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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONTROLE DE INFECÇÃO
HOSPITALAR
ROXEANE MARTINS MONTEIRO
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA QUALIDADE DE LUVAS PARA PROCEDIMENTOS NÃO CIRURGICOS UTLIZADAS COMO
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
FORTALEZA
2007

ii
ROXEANE MARTINS MONTEIRO
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA QUALIDADE DE LUVAS PARA
PROCEDIMENTOS NÃO CIRURGICOS UTLIZADAS COMO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Controle de Infecção Hospitalar do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará para a obtenção do título de Especialista.
Orientador (a) Ms. Olga Vale Oliveira Machado
FORTALEZA
2007

iii
Roxeane Martins Monteiro
Monografia apresentada ao curso de Pós-Graduação em Controle de Infecção Hospitalar do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista em Controle de Infecção Hospitalar.
Aprovada em: —/—/—
BANCA EXAMINADORA
...........................................................
Profa. Ms Olga Vale Machado (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará-UFC
...........................................................
Profª.
..........................................................
Prof.

iv
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado aos meus filhos Marcos Antônio Fº e Igor, parceiros nesta jornada
Ao meu pai Luiz (in memorium) meu primeiro mestre.

v
AGRADECIMENTOS
À Deus criador de todas as coisas por ter permitido a realização deste trabalho. Aos meus pais, Luiz (in memorium) e Alda que me deram a honra de tê-los como pais, pelos incentivos que me ajudam a concretizar os meus objetivos. As minhas irmãs, Rosa, Rosangela e Roberta amigas de todas as horas pelas palavras de estímulos sempre que necessário. Aos meus filhos Marcos e Igor pelo carinho e compreensão em todos os momentos. À professora Ms Olga Vale Oliveira Machado, orientadora desta monografia pelo apoio e incentivo na realização deste trabalho.
A Sidsayde Costa Pereira, técnico do laboratório de controle de Qualidade da Universidade de Fortaleza, pela sua colaboração. À Profa. Dra. Raimunda Sâmia Nogueira Brilhante, professora do Departamento de Patologia e Medicina Legal da Universidade Federal do Ceará pelo apoio na identificação dos fungos isolados. À Farmacêutica Tânia Mara Lopez da Cunha Bahr, gerente de assuntos regulatórios da Fresenius Kabi Brasil, pelas informações valorosas. À professora Doutora Maria de Fátima Sousa coordenadora desde curso, pelos conselhos bem colocados. As colegas Marta Freitas e Claudete Costa pela colaboração na obtenção das amostras. A Cynthia Roberta Teles Martins Rolim pela formatação deste trabalho. A todos os professores e colegas do curso pelos momentos compartilhados.

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Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada, Três tipos de idealistas e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito, Porque desejo impossivelmente o possível
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser...
Fernando Pessoa

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RESUMO
Objetivo: Avaliar a qualidade microbiológica de luvas de látex para procedimento não estéreis; Enumerar os microrganismos viáveis nestes produtos; observar se os valores encontrados estão entre os referenciados pela Farmacopéia Brasileira; pesquisar a presença de microrganismos patogênicos; identificar os microrganismos isolados. Materiais e Métodos: Foram analisadas 25 caixas de luvas de látex de oito marcas diferentes. O método utilizado para contagem de microrganismos viáveis foi o pour plate ou semeadura em profundidade Em produtos não estéreis devem estar ausentes células viáveis de Salmonella sp, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. A identificação dos microrganismos foi realizada pela coloração de Gram, kit Bactray® e meios seletivos. Todas as análises foram realizadas em cabine de fluxo laminar. Resultados: Entre as amostras analisadas 48% estavam contaminadas por microrganismos. Na contagem de microrganismos viáveis a amostra da marca D apresentou 145 UFC/g de fungos e/ou leveduras na contagem de microrganismos viáveis. Para estes produtos o valor de referência para fungos ou leveduras é de 102 UFC/g. Entre as espécies bacterianas foram identificadas Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus além d outros microrganismos como: Bacillus cereus, Aspergillus flavus, Acinetobacter sp, Staphylococcus sp. Conclusões: 48% das amostras estavam contaminadas e bactérias patogênicas foram isoladas, portanto o uso de luvas de látex não estéreis não é seguro, pois podem colaborar com aparecimento de infecções em pacientes, em profissionais da saúde ou ambos.

viii
ABSTRACTS
Purpose: To evaluate the microbiologic quality of no sterility latex gloves for procedures; To enumerate the viable microorganism in this products; To observe if the found values are between the values refered by Pharmacopeia Brasileira; Search for pathogenic microorganisms. Materials and Methods: Were analyzed 25 latex gloves boxes from eight different marks. The method utilized for enumeration of viable microorganisms was pour plating and the viable cells of Salmonella sp, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa and Staphylococcus aureus must be absent. The microorganisms identification was made by Gram stain, bactray® kits and selective medium. All analyses were realized in laminar flow cabinet. Results: Among the analyzed samples 48% were contaminated by microorganism. In the counting of viable microorganism the sample D showed 145 UFC/g of fungi or yeast. For this products the reference value for fungi or yeasts is 10 2 UFC/g. Among bacterial strains were identified Pseudomonas aeruginosa and Staphylococcus aureus beyond others microorganisms like Bacillus cereus, Aspergillus flavus, Acinetobacter sp, Staphylococcus sp. Conclusions: In 48% of samples were contaminated and the pathogenic bacteria were identified so isn’t safe to use no sterility latex gloves because they can collaborate for infections in patients, health workers or both.

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LISTA DAS FIGURAS
PAG.
FIGURA 1 – TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO SIMPLES ....................................... 10 FIGURA 2 – TÉCNICA DE FRICÇÃO ANTISSÉPTICA....................................... 13 FIGURA 3 – TÉCNICA DE ANTISSEPSIA CIRURGICA..................................... 14 FIGURA 4 – SITUAÇÕES RELATIVAS AO USO DE LUVAS.............................. 18 FIGURA 5 - LUVAS DE PROCEDIMENTOS EMBALADAS EM CAIXAS DE
PAPELÃO.......................................................................................... 39
FIGURA 6 – IDENTIFICAÇÃO DA FLUORESCÊNCIA DE Pseudomonas aeruginosa ISOLADA EM AMOSTRA DE LUVAS DE PROCEDIMENTO..............................................................................
43
FIGURA 7 – COLÔNIA DE S aureus ISOLADA EM LUVAS DE PROCEDIMENTO..........................................................................
43
FIGURA 8 – Aspergillus flavus ISOLADO DE LUVAS DE PROCEDIMENTO 44 FIGURA 9 - DISTRIBUIÇÃO DAS AMOSTRAS CONTAMINADAS EM
RELAÇÃO AO LOCAL DE OBTENÇÃO..........................................
45

x
LISTA DAS TABELAS PAG. TABELA 1 – ÍNDICE DE LUVAS DESCARTÁVEIS PERFURADAS........... 28 TABELA 2 – AMOSTRAS DE LUVAS DE PROCEDIMENTO QUE
APRESENTARAM CONTAMINAÇÃO POR MICRORGANISMOS................................................................
40
TABELA 3 – CONTAGEM DE MICRORGANISMOS VIÁVEIS..................... 41 TABELA 4 – AMOSTRAS QUE APRESENTARAM CRESCIMENTO DE
BACTÉRIAS E/OU FUNGOS................................................... 42

xi
LISTA DAS SIGLAS E ABREVIATURAS CDC – Centers for Disease Control
ANVISA – Agência de Vigilância Sanitária
WHO – World Health Organization
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
FDA – Food and Drug Administration

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SUMÁRIO PAG Resumo.................................................................................................................. vii Abstract.................................................................................................................. viii Lista das Figuras.................................................................................................... ix Lista das Tabelas................................................................................................... x Lista das Siglas e Abreviaturas............................................................................. xi 1– Introdução......................................................................................................... 1 2 – Objetivos.......................................................................................................... 4 3- Revisão de Literatura......................................................................................... 5 3.1 – Histórico........................................................................................................ 5 3.2 – Lavagem das mãos e o controle de infecções............................................. 8 3.3 – O advento das luvas cirúrgicas..................................................................... 16 3.4 – O látex e a produção de luvas...................................................................... 19 3.5 – A contaminação microbiana em produtos correlatos.................................... 21 3.5.1 – Contaminação de matéria-prima.............................................................. 21 3.5.2 – Contaminação em equipamentos.............................................................. 22 3.5.3 – Contaminação do ambiente produtivo....................................................... 22 3.5.4 – Contaminação dos operadores.................................................................. 23 3.5.5 – Contaminação dos materiais de embalagens............................................ 23 3.5.6 – Transporte e armazenamento................................................................... 24 3.6 – As boas práticas de fabricação no controle da contaminação..................... 27 3.7 – A qualidade das luvas de látex..................................................................... 28 3.8 – Avaliação microbiológica de produtos não estéreis...................................... 31 3.9 – Legislação..................................................................................................... 34 4 – Metodologia..................................................................................................... 36 4.1- Amostra.......................................................................................................... 36 4.2 – Material......................................................................................................... 36 4.3 – Métodos........................................................................................................ 36 4.4 – Procedimentos.............................................................................................. 37 4.5. – Análise estatística........................................................................................ 38 5. – Resultados...................................................................................................... 39 6 – Discussão........................................................................................................ 46 7 – Conclusão........................................................................................................ 49 8– Referências Bibliográficas................................................................................ 50 9 – Anexos............................................................................................................. 57

