MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

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INSTITUTO CUIABANO DE EDUCAÇÃO FACULDADES INTEGRADAS MATO-GROSSENSES DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS FLUXO DE CAIXA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS EVARISTO DE ARRUDA E SILVA NETO

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INSTITUTO CUIABANO DE EDUCAÇÃO

FACULDADES INTEGRADAS MATO-GROSSENSES DE CIÊNCIAS

SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FLUXO DE CAIXA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

EVARISTO DE ARRUDA E SILVA NETO

CUIABÁ

2005

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EVARISTO DE ARRUDA E SILVA NETO

FLUXO DE CAIXA NAS MICROS E PEQUENAS EMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Banca examinadora do curso de Ciências Contábeis

das Faculdades Mato-Grossenses de Ciências

Sociais e Humanas como requisito parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Ciências Contábeis.

Prof. Eliberto Francisco da Cruz - Orientador

CUIABÁ

2005

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FLUXO DE CAIXA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Por

EVARISTO DE ARRUDA E SILVA NETO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca

Examinadora do Curso de Ciências Contábeis das

Faculdades Mato-Grossenses de Ciências Sociais e

Humanas, como requisito parcial para conclusão do

Curso de Graduação em Ciências Contábeis.

Presidente: Prof. Eliberto Francisco da Cruz

Membro: __________________________

Membro: __________________________

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por me acompanhar, dando-me força todos

os dias de minha vida.

Aos meus pais, Luiz e Benedita (in memorian), que me deram o ensinamento da

vida, para que eu tivesse a força em continuar nessa vida mostrando tudo o que

deve ser feito com dignidade, honestidade e fidelidade.

A minha esposa Valéria, pelo incentivo para que chegasse ao término deste

trabalho.

Ao meu orientador Profº. Eriberto, pela dedicação que demonstrou durante a

orientação desta monografia.

Aos professores do curso de Ciências Contábeis, pela dedicação e transmissão

de conhecimento.

Aos meus amigos e colegas de curso, pelo companheirismo durante a nossa

caminhada.

Enfim, agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram.

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DEDICATÓRIA

A minha esposa Valéria e a minha mãe

Benedita.(in memorian).

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RESUMO

No contexto mundial, em virtude da complexidade da economia, da expansão e competitividade dos mercados, verifica-se uma crescente necessidade das empresas em buscarem instrumentos que as auxiliem no planejamento e controle de seus recursos para que estes sejam usados de maneira adequada, a fim de salvaguardar a atividade empresarial e alcançar o objetivo almejado pela empresa. O sucesso empresarial demanda cada vez mais o uso de práticas financeiras apropriadas. A realidade aponta para gestores sedentos por informações relevantes que irão auxiliar seu processo decisório. Assim sendo, o trabalho ora intitulado: A Importância do Fluxo de Caixa nas micro e pequenas empresas, foi elaborado através de pesquisa bibliográfica e exploratória sobre o assunto em questão, tendo como base artigos, livros e dissertações. Seu objetivo principal é enfatizar a importância do demonstrativo de Fluxo de Caixa como ferramenta para os gestores obterem eficiência na administração financeira de sua empresa. Para tanto, iniciamos ressaltando a importância do planejamento financeiro e definindo fluxo de caixa, seus objetivos, características, vantagens e desvantagens, caracterizando as situações de equilíbrio e desequilíbrio financeiro, seus sintomas, causas, conseqüências e apresentando medidas de saneamento para este desequilíbrio. Num segundo momento, buscamos comentar os mecanismos de elaboração, importância do planejamento, informações para elaborar o fluxo de caixa e sua forma de apresentação. Finalizando, apresentamos a necessidade de uma gestão financeira , o fluxo de caixa, implementação do fluxo de caixa em MPEs, para ressaltar sua importância no processo empresarial.

Palavras chaves: planejamento, controle, decisão.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS..........................................................................................................

LISTA DE TABELAS..........................................................................................................

1 CAPITULO I – INTRODUÇÃO........................................................................................

1.1 Problema..........................................................................................................................

1.2 Objetivo Geral...............................................................................................................

1.3 Objetivo Especifico........................................................................................................

1.4 Delimitação do Estudo...................................................................................................

1.5 Justificativa....................................................................................................................

1.6 Metodologia....................................................................................................................

2 CAPITULO II - FLUXO DE CAIXA: UMA FERRAMENTA GERENCIAL........................

2.1 Conceitos do Fluxo de Caixa...........................................................................................

2.2 Objetivos do Fluxo de Caixa...........................................................................................

2.3 Características do Fluxo de Caixa................................................................................

2.4 Vantagens e Desvantagens do Fluxo de Caixa...............................................................

2.5 Fatores que Afetam o Fluxo de Caixa..........................................................................

2.6 Equilíbrio e Desequilíbrio Financeiro..............................................................................

2.6.1 Equilíbrio financeiro....................................................................................................

2.6.1.1 Características do equilíbrio financeiro..................................................................

2.6.2 O desequilíbrio financeiro............................................................................................

2.6.2.1 Sintomas do desequilíbrio financeiro........................................................................

2.6.2.2 Causas do desequilíbrio financeiro...........................................................................

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2.6.2.3 Conseqüências do desequilíbrio financeiro.............................................................

2.6.2.4 Medidas de Saneamento Financeiro.....................................................................

3 CAPITULO III - MECANISMOS DE ELABORAÇAO DO FLUXO DE CAIXA................

3.1 Planejamento..................................................................................................................

3.2 Importância do Planejamento.........................................................................................

3.3 Informações preliminares para elaborar-se o Fluxo de Caixa.........................................

3.4 Requisitos Básicos para o Planejamento do Fluxo de Caixa..........................................

3.5 Requisitos Básicos para a Implantação do Fluxo de Caixa............................................

3.6 Implantação do Fluxo de Caixa......................................................................................

3.6.1 Fluxo de Caixa Operacional.........................................................................................

3.6.2 Fluxo de Caixa Extra-Operacional...............................................................................

3.7 Forma de apresentação do Fluxo de Caixa.....................................................................

3.7.1 Método Indireto............................................................................................................

3.7.2 Método Direto.............................................................................................................

4 CAPITULO IV - O FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE TOMADA DE

DECISÃO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS...................................................

4.1 A necessidade de uma gestão financeira nas MPE's...................................................

4.2 O fluxo de caixa em MPE's............................................................................................

4.2.1 Etapas para a Implementação do Fluxo de Caixa em MPE's.......................................

4.2.2 Importância do Fluxo de Caixa para MPE's.................................................................

CONCLUSÃO.....................................................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Característica do fluxo de caixa..........................................................

FIGURA 2: Forma simples do fluxo de caixa.........................................................

FIGURA 3: Fluxo de Caixa...................................................................................

FIGURA 4: Fluxograma..........................................................................................

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Fluxo de Caixa – Método Indireto......................................................

TABELA 2: Fluxo de Caixa – Método Direto........................................................

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CAPITULO I - INTRODUÇÃO

Inúmeras são as empresas que surgem com grandes potencialidades,

com um promissor mercado a ser conquistado. Contudo, embora tenham todas

estas premissas a seu favor acabam não traduzindo seus resultados de forma a

satisfazer as expectativas de seus empreendedores, principalmente as micro e

pequenas empresas que precisam adaptar-se e pensarem em alternativas para

permanecerem no mercado.

As estatísticas revelam que boa parte das empresas que surgem no

mercado encerra suas atividades já no primeiro ano de existência. Atingem esse

tempo de duração porque seus proprietários, por despreparo e desconhecimento

de uma gestão financeira, prolongam esta melancólica aventura empresarial,

através de empréstimos descabidos que apenas aumentam o endividamento da

entidade e consolidam a situação terminal da empresa.

Todas essas adversidades podem ser previstas e perfeitamente

administradas desde que seja feito um planejamento. O grande responsável por

este desagradável panorama é o próprio empresário, pelo descaso com que trata

o planejamento financeiro, aliado à ausência de uma política de administração

dos recursos financeiros da empresa.

A solução está em realizar alguns procedimentos de maneira lógica e

responsável, visando a otimizar ou projetar situações financeiras futuras, de

maneira a salvaguardar e dar condições para que seu projeto possa se

desenvolver financeiramente de maneira equilibrada e harmoniosa.

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Para tal, a empresa deve dispor de um suporte de informações que lhe

serão úteis para a realização dos planejamentos necessários. Informações

relevantes são de suma importância neste contexto. É através delas que os

gestores conseguem identificar tanto as oportunidades quanto as ameaças que o

ambiente oferece à empresa.

