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    Objectivos de Realizao, ClimaMotivacional e Ansiedade emJogadores de Futebol

    Um estudo realizado no escalo de Escolas

    Simo Pedro Santos Coroa

    P orto, 2009

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    Objectivos de Realizao, Clima Motivacionale Ansiedade em Jogadores de Futebol

    Um estudo realizado no escalo de Escolas

    Orientadora: Prof. Doutora Cludia DiasCo-Orientador: Prof. Doutor Jlio Garganta

    Autor: Simo Pedro Santos Coroa

    Porto, 2009

    Monografia realizada no mbito da disciplina deSeminrio do 5 ano da Licenciatura em Desporto eEducao Fsica, na rea de Rendimento - Futebol,da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

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    Ficha de catalogao:

    Coroa, S. (2009). Objectivos de Realizao, Clima Motivacional e Ansiedadeem Jogadores de Futebol: Um estudo realizado no escalo de Escolas.

    Dissertao de Licenciatura apresentada Faculdade de Desporto daUniversidade do Porto.

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    Agradecimentos

    A concretizao deste trabalho s foi possvel com a colaborao de umconjunto de pessoas que, atravs das mais diversas formas, contriburam paraque a sua concluso fosse possvel e a quem quero prestar o devidoreconhecimento.

    Desde j quero agradecer s associaes, nomeadamente, ao ClubeDesportivo Trofense, ao Atltico Clube Bougadense, ao Inter de MilheirsFutebol Clube e ao Sport Clube Freamunde, o facto de nos terem possibilitadoa oportunidade de questionar os atletas que contriburam para a realizao doestudo.

    Agradecer ao Professor Jlio Garganta, pelo auxlio prestado naefectivao deste estudo enquanto meu co orientador, bem como a todos osProfessores do Gabinete de Futebol que me ajudaram a descobrir um outroFutebol.

    De igual forma, deixar expressa a minha sincera gratido a todos oselementos do Departamento de Formao do Clube Desportivo Trofense, napessoa do Coordenador, Professor Jorge Maia, por me terem abraado num

    projecto fantstico que ser certamente uma referncia a nvel nacional. ACRABE, adoro-vos como daqui at lua Ao Cludio, Porfrio, Granja, que foram, e sero para sempre, os meus

    amigos. Sem vocs a vida universitria no teria piada. Joana. Sem ti, estas ltimas etapas seriam muito mais difceis de

    trilhar... Obrigado por acreditares em mim, s vezes mais do que eu prprio minha famlia, especialmente aos meus pais, que comigo sempre

    sonharam com este momento. Sem o seu esforo eu no conseguiria ser o quesou e chegar onde cheguei.

    Porque as maiores menes so deixadas para o fim, quero deixarexpressa a minha sincera gratido Professora Cludia Dias. Por se termostrado disponvel para me orientar e aconselhar na melhor concretizaodeste estudo. O meu muito obrigado.

    A todos aqueles, que apesar de no mencionados, contriburam para a

    concretizao deste estudo e para a minha vida acadmica, o meu profundoagradecimento.

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    ndice Geral

    ndice de Tabelas.

    Lista de Abreviaturas.

    I. Estudo Emprico. .1.1. Objectivos de Realizao, Clima Motivacional e Ansiedade em

    Jogadores de Futebol: Um estudo realizado no escalo de Escolas.

    Resumo AbstractIntroduoMaterial e Mtodos Apresentao dos ResultadosDiscusso e ConclusesReferncias

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    ndice de Tabelas

    I. Estudo Emprico

    Quadro 1 - Objectivos de Realizao, Clima Motivacional e AnsiedadeCompetitiva dos jogadores de Futebol (estatsticas descritivasda amostra total).

    Quadro 2 - Correlaes entre os objectivos de realizao e climamotivacional com o trao de ansiedade

    Quadro 3 - Objectivos de Realizao e Clima Motivacional percepcionadoem funo do nvel de ansiedadeevidenciado

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    Lista de Abreviaturas

    I. Estudo Emprico

    BTA Baixo Trao de AnsiedadeMTA Moderado Trao de AnsiedadeETA Elevado Trao de Ansiedade

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    Estudo Emprico

    Objectivos de Realizao, Clima Motivacional e Ansiedade em Jogadores

    de Futebol: Um estudo realizado no escalo de Escolas

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    OBJECTIVOS DEREALIZAO, CLIMAMOTIVACIONAL EANSIEDADE EMJOGADORESDE FUTEBOL: UM ESTUDO REALIZADO NO ESCALO DEESCOLAS

    Coroa, Simo 1; Dias, Cludia 1; Garganta, Jlio 11 Faculdade de Desporto. Universidade do Porto. Portugal

    ResumoO presente estudo teve como objectivo analisar os objectivos de

    realizao, o clima motivacional percepcionado nos treinos e junto dos pais, e otrao de ansiedade em jovens futebolistas do escalo de Escolas.

    A amostra integrou 126 jogadores de Futebol do sexo masculino, comidades compreendidas entre os 8 e 11 anos (9,770,91). Os instrumentosutilizados foram o Task and Ego Orientation Sports Questionnaire (TEOSQp;Fonseca, 1999), o Perceived Motivational Climate in Sport Questionnaire(PMCSQp; Fonseca & Biddle, 1995a), o Parent Iniciated Motivational ClimateQuestionaire (PIMCQ-2p; Fonseca & Biddle, 1995b) e a Escala de Ansiedadeno Desporto (EAD; Cruz & Viana, 1995).