1
1. INTRODUÇÃO
As infecções hospitalares constituem um grande problema na assistência
em saúde, já que são as mais freqüentes e importantes complicações ocorridas em
pacientes hospitalizados. No Brasil aproximadamente 5% a 15% dos pacientes
internados contraem alguma infecção hospitalar. Esta incidência ocorre em média
entre 5 a 10 dias após o período de internação (SHITANI et al, 2006).
O controle de infecção baseia-se em medidas que engloba o
conhecimento dos mecanismos de transmissão aliados a ampliação dos métodos
diagnósticos laboratoriais (WENZEL, 1995; PITTET; WENZEL, 1995). A prevenção
das infecções hospitalares deve constituir o objetivo de todos os profissionais de
saúde, daí a necessidade de recursos materiais e protocolos que contenham as
informações para prevenção e vigilância, garantindo a segurança da equipe de
saúde e dos pacientes, evitando a transmissão cruzada (THOMAZINI, 2004). As
pessoas que trabalham nos serviços de saúde hospitalar podem tornar-se infectadas
através de exposição a pacientes infectados, podem transmitir a infecção para
pacientes susceptíveis ou outros profissionais do hospital, membros de sua família
ou outro contato da comunidade (WILLIAMS, 1983).
O atual modelo de controle de infecção baseia-se no trabalho de Ignaz
Semmelweis, que em 1840 demonstrou a importância da higiene das mãos no
controle da transmissão de infecção hospitalar. A lavagem das mãos é um dos mais
simples e importantes procedimentos para prevenção da transmissão institucional de
microrganismos. (LARSON,1995; BOYCE; PITTET, 2002)
As mãos devem ser lavadas imediatamente antes de cada contato direto
com cada paciente e após qualquer atividade ou contato que potencialmente resulte
em nova contaminação (LARSON, 1995). A lavagem das mãos deve ser feita com
água e sabão e para lavagem rotineira das mãos nas unidades de terapia intensiva,
unidades de imunodeprimidos e surtos é recomendada a utilização de sabão com
antimicrobianos como clorexidina, povidina, etc (DOEBBELING et al, 1992). O Uso
do álcool-gel está indicado quando houver dificuldade para lavagem das mãos
(SPROAT; INGLIS, 1994).

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Todavia, no controle de infecções, luvas são importantes, porque a higiene
das mãos poderá não remover todos os potenciais patógenos quando as mãos
estão muito contaminadas (KJOLEN; ANDERSEN, 1992).
Luvas devem ser usadas para:
Reduzir o risco de adquirir infecção do paciente;
Prevenir transmissão da sua microbiota para o paciente;
Reduzir a contaminação e a transmissão da microbiota de
um paciente a outro;
Luvas estéreis e não estéreis (procedimentos) devem estar disponíveis em
todas as áreas clínicas. As luvas não estéreis devem ser utilizadas como
equipamento de proteção individual para coleta de sangue ou para potenciais
contatos com sangue e secreções e quando indicadas para procedimentos não
estéreis em pacientes (MAST; WOOLWINE; GERBERDING, 1993 BELTRAMI et al
2000).
Diversos estudos concluíram que o uso constante de luvas pode expor o
paciente a aumento de risco de infecção, pois poderá produzir uma falsa sensação
de segurança, tornando-se veículos para a transmissão de microrganismos do
ambiente, de um paciente a outro, e mesmo transportar microrganismos de sítios
anatômicos contaminados para sítios não contaminados no mesmo paciente. O uso
impróprio e excessivo de luvas pode diminuir a freqüência da higiene das mãos, daí
a necessidade de critérios para o seu uso (THOMPSON et al, 1997; GIROU et al,
2004; YAP et al, 2004).
Apesar de serem higienizadas, as luvas de procedimento não são estéreis.
Algumas bactérias, como o Bacillus cereus, Staphylococcus coagulase negativa,
Acinetobacter sp, foram isoladas de luvas não estéreis retiradas da sua embalagem
original (PATTERSON et al,1991; ROSSOFF et al,1993; BERTHELOT et al, 2006).
As luvas de látex são produzidas e testadas para uma determinada
finalidade, daí serem chamadas de produto de uso pretendido. Quando comparadas
a luvas cirúrgicas, observamos que os dois tipos de luvas passam por controle de

3
qualidade, entretanto, as exigências são mais rigorosas para as luvas cirúrgicas
(SUPERMAX-BRASIL, 2007)
As luvas contaminadas por microrganismos podem colocar em risco a
saúde dos profissionais de saúde, dos pacientes e expor o ambiente hospitalar a
outros patógenos. Alguns fatores podem determinar o grau de contaminação das
luvas entre eles: o local de armazenamento da caixa, A temperatura deste local, o
grau de exposição a procedimentos. (ROBERTS; BARTOLINI, 2002)
Embora existam algumas informações disponíveis sobre a contaminação
de luvas de látex antes do uso, então, por que não se faz as mesmas exigências em
relação aos padrões de qualidade da luva cirúrgica e desta maneira diminuir este
risco?

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2. OBJETIVOS
Com base nesta realidade, o presente trabalho pretende avaliar a
qualidade microbiológica de luvas de látex para procedimento em instituições de
saúde e de ensino na cidade de Fortaleza
Objetivos Específicos:
Enumerar os microrganismos viáveis nestes produtos;
Observar se os valores encontrados estão entre os referenciados pela
Farmacopéia Brasileira;
Pesquisar a presença de microrganismos patogênicos.
Identificar os microrganismos isolados.
Os resultados obtidos fornecerão dados sobre a qualidade de luvas de
procedimentos quanto à contaminação por microrganismos e poderá servir de
instrumento de orientação para estas unidades de saúde e educação e os órgãos de
vigilância sanitária.

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3. REVISÃO DE LITERATURA
A literatura consultada revela vários trabalhos que tentam relacionar a
importância da avaliação da qualidade microbiológica de luvas como fator para
proteção segura dos profissionais de saúde, pacientes e ambiente hospitalar.
3.1 Histórico
Na história das infecções hospitalares muito se aprendeu com o passado.
As observações, as pesquisas, a dedicação dos profissionais de saúde forneceram
subsídios para que as informações do passado fossem utilizadas no presente e
projetadas no futuro (ANDRADE, 2002).
Na medicina primitiva o tratamento das doenças era baseado na crença do
sobrenatural e no poder da magia negra.
Os curandeiros da África utilizavam misturas que continham cabeças de
cobras e ovos de formigas. Posteriormente foi detectada a capacidade germicida da
formalina, presente nos ovos de formigas. A mandíbula de grandes formigas fazia a
função de pontos agrafos nas suturas de feridas, principalmente intestinais
(RODRIGUES et al, 1997).
Na Babilônia, as informações contidas no código de Hamurabi descreviam
a tuberculose e o isolamento em local distante para os hanseníanos.
Através dos livros dos mortos foi possível a obtenção de informações
sobre a medicina egípcia. No papiro de Ebers são descritos receitas em ―O tratado
dos Olhos‖ para glaucoma e outras afecções oculares.
Na escola médica de Alexandria, os sacerdotes deveriam banhar-se várias
vezes ao dia, manterem-se limpos, cortar os cabelos duas vezes por semana e usar
trajes brancos.
Para a civilização hindu, a maioria das informações foi obtida através dos
escritos e registros dos ―Vedas‖ que exigia o uso de vestes brancas pelo cirurgião e
que suas unhas fossem mantidas curtas e com máximo de asseio.

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Portanto, o pensamento de que a doença poderia ser transmitida por
contato é extremamente antigo, apesar de frequentemente ser ignorado pelos
seguidores de Hipócrates.
Na idade média, a teoria dos germes como causa de moléstias teve como
defensor mais enfático Girolano Fracastorius, que em 1546 publicou On contagion.
Esta teoria foi confirmada quando na metade do século XVII, Anton Von
Leuwenhoek microscopista, utilizando lentes descreveu protozoários e bactérias e
por Louis Pasteur que no final do século XIX, na França, graças aos muitos avanços
da ciência e da tecnologia na área da microbiologia, demonstrou a existência dos
microorganismos, desmontando a teoria da geração espontânea. Robert Koch, na
Alemanha, provou que toda doença infecciosa era causada por microrganismo
específico, utilizando o microscópio conseguiu visualizá-los e introduziu o ágar agar
como meio de cultura para o crescimento isolado de microrganismos (RODRIGUES,
1997).
Foi o médico Ignaz Philipp Semmelweiss, nascido em Budapeste em
1818, institui o hábito da lavagem das mãos como medida eficaz para o controle de
infecção puerperal. Observou, entretanto, que só a lavagem das mãos com água e
sabão não era suficiente para o controle da infecção e o hipoclorito de sódio foi
escolhido como desinfetante após diversos testes. Semmelweiss tornou compulsório
para os todos os médicos, estudantes de medicina e pessoal de enfermagem a
lavagem das mãos com uma solução clorada entre cada paciente examinada. Houve
uma redução drástica dos índices de mortalidade nos meses que se seguiram
(ANDRADE, 2002).
Florence Nightingale destacou-se no controle das infecções. ―A Dama do
Lampião‖ como ficou conhecida, publicou em 1859 Notes on Hospital que valorizava
as conveniências dos pacientes e as condições ambientais, como limpeza,
iluminação natural, ventilação, odores, calor, ruídos, sistemas de esgotos em
detrimento da beleza da arquitetura hospitalar.
As técnicas de antissépsia nos procedimentos cirúrgicos foram
introduzidas por Joseph Lister que preconizava a vaporização de fenol no campo

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operatório, a lavagem das feridas com a mesma substância, e sua aplicação nas
mãos. Os fios de sutura encerados também eram embebidos em fenol. Apesar de
apresentar bons resultados, a vaporização causava tosse e irritação da mucosa
ocular, e a sua aplicação nas mãos provocava vermelhidão e eczema. A partir das
observções de Joseph Lister, foram introduzidas mudanças profundas no ambiente
cirúrgico, na paramentação e na sala cirúrgica máscaras, gorros, aventais e a
esterilização a vapor (ANDRADE, 2002).

