Monografia sobre a educação do Deficiente Visual
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Monografia sobre a educação do Deficiente Visual
Monografia sobre a educação do Deficiente Visual
Autor: Gilmar de Freitas Mariano
1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa foi concluída em Dezembro de 2006 e busca-se saber os
problemas encontrados pela escola na tarefa de atender e incluir os alunos com
deficiência visual. Pretende-se responder as seguintes indagações: Será possível
atender estes alunos na rede regular de ensino? O que é preciso para tanto?
Pode-se utilizar o computador e outras tecnologias para ajudar no processo de
inclusão destes alunos?
Este Trabalho de Conclusão de Curso refere-se à avaliação final do Curso de
Pedagogia da Faculdade Internacional de Curitiba, como título Atendimento da
Pessoa com Deficiência Visual e o Uso das tecnologias Assistivas. Trata-se de
pesquisa bibliográfica sobre o tema e está dividido em Introdução,
Desenvolvimento e Considerações Finais.
O desenvolvimento inicia apresentando a história do atendimento à pessoa com
deficiência visual no Brasil, o qual teve inicio no século XIX com a criação do Imperial
Instituto dos Meninos Cegos no Rio de Janeiro.Nas décadas de 20, 30 e 40 do século
seguinte, foram criados Institutos de Cegos em quase todos os estados e também houve
a criação da Associação Pró Biblioteca e Alfabetização dos Cegos e a Fundação para
oLivrodo Cego no Brasil.
Na década de 60 o governo criou a Campanha Nacional de Educação dos Cegos
- CNEC e também instalou os Serviços de Educação Especial em todas as Secretarias
Estaduais de Educação. Na década de 70 o Ministério da Educação e Cultura criou o
Centro Nacional de Educação Especia lCENESP. Na década de 90 o Brasil assinou a
Declaração de Salamanca, na qual se comprometia a seguir as recomendações da
educação inclusiva mundial. Nesta década o Brasil também aprova em sua lei de
diretrizes e bases da educação nacional - LDBEN um capítulo específico sobre a
educação especial.
Seguindo a apresentação do atendimento da pessoa com deficiência Visual, em
seguida descreve-se a importância que o Instituto Benjamin Constant tem na área
educacional e o atendimento no Estado do Paraná,onde são apresentados o histórico do
atendimento no Instituto Paranaense de Cegos e em sua escola especial. O histórico do
atendimento da Secretaria do Estado da Educação e o histórico do atendimento na Seção
Braille da Biblioteca Pública do Paraná.
Em seguida são apresentados e explicados os recursos existentesparaa educação
dapessoacomdeficiênciaVisual,começandopeloSistema Braille, depois os
materiaisparaoSistemaBraillecomo:Reglete, Punção, Máquina Braille e a
ImpressoraBraille.Tambémdescreve-seo sistema de cálculo com o Sorobã. São
apresentados os principais recursos e tecnologias assistivas, presentes na locomoção e
na inclusão educacional e social das pessoas com deficiência visual.
Nas considerações finais, apresenta-se contribuições para a reflexão sobre os
benefícios e possibilidades dos recursos e tecnologias trouxeram e trarão para a inclusão
educacional e social das pessoas com deficiência visual.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 HISTÓRICO DO ATENDIMENTO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
NO BRASIL
O atendimento à pessoa com deficiência visual no Brasil começou através dos institutos
para cegos. O primeiro foi criado no século XIX no Rio de Janeiro e se chamava
Imperial Instituto dos Meninos Cegos. O instituto
existe até hoje com o nome de Instituto Benjamin Constant. Foi criado
por iniciativa do Governo Imperial, por D. Pedro II através do Decreto
Imperial n.º.428, de 12 de setembro de 1854. Trinta e seis anos mais
tarde, o ex-diretor do Instituto, Sr. Benjamin Constant, na qualidade de
Ministro de Estado que compunha o Governo da recém proclamada República
da época, assinou junto ao presidente um novo regulamento onde
reformulava a orientação educacional ofertada e apontava providências
para o encaminhamento dos alunos cegos do Instituto na sociedade. Assim
sendo, a educação dos cegos veio se expandindo lentamente, acompanhando
o sistema educacional brasileiro como um todo.
No século seguinte, como ainda não existia a educação especial
na rede regular de ensino, a exemplo do Imperial Instituto dos Meninos
Cegos que visava um melhor atendimento do cego na sociedade, começaram a
surgir outros Institutos de Cegos. Na década de 20 foram criados três
instituições: a União dos Cegos do Brasil no Rio de Janeiro (1924), o
Instituto Padre Chico em São Paulo e o Sodalício da Sacra Família também
no Rio de Janeiro, ambos em 1929. Dando continuidade à criação de
instituições especializadas para cegos, nas décadas seguintes de 30 e 40
foram criados os Institutos de Cegos em quase todas as capitais
brasileiras. No estado do Paraná, o Instituto Paranaense dos Cegos teve sua
inauguração em 1939, estando em atividade até aos dias de hoje.
Além destes Institutos foram inaugurados a Associação Pró-Biblioteca e
Alfabetização dos Cegos em São Paulo (1942) e União Auxiliadora dos
Cegos do Brasil no Rio de Janeiro (1943).
Também na década de 40, com o objetivo de produzir e distribuir livros em Braille por
todo o Brasil foi criada a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, atualmente com o
nome de Fundação Dorina Nowill para Cegos.
Segundo Bueno (1996):
O surgimento de instituições privadas de
atendimento à pessoa com deficiência visual marca
o início de duas
tendências principais da educação especial no
Brasil, de um lado a inclusão da educação especial
no âmbito das instituições filantrópico-assistenciais
e por outro a sua privatização, pois a escola regular
pública não atendia de maneira satisfatória esta
parcela da sociedade.
(BUENO, 1996)
Ainda segundo Bueno (1996), as instituições filantrópico-assistenciais
e as privadas permaneceram em destaque em toda a história, devido à
grande influência que estas exerceram na política educacional e na
quantidade de atendimentos especializados oferecidos.
Junto com o crescimento da rede particular de ensino, a educação
especial pública brasileira veio se ampliando através da criação de
classes e escolas especiais. Na década de 60, com a alta concentração de renda no
Brasil, a educação especial particular atendia somente uma pequena parcela da
sociedade.
Foi neste período que o governo criou as campanhas nacionais em
favor da educação dos deficientes, as quais faziam parte de um grande
movimento de Campanhas Nacionais pela educação. Estas visavam dar
encaminhamento às grandes questões sociais como a alfabetização e as
endemias. Neste contexto, foi criada a Campanha Nacional de Educação dos
Cegos-CNEC (Decreto n. 44.236, de 31/05/60). Na década seguinte (70) dando
continuidade a esta ampliação do atendimento na rede pública de
ensino, o governo instalou os Serviços de Educação Especial em todas as
Secretarias Estaduais de Educação, e em 1973, o MEC cria o Centro Nacional
de Educação Especial - CENESP, o qual colocou a educação especial como
uma das prioridades da educação através de sua inclusão no Plano
Setorial de Educação e Cultura - 1972/1974.
Na década de 80, após sete anos da criação do Centro Nacional
de Educação Especial – CENESP - a população atendida pela educação especial no
Brasil teve um aumento de 81,7%.
Segundo o MEC (1987), sete anos depois, os dados demonstram novamente um
aumento significativo no número de alunos atendidos na rede particular e pública
(55,8%), de 1981 a 1987, porém devido a ampliação de 41,70 % da rede particular de
ensino em 1981 esta passou a ser responsável por 44,4% do total de atendimentos
oferecidos.
Somente no fim do século XX o Brasil começou a seguir as recomendações da educação
inclusiva mundial no sentido de que todas as escolas estivessem preparadas para receber
todos os alunos, inclusive os que
apresentassem algum tipo de deficiência, recomendações que foram resultado das
discussões no encontro mundial de Salamanca na Espanha em 1994, encontro que deu
origem à Declaração de Salamanca onde o Brasil estava representado. Um outro grande
avanço nesta década foi a promulgação da LDBEN 9394/96 Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, vigente até hoje.
A Lei através do seu Capítulo V EDUCAÇÃO ESPECIAL destaca medidas a serem
tomadas pelas escolas visando a importância e urgência de promover uma educação
mais igualitária por meio dos sistemas de educação federais, estaduais, municipais e a
rede particular de ensino.
2.2 O ATENDIMENTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL NO PARANÁ
No Estado do Paraná a educação da pessoa com
deficiência visual começou em 1939 através do Instituto Paranaense de
Cegos. No início o ensino era assistemático. Em janeiro de 1940 surgiram
os primeiros passos para o ensino e a educação da pessoa com deficiência
visual. As aulas de alfabetização eram ministradas alicerçadas pelo professor
Erasmo Piloto.
O próximo passo foi à sugestão da criação de uma Escola para crianças
cegas e em março do mesmo ano (1940), foi inaugurada a Escola de
Alfabetização Benjamin Constant. Com seu crescimento a Escola de Alfabetização
Benjamin Constant passou a funcionar em prédio Instituto, sendo mantida pelo mesmo
com vistas à cooperação dos poderes públicos, construindo sua autonomia pedagógica
através de convênios firmados com a secretaria de estado de educação.Em julho de
1975, numa homenagem ao professor Máximo Asinelli, que em vida se dedicou
inteiramente ao ensino neste estabelecimento na qualidade de Diretor Educacional.
Mais tarde, passou a ser denominada Escola de Braille Professor Máximo Asinelli e
posteriormente, Escola de Braille Professor Osny Macedo Saldanha, homenageando
também um educador que muito contribuiu para a educação da pessoa com deficiência
visual nessa escola.
Através da Resolução nº. 4948/78 da Secretaria de Estado da Educação publicada no
Diário Oficial de 12/05/78 a escola foi autorizada a oferecer 1ª a 4ª séries do Ensino
Fundamental Regular.
Em 1998 com a nova Lei de Diretrizes e Bases - LDB 9394/96, a
Deliberação n.º 98 - CEE aprovada em 02/07/1998, pela Resolução
3120/98, a instituição passou a ser denominada Escola de Educação
Especial Professor Osny Macedo Saldanha - Ensino Fundamental, pioneira neste
Estado, com proposta de educação específica para deficientes visuais.
Segundo dados disponíveis em site oficial, no link do Departamento de
Educação Especial da Secretaria de Educação do Paraná, é ofertado
algum tipo de atendimento especializado, em 368 dos 399 municípios do
Paraná. Isso representa 92% de cobertura nesta modalidade de ensino.
Dos 60.000 alunos atendidos, o Departamento afirma que 38.825 recebem
atendimento na rede conveniada (instituições especializadas),
representadas pelas escolas especiais e, 21.175 na rede regular de ensino, ou seja,
64,71% estudam nas redes conveniadas e 35,29% na rede regular de ensino.
Estes dados do Paraná a exemplo de outros Estados demonstram que a rede regular de
ensino no Brasil não está totalmente preparada para atender o educando com
necessidade especial.
2.2.1 Atendimento da pessoa com deficiência visual no Instituto Benjamin Constant-RJ
O Instituto Benjamin Constant foi criado pelo Imperador D. Pedro II através do Decreto
Imperial n.º.428, de 12 de setembro de 1854. Inicialmente recebeu o nome de Imperial
Instituto dos Meninos Cegos.
Atualmente, o Instituto Benjamin Constant é reconhecido pelo governo e a
sociedade como um Centro de Referência nacional, para questões da
deficiência visual, além de: Manter uma escola, capacitar profissionais da área da
deficiência visual, assessorar escolas e instituições, realizar consultas oftalmológicas,
reabilitar a pessoa com deficiência visual na sociedade, produzir material especializado,
imprimir em Braille e publicar uma revista científica.
