Monografia - Completa luan - UniSALESIANO · Monografia apresentada ao Centro Universitário...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Antonio José Rezende da Silva Marcelo Aparecido Bridi GESTÃO AMBIENTAL Equipav S/A Açúcar e Álcool Promissão – SP LINS – SP 2008

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

Antonio José Rezende da Silva

Marcelo Aparecido Bridi

GESTÃO AMBIENTAL

Equipav S/A Açúcar e Álcool

Promissão – SP

LINS – SP

2008

ANTONIO JOSÉ REZENDE DA SILVA

MARCELO APARECIDO BRIDI

GESTÃO AMBIENTAL

Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação da Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni e orientação técnica da Profª Esp. Ana Beatriz Lima.

LINS – SP

2008

Silva, Antonio José Rezende; Bridi, Marcelo Aparecido.

Gestão ambiental: Equipav S/A Açúcar e Álcool / Antonio José

Rezende; Marcelo Aparecido Bridi. – – Lins, 2008.

75p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração,

2008

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Ana Beatriz Lima

1. Gestão Ambiental. 2. Reaproveitamento. 3. Resíduos. 4. Processo Produtivo.

CDU 658

S578g

ANTONIO JOSÉ REZENDE DA SILVA

MARCELO APARECIDO BRIDI

GESTÃO AMBIENTAL

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ____/____/2008

Banca Examinadora:

Profª Orientadora: Jovira Maria Sarraceni

Titulação: Especialista em Gestão de Negócio pela Instituição Toledo de

Ensino – Araçatuba - SP

Assinatura: ______________________

1 Profº (a): ______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

Assinatura: ______________________

2 Profº (a): ______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

Assinatura:______________________

DEDICATÓRIA

A Deus por dar sabedoria e paciência ao longo dessa caminhada, pela

realização desse tão esperado sonho... Obrigado Senhor!!!

Aos meus Pais, Valdemir (in memória) e Neusa que me incentivaram e

apoiaram para a conclusão do curso, sei que isto é uma vitória para eles

também.

A minha esposa Luciana e meu filho Lucas, que fazem do meu mundo

melhor. As alegrias de hoje são suas, pois seus amores, estímulos e carinho

foram as armas para essa vitória.

Aos meus amigos e professores, que sempre me apoiaram e estiveram

comigo até aqui. Adoro vocês.

Marcelo

A Deus, que está sempre em primeiro lugar, que me capacita e realiza

em mim a cada dia o milagre da vida.

A minha família: Solange, Isadora e João Pedro, as quais amo de paixão

e tiveram fundamental importância para a realização do término dessa etapa.

Aos nossos mestres, que no decorrer desse curso não mediram esforços

nem dedicação para nos ensinar e motivar na busca do conhecimento

Antonio Rezende

AGRADECIMENTOS

A Deus,

Que esteve ao nosso lado durante toda essa jornada, transmitindo-nos

muita força e sabedoria, e que nos momentos mais difíceis nos manteve no

caminho certo...

Agradecemos por esta tão sofrida vitória, pois sabemos que sem suas

mãos poderosas sobre nós, nada disso seria possível.

A empresa,

Que se mostrou receptiva e ofereceu todo apoio necessário para a

conclusão desse trabalho. Nossa imensa gratidão pela grande colaboração à

nossa formação acadêmica e profissional, proporcionando-nos a oportunidade

de ver concretizado o nosso ideal Em especial ao grande profissional e amigo

Mauro Caldereiro.

A nossa orientadora Professora Jovira Maria Sarraceni,

Pela compreensão, e por nos mostrar o caminho do sucesso. Sua

atenção foi o maior prêmio que recebemos.

A Professora Esp. Ana Beatriz Lima,

Pela paciência e colaboração para o desenvolvimento deste trabalho.

Aos Mestres,

Vocês nos guiaram para além das teorias, das filosofias e das técnicas,

mostraram-nos como alcançar os nossos objetivos. Suas lições incluíram

compreensão, amizade e mais do que isso, vocês nos deram a consciência do

valor de nossa profissão.

Ao Unisalesiano,

Pela estrutura física e intelectual oferecida para a conquista desse

sonho.

Às nossas famílias e os nossos amigos,

Que ouviram os nossos desabafos, que presenciaram e respeitaram o

nosso silêncio, que partilharam este longo passar de anos, de páginas, de

livros e cadernos, que nos acompanharam, choraram, riram, sentiram,

participaram aconselharam, dividiram as suas companhias, os seus sorrisos, as

suas palavras e mesmo as ausências foram expressões de amor profundo...

Obrigado a todos que participaram de nossas vidas nesse período, e

que de uma maneira ou de outra, acreditaram em nós e confiaram suas

amizades.

Deus abençoe a todos.

RESUMO

A gestão ambiental é de fundamental importância para todas as organizações. No mundo moderno as empresas precisarão adaptar-se ao um novo conceito para novas práticas de gestão ambiental. A inclusão da proteção do ambiente entre os objetivos estratégicos da organização amplia substancialmente todo o conceito de administração, pois essas práticas difundiram-se rapidamente e em breve vários pioneiros dos negócios desenvolverão sistemas abrangentes de administração voltada ao meio ambiente. A competitividade esta crescendo e é um fator fundamental para saúde da empresa, pois estimula a inovar com o que é valorizado no mercado, e pode-se notar que muitas empresas estão adotando a gestão ambiental como alternativa competitiva e não só pela pressão imposta pelo governo e sociedade, e sim pela preocupação de estar se destacando e ganhando mercado com crescente instabilidade ao longo do tempo. A principal alternativa encontrada pelas empresas foi o reaproveitamento dos resíduos do processo produtivo, que além de minimizar o impacto ao meio ambiente, convertendo-se em recursos competitivos, também destaca a redução de custo de produção com a utilização desses mesmos resíduos. O trabalho será realizado na Equipav S/A Álcool em Promissão. No decorrer deste trabalho serão descritos vários aspectos positivos, com o reaproveitamento dos resíduos do processo produtivo, promovido pelo departamento de gestão ambiental. Palavras-chave: Gestão ambiental. Reaproveitamento. Resíduos. Processo Produtivo.

ABSTRACT Environmental management is of fundamental importance for all

organizations. In the modern world companies need to adapt to a new concept to new environmental management practices. The inclusion of environmental protection among the strategic objectives of the organization expands substantially the whole concept of administration, because this practice is spread quickly and soon several pioneers of business develop comprehensive systems of administration turned to the environment. The growing competitiveness and this is an essential factor for health of the company, because stimulates innovation and what is valued in the market, and you may notice that many companies are adopting environmental management as competitive alternative, not only by the pressure imposed by the government and society, but by the need to be highlighting it and gaining market with growing instability over time. The main alternative was found by business reuse of wastes from the production process, as well as minimize the impact to the environment, becoming competitive in resources, it also highlights the reduction of cost of production with the use of such waste. The work will be done in Equipav S / A in Promissão alcohol. In the course of this work will be described several positive aspects, with the reuse of wastes from the production process, promoted by the department of environmental management. Keywords: Environmental management. Reuse. Waste. Production Process.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Inicio do grupo Equipav ............................................................. 15

Figura 2: Foto aérea da Usina Equipav .................................................... 18

Figura 3: Foto área Industrial ................................................................... 19

Figura 4: Extração torta de filtro ............................................................... 46

Figura 5: Extração torta de filtro ............................................................... 46

Figura 6: Extração de fuligem ................................................................... 47

Figura 7: Descarga de fuligem na área de compostagem ........................ 48

Figura 8: Área de compostagem .............................................................. 48

Figura 9: Compostadeira .......................................................................... 49

Figura 10: Material Composto .................................................................... 49

Figura 11: Carregamento ........................................................................... 50

Figura 12: Aplicação no campo .................................................................. 50

Figura 13: Vista da aplicação de torta em áreas de soqueiras de cana ..... 51

Figura 14: Aplicação de torta em áreas de reforma de canaviais ............... 52

Figura 15: Aplicação de Vinhaça ................................................................ 53

Figura 16: Aplicação de Vinhaça ................................................................ 53

Figura 17: Turbomaq equipamento para aplicação de vinhaça .................. 54

Figura 18: Bagaço da cana sendo eliminado ............................................. 55

Figura 19: Esteiras transportadoras de bagaço .......................................... 55

Figura 20: Estoque de bagaço ................................................................... 56

Figura 21: Vista interna do sistema de geração de energia ....................... 59

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados de Produção de Vapor e Energia Elétrica ...................... 58

LISTA DE SIGLAS

°C - Graus Celsius

ABNT - Associação Brasileira de Normas e Técnicas

ADC - Associação Desportiva Classista

APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BVQI - Bureau Veritas Quality International

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CIPA - Campanha Interna de Prevenção de Acidentes

Cm² - Centímetro Quadrado

CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas

CNUMAD - Conferencia das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento

DPRN - Departamento Estadual de Recursos Naturais

ECO - Ecologia

EPA - Agencia de Proteção Ambiental

EUA - Estados Unidos da América

IBASE - Instituto Brasileiro de Analises Sociais e Ecumênicas

IE - Inscrição Estadual

ISO - Internacional Organization for Standardization

Kg - Kilograma

Kgf - Kilograma Força

M³ - Metro cúbico

Mg - Miligrama

MW - Mega Watts

NBR - Norma Brasileira de Regulamentação

ONGs - Organizações não Governamentais

ONU - Organizações das Nações Unidas

PQE - Programa de Qualidade na Escola

RH - Recursos Humanos

SA - Sociação Anônima

SEPATR - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho

Rural

SGA - Sistema de Gestão Ambiental

SP - São Paulo

TC - Comitê Técnico

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13

CAPÍTULO I – A EMPRESA ..................................................................... 15

1 A EMPRESA ................................................................................... 15

1.1 Histórico ........................................................................................... 15

1.2 Organização Administrativa ............................................................. 20

1.3 Controlpav Participação e Administração ........................................ 20

1.4 Departamentos do Grupo Equipav S/A ............................................ 21

1.5 Departamento de Gerência Geral Agrícola ...................................... 21

1.6 Departamento de Colheita (manual e mecanizada)......................... 21

1.7 Departamento de Tratos Culturais ................................................... 22

1.8 Departamento de Manutenção Automotiva ..................................... 22

1.9 Departamento de Gerencia Industrial .............................................. 22

1.10 Departamento de Gerência Geral Administrativa ............................ 23

1.11 Departamento de Qualidade ............................................................ 23

1.12 Departamento Contábil e Financeiro ............................................... 24

1.13 Departamento de Administração de Materiais ................................. 24

1.14 Departamento de Comercialização.................................................. 25

1.15 Departamento de Informática .......................................................... 25

1.16 Departamento de Proteção ao Meio Ambiente ................................ 25

1.17 Departamento de Recursos Humanos ............................................. 26

1.18 Cliente ............................................................................................. 26

1.19 Concorrentes ................................................................................... 27

1.20 Motivação para Seus Colaboradores ............................................... 27

1.21 Projeto de Expansão ....................................................................... 27

1.22 Cultura e Lazer ................................................................................ 28

1.23 Treinamento .................................................................................... 29

1.24 Assistência Social ............................................................................ 30

1.25 Refeitório ......................................................................................... 30

1.26 Capital Humano ............................................................................... 30

1.27 Projeto de alfabetização gratuito para os colaboradores ................. 31

1.28 Projeto de qualidade na escola ....................................................... 31

1.29 Projetos ambientais ......................................................................... 31

CAPTÍTULO II - EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL

2 INTRODUÇÃO................................................................................. 33

2.1 História da responsabilidade ambiental ........................................... 34

2.2 A questão ambiental e os resíduos industriais ................................ 37

2.3 Resíduos ......................................................................................... 38

2.4 Classificação dos resíduos .............................................................. 39

2.5 Conceito de normas ISO ................................................................. 41

2.6 Norma ISO 14000 de sistema de gestão ambiental ........................ 41

2.7 O impacto da ISO 14000 nos negócios ........................................... 42

CAPÍTULO III - PESQUISA

3 INTRODUÇÃO................................................................................. 44

3.1 Apresentação da Pesquisa .............................................................. 45

3.1.1 Torta de Filtro .................................................................................. 45

3.1.1.2 Fuligem .......................................................................................... 47

3.1.2 Vinhaça ............................................................................................ 52

3.1.3 Bagaço ............................................................................................ 54

3.1.3.1 Geração de Energia ....................................................................... 56

3.2 Entrevista com os Profissionais ....................................................... 59

3.2.1 Gerente ............................................................................................ 59

3.2.2 Técnico ............................................................................................ 60

3.3 Discussão ........................................................................................ 61

3.4 Parecer Final sobre o Caso ............................................................. 62

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .............................................................. 63

CONCLUSÃO ............................................................................................ 64

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 66

APÊNDICES .............................................................................................. 68

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INTRODUÇÃO

A gestão ambiental designa ações e espaços que enfatizam os aspectos

ambientais. As organizações podem ser definidas como um conjunto de

programas políticas e administrativas que gera operações nos campos da

saúde e segurança das pessoas. Protege o meio ambiente, diminuindo os

impactos e danos ao planeta.

Essa busca é, portanto, um processo de aprimoramento constante do

Sistema de Gestão Ambiental de acordo com a Política Ambiental proposta ela

alta direção e avalizada pela organização.

Com esse objetivo, também podendo transformar a preocupação com o

meio ambiente em lucro para a empresa tornando a mais competitiva no

mercado.

O objetivo maior da Gestão Ambiental deve ser a busca permanente da

melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de

trabalho, de qualquer organização.

Muitas empresas têm visto neste cenário uma oportunidade de negócio.

A incorporação de modelos sustentáveis de uso e exploração dos

recursos passa a ser visto como um diferencial capaz de gerar vantagens

competitivas. Deste modo, estas empresas têm procurado integrar os princípios

e práticas do desenvolvimento sustentável em seu contexto de negócio,

conciliando as dimensões econômica, social e ambiental da sustentabilidade no

aproveitamento do potencial da biodiversidade.

Com base em pesquisa exploratória pergunta-se: o reaproveitamento

dos resíduos do processo produtivo reduz o impacto ambiental e resulta em

vantagem competitiva para empresa?

Inicialmente, surgiu o seguinte pressuposto teórico que direcionou o

trabalho:

O conceito de reaproveitamento de resíduos pode se tornar beneficio

para a empresa na questão ambiental, social e econômica e ser usado como

diferencial competitivo.

O trabalho está estruturado da seguinte maneira:

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O capítulo I: descreve a empresa, desde sua fundação até os dias

atuais.

O capítulo II: aborda a evolução da gestão ambiental e sua contribuição

para o meio ambiente, alguns tipos de resíduos.

O capítulo III: apresenta os dados da pesquisa e suas considerações e

os métodos e técnicas utilizados.

A Proposta de Intervenção e as Considerações Finais concluem o

trabalho.

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CAPÍTULO I

EQUIPAV S.A AÇÚCAR E ÁLCOOL

1 A EMPRESA

1.1 Histórico

Na década de 60 em Campinas, um forte grupo empresarial brasileiro foi

fundado: o Grupo Equipav. A perseverança e visão do futuro dos três sócios

resultaram no empreendimento que hoje representa a vanguarda da

construção pesada no Brasil. O Grupo Equipav foi crescendo e ampliando suas

atividades e, com isso, novas empresas foram criadas, inicialmente, para suprir

as necessidades da pavimentadora, mas com vocação para o

desenvolvimento, o grupo foi além, investindo em diversas áreas do mercado,

dentre elas, o setor sucroalcooleiro.

Fonte: Equipav (década 60)

Figura 1: Inicio Grupo Equipav

No momento em que o Brasil passava por uma crise econômica em

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relação ao preço do petróleo que disparou, o governo, através do programa

Proálcool, incentivou as indústrias do setor na fabricação de combustíveis

alternativos, o álcool combustível.

Com 43 anos, o Grupo EQUIPAV tem como desafio construir uma nova

história, pois hoje a economia exige uma consciência empresarial globalizada,

ágil, integrada e comprometida. Atualmente, o grupo é composto por doze

empresas que são diferenciadas pelo ramo de atividade e uma holding,

denominada Controlpav Administração e Participação, que fica responsável

pela administração e controle das demais empresas do Grupo.

No ramo de construção civil estão as seguintes empresas: Equipav S.A.

Pavimentação e Engenharia e Comércio, Empate Engenharia e Comércio

Ltda., Concrepav S.A. Engenharia de Concreto, Sarpav Mineradora Ltda.,

Minecom Mineradora Ltda e Pav Mix industria e Comércio de Argamassa Ltda.

Na área da agroindústria estão coligadas as empresas: Equipav S.A.

Açúcar e Álcool, Agropav Agropecuária Ltda., Novagropav Agropecuária Ltda.,

Barrerinha Agropecuária Ltda., Fertipav Fertilizantes Agrícola Ltda. Geraldo

Natividade Tarallo e Outros e a Tranpav Prestadora de Serviços Gerais Ltda.

No setor de saneamento ambiental enquadra-se a Colepav, divisão da Equipav

S.A. Pavimentação Engenharia e Comércio, que faz a coleta de lixo.

O grupo Equipav gera, aproximadamente, mais de 6.500 empregos

diretos e 15.000 indiretos, atingindo mais de quarenta municípios em quatro

estados.

Fundada na década de 1980, a Equipav S.A. Açúcar e Álcool iniciou

suas atividades com instalação de uma destilaria autônoma em Promissão,

localizada na rodovia Marechal Rondon, Km 455, no interior do estado de São

Paulo, sob o CNPJ 43.932.102/005-81 e IE 564.005.959.112. Teve a

capacidade inicial de 28 milhões de litros de álcool produzidos em 1982,

alcançando sucessivos recordes, produzindo 160 milhões de litros em 1992.

Em 1993, iniciou a produção de açúcar com capacidade de 250 mil

sacas, passando no ano seguinte para 1 milhão de sacas e derivados que

compõem a atual oferta de produtos. Atualmente, está produzindo 4 milhões de

sacas ano.

Atualmente empresa produz o açúcar cristal branco, açúcar VHP, ou

seja, açúcar a granel que é destinado tanto ao mercado interno como externo.

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Em 1997, a empresa passou a produzir levedura seca de cana de

açúcar, sendo um de seus subprodutos mais comercializados externamente,

auxiliando na produção de ração animal.

Participando do desenvolvimento do país, diante da crise que passou a

fazer parte da vida brasileira, a Equipav S.A. Açúcar e Álcool instalou, em suas

dependências, uma usina termoelétrica com capacidade de 52 MW, suficiente

para abastecer uma cidade de 260 mil habitantes, pois possui um turbo gerador

de múltiplo estágio de 52 MVA a vapor de 480 C°., com combustão á base de

bagaço de cana, um sistema de tratamento de água para reutilização e filtro

lavador de gás com emissão do gás inferior a 130 mg. Essa capacidade gerada

pela empresa ocorre nos sete meses de safra que coincide com menor índice

pluviométrico, gerando uma maior necessidade de energia elétrica.

As empresas que compõe a Equipav S.A. Açúcar e Álcool são:

a) Agropav Agropecuária Ltda, responsável pelo fornecimento de 95%

de toda cana moída pela Equipav, com quase 60 mil hectares de

plantações;

b) Barreirinha Agropecuária Ltda e Novagropav Agropecuária Ltda, as

mais novas empresas do grupo, que também atuam no fornecimento

de matérias prima para abastecimento da indústria;

c) Fertipav Fertilizantes Agrícolas Ltda., que passou a produzir todo o

adubo utilizado dentro das especificações agronômicas;

d) Geraldo Natividade Tarallo e Outros, acionistas responsáveis pelas

transações ocorridas.

e) Transpav Prestadora de Serviço Gerais Ltda., responsável pelos

serviços de corte e colheita do produto para usina.

As empresas investiram em tecnologia buscando, entre outros avanços,

o controle biológico de pragas sem defensivos químicos, o reaproveitamento da

vinhaça irrigando 7.000 hectares e a rotação de cultura objetivando a redução

de custo.

Porém, um de seu maior patrimônio é o capital humano. São cerca de

5.500 funcionários envolvidos diretamente com todo o processo.

Baseado na NBR. ISO 9002/1994, a Equipav S.A. Açúcar e Álcool

iniciou o processo de implantação do sistema de qualidade, incluindo as áreas

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administrativas, agrícola e industrial, onde todos têm suas responsabilidades

definidas e documentadas através do sistema.

Em 18 de outubro de 1996, o sistema foi certificado pelo BVQI

sociedade certificadora, com escopo produção e comercialização de açúcar

cristal, cana-de-açúcar e álcool etílico a granel, tornando então a primeira usina

a ser certificada com essa abrangência. Com a decisão de certificação por

etapas, em 22 de julho de 1997, o sistema recebeu o certificado relacionado ás

atividades agrícolas, preparo do solo, plantio, colheita, tratos culturais,

carregamento e transporte, sendo novamente a primeira usina a ser certificada

em sua totalidade.

O sistema de qualidade Equipav vem sendo aprimorado e direcionado a

atender os requisitos da NBR ISO 9001/2000. Em auditoria realizada no

sistema de gestão da qualidade Equipav, relacionado á indústria, foi

recertificado com a alteração no escopo, passando para a produção e

comercialização de açúcar cristal, álcool etílico a granel e levedura seca de

cana-de-açúcar.