    Os resultados ostentaram uma amostra mais orientada para a tarefa doque para o ego, que percepcionava um clima motivacional mais orientado paraa mestria nos treinos e para a aprendizagem no respeitante aos pais, exibindoainda nveis moderados de trao de ansiedade. De uma forma geral, o trao deansiedade, nas suas diferentes dimenses, estava associado a uma orientaopara o ego, um clima motivacional, nos treinos, orientado para o rendimento enfase nos erros, e um clima motivacional parental que valorizava o erro e o

    sucesso sem esforo. A comparao de grupos de atletas com diferentesnveis de ansiedade revelou que os atletas que experienciavam maioransiedade eram mais orientados para o ego, e percepcionavam, nos treinos,um clima motivacional mais orientado para o rendimento; alm disso,percebiam que os seus pais davam mais nfase aos seus erros e ao sucessosem esforo do que os atletas que experienciavam nveis de ansiedade maisbaixos.

    Palavras Chave: Futebol, Objectivos de Realizao, Clima MotivacionalPercebido, Clima Motivacional Parental, Trao de Ansiedade, Crianas, Pais.

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    AbstractThe aim of the present study was to analyze the achievement goal

    orientation, perceived motivational climate, at team and parents, and the trait ofanxiety in young football players. The sample was constituted by 126 malefootball players, with ages between the 8 and 11 years (9,770,91). Theinstruments used had been the Task and Ego Orientation Sports Questionnaire(TEOSQp; Fonseca, 1999), the Perceived Motivational Climate in SportQuestionnaire (PMCSQp; Fonseca & Biddle, 1995a), the Parent IniciatedMotivational Climate Questionaire(PIMCQ-2p; Fonseca & Biddle, 1995b) andthe Portuguese adaption of Sport Anxiety Scale (EAD; Cruz & Viana, 1995).

    The results exhibited a sample task oriented than to the ego, perceiving amotivational climate oriented more to mastery in training and learning in relationto parents, displaying moderate levels of trait anxiety. In general, the traitanxiety, in its various dimensions, was associated to an ego orientation, amotivational climate, in training, performance-oriented and focus on errors, anda parental motivational climate that valued the error and success without effort.

    Comparing group of athletes according the levels of anxiety, showed thatathletes who experienced greater anxiety were more ego oriented, and

    perceived, at team, a performance climate, in addition, they perceive that theirparents gave more emphasis on their mistakes and success without effort thanthe athletes who experienced lower levels of anxiety.

    Key Words: Soccer, Achievement Goal Orientation, Perceived MotivationalClimate, Parental Motivational Climate, Trait Anxiety; Children; Parents.

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    Introduo

    O Futebol uma actividade com enorme popularidade, factocomprovado pelo vasto nmero de praticantes e de espectadores que mobiliza

    (Garganta & Pinto, 1998). Para as crianas e jovens a prtica de umamodalidade desta natureza torna-se extremamente positiva pela oportunidadeque d no desenvolvimento de competncias, na procura da excelncia esuperao (Drewe, 1998), podendo a vertente competitiva ser estruturante paraa sua formao e desenvolvimento desde que organizada de forma adequadae ajustada s suas condies e caractersticas (Kurz, 1988). Todavia, o que seconstata frequentemente que essa organizao no a encontrada nas

    competies desportivas de crianas e jovens, onde se verificam presses eexpectativas excessivas centradas na obteno da vitria e sucesso emcrianas e jovens com limitada estabilidade psicolgica (Silva Cardoso, 2007).

    Neste contexto, a ansiedade pode ser encarada como um fenmenodesadaptativo e perturbador no desempenho dos atletas desde idades muitoprecoces (Cruz, 1996a), estando o seu surgimento muitas vezes relacionadocom factores relacionados com os adultos significativos (Cruz, 1996b).

    Paralelamente, diversos investigadores tm tambm procurado relacionar osobjectivos de realizao com a ansiedade (Hall et al., 1998; Ommundsen &Pedersen, 1999), considerando-se tambm o impacto do clima motivacionalpercebido como promotor de ansiedade (Vosloo et al. 2009).

    De acordo com a teoria dos objectivos de realizao, os sujeitos avaliama sua competncia e interpretam o seu sucesso de diferentes formas, existindona literatura diversas conceptualizaes que procuram estruturar essas

    interpretaes. No entanto, a nomenclatura de Nicholls pode ser consideradacomo uma mais utilizada em estudos realizados no contexto desportivo (Duda,1987; Gerningon & Le Bars, 2000), sustentando que os indivduos soinfluenciados pelas suas crenas e guiam as suas tomadas de deciso ecomportamentos em contextos de realizao (Roberts, 2001; Treasure, 2001),podendo orientar-se para a tarefa (os nveis de habilidade so auto-avaliados edependentes da aprendizagem e do esforo dispendido) ou para o ego(referenciado normativamente habilidade, encarada como capacidade e nocomo resultado do treino) (Nicholls, 1989, cit. Gonalves et al., 2006). Por

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    outras palavras, enquanto para alguns o sucesso ser melhor que antes, paraoutros o sucesso ser melhor que os outros (Fonseca, 2000).

