcoólicas (LAPATE, 2001). Jellinek, um dos mais brilhantes pesquisadores
do “Yale Center of Alcohol Studies”, define que o alcoolismo é qualquer uso de
bebidas alcoólicas que ocasione prejuízo físico e/ou interpessoais e correlaciona a
sua existência quando existe a perda da liberdade sobre o ato de beber ao indivíduo,
à sociedade ou a ambos. Essa teoria pode evidenciar uma das maiores
consequências do alcoolismo, o aprisionamento do alcoólatra ou perda de liberdade
sobre o ato de beber (FORTES, 1991). Jellinek considera o alcoolismo como doença
apenas se o indivíduo apresenta tolerância, abstinência e perda do controle sobre a
ingestão etílica.
Na definição da OMS, alcoolismo é uma doença complexa, caracterizada
por causas psicossomáticas presentes no indivíduo antes dela, cujo tratamento
convém recorrer a processos muito abrangentes que compreendem desintoxicação
e outras terapias (BRASIL, 1990). A OMS estabeleceu em 1977 a definição de
alcoolismo como uma Síndrome de Dependência de Álcool (SDA) e publicou um
relatório que procura distinguir esta desordem em duas categorias: o abuso e a
dependência. Tal distinção foi proposta por Edwards e Gross (LAPATE, 2001)
considerando que muitas vezes acidentes graves de trânsito, práticas anti-sociais e
outros problemas, não estão relacionados a pessoas dependentes de álcool.
2.2 Aspecto Histórico do Alcoolismo
O consumo de bebidas alcoólicas remonta aos tempos mais distantes. Há
relatos indicando que os homens primitivos e os animais em geral, já buscavam no
uso de frutas fermentadas, algum tipo de relaxamento e prazer. Ao observar os
animais que faziam uso dessas frutas e apresentavam um comportamento alterado,
12
provavelmente, os homens começaram a fazer uso do suco de frutos fermentados
que possuíam teor alcoólico (FORTES, 1991). É provável que a cerveja, proveniente
da cultura do arroz na Índia ou a da cevada cultivada no velho Egito, tenha sido a
primeira bebida alcoólica elaborada pelo homem em grande escala.
A cachaça, bebida tipicamente brasileira, surgia com a instalação dos
primeiros engenhos de cana de açúcar e aguardente no Nordeste, Rio de Janeiro e
São Paulo, no período colonial alcoólico (FORTES, 1991). Essa bebida, de alta
concentração de álcool, contribuiu sobremaneira para o agravamento do consumo
alcoólico da população brasileira, devido ao baixo preço e consequente popularidade
atingida em todo o país.
Atualmente a situação no Brasil é, no mínimo, alarmante quando vemos
as estatísticas relacionadas ao álcool. Lapate (2001) destaca que o Brasil é o maior
produtor de destilados do mundo, está na quarta posição mundial na produção de
cerveja, perdendo apenas para EUA, China e Alemanha, e o que é mais grave,
destina 90% da produção ao mercado interno.
O mais recente e amplo estudo sobre o consumo de drogas no País
(CARLINE, 2001) envolvendo as 107 maiores cidades do Brasil, entrevistou mais de
8.589 pessoas, com idades de 12 a 65 anos, de todas as classes sociais. Esse
estudo objetivou, entre outros, fazer uma estimativa da prevalência do uso e da
dependência de drogas lícitas e ilícitas, além de avaliar a percepção da população
sobre as drogas, a facilidade de obtê-las, seus efeitos e seus riscos.
A conclusão desse trabalho retratou o comportamento dos brasileiros que
moram nas grandes cidades: para o álcool, o uso na vida foi relatado por 69% dos
sujeitos pesquisados e a prevalência de dependentes foi estimada em 11%, maior
nos homens (17%) do que nas mulheres (6%). Salientam-se as diferenças de
comportamento entre homens e mulheres. Embora todos sejam expostos da mesma
maneira ao consumo de drogas, com o tempo, os homens passam a usar muito
mais essas substâncias do que as mulheres. No caso do álcool, um em seis homens
torna-se dependente. Já para as mulheres, essa razão é de uma para dezessete.
2.3 Álcool: a droga preferida entre os estudantes brasileiros
Segundo estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas Psicotrópicas – CEBRID, o álcool é a droga mais amplamente utilizada pelos
13
estudantes, muito além do tabaco, o qual está na segunda posição (CARLINE,
2002). O uso de álcool tem início bastante precoce na vida desses jovens – 48,3%
das pessoas entre 12 e 17 anos já consumiram bebidas alcoólicas pelo menos uma
vez na vida (CARNEIRO e VIVARTA, 2005).
O uso crônico do álcool apresenta a longo prazo mais complicações do
que todas as outras drogas. Por causa desse longo período de uso até que o
organismo apresente os efeitos mais nocivos da droga, é que dificilmente
encontramos jovens alcoolistas (CARLINE, 2001; MASUR e JANDIRA, 1989).
Entretanto esse quadro pode mudar, uma vez que vem diminuindo a idade em que o
indivíduo começa a beber (CARNEIRO e VIVARTA, 2005).
De acordo com DEA et. al. (2004), em seu estudo sobre o uso de
substâncias psicoativas por estudantes da Faculdade de Medicina da USP,
observaram que o álcool é a droga mais frequente, com 82% de uso na vida, uso no
ano, 76% e uso no mês, 69%. De maneira geral, o álcool é a droga que mais conta
com a aprovação dos alunos, tanto em relação à experimentação quanto ao uso
regular.
Resultados mais acentuados foram ainda observados em estudo sobre o
uso de bebidas alcoólicas por estudantes de Psicologia da PUC-SP e suas atitudes
– o uso na vida foi relatado por 97%, o uso no ano por 95% e o uso no mês por
79,9% dos pesquisados. A maioria (75,1%) relata já ter bebido até à embriaguez, e
23,3% ter-se embriagado no último mês (DEA et. al., 2004).
Todos esses estudos revelam que o álcool se destaca como a droga
preferida pelos adolescentes, ficando até mesmo acima da média de preferência
para a população em geral. Isto preocupa e levanta uma reflexão sobre os fatores
que tornam o jovem mais propenso ao uso dessa droga.
2.4 Aspectos químicos do etanol
2.4.1 Definição de álcool:
Os álcoois são compostos cujas moléculas têm um grupo hidroxila ligado
a um átomo de carbono saturado (SOLOMONS, 2006), Figura 1:
14
Figura 1: Estrutura química do etanol
2.4.2 Classificação dos alcoóis:
Os álcoois são classificados em primários, secundários e terciários,
conforme o tipo de carbono ao qual esteja ligado o grupo hidroxila (-OH):
CH3 C
OH
CH3
CH3
álcool terciário
álcool secundário
CH3 CH CH3
OH
CH2 OHCH3
álcool primário
Figura 2: Classificação dos álcoois
2.4.3 Reações de oxidação de álcoois:
A reação de oxidação de um álcool refere-se à perda de um ou mais
átomos de hidrogênio (H) ligados ao átomo de carbono (C) que está também unido
ao grupo hidroxila -OH.
Os álcoois primários em contado com agentes oxidantes podem ser
oxidados a aldeídos e ácidos carboxílicos, conforme ilustrado genericamente na
figura 2.
Figura 3: Esquema reacional de oxidação de alcoóis.
Existe uma variedade de agentes oxidantes que podem ser empregados
para essa reação. O clorocromato de piridínio (PCC) é considerado um excelente
15
oxidante de álcool primário para obtenção de aldeído, pois a reação para neste
estágio. Já a obtenção de ácido carboxílico é possível em solução aquosa básica de
permanganato de potássio (KMnO4) ( SOLOMONS, 2006). As reações de oxidação
de álcoois secundários favorecem a formação de cetonas. Oxidantes à base de Cr
(VI) são os normalmente utilizados. Os álcoois terciários não sofrem oxidação pois
o carbono que contém a hidroxila não possui hidrogênios ligados a ele.
2.4.4 O Bafômetro de Dicromato de Potássio (K2Cr2O7)
A quantidade de álcool no sangue está em equilíbrio com o álcool contido
no ar dos pulmões (FORTES, 1991). De posse desse conhecimento foi possível
desenvolver equipamentos chamados bafômetros que servem para medir a
concentração de álcool no ar dos pulmões ou sangue e comprovar se motoristas
estão bebendo alcoolizados.
Um simulador ébrio ou bafômetro pode ser construído a partir de uma
reação de oxidação-redução, utilizando-se uma solução ácida de dicromato de
potássio (K2Cr2O7) como agente oxidante. Em meio ácido o dicromato de potássio
existe na forma de ácido crômico (H2Cr2O7), onde o cromo se encontra como Cr6+,
sendo esta solução de coloração alaranjada.
Quando um indivíduo que consumiu bebida alcoólica sopra no
equipamento (bafômetro), o etanol presente no sopro é oxidado pelo dicromato a
aldeído, enquanto o cromo é reduzido para Cr3+ e a solução torna-se esverdeada,
cor característica da presença de cromo neste estado de oxidação. Dessa forma,
quanto mais escura ficar a solução, maior a evidência da grande concentração de
álcool no ar expirado. A reação de óxido-redução pode ser visualizada na figura 4:
Figura 4: Reação de oxidação do etanol pelo dicromato de potássio.
2.4.5 Mecanismo das Oxidações por Cromato
16
A importância desse mecanismo se dá pelo fato de podermos verificar
como ocorrem as variações nos estados de oxidação em uma reação entre um
composto orgânico e um inorgânico. Figura 5.
1) Formação do éster cromato:
2) Etapa de oxidação a aldeído:
Figura 5: Esquema de formação de aldeído pela oxidação de etanol por cromato.
