Monotipia 06
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06
Ju
nh
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011
Monotipia Monotipia
Monotipia
Um breve blá junino
Ah.. Junho.... Assim como todos os outros, este é o
mês daquele sentimento puro que é o amor...
Junho também é o mês em que todos resolvemos
nos lembrar de Alfredo Volpi, o pintor das bandeiri-
nhas” (cá entre nós, como se não bastasse o homem
ter sido capturado pelo concreto, a galera ainda vem
com esse papo de banderinhas.... francamente)
Junho é, enfim, é o mês de balanço. Alcançamos
nossa sexta edição e decidimos refletir sobre os
possíveis caminhos à seguir.
Vejamos o que o futuro nos reserva. :-)
Martins “@antiambiente” de Castro,
editor
http://www.monotipia.com
@monotipia
http://contratemposmodernos.blogspot.com
Rodrigo Chaves
Batemos um papo com o gastronômico Eduardo Medeiros, no qual falamos sobre HQs, animação e trocamos diversas receitas de sopa.
Alelúia, Irmãos!!!
Batemos um papo com o gastronômico Eduardo Medeiros, no qual falamos sobre HQs, animação e trocamos diversas receitas de sopa.
Quando foi que você decidiu es-
conder sua ofensiva beleza atrás
da prancheta?
Eu tive uns empregos cretinos há
muito tempo atrás e quando fui de-
mitido do meu último eu decidi que
iria trabalhar com desenho, que era
a minha fixação. Usei meus seis
meses de seguro desemprego pra
ver se conseguia viver de desenho
e fracassei (risos). Na minha última
semana do seguro eu abri o guia
telefônico e achei o número do Otto
Guerra. Liguei pra lá, marquei uma
entrevista e dois meses depois eu
entrei para o estúdio onde passei
seis anos. No estudio Otto Dese-
nhos Animados eu participei do
longa "Wood&Stock- sexo, orégano
e rock'n'roll" , "Fuga em ré menor
para Kraunus e Pletskaya", basea-
do na peça Tangos e Tragédias
( ainda em produção) e diversos
outros filmes. Trabalhei no Estudio
Cartunaria, onde produzimos o cur-
ta premiado, “Leonel Pé-de-vento”,
e trabalhei no estúdio que está pro-
duzindo o longa "As aventuras do
avião vermelho" baseado na obra
do Érico Veríssimo.
A animação começou a perder a-
quele encanto que eu tinha por ela
e se transformou em um trabalho
sacal e interminável, comecei a me
concentrar em trabalhar com ilus-
tração e aos poucos fui me desli-
gando da animação. Trabalho para
várias editoras, Abril, Moderna, Sci-
pione, Globo, Ática, Folha de São
Paulo. A um ano eu ilustro para a
revista Folha de São Paulo a colu-
na gastronômica do Josimar Melo.
Em 2006 o Mateus, que já era meu
amigo, conheceu o Rafael Albu-
querque e das nossas reuniões
diárias saiu o MondoUrbano, que
foi publicado pela Onipress e Devir.
De lá pra cá eu particperi do
MSP+50, fiz uma hq pro site act-i-
vate, participei da antologia Stange
Tales para a Marvel, com uma HQ
do Homem-Aranha (roteiro e arte),
fiz uma série para o ideafixa com
Elcerdo, Stêvz e Sica chamada
Friquinique, que será publicada
esse ano e tenho a minha HQ online
chamada Sopa de Salsicha.
Fale sobre sua formação, enquanto
artista gráfico.
Não tive formação, comecei a traba-
lhar logo que sai do colégio e sempre
mantive o foco em tentar ganhar a vida
desenhando.
Quais são as suas principais influ-
ências, no que se refere a movimen-
tos e/ou artistas, formatos e materi-
ais?
Gosto muito do trabalho do Allan Sie-
ber, Adão Iturrusgarai, Angeli, Guy
Delisle, Ciryl Pedrosa, Mat Deforge,
Lucy Knisley, Craig Thompson, Scott
C, Graham Annable, Meredit Gran,
entre outros.
Formato e material depende muito do
trabalho que eu to fazendo, mas gosto
muito de finalizar meus trabalhos a
pincel e canetas pincéis.
Como é seu processo de trabalho?
Eu normalmente fermento a idéia de
uma HQ durante um tempo na minha
cabeça, ando também com um cader-
no para anotar idéias que me surgem
e assim não esqueço delas. Para a
produção eu gosto do isolamento, gos-
to do estúdio fechado e escuro, assim
consigo passar horas trabalhando a
fio.
Diga-nos: e o Mondo Urbano?
O Mondo Urbano começou quando
Mateus, Rafa e eu nos reuníamos para
tomar cerveja. Começamos a montar
uma história e no final ela tomou uma
proporção maior do que tínhamos pla-
nejado inicialmente. Nossa produção
com o MU é a mesma sempre, nós
sentamos, escrevemos o roteiro até o
fim, separamos quem irá pegar cada
capítulo e cada autor é responsável
pelo desenho, storytelling, e falas da-
quele capítulo. Depois nos reunimos e
afinamos falas, refazemos algumas
coisas e mandamos para o editor.
Mondo Urbano é uma série de cinco
livros, mas eles são fechados entre si.
O que você produz para além dos
quadrinhos?
De tempos em tempos eu tento pintar,
mas não tenho muito saco pra isso.