    A nvel nacional, diversos estudos realizados com atletas de vriasmodalidades e diferentes nveis competitivos revelaram que, de uma formageral, os atletas apresentam valores superiores de orientao para a tarefa doque orientao para o ego (Carrito, 2004; Faria, 2003; Fernandes et al., 2000;Ferreira, 1999; Freitas, 2000). A nvel internacional, vrias investigaesreconheceram tambm valores superiores de orientao para a tarefa emcomparao com a orientao para o ego (Ntoumanis & Biddle, 1998a;Ommundsen et al., 2005; Smith et al., 2006; Treasure et al., 2000; Waldron &Krane, 2005), revelando inclusive uma associao positiva entre orientaopara a tarefa e maior esforo e satisfao na prtica das respectivasmodalidades (Hatzigeorgiadis & Biddle, 1999; Roberts & Ommundsen, 1996).

    Por outro lado, apesar dos objectivos de realizao poderem ser vistospreferencialmente como estveis, esto sujeitos a alterar-se em funo dainformao obtida em determinado contexto ou processo de socializao(Duda, 2001; Roberts, 2001), sendo essas diferenas influenciadas poraspectos situacionais (Papaioannou, 1994, 1995; Seifritz et al., 1992; Walling et

    al., 1993). Alguns desses aspectos situacionais podem ser procedentes doenvolvimento criado por outros significativos e que levam os sujeitos apercepcionar determinado ambiente ou clima (pais, treinadores, pares) (Duda,1992, 1996). Estes outros significativos, ao estabelecerem um climamotivacional (psicolgico) pelos feedbacks, instrues e recompensasfornecidas, expem as suas concepes de habilidade e objectivos preferidos,os quais podero ser percepcionados pelos indivduos (Ames, 1992). Da que,

    reportando-nos a Duda e Whitehead (1998), o clima motivacional que cadaindivduo percebe existir num determinado meio no seja mais do que apercepo dos objectivos situacionais desse dado contexto, podendo, segundo Ames (1992), ser orientado para o ego (ou rendimento) ou para a tarefa (ouMestria). Quer os pais, quer os prprios membros do grupo em que o indivduoest inserido podem influenciar o clima motivacional percepcionado. Se amaioria dos membros, ou os lderes do grupo, so orientados para a tarefa, o

    clima ser direccionado nesse sentido; o contrrio poder acontecer se esseselementos estiverem orientados para o ego (Roberts, 2001).

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    Similarmente definio dos objectivos de realizao, um climaorientado para o ego ou rendimento alimenta a comparao normativa,competio interpessoal e rivalidade entre elementos da equipa, adoptando apunio face aos erros e valorizando os que melhor desempenharem a tarefa.J um clima orientado para a tarefa ou mestria promove a cooperao eentreajuda entre os elementos da equipa, enfatizando o papel desempenhadopor todos, a aprendizagem e a melhoria pessoal dos elementos da equipa(Newton et al., 2000; Standage et al., 2003). Estudos no domnio da psicologiada educao revelaram a importncia de um clima motivacional orientado paraa tarefa, quer no contexto escolar quer no desportivo, sendo que a promoode tal clima promove no s o prazer e o divertimento como tambm melhora edesenvolve as percepes de competncia pessoal e a motivao intrnsecados indivduos (Cruz, 1996c).

    No entanto, em funo da personalidade e carga afectiva que cada jogador coloca na competio, as vivncias desportivas podem provocarreaces emocionais negativas, como a ansiedade (Ballone, 2004). Esta cargaafectiva refere-se, segundo Boyd e Mi-Sook (2007), aos objectivos derealizao. De facto, vrios estudos (e.g., Hall & Kerr, 1997; Ntoumanis &

    Biddle, 1998b; White & Zellner, 1996) tm mostrado que um sujeito orientadopara o ego tende a aplicar uma carga afectiva negativa na prtica desportiva eque esse facto promove elevados nveis de ansiedade cognitiva e somtica; emcontraste, presso, ansiedade cognitiva ou preocupao pr-competitiva tmuma relao negativa com orientao para a tarefa.

    Na mesma linha, associando os objectivos de realizao com o climamotivacional, Nicholls (1984) constatou que uma orientao para a tarefa e um

    clima orientado para a mestria estariam associados a respostas comocomprometimento e persistncia na obteno de resultados. J uma orientaopara o ego e um clima orientado para o rendimento estariam associados faltade esforo, comprometimento e persistncia na realizao de uma tarefa. Estedescomprometimento era visvel, segundo o autor, na nfase exagerada nacompetitividade, em detrimento do desenvolvimento das capacidades. Comestes dados, Nicholls acabou por especular que estas respostas motivacionais

    negativas poderiam levar a um aumento da ansiedade. Centrando-se tambmno clima motivacional percepcionado no seio da equipa, Vazou et al. (2006)

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    referiram que atletas que percepcionavam, da parte dos pares, um climaorientado para a tarefa, manifestaram altos ndices de esforo e gosto pelatarefa, enquanto os atletas que percepcionaram um clima direccionado para oego manifestaram altos nveis de ansiedade competitiva.

    Todavia, para alm do clima motivacional percepcionado no seio daequipa, o clima motivacional parental tambm se pode constituir comodeterminante na participao desportiva dos atletas e do prazer retirado dessaparticipao.