Observemos que durante a primeira etapa não ocorre mudança no estado
de oxidação. Na etapa final desse mecanismo, percebemos que o álcool sofreu
oxidação de 2e- em aldeído. Por outro lado ocorreu a redução do HCrO4— com uma
variação de 2e- no estado de oxidação do cromo, de Cr (VI) a Cr (IV).
Nesta etapa o cromo sai com o par de elétrons que antes pertencia ao
álcool, assim, o álcool é oxidado e cromo é reduzido.
O aldeído formado reage com água para formar um hidrato de aldeído, o
qual reagirá com o (HCrO4-) e com o H+ , formando um éster cromato novamente. A
partir da reação desse éster com água ocorre a produção de ácido carboxílico.
Vejamos o mecanismo abaixo:
17
1) Formação do Hidrato de aldeído
2) Formação do éster cromato
3) Oxidação a ácido carboxílico
Figura 6: Mecanismo de Formação de ácido carboxílico pela oxidação do etanol por cromato.
De posse dessas reações entendemos porque os álcoois terciários não
reagem em oxidações por cromato. Apesar de não ser difícil a formação de ésteres
cromatos, o éster formado não possui hidrogênio que possa ser capturado pelo par
de elétrons da molécula de água, assim não ocorrerá oxidação.
2.4.6 Obtenção do etanol: Fermentação e Destilação
Para efeito deste trabalho é importante particularizar o etanol entre os
diversos álcoois existentes, pois ele está presente em todas as bebidas alcoólicas
(SOLOMONS, 2006).
O processo exotérmico de transformação química de açúcares (C6H12O6)
em etanol (CH3CH2OH) e dióxido de carbono (CO2) é denominado fermentação
alcoólica (RODRIGUES et. al., 2000).
A preparação do etanol através da fermentação de açúcares presentes
nos sucos de frutas parece ter sido a primeira realização dos químicos no campo da
síntese orgânica (SOLOMONS, 2006).
18
A produção do etanol a partir da cana-de-açúcar é realizada por meio da
adição de fermento à garapa da cana a qual permanece em tanques por 24 horas.
Nesse período, as enzimas presentes no fermento promovem uma série de reações
que convertem a sacarose (dissacarídeo da cana-de-açúcar) em dois
monossacarídeos, a frutose e a glicose (açúcares simples), as quais são
transformadas em etanol (CH3CH2OH) e dióxido de carbono (CO2), conforme a
reação a seguir, com rendimento aproximado de 95%.
C6H12O6 2CH3CH2OH + 2CO2 (1)
A concentração ou graduação de álcool nas bebidas pode ser expressa
em ºGay Lussac (ºGL = % volume/volume) que indica a quantidade em mililitros de
álcool absoluto contida em 100mL de uma mistura hidro-alcoólica. A graduação
alcoólica máxima das bebidas fermentadas não excede 15 ºGL, pois a partir dessa
concentração os microorganismos que realizam a fermentação são desativados.
Exemplos de bebidas alcoólicas fermentadas são o vinho – 11ºGL (obtido da uva ) e
a cerveja ~ 4ºGL (obtido da cevada) (CANTO, 2002).
Neste caso, a fim de se obter bebidas com maiores concentrações de
álcool é preciso destilar a solução. A destilação é um processo físico que serve para
separar misturas homogêneas, como as soluções de sólidos em líquidos (destilação
simples) ou as soluções de dois ou mais líquidos (destilação fracionada) como é o
caso da separação dos subprodutos do petróleo (RODRIGUES et. al., 2000). Á
medida que se aquece o sistema de destilação, obtém-se a substância que, na
mistura, possui o menor ponto de ebulição (PE).
A solução de água com álcool é uma mistura homogênea, sua destilação
pode ser realizada até um limite de graduação correspondente a 96ºGL onde a
separação não é mais possível. Essa mistura é considerada uma substância pura
com PE 78,15ºC, portanto não podendo mais ser separada por destilação pois seria
destilada primeiro que o etanol que possui PE 78,3ºC. Esse tipo de solução é
chamado de mistura azeotrópica, nela a concentração de álcool é de 96% e de água
é 4% (SOLOMONS, 2006).
As bebidas destiladas possuem cerca de 40% de etanol, como é o caso
do uísque - 40 ºGL (feito do milho ou cevada), e da vodca – 37,5 ºGL (obtida de
Fermento
Frutose Etanol Gás carbônico
19
cereais) (CANTO, 2002). A Figura 7 mostra um esquema de destilação utilizado em
laboratório.
Figura 7: Esquema de destilação usado em laboratório.
A indústria utiliza o alambique como sistema de destilação simples para
produção de cachaça, Figura 8.
Figura 8: Alambique, usado na indústria para produção de aguardente.
2.4.7 Absorção do etanol pelo organismo
O álcool etílico é uma substância de baixo peso molecular e hidrossolúvel,
quando ingerido, se espalha rapidamente por todo o organismo. Se o indivíduo
possuir alimentos no estômago, a absorção de etanol pelo intestino será retardada,
porém, ao chegar ao intestino delgado, sua absorção se dá rápida e completamente,
sem considerar a presença de alimentos. O etanol é absorvido em maior quantidade
no intestino, podendo ainda se dar sua absorção nos alvéolos ou através da pele,
em crianças (FORTES, 1991).
Após a ingestão 20% do etanol é absorvido no estômago e 80% no
intestino delgado. A rapidez no processo de absorção vária de indivíduo para
indivíduo dependendo do tamanho do estômago, se a pessoa está com o intestino
20
vazio, volume, concentração e a natureza da bebida alcoólica. É importante saber
que 90% do álcool ingerido é absorvido durante a primeira hora e o restante durante
as seis seguintes. Se a pessoa consome grande quantidade de bebida em curto
intervalo de tempo a ponto de sofrer desmaio, pode vir a entrar em coma, pois
mesmo quando desacordado, o organismo do indivíduo continua a absorção do
álcool (FORTES, 1991)
O álcool ao ser absorvido nas paredes do intestino passa rapidamente
para a corrente sanguínea devido à sua total solubilidade na água presente no
plasma. Dentro de pouco tempo, o álcool segue para o cérebro, rins, pulmões e
coração, pois estes são os órgãos mais vascularizados. As regiões menos atingidas
são também as que são menos desprovidas de água como ossos e tecido adiposo
(FORTES, 1991).
O consumo de álcool, segundo uma convenção que se estabeleceu na
literatura sobre o tema, pode ser medido por unidades padrão (ou doses padrão),
estando uma unidade relacionada a uma quantidade de 10 a 12 gramas de álcool
puro. Sabe-se que cada tipo de bebida, fermentada ou destilada, tem graus
diferentes de concentração alcoólica, a tabela 1 exemplifica este fato:
TABELA 1 – Unidades padrão de álcool contidas em determinada quantidade (qtde) de bebida.
BebidaVolume
(mL)
Teor Alcoólico
(%)
Qtde de Álcool:V(mL) x Teor Alcoólico
Massa de Álcool (g)
( * )
Dose1D = 14g
Vinho tinto 150 12 18,0 14,4 1
Cerveja 350 5,0 17,5 14,0 1
Destilado 40,0 40 16,0 12,8 1
( * ) A quantidade de álcool em gramas é obtida a partir da multiplicação do volume de álcool contido na bebida pela densidade do álcool (d=0,8g/mL)FONTE: http://apps.einstein.br/alcooledrogas/novosite/atualizacoes/ps.htm
De acordo com a quantidade de ingestão de álcool, estudos definiram
quais os níveis seguros de consumo, mesmo não sendo estes, livres de riscos.
Nesse sentido, foi criada uma distinção entre uso, abuso e dependência alcoólica.
O uso ou consumo de baixo risco, seria caracterizado por uma quantidade
que ofereça baixo risco à saúde, sendo a ingestão semanal limitada a menos de 14
unidades para mulheres e de 21 para homens.
21
No que concerne ao abuso, uso nocivo ou prejudicial de bebida alcoólica,
se refere a um padrão mal adaptado de consumo, sendo este padrão de ingestão
elevado ou acima do aceito como seguro, acarretando prejuízos significativos para a
saúde física e mental do indivíduo podendo levar à dependência. (GIOVANNETTI,
2006).
A adoção de políticas públicas visando controlar o uso excessivo de
álcool é pertinente tendo em vista as estatísticas relacionadas a tal prática,
mostrando que no Brasil, 50% dos acidentes automobilísticos fatais entre jovens de
18 a 25 anos são relacionados ao consumo de álcool (GOMES, 2007).
Dessa forma o Código de Trânsito Brasileiro que permitia, aos motoristas,
a ingestão de até 0,6 gramas de álcool por litro de sangue (equivalente a 2 latas de
cerveja), foi alterado pela Lei 11.705 de 19 de junho de 2008, proibindo o consumo
superior a 0,1 miligramas de álcool por litro de ar expelido no exame do bafômetro,
ou 0,2 gramas por litro de sangue, que se refere à margem de erro atribuída ao
equipamento. Caso exceda a esse limite, o motorista sofrerá punições que vão de
multa até cadeia, caso o nível de alcoolemia seja superior a 0,6 gramas por litro de
sangue. (Revista Veja, 2008).
2.4.8 Metabolismo do álcool no organismo
Após a ingestão cerca de 10% do álcool é eliminado por meio do ar
contido nos pulmões, através do suor e da urina, sendo, entretanto, a maior parte
metabolizado no fígado. A degradação do etanol no organismo se processa segundo
duas etapas principais que compreendem sua transformação para acetaldeído e
acetato, respectivamente, por meio da ação de enzimas (FORTES, 1991).
