Monografia Carlos Webster Camara Brasil
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FACULDADE DE CIENCIAS, CULTURA E EXTENSÃO DO RN CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO FINACEIRA
CARLOS WEBSTER CAMARA BRASIL
O COTIDIANO FINANCEIRO E SUAS APLICAÇÕES PRÁTICAS
NATAL/RN 2011
LISTA DE SIGLAS AF - Ativo Flutuante
AO - Ativo Operacional
C E O -. Chief Executive Officer
C F O - Chief Financial Officer
CAPM - Capital Asset Pricing Model
CCL - Capital Circulante Líquido
CGL - Capital de Giro líquido
CI – Capital Investido
CMPC Custo médio ponderado de capital
DFC - Demonstração de Fluxo de Caixa
EVA – Valor Econômico Agregado
FCL - Caixa Líquidos Futuros
IBOVESPA- Índice BOVESPA
Lair - Lucro antes do imposto de renda
MIRR - Taxa Interna de Retorno Modificada
MVA - Valor de mercado do adicionado
NCG - Necessidade de Capital de Giro
NOPAT - Lucro Operacional Líquido Após Impostos
PF - Passivo Permanente
PF - Passivo Flutuante
PO - Passivo Operacional
ROA - Retorno Sobre o Ativo
ROE - Retorno Sobre o Patrimônio Líquido
ROI – Retorno Sobre o Capital Investido
SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia
TIR - Taxa Interna de Retorno
TMA - Taxa Mínima De Atratividade
TMR - Taxa Média de Retorno
VFL - Valor Futuro Líquido
VLP - Valor Presente Líquido
VUL - Valor Uniforme Líquido
WACC – Custo Médio Ponderado de Capital
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 05
1.1 CHIEF FINANCIAL OFFICER (C F O) – DIRETOR FINANCEIRO 06
1.2 METODOLOGIA 07
2 REFERENCIAL TEORICO 08
2.1 RISCO 10
2.1.1 Fontes de risco 12
2.1.2 Risco e Retorno 13
2.1.3 Tipo de risco 13
2.2 RETORNO 14
2.3 MENSURAÇÃO DE RISCO 15
2.3.1 Valor Esperado 16
2.3.2 Desvio Padrão 17
2.3.2.1 Desvio Padrão de uma carteira 18
2.4 RETORNO MÉDIO DE UMA CARTEIRA 18
2.5 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO 19
2.6 CÁLCULO DA COVARIÂNCIA (CORRELAÇÃO) 19
2.6.1 Cálculo da Correlação 21
2.6.2 Diversificação 22
2.7 CÁLCULO DO COEFICIENTE BETA (Β) 23
2.7.1 Coeficiente βeta de Carteiras 26
2.7.1.1 Coeficiente β – Risco não diversificável 27
3 ESTRUTURA DE CAPITAL 28
3.1 ESTRUTURA ÓTIMA DE CAPITAL 31
3.2 ALAVANCAGEM 32
3.2.1 Alavancagem financeira 33
3.3 CUSTO DE CAPITAL - CMPC OU WACC 34
3.3.1 Custo do Capital de Terceiros 37
3.3.2 Calculando o custo após IR 38
3.3.3 Custo de Capital Próprio 39
3.3.3.1 Custo da ação preferencial 41
3.3.3.2 Custo da ação ordinária 42
3.3.3.3 Custo de novas emissões de ações ordinárias 44
3.3.3.4 Custo de lucros retidos 45
3.4 EVA – ECONOMIC VALUE ADDED (VALOR ECONÔMICO
AGREGADO)
45
3.4.1 Cálculo do valor econômico agregado 47
3.4.2 Valor de mercado do adicionado (MVA) 50
3.4.3 Cálculo do MVA - Market Vawe Aoded (valor de mercado
adicionado)
51
4 AVALIAÇÃO ATRAVÉS DE ÍNDICES 54
4.1 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO (ESTRUTURA DE CAPITAL) 55
4.1.1 Grau de Endividamento 56
4.1.2 Composição do Endividamento 56
4.1.3 Participação de Capital de Terceiros sobre os recursos totais 57
4.1.4 Imobilização do Patrimônio Líquido 57
4.2 ÍNDICES DE RENTABILIDADE 58
4.2.1 Retorno sobre o ativo (ROA) 58
4.2.2 Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) 59
4.3 ÍNDICE DE INSOVÊNCIA (KANNITE) 60
5 FLUXO DE CAIXA (CASH FLOW) 61
5.1 ELABORAÇÃO DA DFC (TÓPICO) 61
5.2 DEFINIÇÃO DE MÉTODOS 62
5.2.1 Outros exemplos de confecção de DFC (anexo I e II) 64
5.2.1.1 As operações de não afetam o DFC 64
6 ORÇAMENTO DE CAPITAL 66
6.1 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (NET PRESENT VALUE): 66
6.2 CUSTO DE OPORTUNIDADE: 67
6.3 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA) 67
6.4 PAYBACK SIMPLES (SIMPLE PAYBACK) 69
6.4.1 Payback descontado 71
6.5 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) 73
6.6 CÁLCULO DA TAXA MÉDIA DE RETORNO (TMR) 77
6.7 TAXA INTERNA DE RETORNO MODIFICADA - MTIR (MODIFIED
INTERNAL RATE OF RETURN)
77
6.8 ÍNDICE DE RENTABILIDADE 81
6.9 VALOR FUTURO LÍQUIDO (VFL) 83
6.10 VALOR UNIFORME LÍQUIDO (VUL) 85
7 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 87
7.1 ATIVO CIRCULANTE 89
7.2 PASSIVO CIRCULANTE 89
7.3 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO (ATIVO CIRCULANTE) 90
7.4 CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO 91
7.5 CAPITAL DE GIRO PERMANENTE E VARIÁVEL. 93
7.6 CONTAS A RECEBER 93
7.7 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE 94
7.8 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA 95
7.8.1 Efeito Tesoura 95
7.9 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) 96
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 100
REFERÊNCIAS 103
5
1 INTRODUÇÃO
Quando se fala em finanças, automaticamente projeta-se o pensamento a
uma representação de valor material que pode ser convertida em dinheiro. É um
tema amplo e dinâmico que afeta diretamente o cotidiano de pessoas, empresas e
governos.
As Finanças desempenham papel importante nas atividades que consiste na
compra e venda de produtos, serviços e transferências de fundos entre entes
econômicos. O que se concebe sobre finanças, não se restringe em apenas
delimitações, porque existem várias definições, mas uma ideia geral e simples é bem
difundida nos meios empresariais, de que é uma ciência que ensina o manejo dos
dinheiros (Michaelis, 2009). Mas se ela desenvolve um papel preponderante nas
relações mercadológicas, então se pode definir como a arte e a ciência de
gerenciamento de recursos financeiros.
Esses recursos captados deverão ser alocados com o propósito de obter
lucros. Quando falamos em financiamento significa oferecer meios de fornecer
fundos, e esses recursos disponíveis deverão ser direcionados a um investimento
que necessitam ser administrados, ou seja, gerenciados por alguém que tenha az
capacidade de controlar tais meios pecuniários de forma eficiente e eficaz criando
mecanismos de uma estrutura que seja adequada à maximização dos retornos aos
proprietários de ações (Investidores) e proporcionar um conjunto de ações para
manutenção de um estado de liquidez sustentável. É nesse quesito que o
administrador financeiro tem sua influência preponderante.
A Administração Financeira é o conjunto de instrumentos que tem a finalidade
de gerenciar as finanças de uma organização, e esta diretamente ligada a Economia
e a Contabilidade, pois se baseia em conceitos econômicos e em dados contábeis
para suas análises que se destinam a tomada de decisões.
Essa ação peremptória tem como alvo a compensação do binômio
risco/retorno, onde a aplicação de capital efetuado a um certo nível de risco terá
necessariamente, em contrapartida, uma taxa de retorno que justifique a execução
do investimento.
O processo de globalização fez com que as características das organizações
alterassem suas formas de atuar. No final dos anos 80, as empresas contavam com
6
um mercado protecionista, tinham poucos concorrentes e não se preocupavam com
as inovações, com isso, os parques industriais e suas administrações se tornaram
inchadas e obsoletas.
Com a integração cada vez mais estreitas das economias e das sociedades
mundiais, no que diz respeito à produção, a troca de mercadorias e de informações,
as organizações assumiram um papel mais abrangente e tiveram que avaliar e
modificar sua estrutura organizacional de modo a se adaptarem ao novo processo,
então passaram a ter como foco a satisfação do cliente, que se tornou mais exigente
por produtos e serviços de qualidade e a maximização da riqueza de modo a
atender as expectativas dos investidores.
O novo organograma das empresas traz expressões que traduzem a nova
visão de mercado baseada no modelo estrangeiro.
1.1 CHIEF FINANCIAL OFFICER (C F O) – DIRETOR FINANCEIRO
O C F O, antigo administrador financeiro, passa a supervisionar o trabalho do
diretor financeiro e do Controller, está estritamente comprometido na definição da
política financeira e no planejamento da empresa. Tem a incumbência integral de
gestão muito além da matéria financeira, podendo participar até do Conselho de
Administração. Sua ação tem resultante no auxilio ao crescimento corporativo,
considerando a inovação, antes desprezada, o meio para obter uma lucratividade
mais extensa, valorizando ainda mais as quotas acionárias e permite novos
investimentos. Estimula uma dinâmica competitiva que torna possível disputar
posições de destaque no mercado. É a segunda pessoa na escala hierárquica da
organização, acima de sua responsabilidade somente o C E O (Chief Executive
Officer).
A teoria de Administração Financeira tem evoluído muito, e estudos vêm se
multiplicando com a direção voltada para vários aspectos da Gestão Financeira. A
busca de novas estruturas de capital e de variáveis que afetam as tomadas de
decisões no momento de identificar alternativas atrativas de investimentos que
maximizem o valor da empresa é uma realidade incontestável.
7
O gerenciamento financeiro se depara com duas necessidades fundamentais:
que investimentos em ativos a organização deve realizar e de que forma deve obter
os recursos para financiar. Essas decisões envolvem seleções de alternativas de
aplicação de recursos oriundos de uma estrutura de capital (Próprios ou Terceiros)
que viabilizem a realização de projetos (Implantação, ampliação ou expansão e
modernização) com o máximo de retorno.
O objetivo geral desse trabalho despretensioso é de descrever a aplicação de
mecanismos de relevância na análise e decisões de investimentos no cotidiano do
Gestor Financeiro que permitam estabelecer com um grau de segurança e um
menor risco a execução de um empreendimento.
1.2 METODOLOGIA
Finanças é a área de conhecimento que estuda a captação, alocação e
utilização de recursos monetários por investidores e instituições, bem como o
funcionamento dos mercados de capitais e financeiros.
Os nossos estudos foram pautados em coletas de dados a partir de
conteúdos bibliográficos, bem como pesquisas em sites disponíveis na internet em
caráter dissertativo e quantitativo, utilizados para descrever os conceitos e
interpretações de ferramentas usadas no cotidiano da área de finanças que
contribuem para tomadas de decisões com a convicção gestora.
8
2 REFERENCIAL TEORICO
As organizações buscam investir em projetos que tornem viáveis suas
operações. A estrutura que representa as resoluções financeiras tem suas análises
justificadas pelos efeitos positivos nos resultados operacionais que projetam suas
viabilidades econômicas definindo os parâmetros de remunerações das fontes de
capital cujas atividades de investimentos são avaliadas.
Fundamentalmente, a Gestão Financeira está voltada para a criação de
riqueza e sua maximização, remunerando satisfatoriamente seus investidores na
relação custo-benefício. Sempre que um recurso é disponibilizado, sua aplicação
logo é voltada para uma atividade que seja mais lucrativa entre as possíveis
existentes.
Segundo Hoji (2011). As funções básicas do Gestor Financeiro são: Análise,
planejamento, controle financeiro, tomada de decisões de investimentos e tomada
de decisões de financiamentos. Então é importante a assertiva:
Qualquer que seja o título específico do seu cargo – Diretor Financeiro, tesoureiro, controlador, vice-presidente de finanças, gerente financeiro. Etc. – É o indivíduo ou grupo de indivíduos preocupados com (1) A obtenção de recursos monetários para que a empresa desenvolva as suas atividades correntes e expanda a sua escala de operações, se assim for desejável, e (2) A análise da maneira (eficiência ) com a qual os recursos obtidos são utilizados pelos diversos setores e nas várias áreas de atuação da empresa; (Sanvicente, 1997,p.17 )
A disposição atual de um mercado competitivo exige deliberações frequentes
no que se refere a captação de recursos (Financiamentos) que serão alocados
(Investidos) em vários setores da organização. Esse projeto é definido como um
conjunto de gastos efetuados na aquisição de recursos para ampliação do processo
produtivo (Obras civis, reformas de instalações, aquisição de máquinas e/ou
equipamentos indispensáveis ao funcionamento da empresa), aquisição/renovação/
desenvolvimento de tecnologias e de programas de informática, além do capital de
giro associado, destinado para o início das operações.
Um projeto de investimento pode ser de três tipos:
a) Implantação – Quando se abre um negócio.
9
b) Ampliação ou Expansão – Quando o negócio já existe e se procura aumentar a
produção devido a demanda das vendas.
c) Modernização – Quando o negócio já existe, mas o mercado muito competitivo
exige gastos para atualização e aquisição de novos maquinários.
Investimentos produtivos (Operacionais e/ou financeiros) são decisões
difíceis, envolvidos em incertezas principalmente em mercados voláteis de riscos
elevados que transformam as inovações de hoje em resoluções obsoletas amanhã.
Constantemente o Gestor se depara com a necessidade de realizar novos
investimentos que devem proporcionar fator instigador de retorno bastante propício,
de modo a compensar o custeio desse projeto, sendo assim imperiosa a atenção
nos sinais da economia fazendo uso de técnicas cada vez mais eficientes nas
análises e controles dos riscos de mercado. Em suma, o bom investimento se
concretiza na aquisição de um ativo que seja lucrativo, e que valha mais do que o
gasto com a sua implantação (Custos) e que os seus encargos não ofereçam
comprometimentos futuros.
Segundo Ross (1995: p.63), O investimento deve ser comparado com uma
alternativa relevante disponível do marcado financeiro e se não for tão atraente é
melhor recorrer ao mercado em vez de realizar o projeto.
Planejar é a palavra-chave da área financeira, pois o sucesso ou o fracasso
em suas resoluções vão depender de um planejamento e do comprometimento com
suas ações traçadas. Num ambiente altamente competitivo se torna necessário
decisões céleres, e a capacidade pró-ativa do administrador que detém um
planejamento passa a ser uma questão fundamental.
Como diz a teoria da Administração: “Nenhum vento é bom para quem não
sabe para onde ir”. A ausência de uma orientação pré-analisada pode provocar
turbulências econômico-financeiras ou até mesmo levar a organização a um estado
de insolvência
Para Perez Jr, Pestana e Franco (1995: p.12): “Administrar é planejar,
organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinado objetivo”.
Segundo Ross e tal. (1995: p.522): O planejamento financeiro determina a
diretriz de mudança numa empresa. É necessário porque (1) Faz com que sejam
estabelecidas as metas da empresa para motivar a organização e gerar marcos de
referência para avaliação de desempenho, (2) As decisões de investimento e
financiamento da empresa não são independentes, sendo necessário identificar sua
10
interação, e (3) Num mundo incerto a empresa deve esperar mudanças de
condições, bem como surpresas.
Gitman (1987: p.250) afirma:
“Os planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, esses veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho com a qual é possível avaliar os eventos reais”.
As afirmativas patenteiam a importância do planejamento que possibilita o
conhecimento antecipado dos impactos ocasionados com a implementação de um
projeto de investimento, indicando também os possíveis excessos ou insuficiências
de recursos (crise de liquidez ), além do detalhamento de prazos ( curto ou longo ).
Planos financeiros a longo prazo (estratégicos) planejam ações financeiras e o
impacto antecipado dessas ações em períodos que vão de 2 a 10 anos. O uso de
planos estratégicos de 5 anos, que são revisados à medida que novas informações
significativas se tornam disponíveis, é comum. [...] Planos financeiros de curto prazo
(Operacionais) especificam as ações financeiras a curto prazo e o impacto
antecipado dessas ações, na maioria das vezes, esses planos cobrem um período
de 1 a 2 anos. Entradas-chave incluem a previsão de vendas e várias formas de
dados operacionais e financeiros. (Gitman, 2001, p.434).
2.1 RISCO
Cada resolução de investimento apresenta suas qualidades próprias de risco
e retorno, então para maximizar o resultado de um projeto é preciso uma avaliação
ponderada. Risco é definido como a probabilidade de prejuízo financeiro, em termos,
são investimentos considerados arriscados pelas incertezas de suas possibilidades
de retorno. Quanto mais próximo da certeza estiver, menor sua variabilidade e
menor será seu risco se traduzindo em uma medida de volatilidade dos retornos e
dos resultados futuros.
Quando é divulgado risco país, na realidade estão divulgando um indicador
que tem por objetivo estabelecer o grau de instabilidade econômica de um país, que
11
serve de medida de risco para os investidores. Um investimento de $ 1.000 que
garante remuneração de % 5 de juros após 30 dias não apresenta risco, pois não há
variação associada ao retorno. Agora, se um investimento de $ 1.000 em ações e
que pode render de $0 a $ 10 de juros após 30 dias, é qualificada de alto risco
devido à elevada variabilidade do seu retorno e retorno é o ganho ou perda que se
tem com um investimento ao longo de um determinado período de tempo.
Afirma Gitiman (2010: 204). É medido como distribuições de caixa durante o
período mais a variação de valor, este, expresso como porcentagem do valor do
investimento no início do período. A expressão de cálculo da taxa de retorno obtida
sobre qualquer ativo em qualquer período t, r como:
�� = �� + �� − ����−
rt = Taxa de retorno efetiva, esperada ou exigida durante o período t
ct= Fluxo de caixa recebido a partir do investimento no ativo durante o período de t-1
a t.
pt = Preço ( Valor ) do ativo no tempo t
pt-1 = Preço ( Valor ) do ativo no tempo t-1
O retorno rt, reflete o efeito combinado do fluxo de caixa ct e das variações do valor
pt –pt-1 no período t.
