Monografia Gilmara Pedagogia 2009

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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM GILMARA MARIA BISPO DE CARVALHO GESTÃO DEMOCRÁTICA NA PERSPECTIVA DO ALUNO: ELEIÇÃO PARA DIRETORES Senhor do Bonfim Abril de 2009

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Pedagogia 2009

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM

GILMARA MARIA BISPO DE CARVALHO

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA PERSPECTIVA DO ALUNO: ELEIÇÃO PARA DIRETORES

Senhor do Bonfim Abril de 2009

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GILMARA MARIA BISPO DE CARVALHO

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA PERSPECTIVA DO ALUNO: ELEIÇÃO PARA DIRETORES

Trabalho monográfico apresentado como pré-requisito para conclusão do Curso de Licenciatura Plena com Habilitação em Pedagogia – Docência e Gestão de Processos Educativos, pelo Departamento de Educação do Campus VII. Senhor do Bonfim. Orientadora: Professora Beatriz Souza Barros

Senhor do Bonfim Abril de 2009

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GILMARA MARIA BISPO DE CARVALHO

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA PERSPECTIVA DO ALUNO: ELEIÇÃO PARA DIRETORES

APROVADA____DE__________DE 2009

Orientadora: Beatriz Barros

_________________________ ______________________ BANCA EXAMINADORA BANCA EXAMINADORA

_________________________________ PROFª. BEATRIZ SOUZA BARROS

ORIENTADORA

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A Deus que é fonte de amor e sabedoria e a

meus familiares que são pedaços de minha

existência.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo amor incondicional, pelas inúmeras vitórias que me

proporcionou e pela força de chegar até aqui, permitindo que adquirisse a

experiência que hoje tenho.

A minha querida filha Júlia que compreendeu as minhas ausências;

Ao meu marido Clodoaldo que com muita paciência suportou as minhas

angústias.

Aos meus irmãos, que, com palavras de estímulos e incentivo acreditaram

em minha vitória.

As minhas colegas e amigas da turma, em especial: Letícia, Gil França,

Janete, Léia, Rosana, Lândia e Viviane, pelos momentos de descontração, luta e

coragem que tivemos juntas.

A Eginaldo pelo apoio cotidiano na digitação deste trabalho

A todos os professores do Campus VII, em especial a Beatriz Barros, que

com palavras de estímulo e incentivo me fez acreditar que eu era capaz de chegar

até os meus objetivos, permitindo através de sua orientação que eu crescesse rumo

ao conhecimento.

Aos meus queridos pais, Júlia e Francisco que com muito sacrifício e

abnegação saíram do Tombão para dar o estudo a seus filhos, uma preciosa

herança que não o tiveram.

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O processo educacional só se transforma e

se torna mais completo na medida em que

seus participantes tenham consciência de que

são co-responsáveis pelo desenvolvimento e

seus resultados.

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(Luck, 2006.)

LISTA DE FIGURAS

Figura 4.2.1 – Percentual em relação à faixa etária...................................................36

Figura 4.2.2 – Percentual em relação ao sexo...........................................................37

Figura 4.2.3 – Percentual em relação ao nível de escolaridade................................38

Figura 4.2.4 – Percentual em relação à renda familiar..............................................38

Figura 4.2.5 – Percentual em relação aos meios de informações que utilizam........39

Figura 4.2.6 – Percentual em relação ao motivo pelo qual exercem o voto..............40

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RESUMO

A realidade educacional brasileira vem apresentando mudanças históricas, conceituais e estruturais na sua forma de organização e precisam ser refletidas a fim de investigarmos a existência ou não do compromisso com os princípios da democracia. Esse trabalho tem como finalidade abrir uma discussão sobre a gestão democrática na perspectiva do aluno em relação a eleição para diretores, buscando assim identificar e analisar compreensões acerca do tema, por já terem passado pelo processo de eleição dentro da escola, assim como fazer uma reflexão sobre a importância do aluno frente a essa tão sonhada gestão democrática. Este estudo teve como suporte teórico: Alarcão (2005); Alencar (2005); Bastos (2001); Cury (2005); Gadotti (2001); Gómez (1998); Luck (2006); Luz (2007); Morin (2005); Oliveira (2005); Paro (2001), dentre muitos outros com objetivo de fundamentar epistemologicamente a pesquisa e nos ajudar a compreender melhor o tema em discussão. Os procedimentos metodológicos seguiram um enfoque qualitativo, utilizando os seguintes instrumentos de trabalho: um questionário fechado para traçar o perfil do sujeito e a entrevista semi-estruturada para identificar suas compreensões sobre a temática aqui abordada. Constatamos que os alunos, sujeitos de nossa pesquisa possuem diferentes compreensões, sendo que 40% compreendem a respeito do tema e 60% não, demonstrando assim, a real situação em que se encontra o processo democrático dentro da escola pública. Diante disso, faz-se necessário a mobilização por parte da escola para buscar atingir patamares de qualidade em prol da formação cidadã dos alunos, mas para que isso aconteça é preciso construir um comprometimento coletivo e isso só se consegue através da participação responsável de todos os envolvidos, dentro de um clima democrático. Assim sendo, como considerações finais, destacamos a importância do aprendizado da democracia por parte dos alunos, assim como a sua participação efetiva dentro da escola.

Palavras-chave: Compreensões, Alunos e Gestão Democrática-eleição para diretores.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................... 11

CAPÍTULO I - SITUANDO O PROBLEMA DE PESQUISA.............................. 13

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................... 20

2.1. Compreensões.................................................................................... 20

2.2. Aluno................................................................................................... 23

2.3. Gestão democrática – eleição para diretores..................................... 25

CAPÍTULO III – METODOLOGIA...................................................................... 30

3.1. Tipo de pesquisa................................................................................. 31

3.2. Lócus................................................................................................... 32

3.3. Sujeitos................................................................................................ 33

3.4. Instrumentos de coleta de dados........................................................ 33

3.5. Etapas................................................................................................. 34

CAPÍTULO IV – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS....................... 36

4.1. Dos alunos.......................................................................................... 36

4.2. Análise do questionário fechado..................................................... 36

4.2.1. Faixa etária....................................................................................... 36

4.2.2. Sexo................................................................................................. 37

4.2.3. Escolaridade..................................................................................... 38

4.2.4. Renda familiar.................................................................................. 38

4.2.5. Meios de informações...................................................................... 39

4.2.6. Motivo que exercem o voto.............................................................. 40

4.3. Análise das entrevistas semi-estruturadas................................... 41

4.3.1. Concepção de democracia e sua utilização dentro da escola......... 41

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4.3.2. Concepção sobre a utilização do voto e a eleição para diretor....... 44

4.3.3. Preparação para escolha do diretor e condições de trabalho.......... 45

CONCLUSÃO................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 50

APÊNDICES ..................................................................................................... 52

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INTRODUÇÃO

A gestão da educação brasileira tem apresentado nas últimas décadas uma

tendência pela implementação de mecanismos de participação. Sabe-se que aos

poucos essa tendência vem se firmando dentro das escolas públicas, visualizando

assim o processo de gestão democrática.

Um dos pontos básicos deste trabalho de pesquisa é uma reflexão sobre a

importância da compreensão do aluno dentro dessa perspectiva de participação.

Entende-se que ele é o sujeito de direito nesse processo e por isso deve ser o foco

de toda essa discussão.

Vários estudos vem mostrando que a gestão democrática nas escolas

públicas vem sendo vivenciada de uma forma burocrática, estática e com um olhar

distante da compreensão do aluno. Daí pois, a nossa relevância em percebê-lo

como ator principal, buscando entender suas concepções a respeito dessa temática.

O primeiro capítulo trás o delineamento do tema e do objetivo, assim como

uma discussão a partir de um breve histórico da gestão democrática, o amparo legal,

a importância da participação da comunidade, a força dos movimentos sociais para

qualidade da educação, a forma de provimento do cargo de diretores de escolas

públicas e seu trabalho e a conscientização do aluno na escolha do diretor.

O segundo capítulo é composto pela fundamentação teórica que

necessariamente embasa este trabalho, dando solidez a toda essa discussão.

Buscamos aqui nos aprofundar nas contribuições dos autores que abordam os

conceitos chave dessa temática que são: Compreensões, alunos e gestão

democrática-eleição para diretores.