Enzimas são proteínas que fazem a catálise de reações biológicas. A
álcool desidrogenase (ADH) é uma enzima presente no organismo possivelmente
para metabolizar o álcool produzido no intestino por meio de fermentação (FORTES,
1991). A ADH utiliza o co-fator NAD (Dinucleotídeo de nicotinamida adenina) como
agente oxidante natural, a qual se converte na sua forma reduzida o NADH
(ENZIMAS, 2003). Observemos o Esquema 5 a seguir:
C2H5OH + NAD+ ADH CH3CHO + NADH + H+ (2)
Etanol Acetaldeído
22
Esta se constitui a primeira etapa de oxidação, nela o etanol perde um
dos dois hidrogênios alfa com um par de elétrons. Em seguida perde o próton ligado
ao oxigênio, transformando-se em acetaldeído, conforme o mecanismo:
Nos indivíduos que habitualmente não costumam ingerir álcool, os níveis
da enzima ADH são mais baixos, justificando a sua baixa tolerância ao álcool.
Quando o indivíduo é um bebedor crônico a ADH pode se encontrar com
sua atividade impedida, existindo então, uma via alternativa de oxidação por meio do
Sistema Microssomal Oxidante do Álcool (MEOS). Por meio deste sistema, enzimas
microssômicas, chamadas citocromos P450 2E1, ou CYP2E1, oxidam o etanol em
acetaldeído, utilizando a nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato reduzido
(NADPH) como cofator (DIAS, 2008).
Outra via alternativa referida é a catalase, onde o etanol é transformado a
acetaldeído e água oxigenada, de forma não oxidativa. A água oxigenada, por sua
vez, é responsável pela destruição de ácidos nucléicos, o que compromete a
multiplicação celular (FORTES, 1991).
Na última etapa de oxidação, é formando o acetato, pela oxidação do
acetaldeído, por meio da enzima acetaldeído-desidrogenase. O produto desta
reação é oxidado nos tecidos periféricos, resultando na formação de dióxido de
carbono e água.
2.4.9 Oxidação do etanol e a ressaca:
A ingestão excessiva de bebida alcoólica geralmente leva o indivíduo a
apresentar uma forte ressaca no dia seguinte, caracterizada por tontura, mal-estar e
dor de cabeça. Essa ressaca em parte se deve à oxidação parcial do etanol a um
aldeído, o etanal, que é tóxico ao organismo. As bebidas alcoólicas são compostas
(3)
23
de várias substâncias químicas sendo que os aldeídos, ésteres e álcoois superiores,
são os principais responsáveis pelo seu sabor e aroma. Porém os aldeídos em
excesso existentes na bebida recém destilada a tornam imprópria para o consumo,
precisando passar por um processo de maturação e envelhecimento até que sua
composição esteja em níveis normais (DÓREA et. al., 2008).
2.4.10 O Etanol no Sistema Nervoso Central (SNC):
Os neurônios são células especializadas do cérebro capazes de se
interligarem para conduzir o impulso nervoso, por meio de fios que saem do seu
corpo, o axônio e seus dendritos. Entre um neurônio e outro existe um espaço
chamado de sinapse. Através de um impulso que chega a uma dessas células
nervosas, é liberada uma substância química chamada conhecida como
neurotransmissor que se difunde pelo espaço sináptico e vai reagir com o neurônio
seguinte que possui um receptor apropriado (CARLINI e MASUR, 1989).
Os neurotransmissores têm, dentre outras funções, a de estimular ou
retardar a atividade cerebral. Não faz parte deste trabalho, descrever as funções dos
diversos neurotransmissores, mas é importante sabermos sobre qual deles se dá a
mais importante ação do etanol. O ácido gama-aminobutirico (GABA), é um
neurotransmissor que se liga ao receptor GABAaérgico o qual está conectado a um
canal de cloro e junto a um receptor benzodiazepínico. Ao se ligar ao seu receptor, o
GABA faz com que aumente o número de vezes em que o canal de cloro se abre,
ocasionando uma hiper-polarização dos neurônios.
Naturalmente ocorre a desocupação do receptor pelo GABA, sendo este
removido das sinapses por bombas de recaptação que o levam ao neurônio inicial
(CARDOSO, SABBATINI e MALAVAZZI, 2004). Por meio deste processo o etanol
interfere na recaptação do neurotransmissor GABA fazendo com que ele tenha seus
efeitos inibitórios potencializados.
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
24
Investigar a problemática do alcoolismo em algumas escolas do Ensino
Médio de Fortaleza e propor, que as aulas de Química contribuam para ajudar a
reduzir a fragilidade dos jovens frente às drogas, especificamente o álcool, por meio
do fornecimento de informações.
3.2 Objetivos específicos:
Aplicar um questionário com alunos de escolas públicas, de perfil
sócio-econômico diferenciado, para avaliar o nível de conhecimento
que eles têm do álcool;
Estabelecer, a partir do questionário, se existe diferenças de hábito de
consumo dependente do perfil sócio econômico e onde ocorreu seu
primeiro contato;
Relacionar, os casos de consumo entre homens e mulheres;
Propor formas de utilizar as aulas de química na abordagem de
assuntos correlatos ao álcool;
Estudar a viabilidade de correlacionar os conteúdos de química e
biologia de forma a esclarecer, conscientizar e preparar os alunos
quanto ao uso do álcool.
25
4 METODOLOGIA
Esse trabalho constitui-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa
realizada em quatro escolas do Ensino Médio de Fortaleza, por meio de
questionários, com a finalidade de avaliar dados relativos à problemática do
alcoolismo, como índices de consumo, local mais freqüente do primeiro evento de
consumo alcoólico, faixa etária e nível de conhecimento do adolescente em relação
álcool e suas consequências.
4.1 Escolha das escolas para o estudo
Quatro escolas de Fortaleza foram escolhidas para o desenvolvimento
deste trabalho. Das quatro escolas estudadas, duas pertencem à rede pública de
ensino; Escola Polivalente Modelo de Fortaleza e Escola Otávio de Farias, as quais,
nessa pesquisa, foram chamadas de Grupo A. As outras duas correspondem ao
Colégio Militar do Corpo de Bombeiros do Ceará (CMCB) e Colégio da Polícia Militar
do Ceará (CPM), que formam o Grupo B.
A divisão das escolas em dois grupos visou estabelecer uma comparação
entre os dados obtidos, levando em conta o perfil sócio-econômico diferenciado dos
grupos de escolas analisadas.
Não foram escolhidas escolas particulares para o levantamento dessa
pesquisa devido à pouca abertura de suas equipes diretoras diante desse tipo de
trabalho. Como as escolas militares citadas possuem um perfil de ensino
aprendizagem que em muito se assemelham às da rede particular, então se
resolveu tomá-las como parte do objeto dessa pesquisa, em substituição às
particulares.
4.2 Amostragem de alunos
Para cada escola do Grupo A foram avaliados cento e oitenta (180)
alunos, distribuídos em três turnos (manhã, tarde e noite), sendo vinte de cada série
(1º, 2º e 3º anos) por turno, perfazendo um total de trezentos e sessenta (360).
26
Já nas escolas do Grupo B a amostra correspondeu a duzentos e cinco
alunos, pois foram aplicados os questionários nas mesmas condições do grupo A,
com a diferença de que naquelas, não existe aula no período noturno.
4.3. Questionário
Os questionários aplicados (ANEXO A) possuem entre nove e dez
questões as quais são de teores diferentes para cada série, obedecendo ao
conteúdo da disciplina de Química a ser visto pelo aluno naquela etapa.
As cinco primeiras questões possuem mesmo conteúdo, referindo-se a
dados relativos ao indivíduo, como sexo e idade. Da sexta à penúltima questão,
optou-se por questões objetivas, onde deverá ser marcado V (verdadeiro) ou F
(falso), ou ainda marcar com um “X” a alternativa correta. A última pergunta é
descritiva e visa levar o aluno a reavaliar seu conhecimento após responder todo o
questionário.
27
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Avaliação da faixa etária dos alunos entrevistados
Através da Figura 9, foi possível observar que, em ambas as escolas, o
número de alunos com idade abaixo de dezoito anos é muito superior às demais
faixas etárias. As escolas também revelam percentuais entre a faixa de 18 a 22 anos
e no Grupo B a inexistência de alunos acima de 22 anos.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
< 18 ANOS Entre 18 e 22anos
> 22 anos
Per
cent
ual d
e al
unos
Grupo A
Grupo B
Figura 9: Comparação da quantidade de alunos por faixa etária
Esses resultados são bastante importantes, pois apontam para a faixa
etária desejada no escopo desse trabalho, uma vez que a adolescência (12 aos 18
anos) se caracteriza como sendo uma etapa de alterações físicas, mentais e sociais,
dependendo da época e da cultura na qual o indivíduo está inserido, e onde a
literatura (DEA et. al., 2004) aponta que o uso de bebida alcoólica está iniciando
cada vez mais cedo, principalmente na faixa avaliada.
5.2 Avaliação dos níveis de ingestão de álcool entre homens e mulheres nos
dois grupos de escolas
Aos alunos entrevistados foi perguntado sobre o uso de bebida alcoólica e
observou-se que quase a totalidade dos alunos, ou seja, cerca de 70% deles já fez
28
uso de bebida alcoólica, confirmando dados da literatura (CARNEIRO e VIVARTA,
2005).
Quando foi avaliada a relação entre homens e mulheres que já fizeram
uso do álcool, observou-se um comportamento similar entre ambos os sexos, o que
dificultou estabelecer qualquer correlação, Figura 10.