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3.2 A Lavagem das mãos e o controle de infecções
As mãos são as principais vias de transmissão de microrganismos. A pele
pode ser reservatório de microrganismos que podem ser transferidos através de
contato direto ou indireto através do contato com superfícies e objetos contaminados
(AGÊNCIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA-ANVISA, 2007).
A lavagem de mãos é a mais simples e mais efetiva forma de prevenir a
transmissão de infecção, prevenindo os riscos de aquisição de microrganismos
pessoa a pessoa quebrando a cadeia de transmissão infecção (WORLD HEALTH
ORGANIZATION - WHO, 2007).
Estes microrganismos podem pertencer a microbiota residente da pele
que é constituída por bactérias de baixa virulência como estafilococos,
corinebactérias e micrococos. Por colonizarem as camadas mais profundas da pele,
dificilmente removidos com água e sabão. Os microrganismos da microbiota
transitória colonizam a camada superficial da pele que pode ser constituída por
enterobactérias como a Escherichia coli, não fermentadores como a Pseudomonas
aeruginosa, fungos e vírus. (LEVINSON; JAWETZ, 1998).
O termo ―lavagem de mãos‖, recentemente, foi substituído por um termo
mais abrangente ―higienização das mãos‖ que engloba a higienização simples,
higienização antisséptica, a fricção antisséptica e antissépsia cirúrgica das mãos.
A higienização das mãos de profissionais de serviços de saúde pode ser
feita de forma correta utilizando água e sabão, removendo microrganismos da
microbiota transitória. A higienização com preparação alcoólica e antissépticos
destrói ou inibe o crescimento de microrganismos da microbiota residente. (ANVISA,
2007)
A higienização com água e sabão deve ocorrer:
Sempre que as mãos estiverem sujas ou contaminadas;
No início e no fim do turno de trabalho;
Após uso do banheiro;

9
Antes e após as refeições;
Antes da manipulação de medicamentos;
Antes da manipulação de alimentos.
A solução alcoólica pode ser aplicada quando as mãos estiverem sujas,
antes e após contato com o paciente, na manipulação de dispositivos invasivos,
antes de calçar luvas para inserção de dispositivos que não requeiram preparo
cirúrgico, após risco de exposição a fluidos corporais, ao mudar de um sítio corporal
contaminado para outro limpo, após contato com objetos inanimados e superfícies
imediatamente próximas ao paciente, antes e após remoção de luvas que não sejam
entalcadas manipulação de produtos estéreis (WHO, 2006 a).
A água é um dos mais importantes insumos requeridos para a
higienização das mãos. Deve ser límpida e obedecer aos padrões de potabilidade
exigidos pela portaria 518 da ANVISA, segundo aspectos microbiológicos, físico-
químicos e químicos. (BRASIL, 2004).
O uso de sabão líquido é o mais indicado para a lavagem das mãos
devido ao menor risco de contaminação. Este produto deve observar as
recomendações da ANVISA, quanto a sua qualidade microbiológica (BRASIL, 1999).
As pias ou lavatórios devem ter torneiras que possam ser acionadas por
pedal, evitando o contato das mãos quanto à abertura ou fechamento da torneira. No
lavabo cirúrgico, no caso da ausência destes comandos, o acionamento ou
fechamento podem ser feitos com o cotovelo, pé, joelho ou célula fotoelétrica.
A secagem das mãos é importante, já que mãos úmidas podem
apresentar altas contagens de microrganismos. O papel toalha de boa absorção e
fabricado de preferência com produto que não favoreça a oxidação, é alternativa
mais comum.
Os secadores com ar quente não são indicados para secagem de mãos
devido à dificuldade de acionamento, não observância do tempo necessário para
secagem. Podem ainda carrear microrganismos e serem dispersadores de
partículas.

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As técnicas de lavagem podem variar dependendo da atividade a ser
exercida. A higienização simples pode durar de 40 a 60 segundo. Os objetivos são:
remoção da microbiota transitória, células mortas, suor, sujeira que serve de
substrato para colonização de microrganismos. Antes de iniciar esta técnica remover
anéis, adornos, etc. (WHO, 2006 b).

11
FIGURA 1: Técnica da higienização simples
Fonte: www. Anvisa.gov.br/hotsite/higienização_maos/

12
A higienização antisséptica das mãos está indicada nos casos de
precaução de contato quando o paciente está colonizado por microrganismo
mutiressitente; na degernação da pele, no pré-operatório, previamente a qualquer
procedimento cirúrgico e antes de procedimentos invasivos. (LEÃO; GRINBAUM,
1997).
A técnica é semelhante a da higienização simples apenas o sabão é
substituído por soluções antissépticas-detergentes a base de polivinilpirrolidona-iodo
(PVPI-I) ou clorexidina. O objetivo além da remoção da sujeira é a redução da carga
microbiana (CENTER FOR DISEASES CONTROL-CDC, 2002).

13
Na fricção antisséptica das mãos podem ser utilizadas preparações
alcoólicas na concentração de 70% durante 20 a 30 segundos. O principal objetivo é
redução da carga microbiana. No caso das mãos muito sujas, uma solução alcoólica
a 70% glicerinada (1-3%) pode substituir a higienização com água e sabão (CDC,
2002).
FIGURA 2: Técnica de fricção antisséptica
Fonte: www. Anvisa.gov.br/hotsite/higienização_maos/

14
A antissépsia cirúrgica visa à eliminação da microbiota transitória e
redução da microbiota residente da pele, proporcionando efeito residual.
Este procedimento dura em torno de 3 a 5 minutos. São utilizadas escovas
descartáveis para escovação do leito ungueal e sub-ungueal, que podem estar ou
não impregnadas com antisséptico (CDC, 2002).
.

15
FIGURA 3: Técnica de antissépsia cirúrgica
Fonte: www. Anvisa.gov.br/hotsite/higienização_maos

16
3.3 O advento das luvas cirúrgicas
O advento das luvas cirúrgicas passa pela evolução dos materiais
utilizados na sua confecção como o ceco de carneiro, algodão seda, couro e
borracha.
Foram introduzidas originalmente para proteger as mãos da equipe de
saúde contra substâncias corrosivas e posteriormente para proteção do paciente
(GERMAIN, 2003).
A idéia do uso de luvas de látex em procedimentos médicos foi adaptada
pelos médicos no período 1810-1910. A primeira indicação do uso de luvas para
redução do risco de infecção hospitalar foi de Adam Elias von Siebold em 1813.
O descobrimento da vulcanização por Charles Goodyear e Nathaniel
Hayward e nos Estados Unidos em 1843 e por Thomas Hancock na Inglaterra
permitiu a estabilização do látex e a produção de luvas. Em 1878 foram patenteados
os primeiros pares de luvas para uso cirúrgico (SPIRLING; DANIEL, 2002).
William Halsted (1852-1922), um dos pioneiros da anestesia local, foi um
grande inovador no combate às infecções Baseava-se nas seguintes afirmações de
Pasteur: que dizia se caso fosse cirurgião usaria instrumentais perfeitamente limpos,
faixas, campos e água esterilizadas pelo calor e após a lavagem cuidadosa, as mãos
seriam submetidas a uma rápida flambagem. Como não poderia flambar as mãos
eram utilizados antissépticos irritantes para as mãos.
Carolina Hampton era enfermeira-chefe da sala de operações do Hospital
John Hopkins onde trabalhava com o Dr. Halted. Estava prestes a se desligar da
função devido ao intenso eczema desenvolvido ao mergulhar as mãos na solução de
formol. As lesões já se disseminavam pelos braços de Carolina (SPIRLING; DANIEL,
2002)
Para solucionar o problema, Halted encomendou, em 1889, à Goodyear
Rubber Co, a confecção de luvas de borracha com a finalidade de proteção das
mãos contra a substância irritante. As luvas eram semelhantes às usadas por
anatomistas, porém mais finas, de modo que não atrapalhassem os seus

17
movimentos e podiam ser esterilizadas com vapor de água. Carolina permaneceu na
sua profissão, casando-se com o cirurgião no ano seguinte. O episódio ficou
conhecido como a criação das ―luvas do amor‖.
O uso regular de luvas nas atividades médicas se iniciou em 1892 devido
à sugestão do Dr. Joseph Bloodgood, assistente de Halsted, para que as luvas
fossem utilizadas por toda a equipe cirúrgica (SPIRLING; DANIEL, 2002)
O uso de luvas de látex disseminou-se pela Europa em 1900 e se
incrementou a partir da segunda guerra mundial. Seu uso como barreira de proteção
se deveu principalmente como conseqüência da AIDS (Síndrome da
Imunodeficiência Imunológica Adquirida) e através das recomendações de
precauções universais do CDC emitidas em 1987 e 1989 (PORRAS, 2003).
A importância do uso de luvas cirúrgicas é incontestável, pois deve
assegurar proteção cruzada entre o profissional de saúde e o paciente. È importante
lembrar que o uso de luvas não substitui a higienização das mãos (GERMAIN,
2003).
Em trabalho de Patterson e colaboradores (1991), luvas de látex utilizadas
para precauções universais sem a mudança rotineira das luvas entre os pacientes
foram fontes de contaminação de pacientes por Acinetobacter calcoaceticus. A
comprovação dos perfis de genotipagem do microrganismo foi o mesmo para a
espécie isolada de paciente colonizado e das luvas. Portanto, há a necessidade de
trocar as luvas entre pacientes já que luvas podem ser potenciais transmissores de
patógenos.