Essas informações são fornecidas através dos demonstrativos do Fluxo

de Caixa. Neles estão contidos todos os acontecimentos que modificam e regem

o patrimônio da empresa, bem como informações sobre sua atual condição no

mercado onde está inserida.

O propósito desta pesquisa é ressaltar a importância do fluxo de caixa

no contexto empresarial como instrumento para a eficiência da administração

financeira das micro e pequenas empresas, permitindo, tanto no âmbito interno

quanto externo, o acesso às informações para uma adequada tomada de

decisões.

Assim sendo, busca-se, de forma ampla, demonstrar, através de

embasamento teórico sobre o assunto em questão, a necessidade de se fazer

uso do fluxo de caixa no auxílio ao gerenciamento de recursos e tomada de

decisões nas empresas.

Mais especificamente serão abordados os conceitos, objetivos, as

características e as informações que podem ser extraídas desses demonstrativos,

uma vez que no fluxo de caixa estão refletidos os ingressos e egressos de caixa

da empresa em determinado período. A análise das informações contidas no fluxo

de caixa permite a empresa e aos usuários destas informações tomarem suas

decisões no sentido de otimizar o gerenciamento de seus recursos e desenvolver

suas atividades, salvaguardando seu equilíbrio financeiro.

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Essa pesquisa foi dividida em 4 capítulos, onde no primeiro é a

introdução, definição do problema, objetivo geral, objetivo específicos, delimitação

do estudo, justificativa e metodologia.

No segundo capitulo foram relacionadas as vantagens e desvantagens

do fluxo de caixa, ressaltando os fatores que afetam o fluxo de caixa, equilíbrio

financeiro e desequilíbrio financeiro, sintomas, causas e conseqüências do

desequilíbrio financeiro, e as medidas de saneamento financeiro.

No terceiro capítulo, foram abordados os mecanismos de elaboração

do fluxo de caixa, suas considerações, importância do planejamento, informações

para elaborar o fluxo de caixa, requisitos para implantação e planejamento, do

mesmo e a sua forma de apresentação

No quarto capítulo, comenta-se sobre o fluxo de caixa como ferramenta

de tomada de decisão nas micro e pequenas empresas, ressaltando a

necessidade de uma gestão financeira nas MPEs, etapas para implementação, o

fluxo de caixa, e a importância do fluxo de caixa para MPEs.

Espera-se que a realização desta pesquisa possa ser útil para que as

empresas e seus gestores se convençam da necessidade do uso de ferramentas

que possam servir de base para o processo decisório da entidade.

1.1 Problema

Hoje o planejamento financeiro dentro das empresas passou a ser

obrigatório, pois, sem o mesmo não tem como se analisar a saúde financeira da

entidade, sendo assim:

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Qual a importância da utilização do fluxo de caixa das micro e

pequenas empresas?

Qual a vantagem da utilização do fluxo de caixa nas micro e pequenas

empresas?

1.2 Objetivo Geral

Tem por finalidade apresentar uma visão geral das ferramentas de

gestão financeira na administração do fluxo de caixa, tendo o publico alvo as

micro e pequenas empresas.

1.3 Objetivo Especifico

Relatar de forma ampla que possibilite organizar registro e obter

informações gerencias adequada.

Proporcionar o levantamento das necessidades de recursos financeiros

para a realização das transações definidas no planejamento da micro e pequena

empresa.

Empregar de forma eficaz os recursos disponíveis, evitando que fiquem

se remuneração.

Planejar e controlar os recursos financeiros em termos das entradas e

saídas, através de análise e controle das atividades de planejamento de vendas e

despesas, índices de atividades, prazos médios e necessidade de capital de giro.

Buscar o equilíbrio financeiro entre os fluxos de entradas e saídas de

recursos.

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1.4 Delimitação do Estudo

Este trabalho versará sobre assuntos de extrema importância para a

empresa, o fluxo de caixa, pois independente do ramo de atividade no qual a

empresa está inserida, necessita fazer uso desta ferramenta para melhor

administrar seus recursos financeiros.

É sabido que uma empresa bem estrutura financeiramente, tem

maiores possibilidades de negociar prazo junto o seus clientes, por saber quais

são seus limites para atuação, podendo assim cada vez mais aumentar a sua

carteira.

Utilizando as mesmas informações, pode a empresa avaliar sua

flexibilidade para negociação com fornecedores, onde pode, com isso, evitar

encargos financeiros fazendo compras à vista ou, até mesmo, viabilizar prazos

mais esticados para pagamentos, evitando desembolsos altos em data de baixo

ingresso.

1.5 Justificativa

Contextos econômicos modernos de concorrência de mercado exigem

das empresas maior eficiência na gestão financeira de seus recursos, não

cabendo indecisões sobre o que fazer com eles.

Em verdade, a atividade financeira de uma empresa requer

acompanhamento permanente de seus resultados, de maneira a avaliar seu

desempenho, bem como proceder aos ajustes e correções necessários.

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O objetivo básico da função financeira é prover a empresa de recursos

de caixa suficientes de modo a respeitar os vários compromissos assumidos e

promover a maximização de seus lucros.

Neste contexto que se destaca o Fluxo de Caixa como um instrumento

que possibilita o planejamento e o controle dos recursos financeiros de uma

empresa. Gerencialmente, é indispensável ainda em todo o processo de tomada

de decisões financeiras.

1.6 Metodologia

O desenvolvimento do trabalho foi baseado em pesquisa bibliográficas

de diversos autores que escrevem sobre o tema em discursão, buscando sempre

demonstrar através de método, modelo e formula o assunto em questão.

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2 - CAPITULO II - FLUXO DE CAIXA:UMA FERRAMENTA

GERENCIAL

2.1 Conceitos do Fluxo de Caixa

O Fluxo de Caixa demonstra tanto o passado como o futuro, o que

permite projetar o dia-a-dia, a evolução do disponível de forma que se possa

tomar medidas cabíveis com antecedência para evitar a escassez ou o excesso

de caixa.

Campos Filho (apud Jucius e Schelender, 1996, p.50), define que: fluxo

de caixa é o instrumento de controle que permite gerenciar, no dia-a-dia, as

disponibilidades dos recursos e os compromissos da empresa, possibilitando a

administração de caixa, o planejamento das aplicações financeiras e garantindo a

visualização antecipada dos recursos.

O Fluxo de Caixa, para Matarazzo (1998, p. 368) consiste na

representação da situação financeira de uma empresa, levando em conta todas

as fontes de recursos e todas as aplicações na atividade produtiva, bem como em

investimentos. A curto prazo para fins de capital de giro e a longo prazo, para fins

de investimento em itens do ativo permanente. A demonstração do fluxo de caixa

é peça imprescindível na mais elementar atividade empresarial e mesmo para

pessoas físicas que se dedicam a algum negócio.

Segundo Assaf (1998, p. 01), o fluxo de caixa mede as necessidades

futuras de recursos, a capacidade de pagamentos pontual dos compromissos

assumidos, bem como a disponibilidade para investimentos.

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Isso mostra que o fluxo de caixa não pode ser dispensado em

nenhuma atividade econômica, sendo peça fundamental para que se possa

projetar as futuras operações financeiras, sempre objetivando o lucro.

2.2 Objetivos do Fluxo de Caixa

O principal objetivo do fluxo de caixa é a projeção das entradas e

saídas de recursos financeiros para determinado período, tornando possível

analisar a necessidade de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas

operações mais rentáveis para a empresa.

“O fluxo de caixa descreve as diversas movimentações financeiras da empresa em determinado período de tempo, e sua administração tem por objetivo preservar uma liquidez imediata essencial à manutenção das atividades as empresa. (ASSAF NETO; SILVA; 1998, p. 36)”.

De acordo com Zdanowicz (1998, p. 41), relaciona-se o mais

importante objetivo do fluxo de caixa, a saber:

a) Linha de crédito: facilita a análise e o cálculo na seleção das linhas

de crédito;

b) nível de caixa: fixa o nível de caixa, em termos de capital de giro;

c)  excedentes de caixa: verifica a possibilidade de aplicar possíveis

excedentes de caixa;

d)  empréstimos e financiamentos: permite estudar um programa

saudável de empréstimos e financiamentos;

e) Resgates de débitos: projeta um plano efetivo de resgate de débitos;

f) programação: permite programar os ingressos e egressos de caixa;

g) planejamento: planeja os egressos de acordo com as

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disponibilidades de caixa;

h) recursos: determina quanto de recursos próprios a empresa dispõe

em dado período e analisa a conveniência do comprometimento

desses recursos;

i) intercâmbio entre departamentos: proporciona o

intercâmbio entre diversos departamentos da empresa com a área

financeira.