Observa-se que o Instituto possui diversas atividades, mas cabe destacar
aqui as de cunho pedagógico que são desenvolvidas pelo Departamento de
Educação da instituição. Resume-se nas seguintes ações:
Estimulação Precoce - Atende crianças cegas e de visão subnormal dos 0 aos
3 anos;
<!--[if !supportLists]--><!--[endif]-->Educação Infantil - Atende crianças
de 4 a 6 anos;
<!--[if !supportLists]--><!--[endif]-->Classes de Alfabetização (CA) -
Alunos a partir dos 7 anos de idade são iniciados na leitura e escrita;
<!--[if !supportLists]--><!--[endif]-->Ensino Fundamental - Corresponde à
grade curricular da 1ª a 8ª séries;
<!--[if !supportLists]--><!--[endif]-->Educação Física - Atende a todos os
alunos e reabilitandos matriculados no IBC;
<!--[if !supportLists]--><!--[endif]-->Ensino Musical - Inserido desde o
início da vida do aluno no IBC, atua como elemento de sua formação;
<!--[if !supportLists]--><!--[endif]-->Programa Educacional Alternativo
(PREA) - Atende a alunos com outras deficiências além da deficiência
visual;
<!--[if !supportLists]--><!--[endif]-->Laboratório de Educação a Distância
adaptado para as pessoas com
deficiência.
2.2.2 O Atendimento no Instituto Paranaense de Cegos
O Instituto Paranaense de Cegos foi fundado em 1939 e é reconhecido de Utilidade
Pública Federal com registro no Conselho Nacional de Serviço Social. Desde o início de
suas atividades, esta instituição
abriga pessoas com deficiência visual, dando-lhes moradia, alimentação e
incentivo ao estudo e a prática de esporte.
Hoje, com 67 anos de existência, o Instituto Paranaense de Cegos já atendeu
diretamente ou indiretamente, milhares de pessoas. Atualmente atende pessoas com
deficiência visuais vindas de todo o Paraná e de outros estados brasileiros, também
abriga e dá auxilio para o estudo a onze Angolanos.
Suas atividades são divididas em seis programas: o Programa Escola de Educação
Especial, Programa de Abrigamento, Programa Centro Dia, Programa Paradesportivo,
Programa de Inclusão Digital e Programa Asilamento, todos com área de abrangência
em Curitiba, Região Metropolitana e interior do Estado do Paraná com caráter eventual
a outros Estados e até mesmo outros países
O Programa de Abrigamento objetiva atender as necessidades básicas de crianças,
jovens e adultos, de ambos os sexos, com perda total ou parcial da visão. Para isto, a
instituição realiza parceria com outras entidades, escolas, comunidade e órgãos do poder
público visando facilitar seu acesso à rede de ensino regular, ensino supletivo, ensino
profissionalizante ou superior, e ao mesmo tempo, garantir o acesso à habilitação ou
reabilitação, buscando sempre a inclusão social dos atendidos através de sua inclusão no
mundo da educação e no mundo do trabalho.
O Programa Centro Dia objetiva ampliar o atendimento às pessoas com deficiência
visual total ou parcial, as quais não são atendidas pelo programa
abrigamento, visando sua inclusão social através de projetos de ação
artísticas, culturais, terapêuticas, profissionalizantes entre outras.
Outro programa desenvolvido pelo Instituto Paranaense de Cegos, atende à questão
esportiva. O Programa Centro Paraesportivo objetiva o desenvolvimento da prática
esportiva das pessoas com deficiência visual total ou parcial, como atividade
complementar ao atendimento prestado, visando ao mesmo tempo proporcionar o
acesso ao mundo do esporte adaptado e até mesmo sua profissionalização quando de
interesse do usuário.
O Programa de Inclusão Digital é o mais novo com dois anos de existência e visa a
inclusão digital das pessoas com deficiência visual total ou parcial. O programa
funciona num telecentro temático dentro da instituição, em parceria com o Governo do
Estado do Paraná. Neste programa são disponibilizados todos os softwares leitores de
telas, os quais possibilitam aos usuários a realização de pesquisas na internet, trabalhos
escolares, digitalização e preenchimento de currículo para as empresas, receber e enviar
e-mails, criar sites, se relacionar com outras pessoas através de programas como o
MSN, Skype, Orkut.
O Programa Asilamento nasceu de uma necessidade social específica e tem como
objetivo atender às necessidades básicas das pessoas com deficiências visuais total ou
parciais, adultos, idosos, sem vínculos familiares e com transtornos mentais associados.
Este atendimento é realizado em regime de
internato na própria instituição. Segundo o Instituto este programa originou-se num
momento em que a entidade tinha como missão além da habilitação ou reabilitação, a
assistência social, o amparo, a proteção aos deficientes pobres, doentes, idosos e
abandonados. (Instituto Paranaense de Cegos -
http://www.ipcnet.org.br/asilamento.htm)
Verifica-se que nos 67 anos de existência o Instituto desenvolve um papel
fundamental na sociedade, pois além de ofertar a educação especial da 1ª a 4ª série do
ensino fundamental, oferece apoio especializado para os alunos com necessidades
educativas especiais na continuação de seus estudos. O que diferencia o Instituto de
outras instituições especializadas no Paraná é o fato dele abrigar pessoas com
deficiência visual. Sendo assim, muitas pessoas que nascem ou ficam deficientes no
decorrer da vida e sua cidade ou país não oferece nenhum tipo de atendimento
especializado, encontram no Instituto a oportunidade de estudar ou continuar seus
estudos. Porém, no que diz respeito ao uso das tecnologias assistivas, apesar de existir
um telecentro adaptado dentro da instituição, a mesma não oferece o uso pedagógico da
informática, bem como não disponibiliza nenhum laboratório de aprendizagem.
(Informações de Mônica Alves, diretora da escola de educação especial mantida pelo
Instituto Paranaense de Cegos).
2.2.3 O Atendimento das Pessoas com Deficiência Visual na Biblioteca
Pública do Paraná
A Seção Braille da Biblioteca Pública do Paraná existe há mais de 20
anos. Trata-se de um espaço dedicado ao atendimento da pessoa com
deficiência visual. O acervo consiste em diferentes tipos de livros
como: livro Braille, livro falado, digitalizado e infantil, os quais atendem
as necessidades do público infantil, juvenil e adulto. A
Seção Braille tem um papel fundamental na formação escolar, cultural e
profissional de inúmeras pessoas com deficiência visual.
Segundo dados cedidos pela funcionária da Seção Braille (Cleunice Basar Ribeiro) em
09 de novembro de 2006 durante visita pessoal, o acervo é formado da seguinte
maneira:
livros Digitais: 10987
livros Falados: 1656
livros Braille: 1251
livros infantis: 382
A maior quantidade de livros digitais apresentados nos dados acima, deve-se ao
fato do baixo custo de produção, da facilidade de disseminação deste formato entre as
pessoas com deficiência visual, promovendo assim, trocas de informações.
Os livros digitais são digitalizados ou scaniados para a leitura por
meio dos softwares de leitura de telas no computador. Também é possível imprimir
estes livros em diferentes fontes para atender a necessidade
visual de cada leitor.
Os livros falados quando não vêm de outras bibliotecas ou fundações são gravados ou
copiados em fitas cassete nos estúdios da Seção Braille através de leitores voluntários.
Os livros em Braille são impressos no Sistema Braille pelas entidades
especializadas ou na própria Seção Braille. Os livros infantis também são impressos no
Sistema Braille, sendo que a maioria é produzida artesanalmente e permitem à criança
perceber as ilustrações através do tato.
Todos estes livros são emprestados para os usuários cadastrados na Seção por 15
dias, podendo ser renovado por mais 15 dias. Para o cadastro na
Seção Braille o usuário deverá fazer sua inscrição de acordo com as
normas para inscrição de leitor e empréstimo de livros na Seção de
Circulação e depois solicitar o cadastramento na Seção Braille (informações de
http://www.pr.gov.br/bpp).
Ainda segundo a mesma fonte, as pessoas com deficiência visual que moram em
outras cidades paranaenses deverão efetuar a solicitação através da biblioteca municipal
local, a
qual se ainda não prestar o serviço deverá solicitar os serviços da
REDECEG.Abaixo estão descritos outros recursos pedagógicos, visando
o atendimento especializado nas próprias instalações da Biblioteca:
Figura 1 – Estante
<!--[if !vml]--><!--[endif]-->Na parte de periódicos encontramos diversos títulos de
revista, boletins e folhetos em Braille.
Fonte: clipart
Figura 2 – Livro Falado
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Na parte de áudio encontramos aparelhos de sons, fones de ouvido, CDs e fitas cassetes
para serem ouvidas.
Fonte: clipart
<!--[if !vml]--><!--[endif]-->Figura3 – Reglete – Sorobã – Punção
Fonte: clipart
Na parte de jogos são encontrados diversos jogos adaptados para pessoas com
deficiência visual e na parte de equipamentos para escrita e cálculos, encontram-se as
máquinas de datilografia Braille, regletes, punções e sorobãs.
Na parte destinada às pessoas com baixa visão são encontrados equipamentos para
ampliação de imagens e de textos como: Lupas e um CCTV - ampliador de imagens e
textos (informações de http://www.pr.gov.br/bpp).
Figura 4 – Lupa
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Fonte: clipart
Na parte de equipamentos de informática encontram-se quatro computadores com os
sintetizadores de voz Dosvox e Jaws, sendo que dois são de uso público e os outros dois
são de uso interno. Estes computadores
possibilitam ao público a leitura de livros e textos e para os
funcionários e estagiários possibilitam a realização das tarefas rotineiras como:
cadastro, pesquisa, empréstimo e devolução dos livros, informações de Cleunice Basar
Ribeiro (funcionária da Seção Braille).
Figura 5 – Recursos Tecnológicos
<!--[if !vml]--> <!--[endif]--
>Fonte: clipart
A Seção Braille também presta serviços ao público não deficiente. São eles: visitas
orientadas - Apresentação da Seção Braille aos grupos de alunos de
diferentes níveis educacionais; Orientação no uso e no funcionamento do sistema
Braille, com demonstração dos computadores com softwares leitores de tela; Apoio a
outras bibliotecas públicas da rede paranaense; Encontros no Auditório que são o bate-
papo com amigos e torneio de dominó.
2.3 RECURSOS E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS QUE ATENDEM AS PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA VISUAL
2.3.1Sistema Braille
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<!--[endif]-->
Segundo a história do Sistema Braille (http://www.ipcnet.org.br/braille.htm), ele é um
método universal de leitura e escrita para pessoas com deficiência visual. Foi inventado
na França por Louis
Braille em 1825 e disseminado por todo o mundo. Atualmente a pessoa com
deficiência visual tem acesso à leitura e escrita através do computador,
mas o sistema Braille ainda é indispensável devido ao seu baixo custo,
seu fácil transporte em relação ao computador e, principalmente, o seu uso
para a alfabetização da pessoa com deficiência visual.