Exemplo:
Robin é dona da Gameroon, um fliperama de elevado tráfego, e deseja aferir
o retorno de duas de suas máquinas, a Conqueror e a Demilition. A Conqueror foi
comprada há um ano por $ 20.000 e temvalor atual de mercado de $ 21.500.
Durante o ano, gerou $ 800 em receitas após impostos. A Demolition foi comprada
há quatro anos, seu valor no ano recém-encerrado caiu de $ 12.000 para $ 11.800.
Durante o ano, gerou $ 1.700 em receitas após impostos.
�� = $ �� + $�. ��� − $��. ���$��. ��� = , �%
�� =$. ��� + $. �� − $�. ����$�. ��� = �, �%
12
Embora o valor de mercado da Demolition tenha caído durante o ano, seu
fluxo de caixa proporcionou uma taxa de retorno mais elevada do que a da
Conqueror no mesmo período.
2.1.1 Fontes de risco
RISCOS ESPECÍFICOS DA EMPRESA Operacional
A possibilidade de que a empresa não seja capaz de cobrir seus custos operacionais. Seu nível é determinado pela rentabilidade das receitas da empresa e pela estrutura de seus custos operacionais (fixos e variáveis )
Financeiro
A possibilidade de que a empresa não seja capaz de fazer frente as suas obrigações financeiras. Seu nível é determinado pela previsibilidade dos fluxos de caixas operacionais da empresa e por suas obrigações financeiras de custo fixo.
RISCOS ESPÉCIFICOS DE ACIONISTAS Taxa de Juros
A possibilidade de que mudanças nas taxas de juros afetem negativamente o valor de um investimento. A maioria dos investimentos perdem valor quando a taxa de juros aumenta e ganha valor quando a taxa cai.
Liquidez
A possibilidade de que um investimento não possa ser facilmente liquidado a um preço razoável. A liquidez é afetada de modo significativo pela extensão e profundidade do mercado em que um investimento costuma ser negociado.
Mercado
A possibilidade de que o valor de um investimento caia devido a fatores de mercado que independem do investimento em si ( acontecimentos econômicos, políticos e sociais ) de modo geral, quanto mais o valor de um investimento reage ao mercado, maior seu risco e quanto menor reage, menor o risco.
RISCO DA EMPRESA E DO ACIONISTA Evento
A possibilidade de que algum evento inteiramente imprevisto exerça efeitos significativos sobre o valor de uma empresa ou de um investimento específico. Esses acontecimentos raros como uma ordem governamental para a retirada do mercado de um medicamento popular, costuma afetar grupos pequenos de empresas ou investimentos.
Câmbio
A exposição dos fluxos de caixa esperados futuros a flutuação da taxa de câmbio. Quanto maior a chance de flutuação indesejada da taxa de câmbio, maior o risco dos fluxos de caixa, portanto, menor valor da empresaou do investimento.
A possibilidade de que uma mudança nos níveis de preços causada pela inflação ou deflação
13
De poder Aquisitivo possa afetar negativamente os fluxos de caixa e o valor da empresa ou investimento. Normalmente, empresa ou investimento cujos fluxos de caixa se movam de maneira semelhante aos níveis gerais de preços apresentam baixo risco de poder aquisitivo, enquanto aquelas cujos fluxos de caixa não acompanhem os níveis gerais de preços apresentam elevado risco de poder aquisitivo.
Tributário
A possibilidade de que sobrevenham mudanças desfavoráveis na legislação tributária. Empresas e investimentos cujo valor seja sensível a mudanças da legislação tributária são mais arriscadas.
(Gitman: 2010, p. 204)
2.1.2 Risco e Retorno
Segundo Grapelli (1998, p. 67):
"são a base sobre a qual são tomadas decisões racionais e inteligentes de investimentos: de modo geral, risco e uma medida de volaticidade ou incertezas dos retornos, e retornos são receitas esperadas ou fluxos de caixa antecipados de qualquer investimento”.
A etimologia do termo risco deriva do latim Resecare (cortar em pedaços).
Remonta da noção de perigo que as embarcações antigas corriam ao passar por
rotas marítimas perigosas antes de atracar.
Nos meios financeiros existe diferença entre risco e incerteza. Risco é a
medição de uma ocorrência baseada na probabilidade de acontecer e a incerteza
não permite mensuração.
Risco pode ser definido como a possibilidade de prejuízo financeiro.
2.1.3 Tipo de risco
Podemos enquadrar o risco de duas maneiras:
1) Risco diversificável ou não sistemático
14
É a fração inesperada de retorno resultante de surpresas que atingem ativos
e que está interligado a noção de que pode ser diminuído ou extinto pela
diversificação.
Ex: Greves, processos, perdas de clientes, etc.
2) Risco não diversificável ou sistemático (de mercado)
É a parcela inesperada de retorno resultante de surpresas que atingem ativos,
e que não podem ser extintos através da diversificação.
Ex: Guerras, inflação, eventos políticos.
2.2 RETORNO
Conforme Cabral (2002, p.20)
É o resultado de ganhos ou prejuízos consequente de um investimento durante um período de tempo. É a referência absoluta ou relativa associada à diferença entre a meta de consumo alcançada no futuro é o consumo abdicado no presente. Assim o conceito de retorno fornece ao investidor uma conveniente maneira de expressar a performance financeira do investimento.
É calculado somando-se o resultado esperado em cada período durante a
vida útil do projeto.
Exemplo:
Uma aquisição de 5.000 ações por R$ 10,00 cada, que tem valor no final do
exercício de R$ 15,00 e paga dividendo de R$ 7.500, qual o seu retorno?
Retorno = ganhos de capital = dividendo
Retorno – [ 5.000 (15,00-10,00)] + 7.500 = R$ 32.500,00
Para o cálculo do ganho percentual anual
� = �������������� ���� = !$"#.$%%&$$%.%%% . 100 = 65% a.a
15
Para o cálculo do ganho percentual mental
A taxa de retorno pode ser nominal ou real.
1) Taxa nominal – é realizada por preços correntes, ou seja, oscilatórios.
2) Taxa real – é executada por preços constantes.
Para se calcular a taxa de retorno nominal ou real pode ser utilizada a fórmula
de Fischer:
(1+R) = (1+γ) x (1+H)
Onde:
R = Taxa nominal de juros
γ = Taxa real de juros
H = Taxa de inflação do período.
Exemplo:
Qual a taxa anual de juros de um investimento realizado à taxa nominal de
65% aa, sendo a inflação do período igual a 5%?
(1+R) = (1+γ) x (1+H)
(1+0,65) = (1+ Y)(1+0,05 )
1+γ = ',($',%)
γ = 1,5865 – 1
γ = 0,5865
γ = 58,65% aa
2.3 MENSURAÇÃO DE RISCO
Os riscos são analisados de acordo com os panoramas projetados. A análise
de sensibilidade e uma aproximação em toda sua amplitude para avaliação do riso
16
de várias estimativas possíveis de retorno. A amplitude sem a diferença entre os
retornos extremos. No projeto a distância entre os retornos extremos (amplitude) e
de 20% -17% = 3%.
No projeto e a distância entre os retornos extremos (amplitude) e de 28% -
7% = 21%
O risco de um ativo pode ser medido quantitativamente por meio de duas
estatísticas:
1) Valor Esperado
2) Desvio Padrão
2.3.1 Valor Esperado
É o indicador de retorno mais provável de um ativo. E a média aritmética dos
possíveis resultados de acordo com a sua probabilidade de ocorrer ou pelo
somatório do produto das taxas de retorno pela probabilidade do seu respectivo
retorno.
Exemplo:
17
O valor esperado de cada ativo é de 15%.1
Segundo Gitmam (2010, p. 210):
Quando todos os resultados são conhecidos e se presume que as probabilidades a eles relacionadas sejam iguais, é uma simples média aritmética.
2.3.2 Desvio Padrão
Indicador que mede a dispersão em torno do valor esperado (média). Sua
fórmula para valores conhecidos:
Obs.: O maior risco reflete com clareza o que a apresenta o maior desvio padrão.
O ativo de maior risco e aquele de maior dispersão, portanto maior desvio-
padrão, que no caso e o ativo A2.
1 (Gitman: 2010, p. 211)
18
2.3.2.1 Desvio Padrão de uma carteira
A fórmula usada para calcular o desvio-padrão do retorno Θ numa situação
em que todos os resultados são conhecidos e presume-se que as probabilidades a
eles relacionadas sejam iguais e:
* = +∑ -. − .̅0#123'4 − 1
2.4 RETORNO MÉDIO DE UMA CARTEIRA
O retorno médio de uma carteira é determinado pela participação percentual
reunidos dos ativos da carteira em um período de tempo. É dado pela fórmula:
Kc=∑89:4
Onde;
Kc = Retorno da carteira
W = Participação Percentual do Ativo
Ka= Retorno do Ativo
n = Número de Observação
Exemplo:
Qual o retorno de dois ativos A e B, de mesma participação em carteira (50%)
e quais retornos se expressam conforme a seguir:
2 (Gitman: 2010, p. 211)
19
2.5 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO
É usado para aferir a dispersão relativa na comparação de ativos com
retornos esperados diferentes.
A interpretação do coeficiente de variação é quanto maior o coeficiente, maior
o risco.
Exemplo:
O coeficiente de variação do projeto A apresenta um risco maior.
2.6 CÁLCULO DA COVARIÂNCIA (CORRELAÇÃO)
Conforme Guitman (2010, p.215):
Covariância é uma medida estatística da relação entre duas séries de números quaisquer. Os números podem apresentar dados de qualquer
20
espécie, de retornos a notas de provas. Se duas séries se movem na mesma direção, elas são positivamente correlacionadas. Quando se movem em direções opostas, são negativamente correlacionadas
Então, coeficiente de correlação é a mensuração do grau de correlação entre
duas séries que tem sua variação entre +1 e -1, identificando como determinados
aqueles se correlacionam (ligação) entre si em um período de tempo. Sua fórmula
estatística é:
COV>,? = ∑-. − .̅ -@ − @A04
Anos Retornos Projetados
Projeto A Projeto B
1 -20% 25%
2 40% -20%
60% 15%
Exemplo:
Os ativos variam no mesmo sentido (positivo) onde há maior risco e maior
retorno.
21
Obs.: Quando a covalência for negativa, significa que os ativos variam em sentido
oposto com redução do risco e redução retorno.
2.6.1 Cálculo da Correlação
A correlação tem a finalidade de fazer entender o grau relacionamento na
coluna de duas ou mais variáveis, indicando em que proporção ocorre obedecendo
aos parâmetros de +1 a -1.
BC =D')E$" = 22,17
O retorno dos dois investimentos varia diretamente e na intensidade de 60%,
quando um investimento cresce, o outro também cresce na mesma proporção.
Obs.: Quando a correlação é negativa dizemos que variam inversamente, ou seja,
quando um aumenta o outro diminui.
22
2.6.2 Diversificação
Para aumentar o risco se faz necessário variar os investimentos distribuindo o
capital em outros ativos. Quando se utiliza desse expediente na tentativa de
compensar possíveis perdas, a decisão não se toma de forma aleatória, é para essa
finalidade que se faz uso da correlação entre ativos. Que atua sobre o risco não
sistemático.
Exemplo:
Se tivéssemos agora três ativos, A, B e C e se quisesse combinar A com os
outros dois, com participação meio a meio, e eles tivessem os retornos abaixo
discriminados, qual a combinação que ofereceria menos risco de carteira?
Retorno dos Ativos
H= '$>$$ H=
$I'%I'$I#%I#$$ =
H= 15% H= 15%
Exemplo:
Marilyn está estudando ações para inclusão em sua carteira de investimentos.
A ação que ela quer analisar é a da Danhaus Industries INC. (DIL), uma fabricante
diversificada de produtos para animais de estimação.
23
Uma de suas maiores preocupações é risco; de modo geral, ela só investe em
ações com coeficiente de variação de retorno inferior a 0,75. Ela colheu informações
sobre preços e dividendo da DIL, como se ver a seguir, para os últimos três anos
(2007-2009) e supõe que o retorno de cada ano seja igualmente provável.
2007 => [R$ 3,50 + (36,50-35,00)] / 35,00 = 14,3%
2008 => [R$ 3,50 + (34,50-36,50)] / 36,50 = 4,1%
2009 => [R$ 4,00 + (35,00-34,50)] / 34,50 = 13%
. = '),"%I),'%I'"%
" => . = 10,5%
Cv = K> =
$,('%,$ = 0,53 (Quociente de Variação)
O coeficiente de variações dos retornos da ação da DIL no período de 2007-
2009 foi de 0,53 está bem abaixo do coeficiente máximo o de 0,75 de Marilyn. Ela
conclui que a ação da DIL será um investimento aceitável.
2.7 CÁLCULO DO COEFICIENTE BETA (Β)
Consiste em uma medida relativa do risco não diversificável. É um indicador
do grau de variabilidade do retorno de um ativo em resposta a uma variação do
24
retorno de mercado, ou seja, permite classificar risco do ativo com relação ao
mercado.
O beta ou os betas que medem o risco nos modelos financeiros têm duas
características fundamentais que deve-se levar em consideração: A primeira é que
pode ser possível que um investimento seja de risco elevado em termos de risco
individual, mas de risco baixo em termos do risco do mercado. A segunda
característica compartilhada por todos os betas é o fato de que medem o risco
relativo de um ativo e, por isto, são padronizados em torno de um. Damodaran
(2002)
Calcula-se o beta de qualquer ativo pela regressão de seus retornos contra
um índice que representa a carteira do mercado durante um período de tempo.
Segundo Damodaran (2001, p.29) “Não há um consenso quanto à escolha do
período, alguns serviços utilizam um período de dois anos, outros seis anos”. Vai
depender da estabilidade econômica financeira vigente.
A escolha dos índices também afetam as análises do beta.
Afirma Silva (2004),
(...) a utilização do índice Ibovespa como carteira de mercado para obtenção do índice beta (β) tem gerado algumas críticas. Isto porque o Ibovespa é uma carteira teórica baseada na comparação como predomina o modelo CAPM.
Outro problema na estimação dos betas são as transformações ocorridas nas
empresas do longo do tempo. As organizações de tecnologia são exemplos cabais
devido as evoluções tecnológicas flui com mais rapidez fazendo com que as receitas
cresçam exponencialmente e a composição fundamental de produtos da empresa
muitas vezes se altera. (Damodaran, 2002).
O coeficiente beta do mercado é considerado igual a 1,0. Todos os demais
são analisados em sua relação, podendo ter positivos ou negativos, a sua maioria
fica entre 0,5 a 2,0.
Os betas são interpretados de acordo com o grau de sensibilidade do retorno
da carteira. A variação do mercado, por exemplo, quando um retorno de mercado
25
aumenta em 10%, uma carteira com beta de 0,75 acrescentará aumento de 7,5%
em seu retorno (0,75 x 10%).
Sua fórmula se dar por:
Exemplo:
KM = Retorno de mercado
KA= Retorno do título
LM = �#%I"%I$%" = 20 LM =
�#%I)%IE%" = 30
Calculo da variância de mercado
S = #(%%" = 866,7
Cálculo da Covalência entre M e A
A N A-N M-O (A-N) (M-O) -20 30 -50 -40 2000 40 30 10 10 100 70 30 40 30 1.200
O título varia em 1,27 vezes mais que a variação de mercado.
26
2.7.1 Coeficiente βeta de Carteiras
O beta de uma carteira é estimado utilizando os betas dos ativos que as
compões. Seja W a parcela do valor total em dólares da carteira representado pelo
ativo J, e seja B, o beta do ativo J, então a equação para encontrar seja da carteira
bp é:
PQ = (w1xb1) + (w2xb2) +... (wnxbn)
Onde: wj = Parcela em dólares do ativo j
Bj= Beta do ativo j
Exemplo:
Manoacutino, um investidor individual quer avaliar o ritmo de duas pequenas
características que esta estudando, y e w. Ambas contêm cinco ativos, com
proporções e os betas mostrados abaixo. Os betas das duas carteiras bv é bw
podem ser calculados.
bv = (0,10x1,65) + (0,30x1,00) + (0,20x1,30) + (0,20x1,10) + (0,20x1,25)
bv = 0,165 + 0,300 + 0,260 + 0,220 + 0,250
bv = 1,195 = 1,20
bw = (0,10x0,80) + 0,10x1,00) + (0,20x0,65) + (0,10x0,75) + (0,10x1,05)
bw = 0,080 + 0,100 + 0,130 + 0,075 + 0,525
bw = 0,91
27
O beta da carteira v = 1,20 e da carteira w = 0,91. Os cálculos demonstram
que os retorno da carteira v são mais sensíveis a variações do mercado, portanto
mais arriscado.
Obs.: o β > 1 -> tem sensibilidade superior ao de mercado. Maior risco
β < 1 -> tem sensibilidade inferior ao de mercado. Menor ritmo.
2.7.1.1 Coeficiente β – Risco não diversificável
Yj= Rf + [ hj x (YM – Rf)]
Yj= Retorno exigido do ativo j
Rf = Taxa de retorno livre de risco
Bj = Coeficiente beta índice de risco não diversificável do ativo
Y = Coeficiente beta ou índice de risco sobre a carteira de mercado.
Exemplo:
A Benjamin Corporation, uma empresa de Software em fase de crescimento,
quer determinar o retorno exigido sobre o ativo z, que tem beta de 1,5. A taxa de
retorno livre de risco é 7%, o retorno da carteira de mercado é 11%.
Yz = 7% + [1,5 x (11% - 7%)]
Yz = 7% + 6%
Yz = 13%
O prêmio para o risco de 4% requer um retorno de 13%
As decisões de investimentos devem ser praticadas levando-se em
consideração três questões fundamentais:
a. A estrutura de capital
b. O orçamento de capital
c. A administração do capital de giro
28
3 ESTRUTURA DE CAPITAL
É determinada pelo composto de endividamento que uma empresa utiliza
para financiar suas operações, essa composição é formada pelas fontes de
financiamentos oriundas de capitais de terceiros (exigível) ou capital próprio
(patrimônio líquido)
Definem Gitman e Madura (2003), estrutura de capital como uma composição
de dívida a longo prazo e capital próprio mantida pela empresa, é uma das áreas
mais complexa da tomada de decisão financeira devido a sua inter-relação com
outras variáveis consideradas na decisão financeira.