Fonte: Equipav (2008)

Figura 2: Foto aérea da Usina Equipav

19

Fonte: Equipav (2008)

Figura 3: Foto área industrial

Com quarenta e três anos, o Grupo Equipav tem como desafio construir

uma nova história, pois hoje a economia exige uma consciência empresarial

globalizada, ágil, integrada e comprometida, e, para que isso ocorra possui

departamentos com especialistas para treinar, monitorar e acompanhar todas

as operações que envolvam o meio ambiente.

Além disso, o Grupo Equipav participa de projetos e desenvolve seus

próprios recursos de revitalização do meio ambiente, como o reflorestamento,

cuidados com as nascentes e afluentes, treinamento ambiental, tratamento de

águas e políticas de proteção ao meio ambiente, promovendo o adequado

tratamento dos resíduos gerados pelo processo produtivos.

Desse modo, o grupo não limitará esforços e recursos na busca do

aprimoramento de serviços e produtos, visando despertar orgulho em seus

clientes, parceiros e colaboradores, através de uma gestão integrada, em que

todos se beneficiam do sucesso, garantindo aos acionistas o retorno de seus

investimentos de forma sustentada, segura e otimizada.

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1.2 Organização Administrativa

Embora o grupo seja familiar, existe um profissional responsável pelos

negócios de cada empresa, que em conjunto com os direitos pré-estabelecidos

pelos acionistas são responsáveis pelas decisões da empresa, tendo

autonomia para responder administrativamente e judicialmente, mediante

procuração.

As áreas administrativas, agrícolas, industrial e automotiva são

subordinadas à diretoria, tendo como suporte, as áreas de gerencia de gestão

da qualidade e gerência geral do meio ambiente.

1.3 Controlpav Participação e Administração

Visando consolidar, administrar e ainda prestar serviços para todas as

empresas do grupo, foi constituída em dezembro de 1989, na cidade de

Campinas, a holding Controlpav Participação e Administração.

Seus objetivos indicavam que, ao contrário de muitas holding familiares,

a Controlpav Participação e Administração vinha para ficar. Com o controle

acionário das empresas na holding, formou-se um forte grupo econômico e

todas as decisões de caráter relevante bem como o planejamento estratégico,

as metas do conselho deliberativo e do quadro de executivos passaram a ser

efetuados na mesma.

Além disso, da primeira para a segunda geração, inicio-se a sucessão

de comando, profissionalizando-se o quadro de funcionários em todos os

níveis, incluindo gerencias e diretores, com novos membros do conselho

deliberativo e a implantação da nova estrutura administrativa. Durante dois

anos, os novos dirigentes trabalharam nas diversas áreas das empresas com

objetivo de conhecer todas as atividades operacionais e, após este período,

fixaram seus trabalhos na Controlpav.

O departamento de controladoria funciona na holding atuando em todas

as empresas do grupo e também presta assessoria, sendo de suma

importância para controle das informações.

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1.4 Departamentos do Grupo Equipav S.A.

Para melhor desempenhar suas atividades, o grupo Equipav S.A. Açúcar

e Álcool possui os seguintes departamentos:

1.5 Departamento de Gerência geral agrícola

A gerência geral agrícola é responsável por todo planejamento que

envolve a parte agrícola da empresa, sendo composta pelos departamentos de

controle agrícola, plantio e carregamento de cana-de-açúcar, controle biológico

de controle de pragas, irrigação e rotação de cultura.

O departamento investiu em tecnologia onde permitiu o controle de

pragas sem defensivos químicos e o reaproveitamento da vinhaça, como

adubo natural não poluente.

A Agropav agropecuária é responsável por 95% de toda cana moída

pela Equipav S.A. Açúcar e Álcool. Possui 2000 diferentes variedades de cana-

de-açúcar, utilizando o controle biológico de pragas. Possui uma grande frota

automotiva para viabilizar o suprimento da cana à usina.

O desenvolvimento agrícola fica sob responsabilidade da Agropav, que

se responsabiliza pelo monitoramento dos canaviais, das terras utilizadas para

o cultivo e das vias utilizadas para o escoamento da produção.

1.6 Departamento de Colheita (manual e mecanizada)

O departamento de colheita investe no aprimoramento profissional do

pessoal, ministra cursos aos seus colaboradores, visando melhorias na entrega

da matéria-prima referente à qualidade do corte, carregamento, transporte,

índices de impureza mineral, vegetal, queima de cana, entre outros.

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1.7 Departamento de Tratos Culturais

Responsável pela aplicação de adubos, herbicida, controle químico das

plantas invasoras que não foram controladas pelos herbicidas e a aplicação de

vinhaça. O objetivo principal é a redução da concorrência das plantas invasoras

nos canaviais a níveis que não prejudicam a cultura da cana, contando com a

ajuda dos herbicidas, que são os insumos que controlam as plantas invasoras

sem prejudicar a cana-de-açúcar.

1.8 Departamento de Manutenção Automotiva

Na área de Manutenção Automotiva, o Grupo Equipav possui

aproximadamente, 200 profissionais ligados diretamente a esse trabalho. O

departamento conta com 05 setores distintos, controle de manutenção,

caminhões e componentes, tratores e máquinas, caldeiraria, funilaria e solda,

seção de lavagem, lubrificação e borracharia.

Estes departamentos desenvolvem um importantíssimo trabalho voltado

a diminuição de gastos aliado a uma melhor disponibilização dos seus

equipamentos. Neste setor, a Manutenção Preventiva é realizada através de

troca de componentes antes da quebra dos mesmos, mediante a programação

estabelecida por prazos de troca recomendados por fabricantes dos

componentes e máquinas.

1.9 Departamento de Gerência geral industrial

A gerência geral industrial fica responsável pelas atividades de

industrialização da cana, desde sua chegada na empresa até os produtos

finais, e coordena e prepara o plano anual de safra e entressafra para

produção.

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Também cabe a esse departamento desenvolver a produção de álcool

etílico anidro, etílico hidratado carburante, etílico hidratado industrial, açúcar

cristal demerara e cristal branco, além dos subprodutos como bagaço de cana-

de-açúcar, xarope de cana e óleo fúsel e, também, a produção de levedura de

cana-de-açúcar para ração animal.

A produção de álcool é de 1.200.000 litros/dia e a produção de açúcar

são de 30.000 sacas de 50 quilos/dia.

A energia elétrica consumida na produção é gerada pela própria usina, usando

como fonte o bagaço da cana. É gerado 9 MW/hora. Para isso foi desenvolvido

um projeto que exigiu R$ 50 milhões em investimentos, sendo 31 milhões

financiados pelo BNDES. Essa energia foi comercializada pelo Unibanco e pela

Eletropaulo num contrato de 10 anos que viabilizou o projeto. Apesar de

gerenciar um projeto com este potencial, o departamento não esqueceu o

respeito ao meio ambiente.

1.10 Departamento de Gerência geral administrativa

A gerência geral administrativa engloba o gerenciamento dos

departamentos de diretoria, comercial, jurídica, financeiro, contabilidade,

faturamento, informática, administração de materiais, recursos humanos,

controle de qualidade, segurança patrimonial e meio ambiente.

1.11 Departamento de Controle de qualidade

A gestão da qualidade da Equipav S.A Açúcar e Álcool tem o objetivo de

estabelecer a metodologia necessária para a edição, implementação e revisão

de procedimentos.

Todo sistema que envolve as áreas administrativas, agrícola e industrial

está inserido no controle de qualidade, no qual existem, para cada um, os

procedimentos que são medidos pelos índices de qualidade das auditorias

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internas, ocorrendo uma interligação em todo o processo. O sistema de

qualidade oferece condições técnicas e teóricas para todo o processo, bem

como dar suporte para a ISO 14000, Sistema de Gestão Ambiental, ou seja,

qualidade total.

1.12 Departamento Contábil e Financeiro

A contabilidade controla o patrimônio de forma monetária e quantitativa

através dos sistemas de escrituração, demonstração financeira e análise

contábil, também registra e classifica os atos e fatos administrativos praticados

pelos administradores.

O financeiro tem a responsabilidade de planejar, acompanhar, receber e

pagar os compromissos da empresa, obedecendo aos trâmites legais,

contábeis e gerenciais.

Atualmente o processo de análise e decisão destes departamentos foi

centralizado na Contropav, na cidade de Campinas, cabendo a empresa

apenas a execução dos serviços.

1.13 Departamento de Administração de materiais

A administração de materiais é responsável pela aquisição,

armazenamento e administração de materiais e produtos para suprir as

necessidades da empresa e exige o controle da qualidade sobre os produtos

adquiridos.

A aceitação dos produtos ou serviço é dada quando as exigências da

especificação forem comprovadas em medições ou ensaios realizados e

aceitos pelas partes. Em caso de assistência técnica, deve ser integrante da

garantia do produto ou serviço, ser prestada com rapidez e por técnicos.

Os usuários, quando precisam de material, digitam no sistema a

solicitação de material. O sistema verifica se tem o produto no estoque; caso

25

não tenha, alimenta automaticamente o pedido de compra do material.

1.14 Departamento de Comercialização

Planejamento de produção de açúcar, álcool, levedura e energia são

realizados pelo departamento de comercialização juntamente com o industrial.

No caso da produção de álcool, é definido quanto será produzido de álcool

anidro, que serve para misturar na gasolina; álcool hidratado carburante, que é

utilizado como combustível, e álcool hidratado industrial, que é vendido para as

indústrias.

A levedura é destinada totalmente à exportação. Para a coogeração de

energia, existe um contrato com a Eletropaulo, com fornecimento por dez anos.

Hoje, a produção de açúcar é destinada, aproximadamente, 70% para o

mercado externo e 30% para o interno.

1.15 Departamento de informática

O departamento de informática da Equipav S.A açúcar e álcool é

vinculado à central de Campinas. É responsável pela utilização dos recursos de

informática, aquisição de software e hardware, assim como para as atividades

de suporte e segurança da informação. Coloca regras em relação à autoridade,

responsabilidade, disciplina e regras aos usuários da informação.

O desenvolvimento e a implementação de projetos suprem

necessidades da empresa quanto ao desenvolvimento e implantação de novos

projetos internamente. O acesso aos servidores é controlado pelo

preenchimento da ficha de cadastro e assinatura do usuário; quando ocorre o

desligamento do usuário, este deve ser excluído.

1.16 Departamento de Proteção ao meio ambiente

26

Responsável pela garantia e satisfação das partes em todas as

atividades jurídicas apresentadas. Resguarda interesses da empresa,

acompanha todos os processos quanto a ações trabalhistas, civil e criminal.

O principal objetivo deste departamento é preservar o meio ambiente.