O terceiro capítulo aponta a linha metodológica que fornece uma visão geral

de como o trabalho foi estruturado. No primeiro momento abordamos a importância

da pesquisa na área da educação, especialmente para o curso de pedagogia. No

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segundo momento o tipo de pesquisa utilizada para a apropriação dos resultados,

sendo desencadeada a abordagem qualitativa norteada pela técnica da entrevista e

do questionário. No terceiro momento vem a escolha do lócus, que de acordo com

suas características possibilitou uma melhor obtenção dos resultados. Em seguida,

adentramos no universo do sujeito, figura principal nesse processo de pesquisa,

uma vez que através de suas compreensões a respeito do tema chegamos com

êxito ao final desse trabalho. O quinto momento apresenta os instrumentos de coleta

de dados que são fundamentais no desenrolar da pesquisa. São apresentados como

instrumentos o questionário e a entrevista.

No quarto capítulo torna-se crucial a análise e interpretação dos dados

coletados, destacando o entendimento e compreensão que o sujeito tem da

realidade pesquisada. Nesse capítulo vem em destaque o motivo pelo qual foi

escolhido o sujeito, enfocando o contato do mesmo no processo de eleição dentro

da escola no ano de 2008. Em outro momento apresenta a busca do conhecimento

do sujeito através dos resultados do questionário fechado, assim como, suas

compreensões e posicionamentos através das questões levantadas na entrevista

semi-estruturada ressaltando as questões da democracia dentro da escola.

Todas essas discussões foram frutos de inquietações advindas do trabalho e

da experiência vivenciada por mim ao longo dos 08 (oito) anos na área de gestão

escolar que aliada a experiência em sala de aula e agora como futura pedagoga

buscamos suscitar a compreensão de uma escola que precisa verdadeiramente ser

pautada em princípios democráticos, onde o foco de todo esse debate

necessariamente se remete ao aluno.

Por fim, o que nos levou a realizar esse estudo foi a tentativa de ampliar as

discussões nesta área, refletir sobre a formação cidadã do educando e contribuir

para aqueles gestores que querem concorrer ao pleito dentro de uma escola e,

portanto, precisam compreender de fato o que o aluno, sujeito de nossa pesquisa

entende por democracia, eleição e participação, buscando a partir daí intervir no

processo educativo, ajudando na formação desse cidadão, lembrando que eles são

autores de suas próprias decisões.

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CAPÍTULO – I

SITUANDO O PROBLEMA DE PESQUISA

Nos últimos anos a questão da gestão democrática na educação brasileira

tem apresentado uma forte evolução histórica e vem sendo objeto de estudo e

reflexão pelos profissionais de educação.

Na década de 60 muitas escolas eram comparadas com fábricas,

principalmente as que sustentavam os modelos positivistas e tecnológicos de

organização e administração. Nos anos 80 esses modelos começavam a ser

questionados por não contribuírem com as reais necessidades educacionais. Diante

dessas mudanças surgem conceitos como: descentralização, autonomia, liberdade

de escolha e flexibilidade. A própria constituição brasileira de 1988 dá sustentação e

fortalece mudanças na gestão democrática dando amparo legal e buscando torná-la

um dos princípios da educação nacional. Neste enfoque Cury (1997) acrescenta:

A gestão democrática como principio da educação nacional, presença obrigatória em instituições escolares é a forma não violenta que faz com que a comunidade educacional se capacitem para levar a termo um projeto pedagógico de qualidade e possa também gerar “cidadãos ativos” que participem da sociedade como profissionais compromissados e não se ausentem de ações organizadas que questionem a invisibilidade do poder. (p.17).

É importante salientar que desde a constituição de 1988 o Brasil vem

buscando efetivar a condição de um estado democrático de direito validando ações

educativas do ensino obrigatório de forma a adequá-las aos ideais democráticos,

tentando buscar dessa forma uma melhoria na qualidade do ensino. Assim, Bastos

(2001) afirma que:

Para a sociedade e para trabalhadores em educação a democracia na escola é o único caminho para reconstruir a escola pública de qualidade. Os

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dirigentes políticos não negam teoricamente esse caminho, mas na prática apresentam um projeto de gestão de acordo com a agenda neoliberal inviabilizando a reconstrução de uma escola pública de qualidade para todos (p.9).

Nesse sentido cabe ao governo o papel de assegurar uma educação de

qualidade e o desenvolvimento do processo democrático nas escolas brasileiras de

forma a garantir uma maior participação de toda a comunidade escolar.

Uma das dificuldades apontadas por Bobbio citado por Sipósito (2005)

afirma que:

Há incompatibilidade existente entre modelos burocráticos e práticos democráticas. Não há democratização possível, ou gestão democrática da educação ao lado de estruturas centralizadas e verticalizadas, características rotineiras dos organismos públicos no Brasil na área de educação (p. 50).

É preciso pensar na superação desse modelo estático burocratizado e

centralizado na busca de um modelo descentralizado, autônomo e democrático,

produzindo uma escola nova. É o que observamos na própria Lei de Diretrizes e

Bases (LDB) nº. 9394/96, quando destaca nos seus artigos 14 e 15:

Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público.

Conforme o disposto na proposta da LDB e diante do novo panorama que

envolve o campo educacional, podemos detectar que não há mais lugar para

autoritarismo e a gestão individualista no âmbito escolar.

Por isso, a escola deve fundamentar seu trabalho no compromisso com a

qualidade, na participação e cooperação, na autonomia e na liberdade.

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Desse modo, cabe a coletividade da escola se envolver e identificar suas

necessidades e os meios de concretizá-las, de forma a obter os melhores resultados

para toda comunidade escolar. Nesta perspectiva, Luck (2006) prossegue afirmando

que:

É pelo envolvimento no processo de decisão que as pessoas assumem com responsabilidades próprias a implementação de ações determinadas e a realizações dos resultados pretendidos. Assim, os conselhos escolares e associações de pais e mestres como também círculos de parceiros, dentre outras unidades de gestão colegiada, constituem-se em espaços de tomada de decisão, que envolvem os pais e a comunidade na análise e discussão dos problemas educacionais da escola e determinação da melhor forma de encaminhá-los (p.96).

Porém, um dos maiores desafios de uma escola é a participação da

comunidade. Muitos esperam apenas a transmissão do saber aos alunos, sem se

preocupar com outras ações que podem ser desenvolvidas em prol de toda a

comunidade.

Quando a comunidade é motivada a participar das decisões tomadas dentro

da escola, há um engajamento maior, onde todos se sentem responsáveis pelos

resultados apresentados, se posicionando como sujeitos ativos e capazes de mudar

os rumos da escola para melhor.

Para que a participação da comunidade se efetive nas escolas é necessário

antes de tudo uma conscientização de toda comunidade escolar, a respeito do que é

e como se faz gestão democrática. Para tanto, três palavras precisam ser

trabalhadas: autonomia, participação e democracia. A concepção de uma escola

autônoma, participativa e democrática é imprescindível para que possa ser

desenvolvida uma ampla competência tanto na dimensão pedagógica, como na

administrativa e na política. Parente citado por Luck (1999) acrescenta ainda que:

É fundamental lembrar que os órgãos colegiados existem na escola como mecanismos de democratização pela gestão colegiada de todos as dimensões do processo pedagógico, em que “... o principio básico é a busca da promoção da autonomia da escola e participação da comunidade, em toda as suas dimensões: pedagógica, administrativa, e financeira (p.13).

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Acredita-se que o caminho mais adequado para se chegar a uma gestão

democrática, implica necessariamente na participação de todos os envolvidos no

processo educativo. Nesse sentido Alencar (2005) completa:

Participação permanente, isto é, cidadã, é aprendizado intelectual e vivencial, inserção na sociedade política, ocupação de espaços, de questionamento e deliberação, tomada coletiva de decisões. É tarefa espontânea da vida e deliberada da escola (p.37).

A participação da comunidade pode ser compreendida como ações

conjuntas e representações de movimentos sociais, visando uma busca de

interesses coletivos. Nos últimos anos percebemos avanços na luta pela qualidade

da educação, onde, através de movimentos e reivindicações da sociedade civil

organizada vem se buscando melhorar as condições do ensino público nas escolas

brasileiras.

Sabemos que esses movimentos são fundamentais para que a sociedade

impulsione mudanças diversas. Por meio de lutas, movimentos e organizações a

sociedade se fortalece em busca das soluções de diversos problemas.

Deste modo, a escola vem buscando uma reflexão sobre os caminhos de

transformação da atual dinâmica de funcionamento. Vale lembrar que ela sempre foi

vista de forma burocrática e com caráter autoritário com relações de domínio,

fechada, distante da realidade da comunidade, concretizando um tipo de

administração restrita à organização e com decisões tomadas de cima para baixo.

Portanto, é necessário optar pela mediação de uma atividade reflexiva na busca de

uma gestão democrática com novas formas de organização e efetivação das ações

dentro da escola.