64%
68%
72%
76%
80%
Homens Mulheres Homens Mulheres
Grupo A Grupo B
Per
cent
ual d
e al
unos
Série1
Figura 10: Comparação do percentual de consumidores do sexo masculino e feminino
Pesquisa recente (Revista Veja, 2009) dedicou algumas páginas sobre o
tema alcoolismo, apontando que o sexo feminino possui uma tendência de aumento
no consumo de álcool em relação ao sexo masculino. Entretanto, neste trabalho, os
percentuais de consumo entre homens e mulheres mostraram-se muito próximos,
dificultando uma possível correlação, não permitindo constatar essa tendência.
Outro fator importante a considerar é que, neste trabalho, não foi possível
identificar diferenças significativas de ocorrências de consumo alcoólico entre os
dois grupos de escolas, consideradas de níveis socioeconômicos diferenciados.
No entanto, o grupo de rapazes com melhor posição social aparece com
um percentual de ingestão 8% maior em relação ao outro grupo. Isto vem corroborar
com estudos que revelam não existir, em geral, relação entre o nível
socioeconômico dos jovens e o uso de drogas. (BAUS et. al., 2002). É importante
observar, porém que apesar de neste estudo não ter sido considerado os diferentes
padrões de consumo, sabe-se que um indivíduo pode evoluir de um padrão para
outro (GIOVANNETTI, 2006), inclusive para um consumo de alto risco (FILHO et. al.,
29
2004). Daí a importância de medir o nível de consumo alcoólico entre jovens de
perfil socioeconômico diferenciados.
5.3. Avaliação do local onde se deu o primeiro contato com o álcool
Este estudo revelou que, a ingestão de bebida alcoólica, para a grande
maioria dos alunos entrevistados, cerca de 73% do Grupo A e 61% do grupo B,
ocorreu na companhia dos amigos, conforme ilustado no Figura 11.
0%
20%
40%
60%
80%
CASA AMIGOS
Local do primeiro consumo
Per
cent
ual d
e al
unos
Grupo A
Grupo B
Figura 11: Local onde se deu o primeiro contato do adolescente com o álcool
Este fato parece ter relação com o fato de que, na adolescência, o jovem
tende a se distanciar da família e a se aproximar dos pares com quem passam a se
identificar melhor. Para se sentirem aceitos, eles muitas vezes, têm de se identificar
com as práticas do grupo, como o consumo de bebida alcoólica (DEA, 2004; FILHO,
2009).
Podemos perceber ainda pela Figura 11, que houve um grande número
de casos em que o consumo de álcool se deu na própria casa do aluno, sendo 27%
deles do Grupo A e 39% do Grupo B. A literatura relata que a aceitação da bebida
pela família, a falta de informações adequadas e o caráter lícito da droga, que a
torna de fácil acesso, são fatores de risco importantes para aumentar a fragilidade
do jovem frente ao álcool (CARNEIRO e VIVARTA, 2005). A quantidade de relatos
de consumo dentro da escola não teve valor estatístico. Esse fato pode estar
30
associado ao próprio caráter educativo do local e que merece maior controle de
determinadas atitudes.
5.4 Avaliação do nível de informação a respeito dos efeitos do álcool no
organismo.
A avaliação do nível de informação a respeito dos efeitos do álcool no
organismo foi realizada com base em dois itens do questionário. No primeiro caso, o
conhecimento sobre os efeitos do álcool no organismo foi questionado objetivamente
entre as opções: pouco, boa, muito boa e ótima. Em outro momento, após o aluno
ter respondido todo o questionário, foi apresentado o mesmo questionamento a
respeito dos seus conhecimentos sobre os efeitos do álcool, com alternativa de
mudança ou permanência da reposta anterior. O intuito aqui foi de avaliar o
verdadeiro conhecimento do aluno sobre a temática.
Observa-se pela Figura 12 que a resposta dada pelos alunos, quanto ao
nível de conhecimento que consideram possuir sobre o álcool, abordada na Questão
5, foi drasticamente alterada na última Questão, após a solução do questionário. Do
total de alunos que resolveu mudar a resposta, 82% do Grupo A e 79% do Grupo B,
concluiu que possui um nível de conhecimento menor que o declarado
anteriormente. Estes dados sugerem a fragilidade desses jovens no que se refere à
possibilidade de se tornarem consumidores de álcool, considerando que a falta de
informações reforça os fatores de risco para o alcoolismo.
0
20
40
60
80
100
120
Total que mudou deresposta
Concluiu ter menosconhecimento
Núm
ero
de a
luno
s
Grupo A
Grupo B
Figura 12: Análise do nível de conhecimento que o aluno considera ter sobre o álcool
31
5.5 Avaliação dos conhecimentos gerais do aluno sobre os efeitos do álcool:
5.5.1 Implicações nos neurônios:
Procurou-se avaliar o conhecimento dos aspectos gerais dos alunos
entrevistados sobre os efeitos do álcool no organismo, questionando na 6ª Questão,
de que forma os neurônios se comportam diante da ingestão de bebidas alcoólicas.
Na Figura 13 estão ilustradas as respostas de todos os alunos entrevistados,
relacionadas com o número de itens marcados corretamente.
0
20
40
60
80
100
120
140
0% 25% 50% 75% 100%
Porcentagem de itens corretos
Núm
ero
de a
luno
s
Grupo A (Manhã/Tarde) Grupo A (Noite) Grupo B (Manhã/Tarde)
Figura 13: Análise dos conhecimentos gerais dos alunos sobre os efeitos do álcool no organismo
Percebemos pelo gráfico que, embora o número de alunos que obteve 0%
de acertos seja bastante reduzido, esse resultado deve ser computado, uma vez que
aparece nos três casos amostrados. Isto sugere que, por mais simples e geral que
seja a questão o adolescente necessita de esclarecimentos.
Os resultados mostram ainda uma relação inversa entre o aumento da
porcentagem do número de acertos com o aumento do número de alunos dos dois
grupos investigados. Observa-se que os alunos do Grupo B manifestaram um
resultado mais positivo por apresentarem maior número de acertos em 100 % da
questão. Por outro lado, o número de alunos do Grupo A diminui à medida que
aumenta a porcentagem de acertos. Isto pode indicar um maior domínio de
informações das escolas do Grupo B em relação ao Grupo A. Tais fatos parecem
32
estar relacionados com as diferenças de níveis de ensino dos dois grupos de
escolas avaliadas, bem como, com o convívio social diferenciado entre eles.
Merece destaque também o fato de o número de acertos dos alunos da
noite ter permanecido sempre muito abaixo dos demais. Percebemos que o número
de acertos em 100% em muito se assemelha ao de 0%. Vemos ainda que o maior
número de acertos desse grupo esteve em 50% do número de questões. Tais fatos
já eram esperados, pois se sabe que o aluno do turno da noite nas escolas públicas,
divide os estudos com o trabalho, normalmente chega atrasado e, além disso, só é
contemplado com uma carga horária efetiva média de três aulas no turno. Por conta
disso, a escola não desenvolve regularmente à noite, as mesmas atividades
previstas para o período diurno (RIBEIRO et. al., 2006).
Devido a essas dificultadas muitas vezes os conteúdos programáticos não
são cumpridos. Esse conjunto todo de situações pode estar conduzindo o aluno
noturno para um nível diferenciado de conhecimento, manifestados nos resultados
desse trabalho.
5.5.2 Implicações no Sistema Nervoso Central (SNC) e prejuízos sociais:
Procurou-se avaliar ainda o conhecimento dos alunos entrevistados, a
respeito das consequências do etanol para o SNC e quais os prejuízos sociais
advindos do seu consumo inadequado. A Figura 14 ilustra os percentuais dos
acertos verificados.
0
20
40
60
80
100
0% 25% 50% 75% 100%
Porcentagem de itens corretos
Núm
ero
de a
luno
s
Grupo A (Manhã/Tarde) Grupo A (Noite) Grupo B (Manhã/Tarde)
Figura 14: Percentuais de acertos da 7ª questão para o 1º e 3º ano
33
Percebemos neste gráfico que o maior número de acertos relaciona-se
com os alunos do Grupo B. Neste grupo o total de alunos que acertou 100% desta
questão, foi dobro dos alunos das demais escolas. As respostas corretas de 50% e
75% da questão estão em número semelhante entre o Grupo B e o Grupo A
(diurno). O número de respostas corretas do turno da noite do Grupo A manteve-se
sensivelmente baixa em relação às demais, chegando a ser o menor número dentre
os que acertaram toda a questão. Mais uma vez podemos verificar que o Grupo B
parece estar bem melhor informado a respeito da temática tratada, seja com relação
aos efeitos do etanol no organismo, seja sobre suas implicações negativas na
sociedade. Deste modo, é conveniente procurar equilibrar tais disparidades de
maneira a reforçar a defesa dos jovens de escolas públicas frente às drogas,
especialmente o álcool.
O método de análise das respostas dos alunos do 2º Ano foi feita
separadamente para a 7ª questão, pois esta continha apenas 3 itens, sendo portanto
avaliado o número de acertos de zero a três, diferentemente do 1º e 3º ano onde a
questão era composta de 4 itens, sendo avaliado o número de acertos por meio de
porcentagem.
Observando-se a Figura 15, percebe-se uma semelhança nos padrões de
respostas obtidas na Figura 14, onde as escolas do Grupo B apresentam-se com o
maior número de acertos em relação às outras.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0 1 2 3
Número de itens corretos
Per
cent
ual d
e al
unos
Grupo A (Manhã/Tarde) Grupo A Noite Grupo B (Manhã/Tarde)
Figura 15: Número de acertos da 7ª questão para o 2º ano
34
Da mesma forma, o turno da noite das escolas do Grupo A,
permaneceram com o menor número de certos. Observa-se ainda que o Grupo A
(manhã/tarde) obteve o maior número de acertos dos três itens (total da questão),
em relação aos demais.
