Monografia - Coberturas inclinadas
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Instituto Politécnico de Beja Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Beja
Curso de Licenciatura em Engenharia Civil 2º Ano | 2º Semestre
Unidade Curricular: Processos de Construção
MONOGRAFIA – COBERTURAS INCLINADAS
Autor:
Vasco Gamito | [email protected] | Nº. 5840
Docente:
Pedro Lança
Ano lectivo de 2009/2010
ÍNDICE
Resumo .................................................................................................................. 1
1. Introdução ....................................................................................................... 2
2. Coberturas Inclinadas .................................................................................... 3
3. Exigências Funcionais ................................................................................... 4
4. Propriedades dos materiais utilizados em coberturas ................................ 6
4.1. Telhas .............................................................................................................. 6
4.2. Ripado ............................................................................................................. 7
4.3. Fixações .......................................................................................................... 9
4.4. Argamassas .................................................................................................. 11
4.5. Forros ............................................................................................................ 12
5. Processos construtivos ............................................................................... 14
5.1. Asnas ............................................................................................................. 15
5.1.1. Asnas para coberturas inclinadas ...................................................... 16
5.1.2. Asna do tipo “Bowstring” .................................................................... 17
5.1.3. Asnas mistas em Madeira e Aço ......................................................... 18
5.1.4. Asnas em Betão Armado ..................................................................... 18
5.1.5. Madres em Betão Armado ................................................................... 19
5.1.6. Varas em Betão Armado ...................................................................... 19
5.1.7. Ripas em Betão Armado ...................................................................... 19
5.1.8. Alvenaria ............................................................................................... 20
5.2. Pontos singulares ......................................................................................... 21
5.2.1. Muretes. ................................................................................................. 21
5.2.2. Caleiras ................................................................................................. 23
5.2.3. Sumidouros e tubos de queda ............................................................ 24
Monografia – Coberturas Inclinadas
II
Processos de Construção
5.2.4. Juntas de dilatação .............................................................................. 26
5.2.5. Clarabóias ............................................................................................. 26
5.2.6. Cumeeiras ............................................................................................. 26
5.2.7. Rincão ................................................................................................... 27
5.2.8. Laró ........................................................................................................ 28
5.2.9. Remate de cobertura com parede emergente .................................... 29
5.2.10. Remate de cobertura com uma parede não emergente - Bordo ...... 30
5.2.11. Beiral e Beirado .................................................................................... 30
5.2.12. Chaminés .............................................................................................. 31
6. Isolamento ..................................................................................................... 32
6.1. Isolamento térmico ....................................................................................... 32
6.2. Isolamento sonoro ........................................................................................ 33
7. Ventilação ...................................................................................................... 33
7.1. Ventilação da face inferior das telhas ......................................................... 33
7.2. Ventilação do desvão ................................................................................... 37
8. Inspecção e controlo de qualidade ............................................................. 38
9. Conclusão ..................................................................................................... 39
10. Bibliografia .................................................................................................... 40
11. ANEXOS......................................................................................................... 43
ANEXO I
Colocação de sumidouros – Duas formas de execução do trabalho.
ANEXO II
Concepção de juntas de dilatação.
Monografia – Coberturas Inclinadas
III
Processos de Construção
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Exemplo de uma cobertura inclinada. Fonte: http://farm1.static.flickr.com/81/253431237_f5a89d45f8_o.jpg...............................3 Figura 2 – Vários Tipos de Telhas..........................................................................7 Figura 3 – Vários Tipos de Ripado..........................................................................9 Figura 4 – Vários Tipos de Fixações......................................................................10 Figura 5 – Argamassa em Cobertura (Sauro, s.d.) .........................................11 Figura 6 – Placa de Subtelha (Casa Cubaixo, 2010)………………………............12 Figura 7 – Vários tipos de forros rígidos e flexíveis………………………...............13 Figura 8 – Níveis de estrutura de uma cobertura (Mascarenhas, J (2004))...........14 Figura 9 – Exemplos de madres varas e ripado.....................................................15 Figura 10 - Asnas de coberturas inclinadas com a linha ao nível dos apoios e com a linha subida (Laurie, A et. al, 2006) ...............................................................16 Figura 11 - Asnas tipo "bowstring"(Laurie, A et. al, 2006)......................................17 Figura 12 – Asna Mista em Madeira - Aço (Laurie, A et. al, 2006).............................. …………………………………………………………………......................................18 Figura 13 – Solução de Alvenaria para coberturas – Muretes (Margon (s.d.)............. ………………………………………………………………………………….................21 Figura 14 – Diversas formas de proteger as telas (Mascarenhas, J, 2004) ……….… ...............……………………………………………....................................................23 Figura 15 – Diferentes tipos de caleiras para diferentes soluções (Mascarenhas, J, 2004))..........................................................................…………..........................24 Figura 16 – Pinhas de PVC em caleiras para evitar a entrada de detritos (Mascarenhas, J, (2004)..........................................................................................25 Figura 17 – Exemplo de uma clarabóia. (Mascarenhas, J (2004) ……………………
.............................................…….............................................................................26
Figura 18 – Exemplo de um Agueiro. Beiralcer, s.d......…...........………………......27
Figura 19 – Exemplo de uma Cruzeta Lusa e de uma concha ou Pata de Leão.
Beiralcer, s.d…………………………………………………………........……………...28
Figura 20 – Laró. Estreladalva, s.d……………........................................................28
Figura 21 – Remate de parede emergente. Sousa, A. Vaz Serra, 1998………………
.....................................………………………………………………………................29
Figura 22 – Remate de cobertura com parede não emergente (rematado apenas
com argamassa). Autor, 2010.................................................................................30
Figura 23 - Remate em chaminé. Sousa, A. Vaz Serra, 1998................................31
Figura 24 - Resistência térmica superficial e Grau de ventilação. Sousa, A. Vaz
Serra, 1998.............................................................................................................32
Monografia – Coberturas Inclinadas
IV
Processos de Construção
Figura 25 – Micro-ventilação na face inferior das telhas. Sousa, A. Vaz Serra,
1998..................................................................................................................34
Figura 26 – Condição necessária para a micro-ventilação. Estreladalva,
s.d.....................................................................................................................34
Figura 27 – Mecanismo de ventilação entre o Beirado e a Cumeeira. Estreladalva,
s.d.....................................................................................................................35
Figura 28 – Técnicas de Ventilação.................................................................36
Figura 29 – Ventilação com dupla lâmina de ar. Sousa, A. Vaz Serra, 1998.........
.........................................................................................................................38
Monografia – Coberturas Inclinadas
1
Processos de Construção
Resumo
Este trabalho contém uma exposição dos vários aspectos da construção de
coberturas inclinadas.