Nesse contexto surge a eleição para diretores. Compreendemos que entre

os mecanismos e processos de participação em uma gestão democrática que

podem ser vivenciadas em uma instituição educativa está a escolha por eleição

direta do dirigente escolar. Vale ressaltar que esse processo é fundamental para a

democratização da escola.

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As eleições diretas para diretores, historicamente, tem sido uma das

modalidades tidas como das mais democráticas. Porém deve ser vista como um

instrumento associado a outros na democratização das relações escolares.

Durante muito tempo os gestores de escolas em todo o Brasil passaram

pelo mecanismo tradicional de indicação feita por políticos. Acredita-se que essa

prática impulsione o diretor a articular-se apenas com os interesses do estado, uma

vez que ele não tendo sido escolhido pela comunidade, não assume compromisso

com a mesma, criando uma figura centralizada numa perspectiva burocratizada e

estática. Nesse sentido Luck (2006) faz uma crítica a esse modelo quando diz:

O trabalho do diretor escolar constituía-se sobre tudo em repassar informações, assim como controlar, supervisionar, “dirigir”, o fazer escolar de acordo com as normas estabelecidas pelo sistema de ensino. Bom diretor era o que cumpria essas obrigações plena e zelosamente, de modo a garantir que a escola não fugisse ao estabelecido em âmbito central ou em nível hierárquico superior (p. 35).

Hoje se evidencia a crença de que essa prática está ultrapassada. Acredita-

se que as eleições de diretores, tem um importante papel na diminuição ou

eliminação da sistemática influência dos agentes políticos nas nomeações de

diretores.

A expectativa criada em relação a eleição é de conseguir eliminar o

autoritarismo existente nas escolas e a falta de participação de toda comunidade

escolar nas decisões. Neste enfoque Parente citado por Luck (2006) acrescenta:

A escolha do diretor pela via de eleição direta e com a participação da comunidade vem se constituindo e se ampliando como mecanismo de seleção diretamente ligado à democratização da educação e da escola pública, visando assegurar também a participação das famílias no processo de gestão da educação de seus filhos (p. 76).

Para que a escola realmente viva a realidade participativa, é preciso que

todos se envolvam: Professores, pais, diretores, funcionários, estudantes e

comunidade. Nesse processo a articulação entre esses seguimentos criará espaços

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e mecanismos de participação que será fundamental para o exercício da democracia

e irá possibilitar a formação de indivíduos participativos críticos e criativos.

A defesa dessa modalidade vincula-se a crença de que o processo

implica na conquista das decisões sobre os destinos da escola para a própria

escola. A descentralização de poderes, por exemplo é essencial para que todos os

atores do processo se sintam co-responsabilizados nas decisões inerentes à vida

escolar.

Prioritariamente toda essa discussão deve ter como ator principal o

educando, uma vez que ele é o maior beneficiário de uma gestão democrática por

ser o sujeito de direito no processo de participação e na conquista de uma educação

de qualidade. Com base nesse discurso, podemos refletir até que ponto o processo

de democratização tem garantido efetivamente que o aluno conheça e participe das

decisões tomadas na escola.

É notória a ausência do aprendizado da democracia na formação do aluno,

uma vez que ele não tem o real conhecimento dos poderes, direitos e deveres, não

se sentindo participante ativo das decisões da escola. É preciso que esse

aprendizado seja construído coletivamente, com responsabilidade e compromisso, a

partir de um processo contínuo de mobilização, levando os alunos a refletirem sobre

o seu papel dentro da escola.

É necessário que o educando conheça seus direitos e reconheça seus

deveres, para que seja capaz de opinar e posicionar-se diante das decisões da

escola, seja ativo e consciente do que é melhor para a comunidade escolar e

busque mudanças significativas diante do processo de participação. Ele precisa ser

estimulado a participar, a expressar e manifestar seus pensamentos e opiniões para

que essa postura possa abrir caminhos na ampliação da cidadania e na efetivação

da democracia.

Sabemos que a caminhada na construção dessa gestão democrática é

normalmente lenta e gradativa, pois implica a quebra de conceitos que muitas vezes

estão arraigados a procedimentos antigos. Mas, é preciso fortalecer a democracia

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dentro da escola, elementos como a autonomia, participação e eleição direta do

diretor, são práticas que pressupõem uma gestão democrática.

Nossas inquietações em relação a gestão democrática, eleição para

diretores, surgiu da necessidade de entender como o aluno, maior beneficiário dessa

gestão se posiciona diante dessas mudanças. Partindo dessa inquietação torna-se

importante evidenciar agora a questão de pesquisa que é: Quais as compreensões

que os alunos de 7ª e 8ª série do Colégio Estadual José da Silva Marques, têm em

relação a gestão democrática-eleição direta para diretores?

Diante de tal questão podemos ressaltar o objetivo de pesquisa.

Objetivo:

Identificar quais as compreensões que os alunos do Colégio Estadual José

da Silva Marques têm em relação a Gestão Democrática – Eleição Direta para

Diretores.

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CAPÍTULO - II

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao buscarmos contribuições sobre as questões da gestão democrática

dentro das escolas públicas brasileiras, precisamos focalizar e buscar fundamentos

nos estudos daqueles que irão nos ajudar a compreender melhor sobre essa

temática. Iremos descobrir um universo de reflexões, novos elementos de análise e

de idéias, e para isso lançaremos nossos olhares na busca de aprofundamentos

teóricos.

A temática aqui abordada vem trazendo o aluno como ator principal dentro

de uma gestão democrática, mais especificamente no tocante a questão das

eleições direitas para diretores. Pretendemos compreender o que ele pensa a esse

respeito, nesse sentido iremos adentrar na discussão sobre gestão democrática –

eleição para diretores na perspectiva dos alunos de 7ª e 8ª série.

Portanto, trataremos aqui do referencial teórico dessa pesquisa, cujas

articulações serão norteadas pelas seguintes palavras-chave:

Palvras-chave: Compreensões, alunos e gestão democrática-eleição para diretores.

2.1. Compreensões

Em uma sociedade que se depara com muitos momentos de

incompreensões, é essencial buscar progressos no sentido de compreendermos

melhor o ser humano. Se queremos compreendê-lo, temos que ir além da maneira

como se revela num primeiro momento, é preciso captar sua essência a fim de

estabelecer e visualizar suas concepções, buscando desenvolver uma relação

positiva de entendimento.

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Sobre o termo compreensões pretende-se discutir e conceituar a fim de

entendermos as várias idéias e representações a que ele se refere. Iniciaremos com

o conceito de compreensões definido no dicionário Aurério (2001) que nos diz: “Ato

ou efeito de compreender; faculdade de perceber; percepção conjunto de

características de um objeto que se unificam em um conceito ou significação” (p.

169).

Como se vê então, compreensões se define como faculdade de perceber.

Essa percepção precisa ser assimilada em todos os momentos na vida do ser

humano. O que somos e fazemos dependerá de nossa capacidade de discernir o

que é essencial e o que não é, aquilo que é permanente daquilo que pode e deve

mudar com o tempo e com as circunstâncias. Trata-se de ter claro o modo como

percebemos o mundo a nossa volta e o nosso posicionamento frente a compreensão

que construímos da realidade em nossas mentes.

Gómez (1998) declara que:

Conhecemos o mundo de diferentes maneiras, desde diferentes atitudes, e cada uma das maneiras em que conhecemos produz diferentes estruturas ou representações ou de fato realidade (...). Tanto olhar como o escutar estão formados pelas expectativas, pela atitude e pela intenção (p. 59).

Morin (2005) acrescenta ainda que “A compreensão é ao mesmo tempo

meio e fim da comunicação humana. O planeta necessita em todos os momentos de

compreensões mútuas” (p. 104).

Partindo desse pressuposto, entendemos ser imprescindível a compreensão

do modo de pensar das pessoas, para que essa comunicação humana possa de fato

caracterizar o respeito ao pensamento do outro suas contradições, opiniões e

entendimentos.

Camargo (2004) traz uma grande contribuição nesse sentido:

Quando falamos em compreensão, estamos falando na possibilidade de pensar e atuar flexivelmente a partir do que se aprendeu. A compreensão do “x” implica poder pensar e atuar flexivelmente com o que se sabe de “x”.

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Portanto a compreensão não é apenas um saber abstrato e sim, um saber em ação. Podemos aprender sobre as idéias de Newton, mas só as compreendemos de fato quando agimos, sentimos e pensamos a partir dessas idéias em diversos contextos diferentes. Aprender para a compreensão exige uma cadeia de desempenhos, de compreensão de complexidade crescente (p.26).