Em linhas gerais, podemos abstrair do gráfico que existe uma real
diferença no nível de informação entre os dois grupos de alunos avaliados a respeito
dos efeitos do álcool sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), abordado nesta
questão. Além disso, percebe-se que, mesmo sendo melhor o nível de informações
do Grupo B em relação ao A, os dois não apresentaram embasamento suficiente
para acertarem as questões como um todo, mesmo sendo estas de caráter pouco
complexas.
5.6 Avaliação de conhecimentos químicos do aluno sobre o álcool
Procurou-se averiguar também neste trabalho se o aluno detém algum
conhecimento de química sobre o etanol (Questão 8), e os resultados obtidos estão
apresentados na Figura 16.
0%
10%
20%
30%
40%
0 1 2 3 4 5
Número de itens corretos
Per
cent
ual d
e al
unos
Grupo A (Manhã/Tarde) Grupo A (Noite) Grupo B (Manhã/Tarde)
Figura 16: Número de acertos da 8ª questão para o 2º e 3º anos
Para o 2º Ano a oitava questão possui quatro itens, enquanto para o 3º
ano foi apresentado um item a mais com vistas a avaliar o conhecimento dos alunos
quanto ao reconhecimento da função orgânica álcool, aproveitando o fato de que é
nesta série que os alunos têm contato com este conteúdo.
35
Os resultados apontam para uma ligeira diferença de vantagem entre o
número de acertos do Grupo A (manhã/tarde) em relação ao B, quando comparados
os resultados para o acerto de três itens (2º e 3º ano), bem como de cinco itens (3º
ano). Já para o acerto dos quatro itens, como nos casos anteriores, o Grupo B se
sobressai ligeiramente. O balanço para este gráfico sugere um conhecimento mais
precário por parte do Grupo B, manifestado pelo elevado número de alunos que
acertou apenas um item. Este resultado surpreendeu, uma vez que era esperado um
maior desempenho dos alunos do grupo B, dadas as vantagens advindas de se
estudar em uma escola com melhores estruturas educacionais. No entanto, este
resultado torna-se positivo no momento em que o foco desta pesquisa é mostrar a
necessidade que se tem de incrementar o nível de conhecimento destes alunos,
com vistas a capacitá-los para enfrentar os problemas advindos do uso inadequado
de bebidas alcoólicas, e para o qual estes alunos estão bastante vulneráveis.
O Grupo A (turno noite), também apresentou melhora no quesito
analisado, no entanto ainda apresenta-se com o pior resultado comparado aos
demais. Por outro lado, observa-se que existe certa relação entre a redução do
número de estudantes quando do acerto de um maior número de itens. Este
resultado já era esperado uma vez que os alunos do turno da noite sofrem com as
dificuldades encontradas para estudar neste período, como já relatado neste
trabalho.
5.7 Avaliação do conhecimento químico do álcool pelos alunos do 1º Ano
Este item foi analisado separadamente devido à estrutura das questões 8
e 9 para o 1º ano, que difere da usada na 8ª questão, analisada para o 2º e 3º anos
anteriormente. No entanto, esta separação deve-se apenas ao fato de auxiliar na
análise dos dados, pois elas têm um objetivo comum de analisar o conhecimento
químico dos alunos. Por meio da Figura 17, podemos analisar as respostas dos
alunos do 1º ano de todas as escolas, quanto a questões envolvendo propriedades
físicas e reacionais do etanol.
Os resultados revelam que ao se aplicar questões um pouco mais
técnicas sobre o assunto aos alunos entrevistados, estes se mostram ainda mais
despreparados. Para a oitava questão, o número de acertos só foi maior que o de
erros para o Grupo B, uma vez que o número de acertos do grupo A (diurno),
36
assemelha-se ao número de erros. Já o turno da noite deste grupo, apresentou um
número de erros superior ao de acertos.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Acertos Erros Acertos Erros
8ª Questão 9ª Questão
Per
cent
ual d
e al
unos
Grupo A manhã/tarde Grupo A noite Grupo B manhã/tarde
Figura 17: Análise dos conhecimentos químicos do aluno sobre o álcool.
Já para a nona questão, a queda do número de acertos é evidente e
semelhante para todo o grupo analisado. Antes da elaboração do questionário, foi
pesquisado nos livros didáticos utilizados das escolas pesquisadas, em qual capítulo
se situa o assunto explorado nesta questão. Foi constatado que o estudo das
reações de oxirredução é abordado praticamente no final da primeira metade dos
livros, logo após o tópico de ligações químicas. Como esse estudo foi realizado no
começo do 2º semestre, era provável que alunos investigados já tivessem estudando
tal assunto. No entanto, por se tratar de um tema não elementar para a série
estudada, e considerando que os alunos pesquisados não possuem maturidade
suficiente para dominar o assunto, é provável que isto tenha contribuído para o
resultado tão negativo para essa questão.
37
5.8 Prevenção do alcoolismo nas escolas
5.8.1 A relevância da prevenção na escola do Ensino Médio
A prevenção tem se mostrado um método eficaz de atuação em diversos
problemas de saúde pública, dessa forma, é possível que ações direcionadas aos
alunos do Ensino Médio, surtam efeitos positivos quando estes atingirem a idade
adulta, cursando a faculdade ou trabalhando.
O primeiro contato com as drogas, normalmente se dá na adolescência,
etapa caracterizada por ser a mais vulnerável do desenvolvimento humano. No
escopo deste trabalho, concluímos que a maior parte da nossa amostra se constitui
de jovens abaixo de dezoito anos.
Sabendo dos problemas pelos quais passam os jovens nesta fase, as
instituições de ensino não podem ficar omissas, devendo estar preparadas não só
para a formação intelectual mas, também a fim de fornecerem a seus alunos
informações que contribuam com sua prática social como um todo.
Aliados ao uso do álcool podem estar também associados outros vícios
bem como, violência, estupros e acidentes. Trabalhando com alunos do Ensino
Médio a intervenção preventiva ocorrerá num momento onde os danos, na maioria
dos casos, ainda não ocorreram.
5.8.2 Abordagens preventivas das drogas nas escolas
A literatura aponta que, no âmbito escolar, diversos modelos de
prevenção foram estudados e compõem um quadro que pode ser agrupado de
acordo com determinadas abordagens, conforme se segue (AQUINO, 1998; MELO,
2006):
5.8.2.1 Modelo de modificação das condições de ensino:
A idéia deste modelo é de que conviver na escola, a partir desde a
educação primária, é primordial para desenvolvimento sadio do adolescente. Dessa
forma, formar o jovem com uma visão global, onde a prevenção ao uso de drogas
deve ser adotada, em conjunto com a prevenção à delinqüência e às doenças
38
mentais. As ações propostas passam pela adoção de técnicas de ensino mais
prazerosas, avanços na convivência entre professor e aluno, participação mais
efetiva da comunidade nas decisões da escola, estímulo à cooperação e atos de
solidariedade, oferta de serviços de saúde e participação dos pais na vida escolar
dos filhos.
5.8.2.2 Modelo do estilo de vida saudável:
A proposta deste modelo contempla a promoção de estilos de vida que
estejam associados à boa saúde, à alimentação equilibrada, exercícios físicos
regulares e à prática de sexo seguro. Os temas que devem ser aqui abordados
nesta forma de prevenção são de cunho mais geral e como a poluição, a educação
para o trânsito, substâncias cancerígenas e perigo nuclear.
5.8.2.3 Modelo de oferecimento de alternativas:
Defende que o abuso de droga ocorre como válvula de escape diante das
pressões sociais. Por meio deste modelo procura-se mostrar que existem outros
meios pelos quais se pode contornar os problemas, que não seja por meio do uso de
drogas. Assim, os projetos calcados neste modelo procuram fornecer aos jovens
sensações de crescimento da mente, valorização pessoal, enfrentamento e
diminuição do tédio por outros meios que não o consumo de drogas. Intervenções
adotadas: criação de grupos a fim do desenvolvimento de atividades culturais e
esportivas, em horários fora da escola.
5.8.2.4 Modelo de educação afetiva:
Através deste modelo procura-se reunir diversas técnicas capazes de
desenvolver fatores psicológicos do indivíduo como a auto-estima, a capacidade de
lidar com ansiedade, a possibilidade de resistir às pressões do grupo. Dessa forma,
ao estruturar melhor a mente do jovem, acredita-se que este se apresente menos
propenso ao abuso de substâncias psicoativas. Nesse caso, a droga não é
considerada uma questão principal, mas apenas um dos tópicos abordados.
39
5.8.2.5 Modelo do conhecimento científico:
A proposta feita neste modelo considera que o fornecimento de
informações sobre drogas, de forma imparcial e científica, é de suma importância.
De posse dessas informações, os jovens poderiam tomar decisões racionais sobre
as drogas. Uma análise desse modelo revelou que grande parte dos jovens
absorveu os conteúdos, porém as mudanças de atitude se tornam mais efetivas
quando em conjunto com outros modelos de intervenção.
5.9 Medidas sugestivas da prevenção do alcoolismo nas escolas
5.9.1 A interdisciplinaridade como ferramenta facilitadora das abordagens
preventivas nas escolas:
Na definição de Pereira (2008), a interdisciplinaridade que se manifesta
no campo educacional representa a busca e a possibilidade de superação da
fragmentação observada entre os conteúdos ensinados na escola e desses com a
realidade social. Segundo o autor, difunde-se um conhecimento fragmentado, e
exige-se um indivíduo por inteiro. Procura-se fazer com que o aluno memorize o
máximo de teoria possível, e cobra-se dele, no mercado de trabalho, a formação
prática necessária a uma boa atuação na empresa.