Com estas informações, caberá ao gestor financeiro analisar como a

empresa deverá se comportar no período, ou seja, a função principal do

administrador é assegurar o controle financeiro da empresa. Assim ele

proporcionará o equilíbrio entre as entradas e saídas de caixa, esse equilíbrio

propiciará à empresa alcançar seus objetivos em termos de rentabilidade de seus

investimentos e lucratividade de seus negócios.

Para que isso ocorra de forma perfeita é de suma importância a

participação de todos os setores da empresa, fornecendo informações corretas e

objetivas ao gestor financeiro, quando da elaboração de seu fluxo de caixa e de

orçamento financeiro.

2.3 Características do Fluxo de Caixa

O termo fluxo de caixa é também conhecido pela expressão inglesa

cash flow, mas outras denominações são utilizadas: orçamento de caixa, fluxo de

recursos financeiros, fluxo de capitais, fluxo monetário e movimento de caixa.

Pode-se caracterizar o fluxo de caixa conforme Zdanowicz (1998, p.

25) da seguinte maneira:

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Figura 01: Característica do fluxo de caixa Fonte: Zdanowicz (1998, p. 25)

O tesoureiro guarda os valores monetários, maneja o numerário e as

duplicatas. Para desempenhar estas funções, da circulação do dinheiro, ele vale-

se do disponível.

Outra forma, mais simples, de representar-se o fluxo de caixa, está

disposta a seguir:

Figura 02: Forma simples do fluxo de caixa

Fonte: Zdanowicz (1998, p. 25).

Procura-se administrar financeiramente, através do fluxo de caixa, as

seguintes contas: caixa, bancos e administrações financeiras de resgate imediato

da empresa; em síntese, consiste no fluxo do disponível.

1 2 3 4 5 6 ... n 1 2 3 4 5 6 ... n

Tesoureiro

Dinheiro Duplicata

Caixa BancosAplicações

No MercadoFinanceiro

A Receber

A Pagar

CAIXA

Ingressos Desembolsos

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“A conta caixa constitui-se hoje, para muitas empresas, uma reserva, ou melhor, um fundo de caixa para pagar pequenas despesas, e por si so, o montante de dinheiro vivo existe na empresa e reduzido. Atualmente, as transações econômico-financeiras realizadas pelas empresas são através de moeda escritural, o cheque, pela aceitação , facilidade de conversão em dinheiro e segurança que este representa no mercado. (ZADANOWICZ, 1998, p. 26)”.

Ao caracterizar-se o fluxo de caixa, deve-se conhecer quais são os

tipos de recursos que, normalmente, ingressam no caixa e de que forma eles são

desembolsados, pois somente através desse conhecimento pode-se realizar as

análises do fluxo destes recursos no caixa da empresa.

Estas são as principais entradas e saídas financeiras de caixa, que

caracterizam o fluxo financeiro de uma empresa.

Figura 03: Fluxo de Caixa

Fonte: Zdanowicz, (1998, p. 27).

Venda à vista

Recursos Próprios

Recursos de terceiros

Venda a prazo

INGRESSOS

CAIXA

DESEMBOLSOS

Investimento

Custos de operações

amortizações

Mercado Financeiro

Ativo Permanente

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Os principais ingressos no caixa são: vendas à vista, recebimentos de

vendas a prazo, aumentos de capital social, vendas de itens do ativo imobilizado,

receitas de aluguéis, empréstimos e resgates de aplicações no mercado

financeiro.

Por outro lado, nota-se que os desembolsos de caixa podem ser para:

financiar o ciclo operacional da empresa, amortizar os empréstimos ou

financiamentos captados pela empresa e investir em itens do ativo permanente ou

aplicar no mercado financeiro.

2.4 Vantagens e Desvantagens do Fluxo de Caixa

Uma de suas principais finalidades do Fluxo de Caixa é indicar à

empresa sua real condição de pagamento das dívidas. Com isso o administrador

financeiro tem a possibilidade de estimar, com a devida antecedência, os

problemas de caixa que poderão surgir devido à redução de ingressos e aumento

do volume de egressos e, em decorrência, a necessidade de obter recursos

externos.

Além destas, há inúmeras outras finalidades e, por conseqüência,

pode-se dizer que o fluxo de caixa apresenta, também, inúmeras vantagens.

Algumas vantagens da utilização do fluxo de caixa conforme Zdanowicz (1998, p.

284) são as seguintes:

a) Permite programar os ingressos e egressos de caixa;

b) demonstra o momento adequado para as retiradas de caixa, sem,

contudo, acarretar problemas financeiros para a empresa;

Page 23: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

c) auxilia na verificação dos períodos em que a empresa terá

excedentes de caixa;

d) possibilita à empresa fazer uso de suas disponibilidades de caixa de

maneira racional e mais lucrativa possível, sem comprometer sua

liquidez;

e) através da elaboração do fluxo de caixa, independentemente do

método utilizado, ele obriga a empresa a planejar e a controlar seus

recursos financeiros;

f) instrumento fundamental no processo decisório da empresa;

g) projeta as necessidades financeiras futuras, permitindo que se

busquem alternativas de suprimento de caixa mais rápidas e em

tempo hábil;

h) é considerado de fácil entendimento pelos usuários, permitindo

aprimorar a comunicação contabilidade-usuário;

i) possibilita a interligação entre os vários setores da empresa com

setor financeiro.

Apesar das vantagens do fluxo de caixa, também podem ser listadas

algumas desvantagens, segundo Zdanowicz (1998, p. 285) como:

a) É tão manipulável como qualquer outra informação contábil;

b) deve ser elaborado com base em informações confiáveis e corretas

e caso não o seja, perde sua função gerencial;

c) sua análise é fundamental: se a empresa não tiver percepção de seu

fluxo de caixa para adotar ações corretivas, quando necessárias,

sua utilidade torna-se inválida.

Page 24: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

2.5 Fatores que Afetam o Fluxo de Caixa

A ausência de recursos na empresa afeta consideravelmente todo seu

processo operacional e conseqüentemente a conduz a uma situação financeira

desagradável.

Segundo Assaf Neto e Silva (1998, p.45), o Fluxo de Caixa não deve

ser enfocado como uma preocupação exclusiva da área financeira. Mas,

efetivamente, deve haver comprometimento de todos os setores empresariais

com os resultado líquidos de caixa.

As principais causas que podem afetar os recursos da empresa,

provocando sua escassez, conforme Zdanowicz (1998, p. 42), são as seguintes:

a) Superexpansão: expansão descontrolada das vendas, implicando

maior volume de compras e de custos pela empresa;

b) insuficiência de capital próprio: insuficiência de capital próprio e

utilização em proporção excessiva do capital de terceiros,

ocasionando um aumento do grau de endividamento da empresa;

c) prazo de venda: ampliação exagerada dos prazos de vendas pela

empresa, para conquistar o mercado;

d) necessidade de compras: maior necessidade de compras de porte,

de caráter cíclico ou para reserva, exigindo maiores disponibilidades

de caixa;

e) recebimento versus pagamento: diferenças acentuadas na

velocidade dos ciclos de recebimentos e pagamentos, em função

dos prazos de vendas e de compras;

Page 25: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

f) rotação do estoque: baixa velocidade na rotação de estoques e nos

processos de produção;

g) capital fixo: sub-ocupação temporária do capital fixo, devido a

limitações de mercado ou insuficiência de capital de giro;

h) lucros: distribuição de lucros, além das disponibilidades de caixa;

i) custos financeiros: altos custos financeiros em função de

planejamento e controle de caixa irregular.

Constantemente, o caixa da empresa sofre oscilações, ou seja, existem

fatores de origem interna e externa que influenciam diretamente a composição de

seu saldo.

Segundo Zdanowicz (1998, p. 43), os fatores externos podem ser

assim relacionados:

a) Declínio das vendas;

b) expansão ou retração do mercado;

c) elevação do nível de preços;

d) concorrência;

e) inflação;

f) alterações nas alíquotas de impostos;

g) inadimplência.

Ao que se refere aos fatores internos Zdanowicz (1998, p. 43), afirma

que é importante que o administrador financeiro seja capaz de reconhecer as

conseqüências financeiras das alterações nas políticas de produção, vendas,

distribuição, compras, pessoal, etc.