A temática aqui abordada vem buscando entender a compreensão do aluno

frente a uma gestão democrática. Acreditamos que ele ao se posicionar

verdadeiramente como ator no processo, poderá compreender melhor a realidade e

desenvolver sua capacidade crítica, autônoma e consciente. Nesta concepção,

Alarcão (2005) acrescenta que:

Para que os cidadãos possam assumir este papel de atores críticos, situando, têm de desenvolver a grande competência da compreensão que assenta na capacidade de escutar, de observar e de pensar, mas também na capacidade de utilizar as várias linguagens que permitem ao ser humano estabelecer com os outros e com o mundo mecanismos de interação e de intercompreenção (p. 23).

Compreender é pois, assimilar o real, é perceber transformações, fazer

escolhas e interpretá-las. Sacristán (1998) em seus estudos traz uma importante

contribuição no que diz respeito a essas indagações. Ele aponta que: “Da escolha

que se faça, dependerá a compreensão que se elabora da realidade e que a forma

de atuar, a maneira de planejar, de reagir, dependem em grande medida de suas

concepções” (p.87).

Nesse sentido o aluno deve se sentir livre para agir dentro dos seus limites

estabelecidos, seguro, por saber que suas concepções são reconhecidas e

respeitadas. Para tanto é preciso buscar autonomia, conhecimento e auto-afirmação.

Neste enfoque, Gómez (1998) acredita que:

...Enquanto não se atua e experimenta, não é possível conhecer, compreender e interpretar. Também o conhecimento nos diferentes âmbitos do saber é uma poderosa ferramenta para analisar e compreender as características, os determinantes e as conseqüências do complexo de socialização reprodutora (p.22).

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A partir do momento que o aluno busca experimentar e atuar dentro do seu

processo de decisões, ele fortalece as suas escolhas e se posiciona como agente

transformador.

2.2. Aluno

Muito se tem debatido sobre a democracia dentro das escolas brasileiras,

mas dentro dessa discussão pouco se tem falado sobre a concepção do aluno a

respeito dessa temática.

Quando tratamos especificamente de gestão democrática nas escolas não

valorizamos o papel desempenhado pelos alunos. Talvez por acreditar ainda nos

modelos e práticas tradicionais que caracterizavam o aluno como um ser passivo.

Porém entendemos que essa prática já esteja ultrapassada, por acreditarmos que

ele é o ator principal no processo de democratização na escola, uma vez que ela só

funciona se o aluno ali estiver. Portanto é preciso dar mais atenção às suas escolhas

e opiniões, pois entender as compreensões dos educandos através de suas

indagações já é um passo importante para a democracia.

Para nos aprofundarmos mais no termo aluno, tecnicamente sabemos que a

definição o caracteriza como um ser instruído por outra pessoa, como Ferreira

(1986) vem trazendo:

Aluno [do lat. Alumnu, primitivamente, criança que se dava criar]. Pessoa que recebe instruções e/ou educação de algum mestre ou mestres, em estabelecimento de ensino ou particularmente, estudante, educando, discípulo. Aquele que tem escassos conhecimentos em certa matéria, ciência ou arte, aprendiz (p. 95).

Nesta concepção, percebemos o aluno como um ser estático, sem

conhecimento, incapaz de ele próprio fazer suas reflexões acerca de qualquer

situação ou conhecimento.

É preciso pois, que esse aluno seja capaz de receber sim informações e

conhecimentos, que ele possa desenvolver suas competências no modo de pensar,

observar e questionar. Precisa conscientizar-se que sua função não é só receber

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prontas as informações mas, se posicionar como um ser ativo, reflexivo e buscando

compreendê-las, processá-las e relacioná-las.

Rangel (1997) caracteriza um tipo de aluno no qual acredita ser um aluno

ideal:

Aluno “bom” pela sua condição de pessoa, de sujeito social – será então aquele que aprende a aplicar o conhecimento no interesse da construção de uma sociedade mais ou menos desigual. Uma sociedade em que o qualitativo “bom” referido a qualidade de vida se aplique igualmente, a todos os indivíduos (p. 77).

Nesse contexto acreditamos que o aluno tem um importante papel na

construção da democracia, porém ele precisa se sentir um ser social e buscar

construir uma escola mais democrática fazendo valer o comprometimento coletivo.

Também precisa-se sentir comprometido politicamente tanto dentro quanto fora da

escola, dessa forma o aluno vai saber discernir, julgar, respeitar, avaliar e chegar a

conclusão do que pode ser melhor para a sua comunidade escolar.

Assim a escola tem um papel fundamental nesse processo, uma vez que ela

deve estar preparada não somente para ensinar a ler e escrever, mas precisa

oportunizar e garantir ao educando o direito de ser crítico e participativo,

contribuindo para que se tornem sujeitos, isto é autores e senhores de suas vidas.

Isso significa criar oportunidades para que eles decidam, pensem, tornar-se livres e

responsáveis buscando ser cidadãos atuantes na sociedade a qual estão inseridos.

Nesse sentido Gómez (1998) acredita que:

O estudante é um ativo mediador de suas respostas e que o objetivo chave da educação e do ensino é provocar nele o desenvolvimento de capacidades, conhecimentos e atitudes que lhe permitam se desempenhar por si mesmo no meio em que vive (p.62).

É universal dizer que a escola precisa preparar o cidadão para a democracia

e a criticidade, mas para que isso aconteça é preciso que a participação do

educando seja estimulada, inclusive para detectar os conflitos e contradições que

existem em torno da escola, porém não basta dizer que a participação dos alunos na

gestão democrática é somente a aprendizagem da democracia, mas essa

Page 25: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

25

participação é uma condição essencial para a sua própria aprendizagem em

diversos âmbitos do saber. É preciso garantir aos alunos o direito de intervir e

interferir na organização não somente da escola, mas também dentro da sociedade.

2.3. Gestão democrática-eleição para diretores

O contexto educacional contemporâneo vem construindo de forma gradual

um novo processo de construção de gestão democrática nos sistemas públicos.

Durante muitos anos o conceito de gestão era sinônimo de administração

meramente burocrática e com características de empresas. Hoje se evidencia a

superação desse conceito. Oliveira (2005) afirma que o termo gestão deve ser

entendido de uma forma mais ampla e aberta que administração. Acrescenta ainda

que implicaria participação e, portanto traria a marca da política na escola (p. 87).

A substituição de administração escolar para gestão escolar representa uma

mudança de postura, não pode ser vista somente como a mudança da

nomenclatura, mas deve representar um novo enfoque de organização das questões

escolares, que passam a ser encaminhadas a partir dos princípios de autonomia,

participação e responsabilidade compartilhada.

Diante da necessidade do desenvolvimento de uma perspectiva democrática

de organização e funcionamento, vem se buscando adotar uma gestão democrática

nas escolas públicas. A própria legislação brasileira tem sido sensível a esse fato,

quando na constituição de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)

nº. 9394/96, já oferece condições legais para construção e efetivação dessa gestão

democrática, inclusive quando dá legitimidade à participação dos pais e de todos

que integram a comunidade.

Falar sobre gestão democrática leva-nos a refletir sobre os diversos ajustes,

inovações e contornos pelos quais passam as políticas educacionais em vigência.

Nesse enfoque Luck (2006) estabelece que:

Gestão educacional corresponde ao processo de gerir a dinâmica do sistema de ensino como um todo e de coordenação das escolas em específico, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas, para

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26

a implementação das políticas educacionais e projetos pedagógicos das escolas, compromissado com os princípios da democracia e com métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo, de participação e compartilhamento, autocontrole e transparência (p.35).

Todas essas mudanças fazem ver a educação com um olhar de esperança e

de crédito frente a tão discutida gestão democrática, que busca consolidar ações

pela participação dos representantes da escola e da comunidade e tem como

objetivo fortalecer a instituição escolar. Nessa perspectiva Luck (2006) acrescenta

que:

A promoção de uma gestão educacional democrática e participativa está associada ao compartilhamento de responsabilidades no processo de tomada de decisões entre os diversos níveis e segmentos de autoridade do sistema de ensino e de escolas. Desse modo as unidades de ensino poderiam em seu interior, praticar a busca de soluções próprias para seus problemas e, portanto, mais adequadas às suas necessidades e expectativas (p.44).

A gestão democrática exige novas formas de organização e efetivação de

ações, que estabeleçam vínculos de comprometimento de todos que vivem no

cotidiano escolar. Nesse contexto Morin citado por Luck (2006) aponta que:

O conceito de gestão resulta de um novo entendimento a respeito da condução dos destinos das organizações, que leva em consideração o todo em relação com suas partes e destas entre si, de modo a promover maior efetividade do conjunto (p.34).

Ao se falar em um novo modelo para a gestão escolar, espera-se que todos,

diretores, professores, pais e comunidade em geral, sejam os agentes

transformadores na promoção desse novo ambiente. São eles que poderão

implementar um modelo em que todos têm igual importância no desenrolar do

processo.