Dessa maneira o autor defende que não se pode deixa o aluno fora do
processo, alienado, e ao mesmo tempo exigir dele um cidadão crítico, participativo,
inserido no contexto. Apesar da postura curricular flexível exigida em todos os níveis
pela LDB, mantém-se a hegemonia do livro didático que apresenta o conhecimento
de maneira linear, seqüencial, dividido em unidades arbitrárias, e critica-se o aluno
por não saber estabelecer relações entre o que aprendeu na escola e a realidade.
(PEREIRA, 2008, p. 23).
Entender de que forma a interdisciplinaridade pode ser usada como
ferramenta importante na prática da prevenção escolar ao uso de drogas, pode ser
feita avaliando em que disciplina cada proposta citada acima estabelece relação
mais conveniente. Não convém neste trabalho analisar cada uma dessas relações
possíveis, mas como objetivo maior a ser aqui alcançado, o modelo do
conhecimento científico é o referencial para as sugestões que pretendemos expor.
40
Consideramos que seja valoroso o planejamento de uma seqüência
didática sobre o abuso de álcool e outras drogas que integre as três áreas de
conhecimento do Ensino Médio (Ciências Naturais, Ciências Humanas e Códigos e
Linguagens). No entanto, podemos sugerir que essa integração seja feita, em um
primeiro momento, com a área de Ciências Naturais, que engloba, por exemplo,
estudos relativos à química e à biologia onde é possível encontrarmos um vasto
número de aplicações relacionadas com o cotidiano.
5.9.2 Relações entre a Química e outras ciências na abordagem do álcool na busca
pela prevenção do alcoolismo nas escolas:
Poderia ser feito o estudo dos principais tipos de bebidas, seus modos de
ação, efeitos agudos e crônicos e os riscos derivados do abuso e da dependência,
procurando relacionar os principais problemas de saúde, bem como, seus prejuízos
sociais e econômicos. Aqui as ciências naturais (química) e humanas (geografia,
história, sociologia), poderiam se revezar na tentativa de explorar o máximo possível
o tema do alcoolismo.
Poderiam também ser abordados também tanto nas Ciências Humanas
como em Códigos e Linguagens, aspectos sociais e culturais tais como a
historicidade, o álcool em culturas diversas, etnia, as relações entre os níveis
socioeconômicos, violência e o narcotráfico, a correlação entre a liberdade de
escolhas e o bem-estar social, entre vários outros aspectos.
Consideramos assim, que uma estratégia de prevenção ao abuso do
álcool nas escolas deva ter como elementar a valorização à vida, dentro de uma
ação educativa continuada que pressupõe o processo de construção da autonomia
do adolescente.
5.9.3 Os livros escolares de Química e de Biologia como instrumentos de apoio à
abordagem do álcool em sala de aula
Proceder a uma construção de relações entre a química e a biologia
parece ser bastante viável, considerando o número de assuntos correlatos entre
essas duas disciplinas.
41
Assim, apresentamos a seguir, alguns itens consultados nos volumes de
livros analisados nas quatro escolas estudadas e que, de uma forma ou de outra, ou
abordam a temática do alcoolismo, ou deixam uma lacuna para que o professor
possa trabalhar o referido problema.
5.9.4 Análise dos livros adotados pelas escolas no Ensino Médio
Foram analisados os livros de Química e de Biologia adotados por uma
das escolas de cada grupo estudado, Grupo A e Grupo B. No total foram vistos três
livros de Química e três de Biologia, pois nas duas escolas escolhidas os livros
adotados eram os mesmos.
No livro L1 (ANEXO B), tem-se a oportunidade de fazer uma abordagem
sobre o álcool no Capítulo 2, onde são apresentados os estados físicos da água, as
o conceito de substâncias, misturas e processos de separação. Neste caso, poderia
ser discutido o teor de álcool nas bebidas alcoólicas, os processos de obtenção e
purificação do etanol (fermentação/destilação), bem como outras propriedades
físicas como solubilidade e ponto de ebulição. Desta forma, podem também ser
explicitados itens como a absorção do álcool do organismo, considerando a sua
solubilidade no plasma sanguíneo.
No capítulo 7 – Oxidação e Redução do L1, seria conveniente abordar,
com mais consistência, os efeitos do álcool no organismo. Neste capítulo, item 3,
pode-se mostrar ao aluno como ocorre a degradação do álcool no organismo, por
meio das reações de oxirredução. Já no item 4, pode-se aprofundar a questão da
solubilidade do etanol em água, por meio da teoria das ligações intermoleculares,
tema deste item.
O livro L2 aborda questões relativas à concentração das soluções
(Capítulo 2), o balanceamento das equações químicas (Capítulo 8) e ainda temas
relativos às propriedades físicas das substâncias como densidade. Todos estes
temas constituem objetos de oportunidades em que o professor deve explicitar a
importância do álcool no dia-a-dia.
De todos os livros de química analisados, o L3 parece apresentar mais
assuntos convenientes à temática do álcool, além de outras drogas. Isto porque, é
neste volume que são estudadas as funções orgânicas, dentre elas a função álcool.
Inclusive, diferentemente dos outros volumes, o L3 apresenta uma seção especial
42
dedicada ao assunto do álcool (L3, Capítulo 2 – item 2.4: a presença dos álcoois na
nossa vida).
Objetivando abordar a temática do alcoolismo o professor poderia
antecipar o assunto disposto no Capítulo 16 do livro L4, o qual trata do tecido
nervoso. Neste capítulo ele teria condições de trabalhar bem a temática do
alcoolismo e também de outras drogas, mostrando como elas agem no Sistema
Nervoso Central (SNC). Parece de grande proveito também, a tentativa de encaixar
os conteúdos de Química vistos no 3º ano do Ensino Médio (Química orgânica), com
o capítulo 16 citado. Assim, os professores de Química e Biologia estariam unindo
forças no sentido de capacitar os alunos a reconhecerem as características químicas
dessas drogas e quais suas relações com os neurônios que são afetados por elas
Verificando o livro L5, podemos perceber que toda a Parte V (Anatomia e
fisiologia da espécie humana), permite a abordagem dos efeitos do álcool. No que
se refere à digestão (Capítulo 16) pode-se abordar como se dá o processo de
absorção do etanol no trato gastrointestinal. Já no Capítulo 17 (circulação
sanguínea), seria conveniente tratar sobre como se dá a distribuição do álcool no
nosso organismo após sua absorção em maior parte no intestino, passando ao
sangue e aos órgãos mais vascularizados inclusive o cérebro.
Dentre os exemplares analisados, o que parece contribuir menos com os
aspectos preventivos do abuso do álcool é o L6 (Biologia das populações). Porém,
nada impede que o professor de biologia, ao ministrar esse curso, proponha aos
seus alunos investigar algo sobre o alcoolismo, já que a Parte III deste livro dedica-
se ao estudo da Ecologia, ciência definida neste mesmo livro como sendo a que
estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem. Parece
razoável, portanto, que o alcoolismo, sendo o um problema de saúde pública
manifestado em todas as sociedades, seja objeto de atenção também da ecologia.
5.9.5 O que os livros escolares poderiam abordar com vistas à prevenção do
alcoolismo?
As abordagens preventivas aqui propostas são válidas como uma forma
de prevenir, mas apesar disso, estudos revelam que unicamente a informação é
incapaz de gerar atos a favor da abstinência e prevenção (DIAS, 2008). Faz-se
necessário que a informação faça parte de um projeto de educação integral, onde a
43
escola possa inclusive detectar os problemas existentes com os alunos e na sua
ampla formar, possa integrar a família e outras instituições de saúde, com vistas a
promover hábitos de vida saudáveis. Essa ação conjunta, aliada a informações
específicas tratadas por profissionais capacitados podem gerar um saldo bastante
positivo no combate ao alcoolismo. A seguir, apresentamos de forma adaptada de
DIAS (2008), alguns pontos importantes que devem ser abordados em uma
estratégia de prevenção nas escolas e que os livros escolares poderiam contemplar:
o Definição de bebidas alcoólicas
o Identificação do álcool como uma droga
o Definição de alcoolemia
o Cálculo da taxa de alcoolemia
o Distinção entre as bebidas alcoólicas fermentadas e destiladas
o Comparação da graduação de diferentes bebidas alcoólicas
o Prevalência atual e tendências evolutivas do alcoolismo no Mundo e no Brasil
o Distinção entre o consumo do álcool e a dependência
o Desmistificação das crenças sobre o álcool
o Determinantes do alcoolismo
- Biológicos
- Psicológicos
o Socioeconômicos e culturais
o Consequências individuais do consumo de álcool
- Curto Prazo
- Longo Prazo
o Consequências familiares do consumo de álcool
o Consequências sociais do consumo de álcool
44
6 CONCLUSÃO
No decorrer deste trabalho procurou-se apresentar a problemática do
alcoolismo por meio de dados que revelam o grande número de usuários e
dependentes de álcool no Brasil e no mundo, os quais aparecem correlacionados
com diversos problemas de ordem individual e social, como separações entre
casais, acidentes de trânsito, desemprego, violência e outros, que juntos colocam o
álcool na vanguarda de todas as drogas com relação aos gastos públicos com
saúde.
Quanto à realização da pesquisa, tivemos algumas dificuldades, como a
pouca compreensão de algumas questões pelos alunos, principalmente às
relacionadas diretamente com a Química. A despeito das dificuldades, alcançamos o
objetivo proposto. Os resultados da pesquisa apontaram para um baixo
conhecimento dos alunos a respeito do álcool, reforçando a necessidade urgente de
adoção de medidas preventivas, como o aparato de informações contextualizadas.