Fala portanto de coberturas inclinadas, fazendo uma pequena distinção entre
estas e as coberturas planas, das exigências funcionais que as coberturas devem
ter, das propriedades dos vários materiais que são aplicados em coberturas, dos
processos construtivos, do isolamento, da ventilação e ainda um pequeno capítulo
que fala sobre a inspecção e o controlo da qualidade.
Monografia – Coberturas Inclinadas
2
Processos de Construção
1. Introdução
No âmbito da disciplina de Processos de Construção foi proposto aos alunos a
realização de uma monografia que resumidamente, é uma dissertação sobre um
ponto particular de uma ciência, de uma arte, de uma localidade, sobre um mesmo
assunto ou sobre assuntos relacionados (wikipedia). Como tal, foram também
apresentados diversos temas de trabalho, para que os alunos consolidem os
conhecimentos aplicados ao tema escolhido que se insere na área da construção
civil.
De entre os vários temas disponibilizados pelo docente, o tema que me captou a
atenção foi o tema relacionado com as coberturas inclinadas. Isto porque ao longo
da minha vida tive várias oportunidades de presenciar e participar na construção de
diversas obras e sendo a construção de coberturas um elemento essencial numa
obra, sempre tive curiosidade em saber como é o seu processo construtivo e
portanto, a escolha deste tema.
Desta forma pretendo realizar um trabalho coeso onde consiga focar os aspectos
mais importantes da construção de coberturas, nomeadamente uma breve distinção
entre o tipo de cobertura em análise e as coberturas planas, as exigências
funcionais mais importantes, as propriedades dos materiais aplicados, os processos
construtivos, os pontos singulares, as questões de isolamento, as questões da
ventilação, a inspecção e o controlo de qualidade e porventura outros aspectos que
considere importantes, visto que este é um trabalho de consolidação de
conhecimentos e portanto envolve pesquisa e interesse em desenvolver mais o
trabalho em si, que no fim se traduz numa maior aquisição de conhecimentos.
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
2. Coberturas Inclinadas
Cobertura é um termo mais técnico para o que regularmente se chama de
telhado. Mas utilizando a expressão mais formal distinguem-se as coberturas
horizontais ou planas e as coberturas inclinadas. A grande diferença entre estes dois
tipos de coberturas é que para as coberturas horizontais tem-se uma inclinação igual
ou inferior a 4,5º, enquanto que as coberturas inclinadas são chamadas de
inclinadas quando fazem um grau de inclinação superior a 4,5º.
Figura 1 – Exemplo de uma cobertura inclinada. (VTN, 2010)
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
3. Exigências Funcionais
Existem vários materiais que se podem aplicar em coberturas bem como várias
técnicas que se podem aplicar com o mesmo objectivo final. Ainda assim o mais
importante é que as coberturas cumpram os seus objectivos funcionais, ou seja, que
respondam perante aquilo para que foram construídas.
Tendo em conta os objectivos para que se constroem coberturas em edifícios, foram
pensadas, planeadas e legisladas algumas exigências a aplicar às coberturas,
sendo as principais:
Estanquidade à água – exigência fundamental de qualquer cobertura e obtida pela
inclinação e pelo recobrimento dos elementos descontínuos (telhas), tendo como
efeito desfavorável a acção conjunta da água e do vento que pode resultar numa
ascensão da água.
Comportamento gelo-degelo – de forma continuada as coberturas sofrem
mudanças bruscas de temperatura, que resultam por vezes em ciclos de gelo-degelo
envolvendo toda a massa das telhas. Sendo estes ciclos curtos e frequentes as
coberturas, principalmente as de telhas cerâmicas, ficam sujeitas a fenómenos de
fadiga, pelo que, quando em regiões propícias a estas ocorrências terão de
satisfazer requisitos especiais de forma a aumentar a sua resistência.
Isolamento térmico – as coberturas têm um papel muito importante no isolamento
térmico. Este é fundamental, quer do ponto de vista da conservação de energia,
quer do ponto de vista do conforto. Pode-se medir o isolamento térmico através do
coeficiente de transmissão térmica (W/m2.ºC).
Comportamento mecânico – é fundamental que as coberturas tenham uma
determinada resistência à flexão e a capacidade de resistir a cargas concentradas
(resistência à flexão traduz-se em kN). Traduzindo isto para linguagem corrente as
coberturas têm de ter a habilidade de suportar o andar de uma pessoa normal,
incluindo a passagem e a estadia de pequenos materiais da construção das
coberturas.
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
Comportamento sob a acção do Vento – Em cada região há previsões para a
acção dos ventos. De acordo com estas previsões, a geometria das coberturas e a
implantação dos edifícios, assim ocorre a acção do vento. Em caso de tempestade
podem ocorrer depressões e sobrepressões, cuja influência se dá ao nível do
levantar dos elementos das cumeeiras e dos remates de telhado. Eventualmente, de
acordo com a região onde se implanta a obra, deverão ser aplicadas fixações
mecânicas em número e forma recomendada pelos fabricantes dos materiais
aplicados nas coberturas.
Isolamento sonoro – o comportamento acústico das coberturas caracteriza-se pelo
isolamento aos sons aéreos (R) à frequência de 500 hertz (Hz), expresso em
decibéis (dB).
Reacção ao fogo – é exigido às coberturas materiais que satisfaçam as exigências
às classes de reacção ao fogo – M0,M1,M2,M3,M4 – sendo a classe M0 para
materiais não combustíveis, M1 para materiais não inflamáveis, M2 para materiais
dificilmente inflamáveis, M3 para materiais moderadamente inflamáveis e a classe
M4 que diz respeito a materiais facilmente inflamáveis.
Exigências geométricas e de estabilidade dimensional – para a satisfação destas
exigências é necessário impor valores limites dos coeficiente de planaridade, de
rectilinearidade e de homogeneidade dos perfis transversais apresentados como
valores adimensionais, mas que expressos em percentagem relativamente ao
comprimento das telhas. Para as exigências de estabilidade dimensional são
estabelecidos valores percentuais limite para o comprimento e largura das telhas em
função das dimensões declaradas pelo fabricante.
Uniformidade do aspecto – a alteração do aspecto de uma cobertura não é vista
como um inconveniente e não está minimamente relacionada com a estrutura da
mesma. Os únicos problemas que podem surgir são a não homogeneidade da cor e
a alteração do aspecto, devendo ser estes problemas ausentes.
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
4. Propriedades dos materiais utilizados em coberturas
Como já referido anteriormente existem muitos materiais que se podem aplicar na
construção de coberturas.