Elabora inspeções, coordena trabalhos, como palestras sobre reflorestamentos

e não ao desmatamento, além de avaliar o grau de risco da empresa, prepara o

plano de queimada, reflorestamento das matas ciliares, repovoa com peixes os

lagos e rios, a fim de estar de acordo com a parte legal junto aos órgãos DPRN

e Cetesb.

1.17 Departamento de Recursos Humanos

O objetivo principal é estabelecer critérios e regras básicas que

constituem as normas da empresa para administrar o pessoal e disciplinar as

relações de trabalho.

Responsável também pelo recrutamento e seleção, contratação,

registro, treinamento, assistência social e ocupacional, segurança, cálculo de

folha de pagamento, rescisões de empregos e critérios que avaliam o

desempenho de cada um. Estabelece sistemática de administração do serviço

de cargos e salários e outras tarefas pertinentes.

1.18 Clientes

A Equipav S.A Açúcar e Álcool realiza contatos com seus clientes

internos e externos.

Realiza visitas constantes, pesquisa de satisfação em relação aos

produtos e serviços oferecidos e está em constante contato com seus clientes.

O contato com os clientes externos é realizado por telefone.

Indica aos seus clientes a possibilidade da alta e falta do produto

oferecido pela empresa. Fornece também informações do mercado.

27

A Equipav S.A Açúcar e Álcool tem como principais clientes no mercado

interno a Bauducco, Marilan, Yoki alimentos, Dori, Perdigão e Yank’s alimentos.

No mercado externo: Tate & Lyle, Sucre Export London Ltd, Coimex trading

Ltd, Cargill internation S.A, Ed.

1.19 Concorrentes

Seus principais concorrentes, hoje, são as usinas que estão se

instalando na região, usinas essas que na sua maioria já são conhecidas

dentro do meio sucroalcooleiro.

Outro ponto fortíssimo de concorrência é o mercado externo, que, além

de estarem altamente exigentes com relação à qualidade de nossos produtos,

querem preços cada vez menores..

1.20 Motivação para seus colaboradores

A Usina Equipav S.A tem um sistema de motivação muito interessante

para seus colaboradores com prêmios de participação para todos os seus

empregados pelo menos uma vez por ano, os índices para alcançar esses

objetivos são extraídos dos seus próprios departamentos. Também existe um

benefício da compra de remédios em farmácias credenciadas da região;

benefícios que podem chegar em até 30% de desconto do remédio.

Nas dependências da empresa, há também um tratamento odontológico

aos seus colaboradores, sendo o mesmo sem custo algum para o beneficiário.

Adicionalmente, possui, em suas dependências uma assistência social onde

seus colaboradores possam, quando assim for necessário, passar por

consultas médicas.

1.21 Projeto de Expansão

28

A Equipav a partir de 2006 iniciou um novo e grande desafio no que se

refere à expansão de sua empresa.

Com a aquisição/construção de uma nova moenda, a Equipav saí de

uma moagem diária de 15.500 ton para aproximadamente 23.000 ton diárias,

um aumento considerável. Seguindo os passos de alguns de seus

concorrentes, a empresa está em fase de construção de uma nova unidade, na

cidade de Brejo Alegre, região de Birigui. Nesta unidade já estão sendo

executadas às atividades de preparo e plantio de cana.

O objetivo inicial do projeto é que, em 2008, a usina estivesse moendo a

cana na nova unidade, observando que o ciclo da colheita é de 15 a 18 meses.

Porém, a primeira colheita foi encaminhada para moagem na Equipav, pois

planta nova ainda não estava concluída.

Essa nova unidade que, recentemente, ganhou o nome de BIOPAV,

está também com uma política muito forte, não abrindo mão de seus valores,

que são voltados principalmente para a alta qualidade dos produtos. Não se

pode esquecer do capital humano que possui, que, com certeza, vão se

expandir com essa nova unidade que se inicia, gerando assim muito mais

emprego para a região, e também fortalecendo ainda mais o Grupo Equipav,

no setor sucroalcooleiro.

1.22 Cultura e Lazer

A Associação Desportiva Classista (ADC) dos funcionários do Grupo

Equipav – Promissão é encarregada de proporcionar lazer e práticas esportivas

aos profissionais da unidade. A Associação administra o ginásio de esportes,

que tem três quadras poliesportivas (duas descobertas e uma coberta), um mini

campo para a prática de futebol, duas piscinas (uma infantil e outra adulta),

playground, sala de ginástica, lanchonete, salão de festas para 200 pessoas e

quatro vestiários. A arquibancada da quadra coberta tem capacidade para 3,5

mil pessoas. Quando o recinto não está sendo utilizado pela ADC e é

requisitado, permite que seja utilizado pela municipalidade, escolas e

associações civis organizadas.

29

Escolinhas – A ADC mantém uma escolinha de futebol para as

categorias infanto-juvenil e juniores, aberta a comunidade. O voleibol feminino

também é ensinado aos funcionários, seus filhos e também as pessoas da

comunidade. Para participar, as crianças devem freqüentar a escola regular e

algum templo religioso. A prioridade, quando se trata de pessoas da

comunidade, é para as crianças de famílias de baixíssima renda.

Academia – A ADC também proporciona aos funcionários aulas de

natação e oferecem academia de ginástica, ambas modalidades no ginásio da

associação. Para acompanhar os praticantes de esportes, a ADC contratou

três professores de Educação Física.

Na Associação Desportista Classista dos Funcionários do Grupo

Equipav, atendemos todos associados e seus dependentes com quadras e

campos para praticas (futebol, vôlei, basquete e outros) academia, piscinas

(adulto e infantil). Todas estas atividades são monitoradas por professores

credenciados e treinados. Ainda há barracão para festas, lanchonete, convênio

para farmácia e eventos sociais.

1.23 Treinamento

Procedimento interno do RH:

a) Cumprimento da Legislação Trabalhista e atendimento as

convenções internacionais da Organização Internacional do

Trabalho;

b) Cumprimento dos acordos de categoria e das normas e

determinações do Ministério do Trabalho;

c) Serviço especializado em prevenção de acidentes do trabalho rural –

SEPATR em conexão ao sistema de segurança da área industrial

(CIPA);

d) Mais de 950 treinamentos por ano;

e) Biblioteca com grande acervo;

f) Instrutores internos e externos;

g) Auditório para 330 pessoas;

30

h) Unidade Móvel de treinamento;

1.24 Assistência Social

a) Orientação previdenciária;

b) Assistente Social – 400 atendimento/mês;

c) Médicos – 800 atendimento/mês;

d) Dentista – 200 atendimento/mês, Convênios médicos/3400

colaboradores;

e) Material escolar – 2300 conjuntos/ano;

f) Soro reidratante – 2500/dia para colaboradores Rurais;

g) Refeições – 900/dia.

1.25 Refeitório

a) Vales refeição – 750/dia;

b) Cestas Básicas – 700/mês;

c) Enfermeira do Trabalho e auxiliares de enfermagem do trabalho;

d) Cinco Ambulâncias – 24horas;

e) Tele curso – Ensino Fundamental e Médio – 100 alunos/ano com 20

formandos/ano;

f) Auxilio a 14 creches e uma APAE nos municípios que temos

colaboradores;

g) Dois alojamentos com capacidade para 45 pessoas.

1.26 Capital Humano

O Grupo EQUIPAV gera mais de 5200 empregos diretos e mais de

31

13000 indiretos, atingindo mais de 40 municípios em 4 estados. Oferece apoio

nas áreas de saúde, educacional, assistência social e lazer aos colaboradores

e seus mais de 15000 dependentes, buscando o bem estar social e qualidade

de vida para os seus.

1.27 Projeto de alfabetização Gratuito para os Colaboradores

Objetivo: proporcionar aos educando a iniciação ao ensino básico: ler,

escrever e efetuar operações matemáticas; - despertar a consciência dos seus

direitos e deveres, bem como das suas responsabilidades diante da sociedade;

desenvolver a capacidade de avaliar criticamente os acontecimentos e, ate

mesmo de interferir neles; - auxiliar os educando a superar os desafios do

mundo atual, sinalizado basicamente por símbolos e códigos.

1.28 Projeto de Qualidade na Escola

É o Programa Qualidade na Escola ––PQE - que tem como missão

transformar a vida escolar de 3500 crianças de 7 a 11 anos de idade através da

aplicação de uma metodologia que coloca o aluno como personagem principal

do processo educacional.

1.29 Projetos Ambientais

a) Aquisição de novos equipamentos com tecnologia e desempenho

superiores aos que estão em operação .(caldeiras e sistema de

controle para lançamento de particulado na atmosfera);

b) redução do uso de recursos hídricos (investimento em torres de

resfriamento d´água, circuito fechado.possibilitando o reuso d´água,

32

melhoria nos processos, aproveitamento das águas no processo

de.fertirrigação);

c) aproveitamento de subprodutos eliminando passivos ambientais e

gerando divisas: bagaço da cana-de-açúcar.para produzir vapor e

gerar energia elétrica, resíduo do processo de fermentação para

produção de.levedura seca para alimentação animal, resíduo da

destilação do álcool, vinhaça aplicada no solo em

dosagem..adequada contribuindo na reposição de nutrientes,

resíduo do processo de decantação do caldo, torta de

filtro.incorporada no solo, resíduo do.sistema de lavagem da fuligem

que será misturado com as cinzas das caldeiras.e incorporados no

solo. (parágrafo que será detalhado no capitulo três).

d) ampliação da adutora de vinhaça em aproximadamente 22 km com

estação de bombeamento e equipamentos para aplicação;

e) aquisição de máquinas para colheita mecânica e conseqüente

redução da queima da palha da cana;

f) políticas para reuso de material ou descarte que possibilite a

reciclagem dos resíduos;

g) conservação das áreas de Preservação Permanentes;

h) recomposição da vegetação da mata ciliar em vários projetos com a

manutenção do plantio de aproximadamente 180.000 mudas de

espécies nativas da região.

33

CAPÍTULO II

EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL

2 INTRODUÇÃO

Segundo Donaire (1999), no principio as organizações precisavam

preocupar-se apenas com a eficiência dos sistemas produtivos; gerar um lucro

cada vez maior, padronizar cada dia mais o desempenho dos funcionários,

essa visão industrial que as organizações idealizavam, foi tornando-se, ao

longo dos anos, cada vez mais enfraquecida. O autor afirma que os

administradores começaram a ver que suas organizações não se baseavam

somente, nas responsabilidades referentes a resolver problemas econômicos

fundamentais (o que produzir como produzir e para quem produzir) têm

presenciado o surgimento de novos papéis que devem ser desempenhados,

como resultado das alterações no ambiente em que operam.

Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente,

realizada em Estocolmo na Suécia em 1972, a questão ambiental foi inserida

no meio das organizações de forma definitiva. Mesmo sendo considerada no

inicio somente, uma restrição regulatória imposta pelo governo, já que a partir

da conferência, muitas normas e obrigações foram exigidas, tanto pelos órgãos

reguladores, como pela própria sociedade.