    Com efeito, numa perspectiva mais global, podemos considerar que ospais, como principais agentes de socializao dos filhos quando iniciam aprtica desportiva (Andersson et al., 2003; Brustad & Partridge, 2002;Greendorfer et al., 2002), desempenham um papel fundamental na participaoe sucesso dos seus filhos no desporto (Andersson et al., 2003; Wuerth et al.,2004; Wylleman et. al., 2000). A este respeito, Duda e Hom (1993), procurandoestudar a relao entre a orientao dos objectivos de realizao de pais efilhos, descobriram que as orientaes dos filhos eram significativamentesemelhantes s dos seus pais. Adicionalmente, Anderson et al. (2003)estabeleceram uma correlao positiva entre o apoio parental e satisfao dos

    filhos na prtica desportiva e Scanlan e Lewthwaite (1986) concluram que umapercepo positiva do envolvimento dos pais, bem como uma grandesatisfao dos mesmos, foram associados a um maior prazer na prticadesportiva em jovens praticantes de luta. Elogios e compreenso por parte dospais foram ainda associados a carreiras desportivas de sucesso entre jovensdesportistas de elite (Wuerth et al., 2004).

    Todavia, embora os pais possam desempenhar um papel muito positivo

    na carreira desportiva dos filhos (Wuerth et al., 2004), parecem tambm existiralgumas evidncias dos efeitos menos positivos do envolvimento parental aeste nvel. Com efeito, uma elevada presso parental muitas vezes apontadacomo um factor preponderante no abandono da prtica desportiva (Gould et al.,1982), na promoo do stress (Jellinek & Durant, 2004, cit. Turman, 2007) ouno aumento de ansiedade competitiva (Anderson et al., 2003). A este propsitorefira-se que, num estudo realizado por Shields et al. (2005) com pais de

    atletas norte-americanos, 14% admitiram terem gritado ou injuriado o rbitro, e13% assumiram terem criticado assertivamente os filhos durante a prtica

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    desportiva dos mesmos; entre os jovens, 15% confessaram que os seus paisse zangavam quando no tinham um bom desempenho. Paralelamente, Orlicke Botterill (1975, cit. Turman, 2007) estudaram 60 jovens atletas queabandonaram a prtica de vrios desportos, verificando que 31% dasdesistncias se deveram a um exagero da nfase na competio por parte dospais. Por ltimo, Pierce e Stratton (1981, cit. Cruz, 1996b) constataram que asmaiores preocupaes sentidas por 62% de 543 jovens desportistas, comidades entre os 10 e os 17 anos, eram no jogar bem e cometer erros,sendo a preocupao com o que os pais diriam tambm sido um factorextremamente valorizado pelos atletas (11%).

    Neste contexto, encontram-se perfeitamente enquadradas as conclusesde White et al. (1992), que referem que os jovens que experimentam umaparticipao forada e percepcionam uma avaliao negativa por parte dospais relatam nveis de ansiedade mais elevados relativamente participao ecompetio desportiva. J aqueles que sentem os pais como indutores desatisfao e prazer na prtica parecem ser influenciados para uma vinculaosustentada na actividade (Copetti et al., 2005).

    Assim, considerando, por um lado, o envolvimento cada vez mais

    precoce de crianas e jovens na prtica desportiva, e, por outro lado, aescassez de literatura encontrada no mbito dos objectivos de realizao, climamotivacional e ansiedade nas faixas etrias mais baixas de uma modalidadecomo o futebol, em que o investimento e envolvimento parental (e muitas vezesa presso) claramente superior ao de outras faixas etrias e modalidades, apresente investigao procurou analisar as relaes entre objectivos derealizao, clima motivacional percebido na equipa e iniciado pelos pais e trao

    ansiedade de em futebolistas do escalo de Escolas.

    Material e Mtodos

    Amostra

    Participaram neste estudo 126 jogadores de futebol do sexo masculino,com idades compreendidas entre os 8 e 11 anos (9,770,91), que competiam

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    no Campeonato Distrital de Futebol de Sete, Escalo de Escolas, da Associao de Futebol do Porto. Os atletas que participaram neste estudorepresentavam quatro clubes diferentes: Clube Desportivo Trofense (40,8% daamostra), Sport Clube Freamunde (31,2% da amostra), Atltico ClubeBougadense (16% da amostra) e Inter de Milheirs Futebol Clube (12% daamostra). Os anos de prtica dos atletas variavam entre um e oito anos(3,031,59).

    Instrumentos

    Para a avaliao dos objectivos de realizao dos jovens relativamente sua prtica desportiva foi utilizado Task and Ego Orientation in SportQuestionnaire (TEOSQ p), a verso traduzida e adaptada para portugus porFonseca (1999) do Task and Ego Orientation in Sport Questionaire (TEOSQ;Duda & Nicholls, 1989). O TEOSQ constitudo por treze afirmaes relativasao sucesso no desporto, as quais se agrupam em duas dimenses quereflectem diferentes orientaes para a prtica desportiva: a) orientao para oego (e.g., Sinto-me com mais sucesso no futebol quando sou o nico que

    consegue executar as tcnicas); b) orientao para a tarefa (e.g., Sinto-mecom mais sucesso no futebol quando trabalho realmente bastante). Para opreenchimento do questionrio foi solicitado aos sujeitos que indicassem a suaconcordncia relativamente ao modo como cada uma das afirmaes seaplicava a si, numa escala tipo Likert de 5 pontos (de 1= discordo totalmente a5= concordo totalmente).