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Na figura abaixo são citadas situações relativas ao uso de luvas:
Importante
Use luvas somente quando indicado.
Utilize-as antes de entrar em contato com sangue, líquidos corporais, membrana mucosa, pele não intacta e outros materiais potencialmente infectantes.
Troque de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente.
Troque também durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, ou quando esta estiver danificada.
Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas.
Observe a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contaminação das mãos.
FIGURA-4- Situações relativas ao uso de luvas
Fonte: www.anvisa.gov.br

19
3.4 O látex e a produção de luvas
O processo de manufatura das luvas com ou sem pó inicia-se com a
extração da seiva do tronco da árvore Hevea brasiliensis. Aproximadamente 2000
espécies vegetais produzem látex vegetal, mas 99% do produto comercial são
provenientes da Hevea brasiliensis. É um extrato viscoso, com aspecto leitoso,
produzido no citoplasma de células laticíferas ou produtoras de látex. Quimicamente
é o cis-1,4-poliisopreno que constitui 25 a 45% do conteúdo do látex natural
juntamente com aminoácidos, lipídios, fosfolipídios, carboidratos e proteínas (2% a 3%).
Entre as proteínas principais foram identificadas a heveina e hevamina. O látex
natural também apresenta na sua composição compostos inorgânicos como
potássio, magnésio, cálcio, sódio, zinco, manganês, ferro e cobre. (PORRAS, 2004)
Os fabricantes de luvas usam métodos padrões e tempo de diferentes em
seus processos de fabricação, o que faz com que haja diferença de até 3000 vezes
no conteúdo de látex natural em marcas diferentes de luvas.
No processo de manufatura das luvas, amônia é adicionada ao látex para
evitar contaminação microbiana. Outros aditivos químicos como tiuram, carbamatos
e antioxidantes são adicionados, conferindo características como força de tensão,
elasticidade, durabilidade e sensibilidade tátil (PORRAS, 2003)
Formas de porcelanas são imersas em mistura lubrificante de amido de
milho e nitrato de cálcio para coagular o látex. Depois são mergulhadas na solução
de látex, que forma um filme, e levadas a fornos, onde o látex passa de líquido a
sólido. Escovas giratórias dobram o s punhos para formar a bainha. As formas são
lavadas com água morna para remoção de proteínas hidrossolúveis e substâncias
químicas. Para completar a vulcanização, as formas são levadas a um forno com
temperatura a 100º C juntamente com aceleradores a base de enxofre.
Para finalizar, o pó de amido é aplicado na parte externa das luvas, que
são removidas das formas. Uma alternativa para lubrificação de luvas é o processo
de clorinação, que as torna menos alergênicas (PORRAS, 2004).

20
Há também as luvas obtidas de elastômeros sintéticos, como butílico,
derivado do petróleo, os polímeros de 2-clorobutadieno (Neoprene®), copolímeros e
acrilonitrilo. (PORRAS, 2003)

21
3. 5 Contaminação microbiana em produtos correlatos
Correlatos são produtos que são definidos, segundo a ANVISA (1977),
como substância, produto, aparelho ou acessório não enquadrado nos conceitos
anteriores de insumo farmacêutico, cujo uso esteja ligado à defesa e proteção da
saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal, ambientes Ainda os produtos para
fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e perfumes, os produtos dietéticos,
óticos, de acústica médica, odontológicos e veterinários (BRASIL,1997).
O nível de qualidade microbiana nos produtos é alcançado quando se
conhece as fontes e os mecanismos responsáveis por esta contaminação. Sabe-se
que os contaminantes presentes nas matérias-primas, aqueles provenientes de
equipamentos, ambientes produtivos, dos operadores envolvidos e dos materiais de
embalagens serão invariavelmente transferidos ao produto (PINTO, KANEKO,
OHARA, 2000).
3.5.1 Contaminação de matérias-primas
Uma das fontes direta de contaminação do produto acabado pode ser a
matéria-prima, principalmente a de origem natural (PINTO, KANEKO, OHARA,
2000).
O talco (silicato de magnésio) é utilizado como agente de pulverização
para lubrificar borrachas evitando que as superfícies se liguem durante a manufatura
dos produtos. É um mineral untoso ao tato, baixa dureza, translúcido e com
densidade em torno de 2,7. Entre as suas características que o habilitam para uso
industrial são a alta resistência ao choque térmico, leveza, baixo teor de umidade,
alto poder de absorção de óleo e graxa, baixa condutividade térmica e elétrica e
inércia química. A fórmula estrutural do mineral talco puro é Mg3(Si2O5)2(OH)2 ou 3
MgO.4SiO2.H2O, apresenta composição química teórica de: 31,7% MgO, 63% de
SiO2 e 4,8% de H2O (CAMPOS, 2001).
Os padrões microbianos estabelecidos para o talco são de menos de 102
UFC/ g(mL) de microrganismos totais aeróbios, ausência de P aeruginosa, S aureus,
coliformes totais e fecais em 1 g(mL), Clostridios sulfito-redutores.

22
A substituição por amido de milho em vez do talco, não minimiza o
problema de contaminação em luvas cirúrgicas. O amido de milho que se utiliza
como pó para lubrificar as luvas pode atuar como transportador de microrganismos
quando as partículas se aerolizam durante o uso das luvas, expondo todos os
indivíduos da área (LYRA; ALGRANTI, 2006).
O amido eliminado das luvas também pode contaminar o sítio cirúrgico,
produzindo quadros inflamatórios e fibróticos. (AMERICAN FAMILY PHYSICIAN,
2007).
3.5.2 Contaminação de equipamentos
Os equipamentos de fabricação devem ser planejados, localizados e
mantidos para facilitar a limpeza e minimizar o nível de contaminação durante a
fabricação. Quando possível o equipamento deve ser desmontado limpo, evitando
assim a transferência de resíduos das operações anteriores.
O produto utilizado na limpeza deve ser comprovadamente eficaz, devendo
ser avaliado através de análise da detecção de resíduos. A metodologia utilizada
deve descrever se a amostragem foi obtida por contato direto através de swabs, por
enxágües ou monitoramento indireto (PINTO, KANEKO, OHARA, 2000).
3.5.3 Contaminação do ambiente produtivo
A contaminação aérea está associada à poeira e as escamas da pele
derivada de operadores. A contaminação ambiental é representada principalmente
por esporos de Bacillus e fungos da poeira do ambiente.
Há evidências de que ocorram transferências para o meio ambiente de
contaminantes ambientais oriundos de paredes secas como bacilos Gram positivos,
cocos e fungos. Bactérias Gram negativas são mais susceptíveis aos processos de
secagem (NOGAROTO; PENNA, 2006).
Aerossol de partículas de diferentes origens poderá estar associado a
contaminantes microbianos. A distribuição destas partículas estará relacionada com
a localização, densidade populacional e condições climáticas. Em áreas populosas a

23
concentração de microrganismos detectáveis pode ser da ordem de 106/m3 (PINTO,
KANEKO, OHARA, 2000).
3.5.4 Contaminação dos operadores
Toda indústria deve empregar pessoal especializado e competente. As
pessoas relacionadas com a produção devem estar devidamente treinadas, com
enfoque para as normas de qualidade adotadas pela empresa. Funcionários com
problemas de saúde, dependendo das exigências de qualidade do produto, devem
ser afastados do local de produção (BAIRD; HODGES; DENYER, 2000)
A contaminação oriunda de operadores é normalmente significante.
Durante as atividades normais, a perda de escamas da pele é da ordem de 104 por
minuto, além de fragmentos de cabelos bem como gotículas de aerossol. A cada 1
ou 2 dias é liberada uma camada completa de células da pele por pessoa. O
tamanho médio das células da pele é de 40 µm, que ao sofrem fragmentação resulta
em tamanho médio de 20µm e mais de 10% menos de 10µ. Os microrganismos
contaminantes por elas transportados são micrococos não patogênicos, bacilos
difteróides e estafilococos coagulase negativa, mas podem apresentar S aureus.
Outros microrganismos como Salmonella e Escherichia coli podem estar
transitoriamente a elas associados, dependo dos hábitos higiênicos dos funcionários
(PINTO, KANEKO, OHARA, 2000).
O nível de partículas liberada por pessoa depende da atividade. Em
situação estática, a liberação de partículas por pessoa com um tamanho médio
acima de 0,3µ é de 105 por minuto. Em movimento, este número eleva-se para 107
(PINTO, KANEKO, OHARA, 2000).
3.5.5 Contaminação dos materiais de embalagens
A contaminação microbiana no produto acabado pode ser acarretada pelo
material de acondicionamento (PINTO, KANEKO, OHARA, 2000). Define-se como
material de acondicionamento o recipiente que contém ou que está em contato
direto com o produto, sendo chamada de primária. Deve ser considerado um
importante elemento no controle da contaminação do produto. (FARMACOPEIA
BRASILEIRA, 1998)