Para que essa estrutura seja eficiente e promova a alavancagem para
proporcionar o desenvolvimento da organização, necessita de análises
estabelecidas em algumas proposições básicas.
Segundo Brigham e Hoston (1999, p.449) dar a conhecer quatro fatores que
tem influência nas decisões que envolvem a estrutura de capital:
1. O ritmo do negócio ou o grau de risco pertinente às operações da empresa,
caso não utilize capital de terceiros. Quanto maior for o risco do negócio, mais
baixo será o seu grau de endividamento ótimo.
a. O capital de terceiros tem a garantia de recebimento preferencial de
dividendos e distribuição de lucros dos proprietários.
2. A posição tributária da empresa uma das principais razões para usar capital
de terceiros é que os juros poderão ser deduzidos para fins de impostos, o
que reduz o custo efetivo da dívida, no entanto, se a maior parte do lucro da
empresa já está protegida da tributação por meio de estudos tributários de
depreciação ou por compensação de prejuízos fiscais anteriores, sua riqueza
29
de impostos será baixa, de modo que a dívida não será tão vantajosa quanto
seria para uma empresa com uma alíquota de impostos mais alta.
a. Essas reduções referem-se aos custos incluídos na DRE-
Demonstrações de resultados como despesas financeiras antes do
imposto de renda (LAJIR).
3. Flexibilidade financeira ou capacidade de levantar capital sob condições
razoáveis em situação adversa. Uma oferta uniforme de capital é necessária
para operações estáveis. O que é vital para o sujeito a longo prazo. Quando
há redução de credito na economia ou quando uma empresa está passando
por dificuldades operacionais, os provedores de capital preferem fornecer
fundos a empresa com balanços patrimoniais fortes, logo, tanto a
necessidade potencial futura fundos, como as consequências de uma
deficiência de fundos têm grande influência na estrutura de capital desejada –
quanto maior for a necessidade futura provável de capital e quanto piores as
consequências de uma falta de capital, mais forte precisa ser o balanço
patrimonial.
4. Conservadorismo ou agressividade da administração. Alguns são mais
agressivos que outros e por isso algumas empresas são mais propensas à
utilização de dívidas para alcançar lucros. Esse fator não afeta a estrutura de
capital ótima ou maximizadora de valor, mas influência a estrutura de capital
desejada (a escolhida nesses princípios).
O endividamento pode produzir resultados expressivos para a empresa, com
também ter como consequência tragédias financeiras de grandes proporções
decorrentes do gerenciamento influenciado por certos perfis de gestão.
A R.H. Macy P. Company, em 1986, então presidente do conselho da R.H.
Macy, Jr. Edward Finkelstein, realizou uma aquisição por capital de terceiros, deixou
a organização tão endividada que, mais tarde a empresa devido obrigada a decretar
envolvência por não conseguir honrar as obrigações inerentes a divida contraída.3
Afirma Marion (1997, p.464/465):
Não há dúvida de que, principalmente em época inflacionária, é apetitoso trabalhar com capital de terceiros que com capital próprio. Esta tendência é acentuada quando a maior parte do capital de terceiros é composta de
3 Brigham, E.F. :. Houston, J.F. Fundamentos da moderna administração financeira. Rio de Janeiro.
Campus, 1999, p.448
30
“exigíveis não onerosos”. Isto é, exigíveis que nos geram encargos financeiros explicitamente para a empresa (não há juros, correção monetária: fornecedores, impostos, encargos sociais a pagar, etc.).
Por outro lado, uma participação de capital de terceiros exagerado em relação
ao capital próprio torna a empresa vulnerável a qualquer intempérie. Normalmente,
as instituições financeiras não estão dispostas a conceder financiamentos para
empresas que vão á falência apresentam endividamento elevado em relação ao
patrimônio líquido.
O monitoramento do grau de endividamento é muito importante para manter a
proporção de sua estrutura equilibrada. Se houver a opção de manter o
endividamento em torno de 45% em capital de terceiros e se por qualquer razão
política, econômica ou social começar a crescer é possível que os recursos de uma
nova ampliação e/ou expansão tenha sua origem nas fontes internas para ajuste da
estrutura de capital.
O conceito de estrutura de capital ótima segundo Assaf Neto (2004), está
vinculado a proporção de recursos próprios e de terceiros a ser mantido por uma
empresa que leva maximização da sua riqueza para seus acionistas.
Afirma Bodie e Merton (1999, p. 296), financiamento interno surge das
operações da empresa (...), inclui fontes como lucros retidos, salários provisionados
ou contas a pagar. Um exemplo reinvestindo em novas organizações ou
equipamentos.
Dessa forma entende-se a necessidade da alternância entre fontes (interna e
externa de financiamentos) como disposição fundamental para manter seu grau de
endividamento equilibrado.
A importância da estrutura de capital se torna relevante, uma vez que,
elevando o quociente entre as fontes de capital, a empresa poderá reduzir seus
impostos e, por conseguinte, maximizar seu valor. As importantes forças que atuam
no sentido de maximizar o valor da empresa. Parecem empurrá-las para uma
estrutura de capital integralmente composta por capital de terceiros. (Ross,
Westerfield e Jaffe, 1995).
31
3.1 ESTRUTURA ÓTIMA DE CAPITAL
Quanto maior a participação do capital de terceiros, maior a alavancagem
operacional, em função das despesas financeiras. Maior também será o
endividamento da empresa.
Do equilíbrio dos recursos próprios e de terceiros tem origem a estrutura de
capital mais apropriara para a empresa.
Alguns autores preferem afirmar que uma estrutura ótima de capital é aquela
que maximiza o LPA4
V = RCST!-'�T!0UVWU
V = Valor da empresa
Lajir (1-IR) = Lucro após o IR
CMPC = Custo médio ponderado de capital
Podemos afirmar que as reduções dos juros de capitais de terceiros atuam a
favor da empresa. Observamos que quanto CMPC decresce o valor da empresa
aumenta.
4 Gitman, 1997, p.447/449; Cherubineí 26, 2007, p.233-245; Ross Etes, 1998, p. 309-312; Assap Neto p. 393-425
32
3.2 ALAVANCAGEM
Afirmam Brealey e Myers (1993, p.447).
O resultado básico de qualquer empresa é a corrente de fluxo de tesouraria produzida pelos seus ativos. Quando a empresa é inteiramente financiada por capitais próprios, todos esses fluxos de tesouraria pertencem aos acionistas.
Quando emite dívida e ações, a empresa compromete-se a dividir os fluxos
de tesouraria em duas partes: uma, relativamente segura, que destina por
detentores de ações.
Se uma empresa faz uma captação de dinheiro contraindo dívidas e sua
capacidade em geral lucros é superior ás taxas emprestadas, então o expediente
pode ser considerado alavancagem (Gitman, 1797, p.215)
Quanto maior o endividamento a custos fixos, ou alavancagem financeira, de
uma empresa, maiores serão seu risco e retorno esperados.
Fama e Melher (1999) baseados em estudos sobre as 500 maiores empresas
da América Latina em faturamento líquido em 1995, “disseram” que o nível de
endividamento se constitui num fator que potencializa os resultados da empresa com
tendência a geram lucro, aumentando. Consequentemente, seu valor, e age
negativamente sobre aquelas com tendência a gerar prejuízo.
Esse exame de Fama e Melher é de extrema importância por que confirma
que apenas empresas com retornos operacionais consegue benefícios
consideráveis da alavancagem.
A empresa que se endivida, faz mediante a uma taxa e que essa deverá ser
no mínimo igualada operacionalmente para que não gere prejuízo. (TMA-taxa
mínima de atratividade)
Ainda Segundo Fama e Melher (1994), a alavancagem financeira pode gerar
alguns problemas para a empresa:
1. Elevação do risco tendo em vista que os juros acabaram se constituindo
numa modalidade de custo fixo, gerando risco financeiro.
2. Existência, segundo alguns automet5, do denominado “custo de falência” em
parte ligada ao mito do negócio.
5 Ross, Westerfield e Japre (1995, p.325) Breadley R.A; e Myers, S.C. (1998, p. 485)
33
3. Risco de flutuação para maior a taxa de juros longo ao tempo. Esse tipo de
mito parece ter sido abordado pelos autores de teoria de finanças. A
variabilidade desta taxa, por fatores conjurais poderá inviabilizar. Em
determinado momento, a rolagem da dívida pela geração de alavancagem
negativa do negócio.
3.2.1 Alavancagem financeira
Consiste na capacidade da empresa trabalhar com recursos de terceiros
(empréstimos, debêntures, ações preferências, emissões de títulos privados e notas
promissórias, etc.) de modo a minimizar os efeitos da variação do lucro operacional
(lajir) sobre os lucros por ação por proprietários da empresa. Gitman (1997, p.116)
Tem como exemplo o perfil de um banco comercial que grande parte dos
recursos disponibilidade para empréstimos tem sua origem em depósitos à vista
e/ou aplicações diversas. Baseia-se fundamentalmente na remuneração para os
clientes a uma taxa e cobrando de suas operações de empréstimos uma taxa
superior, essa diferença entre taxas é o que caracterizamos Spread que em sua
definição mais exata consiste na diferença entre a taxa de juros cobrada quem toma
um empréstimo e a taxa de juros que recompensa o investidor e que é destinado do
intermediário financeiro.
Alavancagem financeira é positiva quando capitais de longo prazo de
terceiros produzem efeitos sobre o patrimônio líquido, ou seja quando o retorno
sobre o patrimônio líquido for superior ao retorno sobre o ativo. (GAF > 1)
Esses juros provenientes da alavancagem pode ser visualizado com auxílio
do esquema abaixo:
Lajir
(-) Juros
Lair
(-) Imposto de Renda
Lucro Líquido
Fonte: www.professormarcoaurelio.pro.br
34
Para proporcionar a atual estrutura operacional, a empresa ABC necessita de
recursos que somam R$ 100.000,00. Duas são as possibilidades:
1) Utilizar 100% de capital próprio
2) Tomar 30% do capital necessário a terceiro, ao custo médio de 30%
Supondo uma alíquota de 35% de imposto de renda e que o nível de
produção seja de 25.000 unidades.
1) LPA = LL / investimento 2) LPA = LL / investimento
LPA = 24.375,00 / 100.000,00 LPA = 21.450 / 70.000
LPA = 24,375% LPA = 30,643%
GAF = 1PA2 / LPA1 = 30,643% / 24,375% = 1,25714
Conclusão:
Este exemplo foi só para demonstrar quanto é oneroso para empresa o
autofinanciamento (capital próprio)
Podemos observar que a rentabilidade dos acionistas sobe
consideravelmente quando opta pela segunda possibilidade.
GAF>1 => alavancagem favorável, o retorno do ativo (bens e direitos) da
empresa será maior que a remuneração efetuada ao capital de terceiros.
3.3 CUSTO DE CAPITAL - CMPC OU WACC
Após a análise do fluxo de caixa livre, que reflete a movimentação dos
recursos financeiros da empresa (recebimentos e pagamentos) em determinado
intervalo de tempo, é necessário identificar o custo do capital empregado no projeto.
Se for utilizado um conjunto de recursos, este custo será uma média ponderada das
fontes utilizadas.
35
Esse custo pode ser conceituado como a taxa de retorno que o investimento
precisa obter para manter o valor de mercado da empresa. Baseando-se em um
TMA (taxa mínima de atratividade).
O CMPC é obtido através da média dos custos de cada fonte de capital,
ponderando pelo seu peso (participação) na estrutura de capital.
KM = WEKE + WdKd + WpKp + WoKo
KM = Custo médio ponderado de capital
WE = Proporção de empréstimos a longo prazo na estrutura de capital
Wd = Proporção de debêntures na estrutura de capital (lucros retidos)
Wp = Proporção de ações pretendidas na estrutura de capital
Wo = Proporção de ações ordinárias na estrutura de capital.
CMPC = KE x WE x(1-T) + KA x Wd + Kp x Wp + Ko x Wo
KE = Custo da divida
Kp = Ações preferenciais
Ko = Capital ordinário ( Ações ordinárias + lucros medidos e acumulados)
W = os restos
Fator (1-T) = O benefício fiscal – T = alíquota IR
Afirma Weston e Brigham, (2000), cada fonte de financiamento (capital de
terceiros – dívida, capital próprio – emissão de ações reinvestimento, lucros retidos)
requer uma taxa de retorno mínima, implicando um custo específico para a empresa.
O custo do capital de terceiros é representado pelos juros exigidos, o custo de
capital próprio é o valor referente ao pagamento dos dividendos esperados / exigidos
pelos acionistas. E o custo do reinvestimento é igual ao custo do capital próprio.
Esta igualdade se explica pelo princípio do custo de oportunidade, uma vez que a
retenção do lucro significa um não recebimento de dividendos por parte dos
acionistas que poderiam destinar esses dividendos recebidos para outros
investimentos.
Numa visão didática se não houvesse efeitos da tributação do imposto de
renda e os capitais tivessem a mesma participação, o custo médio será dado por:
36
9 = X + YZ[ + Z\
K = Custo de capital
J = Juros
D = Dividendos
Ct= Capital de terceiros
Cp = Capital próprio
Agora considerando o efeito dos tributos sobre o lucro e a estrutura de
capitais da organização, o custo médio ponderado deve ser calculado pela fórmula
abaixo:
WACC = [ ]]I^ x Ct (1-T)] + [
^]I^ x Cp]
D = Capital de terceiros
E = Capital Próprio
D+E = Capital Oneroso
CT = Custo de capital de terceiros
(1-T) = Abatimento da Alíquota do IR
Cp = Custo de capital próprio
Exemplo:
Considere que uma empresa tem a seguinte estrutura de capitais: R$
100.000,00 de capital próprio e R$ 200.000,00 de capital de terceiros.
Calcule o CMPC de capital dessa empresa, sabendo que o custo do capital
próprio é 10% e o custo do capital de terceiros é 12% ao ano. A taxa de tributos
sobre o lucro é de 30%.
WACC = [ #%%#%%I'%% x 12%(1-0,3)] + [
'%%-#%%I'%% x 10%] = 8,93% ao ano
=> Fundamentos da teoria do custo de capital
37
3.3.1 Custo do Capital de Terceiros
O custo de capital de terceiros é a remuneração que os provedores de capital
exigem para disponibilizarem seus recursos. É relevante destacar que esse custo
deve ser sempre analisado após o imposto de renda, já que permite abater como
despesas financeiras.
Já que os juros constituem uma despesa dedutível, eles produzem ganhos
fiscais, que reduzem o custo líquido da dívida. Até certo ponto, o financiamento
através de capitais de terceiros é bom. Além de certo ponto já pode não ter mais tão
benefício, pois a capacidade de tornar as dívidas diminui e a capacidade de se
tornar insolvente aumenta. (Groppelli e Nikbakth, 1939).
Afirma Brigham e Houston (1999). O capital de terceiros tem diversas
vantagens. Primeiro os juros são dedutíveis para fins de imposto, o que reduz o
custo efetivo da dívida. Segundo, como os portadores de títulos de dívidas obtêm
um retorno fixo, os acionistas não precisam partilhar seus lucros se os negócios
porém extremamente bem-sucedidos. No entanto, o capital de terceiros também tem
desvantagens. Primeiro, quanto mais alto for o grau de endividamento, mais alta
será a taxa de juros. Segundo se uma empresa enfrenta tempos difíceis e o juros, os
acionistas terão que cobrir a diferença e, se não puderem fazê-lo, a empresa irá à
falência. Épocas boas podem estar logo adiante, nas o excesso de dívidas ainda
pode impedir a empresa de chegar lá e ainda arruinar os acionistas neste meio-
tempo.
O custo do financiamento através de capitais de terceiros é dado pela fórmula
abaixo:
Kj = Kd (1-t) :.Kt = S-'�[0U[
KJ = Custo após o IR Kt= Custo de capital de terceiros
Kd = Custo antes do IR J = Juros ($)
T = Alíquota marginal de IR Ct = Capital de terceiros
t = Alíquota de IR
38
Exemplo 1:
Demonstramos abaixo a influência do imposto de renda possui sobre os
custos das duas fontes de capital:
A empresa a fez um empréstimo de R$ 100.000,00 com juros anuais de 30%.
A segunda empresa operou com recursos próprios o mesmo valor. A alíquota de IR
foi de 40%
3.3.2 Calculando o custo após IR
Demonstração:
Kj = Kd (1-T) => Kj = 0,3 (1-0,4) = 0,18% a.a = 100.000 x 0,18 = R$ 18.000,00
Custo do empréstimo = 100.000 x 0,30 = = 30.000,00
Ganho de IR = ($ 200.000 - $ 170.000) x 0,4 = $ 12.000,00
→ $30.000,00 - $ 12.000,00= 18.000,00
Portanto R$ 120.000,00 – R$ 102.000,00 = R$ 18.000,00
Exemplo2: Uma empresa paga juros R$ 200.000,00 ao ano, sobre um empréstimo
de R$ 1.000.000,00. Calcule o seu custo de capital de terceiros sabendo-se que o IR
é de 25%
Kt = #%%.%%%,%%-'�%,#$0'.%%%.%%%,%% =
'$%.%%%,%%'.%%%.%%%,%% = 0,15% ou 15% a.a
39
3.3.3 Custo de Capital Próprio
Capital próprio é o valor líquido do patrimônio, de uma empresa. Caracteriza-
se pelo valor residual dos ativos após a redução e todos os seus passivos. Portanto
se a organização vender todos seus ativos e pagar todas suas dívidas, a sobra será
o capital próprio.
Na contratação de um financiamento por qualquer fonte (terreiros ou próprios)
tem um custo que refletido como a taxa de retorno que os investidores exigem para
realizar um investimento em uma empresa.
O custo do financiamento através de capitais próprios é calculado pelo
modelo CAPM (Capital Asset Prinsng Model) que significa em português, o “modelo
de apreçamento dos ativos de capital”, que define o custo do capital acionário da
empresa através do retorno da soma da taxa de retorno dos títulos sem risco e da
taxa de risco sistemático da empresa (beta), multiplicada pela taxa de prêmio
relativa ao risco de mercado.
Afirmam (Bruní e Famá, 2001, p.304). De acordo com o CCPM o retorno ou
custo oferecido (exigido) de um ativo pode ser definido de acordo com o risco
sistemático. Quando maior o risco, maior o nível de retorno exigido.