2.6 Equilíbrio e Desequilíbrio Financeiro

Page 26: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

O Equilíbrio financeiro é de fundamental importância para saber como

a empresa se apresenta e planeja possíveis situações para que a empresa não

tenha decaída. O equilíbrio financeiro surge quando a empresa mantém um

volume de negócios elevados com capitais reduzidos.

2.6.1 Equilíbrio financeiro

É fundamental, em todas as empresas, que seus gestores tenham

controle de sua situação financeira, ou seja, estejam cientes de como a empresa

se apresenta, para preservar seu equilíbrio financeiro e planejar ações que

possam corrigir possíveis situações capazes de fazer com que a empresa não

sofra problemas financeiros graves que possam levá-la à falência.

“A função do administrador responsável pela gestão de caixa é assegurar o equilíbrio financeiro da empresa. Ou seja, assegurar a compatibilização entre as saídas de caixa para honrar as obrigações assumidas e os ingressos de recursos provenientes de produtos e serviços. (CREPALDI, 1999, p. 261)”.

Para melhor entendimento do equilíbrio financeiro nas empresas, faz-

se necessário comentar sobre o capital de giro, já que este está profundamente

inserido no contexto das decisões financeiras das empresas.

O termo giro refere-se aos recursos correntes (curto prazo) da

empresa, identificada como aqueles capazes de serem convertidos em caixa, no

prazo máximo de um ano.

O capital de giro ou capital circulante é representado pelo ativo

circulante, ou seja, pelas aplicações correntes, identificadas pelas

Page 27: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

disponibilidades, valores a receber e estoques. Pode ser obtido pela diferença

entre o ativo circulante e o passivo circulante.

“Num sentido mais amplo, o capital de giro representa os recursos demandados por uma empresa para financiar suas necessidades operacionais identificadas desde a aquisição de matérias-primas (ou mercadorias) até o recebimento pela venda do produto acabado (ASSAF NETO,1998, p. 15)”.

O capital de giro tem participação relevante no desempenho

operacional das empresas, sendo que a má administração do mesmo provoca

sérios problemas financeiros, podendo levar a empresa a uma situação de

insolvência.

Empresas que mantêm um capital de giro adequado estão

financeiramente mais preparadas, para viabilizar seus negócios e obter o retorno

econômico do investimento realizado.

Pelo fato de as atividades de produção, venda e cobrança não serem

sincronizadas entre si, é importante a empresa ter conhecimento das evoluções

destas atividades como forma de dimensionar mais adequadamente o

investimento necessário em capital de giro e efetivar seu controle. Para tal, a

empresa deve procurar a eficiência na gestão de recursos, maximizando seus

retornos e minimizando seus custos.

Conforme Assaf Neto (1998, p. 15), o capital de giro pode ser dividido

em dois segmentos: capital de giro fixo(ou permanente) e capital de giro

variável(ou sazonal).

É o que se observa a seguir:

a) capital de giro permanente: refere-se ao volume mínimo necessário

de ativo circulante, para manter a empresa em condições normais

de funcionamento.

Page 28: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

b) capital de giro sazonal: é definida pelas necessidades adicionais e

temporais de recursos verificadas em determinados períodos e

motivadas, principalmente, por compras antecipadas de estoque,

maior morosidade no recebimento de clientes, recursos do

disponível em trânsito e maiores vendas em certos meses do ano.

Por promoverem variações temporais no circulante é que são

denominadas sazonais ou variáveis.

Administrar o capital de giro significa administrar as contas dos

elementos de giro, ou seja, dos ativos e passivos circulantes e suas inter-

relações. Para isso, devem ser avaliados os níveis adequados de estoques, os

investimentos em créditos a clientes, critério de gerenciamento de caixa e

estrutura dos passivos circulantes, de forma consistente com os objetivos da

empresa e tendo por base a manutenção de determinado nível de rentabilidade e

liquidez.

O capital de giro em um nível satisfatório é um dos fatores que faz com

que a empresa se mantenha em equilíbrio financeiro.

“O conceito de equilíbrio financeiro de uma empresa é verificado quando suas obrigações financeiras se encontram lastreadas em ativos com prazos de conversão em caixa similares aos dos passivos. Em outras palavras, o equilíbrio financeiro exige vinculação entre a liquidez dos ativos e os desembolsos demandados pelos passivos. (ASSAF NETO, 1998, p. 24)”.

Uma opção para que a empresa se mantenha em equilíbrio financeiro é

utilizar os recursos de longo prazo para cobrir o capital de giro permanente,

deixando o passivo circulante para financiar as necessidades sazonais dos ativos

correntes.

2.6.1.1 Características do equilíbrio financeiro

Page 29: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

Além do nível satisfatório de capital circulante, outras características

identificam empresas em situação de equilíbrio financeiro para Zdanowicz (1998,

p. 43) são os seguintes:

a) Capital próprio tende a aumentar, em relação ao capital de terceiros;

b) rentabilidade do capital é satisfatória;

c) menor necessidade de capital de giro;

d) há uma tendência a aumentar a rotação de estoques;

e) os prazos médios de recebimentos e de pagamentos tendem a

estabilizar-se;

f) não há imobilizações excessivas de capital, nem é insuficiente para o

volume necessário de produção e de comercialização;

g) não há falta de produtos prontos ou mercadorias para o atendimento

das vendas.

2.6.2 O desequilíbrio financeiro

O desequilíbrio financeiro pode, também, ser definido como

Overtrading ou Superexpansão. O desequilíbrio surge quando a empresa tenta

negociar mais que a capacidade financeira, ou, ainda, mantém um volume de

negócios elevados com capitais reduzidos.

“Caracteriza-se por uma situação de exagerada expansão de planta, instalações e equipamentos da empresa, normalmente financiada em grande parte por capitais de terceiros, normalmente durante ciclos de maior prosperidade e maiores taxas de inflação, a qual não corresponde uma adequada expansão do volume de negócios. (IUDÍCIBUS, 1995, p. 221)”.

Page 30: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

Estar em situação de Overtrading significa dizer que as fontes

operacionais não cobrem os acréscimos da necessidade de capital de giro (NCG),

a empresa pratica vendas acima de sua capacidade de sustentação dos capitais

próprios, sendo que a cada unidade vendida, mais prejuízo é gerado, porque esta

unidade adicional está sendo financiada por recursos onerosos.

Cada empresa tem uma certa capacidade de manter um determinado

volume de negócios a que ela não deve transpor sob pena de sofrer duras e

indesejáveis conseqüências.

Estando em situação de Overtrading, a empresa promove vendas em

nível superior ao suporte dos financiamentos inerentes ao ciclo operacional e com

isso precisa buscar o complemento necessário em fontes alternativas onerosas, o

que pode provocar uma redução da lucratividade unitária e global por unidade

vendida.

Se o Overtrading se concretizar e não for sustado a tempo por medidas

drásticas de controle interno, a situação financeira da empresa entra em crise, o

que resulta em uma possível falência. A morte empresarial se dá pelo

desequilíbrio econômico-financeiro.

2.6.2.1 Sintomas do desequilíbrio financeiro

O desequilíbrio financeiro apresenta os seguintes sintomas segundo

Zdanowicz (2000, p. 44) são eles:

a) Insuficiência crônica de caixa;

b) a constatação da rotação do capital de trabalho em relação às

vendas;

c) diminuição de disponibilidades;

Page 31: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

d) aumento do passivo circulante;

e) aumento de dívidas desproporcionais em relação ao aumento de

contas a receber, ou prazos médios de recebimentos superiores ao

de pagamento;

f) recurso sistemático ao crédito a curto prazo (pagamentos excessivos

de juros, dividendos, gratificações, implicando descapitalização);

g) obtenção de prejuízos por não conhecimento do seu verdadeiro

custo;

h) sensação de esforço desmedido;

i) sensação de quebra repentina;

j) perda do controle empresarial.

2.6.2.2 Causas do desequilíbrio financeiro

São inúmeros os motivos para que o desequilíbrio financeiro se instale.

Zdanowicz (1998, p. 45) relata que as causas podem ser de dois tipos:

internas e externas.

São causas internas:

a) Excesso de investimentos em estoque;

b) excesso de imobilizações;

c) aumento desmesurado das despesas financeiras como

conseqüência do grande volume de recursos tomados por

empréstimos, sem a compensação de um aumento expressivo nas

vendas;

Page 32: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

d) decréscimo na relação Patrimônio Líquido/Ativo Permanente,

significando, também, escassez de capital de gira e difícil situação

financeira;

e) tendência à continuidade de certas despesas fixas e

encargos, apesar da inexistência de receita adequada, o que

deteriora ainda mais a situação.