24
Materiais de acondicionamento não devem interagir fisicamente ou
quimicamente com o produto terminado, não interferindo com a sua qualidade.
Devem ser limpos, além de adequadamente planejados para efetivamente proteger
o produto. Deve apresentar especificações de natureza química (ser atóxicos e
compatíveis com o produto contido), natureza mecânica (dureza, flexibilidade), física
(hermeticidade, permeabilidade). (PINTO, KANEKO, OHARA, 2000)
Segundo definição da Farmacopéia Brasileira (1988), a embalagem
destina-se à proteção do material de acondicionamento nas condições usuais de
transporte, armazenagem e distribuição. Caixas de papelão são consideradas
embalagem.
Embalagens individuais e múltiplas devem estar com as características de
hermeticidade necessárias, inscrições de número de lote, fabricante, endereço,
número do registro no ministério da saúde, data de fabricação, data ou prazo de
validade do produto, nome do técnico responsável e o seu número de registro no
conselho de classe (BRASIL, 2007)
.A contaminação do produto pelo material de cartonagem utilizado como
material de acondicionamento pode ocorrer durante a embalagem, estocagem e
transporte, principalmente por esporos de Penicillium sp, Aspergillus sp e Bacillus
sp. Geralmente apresentam baixas contagens microbianas podendo receber carga
contaminante. pelas más condições de estocagem (PINTO, KANEKO, OHARA,
2000).
Produtos que não apresentam alterações sensoriais evidentes podem ser
portadores de populações microbianas. Nos adultos saudáveis, o contato com
produtos contaminados não representa problema sério a menos que o organismo
seja um patógeno primário. Entretanto, podem ocorrer infecções em se tratando de
paciente imunologicamente comprometido (DENYER, 1988).
3.5.6 Transporte e armazenamento
A qualidade dos produtos, entre outros fatores, está relacionada às
condições de transporte e estocagem, devendo a contaminação, durante estes
procedimentos, ser levada em consideração (PINTO; KANEKO; OHARA, 2000).

25
Diversos fatores irão determinar o grau de contaminação das luvas:
O local de armazenamento da caixa;
A temperatura deste local;
O grau de exposição a procedimentos (SUPERMAX BRASIL,
2007)
O local destinado a estocagem de produtos deve ser utilizado unicamente
para está finalidade. A construção deve possuir área suficiente para estocagem e
localização que facilite sua limpeza e manutenção. A iluminação, a ventilação, a
temperatura e umidade devem ser monitoradas para evitar danos sobre os produtos
(REIS; RODRIGUES, 2000).
A estocagem não deve ser feita diretamente em contato com o solo, mas
em estantes, armários, prateleiras ou estrados que facilitem a visualização e
identificação, quanto ao nome do produto, número de lote e prazo de validade. A
distância mínima entre o local de armazenamento e as paredes é de um metro, o
que facilitará a limpeza já que local deve ser livre de pó, lixo, roedores, aves,
roedores.
Produtos violados ou suspeitos de qualquer contaminação serão retirados
dos estoques, identificados e segregados em área separada para evitar o risco de
serem utilizados ou contaminar outros produtos. Nestas condições o produto poderá
ser devolvido ao fornecedor através de nota fiscal de devolução (VALERY, 1989).
Para manter a qualidade dos produtos, a transportadora dos produtos
correlatos deve obedecer as Boas Práticas de Transporte. A empresa transportadora
é responsável por qualquer problema relativo a não obediência destas normas, pois
pode ocorrer deterioração física ou química do produto, alterando o prazo de
validade do produto além da formação de produtos de degradação prejudiciais à
saúde (REIS; RODRIGUES, 2000).
São recomendações importantes para execução das boas praticas de
transporte:

26
Manutenção de rótulos, etiquetas, etc, para identificação do
produto;
O produto não deve contaminar outros produtos nem ser
contaminado;
O produto será transportado em condições de temperatura, luz,
umidade adequada e protegido de fatores externos que possam
produzir danos à sua qualidade;
Observar o empilhamento máximo recomendado pelo fabricante,
evitando o dano a embalagem.
Os veículos autorizados para o transporte de produtos correlatos deverão
respeitar e garantir as condições gerais e específicas de armazenamento e
conservação de ditos produtos. Para tal deverão ser utilizados registradores de
temperatura ou outros instrumentos que indiquem a manutenção das condições
especificadas, assim como também proteger a carga de fatores externos que
possam afetar a integridade do produto transportado (BRASIL, 2005).

27
3.6 As boas práticas de fabricação no controle da contaminação
As boas práticas de fabricação enfatizam o princípio de que os produtos
sejam fabricados de forma consistente com a qualidade apropriada ao uso do
produto (FOOD AND DRUG ADMINISTRATION-FDA, 1997).
Se o princípio das boas práticas de fabricação for observado, no final do
processo, o produto atenderá as especificações planejadas, que devem contemplar
os aspectos legais inerentes a cada grupo de produto e a forma de utilização. Entre
outros, devem ser executados ensaios, como os microbiológicos, que comprovem a
qualidade esperada para o produto (PINTO; KANEKO; OHARA, 2000).
A presença de carga microbiana limitada em produtos não estéreis é
admitida, devendo ser observadas as características de sua utilização. A avaliação
da qualidade microbiológica dos produtos não estéreis irá assegurar, sobre o
aspecto qualitativo ou quantitativo, que a carga microbiana presente no produto não
comprometa a sua qualidade final ou a segurança do paciente (BAIRD; HODGES;
DENYER, 2000).
Deve-se comprovar a ausência de microrganismos patogênicos, pois a
presença das cepas reconhecidamente patogênicas é proibitiva, já que representa
potencial risco de aquisição de quadro clínico infeccioso ou de transferência para o
meio ambiente. Deve-se determinar o número de microrganismos viáveis em função
dos tipos de utilização do produto, pois os microrganismos saprófitas podem se
comportar como agentes infectantes oportunistas (DENYER, 1988).
A qualidade microbiana do produto acabado é influenciada por diversos
fatores. Entre estes fatores estão as fontes diretas de contaminação que podem ser
acarretadas por fluidos gasosos, a água e demais matérias-primas principalmente de
origem natural e material de acondicionamento. As fontes indiretas de contaminação
são decorrentes dos procedimentos de limpeza (borrifamento de água contaminada)
(BRASIL, 2004), instalações inadequadas (fluxo de pessoal e material, barreiras
sanitárias como controle de roedores, insetos e microrganismos), ausência de uso

28
de equipamento de proteção individual ou ausência de exames médico periódicos
dos trabalhadores e a limpeza inadequada de equipamentos. (BAIRD, 1986)
3.7 A qualidade das luvas de látex
As luvas são utilizadas com a finalidade de autoproteção (luvas de
procedimento) e também como barreira de transmissão de infecção nos
procedimentos assépticos (luvas estéreis). Contudo, podem apresentar microfuros
ou perder sua integridade o que poderá causar a contaminação das mãos do
profissional (LEÃO, 1997).
Para a observação da integridade das luvas, recomenda-se que a cada
novo fornecedor seja solicitada uma amostra de 100 luvas para o teste, que consiste
em encher cada luva com 1 litro de água para verificara a incidência de furos. Na
tabela abaixo adaptada de Leão, 1997, foram analisadas 50 a 200 amostras de cada
fornecedor. As luvas descartáveis foram avaliadas em relação ao índice de
perfuração.
TABELA 1. Índice de luvas descartáveis perfuradas
Em relação às luvas de proteção individual, casos de surtos infecciosos
foram relatos por profissionais de saúde relacionado-os ao uso de luvas de látex não
estéreis. Este alerta poderá ser verificado por estes profissionais através da
exigência do controle de qualidade microbiológico do produto (LEÃO; GRINBAUN,
1997).

29
Jamal e Wilkinson (2003) avaliaram a integridade microbiológica e
mecânica de luvas cirúrgica. Observaram que as luvas apresentaram macro
perfurações durante o uso em cirurgias. Após as cirurgias foram realizadas culturas
das mãos dos profissionais, das superfícies externas das luvas e das mãos após a
retirada das luvas. A mesma espécie bacteriana isolada das mãos foi isolada
também da superfície externa das luvas (JAMAL; WILKINSON, 2003).
Com relação às luvas de proteção individual, foram relatados casos de
contaminações relacionados com o látex não estéril. Isto pode servir de alerta aos
profissionais de saúde que deverão exigir controle de qualidade microbiológico deste
material (BERTHELOT et al, 2006)
Em 1998, o Inmetro conclui a avaliação de conformidade de luvas
cirúrgicas estéreis e de luvas de procedimentos não cirúrgicos não estéreis por
solicitação da secretária Municipal de saúde de Curitiba. As luvas apresentavam
defeitos de fabricação devido à presença de furos e baixa resistência que causava
rompimento no momento de calçá-las. Os ensaios foram realizados conforme as
normas técnicas da ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS)
NBR 13391 para luva cirúrgica, NBR 13392 para luvas de procedimento e do código
do consumidor, lei nº 8078/90. Foram avaliadas 8 marcas de luvas cirúrgicas
esterilizadas (3 importadas e 5 nacionais). Das marcas de luvas para procedimento
não cirúrgico não estéril foram analisadas 7 marcas (6 importadas e 1 nacional). Os
ensaios foram realizados para avaliar:
Dimensões- verificar se as medidas das luvas estavam de acordo
com o informado na embalagem;
Aspectos Mecânicos- avaliar a possibilidade de rasgos no ato de
calçar as luvas;
Hermeticidade - avaliar a presença de furos na luva;
Aspectos Microbiológicos- avaliar as condições higiênicas e
sanitárias do produto;
Rotulagem- verificar se o rótulo fornece as informações ao
consumidor sobre o prazo de validade/data do vencimento,
fabricante/importador, rótulo traduzido para o português se o
produto fosse importado e características básicas do produto.