Alguns dos materiais podem ser as telhas, ripado, fixações e argamassas e forros,
seguidamente explicarei sucintamente cada um deles.
4.1. Telhas
O primeiro material a referir é o que se denota mais de entre todos. Falo portanto
das telhas cerâmicas. Em Portugal há cinco tipos de telhas cerâmicas mais
conhecidas. São elas a telha Lusa, que se caracteriza pela sua aba e canudo, a
telha Marselha que se mostra plana com perfis laterais de encaixe, a telha do tipo
Canudo que se assemelha a uma meia secção de um tubo (muito utilizada nas
construções mais antigas), a telha Romana que tem duas formas para a coberta
(uma forma rectangular e outra circular) e uma forma rectangular com um bordo
lateral para o canal. Existe ainda um outro tipo de telha que é a telha plana (que se
caracteriza por ser de forma rectangular e totalmente plana contendo apenas um
pequeno rebordo contínuo de apoio) mas que por norma não é muito avistada nas
construções em Portugal.
(a) Telha Lusa (Cubaixo, 2010) (b) Telha Marselha (ECC, s.d.)
Monografia – Coberturas Inclinadas
7
Processos de Construção
(c) Telha Tipo Canudo (Cubaixo,
2010)
(d) Telha Romana (VTN, s.d.)
(e) Telha Plana (VTN, s.d.)
Figura 2 – Vários Tipos de Telhas
4.2. Ripado
Outro material que é usado na elaboração de coberturas é o ripado que consiste nos
suportes das coberturas. São os elementos construtivos que estão em contacto
directo com as telhas. Estas, servem-lhes de apoio, asseguram o seu
posicionamento e transmitem à estrutura as acções sobre ela exercidas. A distância
entre os elementos que constituem o ripado é o comprimento livre de uma telha e de
uma ripa. Esta distância deve ser indicada pelo fabricante, ou em caso contrário
pode ser determinada da seguinte forma:
L – Distância total entre as telhas em
posição aberta
I – Distância total entre as telhas em
posição aberta
P – Distância entre as ripas
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
O ripado pode ser constituído de diversas formas, sendo as mais comuns os ripados
de madeira, perfis metálicos e pré-moldados.
Para um ripado de madeira correcto, esta não deve apresentar defeitos que reduzam
a sua resistência (alterações biológicas, nós, bolsas de resina, etc.), bem como
flechas superiores a 12% relativamente ao eixo da peça
Um ripado de perfis metálicos deve ser constituídos por perfilados em aço de
construção de utilização geral e com uma altura mínima para apoio da telha de 2cm
(utilizando cantoneiras, as dimensões mínimas devem ser de 30x30x3 mm). Deverão
ainda receber um primário de protecção contra a corrosão.
O ripado pré-fabricado em questões de dimensão e recobrimento das armaduras ou
fios, deverá estar de acordo com o estabelecido no REBAP (Regulamento de
Estruturas de Betão Armado e Pré-esforçado). Os perfis devem apresentar uma
secção compatível com o apoio das telhas (devem ter faces regulares) e ser
convenientemente fixados nos seus apoios.
(a) Ripado de madeira (Telhodromo,
2010)
(b) Ripado Metálico (Cobertek, 2009)
Ripado de madeira
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
(c) Ripado Pré-fabricado (Forúm da
Casa, 2009)
Figura 3 – Vários Tipos de Ripado
4.3. Fixações
Usualmente na fixação das telhas são usados pregos, agrafos, parafusos, ganchos
metálicos e argamassas. Em situações específicas podem-se usar produtos de
colagem sintéticos, tendo em conta a especificidade da sua aplicação.
Devem-se usar pregos de cabeça larga em aço galvanizado cobre ou aço inox, com
um diâmetro mínimo de 3mm (processo de fixação adequado para remates laterais
de acessórios e telhas canal ou canudo).
Os agrafos usados na fixação dos elementos de suporte em madeira (asnas e
ripado) devem ser em aço inox ou protegidos contra a corrosão pelo processo de
galvanização. Também os parafusos devem possuir as mesmas características ou
ser submetidos ao mesmo processo aquando da fixação do ripado metálico e
possuir um diâmetro mínimo de 6mm.
Os ganchos metálicos usualmente são utilizados na fixação de telhas e acessórios,
podem ser em arame galvanizado, cobre ou aço inoxidável, sendo o arame
galvanizado pouco recomendável para ambientes marítimos ou industriais.
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
(a) Pregos (Concrerio, s.d.) (b) Agrafos (Logismarket,
2010)
(c) Parafusos (Concrerio, s.d) (d) Ganchos Metálicos (Interforma,
2007)
(e) Argamassa em Cobertura
(Sauro, s.d.)
Figura 4 – Vários Tipos de Fixações
Monografia – Coberturas Inclinadas
11
Processos de Construção
4.4. Argamassas
A quantidade de argamassa a utilizar deve ser a mínima indispensável para a
fixação de telhas e acessórios de modo a que a ventilação da cobertura não seja
prejudicada. As argamassas mais simples, de cimento, não devem ser usadas
devido à sua rigidez excessiva que fica nas ligações, conduzindo ao risco do
surgimento de fissuras.
É recomendado a utilização de argamassas de cal (hidráulica, natural ou artificial)
com 250 a 350kg de cal hidráulica por m3 de areia seca e argamassas bastardas
com 150kg de cimento e 175 a 225kg de cal por m3 de areia seca. Estas são as
indicações técnicas a seguir, mas de acordo com a experiência de utilização regional
são permitidas outras composições. A areia utilizada na argamassa deve estar livre
de impurezas, sais e matéria orgânica que possa prejudicar o aspecto, a resistência
ou que contribuam para o aparecimento de eflorescências.
Os adjuvantes que podem ser utilizados no processamento das argamassas não
devem provocar a degradação da mesma. Os corantes devem ser compatíveis com
os ligantes e por norma devem constituir 5 a 7% da massa de cimento.
Figura 5 – Argamassa em Cobertura (Sauro, s.d.)
Monografia – Coberturas Inclinadas
12
Processos de Construção
4.5. Forros
Os forros são elementos contínuos rígidos ou flexíveis, colocados entre o
desvão e a face inferior das telhas. Os forros flexíveis podem ser constituídos por
mantas de feltros betuminosos, filmes plásticos, entre outros. Os forros rígidos
podem ser de madeira ou materiais derivados tais como: pranchas pré-fabricadas
em betão ou cerâmica, lajes em betão armado, e ainda subtelhas.
Os forros de madeira constituem forros rígidos e à sua execução aplicam-se
as exigências e recomendações acima referidas.