Mas a Conferência de Estocolmo foi somente o ponto de partida para a

grande evolução comportamental que estava por surgir. A partir desse

momento as práticas ambientais teriam que fazer parte das responsabilidades

sociais das empresas.

As Nações entram com força nessa evolução em 1992 com a

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

(CNUMAD), denominada informalmente como ECO-92. A conferência

representou o auge do movimento a favor da sustentabilidade ambiental.

Segundo Kinlaw (1998), O termo "desempenho sustentável" descreve

como as organizações devem conduzir seus negócios para continuar

34

conduzindo os mesmos negócios futuro adentro. Se o objetivo primeiro das

organizações é permanecer vivas, então o desempenho sustentável descreve

o que é necessário para permanecer vivas na nova era ambiental. Se

desempenho de qualidade tornou-se o lema desta década, desempenho

sustentável (ou algo similar) irá se tornar o lema da próxima década.

Nesse contexto vislumbra-se um cenário futuro, cada dia mais presente,

onde a gestão ambiental empresarial tornou-se sinônimo de produtividade e

sobre tudo, de competitividade. Se outrora a poluição era compreendida como

aquele indesejável mal necessário ao desenvolvimento, agora a poluição é

entendida como recurso produtivo desperdiçado.

Entende-se por Gestão Ambiental o conjunto de princípios, estratégias e

diretrizes de ações e procedimentos para proteger a integridade dos meios

físico e biótico, bem como a dos grupos sociais que deles dependem. Agencia

Ambiental (2005).

2.1 História Da Responsabilidade Social

Abordagem da atuação social empresarial surgiu no século XX com o filantropismo. Em seguida, com o esgotamento do modelo industrial e o desenvolvimento da sociedade pós-industrial, o conceito evoluiu, passando a incorporar os anseios dos agentes sociais no plano de negócios das corporações (TENÓRIO, 2004. p. 13).

Para Tenório (2004), os primeiros estudos teóricos sobre a

responsabilidade social empresarial, desenvolvidos a partir dos pressupostos

conceituais da sociedade pós-industrial, surgem em 1950. O conceito

contemporâneo da responsabilidade social empresarial está associado aos

valores requeridos pela sociedade pós-industrial.

Nessa nova concepção do conceito, há o entendimento de que as

empresas estão inseridas num ambiente complexo, onde suas atividades

influenciam e têm impacto sobre diversos agentes sociais, comunidade e

sociedade. Conseqüentemente, a orientação do negócio visando atender

apenas os interesses dos acionistas torna-se insuficiente, sendo necessária a

35

incorporação de objetivos sociais no plano de negócios, como forma de

integrar as empresas a sociedade. Entretanto, é a partir da década de 1970

que os trabalhos desenvolvidos a respeito do tema ganham destaque.

Segundo o mesmo autor, além do filantropismo, desenvolveram-se

conceitos como voluntariado empresarial, cidadania corporativa,

responsabilidade social corporativa e, por último, desenvolvimento sustentável.

De acordo com Oliveira (2005), Responsabilidade Social não significa a

mesma coisa para todos. Para alguns representa a idéia de obrigação legal,

para outros significa um comportamento ético, outros acreditam no sentido de

socialmente consciente. Portanto, não existe ainda um conceito formal de

Responsabilidade Social, permanecendo diversos pontos de vista particulares

sobre o tema.

Conforme Kraemer (2005), em 1998 foi criado o Instituto Ethos de

Empresas e Responsabilidade Social pelo empresário Oded Grajew. O

Instituto serve como uma ligação entre os empresários e da responsabilidade

social. Seu objetivo é disseminar a prática da responsabilidade social

empresarial por meio de publicações, experiências, programas e eventos para

os interessados nas ações sociais.

A visão clássica da responsabilidade social empresarial, conforme

Tenório (2004), incorporava os princípios liberais, influenciando a forma de

atuação social das empresas e definindo as principais responsabilidades das

empresas em relação aos agentes sociais na época.

Para o mesmo autor, a responsabilidade social surge de um

compromisso da organização com a sociedade, em que sua participação vai

mais além do que apenas gerar empregos, impostos e lucros. O equilíbrio da

empresa dentro do ecossistema social depende basicamente de uma atuação

responsável e ética em todas as frentes, em harmonia com o equilíbrio

ecológico, com o crescimento econômico e o desenvolvimento social se

tornando uma ferramenta para a sustentabilidade da sociedade e dos

negócios.

Algumas empresas buscam identificar a melhor maneira de praticar sua

responsabilidade, desenvolvendo ou participando de projetos sociais, afim de

que esse envolvimento tenha uma identificação com a sociedade e seu público

36

(interno e externo), conseguindo um diferencial para seus produtos e uma boa

imagem institucional.

Os certificados sociais são os diferenciais das empresas socialmente

responsáveis o que distingue de outras empresas ainda não certificadas.

Quando a certificação se converte em informação para o consumidor, esse irá

valorar de forma distinta de outros produtos de iguais aparências, além de

decidir a favor ou contra uma outra empresa.

Dessa forma, Torres (2002) diz que para conquistar um diferencial e

obter a credibilidade e aceitação da sociedade e das diversas partes

interessadas dentro do universo empresarial, além de novas práticas sociais,

as corporações têm buscado certificações, selos e standards internacionais na

área social. Entre os exemplos brasileiros mais significativos, estão o 'Selo

Empresa Amiga da Criança', conferido pela Fundação Abrinq; o 'Selo

Empresa-Cidadã', que é uma premiação da Câmara Municipal da Cidade de

São Paulo; e o 'Selo Balanço Social Ibase/Betinho', do Instituto Brasileiro de

Análises Sociais e Econômicas desde 1998.

Neste sentido, Vassallo (2000) diz que não existe uma fórmula geral de

Responsabilidade Social quando se trata de negócios. Mas alguns passos

básicos podem ajudar muito na implantação de uma estratégia de boa

cidadania corporativa. A seguir, alguns deles:

a) desenvolva uma missão, uma visão e um conjunto de valores a

serem seguidos.

b) Para que a responsabilidade social seja uma parte integrante de

cada processo decisório, é preciso que ela faça parte do DNA da

companhia – seu quadro de missões, visões e valores. Isso leva a

um comprometimento explícito das lideranças e dos funcionários

com questões como ética nos negócios e respeito a acionistas,

clientes, fornecedores, comunidades e meio ambiente.

c) coloque seus valores em prática – é básico. De nada adianta ter um

maravilhoso quadro de valores na parede do escritório se eles não

são exercitados e praticados a cada decisão tomada.

d) Promova a gestão executiva responsável – esse é um exercício

diário e permanente. É preciso fazer com que cada executivo leve

37

em consideração os interesses dos seus partícipes antes de tomar

qualquer decisão estratégica.

e) Comunique, eduque e treine – as pessoas só conseguirão colocar

valores de cidadania corporativa em prática se os conhecerem e

souberem como aplicá-los no dia-a-dia.

f) Publique balanços sociais e ambientais – elaborados por

especialistas e auditores externos, eles garantem uma visão crítica

de como acionistas, funcionários, organizações comunitárias e

ambientalistas enxergam a atuação da empresa.

g) Use sua influência de forma positiva – o mundo corporativo é

formado por uma grande rede de relacionamentos. Use os valores

cidadãos de sua empresa para influenciar a atuação de

fornecedores, clientes e companhias do mesmo setor.

2.2 A Questão Ambiental e os Resíduos Industriais

A compreensão da problemática do lixo e a busca de sua resolução

pressupõem mais do que a adoção de tecnologias. Uma ação na origem do

problema exige reflexão não sobre o lixo em si, no aspecto material, mas

quanto ao seu significado simbólico, seu papel e sua contextualização cultural,

e também sobre as relações históricas estabelecidas pela sociedade com os

seus rejeitos.

As mudanças ainda são lentas na diminuição do potencial poluidor do

parque industrial brasileiro, principalmente no tocante às indústrias mais

antigas, que continuam contribuindo com a maior parcela da carga poluidora

gerada e elevado risco de acidentes ambientais, sendo, portanto, necessários

altos investimentos de controle ambiental e custos de despoluição para

controlar a emissão de poluentes, o lançamento de efluentes e o depósito

irregular de resíduos.

38

2.3 Resíduos

Segundo Leripio (2004), esta é a sociedade do lixo, cercados

totalmente por ele, mas só recentemente acordou-se para este triste

aspecto da realidade. Ele diz ainda que, nos últimos 20 anos, a população

mundial cresceu menos que o volume de lixo por ela produzido. Enquanto

de 1970 a 1990 a população do planeta aumentou em 18%, a quantidade de

lixo sobre a Terra passou a ser 25% maior.

Nos Estados Unidos, de acordo com Leripio (2004), o grande volume

de lixo gerado pela sociedade está fundamentado no famoso american way

of life que associa a qualidade de vida ao consumo de bens materiais. Este

padrão de vida alimenta o consumismo, incentiva a produção de bens

descartáveis e difunde a utilização de materiais artificiais.

Na Europa, a situação dos resíduos é caracterizada por uma forte

preocupação em relação à recuperação e ao reaproveitamento energético.

A dificuldade de geração de energia, devida aos escassos recursos

disponíveis e aliada a um alto consumo energético, favorece a estratégia de

reciclagem dos materiais e seu aproveitamento térmico. O autor acima

menciona que na indústria do alumínio, por exemplo, 99% dos resíduos da

produção são reutilizados, enquanto a indústria de plástico chega a 88% de

reaproveitamento de suas sobras. Do total de resíduos municipais

europeus, cerca de 24% são destinados à incineração, sendo 16% com

reaproveitamento energético.

Na China, país de extensão territorial considerável e com grande

contingente populacional concentrado nas cidades, o povo considera os

resíduos orgânicos como uma responsabilidade do cidadão, ou melhor, do

gerador. Este tipo de valor cultural facilita a introdução de métodos mais

racionais de controle dos resíduos sólidos, com participação ativa da

população. Há um envolvimento individual do cidadão chinês com vistas à

reintegração dos resíduos à cadeia natural da vida do planeta. A massa dos

resíduos sólidos urbanos é composta predominantemente de material

orgânico que é utilizado na agricultura. Assim, o resíduo não é visto como

um problema, mas sim como uma solução para a fertilização dos solos, o

39

que estimula a formação de uma extensa rede de compostagem e

biodigestão de resíduos.

Esta diferença de tratamento fundamenta-se em valores culturais

totalmente diferenciados dos ocidentais, que originaram outro paradigma

para tratamento da questão.

Resíduos é o resultado de processos de diversas atividades da

comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola,

de serviços e ainda da varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos

estados sólidos, gasoso e líquido.