Para aplicação dessa fórmula de cálculo é necessário avaliar as variáveis
abaixo:
1. Taxa livre de risco – costuma-se aplicar a taxa SELIC (Sistema Especial de
Liquidação e Custódia) que registra as operações com títulos públicos e afere
o custo de capitação da dívida interna.
2. Retorno do ativo com risco – É representado pelo retorno do índice Bovespa
(IBOVESPA) que é um indicador do desempenho médio das cotações das
ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo.
3. Índice Beta: É o coeficiente angular da reta de regressão que mede a
volaticidade entre o retorno de um ativo e o retorno do mercado mede a
variação de uma ação em relação a uma carteira diversificada que representa
o mercado, como inflação, crises internacionais, variações climáticas, crises
políticas, comportamento macroeconômico, etc.
O índice Bovespa é usado como proxy que é sempre igual a 1 que serve
como base de cálculo comparativo. Quando uma empresa não tem ações
40
operacionais na bolsa de valores o beta médio de outras empresas pode ser
utilizado com a mesma função.
O valor deste beta serve para indicar a variação da ação quando o índice
Bovespa variar 1% conforme abaixo:
• β = 1 Médio ou Neutro => tende acompanhar o mercado. Quando o Ibovespa
valoriza 6% o ativo valoriza na mesma proporção
• β < 1 Defensivo => A oscilação reflete queda em relação ao mercado.
Quando o Ibovespa valoriza 6%, o ativo tende a valorizar melhor do que 6%.
Ex: Se o beta da ação for 0,75. Significa que se o Ibovespa variam 6%
durante a semana, é bastante provável que a ação varia 0,75 . 6% = 4,5%
• β > 1 Agressivo => As oscilações reflete alta em relação ao mercado.
Ex: Se o beta dar 1,90 e o Ibovespa variar 4%, o valor da ação deve variar
próximo de 7,90 x 4 = 7,6%
Então, associando o risco da empresa do retorno exigido, pelo método do
CAPM (Capital Asset Pricing Model), o custo do capital próprio é obtido através da
seguinte equação:
R = RF + β (RM – RF) onde:
R = Retorno esperado do ativo analisado
RF = Taxa livre de risco
β = Risco Sistêmico
RM = Retorno médio de uma carteira com risco
(RM – RF) = Prêmio pelo risco do mercado
Exemplo:
Suponha que uma determinada empresa possua um β igual a 1,2. Qual seria
o retorno mínimo desejado por seus acionistas caso o retorno esperado pelo
mercado seja de 25%aa, e a rentabilidade de um título livre de risco seja de 14,25%
a.a?
R = RF + β (RM + RF) => 14,25% + 1,2 (25% - 14,25%) = 27,15% a.a
41
3.3.3.1 Custo da ação preferencial
As ações preferenciais são as mais negociadas. Seu possuidor tem prioridade
no recebimento de dividendos que deve ser no mínimo 10% superior ao da ordinária,
e no caso de extinção da empresa.
Não dar direito de participação da administração da empresa e o direito a voto
só em situação especial: quando a empresa deixar de pagar dividendos por três
anos consecutivos, até que a empresa volte a pagar e quando da alteração dos
direitos dos preferenciais. Seus papeis são identificados no mercado por letras PNA,
PNB, PNC.
A ação preferencial é uma espécie de participação especial que um
proprietário possui na empresa, pois os acionistas preferenciais devem receber seus
lucros declarados, antes que os lucros sejam distribuídos para os outros acionistas.
Guitman (1917).
O custo da ação preferencial pode ser calculado pela seguinte fórmula:
Kp = ]\`\
Kp = Custo da ação preferencial
Dp = Dividendo a ser pago
Np = Recebimentos líquidos pela venda de ações preferenciais
Exemplo:
Uma empresa emite ações preferenciais com rendimento anual de 30%. O
valor de cada ação é de R$ 87,00 e o custo da venda de R$ 5,00 por ação. Qual o
custo da ação preferencial?
Kp = %,">aEaE�$ = 21,22%
Exemplo:
Se uma ação é comparada por R$ 2,20 e vendida um ano após por R$ 2,50 e
ainda rendeu dividendos de R$ 0,15 por ação; qual seu custo?
42
Esta fórmula nasce do raciocínio abaixo baseado no exemplo acima:
Valor da compra = valor atual da venda + valor atual do dividendo
2,20 = 2,50 / (17k) + 0,15 / (1+k)
(1+k) = 2,20 / (2,50 + 0,15)
K = 0, 2045 ou 20,45% a.a
Então podemos concluir:
Po = W1-'Ib0n +
]1-'Ib0n Onde:
Po = Preço atual da ação
Pn = Preço de venda da ação
Dn = Dividendo anuais
K = Custo da ação
Po = 2,20 => 2,20 = #,$%-'Ib0 +
%,'$-'Ib0 Pn = 2,50 2,20 (1+k) = 2,50 + 0,15
Dn = 0,15 2.20 + 2,20k = 2,65
2,20 k = 0,45
K = 0,2045 −c 20,45%
3.3.3.2 Custo da ação ordinária
Ação ordinária são aquelas que são direito de voto aos acionistas na sua
participação nas definições por rumos dos negócios da empresa, mas não
responsabiliza pelas dívidas (ocorre com mais frequência em empresas de capital
fechado).
Seus possuidores têm direito de vender suas ações por pelo menor 80% do
valor pago a um possível comprador ou até mesmo ao controlador das ações da
empresa (Chamatagalong). Não garantem a distribuição de dividendo seja fixo ou
mínimo, e seus papéis são identificados por letras ON.
43
O custo de capital da ação ordinária é o retorno exigido pelos acionistas das
ações ordinárias por financiarem a empresa de forma permanente (Cemes Jr., Rigo
e Cherobim, 2002). Este custo é mais elevado que os custos por lucros retidos, pois
esta emissão irá incorrer em custos de colocação os quais, são os custos incorridos
para se disponibilizar estas ações no mercado. Os acionistas ordinários possuem
participação nos futuros retornos da empresa, os quais podem ser demonstrados
nos dividendos esperados e nos ganhos de capital (Groppelli e Nikrakht, 1999).
O cálculo do custo da ação ordinária pode ser determinado pela fórmula a
seguir (Modelo Gordon):
K = de\f + g
K = Taxa de retorno exigida (custo de capital próprio)
D1 = Dividendos pagos no ano1 (projetado p/ próximo período)
Po = Preço corrente da ação no mercado (preço da ação)
g = Taxa anual de crescimento dos dividendos. (taxa esperada)
Exemplo:
Uma empresa pagou um dividendo de R$ 5,31 no ano passado. Estima-se
que esse dividendo crescerá a uma tara de 6,2% aa por um período indeterminado.
Qual é o custo de capital próprio. Sabendo-se que a ação é atualmente negociada a
R$ 70,00.
K = ]'WK + g => k =
$,()E% + 0,062 => k = 0,14257 =>k= 14,26%a.a
5, 31 x 62% = 5, 64
Exemplo:
Uma empresa emite ações ordinárias cuja cotação no mercado é de R$ 50,00
/ ação. Ela pretende pagar no final do ano dividendo de R$ 10,00 por ação. Sabendo
que a distribuição de dividendos nos últimos 5 anos procedeu-se de maneira abaixo,
qual o seu custo?
44
Dividendos pagos
Ano Valor
1 8,50
2 8,65
3 8,80
4 9.00
5 9,50
K = '%$% + g
A variação do pagamento de dividendos e sempre positive e sequenciada.
Então,
8,50 (1+g)4 = 9,50
(1+g)4 =g,$%a,$%
(1+g)4 =1.1176
1+g = (1,1176)4
g = 1,0282-1
g = 0,0282 ou 2,82%
K = 0,20 + 0,0282
K = 0,2282 ou 22,82% aa
3.3.3.3 Custo de novas emissões de ações ordinárias
Custo determinado discriminado a redução percentual no preço corrente de
mercado atribuídos aos custos de locação (taxa de subscrição e deságio).
É dado pela fórmula (Modelo Gordon)
K = ]'-'�h0W� + g
45
(1-f) = Redução percentual
K = Custo da ação ordinária
D1 = Dividendos por ação esperada
Po = Preço da ação
G = Taxa anual de crescimento
3.3.3.4 Custo de lucros retidos
É o custo de uma nova emissão subscrita de ações ordinárias adicionais. Não
há necessidade de reajustamento do custo de lucros retidos com os custos de
colocação subscrição e deságio) por que ao reter lucros a empresa evita esses
custos.
Custos dos lucros retidos é o retorno que os acionistas exigem aderir sobre o
capital próprio obtido a partir da retenção de parte dos lucros gerados. Lemes Jr.,
Rigo e Cherobim (2002). Esta forma de financiamento e mais barata que a ação
ordinária, pois quando esta é utilizada possui o mesmo custo de uma emissão de
ações ordinárias no mercado, com a exceção de que não serão incorridos custos de
colocação, mas é mais dispendiosa que o custo do capital de terceiros (Groppelli e
NikballHt, 1999). Apesar de serem recursos que já estão disponíveis internamente,
há um custo devido ao princípio do custo de oportunidade. A tomada de recursos de
fáceis de serem determinados, mas o custo dos lucros retidos não. (Weston e
Brigham (2000).
3.4 EVA – ECONOMIC VALUE ADDED (VALOR ECONÔMICO AGREGADO)
Num período em que a competividade e a transparência é a palavra de ordem
em todos os setores da economia, o gerenciamento dos recursos escassos por parte
dos gestores financeiros é de total importância para atrair investimentos que gerem
retornos aos detentores de capital e produzir valor para a organização.
46
A produção de valor acontece quando a organização alcança uma taxa de
retorno sobre os investimentos que supere a taxa do custo de oportunidade dos
investidores.
Custo de oportunidade representa o valor da melhor alternativa desprezada
em favor da alternativa escolhida (Vasconcelos, Vasconcelos e Barbosa, 1999).
O lucro contábil ficou obsoleto para exprimir resultados que ultrapassam a
esperada transitoriedade do projeto de confrontação entre receitas e despesas.
O EVA tem a capacidade de mostrar oportunidades de ganhos econômicos
indicando quando a receita total é maior que os custos explícitos e implícitos,
fazendo conhecer que os recursos estão sendo bem conduzidos (positivo).
A apuração de um resultado positivo não garante necessariamente o sucesso
do empreendimento, medido pela atratividade econômica em remunerar o custo de
oportunidade de seu investimento. (Assf Neto, 2003, p.180). Assim o valor
econômico agregado (EVA) representa a melhor medida de avaliação empresarial a
remuneração exigida pelos provedores de capital.
A gestão de empresas está saindo de uma postura convencional de busca do
lucro e rentabilidade para um enfoque preferencialmente voltado á riqueza dos
acionistas. Assaf Neto (1999).
O EVA torna patente que não basta a empresa apresentar lucros
extraordinários se o capital aplicado para fomentar os resultados tiver um custo
maior.
Segundo Davies (1996) o EVA traduz um resultado que demonstra se a
empresa está ganhando, em um exercício mais do que o custo de capital imputado
por seus recursos utilizados. Permite à administração da empresa o conhecimento
exato se ela esta criando (EVA positivo) ou destruindo (EVA negativo) a riqueza dos
acionistas.
Numa definição mais concisa, o EVA e o lucro operacional líquido após a
dedução por impostos, deduzindo o custo de capital utilizado para gerar esse lucro
(Barros, 1997).
Algumas aplicações do EVA:
1) Identificar oportunidades para criação de riquezas
2) Auxilia no planejamento estratégico
3) Estabelece incentivos baseados na medição desempenho
4) Cria metas a longo prazo.
47
Em suma, esse instrumento de mensuração se fundamenta na ideia de lucro
residual calculado abatendo o custo de capital do seu lucro operacional após os
impostos (NOPAT).
EVA = (NOPAT) – (Capital x Custos de capital)
3.4.1 Cálculo do valor econômico agregado
Para calcular o EVA, inicialmente é necessário conhecer o custo do capital
(de terceiros e acionistas). O custo do capital tomado de terceiros é dado pela taxa
que a empresa paga na capacitação de recursos, ajustado para refletir a
dedutibilidade dos impostos a serem recolhidos. O custo do capital fornecido pelos
acionistas também deve ser considerado em bases realistas, ou seja, quanto os
acionistas ganhariam se investissem em companhias com o mesmo nível de risco
que sua empresa (custo de oportunidade). Caso a empresa utilize capital próprio e
de terceiros, o custo total do capital será a média ponderada de ambos. Em seguida,
determinam o investimento de capital que a empresa fez nas operações. Consiste
em máquinas, veículos, imóveis, capital de giro (dinheiro, estoques e contas a
receber) e investimentos de longo prazo como gastos com pesquisas e
desenvolvimento, de produtos treinamentos de funcionários, etc. (Tully, 1993).
Para Mataui e Yoshitake (2006, p.45), para o cálculo do EVA é necessário
calcular a diferença entre a taxa de retorno sobre o capital investido (ROI) e o custo
desse capital (WACC) que resulta no residual Return on Investment (RROI), também
conhecido como ROI Residual e multiplicar esse valor pela quantidade de capital
econômico utilizado no negócio (CI)
EVA = (ROI-WACC)*CI
Onde:
ROI – Retorno Sobre o Capital Investido
WACC – Custo Médio Ponderado de Capital
48
CI – Capital Investido
BONACIM et al (2006) Neto (2004) e Perez e Famá (2006) expressa a
mesma mensuração em outro formato, como sendo o valor operacional após o
desconto do retorno mínimo exigido pelos proprietários do capital investido. W
Empreendimento.
EVA = NOPAT (WACC.CI)
Onde:
NOPAT = Lucro Operacional Líquido Após Impostos
WACC = Custo Médio Ponderado de Capital
CI = Capital Investido
Fazendo a equivalência matemática das duas fórmulas anteriores temos:
EVA = (ROI x CI) – (WACC x CI) => ROI = `iWCjUT
Que esta de acordo com o conceito de retorno sobre o capital.
A STERN Stewart & CO empresa de consultoria norte-americana define o
EVA como medida de desempenho voltada sempre para a maximização da riqueza
dos acionistas.
A fórmula de cálculos (Stewart, 1991, p.8) é:
EVA = (RO - IR) – (CMPC x CI)
Onde:
RO = Resultado Operacional (Excluída as Despesas Financeiras)
IR = Imposto de Renda
CMPC = Custo Médio ponderado de Capital
CI = Capital Investido (Próprio e de Terceiros)
49
Outra maneira de se mensura o EVA:
EVA = Lair – (i x capital investido) ou EVA = Lajir – CMPC
EVA = 100.000 – (2% x 50.000 + 10% 100.00)
Onde:
Lair = Lucro antes do imposto de renda (DRE)
Capital investido = Retirado do balanço patrimonial constituído do patrimônio líquido
(capital próprio) e dos empréstimos obtidos (capital de terceiros)
i = Esta taxa tomados registrados em contrato. Já a taxa referente ao capital próprio
depende da identificação do custo de oportunidade no momento do investimento
realizado.
Em SUMA a organização terá criado valor se o resultado obtido superar o
custo do capital investido (próprio e de terceiros).
Exemplo:
DRE referente 2009 (milhares de R$)
Receitas de vendas___________________ 765.325,00
(-) Deduções ________________________ (45.210,00)
(=) Receita Líquida ___________________ 720.115,00
(-) Custos operacionais ________________ (415.222,00)
(-) Despesas Administrativas ___________ (225.875,00)
(=) Lajir ____________________________ 79.018,00
(-) Despesas Financeiras ______________ (7.917,00)
(-) IR / CSLL ________________________ (28.440,40)
(=) Lucro Líquido_____________________ 42.660,60
NOPAS = Lajir x (1-T)
NOPAS = 79.018,00 x (1-04) =
NOPAS = $ 47.410,80
CMPC = 11,7%
CAPITAL TOTAL INVESTIDO = $ 250.500,00
EVA = NOPAT – CMPC X CAPITAL INVESTIDO
EVA = 47.410,80 – 0,117 X 250.500,00
EVA = R$ 18.102.300,00
50
Conclusão:
• Durante o ano de 2009, a organização criou um valor de R$ 18.102.300,00.
Esse valor é o excedente após a remuneração dos investidores, traduz em
dividendos acima dos inicialmente esperados, em ganho de capital no preço
das ações.
3.4.2 Valor de mercado do adicionado (MVA)
O valor de mercado adicionado (MVA) é a diferença entre o valor de marcado
de uma empresa incluindo patrimônio líquido e passivo e o capital total investido na
organização.
O valor de mercado (VM) é representado pelo valor de mercado do capital do
acionista em um determinado tempo. E o capital investido representa o capital
investido pelo acionista no mesmo tempo do cálculo do valor de mercado.
Para Mawessi (2004, p.43), MVA representa uma medida cumulativa de
performance em valores monetários da empresa tem adicionado valor aos
acionistas, quando comparado com o valor originalmente investido.
Segundo Milbourn (2001, p.134) deefine MVA como a diferença entre o valor
de mercado da organização e o valor contábil (ajustado) de seus ativos.
O MVA é uma medida de desempenho que considera a riqueza em termos
pecuniários e não em taxas considerando todos os investimentos que agregam
valor.
Para uma empresa de capital aberto, o valor de mercado pode ser calculado
através da soma do valor de mercado do capital próprio (número de ações x pelo
preço de cada ação) e do valor contábil da dívida de empréstimos.
O MVA reflete os resultados financeiros, demonstrando se a empresa criou ou
destruiu riqueza. Demonstrará, portanto, o nível de aberto das decisões tomadas no
passado até o momento, como também os resultados futuros dos EVA trazidos a
valor presente. É uma medida de avaliação de desempenho que por si só não
aumenta ou diminui o valor da empresa, mas procura satisfazer um dos grandes
anseios dos proprietários do capital: avaliar, através dos resultados obtidos se o
51
valor da organização onde investiram seus recursos está aumentando ou
diminuindo. Marvessi, (2004, p.43).
3.4.3 Cálculo do MVA - Market Vawe Aoded (valor de mercado adicionado)
O MVA pode ser calculado através do valor presente do fluxo de EVA’S.