São causas externas:

a) Inflação e alta de preços;

b) Necessidade de estoques forçados;

c) Aumento desmesurado dos impostos.

2.6.2.3 Conseqüências do desequilíbrio financeiro

Uma vez detectados os sintomas e as causas do desequilíbrio

financeiro, segundo Zdanowicz (2000, p. 44) , a empresa terá conseqüências, as

quais são relatadas abaixo:

a) Vulnerabilidade ante as flutuações de mercado;

b) Atrasos nos pagamento de dívidas;

c) Tensões Internas;

d) Concordata;

e) Falência.

2.6.2.4 Medidas de Saneamento Financeiro

Page 33: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

Após identificar todas as conseqüências relacionadas ao desequilíbrio

financeiro, a empresa pode adotar algumas medidas de saneamento para reverter

a situação.

Zdanowicz (2000, p. 44), apresenta as seguintes medidas de

saneamento:

a) Aumento do Capital próprio através da entrada

de novos sócios ou do reinvestimento dos lucros;

b) Redução do ritmo das atividades operacionais;

c) Adequação do nível de operações ao de

recursos disponíveis;

d) Contenção dos custos e despesas

operacionais;

e) Desmobilização de recursos ociosos;

f) Planejamento e controle financeiros.

Page 34: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

3 CAPITULO III - MECANISMOS DE ELABORAÇAO DO FLUXO DE

CAIXA

3.1 Planejamento

O processo de planejamento do fluxo de caixa da empresa consiste em

implantar uma estrutura de informações útil, prática e econômica. A proposta é

dispor de um mecanismo seguro para estimar os futuros ingressos e

desembolsos de caixa na empresa.

O fluxo de caixa é um dos instrumentos mais eficientes de

planejamento e controle financeiros, o qual poderá ser elaborado de diferentes

maneiras, conforme as necessidades ou conveniências de cada empresa, a fim

de permitir que se visualize os futuros ingressos de recursos e os respectivos

desembolsos (ZDANOWICZ, 1998, p. 125).

O fluxo de caixa projetado pode ser visto de forma genérica pela

seguinte equação:

SFC = SIC + I – D

Onde:

SFC = saldo final de caixa;SIC = saldo inicial de caixa;I = ingressos;D = desembolsos.

Page 35: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

Neste caso, o fluxo de caixa é o instrumento utilizado pelo

administrador financeiro, com a finalidade de detectar se o saldo inicial de caixa

adicionado ao somatório de ingressos, menos o somatório de desembolsos em

determinado período, apresentará excedentes de caixa ou escassez de recursos

financeiros pela empresa.

Segundo Fávero (1997, p. 371), o planejamento financeiro é

fundamental na medida em que possibilita a adequada aplicação dos recursos em

situações em que há excedentes de caixa, como também, a programação de

captação de recursos quando há insuficiência de caixa.

Se houver excedentes financeiros, permitirá ao administrador financeiro

dar a destinação mais eficiente dos mesmos. Se houver falta de recursos

financeiros, possibilitará este captar nas fontes menos onerosas do mercado.

3.2 Importância do Planejamento

Planejar significa decidir antecipadamente. Decidir implica optar por

uma alternativa de ação em detrimento de outras disponíveis, em função de

preferências, disponibilidades, grau de aceitação do risco. Assim, decidir

antecipadamente constitui-se em controlar seu próprio futuro.

Crepaldi (1999, p. 22) afirma que: “Planejamento é o conjunto de linhas

de ação e a maneira de executá-las para alcance dos objetivos”.

Freqüentemente, o termo controle é citado quando se fala em

planejamento, e é utilizado de maneira enfática, pois, na verdade, o que se

pretende no universo empresarial é garantir que decisões tomadas realmente

acorram.

Page 36: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

“Se o planejamento é inadequado, o controle é inócuo. Se o planejamento é adequado, mas a filosofia de controle é meramente voltada para a constatação, existe uma falha de retroalimentação. O que se pretende considerar é que cada organização interprete e defina a ênfase desejada para o planejamento e o controle dos seus negócios FREZATTI ( 2000, p. 17 )”.

Um dos planejamentos geralmente desenvolvido pelas organizações é

o planejamento financeiro que formaliza o método pelo qual as metas financeiras

devem ser alcançadas. É uma declaração formal do que será feito no futuro. O

planejamento financeiro, portanto, compreende a programação avançada de

todos os planos da administração financeira e a integração desses planos com os

planos operacionais de todas as áreas da empresa.

O processo de planejamento financeiro compreende os seguintes

passos, conforme Braga (1989, p. 230):

- Estimar os recursos que serão necessários para executar os planos operacionais da empresa.

- Determinar o montante de tais recursos que poderá ser obtido no âmbito da própria empresa e quando deverá provir de fontes externas.

- Identificar os melhores meios e fontes para obtenção de recursos adicionais, quando se fizerem necessários.

- Estabelecer o melhor método para aplicação de todos os recursos, obtidos internos ou externamente, para executar os planos operacionais.

Segundo Braga (1989, p. 231), “o planejamento financeiro pode ser de

curto prazo ou de longo prazo. O planejamento financeiro de longo prazo

geralmente cobre períodos que vão de dois a cinco anos e são continuamente

revistos à chegada de novas informações. Este plano tende a focalizar a

implementação de dispêndios de capital propostos, atividades de pesquisa e

desenvolvimento, amortização de dívidas, entre outros”.

O planejamento financeiro a curto prazo reflete os resultados

esperados de ações a curto prazo e geralmente cobrem um período de um ou

Page 37: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

dois anos. Os principais insumos incluem a previsão de vendas e várias formas

de dados operacionais e financeiros.

O planejamento financeiro de uma empresa não pode ser idêntico ao

de outra, uma vez que estas são diferentes em tamanho e produtos/serviços que

oferecem. Entretanto, há alguns elementos comuns em qualquer planejamento

financeiro, que são:

a) Previsão de vendas: todos os planos financeiros exigem uma

previsão de vendas. Previsões de vendas absolutamente precisas

são impossíveis, porque as vendas dependem do comportamento

futuro incerto da economia;

b) demonstrações financeiras projetadas: o plano financeiro

envolve as demonstrações financeiras da empresa;

c) necessidades de ativos: o plano descreverá os gastos de

capital projetados. Além disso, discutirá as aplicações propostas de

capital de giro líquido;

d) necessidades de financiamento: esta parte do planejamento

deverá discutir a política de dividendos e a política de

endividamento;

e) premissas econômicas: o planejamento financeiro deve

declarar explicitamente o ambiente econômico que a empresa

espera existir durante o prazo coberto pelo plano.

O planejamento financeiro é muito importante para a empresa, pois

possibilita:

Page 38: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

a) Interações: o plano financeiro deve explicitar as vinculações

entre propostas de investimento de atividades operacionais distintas

e as alternativas de financiamento disponíveis;

b) opções: o plano financeiro oferece oportunidade de examinar

diversas opções de investimento e financiamento;

c) viabilidade: os diversos planos devem se ajustar ao objetivo

global de maximização da riqueza dos acionistas;

d) previsão: o planejamento financeiro deve identificar o que pode

ocorrer no futuro, caso certos eventos aconteçam. Portanto, uma

das finalidades do planejamento financeira é evitar surpresa.

Desta forma, obriga a empresa a refletir sobre suas metas. A meta

mais freqüentemente buscada pelas empresas é o crescimento e o planejamento

financeiro deve ser utilizado para melhor compreender como o crescimento pode

ser conseguido.

3.3 Informações preliminares para elaborar-se o Fluxo de Caixa

Na elaboração do fluxo de caixa deve-se partir das informações

coletadas dos diversos departamentos, setores, seções da empresa, seguindo o

cronograma anual, mensal ou diário de ingressos e desembolsos, remetido ao

Departamento ou Gerência Financeira.

Para Frezatti (2000, p. 35), o fluxo de caixa projetado não deve ser

montado isoladamente por uma área, mas deve ser um compromisso conjunto da

empresa toda, com base em informações fornecidas pelas várias áreas

participantes.

Page 39: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

Em função das informações preliminares para sua elaboração,

demonstra-se abaixo um fluxograma com os principais elementos envolvidos.

Fonte: Zdanowicz, (1998, p. 130).