Os forros em prancha de betão, cerâmica e lajes são forros rígidos em que se
deve aplicar a regulamentação específica, designadamente o RSA (Regulamento de
Segurança e Acções), o REBAP (Regulamento de Estruturas de Betão Armado e
Pré-Esforçado), entre outras, respeitando objectivamente essa regulamentação.
As subtelhas complementam os outros forros com a estanquidade à água da
cobertura, sempre que por razões de aplicação (inclinação deficiente), o sistema de
revestimento cerâmico não seja suficiente para o assegurar. São em geral um
género de chapas onduladas constituídas por metais, derivados do betão e materiais
plásticos, entre outros, e destinam-se à execução de coberturas de telhas de
canudos onde é exigida uma boa geometria de remate e fixação por forma a garantir
o funcionamento do conjunto (estanquidade à agua e ventilação da face inferior da
telha).
Fig. 6 - Placa de subtelha (Casa Cubaixo, 2010)
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
(a) Forro rígido de madeira
(Perimetralmadeiras, s.d)
(b) Forro rígido tipo prancha em
betão, cerâmica e laje (VTN,
s.d)
(c) Forro flexível em PVC (VTN,
s.d)
(d)
Figura 7 – Vários Tipos de Forros Rígidos e Flexíveis
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
5. Processos construtivos
A execução de coberturas deve ter em conta o tipo de telhas utilizado, tendo em
conta as suas características específicas, a localização da construção, a forma e a
inclinação da própria cobertura e o tipo de suporte aplicado na cobertura. Deve-se
ter ainda atenção às várias situações particulares de cada cobertura (os vários
pontos singulares), que sendo mal solucionadas, podem trazer problemas. Uma
cobertura divide-se em diferentes níveis de estrutura segundo o seguinte quadro:
Figura 8 – Níveis de estrutura de uma cobertura. Sousa, A. Vaz Serra, 1998
Tendo em conta esta estrutura e os elementos que dela fazem parte, assim
se constroem coberturas.
Monografia – Coberturas Inclinadas
15
Processos de Construção
5.1. Asnas
A escolha da asna mais adequada para um determinado vão (L) não é simples e as
várias soluções apresentam naturalmente vantagens, desvantagens e limitações em
relação umas às outras, embora o aspecto estético possa ser condicionante, os
factores económicos e construtivos são igualmente decisivos na escolha do tipo de
asna.
Elementos nas asnas a salientar:
As madres – estão apoiadas sobre as asnas em posição horizontal,
paralelamente ao beirado
As varas – estão apoiadas sobre as madres de forma perpendicular a estas e
secção depende do afastamento entre madres e das cargas a que a
cobertura está sujeita
As ripas – assentam sobre as varas e apoiam as telhas.
(a) Madres (Forumcasa, 2009) (b) Exemplo de apoio das madres,
varas e ripado (Telhodromo,
2010)
Figura 9 – Exemplos de madres, varas e ripado
Varas Ripas
Madres
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
5.1.1. Asnas para coberturas inclinadas
O primeiro ponto a referir sobre este tipo de asna é que estas são bastante
económicas para vãos até cerca de 15 a 18m. As dimensões das barras são
relativamente pequenas e as ligações (nós) fáceis de executar. Em edifícios com
várias coberturas inclinadas as drenagens devem ser cuidadosamente executadas
com escalas adequadas. Nos apoios das asnas as ligações devem ser reforçadas
utilizando escoras de contraventamento ligadas aos pilares ou às paredes, de forma
a absorver a acção lateral do vento ou de um sismo.
Existem várias soluções para construir as asnas de coberturas inclinadas com
quatro ou cinco madres por vertente, como se pode verificar nas seguintes figuras.
Figura 10 – Asnas de coberturas inclinadas com a linha ao nível dos apoios e
com a linha subida (Laurie, A et. al, 2006)
Monografia – Coberturas Inclinadas
17
Processos de Construção
No segundo conjunto de asnas verificam-se asnas com a linha inferior ao nível dos
apoios e asnas com a linha inferior subida.
Esta última opção apresenta vantagens estéticas em termos espaciais o que resulta
num aumento considerável do espaço livre a usufruir.
5.1.2. Asna do tipo “Bowstring”
As asnas com contorno em arco, ou seja, do tipo “bow” – arco, “string” –
corda, são as mais eficientes e recomendáveis para grandes vãos, ou seja, com um
vão superior a 25 m.
As barras que constituem a costela do arco podem ser em madeira estrutural,
em que a costela pode ser executada de forma integralmente curva. No entanto
existem algumas limitações de fabrico, uma vez que a humidade, a temperatura, a
secagem e o tipo de colagem devem ser cuidadosamente controlados num ambiente
interior, por exemplo, numa fábrica.
As barras podem também ser em madeira lamelada colada em que a costela
é uma poligonal construída a partir de uma série de barras rectas. A linha inferior da
asna também pode ser em glulam – madeira lamelada colada. A vantagem deste
facto é a redução da quantidade de empalmes, que é um material caro, difícil de
executar, frágil e visualmente desagradável. De referir ainda que neste tipo de asnas
se deve fazer um bom trabalho de contraventamento (usando escoras), quando as
asnas estão apoiadas em pilares ou paredes.
Figura 11 - Asnas tipo "bowstring" (Laurie, A et. al, 2006)
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
5.1.3. Asnas mistas em Madeira e Aço
Com a necessidade de conceber asnas com um peso próprio mais reduzido,
estruturalmente mais eficientes e economicamente mais viáveis passou-se a utilizar
varões de aço em barras sujeitas a esforços de tracção.
Apesar das vantagens económicas, da facilidade de execução e do facto de
se poder convergir três ou mais barras para uma mesma ligação, é necessário que a
carga exercida pela cobertura apoiada pela asna tenha um peso elevado (igual ou
superior a 1.50 KN/m2) com o objectivo de contrariar acções do vento que sejam
opostas à força exercida pelo peso (massa da estrutura x força gravítica) da
estrutura.
Figura 12 - Asna Mista em Madeira Aço (Laurie, A et. al, 2006)
5.1.4. Asnas em Betão Armado
Este tipo de asnas normalmente é aplicado em pavilhões industriais e é um
sistema que se apoia directamente nas madres. Em edifícios com paredes
resistentes de betão armado pode-se fazer aproveitar estas estruturas para
desempenhar determinadas funções de suporte das asnas, como por exemplo,
pilares que se podem elevar de forma a criar vigas inclinadas perpendiculares ao
beiral do edifício. A utilização de varas é dispensável e existem soluções de pré-
fabricação e in situ.