MVA = ^kC-'�l0� + ^kC-'�l0�I' + ^kC-'�l0�I# = ^kC-'�R0�I
Com o emprego de uma taxa que represente o retorno exigido pelos
provedores em relação ao capital investido. Então o MVA é definido pela fórmula:
MVA = ^kC'I-UVWU0 m
Aumentar o valor é o grande objetivo das organizações e que o MVA indica se
esse objetivo está ou não sendo alcançado. Frezatti (1999, p.32)
O MVA quanto maior melhor. Se positivo indica que a organização criou
riqueza para os acionistas. Se o MVA for negativo. Significa que a riqueza e valor
foram destruídos.
BALANÇO PATRIMONIAL
CIRCULANTE 45.000 CIRCULANTE 38.000
Caixa e Bancos 6.000 Duplicatas a pagar 18.000
Aplicações Financeiras 2.000 Salários a pagar 9.000
Duplicatas a receber 25.000 Impostos a recolher 4.500
Estoques 12.000 Outras obrigações 6.500
PERMANENTE 70.000 NÃO CIRCULANTE 17.000
Investimentos 5.000 Exigível a longo prazo 17.000
Imobilizado 65.000 PATRIMONIO LIQUIDO 60.000
Capital 54.000
52
Reserva 6.000
TOTAL DO ATIVO 115.000 TOTAL DO PASSIVO 115.000
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO
Receita operacional líquida 110.000
(-) Custo dos produtos vendidos 57.000
(=) Lucro bruto 53.000
(-) Despesas operacionais 30.000
Administrativas 11.000
Vendas 16.000
Financeiras 3.000
(=) Lucro antes do IR 23.000
(-) Imposto de renda(35%) 8.050
(=) Lucro Líquido 14.950
ESTRUTURA DE CAPITAL E DE INVESTIMENTOS
Investimentos 77.000 Empréstimos 17.000
Capital 54.000
Reserva de lucros 6.000
Total 77.000
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS AJUSTADA
Receita operacional líquida 110.000
(-) Custo dos produtos vendidos 57.000
(=) Lucro Bruto 53.000
(-) Despesas operacionais 27.000
Administrativas 11.000
Vendas 16.000
(=) Lucro antes do Imposto de Renda 26.000
(-) IR sobre o lucro gerado pelos ativos (alíquota: 35%) 9.100
(=) Lucro operacional após o IR 16.900
(-) Despesas financeiras 3.000
(+) Economia de IR (9.100-8.050) 1.050
(=) Lucro líquido 14.950
53
Considerando que:
• A empresa distribuiu todo o seu líquido sob a forma de dividendos;
• Possui apenas ações ordinárias a um custo de Ko=15% aa
• O custo de empréstimos é de Ke= 9,75%aa
• A empresa possui estrutura de capital = 25% de capital de terceiros e 75% de
capital próprio;
• CMPC = CT x Ke + Cp x Ko é 0,25 x 9,75 + 0,75 x 15 = 13,687% a.a
• CMPC = 80.000 x 13,687% = 10.950,00
EVA = Lucro operacional após o IR – Custo de capital da empresa
EVA = 16.900 – 10.950 = 5.950
O R$ 5.950 é o valor excedente após a remuneração dos investidores, vale
dizer que além da remuneração do custo de oportunidade, a empresa proporcionou
este ganho efetivo.
Visualização Simplificada
Lucro Líquido = 14.950
(-) Custo de capital próprio 9.000 (60.000 x 0,15)
(=) EVA 5.950
MVA = EVA/CMPC
MVA = 5.950 / 13,6875% = R$ 43.470,00
Valor total da empresa = capital investido + MVA
Valor total da empresa = 80.000 + 43.470 = 123.470
Caberá aos proprietários esse valor menos o ELP, ou seja, R$ 103.470,00.
54
4 AVALIAÇÃO ATRAVÉS DE ÍNDICES
Toda empresa carece de informações ordenadas e por memorizadas para as
ações voltadas ao seu crescimento sustentável. As análises através de índices se
torna instrumento e visualizador das condições econômica financeiras da
organização.
A análise de índices envolve métodos de cálculo e interpretações de índices
financeiros para analisar e monitorar o desempenho da empresa. Gitman E Madura
(2003, p. 191).
A técnica de análise por meio de índices consiste em relacionar contas e
grupos de contas para extrair conclusões sobre tendências e situações econômico-
financeira da empresa. Hoji (2004, p.280).
As informações econômico-financeiras evidenciam o processo operacional
destacando algumas informações que tem por objetivo atrair investimentos capazes
de alavancar sua produtividade. Esses esclarecimentos são representados através
de relatórios que oferecem uma série de relatos acordados com regras contáveis
que transformam dados em informações que traduzirá sua atração em postura
eficiente, atraindo assim novas possibilidades de investimentos.
Esse conjunto de fatos e eventos são detectados por aspectos
imprescindíveis refletindo situações que servem de leme para empresa a seguir:
Situação financeira ���� Liquidez
����Estrutura de capital
Situação econômica ���� Rentabilidade
���� Atividade
Os relatórios aos acionistas da maioria das grandes sociedades anônimas,
também incluem comentários sobre as atividades da empresa, novos produtos,
pesquisa e desenvolvimento, e outros assuntos. A maioria das empresas não vêem
o relatório anual unicamente como uma exigência, mas como um importante veículo
para influenciar as percepções os proprietários acerca da empresa e suas
perspectivas futuras. Devido as informações que contém, o relatório aos acionistas
55
podem afetar o risco esperado, o retorno o preço da ação e, sobretudo, a viabilidade
da empresa. Gitman (2002, p.70).
4.1 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO (ESTRUTURA DE CAPITAL)
Uma maneira de avaliar a situação econômico-financeira de uma empresa é
acompanhar as oscilações do patrimônio líquido.
O Revigoramento do capital próprio (PL) em relação ao capital de terceiros
oferece situação de maior solidez evitando a vulnerabilidade da empresa diante das
intempéries do mercado e evidenciam o percentual de capital de terceiros que
financiam a empresa.
O grau de endividamento exibe o gerenciamento na contratação e alocação
dos recursos da empresa. Não há o que questionar que em épocas inflacionárias é
mais lógico operar mais com capital de terceiros quando sua maior parte é composta
de exigíveis que não geram encargo financeiro. Mas é necessário atentar para a
proporcionalidade das fontes de recurso na precaução de futuros prejuízos causado
pela vulnerabilidade adquirida por ocasião das crises financiamentos para
organizações que apresentam situações desfavoráveis.
Estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar
a posição relativa do capital com relação do capital de terceiros (dívidas). São
quocientes de muita importância, pois indicam a relação de dependência da
empresa com relação a capital de terceiros. Iudíbus (2007, p.94).
Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras,
em termos de obtenção e aplicação de recursos. Portanto, os índices de
endividamento sevem para evidenciar a estrutura financeira das contratações e
aplicações de recursos, propiciando a análise para melhor decisão de investimentos.
Mataratto (1998, p.157).
56
4.1.1 Grau de Endividamento
E realizado para identificar a dependência de recursos de terceiros (dívidas),
o quanto a empresa utilizou de recursos externos em relação ao seu capital próprio.
Participação de capital de terceiros = U:\l[:mnojopqolpKrW:[plsô1lKRívwlnK< 1
Quanto menos o índice, melhor a situação da empresa, possibilita maior
ganho, porém maior risco de influência.
4.1.2 Composição do Endividamento
Identifica a participação do capital de terceiros (de curto prazo) em relação ao
montante das obrigações. A intenção é de conhecer as parcerias do exigível de
longo prazo que emigram para o circulante no ato de seus vencimentos.
Quanto mais curtos os vencimentos das parcelas, maior será o risco
proporcionado pela empresa, significa dizer que é mais favorável para a organização
que a maior parte de sua dívida esteja no longo prazo, assim terá mais tempo de
planejar suas operações para que façam frente às dívidas.
CE = W:rrlxKUlpqwm:1[o^>lyíxom = %
Se a composição do endividamento apresentar concentração no passivo
circulante (curto prazo), a empresa poderá ter reais dificuldades num momento de
reversão de mercado (o que não acontece se as dívidas estivessem concentradas
no longo prazo). (Marion, 2007, p.106).
A interpretação é de que quanto maior for esse índice, maior será a ação
sobre o caixa para saldar os compromissos no curto prazo.
57
4.1.3 Participação de Capital de Terceiros sobre os recursos totais
Mostra quanto do ativo total é financiado com recursos de terceiros.
Quanto maior o quociente, mais obrigações à honrar, e maior será o risco da
empresa não conseguir pagar seus compromissos. É expresso em percentagem.
IPCT = ^>lyíxomjK[:mC[lxKjK[:m = %
4.1.4 Imobilização do Patrimônio Líquido
Índica o quanto de recursos próprios estão sendo aplicados no ativo
permanente, evidenciando a inviabilidade do giro de recurso a curto prazo.
Em SUMA, é utilizado para encontrar o montante do capital próprio aplicados
no ativo permanente.
I{PL = |����}�� ~�����}~��� ������
De acordo com Silva (1999, p.254). “O índice de imobilização do patrimônio
líquido indica quanto do patrimônio líquido da empresa está aplicado no ativo
permanente.
Esses investimentos de longo prazo serão viáveis dependendo dos
gerenciamentos operacionais da empresa, uma vez que, o emprego em ativos
permanentes encurta os recursos próprios expondo a empresa à dependência do
capital externo. O ideal será imobilizar a menor parte possível de seus recursos
próprios destinando sua maior parte ao financiamento do ativo circulante na sua
movimentação habitual de suas transações.
4.2 ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Estima o retorno obtido pela organização no emprego de seus ativos em um
período de tempo, ou seja, o quanto a empresa está sendo lucrativa na aplicação de
seus recursos.
58
São os resultados obtidos em relação a determinadas grandezas que melhor
mostram o seu tamanho.
Expressar a rentabilidade em termos absolutos tem uma utilidade informativa
bastante reduzida, portanto, devemos relacionar um lucro de um empreendimento
com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, para analisar quão
bem ativa a empresa em determinado período. Iudícibus (2007, p.102).
São muito importantes, pois evidenciam o sucesso (ou insucesso)
empresarial. Os índices de rentabilidade são calculados geralmente sobre as
receitas líquidas (alguns índices podem ser interessantes calcular sobre as receitas
brutas deduzidas somente das vendas canceladas e abatimentos. Hoji (2004, p.
290).
Mostra que tamanho não é documento, e o que é importante é o retorno
obtido na aplicação de ativos.
4.2.1 Retorno sobre o ativo (ROA)
Estabelece os lucros grados pelas atividades operacionais em função da
eficiência na administração da aplicação de recursos nas operações da empresa
(ativos).
Segundo Marion (2008, p.127) “(...) o ativo significa investimentos realizados
pela empresa a fim de obter receita e, por conseguinte, lucro. Assim poderá obter a
taxa de retorno sobre o investimento”.
ROA = RwqpKRívwlnKC[lxKjK[:m :. ROI =
RwqpKK\op:qlK1:mC[lxKi\op:qlK1:m
Obs.: Se invertemos o quociente obteremos o tempo (meses ou anos) de
retorno para a recuperação do investimento no ativo.
Pode ser interpretado como o quanto a empresa obtém de lucro para cada
unidade monetária investida.
59
4.2.2 Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE)
Mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa por seus proprietários.
A importância do quociente de retorno sobre o patrimônio líquido reside em
expressar os resultados globais auferidos pela gerência na gestão de recursos
próprios e de terceiros, em benefícios dos acionistas. A principal tarefa da
administração financeira ainda é maximizar o valor de mercado para o possuidor das
ações e estabelecer um fluxo de dividendos compensador. No longo prazo, o valor
de mercado da ação é influenciado substancialmente pelo quociente de retorno
sobre o patrimônio líquido. (Iudícibus, 2007, p.108).
Expressa quanto a empresa obteve de lucro cada unidade monetária de
capital próprio investido. É frequentemente utilizado por investidores, acionistas e
entidades financeiras no intuito de rastrear o potencial e a solidez da empresa.
O processo de avaliação é apresentado nos parâmetros da tabela a seguir:
Avaliação de resultados – ROE
Até 2% Rentabilidade Péssima
De 2% a 10% Rentabilidade Baixa
De 10% a 16% Rentabilidade Boa
Acima de 16% Rentabilidade Excelente
Fonte: Cafeo (2004, p.39) apud Silva (2005)
A fórmula para cálculo do indicador:
ROE = RwqpKRívwlnKW:[plsô1lKRívwlnK
60
4.3 ÍNDICE DE INSOVÊNCIA (KANNITE)
O conhecido termômetro de Kannite é utilizado para prever falência das
empresas. Tem a função de avaliar o grau de solidez econômico-financeira das
organizações.
Esse fator é obtido a partir de informações de balanços contábeis como s
seguir:
II = 0,05X1+1,65X2+3,55X3-1,06X4-0,33X5
X1 = ����������}~��� ������
X2 = |����������~���I&����~��I�}}~�����������~���I�������}
X3 = |����������~���}~�����������~���
X4 = |�����~����~���}~�����������~���
X5 = }~�����������~�I�������}}~��� ������
Após os cálculos o resultado da escala do termômetro da Kannite indica três
situações de análises:
7 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7
SOLVENTE – Indica situação Boa
PENUMBRA – Indica um retência a insolvência. A atenção a empresa inspira cuidados
INSOLVENTE – Indica situação ruim com rumos a falência.
61
5 FLUXO DE CAIXA (CASH FLOW)
Fluxo de caixa é o registro e controle das entradas e saídas de numerários de
uma organização.
Para Assaf Neto (1997, p. 35) “(...) o fluxo de caixa é um instrumento que
relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de
uma empresa em determinado intervalo de tempo”.
A demonstração dos fluxos de caixa (DFC) passou a ser obrigatória para fins
fiscais com a doar (demonstração das origens e aplicações de recursos. Para
organizações fechadas com patrimônio líquido inferior a R$ 2.000.000,00 (dois
milhões de reais) na rata do encerramento anual não será obrigatório à sua
elaboração e publicação.
A demonstração dos fluxos de caixa visualiza as oscilações de disponibilidade
propiciando base para uma avaliação financeira da organização e a sua capacidade
de possibilita uma adoção antecipada no suprimento de recursos para suas
necessidade.
Através da sua confecção pode se obter a identificação das fontes de
recursos, origens das disponibilidades seus objetivos e sua alocação, se há
capacidade de aplicação de recursos e de excedente de caixa e/ou se há
necessidade de contração de novas obrigações (empréstimos).
Segundo Marion (1998, p.380) (...) “A demonstração de fluxo de caixa (DFC),
indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa, bem como a aplicação de
todo o dinheiro que saiu do caixa em determinado período, e, ainda o resultado do
fluxo financeiro”.
5.1 ELABORAÇÃO DA DFC (TÓPICO)
Sua elaboração e atende a dois modelos: direto e indireto destacando três
tipos de atividades.
.
62
a. Operacional – Captam a demonstração de resultado e as transações do
circulante, exceto contas, ocorridas no período. Os principais lançamentos de
entrada são as vendas à vista, recebimentos, descontos, caução e cobrança
das duplicatas das vendas a prazo. Os desembolsos podem ser
discriminados com as compras de materiais. Primas à vista ou a prazo,
salários e ordenados, encargos sociais, custo indiretos de fabricação,
despesas financeiras.
b. Financiamentos – operações de empréstimos (títulos á pagar) onde a
quitação caracteriza saída de caixa e a tomada entrada de caixa. Capital
próprio (ações) onde a compra de ações caracteriza saída de caixa e a venda
representa entrada de caixa.
c. Investimentos – associado à compra (saída) e a venda (entrada) de ativos
imobilizados e participações societárias.
O fluxo deve ser superior ao lucro líquido após o I.R. devido a dois fatores:
1) O montante das despesas não desembolsadas atribuídas ao período,
principalmente a depressão que é um custo, não representando uma saída de
caixa.
2) Desembolso com investimentos não capitalizados, porém considerados como
despesas do período.
5.2 DEFINIÇÃO DE MÉTODOS
a) Direto – contém as entradas e saídas de caixa registradas pelos
recebimentos de clientes e pagamentos de fornecedores e despesas
operacionais.
Exemplo:
DFC – Demonstração de fluxo de caixa
Operacional
63
(+) Recebimentos de clientes
(-) Pagamentos de fornecedores
(-) Pagamentos de despesas
Total (=) das operações (1)
Financiamentos
(+) Recursos de terceiros e/ou próprios
(-) Amortização de empréstimos
(-) Pagamentos de dividendos
Total (=) dos financiamentos (2)
Investimentos
(+) Diminuição do permanente
(-) Aumento do permanente
Total (=) dos investimentos (3)
Variação do disponível (1) + (2 + 3)
b) Indireto – é iniciada pelo lucro líquido e seus ajustes acrescidos das variações
ocorridas no circulante com exceção do disponível. A este sub-total gerado
pela operacionalidade da empresa são lançados como entrada os recursos
captados dos acionistas (capital próprio), como aumento de capital social e
contratação de capital de terceiros.
Exemplo:
Demonstração de fluxo de caixa
Operacional
(+) Lucro líquido
(+/-) Ajustes (receitas / despesas financeiras de curto prazo)
(+/-) Variações do ativo circulante
(+/-) Variações do passivo circulante
(=) Total das operações
(+/-) Entradas / saídas de financiamentos próprios e/ou terceiros
(=) Total de ingressos no disponível (1)
Aplicações
(+) Pagamentos de dividendos
64
(+) Aumento do permanente
(=) Total das aplicações
(=) Variação do disponível (1) + (2) =
5.2.1 Outros exemplos de confecção de DFC (anexo I e II)
A área financeira deve avaliar criteriosamente o perfil de seu endividamento
de forma que os desembolsos necessários ocorram de acordo com as entradas.
Quanto melhor a capacidade de geração de recursos de caixa menor a necessidade
de financiamentos de capital de giro, reduzindo seus custos financeiros. As reservas
de caixa devem ser efetuadas em níveis moderados, por que ao invés de maximizar
a liquidez abre precedentes de geração de custos por não incorporar retorno
operacional.
As razões mais evidentes de insolvência ou possíveis insucessos das
organizações esta na ausência de planejamento de fluxo de caixa e de proteção de
receitas e despesas.
5.2.1.1 As operações de não afetam o DFC
a) Depreciação, amortização e exaustão são apenas reduções do ativo.
b) Provisão para devedores diversos – estimativa de perdas com clientes não
expressa desembolso de caixa.
c) aumento ou diminuição de unidades de investimentos pelo método de
equivalência patrimonial. As correções não evidenciam que houve novas
aquisições ou vendas.