2.4 Classificação Dos Resíduos

Os resíduos podem ser classificados das seguintes formas:

Quanto às características físicas:

a) Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros,

madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor,

lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.

b) Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras,

ovos, legumes, alimentos estragados, e outros.

Quanto à composição química:

a) Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de

alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes,

alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim.

b) Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos,

vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro e outros), tecidos,

isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas,

cortiças, e outros.

40

Quanto à origem:

a) Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído

por restos de alimentos (tais como cascas de frutas, verduras,

etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas,

embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e

uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns

resíduos tóxicos.

b) Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e

de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos

bancários, lojas, bares, restaurantes, e outros.

c) Serviços públicos: originados dos serviços de limpeza urbana,

incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza

de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza

de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos,

embalagens, e outros.

d) Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas

veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de remédios,

luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos,

meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética,

filmes fotográficos de raios X). Em função de suas

características, merece um cuidado especial em seu

acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser

incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário.

e) Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários: resíduos

sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter

germes patogênicos. Basicamente originam-se de material de

higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar

doenças provenientes de outras cidades, estados e países.

f) Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da

indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o

de papelaria, da indústria alimentícia, e outros. O lixo industrial é

bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos,

óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira,

fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta

41

categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de

lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de

envenenamento.

g) Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos

de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que

devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicas

adequados.

h) Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária,

como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos

de colheita e outros. O lixo proveniente de pesticidas é

considerado tóxico e necessita de tratamento especial.

i) Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de

obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um material

inerte, passível de reaproveitamento.

2.5 Normas ISO

A ISO é uma organização mundial para normatização (Internacional

Organization for Standardization) localizada em Genebra na Suíça, foi fundada

em 1947.

A finalidade da ISO é desenvolver e promover normas e padrões

mundiais que traduzam o consenso dos diferentes países do mundo de forma

a facilitar o comércio internacional. A ISO tem cento e dezenove (119) países

membros. A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT é o

representante brasileiro. Sendo que ela trabalha com cento e oitenta (180)

comitês técnicos (TC) e centenas de sub-comitês e grupos de trabalho.

2.6 Norma Iso 14000 De Sistema De Gestão Ambiental

42

Conforme Oliveira (2005), a ISO 14000 é uma série de padrões,

internacionalmente reconhecidos, por estruturar o Sistema de Gestão

Ambiental (SGA) de uma organização e o gerenciamento do desempenho

ambiental. As empresas ao implantar um SGA devem investir tempo para o

planejamento, já que as atividades não são simples. As atividades são de uma

complexidade onde a administração da organização precisa envolver todos em

seu processo.

Segundo o mesmo autor, a ISO 14000 teve início na conferência das

Nações Unidas, realizada em Estocolmo (Suécia), no ano de 1972, mas

somente teve relevância e passou a ser tratada com maior importância a partir

da Conferência das Nações Unidas realizada no Rio de Janeiro em 1992.

A ISO 14000 tirou a sua base na publicação pela Bristish Standard

Institution da norma BS-7750, uma norma sobre gerenciamento ambiental.

Ainda, segundo Oliveira (2005), a ISO 14000 tem como uma das

prioridades a proteção dos empregados, através do cumprimento de toda a

legislação e regulamentos. A comunicação entre os stakeholders é de

essencial importância para a administração, estabelecendo metas e objetivos,

onde implanta uma visão do ambiente como uma forma sistemática,

melhorando, portanto a sua performance.

Conforme Oliveira (2005), as normas ISO 14000 foram desenvolvidas

pelo comitê técnico TC-207 da ISO, este comitê é formado por representantes

dos países membros. O comitê técnico teve como base na elaboração das

normas ISO 14000 à experiência adquirida na elaboração das normas ISO

9000. No Brasil, elas foram desenvolvidas e traduzidas pela Associação

Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

2.7 O Impacto da ISO 14000 nos negócios

A conscientização com os aspectos ambientais da sociedade onde a

empresa está inserida, faz com que as organizações que implantam a ISO em

suas administrações, tenham uma vantagem competitiva em relação aos

demais concorrentes, pois o consumidor enxergará essa organização não

43

somente uma prestadora de serviços comum, mas sim como uma empresa

que está interagindo com o interesse da sociedade. Se o consumidor pode

escolher entre duas empresas com preço e qualidade similar, certamente ele

dará prioridade a empresa que tem com o meio ambiente uma relação não

danosa.

Com uma visão voltada para o futuro, os legisladores estão criando leis

mais rígidas, imputando sanções aos infratores, obrigando as empresas a

encarar com seriedade e responsabilidade a variável ambiental em sua

estratégia operacional.

As seguradoras já passam a avaliar os riscos de acidentes ambientais

na estipulação de prêmios de seguros.

Conforme Oliveira (2005), a ISO 14000 permite a empresa demonstrar

para seus consumidores que tem uma preocupação com o meio ambiente. A

normatização é de cunho voluntário, sendo desta forma o mercado o grande

exigente para a sua utilização.

A certificação ISO 14000 tem validade por 3 (três) anos. Após esse

prazo deverá passar por novas avaliações. A cada 6 (seis) meses, o sistema é

auditado para que se verifique a continuidade dos requisitos da norma. O

descumprimento pela empresa dos requisitos normativos acarretara na não

revalidação da certificação.

Em função disso, Oliveira (2005) descreve os principais objetivos para

que as empresas estejam implantando sistemas de gerenciamento ambiental,

sendo eles:

a) redução de riscos com multas, indenizações e outros;

b) melhoria da imagem da empresa em relação a performance

ambiental;

c) melhoria da imagem da empresa quanto ao cumprimento da

legislação ambiental;

d) prevenção da poluição;

e) redução dos custos com a disposição de efluentes através do seu

tratamento;

f) redução dos custos com seguro;

g) melhoria do sistema de gerenciamento da empresa.

44

CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Com o objetivo de demonstrar a viabilidade do reaproveitamento de

resíduos do processo produtivo, trazendo beneficio ao meio ambiente e

resultando em vantagem competitiva para a empresa, foi realizada no período

de 02 de Janeiro a 30 de setembro de 2008, abordando um estudo de caso

sobre gestão ambiental na usina Equipav S/A Açúcar e Álcool, localizada na

cidade de Promissão, na fazenda Água Branca. O tema abordado foi gestão

ambiental com ênfase em reaproveitamento dos resíduos no processo

produtivo além de apontar os importantes tratamentos dados aos resíduos.

Destacando a importância da gestão ambiental na empresa como diferencial

competitivo e a preocupação com o meio ambiente, aliviando a degradação e o

impacto ambiental em tratamentos específicos para cada subproduto abordado.

Os métodos utilizados foram:

a) Estudo de Caso: foi realizado estudo de caso, na Equipav S/A –

Açúcar e Álcool, analisando a reutilização dos resíduos do processo

produtivo e sua contribuição para a gestão ambiental tornando a

empresa mais competitiva.

b) Método de Observação Sistemática: será observado, analisada e

acompanhada a rotina na reutilização dos resíduos do processo

produtivo.

c) Método Histórico: será verificada a evolução da empresa em relação

a preocupação ambiental.

As técnicas utilizadas foram:

a) Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A)

b) Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)

c) Roteiro de Histórico da Equipav S/A Açúcar e Álcool (Apêndice C)

45

d) Roteiro de entrevista ao Engenheiro de Gestão Ambiental (Apêndice

D)

e) Roteiro de entrevista para o técnico de Gestão Ambiental (Apêndice

E)

3.1 Apresentação da Pesquisa

No estudo feito no período foi analisado alguns principais tipos de

resíduos emitidos na produção de álcool e açúcar, os métodos utilizados de

reaproveitamento para que esses resíduos venham trazer beneficio para a

empresa levando a mesma a ter um custo produtivo menor e

conseqüentemente podendo ser mais competitiva no mercado e não agredindo

o meio ambiente.

Resíduos que foram analisados:

a) Torta de Filtro e fuligem

b) Vinhaça

c) Bagaço

3.1.1 Torta de filtro

A torta de filtro é o resíduo do processo de clarificação do caldo de cana,

mais propriamente dos decantadores de caldo, de onde é removido um lodo

que misturado com o bagacilho é enviado para os filtros rotativos a vácuo,

visando recuperar a sacarose contida neste lodo. Este filtro proporciona

lavagem da torta e recuperação da sacarose contida neste caldo filtrado,

resultando ainda desta operação a torta de filtro, que é recolhida em moegas e

retirada da Usina através de caminhões basculantes, sendo distribuída em

áreas de reforma dos canaviais.

A produção estimada de torta no processo industrial é de 35 Kg/t de

cana moída. A dose aplicada nos sulcos de plantio de cana será de 25 t/ha.

46

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 4: extração de torta de filtro

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 5: Extração de torta de filtro

3.1.1.2 Fuligem

47

O resíduo da lavagem dos gases da chaminé (fuligem) é enviado aos

filtros através de dutos, e transportada para área de compostagem, carregados

por caminhões basculantes onde é misturado à torta dos filtros, para

distribuição na lavoura, já que é rico em potássio, constituinte inorgânico

utilizável pela planta.

Resumindo, estes resíduos, por suas características orgânicas e

minerais, conferem um efeito condicionador de solos, contribuindo para a

redução do consumo de fertilizantes minerais, melhorando o solo. Através

deste sistema também se evita a disposição inadequada destes resíduos que

possa causar problemas como a poluição dos cursos d'água.

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 6: Extração de Fuligem

48

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 7: Descarga fuligem em área de compostagem

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 8: Área de compostagem

49

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 9: Compostadeira

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 10: Material composto

50

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 11: Carregamento

O resíduo será disposto em áreas de reforma de cana, em sistema de

rodízio, conforme apresentado:

Fonte: Equipav S/A Açúcar e Álcool (2008) Figura 12: Aplicação no Campo

51

A aplicação deste produto na lavoura se faz de duas maneiras:

a) Retirada da indústria e aplicação direta na lavoura de cana,

esparramando-se em área total através de caminhão com caçambas

para 18 toneladas e aplicadores para lançar a torta. Neste caso a torta

vai ser incorporada ao solo com grade, quando a área for reforma e com

o cultivador quando a cana for soqueira para outro corte, sendo que a

dosagem nestes casos é de 40 toneladas por hectare.

b) Retirada da indústria e colocada em depósito próximo a usina, onde a

mesma vai passar pelo processo de fermentação quando então será

remanejada (transportada) para pequenos depósitos feitos em cada

área, destinada para aplicação no sulco de plantio. Neste sistema usam-

se tratores com carretas aplicadoras de torta diretamente dentro do

sulco de plantio e na dosagem de 15 toneladas por hectare.