    Para avaliar o clima motivacional percebido, utilizou-se o PerceivedMotivational Climate in Sport Questionnaire(PMCSQp; Fonseca & Biddle,1995a), a verso portuguesa do Perceived Motivational Climate in SportQuestionnaire (PMCSQ; Seifritz, Duda & Chi, 1992). Este questionrio temcomo funo avaliar as percepes dos desportistas sobre o clima motivacionalda sua equipa, caracterizando-o em relao a duas orientaes (climaorientado para a mestria e clima orientado para o rendimento). Para tal,

    constitudo por 19 itens, que descrevem situaes relativas ao climamotivacional percepcionado pelos atletas nos seus treinos, em trs dimenses:

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    mestria (e.g., nos meus treinos os atletas aprendem coisas novas e ficamsatisfeitos por isso); rendimento (e.g., nos meus treinos os atletas tentam fazermelhor que os outros); nfase nos erros (e.g., nos meus treinos os atletas tmmedo de cometer erros). a opinio dos atletas foi registada segundo umaescala de Likert de 5 pontos (de 1= discordo totalmente a 5= concordototalmente).

    Para a avaliao da percepo do clima motivacional parental utilizou-seo Parent Initiated Motivacional Climate Questionaire(PIMCQ2 p), a versotraduzida e adaptada por Fonseca e Biddle (1995b) do Parent InitiatedMotivacional Climate Questionaire(White & Duda, 1992). Este instrumento constitudo por 36 afirmaes que avaliam trs dimenses: prazer naaprendizagem (9 itens), nfase nos erros (5 itens) e valorizao do sucessosem esforo (4 itens). Os atletas respondem a 18 itens referentes seguinteafirmao: Eu considero que a minha me pensa acerca da minha actividadedesportiva e 18 itens referentes afirmao: Eu considero que o meu paipensa acerca da minha actividade desportiva A opinio dos atletas foiregistada segundo uma escala de Likert de 5 pontos (de 1= discordo totalmente

    a 5= concordo totalmente).

    Finalmente, para mensurar o trao de ansiedade competitiva foi utilizadaa Escala de Ansiedade no Desporto (EAD), a verso traduzida e adaptada porCruz e Viana (1995) da Sport Anxiety Scale, um instrumento de avaliaomultidimensional do trao de ansiedade, desenvolvido por Smith, Smoll eSchutz (1990). A EAD uma escala que pretende medir diferenas individuais

    no trao da ansiedade somtica e em duas dimenses do trao de ansiedadecognitiva: preocupao e perturbao da concentrao. A verso utilizadaneste estudo engloba um total de vinte e um itens, distribudos por trssubescalas: a) ansiedade somtica (e.g., sinto-me nervoso); b) preocupao(e.g., tenho duvidas acerca de mim prprio) e c) perturbao da concentrao(e.g., muitas vezes, quando estou a competir, no presto ateno ao que seest a passar). As respostas aos itens so dadas atravs de uma escala de

    quatro pontos (1= Nunca; 2= Algumas Vezes; 3= Muitas Vezes; 4= QuaseSempre). Adicionando os valores atribudos em cada um dos respectivos itens

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    so obtidos os scores de cada subescala. Paralelamente, pode obter-setambm um score total do trao de ansiedade competitiva, resultante dosomatrio dos scores das trs subescalas.

    Procedimentos

    Os questionrios foram aplicados no decorrer da poca 2008/2009, apster sido obtida autorizao dos treinadores das diferentes equipas, tendo sidopreenchidos no incio da sesso de treino. Antes do seu preenchimento, foiexplicado o objectivo do estudo, bem como do questionrio. Foi pedida aosatletas a maior sinceridade nas respostas e foram dados algunsesclarecimentos no decorrer do preenchimento dos questionrios.

    Para anlise dos dados recolhidos foram usados os seguintesprocedimentos estatsticos:

    Estatstica descritiva atravs da mdia e desvio padro (dp);

    Correlao linear de Pearson; Anlise de varincia simples One Way ANOVA;

    Teste de comparao mltipla Teste de Scheff.Para tal, utilizou-se o programa estatstico SPSS verso 17.0, tomando

    como nvel de significncia: p 0,05.

    Apresentao dos Resultados

    Estatsticas descritivas

    No quadro 1 so apresentadas as estatsticas descritivas para todas asvariveis envolvidas no presente estudo. Como se pode verificar, os objectivosde realizao dos intervenientes no estudo direccionavam-se mais para atarefa do que para o ego. Concomitantemente, o clima motivacionalpercepcionado no seio da equipa parecia ser direccionado para a mestria, emdetrimento do rendimento ou da nfase nos erros. Relativamente aos pais, osatletas percepcionavam um clima de aprendizagem tanto no que se refere aopai como me, sendo que a importncia atribuda ao erro e valorizao do

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    sucesso sem esforo eram aspectos que os atletas no percepcionavam comotendo grande valorizao por parte dos pais. No que respeita ao trao deansiedade, constatmos que os nveis de ansiedade somtica eram maiselevados que os nveis de ansiedade cognitiva.