Figura 6 - Busto de Louis Braille
<!--[if !vml]--> <!--[endif]-->
Fonte: www.sac.org.br
O sistema Braille de leitura e escrita tátil é formado por seis pontos
em relevo, dispostos em duas colunas, uma no lado esquerdo e outra no
lado direito. Sendo os pontos 1, 2 e 3, na coluna esquerda contado de
cima para baixo e 4, 5 e 6, na coluna direita também contado de cima
para baixo (posição de leitura). Os seis pontos formam a chamada cela
Braille
Figura 7 - Cela Braille
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<!--[if !supportLineBreakNewLine]-->
<!--[endif]-->
Fonte: www.sac.org.br
A diferente disposição desses seis pontos permite a formação de 63
combinações ou símbolos Braille. As dez primeiras letras do alfabeto são
formadas pelas diversas combinações possíveis dos quatro pontos
superiores (1-2-4-5). As dez letras seguintes são as combinações das dez
primeiras letras, acrescidas do ponto 3 e formam a 2ª linha de sinais. A terceira linha é
formada pelo acréscimo dos pontos 3 e 6 às combinações da 1ª linha. O Sistema Braille
aplica-se à estenografia, à música e às anotações
científicas em geral, através do aproveitamento das 63 combinações em
códigos especiais. É utilizado nas diferentes línguas e escritas da Europa, Ásia e da
África. Sua principal vantagem é a facilidade que a
pessoa com deficiência visual tem de ler e também escrever através da
reglete e do punção.
2.3.2Materiais para o Sistema Braille
2.3.2.1Reglete e Punção
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<!--[endif]-->
O aparelho de escrita usado por Louis Braille era formado por
uma prancha, uma régua com duas linhas com janelas correspondentes às
celas Braille, que se encaixa pelas extremidades laterais na prancha e o
punção (objeto perfurador utilizado para fazer o ponto Braille na prancha ou na reglete).
O papel era encaixado entre a prancha e a régua, o que permitia à pessoa com
deficiência visual pressionar o papel com o
punção e escrever os pontos em relevo. Atualmente as regletes são avanços desse
aparelho de escrita de Louis Braille. A reglete, o punção e as folhas especiais para a
escrita Braille são utilizadas pela pessoa
com deficiência visual assim como a pessoa que não possui a deficiência
utiliza o lápis, a caneta e o caderno para anotações. Todas as regletes
modernas, seja ela modelo de mesa ou de bolso, consiste essencialmente
de duas placas de metal ou plástico, fixas de um lado com dobradiças, de
modo a permitir o melhor ajuste e encaixe do papel.
Figura 8 - Reglete e Punção
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Fonte: www.sac.org.br
A placa superior funciona como a primitiva régua e possui as janelas
correspondentes às celas Braille. Diretamente sob cada janela, a placa inferior possui,
em baixo relevo, a configuração de cela Braille.
Ponto por ponto as pessoas cegas com o punção, formam o símbolo Braille
correspondente às letras, números ou abreviaturas desejadas. Na reglete, escreve-se o
Braille da direita para a esquerda, na seqüência normal de letras ou símbolos.
A leitura é feita normalmente da esquerda para a direita. Conhecendo-se a numeração
dos pontos, correspondente a cada símbolo torna-se fácil tanto a leitura quanto a escrita
feita em reglete.
Figura 9 – cela Braille Letra “a”
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Fonte: www.sac.org.br
2.3.2.2 Máquina Braille
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<!--[endif]-->
Além da reglete, o Braille pode ser produzido através de máquinas
especiais de datilografia, de 7 teclas, sendo que cada tecla corresponde
a um ponto e a sétima com um tamanho maior corresponde ao espaço.
O papel é fixo e enrolado em rolo comum, deslizando normalmente quando
pressionado o botão de mudança da linha. O toque de uma ou mais teclas
simultaneamente produz a combinação dos pontos em relevo, correspondente ao
símbolo desejado.
Ao contrário da reglete, na máquina o Braille é produzido da esquerda para a direita,
podendo ser lido sem a retirada do papel da máquina de datilografia Braille, tendo sido a
primeira delas inventado por Frank H. Hall, em 1892 nos Estados Unidos da América.
Figura 10: Modelos de Máquina de datilografar em Braille
<!--[if !vml]--> <!--[endif]--><!--[if !vml]-->
<!--[endif]-->
Fonte: www.sac.org.br
2.3.2.3Impressora Braille
<!--[if !supportLineBreakNewLine]-->
<!--[endif]-->
A impressora Braille é semelhante às máquinas especiais de datilografia,
sendo, porém, elétricas. Com essas máquinas é
possível imprimir a escrita Braille nas duas faces do papel, possibilitando assim, uma
leitura corrente, um aproveitamento melhor do
papel, bem como a redução do volume dos livros e textos transcritos para
o sistema Braille.
Hoje, materiais em Braille podem ser produzidos em grandes escalas
pela automatização através de recursos modernos dos computadores aliados
aos avanços tecnológicos.
Figura 11 - Impressora em Braille
<!--[if !vml]--> <!--[endif]-->
Fonte: www.sac.org.br
2.3.2.4 Sorobã
O Sorobã é um aparelho de cálculo usado já há muitos anos no Japão pelas escolas,
casas comerciais e engenheiros, como máquina de calcular de grande rapidez de
maneira simples. Na escrita de números reside a
principal vantagem, que recomenda o sistema sorobã como método ideal de
cálculo para pessoa com deficiência visual.
O Sorobã está dividido em dois retângulos: um largo com quatro bolinhas em
cada eixo e outro estreito com apenas uma bolinha. As quatro bolinhas na unidade
simples correspondem aos números 1, 2, 3 e 4, na dezena corresponde aos números 10,
20, 30 e 40. Já a bolinha solitária na
unidade simples corresponde ao número 5, na dezena corresponde ao número
50, na centena o número 500 e assim por diante. Para separar os retângulos existe uma
linha chamada régua que tem de 3 em 3 eixos um
ponto em relevo para separar as classes.
Cada classe possui um eixo chamado de unidade, um outro chamado de
dezena e o último chamado de centena. Deslocando as bolinhas até a régua é possível
escrever, ler e modificar os algarismos.
Para se calcular com o Sorobã coloca-se o mesmo sobre uma mesa de modo
que o retângulo largo fique mais próximo da pessoa que vai calcular.
Figura 12: Sorobã
<!--[if !vml]--> <!--[endif]-->
Fonte: www.sac.org.br
2.4 MEIOS DE LOCOMOÇÃO
2.4.1 Bengala
A bengala ‚ o instrumento que dá às pessoas com deficiência visual a liberdade,
a independência e a autonomia para a vida em sociedade. Nela é depositada toda a
esperança e expectativa de mobilização livre por todos os lugares que a pessoa precise
ir. No Paraná as bengalas são confeccionadas pela Universidade Tecnológica do Paraná
e distribuídas gratuitamente.
2.4.2 Cães guia ou cães de assistência
Segundo informações do site: http://www.caoguia.org.br, cães guia são aqueles
treinados com a finalidade de guiar pessoas com deficiência visual. A escolha de um
cão guia deve ser feita por um profissional habilitado, o qual deverá fazer a seleção do
filhote na ninhada, levando em consideração os diferentes temperamentos e assim,
selecionar somente aqueles que apresentarem independência, serenidade, equilíbrio e
pro atividade.
Depois de selecionado e desmamado, o cão irá para o processo de socialização
com uma família voluntária, o que ocorre durante quatro meses (dos dois aos seis meses
de idade). Após isto, o cão começa o treinamento que dura em média seis meses e
somente entre cão e treinador.
O próximo passo é estudar o alinhamento de personalidade e estatura do cão
com seu usuário. Este passo é seguido pelo matching, ou seja, a adaptação de um cego
com o seu cão. Este processo dura de cinco a sete meses e é o passaporte para vida
social da dupla. No Brasil os treinamentos de cão guia são realizados pelo Projeto
Integrar da Polícia Federal do Distrito Federal e por treinadores autônomos. O custo
médio mensal com alimentação e higiene de um cão guia é de R$100,00.
Também são chamados de cães de assistência, pois se treinados desempenham
outras atividades assistivas como, por exemplo: avisar a pessoa com deficiência auditiva
que o telefone ouacampainha está tocando, alertar para ruídos não comuns, etc; auxiliar
pessoascom dificuldade motora, ajudando-as a ir da cadeira de rodas para a camaou para
um banco comum ou de carro; auxiliar pessoascomepilepsia,pois cerca de 10 minutos
antes de ter umacriseepilética,asfeiçõesda pessoa sofrem algumas alterações de muito
difícilpercepçãohumana,o cão reconhece essas alterações e alerta a pessoa
eaindaauxiliapara que, durante a crise, osdanosfísicossejamminimizadosousequer
existam.
2. 5 A INFORMÁTICA COMO RECURSO PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA
VISUAL
No Brasil, não diferente de vários outros países, a informática vem
fazendo parte da educação, do trabalho e da vida em geral das pessoas com
deficiência visual. Em qualquer computador com multimídia poderá ser instalado. Os
programas chamados de leitores de telas, os quais permitem total autonomia à pessoa
com deficiência visual. Os três programas mais utilizados atualmente são: Sistema
Dosvox, Virtual Vision e Jaws.
Figura 13 - Computador com programa DOS VOX
<!--[if !vml]--> <!--[endif]-->
Fonte: www.sac.org.br
2.5.1Sistema DosVox
De acordo com a univercidade Federal do Rio de Janeiro, O Sistema Dosvox funciona
em microcomputadores da linha PC, e faz com que o computador se comunique com o
usuário por meio de voz humana com um sintetizador de voz, facilitando assim, uma
maior independência no estudo, no trabalho e na vida em geral.
O sistema realiza a comunicação por meio de síntese de voz em Português,
sendo que a síntese de textos pode ser configurada para outros idiomas,
conforme pode-se verificar nna opção de configuração do mesmo. Ainda de
acordo com a UFRJ, o que diferencia o DOSVOX de outros sistemas voltados
para uso por
pessoas com deficiência visual é que no DOSVOX a comunicação homem-
máquina é muito mais simples, e leva em conta as especificidades e limitações
dessas pessoas, já que ao invés de simplesmente ler o que está escrito na tela, o
DOSVOX estabelece uma comunicação amigável, através de programas
específicos
e interfaces adaptativas o que o torna insuperável em qualidade e
facilidade de uso. Sendo assim, os usuários encontram no computador um meio
facilitador de sua inclusão educacional e social.
Conforme verifica-se ao usar o Sistema Dosvox, a maioria das mensagens
sonoras emitidas por ele são gravadas em voz humana. Por isso e de acordo com
a UFRJ, ele é um sistema com baixo índice de
estresse para o usuário, mesmo com uso prolongado.
A UFRJ ainda afirma que Ele é compatível com a maior parte dos sintetizadores de voz
existentes, pois usa a interface padronizada SAPI do Windows. Isso garante que o
usuário pode adquirir no mercado os sistemas de síntese de fala mais
modernos e mais próximos à voz humana, os quais emprestarão ao DOSVOX
uma excelente qualidade de leitura.
O DOSVOX é desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e sua
distribuição é gratuita. Em dezembro de 2002 o sistema tinha cerca de 6000 usuários no
Brasil e alguns países da América Latina. Nesta época, o número de usuários que
acessava a Internet era estimado em cerca de 1000 pessoas.
2.5.2Virtual Vision
O Virtual Vision permite que pessoas com deficiência visual utilizem o ambiente
Windows, os aplicativos Office, naveguem pela Internet com a Internet Explorer ou
qualquer outro aplicativo desenvolvido para esta plataforma. Ele se destaca no Brasil
devido ser um software nacional e por isto possui uma alta qualidade de leitura
utilizando síntese de voz em português original e não traduzido de outra língua.
<!--[if !supportLists]-->2.5.3<!--[endif]-->JAWS
O Jaws for Windows é o mais eficiente leitor de tela do mundo. O Jaws é um popular
programa utilizado pelas pessoas com deficiência visual. Ele foi fabricado e é atualizado
constantemente pela empresa Norte Americana Henter-Joyce, pertencente ao grupo
Freedom Scientific.