Fonte: Equipav (2008)

Figura 13: Vista da aplicação de torta em áreas de soqueiras de cana.

52

Fonte: Equipav S/A Açúcar e Álcool (2008)

Figura 14: Aplicação de torta em áreas de reforma de canaviais.

3.1.2 Vinhaça (Fertirrigação)

A aplicação da vinhaça no solo é uma medida mitigadora que se

incorporou à atividade agroindustrial do setor sucroalcooleiro, devido

principalmente às propriedades de fertilização do solo, substituindo total ou

parcialmente a adubação mineral da cultura canavieira, reduzindo os custos

com fertilizantes e aumentando os ganhos de produtividade.

A aplicação de vinhaça se faz na soqueira de cana através do uso de

moto-bombas e aspersores que captam a vinhaça de canais de irrigação ou de

tanques acoplados a caminhões que a transportam. No sistema de canais a

vinhaça é bombeada da usina para a lavoura distribuída por canais em

desnível, e por diversas áreas, perfazendo uma área de 8.500 hectares

disponíveis para irrigação com vinhaça, e também, utilizando-se de parte do

sistema para aplicação de águas residuais.

53

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 15: Aplicação de Vinhaça (a)

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 16: Aplicação de Vinhaça (b)

54

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 17: Turbomaq equipamento para aplicação de vinhaça

3.1.3 Bagaço

Originado da extração do caldo nas moendas, este resíduo é reutilizado

para a queima nas caldeiras para a produção de vapor e, conseqüentemente,

energia para a indústria. A quantidade de bagaço gerado depende do teor de

fibra na cana. Em média estima-se 330 kg de bagaço por toneladas de cana,

com um teor de umidade de 50%.

55

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 18: Bagaço da cana sendo eliminado

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 19: Esteiras transportadoras de bagaço

56

A utilização deste resíduo para queima nas caldeiras é contínua, sendo

ele transportado por esteiras da moenda até a entrada da fornalha. O

excedente é armazenado no pátio de bagaço, sendo aí manipulado por pá-

carregadeira, para retornar às esteiras suprindo deficiências na alimentação

das caldeiras. A sobra de bagaço da safra é guardada em pátio ao ar livre,

coberto com lona plástica para ser utilizado na próxima safra.

Fonte: Elaborada pelos autores (2008)

Figura 20: Estoque de bagaço

3.1.3.1 Geração de Energia

O bagaço da cana, extraído juntamente com o caldo nas moendas, tem

papel de destaque no processo produtivo. É o combustível que produz toda a

energia utilizada pelo sistema, seja ela mecânica, usada no preparo e na

extração de caldo, térmica, usada na obtenção do açúcar e do álcool, ou

elétrica, usada para venda e consumo próprio.

Todo bagaço produzido nas moendas é transportado até as caldeiras

produtoras de vapor por um conjunto de esteiras de borracha e esteiras

57

metálicas, denominadas esteiras transportadoras de bagaço. Seus

comprimentos, velocidade de arraste e largura são definidos com o objetivo de

dar maior flexibilidade e confiabilidade operacional ao sistema, pois a quebra,

parada ou desgaste excessivo de alguma delas determina a interrupção de

todo o processo produtivo.

As esteiras são posicionadas estrategicamente de modo a interligar as

moendas às caldeiras e ao depósito de sobra de bagaço, tendo por objetivo

abastecer as caldeiras, conduzir a sobra para estocagem, carregar caminhões,

e ainda, em caso de parada das moendas, reconduzir o bagaço da área de

armazenamento para a alimentação das caldeiras.

Com volume específico que varia de 200 a 300 kg/m³, o bagaço ocupa

grandes áreas de depósito, o que dificulta sua movimentação. O processo de

estocagem, distribuição, carga de caminhões e realimentação das esteiras de

bagaço é realizado por pá-carregadeira ou por tratores dotados de garra

hidráulica.

O bagaço originado na moenda é utilizado como combustível na caldeira

para produção de vapor.

As caldeiras com pressões de 65 kgf/cm² e 480°C são utilizadas para

gerar o vapor para o acionamento do turbo gerador de extração e

condensação, responsável pela maior parte de energia elétrica gerada pela

usina. Após o acionamento deste gerador, parte do vapor

resultante é condensado e parte é incorporado ao vapor das caldeiras de 21

kg/cm².

O vapor a esta pressão é utilizado para o acionamento das turbinas de

outros dois geradores que utilizam vapor de 21 kg/cm².

O vapor direto é também chamado de vapor vivo, isto é, com pressões

de 21 kgf/cm² e 300°C são utilizados para alimentação das turbinas do sistema

de preparo da cana, extração do caldo e para acionamento das turbinas dos

geradores.

O vapor direto também chamado de vapor vivo, isto é com pressões de

65 kgf/cm² e 480°C e 21 kgf/cm² e 300°C, é utilizado para a produção de

energia mecânica para mover as turbinas dos geradores, das moendas e das

turbo-bombas. Nos turbo-geradores a energia mecânica é convertida em

energia elétrica para uso da fábrica, só havendo necessidade de compra de

58

energia elétrica da concessionária na entressafra para os serviços de

manutenção. O vapor direto utilizado anteriormente é reutilizado, passando a

se denominar vapor de escape, com pressão de 1,3 a 1,5 kgf/cm², como

energia térmica para aquecimento e pré-evaporação.

A Tabela 1 apresenta as necessidades de vapor para o processo

industrial para as situações estudada em 2005 com projeção para 2010.

Com base nestes dados é estabelecida a capacidade do setor de

geração de energia, cujo balanço energético tem que ser adequado de tal

forma que não se desperdice vapor de escape.

Tabela 1: Dados de produção de vapor e de energia elétrica.

Características SAFRA (2005) SAFRA (2010)

Moagem de referência (t. cana/h) 556 880

Produção nominal de vapor (t. vapor/h) 606 606

Produção efetiva de vapor (t. vapor/h) 295 485

Consumo de bagaço (t. bagaço/h) 137,59 222,25

Sobra de Bagaço (t/h) 400,33 664

Taxa vapor/bagaço (t.vapor / ton. bagaço) 2,14 218

Geração de energia elétrica:

- Energia produzida (MW) 42,01 43,05

- Energia consumida (MW) 27,01 43,05

- Energia vendida (MW) 15,00 23,13

Fonte: Elaborado pelos autores, 2008

59

Fonte: Equipav S/A Açúcar e Álcool (2008)

Figura 21: Vista interna do sistema de geração de energia

3.2 Entrevistas com os profissionais

3.2.1 Gerente

O gerente é do sexo masculino, residente na cidade de Promissão (SP),

formado em direito, trabalha na empresa há 28 anos. Passou pelos

departamentos administrativos, recursos humanos, jurídico e ambiental. Eis o

seu relato:

O principal investimento no tratamento dos resíduos é não

provocar dano ao meio ambiente, possibilitando a

reutilização destes resíduos como subprodutos. Como

bagaço para geração de energia; torta de filtro, fuligem e

vinhaça para adubo orgânico. Com isso podemos dizer,

que os resultados são significativos principalmente por

não degradar o ambiente e possibilitar o aproveitamento

contribuindo para redução dos custos operacionais. Esses

60

mesmos resíduos eram antes depositados em áreas

livres. Nossa definição na empresa: tratamos os custos

com a gestão ambiental como investimento, pois, todo

recurso investido contribuem significativamente. A

minimização com este investimento ocorre com a

perpetuação das atividades da empresa, provocando

menor impacto ao meio ambiente e à comunidade. Antes

dos colaboradores iniciarem suas atividades na empresa

passam por integração. É apresentada a ele a estrutura

existente na empresa que tem responsabilidade de

gerenciar as questões ambientais e recebe instruções

sobre a empresa, segurança no trabalho, meio ambiente,

qualidade e serviço social. Os principais tipos de resíduos

aproveitados no processo produtivo são: torta de filtro,

fuligem da caldeira para compostagem e adubação

orgânica e vinhaça para fertirrigação. A imagem da

empresa melhorou com a responsabilidade

socioambiental e tem como principal benefício o

reconhecimento da sociedade e a não ocorrência de

infrações ambientais.

3.2.2 Técnico

O técnico (Engenharia. Ambiental Jr.) é do sexo masculino, residente na

cidade de Lins (SP), formado em engenharia ambiental, trabalha na empresa

há 1 ano, possui experiência como consultor líder em projetos de

sustentabilidade ambiental. Eis o seu relato:

Atuo na avaliação de riscos e no gerenciamento ambiental

e assessoro de laudos e práticas de educação ambiental.

A divulgação da gestão ambiental se da através das

reuniões gerenciais e diretorias, revista do grupo junto às

as ONGs quando das realizações de eventos. Ex: semana

da árvore, dia mundial do meio ambiente e dia mundial da

água, e também matérias em revistas folders faixas e

61

mídias. Atualmente estamos elaborando um

procedimento, o qual está em consenso. Assim que

aprovado faremos treinamento com o pessoal da coleta e

colaboradores específicos. Os investimentos para a

prática de preservação ao meio ambiente são em novos

equipamentos, monitoramento de solo, águas superficial,

águas subterrânea, fauna e flora e descartes corretos dos

resíduos. Para a diminuição da prática da queima de cana

existe um plano de eliminação de queima e também a

empresa assinou Protocolo Agro ambiental – Etanol

Verde. O protocolo de Kyoto é responsável por

estabelecer metas de redução das emissões de gases de

efeito estufa e têm extrema importância no combate ao

aquecimento global, estimulando (com parceria da ONU)

a venda de crédito de carbono.

3.3 Discussão

De acordo com Carlos (2007), a perda de identificação com a terra e

com os ambientes naturais nos centros urbanos e o crescente envolvimento

das pessoas com a tecnologia acabaram separando o homem de seu

ambiente. Obviamente, trata-se de uma separação ilusória, pois a humanidade

segue dependendo profundamente da disponibilidade e qualidade de recursos

naturais, tanto para sua sobrevivência física quanto para a manutenção de

seus sistemas econômicos e sociais.

De acordo com Donaire (1999), o plano nacional de desenvolvimento de

1975/79 define uma prioridade para o controle da poluição industrial através de

normas e política de localização industrial. Como conseqüências ocorreram

mudanças no ambiente de negócios onde organizações atuam, começaram as

modificações em sua organização produtiva. Investir na proteção e

conservação ao meio ambiente torna-se condição para bons negócios e

sobrevivência da empresa no mercado. No caso estudado, percebe-se uma

preocupação da empresa em desenvolver projetos avançados de

62

reaproveitamento de resíduos, objetivando não apenas os seus ganhos

financeiros, como também a qualidade de vida da região onde atua.