    Quadro 1 Objectivos de Realizao, Clima Motivacional e Ansiedade Competitiva dos jogadores deFutebol (estatsticas descritivas da amostra total).

    Mdia DP Mnimo MximoObjectivos de Realizao (TEOSQp)

    Tarefa 4,3 0,61 2,00 5,00Ego 2,6 0,89 1,00 5,00

    Clima Motivacional Percepcionado (PMCSQp)Mestria 4,4 0,55 1,89 5,00Rendimento 3,3 0,87 1,00 5,00nfase nos erros 3,7 0,89 1,75 5,00

    Clima Motivacional Parental (PIMCQ)

    Pai Aprendizagem 4,3 0,64 2,56 5,00Erros 2,7 1,12 1,00 5,00Sucesso sem esforo 2,8 1,33 1,00 5,00

    Me Aprendizagem 4,3 0,68 1,78 5,00Erros 2,8 1,19 1,00 5,00Sucesso sem esforo 2,8 1,33 1,00 5,00

    Escala de Ansiedade Competitiva (EAD) Ansiedade Somtica 20,4 7,15 9,00 36,00 Ans. Cog. Preocupao 16,8 5,16 7,00 28,00Perturbao da Concentrao 10,7 4,19 5,00 20,00Score Total de Ansiedade 47,8 15,54 23,00 84,00

    Relao entre objectivos de realizao, clima motivacional e trao deansiedade

    Atravs da correlao de Pearson procurou-se analisar a relao entreas variveis relativas aos objectivos de realizao e climas motivacionaispercepcionados pelos atletas, com o trao de ansiedade (quadro 2).

    Os resultados revelaram uma associao negativa entre a orientao

    para a tarefa e as diferentes dimenses da ansiedade. Em contraste, aorientao para o ego estava positivamente correlacionada com a ansiedade(nas suas diferentes dimenses). Relativamente ao clima motivacionalpercepcionado junto da equipa, os resultados revelaram uma associaonegativa entre a percepo de um clima orientado para a mestria e asdiferentes dimenses de ansiedade. J a percepo de um clima orientadopara o ego estava positivamente correlacionada com a ansiedade. Quanto ao

    clima percepcionado junto dos pais, os resultados revelaram uma associaonegativa entre a percepo de um clima orientado para a aprendizagem e as

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    diferentes dimenses de ansiedade. Em contraste, a percepo de um climaorientado para o erro e o sucesso sem esforo estavam positivamentecorrelacionadas com a ansiedade.

    Quadro 2 Correlaes entre os objectivos de realizao e clima motivacional com o trao de ansiedade. Ansiedade

    Somtica Ansiedade Cognitiva Score Total

    AnsiedadePreocupao Pert. Concent.Objectivos deRealizao

    Tarefa -0,23 * -0,25 ** -0,26 ** -0,26 **Ego 0,30 ** 0,32 ** 0,31 ** 0,33 **

    Clima MotivacionalPercepcionado(Equipa)

    Mestria -0,05 0 -0,05 -0,04Rendimento 0,43 ** 0,40 ** 0,46 ** 0,45 **nf. Erros 0,25 ** 0,24 ** 0,18 * 0,24 **

    Clima MotivacionalParental (Pai)

    Aprendizagem -0,19 * -0,10 -0,18 -0,17Erro 0,55 ** 0,46 ** 0,56 ** 0,56 **Suc. s/ esforo 0,36 ** 0,26 ** 0,40 ** 0,36 **

    Clima MotivacionalParental (Me)

    Aprendizagem -0,09 -0,06 -0,16 -0,11Erro 0,54 ** 0,43 ** 0,60 ** 0,55 **Suc. s/ esforo 0,42 ** 0,27 ** 0,47 ** 0,41 **

    * A correlao significativa a 0,05.** A correlao significativa a 0,01.

    De seguida, procurando aprofundar a relao entre objectivos derealizao, clima motivacional e trao de ansiedade, os atletas foram divididosem trs grupos, em funo dos seus nveis de trao ansiedade: baixo traoansiedade (BTA; n=38), moderado trao de ansiedade (MTA; n=41) e elevado

    trao de ansiedade (ETA; n=40). Com esta diviso procurou-se perceber sehavia diferenas nos climas motivacionais percepcionados e/ ou nos objectivosde realizao patenteados pelos atletas com diferentes nveis de ansiedade.

    Como se pode verificar no quadro 3, foram encontradas diferenassignificativas entre os atletas com diferentes nveis de ansiedade no querespeita orientao para a tarefa e para o ego, assim como no climamotivacional virado para o rendimento. O teste post-hoc de Scheffe mostrou

    que os atletas com BTA eram mais orientados para a tarefa que os atletas comum MTA e que os atletas com um ETA eram mais orientados para o ego doque os atletas dos outros dois grupos. Adicionalmente, os atletas com ETApercepcionavam um clima motivacional mais voltado para o rendimento do queos atletas com BTA.

    No que respeita percepo do clima motivacional parental, s foramencontradas diferenas significativas relativamente s dimenses de nfase

    nos erros e sucesso sem esforo, quer no pai, quer na me. Relativamente aopai, os atletas com BTA percepcionavam um clima motivacional menos

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    orientado para os erros e para o sucesso sem esforo do que os atletas comETA. No que respeita me, constatmos que os atletas com BTA tambmpercepcionavam um clima motivacional menos orientado para os erros do queaqueles com ETA. Alm disso, os atletas com ETA percepcionavam que assuas mes valorizavam mais o sucesso sem esforo do que os atletas comnveis moderados e baixos no trao de ansiedade.