Acreditamos que a gestão democrática é o processo político através do qual

se discute, delibera, soluciona e encaminha ações voltadas ao desenvolvimento da

escola. Luz (2007) conceitua gestão democrática como: “Coordenação dos esforços

individuais e coletivos em torno da consecução de objetivos comuns, definidos por

uma política de ação e inspirados por uma filosofia orientadora e por todos

partilhada” (p.15).

Page 27: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

27

Este conceito de gestão nos leva a refletir como a participação acontece no

seio da escola, nas relações que se estabelecem, em como se estrutura a

co-responsabilidade e as relações de poder. Acreditamos que a participação e a

ação por ela desencadeada significa um novo conceito da realidade escolar, em que

as relações são construídas, com um objetivo comum. Nesse enfoque Luz (2007)

vem trazendo as principais vantagens de uma gestão democrática.

Comprometimento de todos os segmentos com o trabalho da escola; redução das relações manipuladoras; instalação de um clima favorável ao trabalho e aprendizagem; redução da dependência vertical e ampliação da integração horizontal pela participação conjuntas nas decisões e conseqüentemente assunção das responsabilidades, alcançando-se melhoria da qualidade do trabalho escolar (p.15).

Todas essas vantagens nos direcionam e apontam para instrumentos de

participação.

Um dos instrumentos na construção de uma escola democrática está a

eleição direta para os diretores, porém Luck (2006) faz uma reflexão bastante

pertinente quando aponta que a eleição não democratiza a escola se for vista

apenas como mais um evento. Ela declara que:

Cabe lembrar que não é a eleição em si como evento, que democratiza, mas sim o que ela representaria, como parte de um processo participativo global, no qual ela corresponderia apenas a um momento de culminância num processo construtivo e significativo para a escola. Ao se promover a eleição de dirigentes estar-se-ia delineando uma proposta de escola, um estilo de gestão e se firmando compromissos coletivos para levá-los a efeito de forma efetiva, (p.77).

A garantia de consolidação das eleições diretas para diretores deve-se

articular com outros mecanismos de participação, como por exemplo os conselhos

escolares.

Atualmente o Governo Federal através do ministério da Educação, vem

desenvolvendo ações no sentido de fortalecer a gestão democrática nas escolas

públicas. Várias discussões estão sendo abordadas em uma série de cadernos, cujo

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28

objetivo é servir de subsídio às secretarias municipais e estaduais na implantação do

programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.

Esse documento intitulado de Programa Nacional de Fortalecimento dos

Conselhos Escolares, não pretende ser um modelo a seguir, mas contribuir no

debate, aprofundamento e fortalecimento dos princípios democráticos. Dentro desse

debate o documento vem abordando os seguintes aspectos:

Caderno 1 – Conselhos Escolares: Democratização da escola e construção da cidadania; Caderno 2 – conselho Escolar e aprendizagem na escola; Caderno 3 – Conselho Escolar e o respeito e a valorização do saber e da cultura do estudante e da comunidade; Caderno 4 – Conselho Escolar e o aproveitamento significativo do tempo pedagógico; Caderno 5 – Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor; Caderno de Consulta – Indicadores da qualidade na Educação (p.8)

Todos esses temas são essenciais na construção de uma escola

verdadeiramente democrática, quando são realmente vivenciados, porém esse

material não pode se esgotar com essas discussões, mas precisa dar os primeiros

passos para garantir a efetiva participação consciente de todos aqueles que estão

envolvidos com a educação.

No tocante a gestão democrática e a escolha de diretores, diversas formas

são utilizadas no sistema educacional brasileiro como é citado no caderno 5, do

Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.

• O diretor indicado por poderes públicos (estados e municípios); • Diretor de carreira; • Diretor aprovado em concurso público; • Diretor indicado por listas tríplices ou sêxtuplas ou processos mistos; • Eleição direta para diretor (p. 33).

Porém acreditamos que as eleições diretas para diretores é o canal de

participação mais favorável na construção da democracia dentro da escola, uma vez

Page 29: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

29

que essa opção garante o processo de participação coletiva. Ela é o principio da

democratização da gestão escolar.

Paro (2001) discute e enfatiza a importância das eleições diretas para

diretores e constata a expansão e adoção desse processo eletivo como critério de

escolha em grande número de municípios e estados onde vigorava a nomeação

política (p.65). Exemplo disso podemos destacar a iniciativa do governo da Bahia

que pela primeira vez no estado adotou as eleições diretas para diretores nas

escolas estaduais, impulsionando assim um dos princípios da gestão democrática.

Porém sabemos que em relação a participação dos pais e alunos foi definida

como pouca ou nenhuma, fazendo-nos refletir quão longe ainda está a questão da

conscientização dos envolvidos no processo de democratização nas escolas

públicas.

Nesse sentido é preciso buscar um trabalho de mobilização e reflexão do

aprendizado sobre a prática da democracia na escola.

Page 30: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

30

CAPÍTULO – III

METODOLOGIA

Acreditamos que todo ato de pesquisa deve ser acompanhado de

sensibilidade, paciência e determinação. Entendemos pesquisa como um trabalho

árduo de investigação e esforço dirigido para aquisição de um determinado

conhecimento. Por meio dela o pesquisador obterá os resultados necessários acerca

do problema que está sendo estudado.

Barros e Lehfeld (1990) acrescentam que:

A pesquisa é definida como uma forma de estudo de um objeto. Este estudo é sistemático e realizado com a finalidade de incorporar os resultados obtidos em expressões comunicáveis e comprovadas aos níveis do conhecimento obtido (p.14).

Ao longo do tempo a pesquisa na área da educação foi perdendo força e

sofrendo modificações, uma vez que ela não conseguia mais explicar os fenômenos

sociais. Desta forma foram surgindo novas abordagens e diferentes metodologias

para superar as pesquisas que eram realizadas.

Dentre outras formas, surge então a pesquisa participante ou participativa,

onde o pesquisador se torna um agente ativo dentro da situação vivenciada.

Também hoje podemos utilizar entrevistas e questionários para nos aprofundar em

aspectos considerados mais relevantes de um problema de pesquisa, todas essas

formas de investigação nos fazem ver a importância do sujeito e do espaço no qual

ele está inserido para obtenção dos resultados.

Ludke e André (1986) afirmam que: “O papel do pesquisador é justamente o

se servir como veículo inteligente e ativo entre o conhecimento acumulado na área e

as novas evidências que serão estabelecidas a partir da pesquisa” (p.05). Através do

Page 31: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

31

conhecimento científico podemos verificar inúmeras descobertas, Morin (1987)

aponta que:

(...) É o conhecimento vivo que conduz a grande aventura da descoberta do universo, da vida, do homem (...) “Hoje podemos medir, pesar, analisar o sol, avaliar o número de partículas que constituem nosso universo, decifrar a linguagem genética que informa e programa toda organização” (p. 15).

Daí pois, a importância do conhecimento científico na vida do ser humano.

Acreditamos ser crucial a pesquisa na área da educação uma vez que como futuros

pedagogos precisamos entender melhor o que se passa ao nosso redor.

É nesse contexto que o presente estudo tem como principal objetivo

“Identificar as compreensões que os alunos têm de uma gestão democrática dentro

da escola, mais especificamente no tocante as eleições direta para diretores”. Esta

pesquisa foi realizada no Colégio José da Silva Marques com alunos de 7ª e 8ª série

do Ensino Fundamental. Para o estudo do tema proposto foi utilizado a abordagem

qualitativa de pesquisa em educação.

3.1. Tipo de pesquisa

Para conhecermos o universo dos sujeitos e verificar os possíveis resultados

da pesquisa é necessário recorrer ao eixo teórico metodológico. Por meio dele

podemos nos apropriar de evidências que serão desencadeadas durante todo o

trabalho.

Por se aplicar a pesquisa no campo educacional e pelo fato de ser

específica das ciências sociais e humanas, iremos recorrer à abordagem qualitativa,

que será norteada pela técnica da entrevista semi-estruturada e o questionário

fechado.

Bogdan e Biklen (1982) trazem uma importante contribuição quando afirmam

que “A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongando do pesquisador

com o ambiente e a situação que está sendo pesquisada. Nesses estudos há

sempre uma tentativa de capturar a perspectiva dos participantes” (p.32).

Page 32: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

32

Dadas essas características enfatizarei nessa metodologia as

compreensões, destacando e valorizando as informações dos sujeitos pesquisados.