3.4 Parecer final sobre o caso

A Equipav é uma empresa voltada para o bem estar de seus

colaboradores e apresenta um departamento gestão ambiental voltado para

ações que priorizam a conservação do meio ambiente reaproveitando os

resíduos do processo produtivo, garantindo a redução de custo no cultivo de

sua matéria prima, minimizando a degradação do meio ambiente, melhorando

sua imagem perante o mercado, aumentando a competitividade. Para isso ela

investe em novos equipamentos assegurando o desenvolvimento tecnológico.

Desenvolveu um plano de eliminação de queima, respeitando as normas e

regulamentos de proteção ao meio ambiente.

63

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Após o estudo elaborado na empresa, verificou-se a viabilidade do

reaproveitamento dos resíduos do processo de produção. Ficou claro que e um

investimento viável, pois além de proporcionar redução de custo também

minimiza os impactos ambientais inerentes ao processo produtivo.

Percebe-se a substancial importância do acompanhamento quanto à

dosagem dos produtos e calibração dos equipamentos que são utilizados para

aplicação dos resíduos no solo, processo que recebe uma atenção especial da

empresa.

Esta etapa tem o objetivo de confirmar que a disposição dos resíduos no

solo não está provocando alterações físico-químicas no mesmo e na água

subterrânea, garantindo o equilíbrio do meio ambiente.

A empresa está atenta para atender a legislação sob a LEI 10771 (lei da

quima) que prevê redução de lançamento de CO² na atmosfera que acontece

na queima da cana, esta lei prevê que até 2014 deve-se colher somente cana

crua, que se da através da colheita mecanizada, para cada maquina em

atividade substitui em média 100 pessoas, que hoje são lançados no mercado

aos montes sem qualificação profissional. Desses, a estimativa de recolocação

e muito pequena, a Equipav desenvolveu um programa interno que qualificam

algumas dessas pessoas para assumirem outros postos, mas não sendo

suficiente para recolocar a todos. Existe uma preocupação social da empresa

para realocar esses funcionários em outras funções, com tudo este trabalho

não supre a demanda, que por sua vez acabam demitidos, sem perspectiva de

novos empregos por conta de sua baixa qualificação profissional.

Neste contexto, sugere-se a implantação de centros de formação

profissional, em parcerias com prefeituras sindicatos e comercio locais, a fim de

desenvolver profissionais liberais, capacitando-os para o mercado de trabalho

promovendo seu alto sustento. A realização destes centros de formação surge

como alternativa rica em possibilidades de melhorias para a região. O meio

ambiente ganha com menor emissão de CO² na atmosfera, a sociedade ganha

com surgimento de oportunidades de sobrevivência e a empresa aumenta seu

prestigio no mercado, cumprindo com sua responsabilidade social e ambiental.

64

CONCLUSÃO

A melhor estratégia é tarefa permanente das empresas que buscam as

melhores posições no mercado e que os ajudam a permanecer entre as

primeiras. Principalmente nos dias de hoje em que tudo é válido para se

sobressair dentre as demais, em um cenário que muda constantemente com

inovações e tecnologias de ponta que fazem o diferencial.

Dentro dessa realidade, as organizações se preocupavam apenas com a

lucratividade, e seus esforços eram focados apenas na produção de seus

produtos e sua rápida comercialização.

Baseados em o que, como e para quem produzir, as organizações pareceram

permanecer inertes no que diz respeito às fontes renováveis. Por muitos anos

se descuidaram ou simplesmente ignoraram um tesouro valioso para a

humanidade.

Felizmente, com uma visão moderna, as empresas focam hoje o meio

ambiente como fonte renovável com capacidade já debilitada em suprir as

necessidades básicas da civilização. Por conta disso, surgiu uma nova

concepção de industrialização.

Uma conscientização moderna que tem uma ótica voltada para o meio

ambiente em que operam. A sociedade observa atentamente o comportamento

das empresas e as obriga a cumprirem regras no que diz respeito ao fator

ecológico.

E se tornou fator mundial, uma preocupação global, que além de se

tornar um fator competitivo par as empresas, a preocupação ambiental trouxe

vários benefícios. De um lado, as empresas que adotaram essa nova

consciência ecológica, passam a ter uma imagem melhorada perante a

sociedade, aumentando seu poder de competitividade, e ainda transformando

lixo industrial (resíduos) em lucratividade ou redução de custo no

reaproveitamento de suas sobras industriais.

A sociedade que passa a ter uma qualidade de vida melhorada em

função da consciência ecológica das novas administrações e principalmente o

meio ambiente, que por sua vez, deixa de receber, todos os dias, toneladas de

lixo industrial, degradando a fauna, a flora, o ar e os mananciais.

65

O trabalho vem mostrar a viabilidade de investimento na questão

ambiental, que a diminuição do impacto ambiental já é uma grande vantagem

para todos, mas, além disso, existe um fator financeiro agradável, onde

empresas transformam resíduos industriais em receita, reutilizando-os de

alguma forma, minimizando os custos de produção.

66

REFERÊNCIAS

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CARLOS, Nobre e o sonho do desenvolvimento tropical: Revista National

Geografhic Brasil, São Paulo nº91 – 2007.

CHINA, Índia e Brasil devem ter acesso a energia limpa a um custo baixo. Só

assim a onda verde vai surtir o efeito desejado. Revista Exame, São Paulo:

Abril ed. 893 nº9 – 2007.

COSTA A. R P; FERNANDES L. A. Responsabilidade Ambiental: Monografia

Apresentada ao Salesiano Centro universitário Salesiano Auxilium 2007.

DONAIRE D. Gestão ambiental na Empresa: Meio Ambiente; 2ª ed. São

Paulo: Atlas, 1999.

DONAIRE, Denis. A internalização da gestão Ambiental na empresa. Revista

de Administração USP, São Paulo, v.31, n.1, p. 44-51, jan./mar.1996.

JAMES B. Lixo e Reciclagem: RECICLAGEM, Scipiono, 5ª ed. São Paulo

2005.

ANUÁRIO ANALÍSE. Gestão Ambiental: 2007. Praticas Ambientais.

KINLAW, Denis C. Empresa competitiva & ecológica: desempenho

sustentado na era ambiental. São Paulo: Makron Books, 1997.

KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. A questão ambiental e os resíduos

industriais. Acessado em 20 agosto 2008. On-line. Disponível na Internet

http://www.remade.com.br/pt/revista_materia.php?edicao=114&id=1275

LERIPIO, A. A. Gerenciamento de resíduos. Disponível em:

http://www.eps.ufsc.br/~lgqa/Coferecidos.html Acesso em: 12 dez. 2004.

67

OLIVEIRA, Marcos Antonio Lima de. Conceitos ISO 14000. Disponível em:

http://jasconsultoria.vilabol.uol.com.br/artigoConceitosISO14000.htm.Acessado

em: 15 setembro,

O PLANETA pede socorro. Revista Veja, São Paulo: Abril ed. 1765 nº33 –

2002

PEREIRA C.A. S; Antonio R.L Monografia Apresentada ao Salesiano Centro

Universitário Salesiano Auxilium 2006: Gestão Ambiental.

SALVAR a terra, colmo essa idéia triunfou. Revista Veja, São Paulo: Abril ed.

2031 nº42 – 2007.

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL SGA'S. Disponível na Internet http:

//www.agenciaambiental.gov.br. Acessado em: 20 agosto 2008.

TENÓRIO, Guilherme Fernando et al. Responsabilidade social empresarial:

teoria e prática. Rio de Janeiro: FGV, 2004.

TORRES, C. Quando o social é a diferença. Acessado em 10 agosto 2008 On-

Line. Disponível na internet http://www.base.br/paginas/diferenca.html.

UMA VITÓTIA DA ECOLOGIA NA CHIN, Revista Exame, São Paulo: Abril ed.

876 nº18 – 2006.

VASSALLO, C. Um novo modelo de negócios. Guia de boa cidadania

corporativa. Revista Exame. São Paulo, n. 728, p.08-11, 2000.

68

APÊNDICES

69

APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1 INTODUÇÃO

Apresentação e características da empresa: localização, histórico, ramo

de atividade, reaproveitamento dos resíduos do processo produtivo na gestão

ambiental.

2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO

ESTUDADO

a) Descrição dos métodos utilizados para o reaproveitamento dos resíduos do processo produtivo e sua importância na gestão ambiental.

b) Depoimentos dos responsáveis nos departamentos envolvidos, tais como: gerente ambiental, gerente industrial.

3 DISCUSSÃO

Comparar teoria existente sobre a gestão ambiental com a prática

adotada na empresa Equipav S/A – Açúcar e Álcool.

4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS.

70

APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

I – DADOS DE INDENTIFICAÇÃO

Empresa: ...............................................................................................................

Localização: ..........................................................................................................

Atividade e economia: ...........................................................................................

II – ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Histórico da Empresa

2 Orientação

3 Meio Ambiente

4 Resíduos

71

APÊNDICE C – Roteiro de Histórico

I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa: ...............................................................................................................

Localização: ..........................................................................................................

Atividade econômica: ............................................................................................

II – ASPECTOS A SEREM APRESENTADOS

1 Fundação

2 Números de funcionários

3 Ramo de atividade

4 Fundadores

72

APÊNDICE D – Roteiro de entrevista Engenheiro Gestão Ambiental

I – IDENTIFICAÇÃO

Tempo na empresa: ..............................................................................................

Cargo / função: .....................................................................................................

Formação: .............................................................................................................

Experiência Profissional: .......................................................................................

II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Quais os benefícios com o investimento no tratamento dos resíduos?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2 Os resultados deste investimento são significativos?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

3 Quais os custos com a Gestão Ambiental?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

4 Como a empresa os minimiza?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

5 Como os colaboradores são orientados sobre a Gestão Ambiental?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

6 Há algum programa de treinamento sobre a Gestão Ambiental?

73

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

5 Como funciona o processo de integração dos novos colaboradores?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

6 Quais os tipos de resíduos que são aproveitados no processo produtivo?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

7 Em que melhorou a imagem na empresa após preocupação com o meio

ambiente?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

8 O que era feito anteriormente com os resíduos do processo produtivo?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

74

APÊNDICE E – Roteiro de entrevista Técnico Gestão Ambiental

I – IDENTIFICAÇÃO

Tempo na empresa: ..............................................................................................

Cargo / função: .....................................................................................................

Formação: .............................................................................................................

Experiência Profissional: .......................................................................................

II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Quais responsabilidades do Técnico de Gestão Ambiental?

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1 Existe divulgação da Gestão Ambiental na Empresa?

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2 Como e feita?

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3 Existe um procedimento que assegure o reaproveitamento dos resíduos?

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4 Como é monitorado tal procedimento?

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5 Quais os principais pontos desenvolvidos pela empresa na intenção de

preservar o meio ambiente?

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6 O que a empresa está fazendo para controlar a queima da cana?

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7 Qual a importância do protocolo que Kioto?

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