    Quadro 3 Objectivos de Realizao e Clima Motivacional percepcionado em funo do nvel deansiedade evidenciado.

    Grupo Mdia DP F pObjectivos de Realizao

    TarefaBTA 4,5 0,54

    4,010 ,021MTA 4,2 0,63ETA 4,2 0,59

    Ego BTA 2,3 0,95 6,793 ,002MTA 2,5 0,86ETA 3,0 0,75

    Clima Motivacional Percepcionado (Equipa)

    MestriaBTA 4,4 0,56

    ,500 ,608MTA 4,3 0,46ETA 4,3 0,59

    RendimentoBTA 2,9 0,99

    13,692 ,000MTA 3,1 0,60ETA 3,8 0,74

    nfase nos errosBTA 3,5 1,01

    2,111 ,126MTA 3,8 0,87ETA 3,9 0,81

    Clima Motivacional Parental (Pai)

    Aprendizagem BTA 4,5 0,54 2,944 ,057MTA 4,2 0,64ETA 4,1 0,68

    ErrosBTA 2,1 0,96

    18,637 ,000MTA 2,5 0,95ETA 3,4 1,05

    Sucesso sem esforoBTA 2,4 1,14

    5,457 ,005MTA 2,7 1,26ETA 3,3 1,15

    Clima Motivacional Parental (Me)

    AprendizagemBTA 4,4 0,71

    1,230 ,296MTA 4,3 0,60ETA 4,2 0,71

    Erros

    BTA 2,2 1,22

    17,517 ,000MTA 2,5 0,95ETA 3,5 1,01

    Sucesso sem esforoBTA 2,4 1,27

    10,031 ,000MTA 2,5 1,32ETA 3,6 1,16

    Discusso e ConclusesO presente estudo procurou analisar as relaes entre objectivos de

    realizao, clima motivacional percebido na equipa e iniciado pelos pais e

    ansiedade trao em futebolistas do escalo de Escolas.

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    Um primeiro aspecto que importa realar diz respeito ao facto de, quantoaos objectivos de realizao, os atletas que integraram a amostra deste estudose orientarem, preferencialmente para a tarefa, confirmando os dados retiradosde estudos nacionais e internacionais realizados em diferentes modalidades enveis competitivos (Carrito, 2004; Faria, 2003; Fernandes et al., 2000; Ferreira,1999; Freitas, 2000; Treasure et al., 2000). Por outras palavras, do ponto devista cognitivo os atletas pareciam orientar-se de forma mais intensa para ademonstrao de competncias relativamente a si mesmos do que para acomparao dos seus nveis de performance com os seus pares. Assim,considerando que diversos investigadores (e.g., Hatzigeorgiadis & Biddle,1999; Roberts & Ommundsen, 1996) associam a orientao para a tarefa a ummaior esforo e satisfao na prtica das respectivas modalidades, osresultados obtidos parecem revelar-se vantajosos em termos motivacionaispara a prtica do futebol, podendo mesmo sugerir-se que este pode ser umexcelente meio para o desenvolvimento de competncias, procura daexcelncia e superao (Drewe, 1998).

    Por outro lado, ainda que a competio no futebol se caracterize pelacomparao e confrontao de competncias, sendo assim natural, e

    porventura benfico, que os atletas apresentassem valores elevados deorientao para o ego (Fonseca & Maia, 2000), no presente estudo, foramencontradas correlaes negativas significativas entre as diferentes dimensesdo trao de ansiedade e a orientao para a tarefa; em contraste, foiencontrada uma relao positiva entre a ansiedade e a orientao para o ego.Estes valores parecem ir ao encontro de vrios estudos realizadosanteriormente, os quais, para alm de terem encontrado uma relao negativa

    entre presso, ansiedade cognitiva ou preocupao pr-competitiva eorientao para a tarefa, indicam que um sujeito orientado para o ego tende aaplicar uma carga afectiva negativa na prtica desportiva, um facto que parecepromover elevados nveis de ansiedade cognitiva e somtica (ver Hall & Kerr,1997; Ntoumanis & Biddle, 1998b; White & Zellner, 1996). De ressalvar aindaque, no presente estudo, foram encontradas diferenas significativas no querespeita orientao para o ego e para a tarefa entre atletas com diferentes

    nveis de ansiedade, as quais confirmam que nveis mais elevados de trao deansiedade esto efectivamente associados a uma maior orientao para o ego,

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    enquanto nveis mais baixos de ansiedade esto relacionados com uma maiororientao para a tarefa.

    Quanto ao clima motivacional percepcionado na equipa, a anlise dosresultados revelou que este se direccionava primordialmente para a mestria,em detrimento do rendimento. Estes resultados so positivos, uma vez que, deacordo com uma investigao de Ntoumanis e Biddle (1999), a percepo deum clima de mestria estava associada a padres motivacionais adaptveis erespostas afectivas positivas.