3.2. Lócus

O lócus é uma importante unidade que possibilita ao pesquisador uma ampla

reflexão e fortalece o desenvolvimento da pesquisa, ele ajuda na compreensão do

problema que está sendo estudado. Sendo assim, nosso lócus de pesquisa foi o

Colégio Estadual José da Silva Marques, que fica localizado na Praça Getúlio

Vargas no município de Campo Formoso-BA.

Sua estrutura física é composta por 05 (cinco) salas de aula, 04 (quatro)

banheiros 01 (uma) sala de secretaria 01 (uma) sala de informática, 01 (uma)

cantina e 01 (uma) quadra de esporte.

Nessa instituição de ensino são oferecidos os cursos, ensino fundamental II

e médio EJA (Educação de Jovens e Adultos) nos turnos matutino, vespertino e

noturno.

Nos recursos humanos o colégio é composto por: 1 (uma) diretora 1 (uma)

vice-diretora, 03 (três) assistentes administrativos 13 (treze) professores e 04

(quatro) auxiliares de serviços gerais.

É um colégio da rede estadual de ensino e tem aproximadamente 570

alunos na faixa etária entre 09 e 50 anos, é contemplado com o PPP – Projeto

Político Pedagógico, que na primeira versão foi criado pela diretora da escola e hoje

revisado e elaborado coletivamente, também é contemplado pelo Regimento Interno

da escola.

A escola foi escolhida como lócus, por percebemos os primeiros passos

rumo ao processo democrático, uma vez que sendo ela uma instituição do estado foi

adotado pela primeira vez as eleições diretas para diretores.

Page 33: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

33

A escolha do lócus se deu a partir da inquietação de buscar entender o que

os educandos dessa Instituição de Ensino pensam a respeito da eleição para

diretores, como eles compreendem esse processo de democracia dentro da escola e

se de fato se sentem como seres participantes nas decisões inerentes a vida

escolar. Daí pois, a importância da escolha desse lócus para obtenção dos

resultados de nossas indagações.

3.3. Sujeitos

O sujeito dá várias possibilidades ao pesquisador. Sua figura é de

fundamental importância nesse processo de pesquisa, pois é através de sua

participação que iremos alcançar uma grande parte das respostas das diversas

questões levantadas.

Constituíram sujeitos da pesquisa 20 alunos de 7ª e 8ª série do Colégio

Estadual José da Silva Marques. A importância de se conhecer e pesquisar os

alunos da rede estadual de ensino se deu pelo fato de que, os mesmos já tendo

passado pelo processo de eleição direta dentro da escola poderiam elucidar para

nós suas compreensões a respeito dessa temática.

3.4. Instrumentos de coleta de dados

Os instrumentos de coleta de dados são essenciais para o desenrolar de

uma pesquisa que segue uma abordagem qualitativa, pois é por meio deles que são

coletadas as informações que dão suporte a um estudo mais amplo e profundo.

Neste contexto nossa coleta de dados foi norteada primeiramente pelo questionário

fechado que nos ajudou a traçar o perfil dos nossos sujeitos. Nesse sentido Barros

(2000) traz algumas vantagens quanto a sua aplicação:

O questionário possibilita ao pesquisador abranger o maior número de pessoas e informações em curto espaço de tempo do que outras técnicas de pesquisa; O questionário pode garantir o anonimato, consequentemente maior liberdade nas respostas, com menor risco de influência do pesquisador sobre elas (p. 91).

Page 34: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

34

Outro instrumento importantíssimo que irá nos ajudar na coleta de dados é a

entrevista semi-estruturada que representa um dos instrumentos básicos dentro

dessa perspectiva de pesquisa. Marconi e Lakatos (1996) acrescentam que:

A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social (p. 84).

Tal instrumento tem uma grande vantagem sobre outras técnicas por permitir

uma captação imediata da informação desejada. Como explica Goode e Hatt (1968):

Como se realiza cada vez de maneira exclusiva, seja com indivíduos ou com grupos, a entrevista permite correções, esclarecimentos e adaptações que a tornem sobremaneira eficaz na obtenção das informações desejadas. Enquanto outros instrumentos têm seu destino selado no momento em que saem das mãos do pesquisador que os elaborou, a entrevista ganha vida ao se iniciar o diálogo entre o entrevistador e o entrevistado (p. 158).

Diante disso acreditamos ser essencial esses instrumentos, uma vez que

através deles podemos ter clareza nos resultados.

3.5. Etapas

Este estudo monográfico foi realizado seguindo algumas etapas: Em

primeiro lugar nos dirigimos ao Colégio Estadual José da Silva Marques com a

finalidade de apresentar a pesquisa à Direção da Escola e manter o primeiro contato

com os alunos de 7ª e 8ª série. A escolha desses alunos se deu pelo fato de que os

mesmos já teriam passado pelo processo de votação dentro da escola no ano

anterior e sendo eles de uma série mais elevada teriam uma maior maturidade para

responder aos nossos questionamentos.

No segundo momento fizemos a aplicação do questionário fechado, para

que pudéssemos conhecer melhor o sujeito e finalizando adentramos no universo da

entrevista semi-estruturada com todos os sujeitos que foi um dos pontos básicos na

construção dos resultados da pesquisa.

Page 35: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

35

A partir do questionário fechado foi traçado o perfil sócio-econômico dos

alunos da entidade escolar, onde através de uma amostragem de 20 discentes

pudemos visualizar melhor os resultados das questões levantadas.

Page 36: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

36

CAPÍTULO IV

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Diante de inquietações e indagações em buscar compreender melhor a

temática aqui abordada e mais especificamente entender a visão dos alunos nesse

processo democrático, a análise dos dados vem abrir o leque dessa discussão, uma

vez que seu objetivo é contribuir no aprofundamento das questões levantadas e

identificar a realidade pesquisada.

O desenvolvimento da presente pesquisa contou com a participação de 20

alunos com faixa etária entre 14 e 21 anos que estudam no turno matutino do

Colégio Estadual José da Silva Marques no município de Campo Formoso-BA. Essa

pesquisa aconteceu no período de 9 a 16 de março de 2009.

4.1. Dos alunos

Os alunos pesquisados terão seu perfil traçado através de gráficos que

constará de: idade, sexo, escolaridade, renda familiar, meios de informações que

utilizam e motivo pelo qual exercem o voto, sendo que através desses dados

conheceremos melhor os sujeitos de pesquisa e conseqüentemente suas

compreensões.

4.2. Análise do questionário fechado: Quem são os sujeitos de pesquisa.

4.2.1. Faixa etária

Page 37: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

37

Em relação a idade, foram selecionados aqueles que tinham idade igual ou

superior a 14 anos por já estarem aptos a votar segundo o estabelecido no

regulamento no Art. 8º, Decreto nº 11-218 de 18/09/08 conforme o processo seletivo

para dirigentes escolares da rede estadual de ensino do Estado da Bahia, publicado

no D.O.E. (Diário Oficial do Estado). Diante dos dados obtidos no questionário,

verificou-se que os alunos na sua maioria tem na sua faixa etária entre 14 e 17 anos,

correspondendo assim um percentual de 90%, e 10% tem entre 18 e 21 anos.

Dessa forma notamos que a relação idade/série está mais ou menos

correspondente, não evidenciando assim um alto índice de defasagem.

4.2.2. Sexo

Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009

Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009

Page 38: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

38

Dos 20 estudantes que responderam ao questionário constatou-se que 5

eram do sexo masculino, correspondendo assim um percentual de 25%. Outra parte

de 15 alunos era do sexo feminino dando um percentual de 75%.

4.2.3. Escolaridade

A proposta da pesquisa era realmente de investigar duas séries diferentes

com a mesma quantidade de alunos. Acreditamos que os resultados seriam mais

abrangentes uma vez que entraríamos em duas classes diferentes, com idades e

nível de maturidade diferenciada, diante disso, dos 20 alunos pesquisados 10 foram

de 7ª série e 10 de 8ª série dando um percentual de 50% para cada série

pesquisada.

4.2.4 Renda Familiar

Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009

Page 39: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

39

As informações obtidas através do questionário constatou que a renda

familiar mensal dos alunos está distribuída da seguinte forma: Dos 20 alunos

pesquisados 09 (nove) de suas famílias recebem como renda mais de 1 salário

mínimo, correspondente a 45%. 07 (sete) famílias recebem 1 salário mínimo que dá

um percentual de 35% e a outra parte são 04 (quatro) famílias que recebem até

meio salário mínimo, correspondendo assim aos 20%.