O Jaws com certeza é o mais preferido leitor de tela e se tornou famoso entre as pessoas
com deficiência visual devido à sua extraordinária acessibilidade na utilização dos
principais aplicativos em ambiente Windows. Sua leitura é completa e possui tradução
para mais de trinta idiomas inclusive o português do Brasil.
<!--[if !supportLists]-->2.6<!--[endif]-->A INCLUSÃO DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA VISUAL NA SOCIEDADE
A inclusão acontece através dos dedos das mãos, ouvidos, bengala, através dos olhos de
um ser humano ou de um cão guia.
Quando se perde um sentido, passa-se a usar mais os outros e por ser necessário, aguça-
se os que restaram. O tato é desenvolvido e uma pessoa com a deficiência visual
reconhece formatos, objetos e tudo mais que possa ser tateado.
Através do Braille (sistema de leitura e escrita para pessoa com deficiência visual), o
cego pode ler qualquer informação ou conteúdo. Livros, revistas, e outros materiais
publicados em Braille, gravados em fitas cassete ou cd, possibilitam a inclusão da
pessoa com deficiência visual no mundo da cultura.
Os softwares de vozes, os quais podem ser instalados em qualquer computador
equipado com multimídia, propiciam aos cegos o acesso ao mundo da informática. Os
softwares lêem com uma voz audível tudo que vai aparecendo na tela, menos as
imagens sem descrição e alguns tipos de tabelas, mas se o site obedecer às normas de
acessibilidade na WEB, a pessoa com deficiência visual ou qualquer outra deficiência
terá total autonomia para navegar.
Através da audição é possível atravessar uma rua, reconhecer pessoas trabalhar com
sons e etc. Já a bengala possibilita uma maior independência, pois auxilia na locomoção
para a escola, para o serviço, para a casa do amigo (a) e etc.
Quando a cidade possui acessibilidade urbanística e o povo tem consciência, ou seja,
não tem buracos, bicicletas andando nas calçadas, carros estacionados irregularmente,
placas publicitárias, orelhões sem alinhamento adequado e outros obstáculos nas
calçadas, a pessoa com deficiência visual e os demais cidadãos se locomovem
independentemente sem riscos de acidentes e confiantes no instrumento.
O guia humano é útil em certas ocasiões como, por exemplo, em uma corrida ou num
lugar que não tenha nenhum tipo de acessibilidade, dentro de ambientes desconhecidos
e outros. O cão guia, assim como a bengala facilita a independência, mas no Brasil
ainda há poucos, devido o preço do animal e de seu treinamento que acontece somente
no exterior até pouco tempo atrás. Desde 2002 há na cidade de Brasília - Distrito
Federal, a única escola de treinamento a cães guias.
O alto valor e a falta de informação contribuem para inclusive, aqueles que têm um cão
guia, ainda encontrarem preconceito em relação a entrarem em espaços públicos
guiados por seus cães. Em outros países de cultura mais desenvolvida o cão guia faz
parte da vida de muitos deficientes visuais e não causam constrangimentos, permitindo
à pessoa com deficiência visual uma independência e autonomia nas tarefas mais
simples do dia-a-dia.
2.6.1 Laramara<!--[if !supportFootnotes]-->[1]<!--[endif]--> - Prestadora de serviços e
produtos especializados para pessoas com deficiência visual
A Laramara dispõe de dois principais departamentos, a fábrica de máquinas Braille e
Bengalas e o Laratec. O trabalho com as máquinas Braille é realizado por meio de
parcerias internacionais, as quais possibilitam a Laramara montar, importar e distribuir
para todo o Brasil diferentes modelos de máquina Braille.
As bengalas produzidas são de diversos tamanhos com as seguintes características:
Bengala dobrável de alumínio leve com cabo de borracha anatômico (macio e de
fácil manuseio), pintura eletrostática que reflete a luz,
ponteira fixa ou rolle de nylon 6.0 diâmetro 20 mm que dá maior
durabilidade, elástico revestido c/nylon - 4 voltas que oferece maior
resistência.
A Laratec é um departamento de tecnologias criado pela Laramara e
objetiva o acesso à tecnologia de ponta do primeiro mundo.
A Laramara comercializa produtos e serviços da mais alta
tecnologia feita para assistir a pessoa com deficiência visual e
oferece cursos diversos, dentre eles o curso de inclusão, o curso de fundamentos, leitura
e escrita Braille e o curso de cálculos através do sistema Sorobã, ambos destinados aos
professores da rede regular de ensino, (informações de http://www.laramara.org.br).
Segundo o site da Lara Mara citado acima, Os principais produtos comercializados são:
Software Jaws e Jaws Talke
Diferentes tipos de Bengalas
Diferentes tipos de relógios
Impressoras Braille
Diversos modelos de Máquinas Braille.
Os principais serviços oferecidos são:
Suporte diferenciado ao usuário
Atendimento personalizado
Pesquisa permanente
Materiais informativos que divulga o que existe de mais atualizado em
tecnologia assistiva para pessoas com deficiência visual.
A empresa Bengala Branca Importação e Comercio LTDA, situada em Porto
Alegre/RS, importa e comercializa produtos e serviços especializados que tornam a
pessoa com deficiência visual mais independente.
Os principais produtos comercializados são:
Agendas Braille
Bengalas de Locomoção
Calculadoras Falantes
Gráficos Táteis
Impressoras Braille
Jogos Adaptados
Jogos Pedagógicos
Lupas e Ampliadores de Imagem
Papéis para Escrita e Impressão Braille
Regletes
Relógios Braille e Falante
Software Jaws e Outros
Além de outros produtos diversos
Os principais Serviços comercializados são:
Gráfica Braille: impressão em Braille e encadernação:
- Adaptações ao Braille de textos em geral como livros, apostilas, cardápios e
manuais.
- Adaptações ao Braille de diversos tipos imagens como gráficos·matemáticos
tabelas e mapas.
Suporte Técnico: Oferece pessoal especializado para auxiliar os clientes no uso
de softwares e equipamentos.
Manutenção: Possui Assistência Técnica autorizada e pessoal Treinados pelos
fabricantes: Enabling Technologies, Freedom Scientific, ONCE, Americam
Thermoform Corporation e Howe Press of Perkins School for the Blind,
(informações de http://www.bengalabranca.com.br).
2.7 OS RECURSOS E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS E OS DESAFIOS PARA A
INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
A expressão tecnologia assistiva é toda e qualquer tecnologia criada ou
adaptada visando assistir pessoas com limitações físicas, sensoriais,
cognitivas, motoras e qualquer outra deficiência ou incapacidade de
natureza humana.(http://www.etodos.org) Trata-se de atender as necessidades
específicas que uma pessoa com deficiência tem para desempenhar as atividades do dia-
a-dia
como à locomoção, à aprendizagem, à comunicação, à profissionalização, à
interação social, em fim, qualquer tecnologia que facilite a inclusão
familiar, escolar, social e profissional.
É uma variedade de recursos e aparatos tecnológicos, desenvolvidos para estes fins
como: relógios, bengalas, equipamentos, produtos, sistemas, softwares, sites,
ferramentas, acessórios, dispositivos, utensílios, artefatos e qualquer
outra tecnologia ou recurso com acessibilidade ou adaptação estratégica
que contribui com o desenvolvimento das potencialidades humanas, proporcionando
assim, segurança, autonomia, conforto, agilidade e total
independência para as crianças, jovens e adultos que destes necessitem
durante a vida. (http://www.bancodeescola.com)
Através de visitas realizadas na Seção Braille, Escola de Educação Especial Professor
Osny Macedo Saldanha, Associação dos Deficientes Visuais do Paraná e de acesso a
vários sites de instituições especializadas no Brasil, verifica-se que ouso de máquinas de
escrever em Braille, do computador com softwares leitores de telas e impressoras
Braille, entre outros meios tecnológicos acessíveis são apontados por especialistas como
tecnologias assistivas
que facilitam a aprendizagem das pessoas com deficiência visual.
A produção de material pedagógico em Braille, a adaptação dos
mobiliários e do espaço físico escolar, urbano, rural ou familiar e os
serviços de apoio, entre outros, são caracterizados pelos especialistas
como modalidades de tecnologias assistivas.
Observa-se através das leis, deliberações e tratados internacionais que qualquer
professor é responsável pela aprendizagem de todos os alunos, inclusive daquele que
tem algum tipo de deficiência. Nesse sentido, é necessário e urgente que todas as
instituições educacionais rompem com suas metodologias de ensino tradicionais e se
utilizem das novas perspectivas curriculares,
dos percursos específicos de aprendizagem e das estratégias pedagógicas
que objetivam uma educação igualitária.
Verifica-se por meio das visitas e conversas com diretores e professores de instituições
especializadas que a inclusão social e educacional da pessoa com
deficiência visual, acontece principalmente devido à mudança de atitudes do educador e
da sociedade em geral e por conseqüência disto, começa a
disponibilização constante dos recursos adaptados e das tecnologias
assistivas. Outra constatação é que as escolas e faculdades superam as
dificuldades encontradas no dia-a-dia (falta de tecnologia assistiva e capacitação
específica) por meio da criatividade, da adaptação e compromisso dos educadores
preocupados com a educação de todos. Observa-se que estes educadores, na maioria das
vezes, fazem a confecção ou elaboração do material pedagógico com propósito de
facilitar a aprendizagem do conteúdo.
A forma mais utilizada observada foi a forma artesanal, onde os educadores se utilizam
de materiais concretos e reciclados. Dando assim, maior simplicidade, eficiência e
rapidez na aprendizagem, já que estes materiais são de fácil acesso e de baixo custo.
Segundo as diretrizes internacionais estabelecidas pela Conferência da Educação
para Todos (UNESCO 1990) e Fórum de Dakar (2000), os sistemas educacionais
fracassaram na sua tarefa de promover o acesso a uma educação de qualidade e
igualitária em termos de oportunidades de aprendizagem para todos, inclusive às
pessoas com deficiências.
Neste sentido, a educação inclusiva, de acordo com as Declarações de
Salamanca (1994), assinada pelo Brasil, defende que: "a escola centrada na criança
como a base do treino para uma sociedade baseada no povo, que respeita tanto as
diferenças quanto a dignidade de todos os seres humanos". Ainda afirma que: “a escola
inclusiva reconhece todos os alunos identificando as diferenças, promovendo a
aprendizagem e atendendo às necessidades de cada um”.
“Toda criança com necessidade especial tem direito à escola, exercendo sua
cidadania”. Seguindo estes e outros tratados internacionais, em 1996 o Brasil aprova em
sua lei de diretrizes e bases da educação nacional um capítulo específico sobre a
educação especial. Porém, a lei estabelece que esta educação deve ser ofertada
preferencialmente na rede regular de ensino, o que reconhece a importância das escolas
especiais e a despreparo da rede regular. Observa - se que há dificuldade do governo, da
escola e do professor da rede regular para tornar a educação inclusiva uma realidade
nacional, onde pudesse substituir o termo "preferencialmente" da LDBEN, por
"obrigatoriamente" numa próxima alteração da lei.