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
5.1.5. Madres em Betão Armado
Assim como as madres em madeira também as madres em betão armado são
elementos horizontais de apoio com um vão de cerca de 3 a 4 metros.
Numa estrutura de betão armado com pórticos paralelos, aos beirais, podem ser
realizadas pela viga superior desses pórticos, criada à altura conveniente para
respeitar a geometria do telhado. Esta solução dispensa a contribuição dos pórticos
transversais que desempenham as funções de asnas, ficando assim limitados a
funções de contraventamento. No caso de a distância entre as asnas ser reduzida,
pode-se utilizar vigotas pré-esforçadas como madres.
5.1.6. Varas em Betão Armado
As varas apoiam-se nas madres ou em elementos que as substituam (outro qualquer
elemento estrutural de apoio à cobertura), utilizando-se geralmente vigotas pré-
esforçadas, cujo espaçamento está condicionado pela resistência e pelo tipo de ripa
a aplicar.
Normalmente é utilizada a solução de pré-fabrico, pois a solução de fabrico in situ
não é viável economicamente.
5.1.7. Ripas em Betão Armado
Com um vão entre 0,60 e 1,20m as ripas são o elemento mais simples de toda uma
estrutura de apoio à cobertura. Estas ripas também são normalmente pré-fabricadas,
e o recurso a vigotas pré-esforçadas é uma solução que permite maiores
espaçamentos dos apoios, o que implica também uma maior resistência deste
elemento.
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
5.1.8. Alvenaria
As soluções estruturais de alvenaria em coberturas inclinadas têm em vista
substituir um ou mais elementos dessa estrutura, com recurso a paredes ou muretes
assentes sobre vigas da estrutura do edifício subjacente ou sobre a laje de tecto do
último piso habitável. O seu processo de construção passa por construir os
chamados muretes (paredes em alvenaria) em posição perpendicular ou horizontal
ao beirado. Caso o espaçamento entre os muretes seja reduzido e caso sejam
utilizadas ripas de vigotas pré-esforçadas, ou seja, que tenham uma boa resistência
e uma boa indeformabilidade, é dispensável a aplicação de madres e varas.
A utilização destes apoios é frequente devido à facilidade de execução e a
redução de custo em relação a madres e varas. Ainda assim são necessários
determinados cuidados, como a utilização condicionada do desvão (altura do último
espaço habitável) da cobertura, a necessidade de calcular a posição em relação à
direcção de apoio das lajes e às cargas por ela transmitidas, tendo em conta a
localização das soluções estruturais de alvenaria, a necessidade de conciliar a
resistência mecânica vertical das paredes com o seu peso, devido ao peso que é
exercido na laje de tecto pelas paredes, o dever de garantir a estabilidade
transversal das paredes devido às acções horizontais sobre a cobertura, a
necessidade de garantir um coroamento rectilíneo para garantir também um telhado
direito e ainda o cuidado a ter aquando da aplicação do isolamento térmico visto que
com a utilização deste tipo de solução é difícil garantir que o isolamento seja bem
feito. De lembrar ainda que embora esta solução possa ser económica, deve-se ter
em atenção os esforços que são aplicados à laje de tecto subjacente, pois há um
acréscimo de carga significativo.
Monografia – Coberturas Inclinadas
21
Processos de Construção
Fig. 13 – Solução de alvenaria para coberturas – Muretes. Margon (s.d.)
5.2. Pontos singulares
Pontos singulares são todas as soluções de remate que se fazem em
coberturas. Visam garantir, principalmente, a impermeabilidade e o isolamento
térmico nos pontos das coberturas em que a secção de telhas tem obstáculos à sua
continuidade ou nos pontos em que o limite da cobertura é atingido.
5.2.1. Muretes.
Tendo em conta que é mais económico colocar telas impermeabilizantes de
forma semi-aderida (para facilitar a substituição em caso de dano), torna-se
necessário proteger a cobertura dos ventos e no caso de uma zona em que a
cobertura faça empena com outro edifício, é também necessário protegê-la contra
um eventual incêndio, prevenindo que o fogo passe directamente de um edifício para
o outro. Como tal, deve-se proceder à construção de muretes para evitar estas
eventualidades.
Como medida de segurança, no caso de a zona da cobertura ser visitável, os
muretes devem ter uma altura mínima de 90 cm, caso contrário devem ter uma
altura de cerca de 50 a 60 cm.
De forma a evitar que humidades se infiltrem para o interior dos edifícios ou
para as coberturas, deve-se proteger o topo superior dos muretes com materiais
Monografia – Coberturas Inclinadas
22
Processos de Construção
impermeáveis. Como tal, normalmente utilizam-se pedras hidrofugadas. Estas
devem estar aplicadas com uma inclinação virada para o exterior do edifício e devem
ter talhadas no lado inferior, uma pingadeira de forma a evitar que a água escorra
directamente pelas paredes e as danifique.
Caso hajam juntas de dilatação em direcção perpendicular aos muretes,
deve-se instalar um capeamento em chapas metálicas nas juntas para garantir o seu
movimento e a sua impermeabilização.
No encontro das telas betuminosas com os muretes deve-se ter em atenção
alguns aspectos por forma a fazer um bom remate nesta zona. No encontro da
camada de forma com os muretes, a tela betuminosa deve ser arredondada para
que não se rompa ao vincar na junta. É necessário proteger as telas aplicadas de
maneira a que não hajam infiltrações de água entre as telas e os muretes. Para tal,
pode-se protege a tela com o reboco, com uma protecção metálica, capeando o
muro com a própria tela ou aproveitando o capeamento do muro, seja ele em chapa
ou em pedra.
a) Protecção da tela com o
reboco (Mascarenhas, J
(2004)).
b) Protecção da tela com
protecção metálica
(Mascarenhas, J (2004)).
Monografia – Coberturas Inclinadas
23
Processos de Construção
c) Aproveitamento do
capeamento do muro
(Mascarenhas, J (2004)).
d) Capeando o muro com a
própria tela (Mascarenhas, J
(2004)).
Figura 14 – Diversas formas de proteger as telas
5.2.2. Caleiras
Caleiras são zonas rebaixadas nas coberturas que têm como objectivo
recolher as águas de um plano ou dois da cobertura. São executadas com
argamassa das camadas de forma e possuem uma pendente longitudinal no sentido
do tubo de descarga da água. Normalmente as caleiras são revestidas com chapas
metálicas (tratadas pelo processo de galvanização a quente para evitar a corrosão)
para que as argamassas não absorvam água e assim rentabilizar o escoamento das
águas. Outra característica das caleiras em argamassa é que os seus bordos e os
bordos das chapas metálicas que são aplicadas, são redondos para facilitar a
limpeza e para não danificar as telas betuminosas que estão na envolvente das
caleiras.