4.2.5. Meios de Informações

Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009

Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009

Page 40: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

40

Diante da temática aqui abordada, acreditamos ser imprescindível a

utilização de fontes de informações por parte dos alunos nas questões relacionadas

ao cotidiano escolar. Assim sendo, procuramos saber quais os meios de obter

informações que eles utilizam. Constatou-se que dos 20 discentes pesquisados 08

(oito) buscam se informarem através da TV e internet, dando um percentual de 40%

deles. 05 (cinco) dos alunos utilizam TV, rádio e internet, correspondendo assim a

25%. Outros 03 (três) alunos mantém-se informado através da TV, livro, rádio e

internet dando um percentual de 15%. 02 (dois) dos alunos utilizam TV, revistas,

rádio e internet, correspondendo a 10% e os 02 (dois) últimos utilizam TV, revistas,

rádio, jornal e internet dando também um percentual de 10%.

Percebemos aqui que dentre todos os alunos pesquisados, foi unânime a

presença da TV e internet em suas vidas como meio de obter informações.

4.2.6. Motivo pelo qual exercem o voto

Diante de uma discussão sobre gestão democrática tivemos curiosidade de

saber os motivos pelos quais os jovens votantes vão até as urnas para eleger os

seus governantes.

Percebemos que na sua maioria vão para exercer a cidadania, pois foi a

resposta dos 16 alunos entrevistados no universo dos 20 pesquisados, dando um

percentual de 80%, enquanto que 03 (três) deles responderam que nenhuma das

Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009

Page 41: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

41

alternativas, nem para exercer a cidadania e nem por obrigação. Somente 01 (um)

aluno respondeu que ia as urnas por obrigação, dando um percentual de 05% dos

entrevistados.

4.3. Análise das entrevistas semi-estruturadas

Passado o primeiro contato com os alunos e a aplicação do questionário

fechado, chegou então o momento crucial da pesquisa: A entrevista semi-

estruturada que oportunizou um maior contato com os sujeitos envolvidos. A

realização dos encontros foi feita de forma individual o que proporcionou um melhor

entendimento de suas compreensões, como afirma Marconi e Lakatos (1996) “Trata-

se, pois, de uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica;

proporciona ao entrevistado, verbalmente, a informação necessária” (p.84).

Dessa forma foi realizada a entrevista que obteve os resultados que serão

apresentados a seguir:

Na análise das entrevistas semi-estruturadas buscamos solidificar alguns

eixos norteados segundo a nossa temática:

1. O que o aluno compreende por democracia e se acredita ser importante sua

utilização dentro da escola.

2. A utilização do voto para a escolha do diretor e se acha que a eleição dentro

da escola é importante.

3. Se já estão preparados para escolher o diretor de sua escola e quais as

pessoas que teriam melhores condições de trabalho com a eleição.

4.3.1. Concepção de democracia e sua utilização dentro da escola.

Dos 20 (vinte) alunos entrevistados 08 deles compreendem o que seja

democracia e sua importância dentro da escola. Notamos em suas palavras

Page 42: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

42

coerência e entendimento sobre essa temática, como podemos comprovar no

discurso do al1.

“Eu entendo por democracia ter liberdade de escolher os nossos próprios governantes e acredito que é importante existir dentro da escola porque precisamos exercer os nossos direitos e saber o que é bom para a nossa escola”.

O al2 vai mais além em sua resposta. Ele acredita que:

É importante sim, pois a democracia “abre” as portas aos estudantes em geral para poderem divulgar suas opiniões e críticas com responsabilidades.

Continuando o al3 acrescenta que:

“É a oportunidade que a pessoa tem de escolher alguém que ela julgue capaz de lhe representar e que todos devem se responsabilizar pelo seu voto”.

Ficou claro, pelos depoimentos dos alunos que a democracia é algo que

pode ser vivenciada na escola e que é de suma importância para o fortalecimento de

seus direitos e deveres.

As respostas aqui expressas nos apontam para a realidade vivenciada pelos

sujeitos no âmbito escolar, que de forma consciente e responsável buscam caminhar

rumo às práticas democráticas.

Neste enfoque Bastos (2001) vem trazendo uma importante contribuição.

A gestão democrática da escola pública deve ser incluída no rol de práticas sociais que podem contribuir para a consciência democrática e a participação popular no interior da escola. Esta consciência e esta participação, é preciso reconhecer, não tem a virtude de transformar a escola numa escola de qualidade, mas tem o mérito de implantar uma nova cultura na escola: a politização, o debate, a liberdade de se organizar (p. 22).

É essencial pensar nessas indagações e visualizar o aluno como sujeito de

transformação dentro da escola, visando a sua participação ativa e consciente.

Ainda nesta concepção o al4 acredita que:

___________________ al: Termo utilizado para identificar o aluno

Page 43: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

43

“Temos que lutar pela democracia dentro da escola.

O al5 afirma:

“Sem a democracia, a escola vai continuar parada no tempo”.

Como análise preliminar sobre democracia e sua importância dentro da

escola podemos perceber que nos discursos expostos até aqui existe uma

consonância entre o que a temática vem trazendo e o que os sujeitos acreditam.

Porém percebemos também o distanciamento na compreensão da temática por

parte da maioria dos alunos entrevistados, como podemos verificar:

Já ouvi falar, mas na verdade não sei o que é democracia (al6)

Não acredito que a democracia precise ser praticada na escola, pois não adiante, aqui é lugar de receber ordens e mais ordens (al7)

Democracia é fazer tudo que a gente quer sem ninguém impedir (al8)

Continuando o al8 acredita que:

A democracia é uma coisa distante da escola (al9)

A democracia é todos darem opiniões, então se todos derem cada um a sua opinião, a escola vai virar uma bagunça só. (al10) Acho que a escola não é lugar para eleição é lugar para assistir aula e passar de ano (al11)

Também analisando os discursos aqui citados podemos ver quão longe

ainda está a compreensão real da democracia dentro da escola por parte de alguns

dos sujeitos pesquisados.

Vale ressaltar que é preciso buscar meios de mobilização dentro da escola,

assim como também dentro da sala de aula, para que os alunos possam

compreender melhor o seu papel como agente transformador dentro de uma gestão

democrática. Neste sentido Bastos (2001) acredita que:

Page 44: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

44

Enquanto a democracia não chega ao trabalho de sala de aula, a escola não pode ser considerada democrática. A sala de aula não é só lugar do conteúdo, é também o lugar da disputa pelo saber, é o lugar da construção da subjetividade, e o lugar da educação política (p. 25).

Dessa forma acreditamos que o aluno pode compreender, vivenciar e

analisar melhor o que seja democracia e sua utilização dentro da escola.

4.3.2. Concepção sobre a utilização do voto e a eleição para diretor.

Ao analisarmos todos os entrevistados com relação a esses

questionamentos, percebemos que na sua maioria não exerceram o direito do voto e

não acharam tão importante a eleição dentro da escola, mesmo aqueles alunos que

reconhecem o valor da democracia se posicionaram como acomodados nesse

processo por acreditar que a escola vai bem e por isso não precisaria do seu voto.

Outros fatores que contribuíram para que alguns alunos não comparecessem no dia

da eleição foi a falta de divulgação dentro da escola e até o processo tímido da

campanha da única candidata que estava concorrendo ao pleito.

Nessa perspectiva podemos confirmar essas indagações nas falas dos al1,

al2, e al3.

“Bom, eu sei que é importante a eleição na escola, mas acho que nesse momento não precisamos utilizar, por que a nossa diretora vem fazendo um trabalho bom. Acho que tendo a eleição agora, alguns alunos que não gostam de disciplina ou porque teve alguns atrito com diretora, pode querer votar contra ela por causa de motivos pessoais e não pela forma do seu trabalho (al1)

Eu não utilizei meu voto por que achava que sendo somente uma candidata votar ou não, não faria diferença (al2)

Acredito que todos nós precisamos nos responsabilizar pelo nosso voto como já disse antes, mas se só tinha uma candidata nós não tínhamos muito o que escolher (al3)

Como vemos o processo de eleição nessa instituição aconteceu de forma

tímida e sem muitas expectativas, talvez pelo fato de ser somente uma candidata e

também por ter acontecido pela primeira vez, não despertando o interesse dos

alunos, como vem explicitado nas fala do al7 e al8.