Com base nesta pesquisa acredita-se que é necessário que os professores aceitem e
contemplam em seus planos de aulas as necessidades especiais dos alunos e as
instituições educacionais estabeleçam objetivos e metas para atender as leis,
deliberações, recomendações e desafios traçados por especialistas da educação
inclusiva, os quais participam do grupo de discussão do bancco mundial
([email protected]),dentre eles destacam-se:
Formação de professores nos cursos básicos de magistério e de
pedagogia contemplando a diversidade do alunado, dentre elas a
especificidade da deficiência visual;
Criação de laboratórios de aprendizagem acessível com recursos
atraentes e desafiadores para todos os alunos;
Manutenção de laboratórios de informática nas escolas, instituições
especializadas e outros espaços que visam a democratização do uso da
informática equipados com computadores e softwares especiais como o
Dosvox, assim como dispositivos de acessibilidade que favoreçam a
versatilidade, a interdisciplinaridade, a construção do conhecimento e o
desempenho autônomo constante das pessoas com deficiência visual.
Disponibilidade de tecnologia assistiva específica para atender alunos com
deficiência visual desde a 1ª série do ensino fundamental;
Consultores de tecnologia à disposição das escolas e da comunidade;
Viabilização de novas tecnologias de aprendizagem colaborativas a
distância para suprir dificuldades existentes nesta modalidade;
Percepção da figura do tutor como agente colaborativo;
Criação de centros de referência, estabelecimento de parcerias e
articulação de redes de atendimento como formas de trocar experiências
e viabilizar a inclusão bem sucedida de todos os alunos;
Autonomia na definição do projeto político pedagógico de cada escola;
Viabilizar computador com sintetizador de voz nas faculdades e
universidades públicas e privadas para uso exclusivo de pessoas com
deficiência visual;
Associar a Tecnologia como uma concepção plural de escola, a ser
aplicada na sala de aula como ferramentas que possibilitam: construir
representação gráfica de fenômenos, cartazes e pesquisas, apresentação e síntese
de conteúdos, expressão musical, artística e visual multimídia,
concepção virtual de espaço etc.
2.8 ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Os limites e facilidades de acesso ao mundo da informática através dos leitores
de tela são conhecidos por uma designação que pode servir a quase tudo que se refira a
obstáculos e facilidades, virtuais ou não, neste sentido, a acessibilidade é a viabilidade
que uma pessoa com deficiência visual tem para perceber algo por meio do ouvido, tato
e olfato.
Busca-se aqui abordar especificamente a acessibilidade virtual. Para promover
esta acessibilidade é indispensável entender como a pessoa com deficiência visual opera
o computador. Toda a intervenção feita pelo usuário é realizada através do teclado, ou
seja, o mouse não é utilizado, o que explica isto é o simples fato dele exigir a
coordenação visual (mira).
O teclado é a solução facilitadora e apesar de existir o teclado em Braille, o
teclado utilizado pela grande maioria é o teclado comum que já vem de fabrica com um
alto relevo na parte inferior das teclas "F" e "J", devido a uma antiga norma
internacional de datilografia. Como muitos podem imaginar, as imagens não são
problemas para nós, basta-se descrevê-la. Dando assim, seu equivalente textual. Uma
outra solução é a utilização das teclas de atalho , as quais são comuns na maioria dos
programas e aplicativos que funcionam em plataforma Windows. Para exemplificar
seguem alguns comandos mais utilizados no dia-a-dia e testado por mim em diversos
leitores de tela.
Figura 15 – Teclado
Fonte: clipart
CTRL+ALT+D - ativa o
sistema Dosvox;
CTRL+ALT+J - ativa o Jaws
For Windows;
CTRL+ALT+V - ativa o Virtual
Vision
Botão iniciar+P - vai direto para os programas instalados no computador.
Nos sites, a forma de navegar é utilizar a tecla "TAB, o que faz o leitor de tela ler os
links de cima para baixo e para ler na ordem inversa basta pressionar simultaneamente
"CHIFT+TAB". Quando o usuário quiser ler o conteúdo de um link é só teclar enter e
após o carregamento deste realizar a leitura com as setas direcionais. Para entrar em um
link é só dar ENTER para voltar a página anterior, basta teclar ALT mais seta para a
esquerda , ALT mais f4 fecha a janela atual do Windows, estes são somente alguns dos
inúmeros comandos via teclado.
Essas teclas de atalho e inúmeras outras são comuns aos navegadores e qualquer
pessoa pode utilizá-las na falta de um mouse ou simplesmente para teste.Dessa maneira
as pessoas com deficiência visual vão navegando, realizando tarefas e muitas coisas
antes impossíveis.
O acesso da pessoa com deficiência visual aos softwares, sites e aos sistemas
diversos é possível devido os screanreaders (leitores de tela ou sintetizadores de voz.
Estes softwares são de origem americana e começaram a chegar no Brasil na linha de
micro computadores em 1993, desde então eles vêm evoluindo tecnicamente a cada
nova versão).
<!--[if !supportLists]--><!--[endif]-->Técnicas de Acessibilidade
Hoje existem diversas técnicas para que um software, site e outros sejam acessíveis
às pessoas com deficiência visual, as quais são conhecidas como diretrizes de
acessibilidade, como as do W3C ( World Wide Web Consortium ) Através do WCAG
( WebContents Accessibility Guidelines ) que, se seguidas em suas recomendações
básicas, possibilita um melhor acesso aos conteúdos off e on lines.
No Brasil, apesar de poucas, existem leis de acessibilidade. Um exemplo é o
Decreto-lei 5296, de 2004, o qual torna obrigatória a adequação dos sites do governo.
Atualmente, Existem várias empresas que promovem acessibilidade virtual. Entre elas
destacam-se os bancos, quase todos possuem o Internet Bancking acessível.
Figura 16 – Treinamento de pessoas com deficiência visual
Fonte: www.tele-centros.org<!--[if !vml]-->
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A hipótese levantada no início desta pesquisa foi: se o atendimento educacional
da pessoa com deficiência visual está satisfatório, e quais os recursos que poderiam
contribuir para a inclusão educacional e social e como viabilizar que as tecnologias
assistivas se tornem um tema constante nas práticas pedagógicas e como viabilizar o uso
destes recursos.
A constatação foi de que as empresas não especializadas e a escola regular não
estão totalmente preparadas para incluir estas pessoas, apesar dos dispositivos legais
apontarem a necessidade de uma igualdade de oportunidade e condições sociais e
também uma educação igualitária para todos. O que pude perceber foi que o uso dos
recursos e das tecnologias assistivas deixa a pessoa com deficiência visual num patamar
de equidade social. Sendo assim, o correto uso destes facilitarão num médio ou longo
prazo um acesso igualitário aos meios competitivos de sobrevivência da sociedade atual.
Por tanto, é preciso que as escolas e empresas buscam viabilizar e democratizar o acesso
a todas estas armas a favor da inclusãopara desfazer o quadro excludente historicamente
formado.
Para cumprir com os objetivos desta pesquisa realizei um histórico atual do
atendimento da pessoa com deficiência visual no Brasil e no Paraná. Este estudo revelou
que o atendimento especializado no Brasil iniciou através da criação dos institutos de
cegos e os mesmos existem até hoje. Com a existência destes institutos e com o maior
número de alunos atendidos pelas escolas especiais nos dias atuais, conforme mostram
os dados, conclui-se que estes tem um papel fundamental em quanto instituições
especializadas.
Em paralelo ao atendimento destas pessoas e de acordo com suas necessidades
de inclusão social, minha pesquisa possibilitou verificar que houve a criação ou
adaptação de vários recursos e tecnologias, os quais facilitam a inclusão, tanto no
âmbito escolar, tanto no social da pessoa com deficiência visual. A dificuldade que
encontrei tanto no ensino especial como no regular foi que apesar da maioria dos
profissionais usarem a criatividade para incluir os alunos diferentes<!--[if !
supportFootnotes]-->[2]<!--[endif]-->, as escolas não possuem as tecnologias
assistivas e quando possuem há falta de profissionais qualificados, bem como estas
instituições não desenvolvem projetos que viabilizam o uso de tecnologias assistivas de
forma pedagógica.
No que diz respeito ao uso da informática na educação, o pedagogo tem a
responsabilidade principal de saber os benefícios e os malefícios desta nova maneira de
ensino aprendizagem. As atividades de experiências com criança e adolescentes devem
ser realizadas ao vivo e quando isto não for possível acredito que estas poderão ser
simuladas, não de uma forma tão abstrata, divorciada da realidade, mas contextualizada
e este é um dos motivos para repensar e rever com olhos pedagógicos a programação e
aplicação destas simulações.
É necessário formar pessoas e não maquininhas, por tanto, o pedagogo deve
orientar os educadores para a construção de um mundo virtual que transmita o real e que
respeite os valores humanos formados ao longo da sociedade. O educador deve ser
capacitado para ter a competência de reconhecer e recusar as pragas virtuais que
prejudicam a relação humana em todo o seu sentido.
O Brasil caminha (ou deveria caminhar) em direção a um país desenvolvido, justo,
humano e acessível para todos. Neste sentido, tenho certeza que a educação contribui e
muito para este objetivo e o uso da informática e outras tecnologias nas escolas,
respeitando-se estes princípios trará um grande avanço.
Baseado em minha realidade e na de vários outros alunos beneficiários das boas aulas
de informática, antes mesmo dos meus 16 ou 17 anos, chego a conclusão que a inclusão
digital através da escola especial e regular é uma necessidade real e o pedagogo não
deve ser contra ela. É a inclusão digital que tem facilitado a minha vida e a de muitas
outras pessoas com deficiência visual (beneficiárias dos sintetizadores de voz) além das
pessoas com dificuldades de locomoção ou de limitações de alguns movimentos do
corpo, a exemplo de muitas outras pessoas que encontram na informática a
oportunidade de acesso, independência, qualificação, profissionalização, capacitação
entre outros.
Acredito que o uso da informática na educação é necessário desde o ensino
fundamental, é claro que com o devido acompanhamento de educadores capacitados
para tanto, desta forma, evitando que o ensino seja proporcionado por maus professores.
Para isto, se faz necessário repensar, rever, mudar as práticas pedagógicas excludentes e
capacitar pedagogos e educadores para o uso da informática na educação, pois o virtual
deve mostrar o real e o ensino virtual deve formar para o real.
No âmbito profissional o que observo são diferentes empresas, diferentes
funcionários, mas funções semelhantes, cada pessoa com um computador equipado com
hedfone, o cliente / outro na linha ou em sua frente e, no monitor, várias janelas que
trazem: informações cadastrais, scripts de venda, orientações operacionais, bancos de
dados, documentos e tabelas de preços, software de discagem eletrônica, softwares de
registro de produtos e serviços, páginas com formulários para cadastramento diversos e,
todos esses funcionários interagindo com clientes ou não, seja eles internos ou externos,
outras empresas ou órgãos fornecedores e essas telas informatizadas. Ali junto com
estes vários há alguns funcionários com deficiência visual, desempenhando o mesmo
papel e cumprindo as mesmas metas da empresa, bastando para isto haver instalado no
computador um leitor de tela como o Virtual Vision ou Jaws. Esta é a realidade em
bancos e muitas outras empresas que atualmente empregam pessoas com deficiência
visual em seus quadros de funcionários por força da lei de cotas ou não. Observo que
estes profissionais vem provando que quando uma empresa respeita as limitações e as
necessidades especiais de um semelhante, se adaptando para melhor atendê-los
(software de voz, rampa, sinalização especial), estará contribuindo para o
desenvolvimento humano e social.
Apesar do desvio estético (para o padrão social moderno), algumas pessoas com
deficiência, quando têm oportunidade, estão mostrando que são eficientes,
desempenhando funções antes não vistas devido à maneira preconceituosa que a
sociedade tratava, e trata ainda, esses indivíduos deficientes.