Para além das caleiras em argamassa que são construídas aquando das
camadas de forma, existem também as caleiras metálicas. Estas devem ter já o tubo
de descarga incorporado. A forma mais eficaz de proteger as caleiras metálicas da
corrosão é pelo processo de galvanização a quente.
Monografia – Coberturas Inclinadas
24
Processos de Construção
Existem situações a ter em conta quando se constrói uma caleira. A primeira
é a utilização que vai ter o espaço onde se localiza a caleira. No caso de ser um
espaço visitável há a solução de se aplicar caleiras pré-fabricadas com uma grade
própria para facilitar a circulação de pessoas, equipamentos ou viaturas. Outra
situação é no caso de ser uma caleira com uma dimensão grande, que pela sua
largura se pode tornar numa ponte térmica pelo que deve ser isolada devidamente
com um reforço no isolamento térmico directamente por baixo da caleira.
a) Caleira larga que necessita de
isolamento (Mascarenhas, J
(2004)).
b) Caleira para coberturas visitáveis
(Mascarenhas, J (2004)).
Figura 15 – Diferentes tipos de caleiras para diferentes soluções.
5.2.3. Sumidouros e tubos de queda
Um sumidouro é um dos pontos por onde se esgota a água da cobertura.
Normalmente localiza-se nos pontos de menor cota de uma caleira. O sumidouro
tem como elementos fundamentais o ladrão, o funil, o tubo de queda, o canhão,
caleira metálica e uma pinha de protecção. O ladrão consiste, no caso de
entupimento do conjunto, a água sai por o ladrão directamente para o exterior
evitando o colapso da cobertura. O funil introduz a água no tubo de queda. Deve ser
Monografia – Coberturas Inclinadas
25
Processos de Construção
aberto na parte superior para permitir a saída do ar do tubo de queda ou permitir o
transbordo em caso de entupimento, do tubo de queda. A pinha de protecção tem
como função evitar a entrada de folhas ou elementos estranhos no tubo de queda. O
tubo de queda deve ser sempre protegido na sua entrada com pinhas em PVC para
não entrarem objectos nos sumidouros.
Figura 16 – Pinhas de PVC em caleiras para evitar a entrada de detritos.
(Mascarenhas, J (2004)).
Deve-se evitar ligar os sumidouros aos tubos de queda por troços de tubagem
horizontal longos. Quanto à localização dos tubos de queda estes podem ser
interiores ou exteriores, sendo que os exteriores são mais fáceis de substituir ou
reparar. Os sumidouros mais simples são constituídos por um disco ligado a um
tubo. O disco é em borracha flexível para se adaptar ao rebaixo de argamassa. A
colocação do sumidouro pode ser feita tendo em conta o sistema semi-aderido ou
independente e o sistema aderido (Ver em anexo I)
Monografia – Coberturas Inclinadas
26
Processos de Construção
5.2.4. Juntas de dilatação
Um edifício tem normalmente juntas de dilatação com uma largura de 3 a 5 cm a
cada 20 metros que atravessam a cobertura. Ao executar-se uma junta de dilatação
numa cobertura deve-se ter em atenção determinadas condições (Ver Anexo II)
Em juntas acessíveis a veículos deve-se utilizar uma chapa de aço como forma de
protecção das juntas estas devem deslizar sobre outras duas instaladas em cada
lado da junta.
5.2.5. Clarabóias
Clarabóias consistem num facilitador de fixação das telas. Podem ser produzidas
através de poliéster reforçado com fibras de vidro e existem muitos tipos de janela-
clarabóia que integram o sistema de vedação e remate da zona envolvente.
Figura 17 – Exemplo de uma clarabóia. (Mascarenhas, J (2004)).
5.2.6. Cumeeiras
As cumeeiras devem impedir a penetração de água e permitir a ventilação da
cobertura. O seu assentamento deve fazer-se assegurando o recobrimento no
sentido preponderante da incidência da chuva associada ao vento.
Usualmente as cumeeiras são fixadas com argamassas, mas caso isso não
aconteça, a solução a tomar é usar elementos de fixação como grampos.
Maioritariamente, as telhas são de encaixe, mas por exemplo no caso da telha do
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27
Processos de Construção
tipo Canudo em que não há um encaixe nas telhas, o que se deve fazer é deixar um
recobrimento de cerca de 10 cm.
Os topos das cumeeiras devem ser fechados de forma a permitir a passagem
de ar e não a passagem de água. Para tal pode-se aplicar argamassa, desde que se
garanta a entrada de ar, utilizar bandas plásticas e metálicas adaptadas à
configuração da cobertura ou como melhor alternativa, utilizar peças específicas
para o efeito (agueiros).
Figura 18 – Exemplo de um Agueiro. Beiralcer, s.d.
5.2.7. Rincão
Entre uma cumeeira e um rincão a grande diferença é que a intersecção dos
planos da cobertura não é horizontal (mostra-se me posição diagonal ou quase
vertical). Assim torna-se mais difícil construir as juntas nestes pontos tendo em
atenção que a argamassa aplicada deve permitir a ventilação.
Como alternativa mais recomendada, tem-se a aplicação de bandas plásticas e
metálicas adaptadas à configuração da cobertura, que permitem a ventilação e
garantem também a estanquidade à água. Estas bandas são fixadas por colagem ou
mecanicamente por parafusos ou grampos metálicos. Apenas de referir que no topo
e na base dos rincões se deve usar peças (de acordo com o modelo de telha
aplicada) para fazer o remate destas zonas das coberturas.
Monografia – Coberturas Inclinadas
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Processos de Construção
a) Cruzeta Lusa b) Concha ou Pata de leão
Figura 19 – Exemplo de uma Cruzeta Lusa e de uma concha ou Pata de Leão.
Beiralcer, s.d.
5.2.8. Laró
Um laró é o oposto de um rincão. É onde se fazem também as juntas em
posição diagonal mas ao invés dos planos de cobertura convergirem para uma linha
alta, convergem para uma linha baixa.
O laró, normalmente é constituído por um rufo metálico ou em material
sintético, pousado sobre um forro ou um apoio autoportante e mostra um perfil
concebido em função da inclinação e da quantidade de água a escoar.
Figura 20 – Laró. Estreladalva, s.d.
Monografia – Coberturas Inclinadas
29
Processos de Construção
5.2.9. Remate de cobertura com parede emergente
Os remates entre as coberturas e as paredes emergentes, normalmente são
feitos utilizando chapas metálicas ou telas betuminosas. E há duas situações
diferentes a ter em conta.