De acordo com os períodos de tempo, as informações são úteis para a

elaboração do fluxo de caixa, conforme (Zdanowicz, 1998, p. 131):

a) projeção das vendas, considerando-se as prováveis proporções

entre as vendas à vista e a prazo da empresa;

b) estimativas das compras e as respectivas condições oferecidas

pelos fornecedores;

Page 40: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

c) levantamento das cobranças efetivas com os créditos a receber de

clientes;

d) determinação da periodicidade do fluxo de caixa, de acordo com as

necessidades, tamanho, organização da empresa e ramo de

atividade;

e) orçamento dos demais ingressos e desembolso de caixa para o

período em questão.

Com os dados acima o administrador financeiro deverá estar atualizado

no que diz respeito as mudanças que possam ocorrer no mercado em que a

empresa opera, aliado a um amplo conhecimento da situação econômica do país

e do mundo, bem como estabelecer tendências desses mercados.

3.4 Requisitos Básicos para o Planejamento do Fluxo de Caixa

Para utilizar o instrumento de gestão financeira e alcançar os objetivos

e as metas propostas, a empresa não deve medir esforços na sua implantação e

implementação, em termos empresariais. Com isso, o administrador financeiro irá

buscar informações em outros departamentos da empresa, e é importante que

seus responsáveis estejam conscientes da exatidão, clareza e confiabilidade dos

dados prestados.

Com o objetivo de obter resultados positivos com o seu fluxo de caixa,

a empresa deve seguir alguns requisitos básicos para o seu planejamento,

conforme Zdanowicz (2000, p.131):

- buscar a maximização do lucro, possuindo certos padrões de segurança, previamente fixados;

- assegurar ao caixa um nível desejado, a partir da constituição de reservas necessárias à empresa;

- obter maior liquidez nas aplicações dos excedentes de caixa no mercado financeiro;

Page 41: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

- determinar o nível desejado de caixa, a partir das contas que compõe o disponível da empresa;

- fixar limites mínimos, mediante as experiências adquiridas pela empresa, permitindo realizar os ajustes quando for necessário;

- ainda que a empresa observe certos padrões de segurança, pode investir parte de seus recursos disponíveis, mas nunca além do mínimo necessário para as suas atividades.

É importante para a elaboração do fluxo de caixa, considerar as

oscilações que possam eventualmente ocorrer e irão implicar ajustes dos valores

projetados, mantendo assim a flexibilidade desse instrumento de trabalho do

administrador financeiro.

3.5 Requisitos Básicos para a Implantação do Fluxo de Caixa

A implantação do fluxo de caixa consiste em apropriar os valores

fornecidos pelos vários departamentos da empresa, de acordo com os períodos

que efetivamente deverão ocorrer os ingressos e desembolsos de caixa. Mas

antes da implantação é preciso seguir alguns requisitos básicos, conforme

Zdanowicz (1998, p. 132):

- apoio total da cúpula diretiva da empresa;- estabelecimento claro dos níveis de responsabilidade de cada área

da empresa;- integração total de todas os setores da empresa ao sistema do

fluxo de caixa;- definição dos responsáveis pela entrega, dentro do prazo

estabelecido dos formulários;- treinamento do pessoal envolvido na implantação do fluxo de

caixa;-comprometimento dos responsáveis de cada área;- controles financeiros adequados, especialmente da movimentação

bancária;- utilização do fluxo de caixa para avaliar com antecedência os

efeitos da tomada de decisões que tenham impactos financeiros na empresa;

- fluxograma das atividades na empresa, ou seja, definir as atividades meio e as atividades fins.

3.6 Implantação do Fluxo de Caixa

Page 42: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

A implantação do fluxo de caixa consiste em apropriar os valores

fornecidos pelas varias áreas da empresa, segundo o regime de caixa, isto é de

acordo com os períodos que efetivamente deverão ocorrer os ingressos e os

desembolsos de caixa.

Conforme enfatiza Zdanowicz (2000, p. 133)

“O principal aspecto a ser levado em consideração é quanto à apropriação dos valores, conforme as épocas que irão ocorrer os efetivos recebimentos e pagamentos de caixa pela empresa. O importante é considerar todos aqueles itens que alterarão a posição de caixa da empresa”.

A implantação do fluxo de caixa consiste essencialmente em estruturar

as estimativas de cada unidade monetário em dois grandes itens: o planejamento

dos ingressos e o planejamento dos desembolsos, que poderão ser subdivididos

em fluxo operacional e fluxo extra-operacional.

3.6.1 Fluxo de Caixa Operacional

O fluxo de caixa operacional compõe-se de itens estritamente

decorrentes da atividade fim da empresa.

Segundo Zdanowicz (1998, p. 134), os principais ingressos

operacionais são: as vendas à vista, recebimentos, descontos, cauções e

cobranças das duplicatas de vendas a prazo realizadas pela empresa.

Os principais desembolsos operacionais são: compras de matérias-

primas à vista e a prazo, salários e ordenados com os encargos sociais

pertinentes, custos indiretos de fabricação, despesas administrativas, despesas

com vendas, despesas financeiras e despesas tributárias.

Page 43: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

3.6.2 Fluxo de Caixa Extra-Operacional

O fluxo de caixa extra-operacional salienta os ingressos e os

desembolsos de itens não relacionados à atividade principal da empresa, como:

imobilizações, vendas de itens do ativo permanente, receitas financeiras, aluguéis

recebidos ou pagos, amortizações de empréstimos ou de financiamentos,

pagamentos de contraprestações (leasing).

Para Zdanowicz (1998, p. 140) as amortizações compreendem os

pagamentos de empréstimos ou financiamentos de longo prazo, geralmente

contratados com garantias reais de bens dos sócios ou da empresa.

Quanto as imobilizações, deve ser elaborada pela administração da

empresa. Como se trata de aplicações, é preciso ter precaução, a fim de não se

deslocar e congelar recursos que poderiam ser usados no capital de giro da

empresa.

É preciso salientar que as informações até este estágio apresentadas

devem refletir a posição do fluxo de caixa da empresa em cada período.

“Empresas que apresentam situação de desequilíbrio financeiro devem se reestruturar, planejando para cada período o pagamento de uma parcela que por ventura esteja em atraso, desta forma estará recuperando uma posição de liquidez normal. (ZDANOWICZ, 1998, p. 140)”.

Uma situação de atrasos de pagamentos compromete seriamente o

sucesso do fluxo de caixa.

3.7 Forma de apresentação do Fluxo de Caixa

Page 44: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

A seguir veremos duas formas de apresentação o método indireto que

é mais utilizado para análise e o método direto que é o mais utilizado pelas

empresas.

3.7.1 Método Indireto

Método Indireto é uma complementação das Demonstrações das

Origens e Aplicações de Recursos, pois os recursos provenientes das atividades

operacionais são demonstrados com base no lucro líquido, sendo ajustados pelos

itens que não afetam o Capital Circulante Líquido, considerando-se as mutações

do CCL, exceto Disponibilidades, afirma Yoshitake (1997, p. 150).

De acordo com Zdanowicz (1998, p. 67), o método indireto consiste na

demonstração dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro líquido, ajustado pelos itens que afetam o resultado, tais como: depreciação,

amortização e exaustão mas não modificam o caixa da empresa.

Page 45: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

FLUXO DE CAIXA - METODO INDIRETO

          Periodo 1 Periodo 2 Periodo 3 Total

DAS ATIVIDADES OPERACIOANIS        

Lucro Liquido ( antes da distribuição de resultados)        

Ajustes para reconciliar o lucro líquido para o fluxo        

  caixa liquido oriundo das operações        

  Depreciações e Amortizações          

  (+/-) Correção Monet´ria de Balanço        

  (+/-) Equivalência Patrimonial          

  Despesas Financeiras - Exigível a Longo Prazo        

  (+/-) Resultado não-operacional          

Variações nos ativos e passivos circulantes        

  Aumento em clientes          

  Aumento nos Estoques          

  Aumento de Fornecedores          

  Aumento de Impostos a Recolher        

  Aumento de Salários/Encargos a Pagar        

  Aumento de Outras Contas a Pagar        

  Aumento de Impostos s/ o Lucro a Pagar        

  Diminuição de Impostos s/ o Lucro a Pagar        

Total dos Ajustes          

Fluxo de Caixa Líquido das Operações        

DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS        

  Investimentos no Ativo permanente        

  Resultados não Operacionais          

  Aplicações no Realizável a Longo Prazo        

Fluxo de Caixa Utilizado para Investimento        

DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS        

  Novos financiamentos          

  Amortizações de Empréstimos          

  Integralização de Capital          

  Resultados Distribuídos          

Fluxo de Caixa Líquido de Financiamentos        

AUMENTO/REDUÇÃO DE CAIXA          

(=) Saldo do inicio do período          

(=) Saldo do final do período          

Tabela 01: Fluxo de Caixa – Método IndiretoFonte: Zdanowicz

3.7.2 Método Direto

O Método Direto demonstra efetivamente as movimentações de

recursos financeiros ocorridas no período. Os principais valores podem ser

apurados por meio da análise das contas patrimoniais e de resultados. Algumas

Page 46: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

informações que precisam ser mais detalhadas devem ser buscadas nos

controles internos e/ou na contabilidade financeira, Yoshitake (1997, p. 152).