Da análise dos livros adotados pelas escolas constatou-se que a
abordagem da temática do álcool é praticamente inexistente, dado o elevado
número de conteúdos programáticos constantes das orientações curriculares seria
de grande interesse da prevenção que se reformulasse a matriz curricular do Ensino
Médio, contemplando em cada conteúdo oportuno, uma abordagem que vise
prevenir o uso prejudicial de álcool, assim, reestruturando os parâmetros
curriculares, haveria uma grande contribuição para a formação de cidadãos ativos e
saudáveis, colaboradores na redução de diversos problemas de saúde.
A realização deste trabalho abre precedente para que outros
pesquisadores possam investir em um trabalho mais duradouro em escolas do
Ensino Médio. Dispondo de mais tempo, poderão empregar uma metodologia que
mapeie a problemática do alcoolismo sob diversos ângulos, em um momento antes
e outro depois da realização dos trabalhos. Dessa forma, é provável que se consiga
constatar efetivamente a eficácia das propostas aqui apresentadas.
45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AQUINO, J. G. A Escola e as novas demandas sociais: as drogas como tema transversal. In: AQUINO, J. G. (org.). Drogas na Escola: Alternativas Teóricas e Práticas. São Paulo: Summus, 1998.
BAUS, J.; KUPEK, E.; PIRES, M. Prevalência e fatores de risco relacionados ao uso de drogas entre escolares. Revista de Saúde Pública, Santa Catarina, 36 (1): 40-6, 2000. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rsp/v36n1/8114.pdf> Acesso: 15 ago. 2009.
BRASIL, MS. Programa Nacional de Controle dos Problemas Relacionados com o consumo de Álcool - PRONAL. Brasília: Ministério da Saúde/Disan, 1990.
CANTO, E. L., PERUZZO, F. M. Química na abordagem do cotidiano – Química Orgânica, v. 3, 2ª. ed. São Paulo: Moderna, 2002. p. 480-488.
CARDOSO, S. H.; SABBATINI, R. M. E.; MALAVAZZI, A. L. A ação do álcool no cérebro. Disponível em: < http://www.cerebromente.org.br/n08/doencas/drugs/ gaba.htm > Acesso em: 15 out. 2009.
CARDOSO, S. P.; COLINVAUX, D. Explorando a motivação para estudar química. Química Nova, São Paulo, Vol. 23 (2), mai./jun. 2000. Disponível em: <http:// www.scielo.br/pdf/qn/v23n3/2827.pdf> Acesso em: 14 out. 2009.
CARLINI, E. A. et. al. A. I levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil - 2001. CEBRID. São Paulo: 2002.
CARLINI, E. A., e MASUR, J., Drogas: Subsídios para uma discussão, Editora Brasilense, 1989. Pag. 23-25
CARNEIRO, H.; VIVARTA, V. (Coord.). Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas: Equilíbrio distante - tabaco, álcool e adolescência no jornalismo brasileiro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, p. 3-4.
CARNEIRO, H.; VIVARTA, V. (Coord.). Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas: Equilíbrio distante - tabaco, álcool e adolescência no jornalismo brasileiro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, p. 3-4.
46
DEA, H. R. F. D. et. al. A inserção do psicólogo no trabalho de prevenção ao abuso de álcool e outras drogas. Revista Psicologia Ciência e Profissão, v. 24, n.1, mar./2004. Disponível em: http://www.adroga.casadia.org/preven cao/psiclogo-trabalho-prevencao-abuso-alcool-drogas.htm> Acesso em: 14 ago. 2009
DEA, H. R. F. D. et. al. A inserção do psicólogo no trabalho de prevenção ao abuso de álcool e outras drogas. Revista Psicologia Ciência e Profissão, v. 24, n.1, mar./2004. Disponível em: http://www.adroga.casadia.org/preven cao/psiclogo-trabalho-prevencao-abuso-alcool-drogas.htm> Acesso em: 14 ago. 2009.
DIAS, A. C. G. da. Prevenção do consumo de álcool em jovens escolarizados de Cabeceiras de Basto: um estudo efetuado com professores e com manuais escolares de ciências naturais. 2008. 253 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, 2008. Disponível em:
DÓREA, H. S. et. al. Análise de poluentes orgânicos tóxicos na cachaça. Revista da Fapese, v.4, n. 2, p. 5-18, jul./dez. 2008.
ENZIMAS. Conceitos gerais e funções. Disponível em: <http://www.enq.ufsc.br/labs/ probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/enzimas.htm> Acesso em: 16 set. 2009
FILHO, N. A. et. al. Alcohol drinking patterns by gender, ethnicity, and social class in Bahia, Brazil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 38 n. 1, p. 1, 2004. Disponível em: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-891020040001 00007&lng=pt> Acesso: 12 jul. 2009
FILHO, V. C. B. et. al. Análise da qualidade de vida e consumo de bebida alcoólica em adolescentes da rede pública de ensino da cidade de Fortaleza. Revista Digital, Buenos Aires, ano 14, nº 131, 2009. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd 131/qualidade-de-vida-e-consumo-de-bebida-alcoolica.htm> Acesso em 13 Ago. 2009
FORTES, J. R. A.; CARDO, W. N. Alcoolismo: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Sarvier, 1991.
GIGLIOTTI, A.; BESSA, N. A. Síndrome de dependência do álcool: critérios diagnósticos. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v.26 supl.1, maio/2004.
GIOVANNETTI, M. O. de. A intervenção breve como estratégia de prevenção à dependência química no ambiente de trabalho. 2006. Trabalho de Conclusão do Curso (Pós-Graduação em Dependências Químicas) - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Paraná, 2006. Disponível em: < http://imap.org.br/files/imap /downloads/INTEG RA%20PDF/23M_05_COMPL.pdf> Acesso em 28 de ago. 2009.
47
GOMES, L. S. - O caso do álcool. In: Seminário Nacional de Prevenção ao Uso de Drogas nas Escolas, Jun./2007. João Pessoa. Políticas Públicas de Saúde. João Pessoa: 2007.
LAPATE, V. Hora zero: a independência das drogas – antes que os problemas cheguem. São Paulo: Scortecci, 2001. p. 133
LAPATE, V. Hora zero: a independência das drogas – antes que os problemas cheguem. São Paulo: Scortecci, 2001. p. 133.
MELLO, G. N. de. Diretrizes curriculares para o ensino médio: por uma escola vinculada à vida. Revista Iberoamericana de Educação, n. 20, mai./ago. 1999. Disponível em: <http://www.rieoei.org/rie20a06.htm> Acesso em: 17 mai. 2009.
MELLO, G. N. de. A prevenção ao abuso de drogas em uma abordagem interdisciplinar. Disponível em: <http://www.rieoei.org/rie20a06.htm> Acesso em: 20 out. 2009.
OLIVEIRA, E. R. de.; LUIS, M. A. V. Distúrbios psiquiátricos relacionados ao álcool associados a diagnósticos de clínica médica e/ou intervenções cirúrgicas, atendidos num hospital geral, Revista Latino-Americana de Enfermagem, São Paulo, v.5, n.spe, mai./1997. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php ?script=sci_artt ext&pid=S0104-11691997000500007&lng=pt&nrm=iso> Acesso em: 20 ago. 2009.
PEREIRA, F. A. O gestor escolar e o desafio da interdisciplinaridade no contexto do currículo de ciências. 2008. 191 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
REVISTA VEJA ONLINE, Jul./2008. Disponível em: http://veja.abril.com.br/idade/ex clusivo/perguntasrespostas/lei_seca/index.shtml Acesso: 05 jun. 2009.
REVISTA VEJA, Abril, 2129.ed., ano 42, n. 36 Set./2009. Alcoolismo – é possível prevenir a doença sem cortar a bebida.
RIBEIRO, A. S. et. al. Ciência tecnologia e sociedade no ensino noturno: é possível essa abordagem? 2006. 8 f. Trabalho de conclusão de curso (Artigo científico) – Universidade Federal do Pará, Pará, 2006. Disponível em: <http://www.sbf1.sbfisica. org.br/eventos/snef/xvii/sys/resumos/T0464-1.pdf> Acesso em: 10 out. 2009
RODRIGUES, J. R. da.; AGUIAR, M. R. M. P. da.; MARIA, L. C. S. M. de.; SANTOS, Z. A. M. Uma abordagem alternativa para o ensino da função álcool. Química Nova na Escola, n. 12, 2000.
48
RODRIGUES, J. R. da; AGUIAR, M. R. M. P. da; MARIA, L. C. S. M., de; SANTOS, Z. A. M. Uma abordagem alternativa para o ensino da função álcool. Química Nova na Escola, n. 12, 2000. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc12/v12a0 5.pdf> Acesso em: 14 out. 2009.
RODRIGUES, J. R. et. al. Uma Abordagem Alternativa para o Ensino da Função Álcool. Química Nova na Escola, n. 12, 2000.
RONZANI, T. M. et. al. Expectativas sobre os efeitos do uso do álcool entre adolescentes. Psicologia em Pesquisa, 3(01), 75-86, jan./jun. 2009. Disponível em: <http://www.pospsicologia.ufjf.br/revista/v3n1/v3n1006.pdf> Acesso em: 05 jun. 2009.
SOLOMONS, T. W. Química orgânica, 8. ed., Rio de Janeiro: LTC, 2006.
VIEIRA, D. L.; RIBEIRO, M.; ROMANO, M.; LARANJEIRA, R. R. Álcool e adolescentes: estudo para implementar políticas municipais, Revista de Saúde Pública, São Paulo, 41 (3): 396-403, Dez./2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v41n3/5705.pdf > Acesso em: 16 ago. 2009.