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Há, não utilizei o meu voto por que não achei que seria importante não quis votar por que tinha outras coisas para fazer (al7)

Nunca tinha escutado falar em eleição para diretores de escolas e achei que não ia dá certo, por isso não fui votar (al8)

Diante dos discursos citados acima, percebemos a falta de conscientização

por parte desses alunos a respeito da utilização do voto, e até a ausência de

esclarecimento do percentual mínimo de votantes, podendo ser anulada a eleição

caso os votos nulos superassem os votos válidos, segundo o regulamento o

processo seletivo em unidades escolares da rede pública estadual, a eleição só teria

validade se a participação mínima por seguimento fosse distribuída da seguinte

forma: 50% (cinqüenta por cento) do seguimento servidor, 30% (trinta por cento) de

estudante e 30% (trinta por cento) pai ou responsável. Nesse sentido percebemos

que a maioria dos alunos não estavam bem informados a esse respeito o que

resultou a essas indagações aqui explicitadas, demonstrando assim um obstáculo

na construção de uma escola democrática. A esse respeito Paro (1997) afirma que:

A participação da comunidade na escola, como todo processo democrático é um caminho que se faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de se refletir previamente a respeito dos obstáculos e potencialidades que a realidade apresenta para a ação. (p. 17)

É preciso que haja uma mudança significativa da postura por parte de alguns

educandos na forma de ver a eleição dentro da escola, que se sintam responsáveis

pelas decisões e sejam capazes de vivenciar uma gestão coletiva.

4.3.3. Preparação para escolha do diretor e condições de trabalho.

Constatou-se nesse estudo que são diversas as concepções que os alunos

têm a essas indagações. Alguns deles declaram com firmeza não estarem

preparados ainda para escolher a diretor de sua escola por não compreenderem

bem todo esse processo. Como podemos constatar em algumas falas:

Acreditamos que a maioria dos alunos da nossa escola não tem esclarecimento sobre a eleição para diretor e acho que todas as pessoas poderiam ter melhores condições de trabalho se pudessem dar suas opiniões. Mas eu particularmente me acho preparada para exercer o meu voto e escolher o meu diretor ou diretora (al1)

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Acho que foi tão rápido essa questão de eleição que não nos prepararam para esse processo. (al6)

Não levei muito a sério isso(al7).

Durante muito tempo o diretor era colocado pelos políticos, acho que temos muito que aprender com essa nova forma de escolher diretores(al8).

Não estamos ainda preparado para eleição na escola, mas acho que todos da escola poderiam sair ganhando com a eleição (al9).

Acho que quem tem que escolher o diretor são os professores, por que entende mais do que nós e eles mesmo iam ter melhores condições de trabalho (al10).

Todos esses discursos nos apontam para alguns alunos passivos que não

tem consciência do seu papel dentro da escola, e que precisam ter clareza para agir

com segurança e respeito, desenvolvendo dessa forma sua participação ativa no

processo democrático dentro da escola. Acreditamos que essa democracia é um

passo importante para a cidadania, pois não há cidadania sem democracia.

Pode-se dizer que a cidadania, assim como a democracia é,

essencialmente, consciência de direitos e deveres, é liberdade de expressão, de

votar e de participar. Todos esses pontos precisam ser aprendidos na escola para

que possam ser exercidos também fora dela. Como podemos não entender de

política dentro da escola, se fora dela somos chamados a participar? A escola

precisa trabalhar no sentido de formar cidadãos conscientes, capazes de criticar a

realidade, atuando na busca de mudanças significativas e participando das decisões

tanto dentro como fora dela. Nesse sentido Gadotti (2001) afirma que: “A

participação e a democratização num sistema público de ensino é a forma mais

prática de formação para cidadania. A educação para a cidadania dá-se na

participação no processo de tomada de decisão” (p. 49).

É preciso pois, a participação do cidadão na transformação não somente da

escola, mas também da sociedade na qual está inserido. Nesse sentido a escola é

responsável pela promoção do desenvolvimento desse indivíduo, sua função é

assegurar essa apropriação e a construção das condições subjetivas, como

aspectos essenciais do exercício da cidadania. Portanto, a escola no cumprimento

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de sua função, precisa preparar o cidadão para se posicionar de forma crítica e

inovadora no seu tempo e lugar.

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CONCLUSÃO

Ao longo dos anos no contexto da educação brasileira vem se buscando dar

uma atenção especial no tocante às questões educacionais. Nesse sentido foi

elucidado aqui de forma mais abrangente o processo de participação dos alunos do

Colégio Estadual José da Silva Marques em Campo Formoso-BA, assim como, sua

formação cidadã dentro de uma sociedade em transformação.

Sabemos que a educação é um processo em construção e para que essa

construção seja realmente sólida, faz-se necessário a participação de todas as

pessoas envolvidas no processo.

As discussões e estudos feitos sobre o tema, Gestão democrática na

perspectiva do aluno: eleição para diretores foram frutos de pesquisas, projetos e

inquietações, assim como da necessidade de compreender como a escola pública

pode ser democrática se não reconhece o aluno como principal sujeito de

participação.

Assim sendo a relevância do presente trabalho concentrou-se na visão do

aluno, de como ele compreende a eleição, a democracia e a participação dentro da

escola.

Constatou-se nesse estudo que a participação dos alunos nas decisões da

escola ainda acontece de forma passiva, talvez porque o processo de eleição tenha

acontecido pela primeira vez, dificultando na informação e instrução dos sujeitos

pesquisados. Verificou-se também que suas concepções estão distante do real

contexto que essa temática vem trazendo, uma vez que foi explicitado nos

depoimentos dos entrevistados a ausência, o despreparo e a falta de conhecimento

no tocante a participação e conseqüentemente no processo de eleição dentro da

unidade escolar.

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Os resultados obtidos aqui, permitiu-nos perceber que ainda há muito o que

fazer dentro da escola em relação ao aprendizado da democracia e a participação

dos alunos, assim como, a promoção do seu desenvolvimento como cidadãos ativos

que participem plenamente da vida social. Nesse sentido é preciso trabalhar a

conscientização e a mobilização dos educandos para que esse aprendizado de fato

aconteça.

Acreditamos que este trabalho nos deu oportunidade de aprofundar nossos

conhecimentos em relação a temática e esperamos que esse estudo possa ser

utilizado como fonte de informações e desperte novas investigações, para que

possamos continuar a galgar transformações significativas no campo da educação

brasileira.

Assim cabe a escola cumprir suas funções básicas, que além de garantir a

aprendizagem de conteúdos e habilidades precisa também preparar o educando

para a inserção social, buscando dessa forma construir uma escola mais eficiente,

onde os alunos tenham possibilidades de serem mais autônomos, críticos e

cidadãos.

É preciso pois, modificar e rever as formas de como vem sendo feito a

gestão democrática dentro das instituições de ensino, para que de fato as

informações cheguem até os alunos de forma clara e objetiva, assim a escola tem

um papel fundamental na implantação de uma gestão democrática, que precisa dá

mais atenção a formação de um sujeito que é solicitado a agir e a refletir dentro de

uma sociedade em transformação.

Page 50: Monografia Gilmara Pedagogia 2009

50

REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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QUESTIONÁRIO – FECHADO

Caro (a) aluno(a)

Esse questionário é um procedimento metodológico relativo a pesquisa

monográfico do curso de pedagogia - UNEB (Universidade do Estado da Bahia).

Contamos com sua disponibilidade e colaboração para realização da nossa

pesquisa, sendo que manteremos sigilo quanto à autoria das idéias externadas. Não

precisando ser assinado.

Desde já agradecemos a sua participação.

QUESTIONÁRIO 1 – PERFIL DOS SUJEITOS DA PESQUISA

1. 1. Faixa etária

( ) 14 a 17 anos

( ) 18 a 21 anos

( ) 22 a 25 anos

( ) 26 a 29 anos

( ) mais de 29 anos

1.2. Sexo

( ) Masculino ( ) Feminino

1.3. Escolaridade

( ) 7ª Série do Ensino Fundamental ( ) 8ª Série do Ensino Fundamental

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1.4. Renda Familiar

( ) Até meio salário mínimo

( ) Um salário mínimo

( ) Mais de um salário mínimo

1.5. Que meios de obter informações você utiliza?

( ) Rádio ( ) TV ( ) Jornal

( ) Revistas ( ) Livro ( ) Internet

1.6. Caso já seja votante nas eleições para prefeitos, governadores e

presidente, qual o motivo pelo qual você exerce seu voto?

( ) Por obrigação ( ) Para exercer a cidadania ( ) Nenhuma das

alternativas

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PARTE 2 – ENTREVISTA

2.1. O que você entende por democracia? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.2. Você acha que é importante existir democracia dentro da escola? Por quê?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2.3. Você já utilizou o voto para escolher o diretor de sua escola? Justifique

sua resposta?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2.4. Você acha que a eleição para diretor dentro da escola é importante? Por

quê?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2.5. Você acha que o aluno já esta preparado para escolher o diretor de sua

escola? Por quê?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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2.6. Diante da eleição do diretor na escola, quais as pessoas que você acha

que terão acesso a melhores condições de trabalho?

( ) Alunos ( ) Professores ( ) Funcionários ( ) Diretor

( ) Pais de alunos ( ) Todas as alternativas