Segundo Campos Filho (1996, p. 33), este método consiste em

classificar os recebimentos e pagamentos utilizando as partidas dobradas e tem

como vantagem permitir a geração de informações com base em critérios

técnicos livres de qualquer interferência da legislação fiscal.

FLUXO DE CAIXA - MODELO DIRETO  

INGRESSOS  

Vendas à vista  

Recebimento de Duplicatas  

Empréstimos  

Aluguéis recebidos  

Receitas Financeiras  

Outros  

   

DESEMBOLSOS  

Compras à vista  

Pagamentos de Duplicatas  

Pagamentos de serviços de terceiros  

Salários  

Amortizações de Financiamentos  

Impostos e Taxas  

FGTS a recolher  

INSS a recolher  

Outros  

AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DE CAIXA  

SALDO INICIAL DO CAIXA  

SALDO FINAL DO CAIXA  

Tabela 02: Fluxo de Caixa – Método DiretoFonte: Zdanowicz (2000, p.165)

4 - CAPITULO IV - O FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE TOMADA DE DECISÃO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Page 47: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

Neste capítulo, apresenta-se o fluxo de caixa como ferramenta de

gerenciamento e controle financeiro, para que as micro e pequenas empresas

possam administrar seus custos e receitas de modo eficaz.

4.1 A necessidade de uma gestão financeira nas MPE's

Na visão de Leone (1999, p. 13), devido à sua heterogeneidade, os

pesquisadores encontram grande dificuldade em estudar as MPE's e esta

particularidade tem atrasado os estudos e pesquisas e tem prejudicado a

proposição de teorias e conclusões adequadas e diferentes daquelas aplicadas às

grandes empresas.

A principal razão para preocupação com este grupo de empresas está

relacionada ao seu papel sócio-econômico. Sabe-se que estas empresas

representam grande importância no cenário econômico brasileiro, sendo

responsáveis por 95% do total dos estabelecimentos industriais, 98% dos

comerciais e 99% dos estabelecimentos do setor de serviços (SEBRAE, 2000).

No entanto, o gerenciamento financeiro de pequenas empresas é

fundamentalmente diferente do gerenciamento das grandes, simplesmente

porque muitas práticas financeiras das grandes empresas não são necessárias

para as pequenas. A literatura financeira aponta como preocupações principais a

disponibilidade e o custo de capital, que implicam a dificuldade de aumentar o

capital da empresa e, também, dificuldades na obtenção de financiamento.

Dessa forma, é senso comum na literatura especializada sobre causas

de mortalidade das MPEs, que a essas são necessárias bases sólidas e

Page 48: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

adequadas que possam contribuir a favor da solução dos problemas gerenciais e

tecnológicos essenciais ao seu desenvolvimento. Como afirma Cândido (1998, p.

92), o fator que limita o crescimento de uma empresa é o gerenciamento.

- Para ajudar, efetivamente, a economia e o processo de desenvolvimento local, estas empresas precisam ser competitivas dentro de um mercado global. Como empresa competitiva, entende-se aquela que naturalmente não só amplia a participação nos mercados em que atua, como conquista novos campos de atuação.- Assim sendo, as experiências e observações mostram que o treinamento gerencial, apesar de não ser suficiente para provocar todas as mudanças requeridas pelo mercado, que exige cada vez mais preço e qualidade para suportar a pressão da concorrência interna e externa, é o alicerce básico necessário.- Não bastasse isso, a nova ordem mundial cobra uma nova postura do empresariado: o cliente mudou, tornou-se mais exigente e a instabilidade dos mercados é crescente, devido às condições de competitividade global, diversificação e diminuição do ciclo de vida dos produtos. Busca-se, então, encontrar algumas respostas e propor modelos práticos oriundos da contabilidade gerencial e adaptada à realidade deste segmento. E uma dessas ferramentas é o fluxo de caixa, que é uma forma de controle e planejamento econômico-financeiro para os empreendimentos desse porte (Cândido, 1998, p. 98).

4.2 O fluxo de caixa em MPE's

Atualmente, para que uma empresa possa administrar seus custos e

receitas de modo eficaz, é indispensável que ela utilize ferramentas de controle

financeiro, sendo o Fluxo de Caixa uma das mais utilizadas entre o meio

empresarial.

Para Zdanowicz (1998, p. 115), toda organização, mesmo a familiar,

pode apresentar diariamente um fluxo de entradas e saídas financeiras, que

demandam registros manuais ou mecânicos para seu controle. Quanto maior o

número de movimentações financeiras de entradas e de saídas mais difícil se

torna o controle manual. Esse conjunto de ingressos e de desembolsos pode ser

Page 49: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

resumido no fluxo de caixa, que representa a situação financeira da organização

em cada momento.

Apesar de ser um relatório simples, caracteriza-se por ser um

instrumento de planejamento, envolvendo previsões, como por exemplo, as

vendas à vista. Mas a maior parte das informações é coletada dos controles de

contas a pagar e contas a receber.

Lembrando o contexto das MPEs, Marion e Soares (2000, p. 156),

afirmam que com certa freqüência, observa-se que várias empresas,

principalmente as micro e pequenas, têm falido ou enfrentam sérios problemas de

sobrevivência. Geralmente, os gestores dessas empresas atribuem à carga

tributária, os encargos sociais, a falta de recursos, os juros altos, dentre outros,

como causa para a mortalidade das empresas de pequeno porte. Entretanto, os

autores afirmam que, constantemente, a "célula cancerosa" não repousa nesses

fatores, mas na má gerência, nas decisões tomadas sem respaldo, sem dados

confiáveis. Por fim, os autores ainda observam que a contabilidade dessas

empresas é uma contabilidade irreal, distorcida, em conseqüência de ter sido

elaborada única e exclusivamente para atender às exigências fiscais. (MARION;

SOARES, 2000, p. 121). "São raras as vezes que se tem contabilidade não se

tem banco de dados para tomada de decisões".

4.2.1 Etapas para a Implementação do Fluxo de Caixa em MPE's

O primeiro ponto indispensável para a implementação do fluxo de caixa

em MPEs, conforme Marion e Soares (2000, p. 157) sem dúvidas, é ter dados

fiéis, reais, produzidos pela contabilidade. Na verdade, segundo os autores,

muitas empresas tentam confundir o fisco com uma contabilidade obscura, no

Page 50: MONOGRAFIA FLUXO DE CAIXA

sentido de sonegar, ou não evidenciar a verdade, mas acabam sendo

prejudicadas, pois, se por um lado há ganhos pelos impostos não recolhidos, ou

por outros motivos, por outro lado há uma perda maior que aquele ganho, ou seja,

as tomadas de decisões são inadequadas (não há dados confiáveis para se

basear), levando a empresa à situações embaraçosas.

O segundo ponto, decorrente do primeiro, é saber, de posse das

informações contábeis, interpretar os relatórios para as tomadas de decisões. "É

comum observar gerentes e administradores engavetando relatórios riquíssimos

em dados, por não saber o que fazer com eles; ignoram a sua utilidade e acabam

não tomando a melhor decisão" (MARION; SOARES, 2000, p. 159).

Dessa forma, o propósito básico da informação decorrente do fluxo de

caixa é habilitar a empresa a alcançar seus objetivos pelo uso eficiente dos

recursos disponíveis, afirma Kanitz (1999; p. 35). Tais recursos são representados

por pessoas, tecnologia, capital e a própria informação. A informação é qualquer

espécie de conhecimento ou mensagem que pode ser usada para aperfeiçoar ou

tornar possível uma decisão ou ação. Ela é elaborada também para facilitar as

funções de planejar, organizar, dirigir e controlar operações. Corresponde à

matéria-prima para o processo administrativo de tomada de decisão.