    Por outro lado, a correlao positiva encontrada entre um climamotivacional orientado para o rendimento e/ ou nfase nos erros na equipacom o trao de ansiedade consistente com uma investigao de Vazou et al.(2006), que encontraram uma relao idntica entre estas variveis. Adicionalmente, aqueles investigadores constataram que os atletas quepercepcionavam, no seio do grupo, um clima orientado para a tarefa,manifestavam altos ndices de esforo e gosto pela prtica. Na mesma linha,na presente investigao, e semelhana do preconizado nos objectivos derealizao, tambm parecia existir uma relao negativa entre um climaorientado para a tarefa no seio do grupo, e o trao de ansiedade. Este facto

    ficou evidente no s nas correlaes encontradas entre estas variveis, mastambm no facto de os atletas com nveis elevados de ansiedade traopercepcionarem um clima motivacional mais orientado para o ego do queatletas com nveis mais baixos de ansiedade.

    Quanto ao clima motivacional parental, os resultados parecem sersemelhantes aos verificados junto dos colegas de equipa, na medida em queos atletas pareciam percepcionar, relativamente aos pais, um clima

    motivacional mais orientado para a aprendizagem. Estes dados parecem serpositivos dado que, segundo a literatura, a presena de um clima orientadopara a tarefa proporciona prazer, divertimento, melhoria e desenvolvimento depercepes de competncia pessoal e motivao intrnseca dos indivduos(Anderson et. al., 2003; Cruz, 1996c; Scanlan & Lewthwaite, 1986), estandotambm associada a carreiras desportivas de sucesso entre jovensdesportistas de elite (Wuerth et al., 2004).

    Porm, como referimos anteriormente, no obstante os aspectospositivos do envolvimento parental na participao desportiva dos atletas, a

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    verdade que muitas vezes este envolvimento tem efeitos adversos (Andersonet al., 2003; Gould et al., 1982; Jellinek & Durant, 2004, cit. Turman, 2007),podendo constituir-se como uma presso excessiva, gerando elevados nveisde ansiedade. Na presente investigao, o facto de nveis mais elevados detrao de ansiedade estarem associados a um clima motivacional parental queenfatizava o erro e o sucesso sem esforo - relaes evidentes no s nasanlises correlacionais, mas tambm na comparao de atletas com diferentesnveis de ansiedade no s corroboram estas afirmaes, mas tambm soconsistentes com diversos estudos que reconhecem uma relao entre apresso exercida pelos pais e a presena de ansiedade competitiva (Anderson,et al., 2003; Scanlan & Lewthwaite, 1984). Inversamente, surgiram evidnciasde uma relao negativa entre o trao de ansiedade competitiva e um climamotivacional parental orientado para a aprendizagem, um resultado que podeser relacionado com a literatura consultada (Anderson et al., 2003; Scanlan &Lewthwaite, 1986; Wuerth et al., 2004), que sugere a importncia que estesclimas tm para o aumento do prazer, divertimento, melhoria edesenvolvimento de percepes de competncia pessoal e motivaointrnseca dos indivduos. Numa perspectiva mais global, saliente-se que

    diversos autores defendem que os pais podem desempenhar um papel positivona carreira desportiva dos filhos (Anderson et al., 2003; Scanlan & Lewthwaite,1986; Wuerth et al., 2004), sendo o seu apoio fundamental para a participaoe sucesso dos mesmos no desporto (Andersson et al., 2003; Wylleman et al.,2000). Neste contexto, os resultados do presente estudo sugerem que procurarincentivar os pais a promoverem um clima de aprendizagem, em vez de secentrarem unicamente no sucesso ou nos erros dos seus filhos, pode ser um

    ptimo ponto de partida para uma participao desportiva positiva.Em suma, a investigao realizada permitiu evidenciar a importncia que

    um clima motivacional orientado para a tarefa, o qual modelar objectivos derealizao concordantes (ver Duda, 2001; Roberts, 2001) pode ter ao nvel dotrao de ansiedade em crianas que esto a iniciar a prtica desportiva,designadamente o futebol. Todavia, naturalmente que se torna premente que,numa perspectiva futura, se continue a perspectivar o rendimento mximo dos

    jogadores de futebol, devendo ser empreendido um caminho que dissequetodas as variveis que o possam perturbar. A formao de um jogador de

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    futebol um continuum e h vrios factores que podem, ou no, promover umdesenvolvimento salutar do futebolista.

    No mbito da psicologia do desporto, a ansiedade surge como um dosfactores que influencia o rendimento. Neste estudo optmos a relao entre osobjectivos de realizao, o clima motivacional e o trao de ansiedade em jogadores do escalo de Escolas. Ser que nos escales de Infantis, Iniciados,Juvenis e Juniores se verificam estes resultados ou h diferenas entre si? Otreinador, em comparao com os pais e colegas de equipa, promover umclima motivacional distinto? Em clubes de maior dimenso haver maiores oumenores nveis de ansiedade? E de que forma que os pais, colegas etreinadores interagem com os atletas em termos do clima motivacional que gerado? O nvel competitivo , por si s, um factor indutor de ansiedade? Adicionalmente, h outras reas, no domnio da psicologia do desporto, cujarelao com a ansiedade competitiva merecedora de ateno (e.g.,competncia percebida, coeso de Grupo). Pensamos assim ter contribudopara a compreenso de uma pequena parte do problema, perspectivandopara um futuro prximo novos espantos que confluam para a melhoria dorendimento dos futebolistas.

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