Exemplo:
PROJEÇÃO O FLUXO DE CAIXA DA EMPRESA - ANEXO I
Base Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receitas brutas 31/12/05 31/12/06 31/12/07 31/12/08 31/12/09
(-) Imposto s/ receitas
(-) Custo
65
(-) Despesa
(-) Depreciação
(=) Lucro Operacional
(=) IR/CSLL
(=) LOL
(+)Depreciação
(=) Ebida
(-) Investimento fixo
(-) Investimento fixo em
CGL
(=) FCO
(-) Juros
(-) Amortização
(=) FCA
AGORA É SÓ FAZER A PROJEÇÃO DO SALDO DE CAIXA
DEMONSTRATIVO DAS PROJEÇÕES DE TRANSAÇÕES - ANEXO II
66
6 ORÇAMENTO DE CAPITAL
A produção de riqueza esta fundamentada na realização de investimentos
que visem um retorno lucrativo. Esse retorno esta baseado na criação de valor e
deverá ser superior ao custo de capital para que possa agregar valor tanto para o
provedor d capital como para empresa.
Fatores como escassez de recursos, riscos e incertezas rodam os
investimentos e proporcionando impacto direto na decisão de investir.
Antes da realização de qualquer projeto de investimento se torna necessário
examinar o custo de oportunidade, que é extremamente importante e indispensável
para qualquer análise de viabilidade econômica.
Orçamento de capital é a execução de métodos de planejamento e gestão por
investimentos de uma empresa, utilizando técnicas de avaliação alocando aos
projetos maximização no seu valor futuro, e tem a incumbência de avaliar e
selecionar investimentos em ativos empregando o conceito de valor do dinheiro no
tempo legitimando se os resultados futuros justificam o seu custo inicial. É o
emprego de técnicas de análises que proporciona uma maior reflexão quanto a
viabilidade do investimento.
6.1 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (NET PRESENT VALUE):
É o método mais utilizado, e baseia-se na atualização das entradas de caixa
futuras ao valor presente observando o custo de oportunidade que será uma taxa de
desconto que será aplicado.
Segundo Gitman (2001, p. 302), “é uma técnica de orçamento de capital
sofisticada, encontrada ao subtrair o investimento inicial de um projeto de valor
presente de seus fluxos de entrada de caixa, descontados a uma taxa igual ao custo
de capital da empresa.”
Para Weston e Brighamm (2000, p.533), o valor presente líquido (VPL) pode
ser definido como “um método de avaliação das propostas de investimento de
67
capital em que se encontra o valor presente dos fluxos de caixas futuros líquidos,
descontados ao custo do capital da empresa ou a taxa de retorno exigida.”
6.2 CUSTO DE OPORTUNIDADE:
Conceito originado na teoria econômica referente a máxima contribuição
disponível de lucro que é abandonado pelo uso limitado dos recursos para um
particular propósito (HORNGREN & FOSTER apud WERNKE, 2000).
Custo de Oportunidade é utilizado como referência na análise de
investimentos, como parâmetro de rentabilidade de projetos, demonstrando o ganho
real de um investimento como sendo a diferença entre a sua Taxa interna de
Retorno e a taxa de maior capacidade contributiva ao mesmo capital investido em
outra atividade qualquer, seja ela produtiva ou especulativa.
6.3 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA)
Segundo Kunhen & Bauer apud WERNKE (2000) o conceito de Taxa Mínima
de Atratividade como “a taxa mínima de retorno que o investidor pretende conseguir
como rendimento ao realizar algum investimento”.
Pode ser entendida como o retorno que investidor espera pelo capital que
está empregado em determinado investimento, traduzido a uma taxa percentual
sobre o próprio investimento, por um determinado espaço de tempo.
Sendo o VPL positivo (VPL>o), significa que o projeto será viável pois irá
cobrir todo custo do investimento. E ainda irá gerar recursos adicionais.
Sendo o VPL negativo (VPL<o), significa que o projeto é deficitário ou seja,
não irá gerar recursos suficientes para cobrir o capital investido.
O somatório do valor presente das entradas e saídas de caixa pode ser
representado pela seguinte expressão:
68
Exemplo:
VPL = -100 + 63,63 + 57,85 + 22,54 + 13,66 + 12,42
VPL = R$ 70,10
Projeto viável cobre todos os custos e ainda gera recursos adicionais
100,00 – 70,10 = R$ 29,90
Exemplo:
Uma empresa faz um investimento de R$ 100.000,00 e espera ganhar R$
3.5000,00 por mês, nos próximos 40 meses sem valor residual. Se considerar que a
taxa de juros de mercado é de 2% ao mês
Se fizer diretamente: R$ 3.500 x 40 = R$ 140.000,00
Projeto viável.
Pelo método valor presente líquido
VP = R$ 95.744,18
VPL = R$ 95.744,18 – 100.000,00
VPL = -4.255,82
Conclusão:
VPL Negativo: Investimento que não satisfaz a expectativa de retorno de 2%
ao mês.
69
6.4 PAYBACK SIMPLES (SIMPLE PAYBACK)
Também chamado de payout, este método mensura em quanto tempo um
investimento inicial é recuperado a partir das suas entradas de caixa.
Afirmam Brigham et. al (2001, p. 424), “o período do payback, definido como o
número esperado de anos necessários para recuperar o investimento original, foi o
primeiro método formar utilizado para avaliar projetos de orçamento de capital.
“Acrescenta ainda (1999, p.381), o período de recuperação do investimento é o
prazo necessário para que as receitas líquidas de um investimento cubram seu
custo, e quanto mais baixa for a recuperação do projeto, melhor”.
De acordo com Braga (1989, p.293). “Quanto mais amplo for o horizonte de
tempo considerado, maior será o grau de incertezas nas previsões”. Patenteando
assim que os investimentos com menos prazo de retorno apresentam maior liquidez
e menor risco.
Adverte Motta e Callôra (2002, p.97), “esse método deve ser encarado com
reservas, apenas como indicador, não servindo de seleção entre alternativas de
investimento”.
No entanto se ancorada a outros indicadores poderá resultar em informações
valiosas com relação entre o tempo e o retorno.
Duas restrições deverão ser observadas em relação a essa técnica:
1) Não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo, com exceção do
payback descontado.
2) Não considera recebimentos após o tempo de recuperação do investimento
para o cálculo do payback, é o somatório de caixa líquidos futuros (FCL) de
cada ano até que atinja o valor do custo inicial do possível investimento.
Afirma Braga (1989, p. 283), “se as entradas líquidas de caixa forem
uniformes, restará dividir o investimento inicial pelas entradas de caixa; Quando as
entradas forem desiguais, estas deverão ser acumuladas até atingir o valor do
investimento, apurando-se o prazo de retorno”.
70
Exemplo:
O investimento inicial é recuperado em 2 anos se o tempo for considerado no
projeto da empresa.
Exemplo:
Se uma empresa esta interessada em investir R$ 800,000 em um projeto que
apresenta fluxos de caixa futuro líquido (descontadas impostos), sucessivos de R$
130.000, R$ 160.000, R$ 200.000, R$ 250.000, R$ 200.000.
Período Fluxo Payback
0 800.000 (800.000)
1 130.000 (670.000)
2 160.000 (510.000)
3 200.000 (310.000)
4 250.000 60.000
5 200,00 140.000
Segundo o critério da empresa é de só aceitar o projeto se o retorno for
recuperado em 4 anos. No caso a recuperação se apresentado em 5 anos., esse
projeto deverá ser rejeitado.
Período Fluxo Payback
0 50.000 (50.000)
1 30.000 (20.000)
2 20.000 0
3 10.000 10.000
4 5.000 15.000
71
6.4.1 Payback descontado
O conceito é o mesmo do payback simples, porém o fator tempo é
considerado, porque traz cada entrada de caixa ao valor presente, descontando
desses valores uma taxa de juros. Quase traduz as expectativas dos provedores de
capital.
Confirmam Brigham et. al, (2001, p.425), “o período de payback descontado é
definido como o número de anos necessários para recuperar o investimento por
fluxos líquidos de caixa descontados”.
Devemos deduzir que considera o custo de capital visualizando o ano em que
ocorrerá o retorno total do investimento, ou seja, o ponto de equilíbrio imediato após
a cobertura dos custos de capital.
A taxa de desconto a ser considerada pode ser uma taxa mínima de
atratividade (TMA) exigida pelos investidores ou o custo do capital a ser utilizado no
projeto.
Lembram Brigham et. al (2001, p.426), “um importante empecilho tanto no
método de payback simples quanto do descontado é que eles ignoram os fluxos de
caixa que são pagos ou recebidos após o período de payback”.
As principais limitações dessa técnica são:
1) Não considera os possíveis fluxos de caixa após o tempo de recuperação do
investimento.
2) Não dar a devida importância a sobra do investimento é um tanto estipulado,
pois pode ser compreendido de taxas não praticadas no mercado pedindo
assim sua realidade.
Segundo Ross et. al (1995, p.125), “ à primeira vista o payback descontado
parece ser uma alternativa atraente, mas com um exame mais atento, se percebe
que possui as mesmas dificuldades básicas do payback. Como este último o
payback descontado exige, inicialmente, que façamos uma escolha um tanto mágica
de um período máximo arbitrário, e depois ignoremos todos os fluxos de caixa que
ocorreram a partir deste momento”.
Como o payback simples, o descontado deverá ser utilizado em conjunto com
outras técnicas.
72
Exemplo:
Período Fluxo Payback
0 5 (5)
1 0,9 (4,1)
2 2,89 (1,21)
3 1,50 0,29
� ',#'',$ = 2,8 anos
Se a meta da empresa de recuperação do investimento inicial por de três
anos, o projeto é aceitável.
O payback descontado pode ser avaliado de duas formas:
a) Acumulado o valor presente de cada ano do projeto
b) O saldo do investimento com acumulação anual dos juros.
c)
Exemplo:
I = 12%
73
a)
Período Fluxos Valor presente Saldo do projeto
0 (600.000) (600.000) (600.000)
1 120.000 107.143 (492.857)
2 150.000 119.579 (373.278)
3 200.000 142.814 (230.922)
4 220.000 139.814 (91.108)
5 150.000 85.114 (5.994)
6 180.000 91.194 85.200
7 80.000 36.188 121.388
(600.000) – 107.143 = (492.857)
Período Fluxos Juros Saldo do projeto
0 (600.000) 0 (600.000)
1 120.000 (72.000) (552.000)
2 150.000 (66.240) (468.240)
3 200.000 (56.189) (324.429)
4 220.000 (38.931) (143.360)
5 150.000 (17.203) (10.563)
6 180.000 (1.268) 168.169
7 80.000 20.180 268.349
(120.000 – 72.000) – 600.000 = (552.000)
(150.000 – 66.240) – 552.000 = (468.240)
6.5 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)
Esse método indica qual a taxa de desconto que iguala o valor presente
líquido (fluxos das entradas atualizados) ao investimento inicial cuja resultante é
UPL = 0.
A taxa de retorno é um índice que indica a rentabilidade de um investimento
por uma unidade de tempo (Motta P. Calôra, 2002).
Segundo Weston e Brigham (2000, p. 536) “a taxa interna de retorno é um
método de avaliação das propostas de investimento com o emprego da taxa de
retorno sobre um investimento em ativos, calculado ao encontrar a taxa de desconto
que iguala o valor presente das entradas futuras com as saídas esperadas de caixa
do projeto”.
=> 5.059
=> 5.059
74
Para Gitman (2001, p. 303), “a taxa intervala de retorno (JIR) é a taxa de
desconto que iguala o valor de fluxos de entradas de caixa com o investimento inicial
associado a um projeto, por conseguinte tornando o VPL = $C.
De acordo com Braga (1989, p.290), “A TIR corresponde a uma taxa de
desconto que iguala o valor atual das entradas líquidas de caixa ao valor atual dos
desembolsos relativos ao investimento líquido”.
Para efeito de análise de viabilidade de um projeto; a TIR deverá ser
comprara com a taxa média de atratividade (TMA), com o custo de oportunidade ou
com o custo médio ponderado de capital (CMPC) e se a TIR for superior a esses
indicadores o projeto é economicamente viável para o investidor. Significa que o
investimento estará dando o retorno superior ao mínimo esperado.
O cálculo poderá ser feito por tentativa e erro utilizando a seguinte fórmula,
Westonie Brigham (2000, p. 536).
Para a interpretação do índice é considerado economicamente atraente todo
o investimento que apresente a TIR maior ou igual a taxa mínima de atratividade
(TMA) Cassai et. Al (2000, p.66).
A TIR deve ser comparada com uma taxa de rentabilidade mínima exigida em
face do risco do projeto. Essa taxa mínima poderá também corresponder ao custo
de capital da empresa Braga (1989, p. 290).
Então se o resultado for negativo indica o investimento inicial é menor que os
retornos e o projeto é viável. Se o resultado for positivo, entendemos que o fluxo de
caixa indica que o investimento não terá retorno, logo deve ser rejeitado. Caso o
resultado seja zero, existe equilíbrio entre as entradas e saídas, situação que não se
altera.
75
Exemplo:
TIR = 100 – (68,67 + 67,28 + 28,27 + 18,47 + 18,11)
TIR = 100 – 201,8
TIR = -101,8
O resultado negativo indica que haverá retorno, pois supera o investimento
inicial.
Exemplo:
Considerando os dados do projeto C, calcule a TIR.
Projeto C10% = R$ 78,82
Projeto C20% = R$ -83,71
76
Taxa VPL
10% 78,82
TIR 0
20% -83,71
Fazendo a Interpolação:
�'%%���&'%%�#%%=
Ea,a#�%Ea,a#�-�a",E'0
�'%%���&�'%% =
Ea,a#'(#,$"
�'%%���&�'%% = 0,4849 � 10% - TIR = 4,84%
TIR = 10% + 4,84%
TIR = 14,84%
Na interpretação da TIR é necessário alguns cuidados:
1) No cálculo da TIR de um investimento há o pressuposto de que todos os
valores caminham no tempo pela própria TIR, ou seja os fluxos de caixa
negativos ou investimentos seriam financiados pela TIR e os fluxos de caixa
positivos ou lucros também seriam reinvestidos pela TIR. Nesse caso, quando
a TIR apurada é muito diferente das taxas de mercado, sua interpretação não
é verdadeira.
2) Quando o projeto é representado por um fluxo de caixa não convencional, ou
seja, em que há varias inversões de sinais entre fluxos de caixa positivos e
negativos, as seguintes situações podem ocorrer: pode apresentar uma ou
mais TIR positivas e/ou negativas. O projeto pode ter, simultaneamente, taxas
positivas e negativas, pode apresentar uma única TIR, igual 1 um projeto
classificado como convencional; ou ainda inexistir a solução. Kassai et. Al
(2000, p. 68).
77
6.6 CÁLCULO DA TAXA MÉDIA DE RETORNO (TMR)
Técnica contábil que determina a lucratividade de um investimento.
É a comparação dos lucros contábeis líquidos com os custos iniciais de um
projeto pela adição de todos os lucros líquidos futuros e dividi-las pelo investimento
médio.
TMR = ������������|��~������������~����������� ���������~�
Exemplo:
Suponha que os lucros líquidos para os próximos 4 anos estão estimados
para ser R$ 10.000, R$ 15.000, R$ 20.000 e R$ 30.000 respectivamente, sendo o
investimento (inicial de R$ 100.000, encontrar a taxa média de retornar.
Lucro Líquido Médio = &$'%.%%%I&$'$.%%%I&$#%.%%%I&$"%.%%%)~���
LLM = &$E$.%%%) = 18.570
Investimento Médio = &$'%%.%%%# = R$ 50.000
TMR ='a.$E%$%.%%% = 0, 375% = 38%
6.7 TAXA INTERNA DE RETORNO MODIFICADA - MIIR (MODIFIED INTERNAL
RATE OF RETURN)
A TIR modificada (MTIR) é um método que procura corrigir a taxa interna de
retorno (TIR) em suas distorções quando o projeto apresenta mais de uma raiz
(TIR).
O cálculo da TIR pode apresentar pluralidade de taxas internas para o mesmo
investimento em caso de inversão de sinal no fluxo de caixa. “A existência de
múltiplas taxas embora matematicamente corretas, não tem significado financeiro
78
relevante para o processo de decisão de investimento. “(Ross et.al (2002). “O
método da MTIR é uma versão melhorada do método da TIR, que elimina os
problemas matemáticos decorrentes da possibilidade de existência de países
múltiplas nos fluxos de caixas não-convencionais e do pressuposto da TIR da taxa
de reinvestimento divergente do mercado; o método da MTIR resgata a vantagem da
facilidade de interpretação dos resultados na forma de taxa; possibilita a
comparação entre diversas taxas de mercado; e e obtém um taxa de retorno do
investimento mais realista. “Kassai et.al 2000 p. 777-778).
Confirma Assaf Neto (2006, p.318), geralmente adota-se, para contornar
essas deficiências da TIR, o método da MTIR, que utiliza em seus cálculos taxas de
investimento para reaplicação dos fluxos de caixa intermediários mais compatíveis
com o mercado.
Explica Bertolo (2004), a MTIR é basicamente a mesma TIR, exceto que ela
assume que o rendimento (fluxo de caixa) do projeto seja reinvestido na empresa, e
seja composto pelo custo de capital da empresa, porém, que não seja diretamente
reinvestido no projeto atual do qual ele se originou.
Para Brigham e Houston (2000, p. 545), “MTIR é uma taxa de desconto á qual
o valor presente do custo de um projeto é igual ao valor presente de seu valor final,
onde o valor final é encontrado como a soma dos fatores futuros das entradas de
caixa, capitalizados ao custo de capital da empresa”.
Para o cálculo da MTIR, os fluxos de caixa negativos são trazidos
(descapitalizados) a valor presente (VP) por uma taxa compatível com as taxas de
financiamentos de mercado e os fluxos positivos são levados (capitalizados) a valor
futuro (FV) por uma taxa de reinvestimento compatível com as taxas no mesmo
período, então a taxa de caixa composto de um VP e um FV, no mesmo período,
então a taxa de juros (i)ou a MTIR será encontrada a partir da fórmula normal de
juros compostos seguinte:
FV = PV (1+i)N
FV = PV (1+MTIR)N
A MTIR pode ser interpretada como sendo a taxa de desconto que iguala o
valor presente do custo de um projeto ao valor presente de seu valor final.