O Brasil possui uma das maiores populações de pessoas com deficiência do
mundo, e uma das menores taxas de participação no mercado de trabalho. Cabe a cada
um de nós contribuirmos para a inclusão dos deficientes na sociedade onde vivem
visando o desenvolvimento local e global e contribuindo assim na construção de um
mundo mais justo, acessível e humano para todos. O atendimento a essas pessoas não
pode continuar restrito somente às entidades especializadas e não podemos admitir que
a grande maioria dessas pessoas continue excluída da vida social para não incomodar
àquelas consideradas normais. Por outro lado, observo que há várias políticas públicas
que se destinam ao atendimento às pessoas com deficiências, verifica-se que algumas
são necessárias, mas sem a devida fiscalização, são ineficientes. Já outras, comprovam a
ignorância dos nossos políticos. Um exemplo claro são as assessorias de assistência e
apoio aos deficientes, as quais têm uma visão assistencialista / paternalista, assim como
algumas das entidades ditas especializadas. Constata-se que é preciso criar junto aos
governos e empresas privadas assessorias / consultoria para a criação de políticas
públicas e ações efetivas de inclusão social da pessoa com deficiência e retirar as
discussões / ações da visão assistencialista para elevá-las ao nível de uma compreensão
científica e realista, ou seja, ultrapassar o senso comum, pois este entendimento ainda é
predominante em nossa sociedade atual.
4 REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei n. 9394, de 20.12.96. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Diário Oficial, Brasília, v. CXXXIV, n. 248, de 23.12.96, p.27.833-27.8d I,
1996.
Bueno, S.G.José.Educação especial brasileira integração/ segregação do aluno
diferente. SÃO PAULO: EDUC,1993.
Sites:
Dados da educação especial do Estado do Paraná. Disponível em: < htpp://
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br >. Acesso em: 02 nov.2006.
Fundação Dorina Nowil. Histórico fundação Dorina Nowil. Disponível em: < htpp://
www.fundacaodorina.org.br >. Acesso em 06 de jul. 2006.
História e programas do Instituto Paranaense de Cegos. Disponível em: < htpp//
www.ipcnet.org.br >. Acesso em: 16 jul. 2006.
Instituto Benjamin Constant. História e atividades pedagógicas. Disponível em : <
htpp// www.ibcnet.gov.br >. Acesso em : 05 nov. 2006.
Jaws. História e dados. Disponível em: www.hj.com Acesso em: 15 / Ago 2006.
Sistema Dosvox. História e informações de seus utilizadores. Disponível em:
http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox<http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox> Acesso em 15
/Ago 2006.
Virtual Vision. Informações. Disponível em: http://www.micropower.com.br Acesso
em 15 / Ago 2006.
www.tele-centros.org acesso em 30-11-2006 12h15min
www.mec.gov.br
De acordo com censo brasileiro de 2000, 16,5 milhões de pessoas sofrem de deficiência
visual e 159 mil são incapazes de enxergar. Cabe a todos, aceitar e aprender a conviver
com estas diferenças, diminuindo assim o preconceito.
os olhos de um cego são os dedos das mãos;
Os olhos de um cego são os ouvidos;
O olho de um cego é a bengala;
Os olhos de um cego são os olhos de um ser humano ou de um cão guia;
Quando perdemos um sentido, passamos a usar mais os outros e por ser necessário,
aguçamos os que nos restaram.
O tato é desenvolvido e um cego reconhece formatos, objeto e tudo mais que possa ser
tateado. Através do Braille (sistema de leitura e escrita para deficientes visuais), o cego
pode ler qualquer informação ou conteúdo.
Livros, revistas, e outros materiais publicados em Braille ou gravados em fitas cassete
ou cd, possibilitam a inclusão dos cegos no mundo da cultura.
Os softwares de vozes, os quais podem serem instalados em qualquer computador
equipado com multimídia, propicia aos cegos o acesso ao mundo da informática. Os
softwares lê com uma voz audível tudo que vai aparecendo na tela, menos as imagens
sem descrição e alguns tipos de tabelas, mas se o site obedecer as normas de
acessibilidade na WEB, não só os deficientes visuais como todos os outros deficientes
terão total autonomia para navegarem.
Através da audição um cego atravessa uma rua, reconhece as pessoas, trabalha com sons
e etc.
A bengala possibilita um cego ser independente, é através dela que o cego vai se
locomover para a escola, para o serviço, para a casa do amigo (a) e etc.
Quando a cidade tem acessibilidade urbanística e o povo tem consciência , ou seja, não
tenha buracos, bicicleta,
carro, placas publicitárias, orelhões sem alinhamento adequado e outros nas calçadas, os
cegos e os demais cidadãos se locomovem independentemente.
O guia humano é útil em certas ocasiões, como por exemplo em uma corrida, num lugar
que não tenha nenhum tipo de acessibilidade, dentro de ambientes desconhecidos e
outros. Já o cão guia, assim como a bengala facilita a independência de um deficiente
visual, mas no Brasil ainda a poucos devido seu preço e a falta de informação. Em
outros países mais desenvolvidos o cão guia faz parte da vida de muitos deficientes
visuais.
"havendo acessibilidade, humanidade, eu digo que um cego vê tudo mas, o mundo não é
só o que se vê!!!"
historia do braille no brasil
historia do braille no brasil
O Sistema Braille no Brasil
O Sistema Braille, utilizado universalmente na leitura e na escrita por pessoas cegas,
foi inventado na França por Louis Braille, um jovem cego, reconhecendo-se o ano
de 1825 como o marco dessa importante conquista para a educação e a integração
dos deficientes visuais na sociedade.
Antes desse histórico invento, registram-se inúmeras tentativas em diferentes países,
no sentido de se encontrarem meios que proporcionassem às pessoas cegas
condições de ler e escrever. Dentre essas tentativas, destaca-se o processo de
representação dos caracteres comuns com linhas em alto relevo, adaptado pelo
francês Valentin Hauy, fundador da primeira escola para cegos no mundo, em 1784,
na cidade de Paris, denominada Instituto Real dos Jovens Cegos. Foi nesta escola,
onde os estudantes cegos tinham acesso apenas à leitura, através do processo de
Valentin Hauy, que estudou Louis Braille. Até então, não havia recurso que
permitisse à pessoa cega comunicar-se pela escrita individual.
Louis Braille, ainda jovem estudante, tomou conhecimento de uma invenção
denominada sonografia ou código militar, desenvolvida por Charles Barbier, oficial
do exército francês. O invento tinha como objetivo possibilitar a comunicação
noturna entre oficiais nas campanhas de guerra. Baseava-se em doze sinais,
compreendendo linhas e pontos salientes, representando sílabas na língua francesa.
O invento de Barbier não logrou êxito no que se propunha, inicialmente. O bem
intencionado oficial levou seu invento para ser experimentado entre as pessoas
cegas do Instituto Real dos Jovens Cegos.
A significação tátil dos pontos em relevo do invento de Barbier foi a base para a
criação do Sistema Braille, aplicável tanto na leitura como na escrita por pessoas
cegas e cuja estrutura diverge fundamentalmente do processo que inspirou seu
inventor. O Sistema Braille, utilizando seis pontos em relevo, dispostos em duas
colunas, possibilita a formação de 63 símbolos diferentes que são empregados em
textos literários nos diversos idiomas, como também nas simbologias matemática e
científica, em geral, na música e, recentemente, na Informática.
A partir da invenção do Sistema Braille, em 1825, seu autor desenvolveu estudos
que resultaram, em 1837, na proposta que definiu a estrutura básica do sistema,
ainda hoje utilizada mundialmente. Comprovadamente, o Sistema Braille teve plena
aceitação por parte das pessoas cegas, tendo-se registrado, no entanto, algumas
tentativas para a adoção de outras formas de leitura e escrita e, ainda outras, sem
resultado prático, para aperfeiçoamento da invenção de Louis Braille.
Apesar de algumas resistências mais ou menos prolongadas em outros países da
Europa e nos Estados Unidos, o Sistema Braille, por sua eficiência e vasta
aplicabilidade, se impôs definitivamente como o melhor meio de leitura e de escrita
para as pessoas cegas.
Em 1878, um congresso internacional realizado em Paris, com a participação de
onze países europeus e dos Estados Unidos, estabeleceu que o Sistema Braille
deveria ser adotado de forma padronizada, para uso na literatura, exatamente de
acordo com a proposta de estrutura do sistema, apresentada por Louis Braille em
1837, já referida anteriormente.
Os símbolos fundamentais do Braille utilizados para as notações musicais foram,
também, apresentados pelo próprio Louis Braille na versão final dos estudos
constantes da proposta de estrutura do Sistema concluída em 1837.
Hoje, a musicografia braille‚ já é adotada uniformemente por todos os países. Para
tanto, contribuíram, principalmente, os congressos realizados em Colônia
(Alemanha), 1888, em Paris (França), 1929 e, finalmente, num congresso realizado
em Nova Iorque, 1954, onde foram adaptados símbolos, de acordo com novas
exigências da musicografia.
A aplicação do Sistema Braille à Matemática foi também proposta por seu inventor
na versão do Sistema editada em 1837. Nesta, foram apresentados os símbolos
fundamentais para os algarismos, bem como as convenções para a Aritmética e para
a Geometria.
Esta simbologia fundamental, entretanto, nem sempre foi adotada nos países que
vieram a utilizar o Sistema Braille, verificando-se, posteriormente, diferenças
regionais e locais mais ou menos acentuadas, chegando a prevalecer, como hoje,
diversos códigos para a Matemática e as ciências em todo o mundo.
Com o propósito de unificar a simbologia braille para a Matemática e as ciências,
realizou-se na cidade de Viena, em 1929, um congresso, reunindo países da Europa
e os Estados Unidos. Apesar desse esforço, a falta de acordo fez com que
continuassem a prevalecer as divergências, que se acentuaram, face à necessidade de
adoção de novos símbolos, determinada pela evolução técnica e científica do século
XX.
O Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos, criado em 1952, hoje União
Mundial dos Cegos, com apoio da UNESCO, passou a se preocupar, através de seus
especialistas, com o problema da unificação da simbologia matemática e científica,
a nível mundial.
Com esse propósito, a Organização Nacional de Cegos da Espanha (ONCE), em
princípios da década de 1970, desenvolveu estudos, através da análise e comparação
de diferentes códigos em uso no mundo, para, finalmente, propor um código
unificado a que denominou "Notacion Universal".
A Conferência Ibero-Americana para a Unificação do Sistema Braille, realizada em
Buenos Aires, 1973, foi uma tentativa de se estabelecer um código único para países
de língua castelhana e portuguesa. Na oportunidade, foram apresentados três
trabalhos, elaborados pela Espanha, Argentina e Brasil. A acentuada divergência
entre os códigos inviabilizou um desejável acordo.
O Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos, reunido por seu Comitê-
Executivo na cidade de Riyadh, Arábia-Saudita (1977), criou o Subcomitê de
Matemáticas e Ciências, integrado por representantes da Espanha, Estados Unidos,
União Soviética, Alemanha Ocidental e Inglaterra, com a finalidade principal de
promover, em diferentes países, estudos e experiências de âmbito nacional e
regional, visando a unificação dos diversos códigos em uso.
A nível de países de língua castelhana, finalmente, foi possível um acordo para a
unificação da simbologia matemática, celebrado em 1987 na cidade de Montevidéu,
durante uma reunião de representantes de imprensas braille dos países que falam o
referido idioma. A esta reunião compareceram representantes brasileiros, como
observadores.
A nível mundial, o esforço para a unificação dos códigos matemáticos e científicos
ainda não alcançou o êxito desejado.