30
Das oito marcas de luvas cirúrgicas esterilizadas avaliadas, apenas três
estavam de acordo em todos os parâmetros estabelecidos. Segundo as normas da
ABNT das luvas para procedimentos não cirúrgicos, não estéreis, só uma marca não
estava de acordo com as conformidades (INSTITUTO NACIONAL DE
METROLOGIA-INMETRO, 2007).
O resultado elevado de não conformidades exige que sejam reavaliadas
as normas brasileiras e a necessidade de certificação para este tipo de produto.

31
3.8 Avaliação microbiológica de produtos não estéreis
Produtos não estéreis são aqueles em que se admite a presença limitada
de carga microbiana levando em consideração as características da sua utilização.
Na década de 60 devido a crescentes relatos de casos de infecções
relacionados a produtos farmacêuticos e correlatos de uso médico contaminados,
foram realizados estudos cujo objetivo era identificar as fontes de contaminação para
elaboração de recomendações para obtenção da qualidade destes produtos. Os
microrganismos identificados eram na maioria bacilos Gram positivos e micrococos
geralmente não patogênicos, leveduras e fungos. Também foram identificadas
espécies patogênicas como Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter sp e Serratia.
Em pacientes adultos saudáveis o contanto com produto contaminado, não
representa problema grave a não ser que o microrganismo seja um patógeno
primário. Entretanto, pacientes imunossuprimidos podem apresentar infecções
(PINTO, KANEKO; OHARA, 2000).
O risco do desenvolvimento de infecções depende de fatores como as
características qualitativas e quantitativas envolvendo os microrganismos e a
resistência do hospedeiro.
Os microrganismos que têm sido isolados com maior freqüência nos
produtos são patógenos oportunistas como as enterobactérias, espécies de
Pseudomonas, Flavobacterium e Staphylococcus, que se tornam agentes
infecciosos devido à falha do sistema imunológico.
As enterobactérias como Enterobacter, Klebsiella, Serratia, Escherichia
coli, Proteus sp embora pertencentes à microbiota normal podem produzir infecções
quando transportadas para outro sítio anatômico.
A Pseudomonas aeruginosa é bactéria de vida livre que pode constituir a
microbiota normal de 4 a 6% das pessoas. Em ambiente hospitalar pode ser isolada
em umidificadores, ventiladores e da pele dos profissionais de saúde. Juntamente
com Acinetobacter sp pode causar infecções em feridas, queimaduras e em
pacientes imunossuprimidos. São bactérias que apresentam multiresistência a
antibióticos, bastando que sejam resistentes a um antibiótico de uma classe para

32
apresentarem resistência cruzada aos outros da mesma classe. Entre os
mecanismos de resistência estão à produção de enzimas, alteração das proteínas
ligantes, produção da bomba de efluxo e perda de proteínas ou porinas da
membrana externa (McGOWAN, 2006).
Aproximadamente 30% da população são portadoras de Staphylococcus
aureus seja de forma persistente ou intermitente. Um fator crítico para a transmissão
de S aureus resistente a meticilina é a habilidade desta bactéria em sobreviver por
longos períodos em produtos e superfícies, pois é resistente a secagem (NEELY,
MALEY, 2000).
Staphylococcus epidermidis são cocos coagulase negativa pertencentes à
microbiota normal. Frequentemente estão associados a infecções nosocomiais em
neonatos, pacientes imunossuprimidos e ao uso de próteses internas.
Estes agentes infecciosos podem sobreviver em superfícies, formando
biofilme aderente, slime, cuja formação tem sido implicada como fator de virulência.
Os estafilococos coagulase negativa produzem grandes quantidades de substância
extracelular durante o crescimento, levando a adesão de outros microrganismos
nestas superfícies. Este é o mecanismo pelo qual as bactérias aderem e colonizam
certos dispositivos protéticos (ALCARAZ, 2003).
Em estudo sobre a sobrevivência de estafilococos e enterococos em
tecidos e plásticos comumente usados em hospitais, Neely e Maley (2000)
concluíram que estas bactérias podem sobreviver até 90 dias nestes materiais.
A literatura é conflitante em relação à quantidade de microrganismos que
podem causar infecções. Em voluntários, experiências têm demonstrado que um
inóculo de 106 UFC de microrganismos na pele é suficiente para produção de pus e
que em pele lesada ou sob oclusão basta um inóculo de 102 UFC.
O risco de infecção é menor em adultos saudáveis, mas produtos
contaminados podem ser administrados em pessoas imunossuprimidas como
pacientes com leucemia, AIDS, diabetis ou mesmo em terapia com fármacos
imussupressores. Outras situações seriam aquelas em que o paciente foi submetido
a cirurgias ou aqueles que apresentam traumatismos como queimaduras ou reações

33
locais devido ao uso e cateteres e dispositivos cirúrgicos (PINTO, KANEKO,
OHARA, 2000).
O controle de qualidade microbiológico deve garantir que a biocarga
presente no produto, seja no aspecto qualitativo ou quantitativo não deve
comprometer qualidade final ou segurança do paciente (NOGAROTO; PENNA,
2006).
A segurança do consumidor no que diz respeito ao aspecto quantitativo
dos microrganismos saprófitas se deve ao fato de os mesmos se portarem como
agentes infectantes oportunistas (BERTHELOT et al 2006). A presença de cepas
reconhecidamente patogênica é proibida, pois representa potencial risco de
aquisição de quadro clínico infeccioso ou de transferência de toxinas igualmente
indesejáveis (PINTO, KANEKO, OHARA, 2000).
Portanto em produtos não estéreis deve-se comprovar a ausência de
microrganismos patogênicos e determinar o número de microrganismos viáveis.
Segundo orientações farmacopéicas, os microrganismos indesejáveis que devem ter
ausência comprovada em produtos são: Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus
aureus, Escherichia coli e Salmonella sp. (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988)
Além dos microrganismos citados deve-se pesquisar a presença de outros
microrganismos como, por exemplo, espécies de Clostridium, Pseudomonas,
Burlkholderia, Aspergillus, Enterobacter, Acinetobacter, Bacillus cereus, Candida
albicans (FARMACOPÉIA JAPONESA, 2005).
O limite estabelecido para quantificação total de microrganismos aeróbios
em produtos não estéreis deve ser ≤ 103 UFC por grama ou mL e ≤102 UFC por
grama ou mL para fungos e/ou leveduras (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988)

34
3.9 Legislação
Os produtos submetidos à vigilância sanitária, conforme as suas
características devem ser produzidos, armazenados, transportados e dispensados
de forma a garantir a segurança necessária do seu uso pelo consumidor (PINTO,
KANEKO, OHARA, 2000).
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final. O código de defesa do consumidor ressalta como
direito básico do consumidor a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
provocados por práticas relacionadas ao fornecimento de produtos e serviços
perigosos ou nocivos (BRASIL, 1990).
O mesmo código destaca que produtos e serviços colocados no mercado
de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto
os considerados normais e previsíveis em decorrência a sua natureza (BRASIL,
1990)
As luvas são produtos correlatos classificados como de classe I, produtos
não invasivos para fins de registro na Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA). A
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 185 de Outubro de 2001 trata do registro
de produtos correlatos. O fabricante ou importador deve apresentar a ANVISA os
documentos para registro, alteração, revalidação do produto (anexo 1) (BRASIL,
2001b).
O registro terá validade por 5 (cinco) anos, podendo ser revalidado
sucessivamente por igual período (BRASIL, 2001b). O registro poderá ser suspenso:
Por razão de segurança;
Por não cumprimento das exigências;
Quando o produto estiver sob investigação, quanto à irregularidade
ou defeito do produto ou processo de fabricação, que represente
risco para o consumidor.
A suspensão do registro será publicada em Diário Oficial da União (DOU)
pela ANVISA até que seja solucionado o problema que ocasionou a sanção.