79
O valor final é encontrado a partir dos valores futuros das entradas de caixa,
capitalizados ao custo de capital do projeto (Brigham e Houston, 1999).
Onde:
PVcustos= Valor presente dos custos do projeto
PVvalor final = Valor presente do valor final do projeto
COFt= Entradas de caixa no período t
CIFt = Saídas de caixa no período i
MIRR = Taxa interna de retorno modificada
Kp = Custo de capital do projeto
Exemplo:
Consideremos o projeto A para qual a empresa tem um custo de capital de
18% aa e a TIR 20,27%. Considere os dados a seguir:
Investimento inicial ______________ R$ 50.000
Retornos ______ 1 ______________ R$ 25.000
2 ______________ R$ 20.000
3 ______________ R$ 15.000
4 ______________ R$ 10.000
5 ______________ R$ 5.000
25.000 (1+0,18)4 + 20.000 (1+0,18)3 + 15.000 (1+0,18)2 + 10.000 (1+0,18) + 5.000 =
48.469,44 + 32.860,64 + 20.886,00 + 11.800,00 + 5.000 = 119.016,08
MTIR = 18,94% aa
80
Exemplo:
Dado fluxo abaixo e a TIR = 38,75%
FV = 400 (1+0,3875)3 + 800 (1+0,3875)2 + 1.200 (1+0,3875)1 + 3.000 (1+0,3875)0
FV = R$ 7.273,59
PV = &$'.%%%-'I%,"aE$0o +
&$$E$-'I%,"aE$01 = R$ 1.414,41
FV = PV (1+i)6
R$ 7.273,59 = R$ 1.414,41 (1+i)5
&$E.#E",$g!$'.)'),)' = (1+i)5
i = 38,75% � A MTIR = TIR
Exemplo:
Aproveitando o exemplo anterior, em que a TIR = 38,75% qual seria então a
MTIR?
Considerando como taxa de aplicação de 10% aa e a taxa de captação de
15% a.a.
81
FV = R$ 400 (1+0,1)3 + R$ 800 (1,0,1)2 + R$ 1.200 (1+0,1)1 + R$ 3.000 (1+0,1)0 =
FV = R$ 5.820,40
PV = &$'.%%%-'I%,'$00 +
&$$E$-'I%,'$01
PV = R$ 1.500,00 �
FV = PV (1+i)N
R$ 5.820,40 = R$ 1.500 (1+i)5
&$$.a#%,)%&$'.$%%,%%= (1+i)5
R$ 3.880 = (1+i)5
i = 31,15% � MTIR = 31,15%
6.8 ÍNDICE DE RENTABILIDADE
Mostra através da razão entre o valor presente das entradas de caixa do
projeto e o investimento total com base em uma taxa mínima de atratividade da
empresa se a aplicação de capital em um empreendimento será rentável.
Método também conhecido como resultado custo-benefício ou índice de
lucratividade.
Aqui cabe uma observação quanto a nomenclatura alusiva a este índice. Nem
toda empresa lucrativa é rentável. Lucratividade é mensurada pelo retorno das
vendas adquiridas pela empresa, é a diferença entre as receitas e as despesas, já
rentabilidade é o percentual de remuneração do capital investido e o índice em
epígrafe mensurada de um projeto é rentável ou não.
82
Segundo Matarazzo (2003) os índices de rentabilidade mostram qual a
rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e,
portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.
Este raciocínio pode ser representado pela seguinte expressão:
IL = �}��
������� ���������~�
Os critérios para decisões de investimentos pode ser investimentos pode ser
interpretados desta forma:
• IL>1 – O projeto pode ser aceito. O valor presente dos fluxos de caixa do
projeto é maior que o valor presente do investimento inicial, ou seja, o capital
investido gerará lucro extra.
• IL = 1 – É indiferente pode ser aceito ou rejeitado
• IL = 1 – O projeto pode ser rejeitado. O valor presente dos fluxos de caixa do
projeto é menor que o valor presente do investimento inicial, ou seja, o projeto
é inviável e gerará prejuízo.
Obs.: Entre as diversas variantes de um projeto, mais interessante será o que
apresentar o índice de lucratividade mais elevado.
#%%-'I%,'%01 VP1 =
=#%%',' = R$ 181,82
VP2 = #$%
-'I%,'%02 = #$%',#' = R$ 206,61
UP3 = )%%
-'I%,'%03 = )%%',"" = R$ 300,75
VP = R$ 181,82 + R$ 206,61 + R$ 300,75
83
VP = R$ 688,96
IL = 1,38 – o projeto deve ser aceito. O capital investido gerará lucro extra.
6.9 VALOR FUTURO LÍQUIDO (VFL)
Método que capitaliza as entradas e saídas de caixa para o final dos luxos,
utilizando uma taxa de atratividade, executando o resultado de caixa no período n.
Segundo Lapponi (2000, p.124), “este método compara as entradas e saídas
de dinheiro na data terminal do projeto, capitalizando os retornos futuros do luxo de
caixa com o custo de oportunidade”.
Sendo o mesmo fluxo de caixa e nessa taxa de atratividade o valor futuro
líquido (VFL) é equivalente ao valor presente líquido (VPL) podendo ser calculado
através da expressão:
VFL = VPL (1 + i)n
A interpretação para efeito de decisão de aceitação do projeto, poderá ser
feito desta forma:
VFL > 0, o projeto poderá ser aceito. O valor do investimento será recompensado
através do custo de oportunidade aferido do final do período.
Afirma Lapponi (2007), o resultado do VFL mede a criação de valor do projeto
para a empresa do período final da análise do empreendimento. VFL < 0, o projeto
84
deve ser rejeitado. O empreendimento não terá rentabilidade suficiente para
sustentação do projeto do final do período.
Exemplo:
Temos um projeto conforme dados abaixo. Sua taxa de atratividade é de
10%.
Exemplo:
Temos um projeto conforme dados abaixo sua taxa de atratividade é de 10%.
Período Fluxo de Caixa VP
0 R$ (55.000) R$ (55.000,00)
1 R$ (22.500) R$ (20.454,55)
2 R$ (22.500) R$ (18.595,04)
3 R$ (22.500) R$ (16.904,58)
4 R$ (27.500) R$ (15.367,801)
5 R$ (27.500) R$ (13.970,73)
i = 10%
VPL = R$ 30.292,70
VFL = VPL (1 + i) �VFL = 30.292,70 (1+0,10)5
VFL = 30.292,70 (1,1)5
VFL = 30.292,70. 1,61051
VFL = R$ 48.786,70
VFL > 0 � O projeto deve ser aceito. Haverá compensação do final do período.
6.10 VALOR UNIFORME LÍQUIDO (VUL)
A técnica do valor uniforme líquido (VUL), converte todo fluxo de caixa do
investimento numa série de capitais iguais e postecipados entre os períodos inicial e
final a uma taxa de atratividade (i).
85
Por meio dos cálculos do VUL (Valor Uniforme Líquido), o gestor poderá
decidir entre dois projetos de valores e períodos diferentes.
Por exemplo, qual o projeto seria melhor aplicado, o A de VPL= R$10.000,00
com 10 anos de duração ou projeto B de VPL = R$7.000,00 com 5 anos de
duração?
Afirma Lapponi (2007, p.227), “ o valor uniforme líquido é o fluxo de (n)
capitais postecipados igual a VUL e equivalente ao fluxo de taxa do projeto”. Esse
valor uniforme líquido será a soma de todos os valores uniformes, as entradas
(receitas) positivas e as saídas (custos e investimentos) negativos.
Poderá ser calculado pela fórmula:
O critério de decisão do valor uniforme líquido do projeto:
VUL = positivo. Os valores uniformes dos benefícios (positivos) devem ser maiores
do que os valores dos custos ( negativos) a uma taxa de atratividades, o projeto
deve ser aceito.
VUL = negativo. O projeto deve ser rejeitado.
Exemplo:
Período Fluxos VP
0 R$ (100.000,00) R$ (100.000,00)
1 R$ (55.000,00) R$ (52.380,95)
2 R$ (55.000,00) R$ (49.886,62)
3 R$ (55.000,00) R$ (47,511,07)
4 R$ (55.000,00) R$ (45.248,64)
5 R$ (55.000,00) R$ (43.093,94)
86
VPL = R$ 138.121,22
i = 5%
VUL Positivo – o projeto poderá ser aceito, e rentável.
87
7 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Uma organização para iniciar suas operações necessita de dois tipos de
investimentos, o fixo que é destinado à aquisição de máquinas, equipamentos,
móveis, prédios, etc. denominado contabilmente de permanente. A outra parcela de
capital servirá de reserva de recursos para movimentação das necessidades
financeiras da empresa, denominado de capital de giro ativo circulante.
O capital de giro está associado às fontes de capital necessário ao
desenvolvimento da empresa e sua operacionalidade, isto é o dinheiro que faz frente
às despesas do dia-a-dia. É caracterizado pelo gerenciamento dos ativos e passivos
circulantes. O ativo circulante é composto das contas de caixa, banco, estoques,
contas a receber e aplicações imediatas. A gestão dom passivo circulante
caracteriza-se pelas contas a pagar.
O conceito de capital de giro apresenta-se de várias formas interpretativas
segundo a natureza do estudo desenvolvido. Para Martins (1991, p.276), “Capital de
giro ou capital circulante identificam os recursos que giram (ou circulam) várias
vezes em determinado período, ou seja, corresponde a uma parcela de capital
aplicada pela empresa em seu ciclo operacional caracteristicamente de custo prazo,
a qual assume diferentes formas ao longo de seu processo produtivo e de venda”.
Braga (1989, p.81) descreve capital de giro como: “Recursos aplicados no
ativo circulante formado basicamente pelos estoques, contas a receber e
disponibilidade, uma abordagem mais ampla contempla também os passivos
circulantes”.
Para uma compreensão mais acessível citamos Brom e Bakan (2007) que
definem capital de giro como “recursos a serem desembolsados antes dos
recebimentos das vendas dos produtos ou serviços de uma empresa e que são
necessárias para mantê-la funcionando”.
Segundo Brigham e Houston (1999, apud Gonçalves 2004, p.2)”,
historicamente o termo capital de giro teve origem com os antigos mascates
(vendedores ambulantes), que carregavam suas carroças com mercadorias e
percorriam suas rotas vendendo seus amigos. A mercadoria era chamada de capital
de giro porque era o que mascate vendia ou girava para produzir seus lucros. A
carroça e o cavalo eram seus ativos permanentes e estes eram financiados com
88
recursos próprios, mas o capital para aquisição da mercadoria eram provenientes de
empréstimos. Esses recursos chamados de empréstimos de capital de giro tinham
de ser restituídos a cada viagem, para demonstrar ao banco que o crédito concedido
era sábio. Se o mascate conseguisse pagar o empréstimo, o banco concedia outro,
esse procedimento era dotado com práticas bancárias idôneas.
O capital de giro (ativo / circulante) é fundamental para administração
financeira de qualquer organização devido à necessidade de recuperar os custos e
despesas gerados durante seu ciclo operacional, possibilitando a obtenção do lucro
desejado hoje (2001, p.109).
É o capital que possibilita a realização das atividades normais da empresa.
Corresponde, assim dos luxos de caixa disponíveis para liquidação de obrigações,
aos saldos bancários, representados pelo dinheiro em caixa, e aos estoques de
mercadorias, recursos, esses que toma o nome de ativo circulante. (site fortunecity).
A ADEMPE (1997, p.130), faz uma analogia comparativa do termo capital de
giro e sua importância para uma empresa: É como a rotação do motor de um carro.
Quanto mais giros tiver o motor, mais potência tem. Quanto menos giros tiver o
motor menos potencia tem; ou deseja quanto mais capital (dinheiro) girar a empresa,
mais potencial tem, e quanto menos capital (dinheiro) girar a empresa, menos
potência tem e quanto menor capital (dinheiro) gerar a empresa, menos potência
tem.
Para ASSSAF e MARINS (1986, p. 53), capital circulante identifica os
recursos que giram (ou circulam várias vezes em determinado período), ou seja,
corresponde a uma parcela de capital aplicada pela empresa em ciclo operacional
caracteristicamente de curto prazo, a qual assume diferentes formas ao longo de
seu processo produtivo e venda.
Então pode-se entender capital de giro com o capital que gira dentro da
empresa transformando seu estado patrimonial com reflexo contábil, e a cada
mutação dentro do ciclo operacional há um acúmulo monetário em receptação do
seu valor inicial.
Gonçalves (2004, p.2) assevera que “Muitas são as definições que envolvem
o capital de giro, indo de exemplos simplistas, pagando por algumas tecnicamente
mais em elaboradas, até desaguar em conclusões mais esdrúxulas.
89
7.1 ATIVO CIRCULANTE
Afirma LEITE (1994), o ativo circulante é a soma das representações dos
direitos de liquidez imediata da empresa. “E tem sua composição formada por:
disponível, que representa o montante das contas de caixas e banco, recursos de
utilização imediata de acordo com as necessidades da empresa”. Contas a receber
são saldo de contas originais das vendas e aprazo de produtos e/ou serviços.
Aplicações são saldos de recursos empregados em capitalizações financeiras de
custo prazo. Estoques são rubricas onde estão contabilizadas as mercadorias
destinadas à venda ou consumo interno (matéria-prima) em determinada data.
Compreende também produtos em elaboração, embalagens, almoxarifados em
geral. Despesas antecipadas, são dispêndio já desembolsados mais ainda não
reconhecidos no exercício imediatamente posterior, ou seja, na data do balanço
subsequente.
7.2 PASSIVO CIRCULANTE
Forma o saldo das obrigações assumidas pela empresa. Fornecedores
considerados não onerosos, que são compromissos perante aquisição de
mercadorias e/ou matérias-primas em datas consideradas financiamentos e/ou
empréstimos considerados onerosos, reúnem encargos assumidos perante bancos e
outras instituições financeiras. Contas a pagar são promessas assumidas que não
se enquadram em fornecedores e/ou financiamentos, receitas antecipam são
receitas já recebidas mas que foram escrituram em lucros ou perdas por não ter sido
efetiva a entrega da mercadoria gerada da transação e que podem ser exigidas pelo
cliente em caso de cancelamento.
Ainda compõem o passivo circulante as rubricas, salários, encargos sociais a
pagar, impostos a recolher e outras obrigações provisionais.
90
7.3 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO (ATIVO CIRCULANTE)
Segundo Archer, Choate e Racette (1969, p. 573),“Administração do capital
de giro é o processo de planejamento de controle de nível e da composição ativos e
passivos circulantes da empresa especificamente, a administração do capital de giro
exige que o administrador financeiro decida qual o montante caixa, outras aplicações
imediatas, contas a receber e estoque que a empresa deverá manter em
determinado momento. Além de decidir como estes ativos correntes serão
financiados”.
Para Assaf Neto e Silva (1997, p. 14), “A administração do capital de giro
constitui-se num conjunto de regras que tem por objetivo a preservação da saúde
financeira da empresa”.
Pesquisas têm evidenciado que mais da metade do tempo gasto por um
executivo financeiro, concentra-se na administração do capital de giro.
As obrigações assumidas de curto prazo são previsíveis, mas as entradas de
caixa originais das atividades das atividades de produção, vendas e cobranças para
cobertura desses encargos não são, é dependente do montante das vendas e
conjuntas econômicas.
A importância e o volume do capital de giro para uma empresa são
determinados principalmente pelo volume de vendas, o qual é lastreado pelos
estoques, valores a receber e caixa: sazonalidade dos negócios que determina
variações nas necessidades de recursos ao longo do tempo; fatores cíclicos da
economia, com recessão, comportamento do mercado, etc, tecnologia,
principalmente aplicada aos custos e tempo de produção, e políticas de negócios
centrados em alterações nas condições de venda crédito, produção, etc. O nível de
capital de giro disponível de uma empresa influência diretamente a sua líquez e
rentabilidade. (Assaf Neto e Silva, p.13).
A falta de instantaneidade e sincronização entre as atividades básicas
acarreta indeterminação e risco na transformação dos estoques em duplicatas a
receber oriundas das vendas a prazo na conversão em numéricos. Então esse
descompasso entre os pagamentos e recebimentos deverá ser monitoradas e
administradas pelo CCL (Capital Circulante Líquido).
Administração do capital de giro é um dos aspectos mais importantes da
administração financeira e que é preciso que se mantenha um nível adequado desse
91
recurso, pois os ativos circulantes de uma empresa podem ser suficientes para
cobrar os passivos circulantes, de tal forma que um nível aceitável de capital
circulante líquido seja mantido. (Gitman, 1987, p. 279).
7.4 CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO
O Capital circulante líquido (CCL) é determinado pela diferença entre o ativo
circulante e o passivo circulante, que evidencia a capacidade de gerenciamento nas
relações com fornecedores e clientes. Podendo também mostrar a relação entre
empréstimos e financiamentos a longo prazo e o patrimônio líquido.
O capital de giro líquido reflete a folga financeira da empresa e representa o
volume de recursos de longo prazo (exigibilidade e patrimônio líquido). Que se
encontra financiado os ativos correntes (de curto prazo). Assaf Neto, 1997. p. 16).
De acordo com Sanvicente (1987, p.120), mais simplista, “capital de giro
líquido resulta da subtração de todos os compromissos a curto prazo da empresa
para os fornecedores, funcionará, etc.”
Algebricamente temos a expressão abaixo:
CCL= Ativo Circulante – Passivo circulante.
CCL= (Patrimônio líquido – exigível a longo prazo) – ( Ativo permanente + realizável
a longo prazo).
Uma empresa deve manter um estado de liquidez para promover a cobertura
de dívidas de curto prazo em vencimentos próximo. Caso não administre
corretamente os itens que fazem parte do capital de giro, poderá leva-la a uma
situação de insolvência.
Adverte Longenecker et al (2007, p. 185) que, “A necessidade de uma
liquidez adequada em pequenas empresas merece ênfase especial. Uma fraqueza
comum em financiamento para pequenos negócios e um investimento
desproporcionalmente pequeno em ativos líquidos. Torna-se muito dinheiro preso a
ativos que são difíceis de converter em caixa”.