Especialistas no Sistema Braille do Brasil, especialmente ligados ao Instituto
Benjamin Constant e à, hoje, Fundação Dorina Nowill para Cegos, a partir da
década de 70, passaram a se preocupar com as vantagens que adviriam da unificação
dos códigos de Matemática e das ciências, uma vez que a tabela Taylor, adotada no
Brasil desde a década de 40, já não vinha atendendo satisfatoriamente à transcrição
em Braille, sobretudo, após a introdução dos símbolos da Matemática Moderna,
revelando-se esta tabela, insuficiente para as representações matemáticas e
científicas em nível superior.
Deste modo, o Brasil participou inicialmente dos estudos desenvolvidos pelo
Comitê de especialistas da ONCE e, posteriormente, acompanhou os estudos
desenvolvidos pelo Comitê da ONCE, deles resultando o Código de Matemática
Unificado.
Em 1991 foi criada a Comissão para Estudo e Atualização do Sistema Braille em
uso no Brasil, com a participação de especialistas representantes do Instituto
Benjamin Constant, da Fundação Dorina Nowill para Cegos, do Conselho Brasileiro
para o Bem-Estar dos Cegos, da Associação Brasileira de Educadores de Deficientes
Visuais e da Federação Brasileira de Entidades de Cegos, com o apoio da União
Brasileira de Cegos e o patrocínio do Fundo de Cooperação Econômica para
Iberoamérica - ONCE-ULAC. Os estudos desta comissão foram concluídos em 18
de maio de 1994, constando das principais resoluções a de se adotar no Brasil o
Código Matemático Unificado para a Língua Castelhana, com as necessárias
adaptações à realidade brasileira.
Por orientação da União Brasileira de Cegos, especialistas da Comissão na área da
Matemática vêm realizando estudos para o estabelecimento de estratégias, visando a
implantação, em todo o território brasileiro, da nova simbologia matemática
unificada.
Sob o ponto de vista histórico, a utilização do Sistema Braille no Brasil pode ser
abordada em três períodos distintos:
1854 a 1942 - Em 1854 o Sistema Braille foi adotado no Imperial Instituto dos
Meninos Cegos (hoje, Instituto Benjamin Constant), sendo assim, a primeira
instituição na América Latina a utilizá-lo. Deve-se isto aos esforços de José Alvares
de Azevedo, um jovem cego brasileiro, que o havia aprendido na França.
Diferentemente de alguns países, o Sistema Braille teve plena aceitação no Brasil,
utilizando-se praticamente toda a simbologia usada na França. A exemplo de outros
países, o Brasil passou a empregar, na íntegra, o código internacional de
musicografia braille de 1929.
1942 a 1963 - Neste período verificaram-se algumas alterações na simbologia braille
em uso no Brasil. Para atender à reforma ortográfica da Língua Portuguesa de 1942,
o antigo alfabeto braille de origem francesa foi adaptado às novas necessidades de
nossa língua, especialmente para a representação de símbolos indicativos de acentos
diferenciais.
Destaca-se, ainda, a adoção da tabela Taylor de sinais matemáticos, de origem
inglesa, em substituição à simbologia francesa até então empregada.
A Portaria no. 552, de 13 de novembro de 1945, estabeleceu o Braille Oficial para
uso no Brasil, além de um código de abreviaturas, da autoria do professor José
Espínola Veiga. Esta abreviatura teve uso restrito, entrando em desuso,
posteriormente.
A Lei no. 4.169, de 4 de dezembro de 1962, que oficializou as convenções braille
para uso na escrita e leitura dos cegos, além de um código de contrações e
abreviaturas braille, veio a criar dificuldades para o estabelecimento de acordos
internacionais, pelo que, especialistas brasileiros optaram por alterar seus conteúdos,
em benefício da unificação do Sistema Braille.
1963 a 1995 - Os fatos marcantes deste período podem ser assim destacados: em 05
de janeiro de 1963 foi assinado um convênio luso-brasileiro, entre as mais
importantes entidades dos dois países, para a padronização do Braille integral (grau
1) e para a adoção, no Brasil, de símbolos do código de abreviaturas usado em
Portugal.
Em relação à Matemática, educadores e técnicos da Fundação para o Livro do Cego
no Brasil e do Instituto Benjamin Constant, principalmente, complementaram a
tabela Taylor com o acréscimo de símbolos braille aplicáveis à teoria de conjuntos.
A atuação profissional de pessoas cegas no campo da Informática, a partir da década
de 70, fez com que surgissem diferentes formas de representação em Braille desta
matéria, com base, sobretudo, em publicações estrangeiras. A nível de imprensas e
centros de produção de Braille, finalmente, foi acordada em 1994, a adoção de uma
tabela unificada para a Informática.
Durante todo este período, o Brasil participou dos esforços do Conselho Mundial
para o Bem-Estar dos Cegos (hoje, União Mundial de Cegos) para a atualização e a
unificação do Sistema Braille, como o demonstram a contribuição brasileira à
Conferência Íbero-Americana para Unificação do Sistema Braille (Buenos Aires,
1973), a participação de técnicos brasileiros, como observadores, na Reunião de
Imprensas Braille de Países de Língua Castelhana (Montevidéu, 1987), a criação da
Comissão para Estudo e Atualização do Sistema Braille em Uso no Brasil (1991-
1994), a atuação de especialistas brasileiros na Conferência: O Sistema Braille
Aplicado à Língua Portuguesa (Lisboa, 1994), além de outras iniciativas e
atividades desenvolvidas. Destaque-se, em todo este período, o trabalho conjunto da,
hoje, Fundação Dorina Nowill para Cegos e do Instituto Benjamin Constant, através
de seus especialistas, aos quais se reuniram, muitas vezes, competentes profissionais
de outras importantes entidades brasileiras.
As tentativas de destacadas entidades de e para cegos, no sentido de se criar, em
âmbito federal, uma comissão nacional de Braille não foram bem sucedidas. O
insucesso, porém, foi certamente compensado pelo trabalho profícuo e harmonioso
dos especialistas em Braille do Brasil.
A União Brasileira de Cegos, na assembléia-geral ordinária de 28 de agosto de
1995, realizada no Instituto Benjamin Constant, homologou a criação, no âmbito
dessa entidade, da Comissão Brasileira de Braille, constituída de cinco membros.
Os membros da Comissão deverão atender aos critérios de serem, preferentemente,
usuários do Sistema Braille e de terem conhecimento e experiência reconhecidos no
campo da produção de material braille e da educação de cegos.
FINALIDADES DA COMISSÃO BRASILEIRA DE BRAILLE
1 - Propor às autoridades competentes e diligenciar por sua execução, a nível
nacional, a política de diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a
difusão do Sistema Braille em todas as suas modalidades de aplicação,
compreendendo, especialmente, a Língua Portuguesa, a Matemática e outras
ciências, a Música e a Informática.
2 - Propor ao Governo Federal a promulgação de leis, a edição de decretos e
regulamentações concernentes ao uso do Sistema Braille no Brasil, visando,
inclusive, a unificação das aplicações do referido Sistema a nível internacional,
especialmente nas línguas portuguesa e castelhana.
3 - Cumprir e fazer cumprir, no que lhe couber, os acordos internacionais referentes
ao uso do Sistema Braille.
4 - Funcionar como equipe técnica de assessoria sobre questões eletivas ao uso do
Sistema Braille, junto a entidades públicas e privadas.
5 - Avaliar, permanentemente, a simbologia braille adotada no país, atentando para a
necessidade de adaptá-la ou alterá-la, face à evolução técnica e científica,
particularmente, procurando compatibilizar esta simbologia, sempre que possível,
com as adotadas nos países de línguas portuguesa e castelhana.
6 - Manter intercâmbio permanente com comissões de Braille de outros países, de
acordo com a política de unificação do Sistema Braille, a nível internacional.
7 - Estabelecer, com base em estudos realizados, conteúdos, metodologias e
estratégias a serem adotados em cursos de aprendizagem do Sistema Braille com
caráter de especialização, treinamento e reciclagem de professores e de técnicos,
como também nos cursos destinados a usuários do Sistema e à comunidade, em
geral.
8 - Estabelecer critérios e fixar estratégias para a implantação de novas simbologias
braille que alterem ou substituam os códigos em uso no Brasil, prevendo a
realização de avaliações sistemáticas com vistas a modificações de procedimentos,
sempre que necessário.
9 - Manter, com objetivos de estudo e de pesquisa, acervo bibliográfico de origem
nacional e estrangeira, acerca do Sistema Braille, compreendendo códigos, manuais,
tabelas e outras publicações afins.
10 - Elaborar catálogos, manuais, tabelas e outras publicações que facilitem o
processo ensino-aprendizagem e o uso do Sistema Braille em todo o território
nacional.
Esta iniciativa da União Brasileira de Cegos nivela o Brasil com os países em que as
questões referentes à leitura e à escrita das pessoas cegas são da competência de
verdadeiras "Autoridades Braille".
Edison Ribeiro Lemos - Ex professor do Instituto Benjamin Constant, advogado,
Livre Docente em Educação, Presidente do Conselho Brasileiro para o Bem Estar
dos Cegos e Coordenador da Comissão Brasileira de Braille.
Jonir Bechara Cerqueira - Professor, ex Diretor Geral do Instituto Benjamin
Constant e membro da Comissão Brasileira de Braille e do Conselho Editorial da
Revista Benjamin Constant.
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Dicas para se relacionar com deficientes
Dicas para se relacionar com deficientes
Quando Você Encontrar Uma Pessoa Deficiente ...
Tradução livre e adaptação de folheto publicado por Henry Enns, do Canadá
Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram alguém que é
"diferente". Uma pessoa que tem medo de dizer alguma coisa "errada" a uma pessoa
deficiente pode até evitar uma comunicação. Este mal estar pode ser evitado se
pessoas deficientes e não deficientes se virem e interagirem mais freqüentemente no
trabalho e na sociedade.
Grande parte desse mal estar é causado pela falta de informação a respeito da
deficiência. Já que muitas pessoas não deficientes (e mesmo alguns deficientes) não
estão conscientes das implicações da deficiência, é importante que todos sejam
pacientes e mantenham abertas as comunicações.
Quando alguém age de maneira inadequada, é bom lembrar que todo mundo comete
erros de vez em quando, e tentar lidar com a situação com humor e delicadeza.
Aceite o fato de que a deficiência existe. Não tomar conhecimento de uma
deficiência é o mesmo que não tomar conhecimento do sexo ou da altura de alguém.
Mas fazer perguntas pessoais a respeito da deficiência seria impertinente, enquanto
não houver um relacionamento mais próximo, que torna mais natural este tipo de
pergunta.
Trate a pessoa deficiente como uma pessoa saudável. Quando alguém tem uma
limitação funcional, isso não quer dizer que a pessoa seja doente. Algumas
deficiências não trazem problema de saúde.
Em alguns casos, a pessoa deficiente pode reagir às situações de um modo não
convencional, ou ainda, pode dar a impessão de que não está tomando conhecimento
da sua presença. Lembre-se de que ela pode não ouvir bem, ou ter outra deficiência
que afete os movimentos ou dificulte o contato.
Fale sempre diretamente com a pessoa deficiente, não com terceiros, por exemplo,
um acompanhante ou um intérprete. Ao caminhar ao lado de uma pessoa usando
bengala ou muletas, procure acompanhar seu ritmo.
Ofereça ajuda, se quiser, mas espere que seu oferecimento seja aceito, antes de
ajudar. Se a pessoa precisar de ajuda, vai aceitar sua oferta e explicar exatamente o
que você deve fazer para ser útil a ela.
Quando você encontrar um deficiente visual...
Se parecer que o deficiente visual está precisando de ajuda, identifique-se e faça-o
perceber que você está falando com ele.