A primeira é quando as paredes emergentes surgem de forma transversal ao
plano da água. Nesta situação o rufo metálico, ou a tela, devem recobrir as telhas
com espessurra e rigidez compatíveis com as acções a que iram estar sujeitos. A
ligação à parede emergente deve garantir a indeformabilidade, conter juntas de
dilatação e o seu revestimento poderá ser feito através da penetração no tosco da
parede de tela de um sitema de impermeabilização adequado ou através do
aparafusamento, estando este vedado por um mastique.
Há também a situação em que a parede emergente está numa posição
paralela ao plano da água. Neste caso, há que ter em conta as mesmas
preocupações que se tem com os larós e as ligações que são feitas para as paredes
transversais emergentes, são também válidas para esta situação.
Figura 21 – Remate de parede emergente. Sousa, A. Vaz Serra, 1998.
Monografia – Coberturas Inclinadas
30
Processos de Construção
5.2.10. Remate de cobertura com uma parede não emergente - Bordo
Pode-se realizar remates de coberturas com paredes não emergentes por
recurso a cumeeiras, a sistemas de rufagem ou por recurso a peças desenvolvidas
para estes sistemas (telas betuminosas, por exemplo). Deve-se ter atenção nos
mesmos pontos já referidos para as cumeeiras e para os sistemas de rufos
metálicos. O mesmo acontece no caso de se usar telas ou outros materiais
equivalentes.
Fig. 22 - Remate de Cobertura com parede não emegente (rematado apenas com
argamassa). Autor, 2010.
5.2.11. Beiral e Beirado
As telhas que vão constituir o beiral devem fixar-se na parte inferior sobre
uma ripa com a altura normal e com mais a espessura de uma telha (tábua de
barbate). Deve-se ter atenção às telhas utilizadas para o beiral, pois estas devem
ser inteiras e devem ser estas a ficar fixas.
Estando esta zona da cobertura sujeita a condicionalismos arquitectónicos,
deve-se respeitar o espaçamento lateral das telhas, tendo em conta a distância entre
os eixos das telhas que deve ser igual à distância entre os eixos das capas do
beirado.
Monografia – Coberturas Inclinadas
31
Processos de Construção
5.2.12. Chaminés
Normalmente as chaminés são construídas em alvenaria pelo que nas
situações de remate, pode-se ter atenção ao que se faz nas situações de paredes
emergentes, no entanto deve-se ter cuidado com o ângulo reentrante onde é
descarregada a água proveniente da vertente acima da chaminé, cuidado nos
remates longitudinais para que a água não transborde os rufos metálicos associados
à chaminé e atenção para que a água seja descarregada a um nível superior ao das
telhas da vertente abaixo da chaminé.
A dimensão do rufo aplicado na chaminé é condicionada pelo número de
fiadas de telhas interrompidas pela chaminé.
Figura 23 – Remate em chaminé. Sousa, A. Vaz Serra, 1998.
Monografia – Coberturas Inclinadas
32
Processos de Construção
6. Isolamento
6.1. Isolamento térmico
O isolamento térmico das coberturas deve ser quantificado, através do
coeficiente de transmissão térmica (K). Este coeficiente pode ser calculado da
seguinte forma:
Sendo Rj a resistência da camada j (m2.ºC/W) e, 1/hi e 1/he as resistências
térmicas superficiais do interior e do exterior respectivamente medidas em m2.ºC/W.
A resistência Rj é calculada através do quociente entre a espessura da
camada j (m) e a conductibilidade térmica real (λ) do material que constitui a camada
de isolamento (W/m.ºC). Para as camadas não homogéneas, os valores das
resistências térmicas devem ser lidos directamente em tabelas.
De referir que quando o elemento de construção compreende espaços de ar
ventilados, o valor do seu coeficiente de transmissão térmica depende do grau de
ventilação dos espaços. A caracterização desta ventilação faz-se a partir do
quociente entre a área total de orifícios de ventilação das coberturas (m2) e a
superfície do elemento em estudo (m2).
a) Resistência térmica superficial b) Grau de Ventilação
Figura 24 – Resistência térmica superficial e Grau de ventilação. Sousa, A. Vaz
Serra, 1998.
Monografia – Coberturas Inclinadas
33
Processos de Construção
Existem vários isolantes disponíveis no mercado nacional, sendo os mais
utilizados as placas de aglomerado negro de cortiça, de granulado de cortiça a
granel, lã de rocha, lã de vidro, espuma rígida de poliuretano, placas de poliestireno
expandido moldado e placas de poliestireno expandido extrudido.
6.2. Isolamento sonoro
O isolamento sonoro deve ser quantificado pelo índice de isolamento sonoro
(R) à frequência de 500 Hz expresso em dB.
Devem ser satisfeitas as exigências de isolamento sonoro, sendo que para
um valor de 60 R(500Hz) dB uma construção é considerada um local muito ruidoso,
para 50 R(500Hz) dB é considerado um local ruidoso e para 40 R(500Hz) dB é
considerado um local pouco ruidoso.
7. Ventilação
No âmbito da ventilação de coberturas, pode-se distinguir dois tipos de
ventilação: a ventilação da face inferior das telhas (micro-ventilação) e a
ventilação do desvão da cobertura.
7.1. Ventilação da face inferior das telhas
A circulação de ar junto à face inferior das telhas tem diversas funções.
Este tipo de ventilação contribui para a secagem da água da chuva que é
absorvida pelas telhas, elimina o vapor de água que é produzido no interior e que
depois de atravessar a estrutura da cobertura, poderia condensar na face inferior
das telhas, contribui para a durabilidade das telhas, por aproximação das condições
termo-higrométricas a que estão sujeitas as duas faces das telhas e sob a acção do
gelo (não permite uma grande amplitude de temperaturas), assegura uma melhor
conservação do ripado quando este é de madeira e em zonas de clima frio não
permite que o calor vindo do interior provoque uma distribuição irregular da neve. No
verão permite diminuir a temperatura que a cobertura atinge, devido à temperatura
elevada que as telhas podem atingir.
Monografia – Coberturas Inclinadas
34
Processos de Construção
Figura 25 – Micro-ventilação na face inferior das telhas. Sousa, A. Vaz Serra, 1998
Para que esta ventilação se verifique, é necessário que exista um espaço livre
sob as telhas com 2 a 4 cm de altura, no mínimo (dimensão corrente das ripas).