Guitman, (2002, pág 467) define “capital líquido a diferença entre ativos
circulantes e passivos circulantes da empresa ou alternativamente, a parcela de
92
ativos circulantes financiados por recursos a longo prazo, podendo ser positivo ou
negativo”.
Segundo Mathur (1985, p. 87), “capital circulante líquido é a diferença entre
os ativos circulantes e passivo circulante, ou entre o capital permanente e o ativo
permanente, e que pode ser considerado como a aplicação consciente dos recursos
da empresa em ativos circulantes para gerar vendas”.
Quando o valor do ativo circulante excede o valor do passivo circulante,
AC>PC, significa que a empresa possui capital circulante líquido positivo, denotando
uma situação financeira favorável. Representa a parcela dos ativos circulantes da
empresa financiada com recursos a longo prazo (exigível a longo prazo = patrimônio
líquido) os quais superam as necessidades de financiamentos dos ativos
permanentes.
Quando o valor do ativo circulante for menor do que o valor do passivo
circulante, AC<PC, indica que a empresa possui capital circulante líquido negativo,
evidenciando uma situação financeira desfavorável. Mostra que a parcela dos ativos
permanentes da empresa seta sendo financiada pelos passivos circulantes (curto
prazo) evidenciando uma situação de risco.
A postura regular das empresas deverá está voltada para o financiamento do
seu permanente (bens e direitos) de uso da empresa com fundos de longo prazo.
Também deve ser observado que um capital circulante líquido muito alto
reflete que o financiamento de parte do ativo permanente essa líquido financiado
com recurso a longo prazo, mas gera custos criando a probabilidade de mais
dificuldades futuras.
Afirma Gitman (2002), “quanto maior o capital circulante líquido (CCL) de uma
empresa (ativos circulantes menos passivos circulantes), menor será sua
lucratividade, no entanto, menor será a possibilidade dela não saldar as obrigações
do vencimento. Por outro lado, quanto menor o capital circulante líquido (CCL),
maior será a lucratividade da empresa, e menor será o risco da empresa não ser
capaz de pagar suas obrigações no vencimento”.
Isso significa que quanto maior a cobertura de suas obrigações de curto prazo
estará a empresa mais apta a saldar seus compromissos nos vencimentos. Essa
consequência resultado da transformação de estoques para créditos a receber
permitindo disponibilidades para saldar compromissos.
93
7.5 CAPITAL DE GIRO PERMANENTE E VARIÁVEL.
O capital de giro pode ser apresentado de duas formas: fixo (permanente) e
variável (sazonal).
O capital de giro variável pode ser classificado pela necessidade
complementar de recursos em certos períodos, provocado compras estoques
antecipadas para épocas comemorativas, lentidão no recebimento das vendas.
Segundo Assaf Neto (1997, p.18), “adota-se ainda, para a análise da situação
financeira de uma empresa o conceito de capital de giro próprio; Apurado pela
diferença entre o patrimônio líquido e o ativo permanente mais o realizável a longo
prazo”.
Capital de giro próprio = PL – Ativo permanente – realizável a longo prazo).
Esta medida identifica os recursos próprios da empresa financiando suas
atividades.
7.6 CONTAS A RECEBER
O montante a receber está vinculado ao modelo de crédito promovido pela
empresa. Sua forma sua política na concessão de crédito é muito importante. Uma
postura flexível atrairá mais clientes e as vendas crescerão aumentando os lucros.
A desvantagem dos padrões de crédito flexível é a possibilidade de
inadimplência e os custos da cobrança adicionais.
Afirma Gropelli (2005, p. 45) “o benefício de reduzir os padrões de crédito é o
lucro das vendas adicionais; os custos são os débitos incobráveis adicionais e os
custos maiores de financiamentos de novas contas a receber. O benefício a
elevação dos padrões de créditos são a redução das dívidas incobráveis e dos
custos de financiamentos das contas a receber; o custo é a redução dos lucros
sobre as vendas”.
94
Segundo Sanvicente (1997), as rubricas que compõem a conta contas a
receber são: contas correntes, formada pelos clientes contínuos da empresa, que
realizam pagamentos em intervalos regulares; crédito parcelado, refere-se a vendas
com planos de pagamentos diferenciados contrato de venda e prazo ou venda
adicional, estão incluídos vendas de bens e serviços (encomendados previamente,
em execução ou em fase de instalação) acordados por pagamentos parciais (antes,
durante ou após, instalação).
7.7 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE
A manutenção de estoques gera custos.
Para Weston (2000, p. 34) “para manter um estoque de R$ 100,00 por ano, a
empresa tem um custo de 25 a 30% sobre esse valor.
Nas empresas comerciais, os estoques são compostos de mercadorias para
revenda. Nas empresas indústrias compõem em matéria-prima, produtos em
elaboração, materiais de consumo, materiais de embalagem e produtos acabados.
Nas empresas de prestação de serviços os estoques são representados pelos
materiais de consumo e de almoxarifado.
A atribuição dos administradores é garantir que o estoque esteja em grau
suficiente de modo a não interromper o processo de produção.
O capital de giro investido em estoque tem custo financeiro que afetará o
resultado econômico da empresa. A sua manutenção deverá ser em níveis que não
entrave o processo operacional.
Conforme Gitman (2000, p. 486), “estoques são ativos circulantes necessários
que possibilitam o funcionamento dos processos de produção e vendas de uma
empresa”.
95
7.8 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA
O caixa é a área por onde transita todos os recursos de uma empresa. Um
gerenciamento eficiente do caixa contribui para maximização do seu lucro.
Afirma Gitman (2002, p. 467), “o caixa é a moeda corrente a qual todos os
ativos líquidos podem ser convertidos”, ou seja, é a fonte pagadora de todas as
áreas de uma empresa.
Brom e Balian (2007, p. 55) endossam, “ a gestão do capital de giro é de
fundamental importância, pois o caixa referente o que ocorre na organização, como
sua capacidade de pagar obrigações em dia e de gerar retorno dos acionistas?
“O caixa é o óleo que lubrifica as rodas dos negócios. Sem um óleo
adequado, as máquinas rangem até parar, e o mesmo acontecerá com uma
empresa sem um nível de caixa adequado. No entanto, a disponibilização de caixa
sai caro, já que este é um ativo que não a lucro; uma empresa que mantenha caixa
além de suas necessidades mínimas está reduzindo seus ganhos potenciais.”
(Weston; Brigham, 2000, p. 87).
O propósito a administração de caixa é minimizar gastos e manter suas
atividades empresariais, mantendo créditos, obter descontos e auxiliar em
necessidades imprevistas.
O capital de giro é fluxo necessário que alavanca a maximização do lucro da
empresa. É a reserva financeira que visa manter o equilíbrio econômico da
organização.
Sua administração é de vital importância, pois soluciona disfunção financeira
que poderia levar a empresa a um estado de insolvência.
7.8.1 Efeito Tesoura
O efeito tesoura (ET) ocorre quando o valor do capital de giro líquido (CGL)
excede a necessidade de capital de giro (NCG), evidenciando o descontrole no
crescimento das fontes onerosas de curto prazo e consequentemente saldos
negativos crescentes de tesouraria. Definimos saldo de tesouraria (ST) a diferença
96
entre as contas de ativos circulantes e passivos circulantes que não tem relação
com as atividades operacionais da empresa. Resumindo, é a diferença entre o ativo
circulante financeiro e o passivo circulante financeiro.
ST = ACF - PCF
O saldo de tesouraria (ST) positivo indica disponibilidade de recursos que
podem ser capitalizados em aplicações de mercado para serem utilizados de acordo
com as necessidades rotineiras da empresa. Se apresentar saldo negativo, significa
dependência de fontes de recursos onerosos (empréstimos) de curto prazo. Nessa
condição a empresa expõe sua estrutura de capital pela necessidade de recursos
para superar a capacidade de capital de giro, gerada pela falta de controle na gestão
das finanças. Financiar a operacionalidade da empresa com recursos de curto prazo
é suicídio premeditado que levará a insolvência.
Ora, aumentando seu endividamento de curto prazo, haverá acréscimo de
despesas financeiras e com isso um abatimento significativo no resultado da
empresa e consequentemente uma redução no capital de giro com reflexos diretos
no patrimônio líquido.
Quando em uma série de exercícios sociais seguidos o saldo de tesouraria
apresentar-se negativo, evidencia que a empresa esta trabalhando para um estado
de insolvência (over trade) por suprir sua escassez de capital de giro recorrendo
sistematicamente à empréstimos.
Para avaliar a possibilidade de ocorrência do efeito tesoura o indicador
NCG/vendas x 360 mensura quantos dias a empresa vender para obter os recursos
necessários ao seu capital de giro.
7.9 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG)
O incremento das vendas requer a necessidade de investimentos. Então
definimos a necessidade de capital de giro como a diferença entre as aplicações
cíclicas (somatório das contas duplicatas a receber, estoques, adiantamentos a
fornecedores mercadorias em trânsito, despesas antecipadas, importação de
97
matéria-prima) e as fontes cíclicas (somatório das contas fornecedores, salários a
pagar, comissões, encargos sociais - INSS, FGTS), imposto de renda sobre folha de
pagamento, contas a pagar (água, energia, aluguel, telefone, etc), impostos a pagar
,adiantamentos a clientes. Essas fontes e aplicações estão ligadas as atividades da
empresa.
Sua análise dar-se-á pela expressão abaixo indicando duas situações:
a) Se NCG Positivo: Significa que a empresa necessita de capital de giro que
poderá ser suprida junto aos proprietários ou a terceiros.
b) Se NCG Negativo: Mostra que a empresa dispõe de recursos de sobra, isto é,
possui uma folga financeira para financeira para seu capital de giro.
O aumento da necessidade de capital de giro pode ocorrer em períodos de
crescimentos de vendas como também em tempos de desaquecimentos de vendas,
podendo existir nesses períodos saldos de tesouraria negativo se não houver
crescimento do capital de giro na mesma proporção, ou seja, financiar a maior parte
das necessidades de capital de giro através de recursos de curto prazo.
Os problemas mais comuns que obrigam as empresas a recorrerem a
recursos onerosos para servir de capital de giro, destacam-se:
• Má administração do circulante
• Não prevenção da sazonalidade das vendas
• Período muito dilatado do ciclo operacional e ciclo financeiro
• Aumento excessivo da inadimplência
• Juros elevados dos empréstimos contratados.
Exemplo:
Calcular a necessidade de capital de giro, o capital de giro líquido e o efeito
tesoura com base no balanço patrimonial abaixo:
ATIVO PASSIVO
Caixa 100 Fornecedores 1.000
Bancos 900 Salários a pagar 2.000
Aplicações Financeiras 2.000 Encargos a pagar 1.000
Contas a receber 3.000 Impostos e Taxas 1.000
98
Estoques 3.900 Empréstimos 2.000
Outros valores a receber 100 Exigível a Longo Prazo 4.000
Realizável a longo prazo 2.000 Capital 7.500
Investimentos 2.000 Reservas 500
Imobilizado 5.500 Lucros Acumulados 500
Total do Ativo 19.500 Total do Passivo 19.500
BALANÇO PATRIMONIAL RECLASSIFICADO
ATIVO PASSIVO
Ativo Flutuante 3.000 Passivo Operacional 5.500
Caixa 100 Fornecedores 1.000
Bancos 900 Salários a pagar 2.000
Aplicações Financeiras 2.000 Encargos a pagar 1.000
Impostos e Taxas 1.000
Ativo Operacional 7.000
Contas a receber 3.000 Passivo Flutuante 2.000
Estoques 3.900 Empréstimos 2.000
Outros valores a receber 100
Passivo Permanente 12.500
Ativo Permanente 1.500 Exigível a Longo Prazo 4.000
Realizável a longo prazo 2.000 Capital 7.500
Investimentos 2.000 Reservas 500
Imobilizado 5.500 Lucros Acumulados 500
Total do Ativo 19.500 Total do Passivo 19.500
a) Ativo Operacional (AO) – representa os recursos utilizados nas operações da
empresa que defendem das características de seu ciclo operacional.
Ex-duplicatas a receber, estoques, outros valores a receber que possuem natureza
permanente.
b) Ativo Flutuante (AF) – tem sua natureza transitória e de curtíssimo prazo.
Ex: Caixa, Banco, Aplicações Financeiras.
99
c) Passivo Permanente- (PF) – formado por contas de longo prazo figura a fonte
permanente de recursos financeiros da empresa. É a forma do exigível a
longo prazo com patrimônio líquido.
d) Passivo Operacional (PO) – descreve as contas vinculadas ao ciclo
operacional das empresas.
Ex: Fornecedores, Salários, encargos, Impostos e Taxas e outras contas a pagar.
e) Passivo Flutuante (PF) – Apresenta as contas de curtíssimo prazo que não
tem vinculação direta com as operações da empresa.
Ex: Empréstimos, Financiamentos e outras obrigações financeiras de curto prazo.
1) Cálculo da necessidade de capital de giro
NCG = 40 – PO
NCG = 7.000 – 5.000
NCG = 2.000
2) Cálculo do capital de giro líquido (CGL)
CGL = PP – AP CGL = AC - PC
CGL = 13.000 – 10.000 OU CGL = 10.000 – 7.000
CGL = 3.000 CGL = 3.000
3) Cálculo do efeito tesoura
ET = CGL – NCG ET = AF - PF
ET = 3.000 – 2.000 OU ET = 3.000 – 2.000
ET = 1.000 ET = 1.000
100
8 CONSIDERAÇÕIES FINAIS
O presente trabalho tem por finalidade apresentar os aspectos significativos
de analises de informações financeiras e os investimentos necessários que
possibilitam avaliações continuas de projetos de investimentos que visam a
maximização dos lucros no cotidiano da administração financeira.
A concorrência globalizada e ás flutuações do mercado tem exigido das
empresas mecanismos eficazes de consideração objetiva sobre as reais condições
que possibilitem investimentos com retornos voltados as expectativas de seus
acionistas.
Tais aspectos têm forçado as organizações empenhos contínuos em esboçar
procedimentos estratégicos e protótipos de gestão no intuito de obterem a
compreensão das alterações do mercado e das diretrizes práticas de redução de
custos que promovam a criação de riqueza com relação ao capital investido.
O lucro contábil tornou-se arcaico por não fornecer informações precisas de
uma taxa de retorno de investimento que exceda a taxa do custo de oportunidade.
Já o EVA (Valor Econômico Agregado) é capaz de produzir dados que visualizam
ganhos econômicos favoráveis e se os recursos estão sendo bem conduzidos.
Essas novas necessidades exigem das organizações maior produtividade
com qualidade, eliminando qualquer forma de desperdícios, por isso, é indispensável
a geração de informações em suas decisões de investimentos.
Uma gestão eficiente do capital de giro permitirá um monitoramento das
disponibilidade, possibilitando a empresa uma dimensão financeira mais elástica
diante das turbulências do mercado e das crises mundiais mantendo-se na trilha da
competitividade e do crescimento por agregar valor de mercado.
O MVA (Valor de Mercado Agregado) é uma grandeza de aferição que exibe
informações de riqueza em dinheiro considerando todas as aplicações o que torna
possível avaliar se a empresa criou ou destruiu valor.
O valor presente líquido (VLP) contempla os fluxos de caixa futuros e o custo
de capital empregado, onde indica se houve aumento do valor da empresa e que
tem reflexos diretos na maximização de riqueza dos acionistas/proprietários,
proporcionando um cenário futurístico permitindo tomadas de decisões antecipadas
quer nos recursos excedentes ou escassos. As previsões distorcidas dos fluxos de
101
caixa geram insuficiência de recursos para abastecer o capital de giro, causando
como consequência falta de lastro financeiro em casos de dificuldades.
A estrutura de capital reflete a composição das fontes de financiamentos.
Qual o mais vantajoso para organização, o capital de terceiros ou capital próprio? O
endividamento deve ser uma procuração diária, pois quanto maior o retorno, maior
será o risco e uma decisão errada nesse quesito pode levar a empresa ao estado de
insolvência.
O método Payback descontado representa o período de recuperação do
investimento inicial para que o fluxo de caixa cubra o montante investido, pois
considera o valor do dinheiro no tempo, por isso, atualizamos os fluxos de caixa a
uma taxa do mercado financeiro no valor presente para depois calcular o período de
recuperação. Significa dizer que em quanto tempo o capital investido é coberto e a
empresa passa a gerar lucro.
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é uma taxa que depende somente dos fluxos
de caixa projetados, Remunera o investimento e torna nulo o VPL (Valor Presente
Liquido) dos fluxos de caixa, e deve ser maior que o custo de oportunidade para que
o projeto seja aceito.
A tomada de decisão envolvendo investimentos de uma empresa é
necessário um conjunto de informações aliadas à técnicas de analises que oferece
uma base que facilita a aplicação de ativos com menor risco. Todas as técnicas são
importantes, pois possibilita a visualização de cenários até formatar um todo. Os
riscos e as incertezas se apresentam como muitas variáveis que a razão reclama a
prudência, precisando ser medidas e ponderadas.
Segundo Brealy e Myers(1995, p. 229), “Se as decisões de hoje afetarem o
que pode ser feito amanha, então, as decisões de amanha têm que ser analisadas
antes. Chama-se arvore de decisão, quando um projeto envolve decisões
seqüenciadas que depende de decisão atual”.
Como observamos, embora existirem várias técnicas e critérios que auxiliam
no processo decisório para futuros investimentos, todas contribuem com uma
parcela formando um todo que ser de base para a tomada de decisão.
A evolução tecnológica intensificou o volume de informações com extrema
velocidade que foi necessário criar mecanismos (técnicas) que acompanhassem o
comportamento do mercado financeiro e traduzissem esses dados em subsídios
analíticos que pudessem favorecer as empresas na adoção de postura pró-ativa.
102
Com isso, as organizações foram convertidas em métodos mais dinâmicos
propiciando um crescimento ajustado.
Em uma economia de processos variáveis, se torna cada vez mais
impreterível a necessidade de uma busca por uma melhor qualificação nas diretrizes
gestoras das organizações, desde as ações administrativas e operacionais até os
seus reflexos. Em uma ambiente volátil, a flexibilização em suas ações pode
desencadear uma maior adaptabilidade e agilidade as mudanças com transparência
para se conservar competitiva no mercado.
103
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