35
O cancelamento do registro pela ANVISA poderá ocorrer quando for
comprovada pela ANVISA que o produto ou processo de fabricação pode apresentar
risco à saúde do consumidor. O cancelamento também será publicado em DOU.
O rótulo deverá fornecer informações como:
A razão social e endereço do fabricante e do importador;
As informações estritamente necessárias para identificação do produto e o
conteúdo de sua embalagem;
Uso da palavra "Estéril"; quando for o caso;
Número do lote ou código do lote;
Data de fabricação, prazo ou data de validade para o uso seguro;
Condições de armazenamento, conservação e/ou manipulação (Brasil 2001).
A consulta pública nº73 publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia
13 de agosto de 2007, estabelece um prazo de 60 dias para que sejam
apresentadas críticas ou sugestões à proposta de regulamento técnico que
estabelece os requisitos mínimos de identidade e qualidade para luvas cirúrgicas e
luvas de procedimentos não cirúrgicos de borracha natural, sintética ou mistura de
borrachas sintéticas (BRASIL, 2007)
Foram levadas em consideração as notificações recebidas, relatando
problemas na qualidade de luvas cirúrgicas e de procedimentos não cirúrgicos, já
que ambas podem expor a riscos os pacientes, usuários ou ambos.
Segundo o ministério da saúde, produtos correlatos devem estar de
acordo com os critérios do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidades para
garantir a segurança e qualidade do produto (Brasil, 2007)

36
4. METODOLOGIA
O estudo do tipo prospectivo, experimental foi realizado no período de
Julho de 2006 à Maio de 2007 no laboratório de controle de qualidade microbiológico
da Universidade de Fortaleza.
4.1 Amostras
Foram analisadas 25 caixas de luvas de látex não estéreis de oito marcas diferentes
que foram identificadas por letras (marcas A, B, e C 01 caixa de cada uma; Marca D
- 02 caixas; Marca E - 02caixas; Marca F – 03 caixas; Marca G – 05 caixas e Marca
H – 09 caixas) As caixas eram de lotes diferentes e foram adquiridas em unidades
de saúde (04 amostras), de ensino (10 amostras) e uma indústria farmacêutica de
produtos não estéreis (11 amostras) da cidade de Fortaleza. Cada embalagem
apresentava 100 luvas/peso. Foram observados o prazo de validade e os aspectos
da embalagem. As amostras que estavam fora do prazo de validade e apresentavam
embalagens danificadas foram excluídas da pesquisa.
As luvas foram avaliadas quanto à qualidade microbiológica, através da
contagem de microrganismos viáveis e pesquisa de patógenos, segundo a
Farmacopéia Brasileira (1988).
Também foram observados aspectos quanto à inscrição do fabricante ou
importador no órgão de vigilância sanitária e a presença de talco nas luvas.
4.2 Material
As vidrarias, meios de cultura e outros materiais utilizados passaram por
processos de esterilização em vapor úmido sob pressão (autoclavação), de modo a
evitar uma possível contaminação, diminuindo assim, a probabilidade da ocorrência
de um erro sistemático.
4.3 Métodos
O método utilizado para contagem de microrganismos viáveis foi o pour
plate ou semeadura em profundidade, que é capaz de determinar o número total de
bactérias e fungos presentes em produtos e matérias-primas não estéreis. O método

37
consiste na contagem de microrganismos que apresentam crescimento visível em 4
dias em ágar soja caseína a 30-35ºC e em 7 dias, em meio ágar Sabouraud
dextrose a 20 -25ºC. Foram utilizadas diluições que permitiram que o número de
Unidades Formadoras de Colônias (UFC) estivesse entre os valores de referência
que são: 103 UFC (Unidades Formadoras de Colônias) para bactérias e 102 UFC
para fungos e/ou leveduras (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988).
Em produtos não estéreis e matérias-primas devem estar ausentes células
viáveis de Salmonella sp, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e
Staphylococcus aureus (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988).
4.4 Procedimentos
Todas as análises foram realizadas em cabine de fluxo laminar
previamente desinfectada com álcool a 70% e submetida à ação de luz ultravioleta
por 30 minutos (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988).
Previamente às análises foram realizadas avaliações microbiológicas do
fluxo laminar que consistia na exposição de placas de Petri para deposição
gravitacional de partículas presentes no ar e posterior quantificação. Este teste
garante a eficiência dos procedimentos de desinfecção e qualidade do ar do
equipamento.
As embalagens das amostras foram desinfectadas externamente com
álcool etílico a 70 % antes das análises microbiológicas. Posteriormente, a
embalagem era aberta e as luvas retiradas da embalagem de forma aleatória: da
superfície, do meio e da base da embalagem, através de pinça estéril, perfazendo
um total de 10 gramas (03 luvas). Em seguida foram realizadas diluições 1:10, 1:100
e 1:1000, utilizando a água peptonada como diluente. As diluições foram distribuídas
em placas de Petri, onde foi adicionado ágar soja caseína para isolamento de
bactérias e ágar Sabouraud dextrose para isolamento de fungos e /ou levedura
(Anexo 2). Simultaneamente a todas essas análises foram feitas placas apenas com
os meios de cultura que serviram como controle negativo (FARMACOPÉIA
BRASILEIRA, 1988).

38
As placas de Petri foram incubadas seguindo as recomendações da
Farmacopéia Brasileira (1988). As que apresentaram crescimento de
microrganismos foram submetidas à contagem de microorganismos viáveis em
contador de colônias. Foi calculado o número de microrganismos por grama ou mL a
partir da aplicação da média aritmética de cada diluição multiplicada pelo número de
colônias da placa (Anexo 2).
Para identificação morfotintorial e de arranjo do microrganismo foram
preparados esfregaços em lâmina para a coloração de Gram. As preparações foram
submetidas à microscopia ótica utilizando a objetiva de imersão. (KONEMANN,
1993)
Na identificação das espécies bacterianas foram realizados testes
complementares como: semeadura em meios diferenciadores (ágar Mac Conkey,
ágar Cetrimida, ágar Baird Parker), teste de catalase, coagulase, oxidase e provas
bioquímicas InviC em que utilizados Kits Bactray® (KONEMANN, 1993).
As espécies fungicas foram identificadas de acordo com metodologia
apresentada por Sidrim & Rocha, 2004.
4.5 Análises estatísticas
Para compilação dos dados e elaboração de tabelas e gráficos foi utilizado
o programa Excell for Windows XP® 2000.

39
5. RESULTADOS
Nenhuma das placas de Petri expostas dentro da cabine de fluxo laminar
para avaliação da qualidade do ar apresentou crescimento de microrganismos.
Foram analisadas 25 caixas de luvas de procedimento de oito marcas
diferentes. Todas as amostras estavam embaladas em caixas de papelão, não
havendo nenhum material de acondicionamento que protegesse as luvas de
contaminação externa (figura 5).
FIGURA 5- Luvas de procedimento embaladas em caixas de papelão
Fonte: Laboratório de Controle de Qualidade Microbiológico/ UNIFOR
Sete marcas foram importadas, 06 da Malásia e 01 da Tailândia. Apenas a
marca H foi fabricada no Brasil. Desta marca H foram analisadas 10 amostras onde
30% destas apresentaram crescimento de microrganismos.
As amostras estudadas estavam registradas no ministério da saúde com
exceção da marca F que justificou que o produto era isento de registro.
O pó bio-absorvível foi utilizado como lubrificante nas amostras da marca
H, o amido de milho nas amostras da marca F e o talco nas outras amostras
restantes.

40
Das amostras analisadas 48% apresentaram crescimento de
microrganismos. Na tabela 2 podemos observar as marcas e a quantidade de
amostras que apresentaram crescimento de microrganismos.
TABELA 2 – Marcas de luvas procedimentos que apresentaram crescimento de
microrganismos.
MARCAS NÚMERO DE AMOSTRAS
A 01 caixa
D 02 caixas E 01 caixa F 03 caixas H 03 caixas G 02 caixas
TOTAL 12 caixas Fonte: Laboratório de Controle de Qualidade Microbiológico/ UNIFOR
Apenas as marcas B e C não apresentaram crescimento de
microrganismos viáveis.

41
Os valores da contagem de microrganismos viáveis nas amostras
encontram-se na tabela 3.
TABELA 3– Contagem de microrganismos viáveis nas amostras analisadas
MARCA
BACTÉRIAS (UFC/g) FUNGOS E/OU LEVEDURAS (UFC/g)
A 6,6 UFC*/g -
D - 36,6 UFC/g
D 60 UFC/g 145 UFC/g
E 630 UFC/g 3,3 UFC/g
F 76,6 UFC/g -
F 10UFC/g -
F 3,3 UFC/g
H 40 UFC/g -
H 36,6 UFC/g -
H - 36,6 UFC/g
G 50 UFC/g 10 UFC/g
G 35 UFC/g 3,3 UFC/g
Fonte: Laboratório de Controle de Qualidade Microbiológico/ UNIFOR * UFC= Unidade Formadora de Colônias.
Na contagem de microrganismos viáveis todas as amostras apresentaram
resultados entre os valores referenciados para bactérias que é de 103 UFC/g. A
amostra da marca D apresentou 145 UFC/g de fungos e/ou leveduras na contagem
de microrganismos viáveis, estando este valor acima do referenciado para fungos e/
ou leveduras que é de 102 UFC/g (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988).

42
Em 05 amostras foram isoladas apenas espécies bacterianas, em outras
03 amostras foram isoladas espécies fungicas e em 04 amostras foram isoladas
simultaneamente fungos e bactérias (tabela 4)
TABELA 4- Amostras que apresentaram crescimento de bactérias e/ou fungos.
MARCA
BACTÉRIAS FUNGOS
A Pseudomonas aeruginosa
-
D Aspergillus niger
D Bacilo Gram positivo esporulado
Aspergillus niger
E Pseudomonas aeruginosa
Aspergillus versicolor
F Pseudomonas aeruginosa
-
F Staphylococcus aureus -
F Aspergillus flavus
G Staphylococcus epidermidis
Fusarium sp
G Acinetobacter sp Aspergillus flavus
H Bacilo Gram positivo não esporulado
-
H Bacilo Gram positivo não esporulado
-
H - Aspergillus sp
Fonte: Laboratório de Controle de Qualidade Microbiológico/ UNIFOR
Entre as bactérias isoladas foram identificadas espécies consideradas
patogênicas pela Farmacopéia Brasileira (1988) como Pseudomonas aeruginosa
em 03 amostras (figura 6) e Staphylococcus aureus em 01 amostra (figura 7).