Figura 26 – Condição necessária para a micro-ventilação. Estreladalva, s.d
Monografia – Coberturas Inclinadas
35
Processos de Construção
As ripas devem ser interrompidas 2 a 3 cm em cada 3 a 4 m para permitir a
circulação de ar, também segundo a vertente, quando o suporte é contínuo (laje). No
entanto para garantir uma boa conservação das ripas de madeira, deve-se empregar
uma contra-ripa com uma altura superior a 2 cm para que a face inferior das ripas
também seja ventilada. Esta medida é dispensável quando o isolante, o forro ou
outro elemento contínuo se situe a um nível inferior à face superior das varas,
permitindo a circulação de ar entre estas, sob o telhado.
Para que esta micro-ventilação tenha efeito, é necessário que o ar circule, isto
é, que entre e saia do espaço em causa, por meios naturais. Este movimento de ar
baseia-se no princípio da tiragem térmica, em que o ar admitido numa zona mais
baixa, a uma temperatura inferior é aquecido por acção do calor perdido pela
cobertura no Inverno ou pela radiação da telha no Verão, torna-se mais leve e sobe,
saindo por uma abertura mais alta (cumeeira, por exemplo). Também o vento é um
factor que influencia a eficácia deste tipo de ventilação.
Figura 27 – Mecanismo de ventilação entre o Beirado e a Cumeeira. Estreladalva,
s.d
Monografia – Coberturas Inclinadas
36
Processos de Construção
Nem sempre se tem um beiral e uma cumeeira ventilados devido às várias
condicionantes construtivas e arquitectónicas. Como tal, existem diversas técnicas e
dispositivos de ventilação de beirais e cumeeiras, cuja aplicação deve ter sempre
presente a resistência mecânica e durabilidade, a protecção contra a entrada de
animais ou detritos e claro, a estanquidade à água também deve ser garantida.
Como técnica a aplicar perante a falta de uma cumeeira e um beiral ventilados, tem-
se a abertura de orifícios de ventilação na zona do beirado, garantindo a entrada de
ar e não devendo os remates na zona da linha da cumeeira, estar tapados. Na
aplicação dos referidos dispositivos de ventilação, a colocação de telhas de
ventilação deve ser na 2ª ou 3ª fiada junto ao beiral e na penúltima, junto à
cumeeira. Em telhados com um plano de água que remata superiormente numa
parede, onde se dá a inexistência de uma cumeeira deve-se aplicar as telhas de
ventilação segundo o mesmo método para não impedir a saída do ar. Ter em
atenção que as telhas de ventilação junto ao beiral e junto à cumeeira devem estar
desencontradas de modo a que o ar não crie caminhos preferenciais de circulação
sob as telhas.
a) Dispositivo de Ventilação,
Beiralcer(s.d.)
b) Orifícios de ventilação do Beirado,
Estreladalva(s.d.)
Figura 28 – Técnicas de Ventilação
Monografia – Coberturas Inclinadas
37
Processos de Construção
7.2. Ventilação do desvão
Para garantir a durabilidade dos materiais, as condições de conforto térmico
no verão e a salubridade do espaço é fundamental uma franca ventilação das
coberturas.
Quando o desvão não é habitável e o telhado se apoia numa estrutura
descontínua sem forro, a ventilação é garantida pela permeabilidade ao ar do próprio
telhado, sob a acção do vento. Se o telhado não tiver dois planos de água opostos
idênticos, a ventilação normal da cobertura pode não ser suficiente, recorrendo-se a
telhas de ventilação ou a aberturas nas paredes do desvão com um mesmo diâmetro
(no caso do desvão conter paredes de alvenaria de suporte à cobertura).
Quando o desvão é habitável, a sua ventilação transforma-se num problema
conhecido de ventilação para manter a salubridade do espaço e evitar as
condensações.
Uma medida pouco conhecida em Portugal mas que é tomada noutros países
é o chamado tecto ventilado. Este consiste na criação de duas lâminas de ar
independentes acima da camada isolante e respectivo forro inferior. Deste modo,
sob as telhas e o ripado, é garantida uma lâmina de ar que faz a ventilação da face
inferior das telhas. A primeira lâmina de ar é limitada inferiormente por um elemento
contínuo leve, (contraplacado ou outro derivado da madeira que seja resistente à
humidade) colocado entre as varas e as contra-ripas ou a meio das varas apoiado
em batentes de madeira estanques. Abaixo deste subtecto, constrói-se a segunda
lâmina de ar (com uma espessura de 7 a 15 cm) que separa o ar do isolamento.
Nesta segunda lâmina o ar já não pode entrar e sair pelas telhas e tem
obrigatoriamente uma entrada junto ao beiral e uma saída junto à cumeeira, onde
são criados dispositivos que permitem a comunicação do ar com a lâmina de ar
superior. Admite-se ainda que a lâmina de ar inferior comunique com a caixa-de-ar
das paredes, desde que tenha as suas entradas de ar próprias ao nível do beirado.
Monografia – Coberturas Inclinadas
38
Processos de Construção
Figura 29 – Ventilação com dupla lâmina de ar. Sousa, A. Vaz Serra, 1998
8. Inspecção e controlo de qualidade
Em todos os trabalhos, mas principalmente na área da construção deve-se
fazer um acompanhamento periódico das construções. Na construção de coberturas
isso também deve acontecer.
Anualmente deve-se fazer a verificação geral de todos os elementos da
cobertura, da propagação de verdete, nomeadamente vegetação e detritos
susceptíveis de antecipar a degradação da cobertura, a manutenção e possível
reparação dos vários pontos singulares e a verificação das fixações. Mais
regularmente, a nível semestral, deve-se impedir a obstrução dos pontos de
ventilação e a manutenção do sistema de escoamento de águas.
Monografia – Coberturas Inclinadas
39
Processos de Construção
9. Conclusão
Tendo em conta o facto de ser eu sozinho a realizar este trabalho, penso que
consegui atingir os objectivos a que me propus fazer. Foquei-me em tudo o que
pensei ser mais relevante para o trabalho e penso ter conseguido o objectivo de
expor a informação da forma mais coesa possível.
Gostei de realizar este trabalho, pois embora me tenha custado bastante a sua
realização, devido à carga de trabalho, aprendi imenso sobre o tema. É muito importante fazer-se a verificação de todos os pontos singulares das
coberturas.
A concepção é o primeiro passo para a construção de uma boa cobertura.
Monografia – Coberturas Inclinadas
Consservação e Reabilitação da Construção 40
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Consservação e Reabilitação da Construção 42
Monografia – Coberturas Inclinadas
Consservação e Reabilitação da Construção 43
11. ANEXOS
Monografia – Coberturas Inclinadas
Conservação e Reabilitação da Construção
ANEXO I
Monografia – Coberturas Inclinadas
Conservação e Reabilitação da Construção
ANEXO II