4.2.2 Importância do Fluxo de Caixa para MPE's

Na visão de Meziara Júnior (2001, p. 96), com a necessidade de

produzir mais e melhor, a valores competitivos, para um mercado mais exigente

são empreendidos esforços contínuos a fim de se obter, no âmbito financeiro, um

equilíbrio entre o fluxo de caixa decorrente de receitas e despesas, ou seja, os

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ingressos devem ser suficientes para cobrir os desembolsos de caixa, bem como

os excedentes devem ser aplicados e os recursos necessários detectados e

captados nas fontes menos onerosas à empresa.

Para Longen (1997, p. 22), o acirramento da competitividade no

mercado exige das empresas, sobretudo as micro e pequenas, maior eficiência na

gestão financeira de seus recursos, principalmente em tempos de globalização da

economia, a qual vem exigindo bens e serviços das empresas, a custos e preços

menores, com melhor qualidade. Isto requer do administrador financeiro tomada

de decisões rápidas, eficientes e seguras, em termos de captação e aplicação de

recursos financeiros à empresa e o fluxo de caixa é uma ferramenta poderosa

para esses fins.

Sobre o assunto, Cândido (19982, p. 93) manifesta-se afirmando que,

mesmo nos períodos de liquidez e de mercado em expansão, as empresas não

podem descuidar da administração de seus recursos, pois esta desatenção pode

afetar sua saúde financeira quando os recursos ficam mais escassos e o mercado

se retrai.

Portanto, mesmo em situações normais, deve existir um sistemático e

rigoroso planejamento e controle sobre o fluxo de caixa, sobretudo nas MPEs, por

serem consideradas alvos fáceis da instabilidade do ambiente econômico-

financeiro da atualidade.

A insuficiência de caixa pode determinar cortes de créditos, suspensão

de entregas de materiais e mercadorias causando a descredibilidade junto aos

clientes e ser causa de descontinuidade em suas operações; e por falta de capital

de giro, recorrer a recursos de custos financeiros elevados, perdendo o controle

sobre seu endividamento.

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Com o fluxo de caixa continuamente atualizado é bem possível

diagnosticar e prognosticar os objetivos máximos de liquidez e rentabilidade para

um período em apreciação, de uma forma quantificada em função das metas

propostas.

O diagnóstico e o planejamento da liquidez da empresa são relevantes

devido ao fato de que, com liquidez, a empresa apresenta maior possibilidade de

atingir suas metas, tais como: garantias para adquirir novos empréstimos e

financiamentos, mais credibilidade e segurança para os clientes, abertura de

mercado para fornecedores, disponibilidade para os acionistas, planejamento e

controle da gestão financeira e controle do capital de giro, e conseqüentemente,

manter uma posição estável no atual ambiente competitivo.

As atividades de compra e venda, prazos de pagamentos e

recebimentos, integram as operações de fluxo de caixa, e a partir deste, pode-se

diagnosticar e planejar a liquidez.

Com a adequada formulação do fluxo de caixa obtém-se a real posição

de liquidez da empresa em relação a outras e se conhecem quais as variações

que provocaram as alterações na liquidez, tendo em vista as alternativas de

movimentação de fundos, assim como as políticas que devem ser reorientadas

para o planejamento de liquidez.

Para a gerência das MPEs não basta apenas uma análise econômico-

financeira que detecta desvios através de cálculos e comparações de Índices, é

preciso identificar as causas que provocaram tais desvios na liquidez.

O termo liquidez é difícil definir com precisão, mas para os propósitos

deste trabalho será suficiente defini-lo como a capacidade que uma empresa tem

de saldar seus compromissos na medida em que forem vencendo, ou seja, a

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capacidade de satisfazer a demanda de caixa e, por conseguinte, é um dos

fatores-chave que determinam as possibilidades de êxito ou de fracasso de uma

empresa.

A administração das MPEs não pode se sustentar em aventuras,

expondo-se aos acontecimentos incertos futuramente, sem um mínimo de

planejamento e controle financeiro, pois além do controle dos recursos

financeiros, é necessário que se tenha uma avaliação constante dos

investimentos e riscos, visando a contínua atualização de suas estratégias para

adequar-se à dinâmica das mudanças do sistema produtivo.

Mas há o problema de obtenção de informações confiáveis das

demonstrações contábeis para calcular a previsão do fluxo de caixa, sem que

haja distorções entre o planejado e o realizado.

CONCLUSÃO

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Conhecendo a necessidade que as empresas possuem em fazer uso

adequado de seus recursos financeiros e se manterem em uma situação de

equilíbrio financeiro, elabora-se esta monografia com o intuito de revelar a

importância do fluxo de caixa como instrumento para uma administração

financeira eficiente.

Procura-se provar através de inúmeras atribuições do fluxo de caixa,

sua utilidade e importância para o contexto empresarial. Para tal, busca-se

embasamento teórico através da pesquisa em bibliografias existentes sobre o

assunto.

Contextualizadas todas as informações disponíveis e analisadas, pode-

se comprovar a colaboração da hipótese apresentada. Assim pode-se afirmar,

nesta etapa de conclusões que, o fluxo de caixa toma mais viável a administração

de recursos da empresa.

É uma ferramenta imprescindível para o bom desempenho da

administração financeira da empresa por fornecer informações que auxiliam a

empresa nas decisões a serem tomadas.

As informações, neste caso, são de grande valia para o processo

decisório das empresas e a contabilidade ganha importância por fornecer

informações que auxiliam a empresa na gestão de negócios.

Pode-se destacar também a importância do planejamento financeiro,

fundamental para que as empresas tornam-se mais organizadas e tenham mais

êxito em suas atividades. Um planejamento financeiro adequado, aliado a um

controle eficiente, permite a empresa medir seu desempenho e estabelecer metas

a serem alcançadas.

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Verifica-se que o fluxo de caixa pode, e deve, ser empregado em todas

as empresas, independentemente do tipo de atividade que realize, pois, possibilita

programar seus recursos financeiros através dos ingressos e egressos de caixa.

Dessa forma a empresa saberá antecipadamente se haverá excedente ou

escassez de caixa. O uso do fluxo de caixa como ferramenta gerencial dará ao

gestor uma margem de erro muito reduzida e uma probabilidade de acertos muito

grande na sua gestão financeira.

Podemos afirmar que uma boa interpretação e, um planejamento

correto do fluxo de caixa, com certeza encurta as distâncias dos acertos e das

decisões conscientes e seguras. Desta forma, não satisfaz as necessidades da

empresa apenas o registro das informações no fluxo de caixa.

Cabe ao gestor, após análises, tomar as decisões cabíveis para o

estabelecimento ou restabelecimento do nível de caixa desejado, por isso, não

pode o gestor aceitar de maneira passiva as informações do fluxo de caixa, pelo

contrário, deve aproveitar estas preciosas informações para tomar decisões no

momento exato e contornar as adversidades, sempre procurando manter o

equilíbrio financeiro e salvaguardando a liquidez e o processo produtivo da

empresa.

Outro aspecto importante que evidencia a importância do fluxo de caixa

é a possibilidade de antever através dele se a empresa corre o risco de entrar em

uma situação financeira desfavorável, permitindo ao gestor agir rapidamente para

evitar o problema.

Não existe um único fluxo de caixa ideal para todas as empresas. Cada

caso, cada atividade possui características próprias de administração e de

mercado, por isso as variantes de um fluxo de caixa para outro pode mudar, até

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em uma mesma empresa em virtude de mudanças políticas ou sazonalidades,

podem provocar mudanças de um período para outro.

Com o passar do tempo e dos resultados encontrados, deve-se

aperfeiçoar o fluxo de caixa até encontrar os resultados mais condizentes com a

realidade do momento.

Pode-se dizer que a grande vantagem deste importante aliado do

empresário é a forma simples e acessível que esta demonstração se apresenta,

possibilitando a todos os usuários colocar em prática e com rapidez a visualização

de seus recursos financeiros.

É preciso que não apenas o fluxo de caixa seja difundido e empregado

por todos, mas que os empresários estejam preocupados, na qualidade de

usuários da contabilidade, em analisá-lo de forma correia, para entenderem as

informações e participarem de maneira atuante e segura nas atividades da

empresa.

Cabe aqui salientar que a pesquisa não teve a intenção de esgotar o

assunto abordado. Sendo assim, toma-se relevante e necessário efetuar

pesquisas futuras, pois sempre existirá a necessidade de desenvolvimento e

aperfeiçoamento dos conceitos e idéias até então apresentados.

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