Para guiar um deficiente visual, espere que ele segure no seu braço; o deficiente
visual irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando. Para
fazer o deficiente visual sentar, guie-o até a cadeira e coloque a mão dele no braço
ou no encosto da cadeira, e deixe que a pessoa sente-se sozinha.
Fique a vontade para usar palavras como "veja" e "olhe". Nem você nem o
deficiente visual podem evitá-las, já que não existem outras para substitui-las.
Por mais tentador que seja acariciar um cão-guia, lembre-se de que esses cães têm a
responsabilidade de guiar um dono que não enxerga. O cão nunca deve ser distraído
do seu dever de guia.
Quando for embora, avise sempre o deficiente visual.
O que é baixa visão ou visão subnormal?
O que é baixa visão ou visão subnormal?
1) O que é baixa visão ou visão subnormal?
Resumidamente, é a acuidade visual máxima que se situa entre 5% e 30% no melhor
olho de uma pessoa já com a correção obtida com óculos convencionais, lentes de
contato, tratamento clínico ou cirurgia. Na faixa abaixo de 5% de visão no melhor
olho até sem nenhuma percepção de luz neste olho, considera-se cegueira legal,
porém uma parte dessas pessoas ainda poderá se beneficiar dos produtos indicados
para a baixa visão, sem terem que recorrer à leitura Braille.
2) Quais são as causas mais comuns da baixa visão?
As causas mais comuns de baixa visão na criança são retinopatia da prematuridade,
catarata congênita bilateral, a coriorretinite macular bilateral e o glaucoma
congênito; no adulto idoso, os numericamente mais acometidos pela baixa visão, as
causas mais comuns são a degeneração macular relacionada à idade, a retinopatia
diabética, as coriorretinites maculares bilaterais e o glaucoma avançado.
3) Quais os sinais de alerta da baixa visão? Quando se deve procurar um
especialista?
Deve-se suspeitar que um indivíduo apresenta baixa visão quando, ao exame
oftalmológico, esta pessoa se situa na faixa de visão acima relacionada. O
oftalmologista deve, então, encaminhar para outro oftalmologista ou fazer ele
mesmo, exames para adaptação de recursos ópticos ou eletrônicos para proporcionar
a este indivíduo visão útil para suas atividades diárias para longe e perto, como
leitura, assistir aula, ver TV, por exemplo.
4) O que se deve fazer para evitar a baixa visão?
Nem sempre é possível evitar a baixa visão, mas medidas como a adequada
oxigenação e monitoramento da retina de bebês prematuros e o controle clínico
rigoroso de diabéticos, por exemplo, podem contribuir para a diminuição de
incidência de retinopatias nestas pessoas e, por conseguinte, diminuir a incidência
de baixa visão nestes casos. Toda pessoa acima dos 40 anos deve ter sua pressão
intra-ocular medida pelo oftalmologista, pelo menos uma vez por ano, como medida
para prevenir, e caso se torne necessário, tratar o glaucoma. Caso tenha alguma
pessoa na família com glaucoma, esta medida deve ser antecipada. A hipertensão
arterial descontrolada e o uso de colírios de corticóide de maneira prolongada são
fatores de risco para o aparecimento do glaucoma com todas as suas complicações.
Leia matéria: Glaucoma avança entre mais jovens
Também são importantes medidas preventivas básicas que são úteis de maneira
geral, tais como a alimentação saudável, a prática de exercícios físicos, não
consumir álcool em excesso e não fumar. Leia matéria sobre a importância da
alimentação equilibrada para a saúde ocular e também Má alimentação prejudica a
visão; Excesso de sal pode causar danos à visão.
5) O que é importante saber em relação aos equipamentos para a baixa visão?
Os produtos de auxílio baseiam-se no princípio da ampliação ou aumento da
imagem. Atualmente mais novidades têm surgido nos equipamentos que utilizam
câmeras, pois elas estão se tornando mais acessíveis, de melhor qualidade e
tamanhos cada vez menores. Porém, deve-se ter cuidado com as novidades, com
aquelas que são apenas variações umas das outras e que não acrescentam qualidades
que irão interferir efetivamente no dia-a-dia dos usuários, como a facilidade e o
conforto do uso, a simplificação dos procedimentos, a praticidade na substituição de
peças caso o aparelho passe a apresentar algum problema. Deve-se pensar se
realmente o usuário irá necessitar de todos os recursos que um determinado produto
apresenta, pois recursos em excesso, sem haver a necessidade, podem ser fatores
complicadores para o uso fácil e rápido da função básica que ele precisa, que é
ampliar a imagem.
É importante pensar em outros pontos além da incorporação de recursos
sofisticados, como por exemplo, na idade do usuário, na maneira como ele vai usar
o equipamento, na sua autonomia, nas suas necessidades, nos locais de uso. Pode ser
que um produto mais simplificado preencha essas necessidades e ainda permita que
ele tenha mais autonomia ao utilizá-lo, sem ter que depender da ajuda de outra
pessoa para ligar, instalar ou ajustar o aparelho.
Atualmente não existe nenhum recurso para a baixa visão que represente uma
panaceia para todos os tipos de problemas, situações e necessidades dos indivíduos,
resolvendo-se todos os problemas com um só produto. O paciente com visão
subnormal, no seu dia-a-dia, em geral poderá necessitar de alguns tipos diferentes de
auxílios, dependendo da atividade que irá realizar.
Todos os produtos para a baixa visão apresentam características que devem ser
levadas em consideração, em conjunção com o problema e com as necessidades do
paciente, no momento da indicação; por isso, é importante que o oftalmologista
conheça o produto que está indicando, para poder explicar que aquele equipamento
irá funcionar bem naquela determinada situação e, no caso de uma situação
diferente, poderá ser preciso utilizar um outro produto, e assim por diante.
6) Porque a pessoa com baixa visão precisa ampliar ou aumentar as imagens
para ver?
Porque as imagens que ela vê apresentam “falhas”, como se fossem manchas sem
visão ou então como se houvesse uma “nuvem” sobre essas imagens. Dessa
maneira, a imagem aumentada favorece a interpretação dessa imagem pelo cérebro.
Quanto maiores forem essas “falhas”, maior deverá ser a ampliação, para facilitar a
interpretação.
No caso específico da leitura, a pessoa com baixa visão, ao visualizar a página
inteira de um livro, de uma revista, ou jornal, vê essas “manchas”, que podem
impedir a visão de grandes grupos de palavras. Quando se aumenta a imagem da
página, por meio de uma lupa óptica ou eletrônica, e essa “mancha” passar a cobrir
apenas parte de uma palavra, a pessoa ainda consegue “adivinhar” qual é essa
palavra, por causa da maneira como aprendemos a ler, que é visualizando a imagem
geral das palavras e, baseados em experiências anteriores, saber que ali está escrito
uma coisa e não outra.
Existem até algumas “brincadeiras”, quando se escreve, por exemplo, a palavra
“PATA” trocando a letra A pelo número 4, sem prejuízo da informação; assim:
“P4T4″.
Por isso, é importante que a pessoa consiga visualizar sempre uma palavra inteira,
por causa da maneira do ser humano ler; por exemplo, onde está escrita a palavra
PR_GR_MA, o deficiente visual que tem essa “mancha” pode estar lendo apenas
uma parte das letras, mas, com a ampliação, consegue interpretar, baseado nas
experiências de leitura do passado, que a palavra é PROGRAMA.
Complementando, não é muito bom que as pessoas usem equipamentos cuja
ampliação permita ver apenas as sílabas das palavras, porque assim a pessoa vai ter
que depender de uma boa memória para unir essas sílabas e interpretar a palavra que
está lendo.
7) Quais as principais diferenças entre as lupas ópticas e as lupas eletrônicas?
As lupas ópticas (com lentes) apresentam as seguintes características:
- o tamanho do aumento das imagens vai até um certo ponto, geralmente não muito
grande, porque quanto maior o aumento, menor será a lente, a tal ponto que, com
lentes de aumento muito grande, a pessoa passará a ler somente sílaba por sílaba ou
só letra por letra, dificultando a leitura.
- o modo de usar sempre irá requerer que o usuário olhe por elas, em geral com o
olho que tiver melhor visão que o outro, aproximando o olho da lente.
- são práticas, fáceis para transportar.
As lupas eletrônicas:
- podem proporcionar maiores aumentos da imagem
- são mais confortáveis para usar, porque o usuário olha para uma tela; a câmera de
vídeo do aparelho vai transmitir a imagem para uma tela de TV ou de computador
- se o usuário estiver usando o computador e quiser acessar qualquer outro trabalho
(arquivo, internet), é só minimizar a imagem que vem da Lupa Eletrônica e
continuar a usar o arquivo ou a internet; para voltar à Lupa Eletrônica bastará
maximizar a imagem novamente.
- a Lupa Eletrônica com zoom da Bonavision permite que se escreva olhando para a
tela do computador ou da TV; o usuário pode escrever sem ter que abaixar a cabeça
para poder ler o que escreveu; ela permite que se veja o que se escreve ou desenha
em tempo real.
A escolha irá depender do tipo de atividade do usuário e do aumento que ele
necessita.
8 ) Como é a reabilitação das pessoas que tem baixa visão? É possível reverter o
processo?
A habilitação, no caso da criança pequena ou a reabilitação, em quem teve baixa
visão mais tarde, ocorre com a participação do indivíduo, do oftalmologista, da
escola, da família e mesmo da sociedade no entorno. A baixa visão no horizonte do
curto prazo ainda não pode ser revertida, apenas mitigada com o uso de auxílios
ópticos e eletrônicos.
Deve haver uma interação entre os educadores e o paciente, a família (para apoio
psicológico e continuação da reabilitação em casa) e o oftalmologista para otimizar
o uso dos equipamentos visuais para as atividades cotidianas do paciente na escola,
trabalho, lazer ou em outras situações.
9) Qual a faixa etária dos portadores? Qual a tendência para o futuro ?
Os idosos são numericamente a maioria das pessoas com visão subnormal e seu
número tende a aumentar, tanto pelo aumento da expectativa de vida da população
em todo o mundo quanto pela não existência no horizonte de curto prazo de cura
para a mais frequente das doenças causadoras de visão subnormal no idoso, que é a
degeneração macular relacionada à idade do tipo seca.
Embora as crianças sejam minoria numérica, devem ser consideradas em função da
longa expectativa de vida, e, portanto, devem ter acesso aos recursos que irão
conferir qualidade a essa vida. A ação principal, em relação às crianças, deve ser
possibilitar e facilitar o acesso à educação, pois só ela irá tornar real a inclusão
social dos adultos que serão no futuro.
10) Há especificidades para o atendimento do paciente com baixa visão?
No atendimento, além do exame num consultório padrão de oftalmologia, há que se
ter à disposição alguns recursos específicos para este trabalho, os auxílios ópticos e
eletrônicos, usados em testes para que o paciente escolha aquele que melhor se
adapte a suas necessidades de longe e perto.
11) Que orientações são importantes para a prescrição de auxílios ópticos para
portadores de baixa visão?
É importante o oftalmologista estar preparado para lidar com este tipo de problema.
Diferentemente das pessoas com visão dentro da normalidade, que resolvem seu
problema visual com um óculos apenas, que pode ser de visão simples, bifocal ou
multifocal, o portador de visão subnormal, por ter que ampliar as imagens para que
veja adequadamente, poderá necessitar de diversos equipamentos, a saber, para
perto, para longe, um portátil para leituras rápidas, outro para leituras prolongadas
com mais conforto. Daí, nota-se a complexidade deste tipo de tratamento.