43
FIGURA 6- Identificação da fluorescência produzida por Pseudomonas aeruginosa
isolada em amostra de luvas de procedimento
Fonte: Laboratório de Controle de Qualidade Microbiológico/ UNIFOR
FIGURA 7- Colônia de S aureus isolada em luvas de procedimento.
Fonte: Laboratório de Controle de Qualidade Microbiológico/ UNIFOR
Colônia de
S aureus

44
Foram isolados outros microrganismos entre bactérias e fungos tais
como: Bacillus cereus, Aspergillus flavus (figura 8), Acinetobacter sp,
Staphylococcus sp.
.
FIGURA 8- Aspergillus flavus isolado de luva de procedimento Fonte: Laboratório de Controle de Qualidade Microbiológico/ UNIFOR

45
Na figura 9, apresentamos os resultados da distribuição das amostras
contaminadas, conforme o local de obtenção das mesmas: indústria farmacêutica
(05), unidade hospitalar (01) e unidade de ensino (06).
U E
UH
I F
FIGURA 9- Distribuição das amostras contaminadas em relação ao local de
obtenção.
Fonte: Laboratório de Controle de Qualidade Microbiológico/ UNIFOR UE= Unidade de ensino UH= Unidade Hospitalar IF= Indústria Farmacêutica

46
6. DISCUSSÃO
Das 25 caixas de luvas avaliadas, a marca F não estava registrada no
ministério da saúde. A portaria 25 de 15 de outubro de 2001 do Ministério do
Trabalho e Emprego estabelece que todo equipamento de proteção individual (EPI)
de fabricação nacional ou importado só poderá ser posto à venda ou utilizado com o
certificado de aprovação (CA), expedido pelo órgão do Ministério do Trabalho e
Emprego responsável pela segurança e saúde no trabalho (BRASIL, 2001a).
Segundo Roberts (2002), luvas contaminadas por microrganismos podem
colocar em risco a saúde dos profissionais de saúde, dos pacientes e expor o
ambiente hospitalar a outros patógenos. Se levarmos em consideração que seis das
marcas avaliadas estavam contaminadas e que destas apenas a marca H foi
fabricada no Brasil, entre os fatores que poderiam determinar o grau de
contaminação estariam o local de armazenamento da caixa, A temperatura deste
local.
A amônia é adicionada ao látex durante o processo de fabricação das
luvas para evitar contaminação microbiana (PORRAS, 2004). Mas os lubrificantes
como o amido de milho, o talco e o pó bio-absorvível, que são adicionados
posteriormente, poderiam servir como substrato para crescimento de
microrganismos. Toda matéria-prima obtida de fontes naturais apresentam elevada
contaminação microbiana, devendo ser amostrada conforme o procedimento padrão
e encaminhada ao laboratório de controle de qualidade para avaliação (BAIRD;
HODGES; DENYER, 2000).
Segundo Baird, Hodges e Denyer (2000), produtos correlatos não são
testados rotineiramente quanto à contaminação microbiana. Os microrganismos
podem estar aderidos na superfície. O grau de adesão varia de acordo com a
espécie do microrganismo, o tipo da superfície e a presença de materiais como
lubrificantes. A formação de biofilme é um importante mecanismo de patogenicidade
em diversos microrganismos, entre eles estafilococos coagulase negativa
(ALCARAZ et al, 2003).

47
As amostras que foram submetidas a contagem de microrganismos viáveis
apresentaram resultados entre os valores referenciados para produtos não estéreis.
Segundo Pinto, Kaneko e Ohara (2000) a contaminação do produto pode ocorrer
devido o material de cartonagem utilizado como material de acondicionamento, pois
não oferecem nenhuma hermeticidade. Geralmente apresentam baixas contagens
microbianas podendo receber carga contaminante durante a embalagem, pelas más
condições de estocagem e transporte e distribuição. Os principais contaminantes
seriam esporos de Penicillium sp, Aspergillus sp e Bacillus sp.
Na análise de luvas de procedimento não estéril, as amostras analisadas
48% apresentaram crescimento de microrganismos. Rossof e colaboradores (1993)
ao avaliarem 29 caixas de luvas não estéreis recém abertas, observaram que 16
amostras (55%) apresentaram contaminação microbiana com predominância de
estafilococos coagualse negativa.
Conforme Hodges e Denyer (2000) devem ser observados o tipo de
utilização do produto, pois os microrganismos saprófitas podem se comportar como
agentes infectantes oportunistas.
A Farmacopéia Brasileira (1988) cita como microrganismos indesejáveis
em produtos: Bacillus cereus, Aspergillus flavus, Acinetobacter sp, Staphylococcus
sp. Em algumas amostras analisadas nesta pesquisa, foram isolados
microrganismos contaminantes como Staphylococcus epidermidis em amostras da
marca G, Acinetobacter sp em amostras da marca G, bacilos Gram positivo em
amostras das marcas H e D, e espécies do gênero Aspergillus em amostras das
marcas F, H, D, G e E e Fusarium em amostras da marca G.
Entre outras espécies bacterianas identificadas neste trabalho, estavam
espécies consideradas patogênicas pela Famacopéia Brasileira (1988).
Pseudomonas aeruginosa foi isolada em amostras das marcas A, F e E e
Staphylococcus aureus em amostras da marca F. A presença das cepas
reconhecidamente patogênicas é proibitiva, já que representa potencial risco de
aquisição de quadro clínico infeccioso ou de transferência para o meio ambiente.

48
Rego e Roley (1999), em estudo que avaliou a integridade das luvas de
látex fizeram uma consideração importante quanto à seleção cuidadosa da luva de
látex em relação ao grau de eficácia como barreira na aquisição de patógenos
devido à presença de furos.
Rawson e colaboradores (2005) utilizando um marcador biológico
fluorescente observaram que microrganismos presentes no interior das luvas eram
transmitidos a superfície da pele. Concluíram, então, que a contaminação presente
no interior das luvas era da própria luva.
A comissão de defesa do consumidor através da proposta de fiscalização
e controle nº 128, propôs a verificação das irregularidades sob a comercialização de
luvas cirúrgicas de luvas para procedimentos não cirúrgico das marcas D e F sem a
devida autorização, especificação do registro, baixa qualidade, representando sérios
riscos à população, aos profissionais e as entidades hospitalares. Nesta pesquisa,
as marcas D e F que tiveram 02 caixas e 03 caixas de luvas analisadas
respectivamente, apresentaram todas as amostras contaminadas (BRASIL, 2006).

49
7. CONCLUSÃO
Considerando que 48 % das luvas para procedimentos analisadas
apresentaram contaminação por microrganismos, inclusive bactérias consideradas
patogênicas como Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus conclui-se
que:
O uso de luvas de látex não estéreis como equipamento de proteção
individual não é seguro, pois podem colaborar com aparecimento de infecções em
pacientes, em profissionais da saúde ou ambos.
Devem ser considerados aspectos relevantes como a contaminação por
pessoal, matéria-prima, embalagens, amazenamento, transporte e distribuição das
luvas de látex para garantir a segurança e a qualidade destes materiais.
As luvas deveriam ser acondicionadas em sacos plásticos ou outro
material impermeável, já que o material de cartonagem que forma as embalagens é
facilmente corrompido e contaminável, expondo o seu conteúdo a contaminantes.
As luvas para procedimento devem apresentar a certificação de
conformidades de acordo com o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade
(SBAC) o que dará ao consumidor a confiança de que uma determinada marca do
produto está de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos
técnicos aplicáveis.
A ANVISA lançou em 10 de agosto de 2007 a consulta pública de nº 73 sobre
sugestões e críticas à proposta do regulamento técnico dos requisitos mínimos de
identidade e qualidade para luvas cirúrgicas e luvas de procedimento não cirúrgico.
É urgente a aprovação desta norma para garantia de um produto seguro e eficaz na
finalidade a que se propõe.

50
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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52
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58
9. ANEXOS
Anexo 1-. Formulário para registro de produtos médicos

59

60
Anexo 2- contagem de microrganismos viáveis
Água Peptonada
45 mL
Água Peptonada
18 mL
Água Peptonada
18 mL
2mL
AMOSTRA
AGAR SOJA CASEINA
AGAR SABOURAUD
10 g
2mL 1 mL
1 mL
1 mL 1 mL
1 mL 1 mL

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Agar Soja Caseína
Bactérias
Ágar Sabouraud
Fungos
meio cultura utilizado para contagem total de:
Incubar em estufa a 22±2 oC por 7 dias para fungos e leveduras
Incubar em estufa em posição invertida a 35± 2 oC por 5 dias para bactérias
Contagem de colônias:
• Usar contador de colônias com luz artificial controlada, lupa apropriada;
• Calcular a média aritmética de cada diluição a partir dos valores obtidos de
cada placa:
(C1 x 10) + (C2 x 100) + (C3 x 1000)
3