49
ANEXO A – Questionários aplicados às escolas
QUESTIONÁRIO I – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Prezado aluno, o questionário apresentado a seguir, serve de base
para um trabalho monográfico que está sendo elaborado visando mostrar
que é possível abordar o tema do alcoolismo nas aulas de química, como
uma forma de prevenir o uso abusivo do álcool. Portanto, sua participação é
muito importante. Você não receberá nota pelas respostas apresentadas
nem precisa se identificar.
A SEU RESPEITO RESPONDA O QUE SE PEDE:
1) Qual seu sexo:
( ) masculino ( ) feminino
2) Sua idade: ( ) menos que 18 anos ( ) entre 18 e 22 anos
( ) mais que 22 anos
3) Você já ingeriu qualquer quantidade de bebida alcoólica?
( ) sim ( ) não
4) Caso a resposta à questão anterior seja verdadeira, onde se deu seu
primeiro contato com bebida alcoólica?
( ) em casa ( ) com os amigos
( ) na escola
5) Marque abaixo qual o nível de conhecimento que você considera ter
sobre os efeitos do álcool no organismo
( ) Pouco ( ) bom
( ) muito bom ( ) ótimo
6) No cérebro humano existe cerca de 100 bilhões de neurônios os quais
são responsáveis pela condução do impulso nervoso que possibilita a
produção dos pensamentos, movimentos e sensações. Sobre os
efeitos do álcool nos neurônios assinale V ou F:
( ) O álcool não afeta a interconexão entre os neurônios, por isso não
há perda de memória nem lentidão no raciocínio durante seu
50
consumo.
( ) O álcool destrói os neurônios mas eles se recuperam.
( ) Cerca de 9 milhões de neurônios são destruídos a cada bebedeira
e eles não mais se recuperam.
( ) O adulto apresenta uma possibilidade maior de recuperação das
funções cerebrais que os adolescentes quando abusam do álcool.
7) A sociedade é bastante afetada pelo uso nocivo de bebidas
alcoólicas. A respeito dos efeitos sociais do álcool pode-se afirmar:
( ) Os custos sociais devido ao álcool é pequeno pois quase ninguém
adoece por esse motivo.
( ) De todas as drogas, a que causa maiores prejuízos sociais é o
álcool.
( ) Os maiores danos à saúde pública no mundo é causada pelo
consumo de tabaco seguido do álcool.
( ) Apesar dos efeitos do álcool, apenas 20% dos acidentes de
trânsito com vítimas fatais tem relação com o consumo alcoólico.
8) O álcool ao ser ingerido é absorvido rapidamente pelo organismo,
chegando ao cérebro em poucos segundos. Marque abaixo a opção
que indica a propriedade física do álcool a que isso se deve?
( ) solubilidade ( ) volatilidade ( ) densidade
9) O bafômetro é um equipamento usado para medir a quantidade de
álcool por litro de sangue, de uma pessoa. Ao soprar no equipamento
ocorre uma reação química entre o álcool contido no ar expirado e
uma substância contida no equipamento. Nesta reação o álcool se
transforma em ácido acético (CH3COOH), indicando que o álcool
neste caso:
( ) É um agente redutor ( ) É um agente oxidante
( ) Sofre reação de adição ( ) Ganhou elétrons
10) Após responder a esse questionário você mudaria a resposta dada na
questão 5?
( ) Sim, para: _______________________________
( ) Não.
QUESTIONÁRIO II – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO
51
Prezado aluno, o questionário apresentado a seguir, serve de base
para um trabalho monográfico que está sendo elaborado visando mostrar
que é possível abordar o tema do alcoolismo nas aulas de química, como
uma forma de prevenir o uso abusivo do álcool. Portanto, sua participação é
muito importante. Você não receberá nota pelas respostas apresentadas
nem precisa se identificar.
01) Qual seu sexo:
( ) masculino ( ) feminino
02)Sua idade: ( ) menos que 18 anos ( ) entre 18 e 22 anos
( ) mais que 22 anos
03) Você já ingeriu qualquer quantidade de bebida alcoólica?
( ) sim ( ) não
04) Caso a resposta à questão anterior seja verdadeira, onde se deu seu
primeiro contato com bebida alcoólica?
( ) em casa ( ) com os amigos ( ) na escola
05) Marque abaixo qual o nível de conhecimento que você considera ter
sobre os efeitos do álcool no organismo
( ) Pouco ( ) bom ( ) muito bom ( ) ótimo
06) O organismo desenvolve um processo de eliminação do álcool por
meio de uma enzima que transforma o etanol em excesso em
acetaldeído, caracterizado por um grupo carbonílico. A esse respeito,
marque V ou F para as opções abaixo:
( ) A eliminação do álcool não traz problemas, pois, por ser volátil,
desaparece totalmente.
( ) A maior parte do álcool ingerido é eliminado nos pulmões por isso o
ar aí contido serve para medir com o uso do bafômetro o teor de etanol no
sangue
52
07) Com relação aos efeitos do álcool no Sistema Nervoso Central (SNC)
marque V ou F:
( ) O álcool é uma substância depressora do SNC
( ) O álcool é uma substância estimulante do SNC
( ) O álcool quando ingerido em pequenas quantidades é considerado
um estimulante do SNC, mas quando em excesso atua como uma
substância depressora.
7) Na embalagem de uma bebida alcoólica está escrito: teor de álcool
etílico 38 ºGL. Sobre isto marque V ou F nas opões abaixo:
( ) Essa bebida contém aproximadamente 38 mL de álcool puro
( ) A bebida em questão é obtida por meio de fermentação
( ) A bebida em questão é obtida por meio de destilação
( ) Uma bebida fermentada contém um baixo teor alcoólico, ao passo
que uma destilada possui alto teor de etanol.
8) Após responder a esse questionário você mudaria a resposta dada na
questão 5?
( ) Sim, para: _______________________________________.
( ) Não.
53
QUESTIONÁRIO III – 3º ANO DO ENSINO MÉDIO
Prezado aluno, o questionário apresentado a seguir, serve de base
para um trabalho monográfico que está sendo elaborado visando mostrar
que é possível abordar o tema do alcoolismo nas aulas de química, como
uma forma de prevenir o uso abusivo do álcool. Portanto, sua participação é
muito importante. Você não receberá nota pelas respostas apresentadas
nem precisa se identificar.
A SEU RESPEITO RESPONDA O QUE SE PEDE:
1) Qual seu sexo:
( ) masculino ( ) feminino
2) Sua idade: ( ) menos que 18 anos ( ) entre 18 e 22 anos
( ) mais que 22 anos
3) Você já ingeriu qualquer quantidade de bebida alcoólica?
( ) sim ( ) não
4) Caso a resposta à questão anterior seja verdadeira, onde se deu seu
primeiro contato com bebida alcoólica?
( ) em casa ( ) com os amigos ( ) na escola
5) Marque abaixo qual o nível de conhecimento que você considera ter
sobre os efeitos do álcool no organismo
( ) Pouco ( ) bom ( ) muito bom ( ) ótimo
6) O organismo desenvolve um processo de eliminação do álcool por
meio de uma enzima que transforma o etanol em excesso em
acetaldeído, caracterizado por um grupo carbonílico. A esse respeito,
marque V ou F para as opções abaixo:
(___) A eliminação do álcool não traz problemas pois, por ser volátil,
desaparece totalmente.
( ) A maior parte do álcool ingerido é eliminado nos pulmões por isso
o ar aí contido serve para medir com o uso do bafômetro o teor de
54
etanol no sangue
( ) Quando o álcool se transforma em aldeído no processo de
desintoxicação ocorre uma sensação de bem-estar no indivíduo devido
ao álcool ter sido eliminado
( ) A formação do acetaldeído é o responsável pela sensação de
ressaca após a ingestão excessiva de álcool.
7) Com relação aos efeitos do álcool no Sistema Nervoso Central (SNC)
marque V ou F:
( ) O álcool é uma substância depressora do SNC
( ) O álcool é uma substância estimulante do SNC
( ) O álcool quando ingerido em pequenas quantidades é considerado
um estimulante do SNC, mas quando em excesso atua como uma
substância depressora.
( ) A prática de esportes pode proporcionar ao indivíduo as mesmas
sensações de bem-estar que são percebidas quando da ingestão de
certas drogas.
8) Na embalagem de uma bebida alcoólica está escrito: teor de álcool
etílico 38 ºGL. Sobre isto marque V ou F nas opões abaixo:
( ) Essa bebida contém aproximadamente 38 mL de álcool puro
( ) A fórmula molecular do álcool presente na bebida é CH3CH2OOH
( ) A bebida em questão é obtida por meio de fermentação
( ) A bebida em questão é obtida por meio de destilação
( ) Uma bebida fermentada contém um baixo teor alcoólico, ao passo
que uma destilada possui alto teor de etanol.
9) Após responder a esse questionário você mudaria a resposta dada na
questão 5?
( ) Sim, para: _____________________________________
( ) Não.
ANEXO B – Código atribuído aos livros escolares consultados
55
CÓDIGO LIVRO ESCOLAR CONSULTADO
L1 FELTRE, R. Química geral. 6.ed. v.1. São Paulo: Moderna, 2004.
L2 FELTRE, R. Química geral. 6.ed. v.2. São Paulo: Moderna, 2004.
L3 FELTRE, R. Química geral. 6.ed. v.3. São Paulo: Moderna, 2004.
L4AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia: Biologia das células. 2.ed.
v.1. São Paulo: Moderna, 2004.
L5AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia: Biologia das células. 2.ed.
v.2. São Paulo: Moderna, 2004.
L6AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia: Biologia das células. 2.ed.
v.3. São Paulo: Moderna, 2004.