Que quadrinhos você costuma ler?
E mais o que além de quadrinhos?
Gosto de livros fechados, então procu-
ro sempre por esse tipo de material. Li
recentemente as 676 aparições de
Killoffer (leya) e to lendo how to un-
derstand Israel in 60 days or less da
Sara Glidden (vertigo).
Tenho lido sempre que da a revista
Rolling Stone. Leio bastante a Ilustrar
também.
http://hellatoons.wordpress.com/
www.mariocau.com
Mário Cau Mário Cau Mário Cau
Mário Cau
http://http://oslevadosdabreca.com/ Wes Samp @oslevados
http://www.cartunista.com.br Maurício Rett @mauriciorett
http://www.overdosehomeopatica.com/ Marco Oliveira @Marc_liveira
http://profeticos.net Rafael Marçal @RafaelMarcal
M. Mastrianni @morganamesmo http://azuldaprussia.wordpress.com/
M. Mastrianni @morganamesmo Murilo Soza @eu_tu_itter
http://www.henriquemadeira.com/ Henrique Madeira
Salalé
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Salalé Sala
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Conversamos com Heitor Yida e Mateus Acioli sobre a violência num universo imaginário (e por vezes absurdo). Acompanhe, a seguir, esse divertido bate-papo.
Monotipia: O que vocês fizeram até en-
tão em termos de HQ e ilustração?
Heitor Yida: Desde 2006 tem trabalhado
com ilustração publicitária e editorial, pu-
blicando em diversas revistas nacionais e
livros didáticos. Com quadrinhos partici-
pou desenhando e colorindo capítulos de
uma HQ para campanha contra o câncer
de mama do SUS, também fez quadri-
nhos informativos institucionais para uma
rede de farmácias durante o ano de 2010.
Mateus Acioli:Trabalho como designer
gráfico desde 2006 em agências de publi-
cidade de moda e estúdios de design,
além de fazer ilustrações editoriais e pro-
jetos pessoais de animação, design e
quadrinhos. Publiquei HQs na revista
+Soma, no fanzine paulistano Amarello e
na revista eslovena Stripburguer.
MT: Como chegaram aos quadrinhos?
HY e MA: Durante a pré-adolescência nós
dois fizemos aulas de HQ na antiga Fábri-
ca de Quadrinhos (atual Quanta Academi-
a de Artes) no mesmo período, mas curio-
samente só nos conhecemos anos de-
pois.
Heitor é formado em Arte & Tecnologia na
PUC. Trabalhou por quatro anos em estú-
dios de design, fazendo ilustrações, con-
cept-art, infografia, cartografia, paper-toys
e stop-motion.
Mateus estudou Design Gráfico no Senac
SP, por um breve período, pra em segui-
da começar a trabalhar de fato com de-
sign gráfico, mas nunca deixou de dese-
nhar.
Correr atrás de fazer quadrinhos mesmo
foi uma decisão recente, apesar de ser
uma vontade antiga. Faltava um pouco de
confiança no trabalho e desapego, duas
coisas que aprendemos a ter nos últimos
dois anos.
MT: E o álbum, como será?
HY e MA: O livro tenta explorar a lingua-
gem narrativa dos quadrinhos de forma
bem visual, tratando sobre as amizades, a
adolescência, os relacionamentos, a vio-
lência num universo imaginário e por ve-
zes absurdo, porém, não muito distante
da realidade atual.
MT: Que história vocês querem contar
e por que você quer contar essa histó-
ria?
HY e MA: A história é uma mistura de
várias influências que vão dos quadrinhos
europeus de Moebius, Hergé e Liberatore
ao mangá de Katsuhiro Otomo e Taiyo
Matsumoto.
Desde que começamos o projeto já sabía-
mos que tipo de história iríamos contar,
adolescentes marginais num mundo hos-
til. O tipo de quadrinhos que gostaríamos
de ler quando adolescentes, algo que fa-
lasse sobre drogas, rivalidade, sexo, ami-
zade de maneira natural.
As histórias se desenvolvem de forma
não linear intercaladas com o enredo prin-
cipal.
MT: Plasticamente falando, como será
a HQ?
HY e MA: Quando começamos a esboçar
o projeto, fizemos vários estilos na tentati-
va de encontrar uma linguagem em co-
mum em que os nossos estilos combinas-
sem, isso foi naturalmente tomando for-
ma, até que ao desenharmos as páginas
e finalizando na caneta demos finalmente
forma aos esboços.
MT: Como é a dinâmica de trabalho
para a produção da HQ?
HY e MA: As conversas foram vitais para
que rolasse um entendimento do que es-
távamos criando, e dessa forma pudemos
nos organizar de forma mais prática.
Voltávamos para nossas casas com a-
quelas idéias na cabeça e começáva-
mos a escrever e esboçar os primeiros
desenhos, depois íamos discutindo a
partir dali, cada vez mais especifican-
do os detalhes da história.
Criamos um esqueleto do enredo com
os eventos principais narrados linear-
mente e a partir daí esboçamos as
páginas com ideias de planos de câ-
meras e narrativas visuais já prevendo
onde e quais diálogos usaríamos.
Acabamos criando uma dinâmica pró-
pria e compartilhamos todos os aspec-
tos da criação da HQ. Além de escre-
vermos, desenhamos cada página em
conjunto, não raramente interferindo
nos desenhos um do outro.
O que vocês esperam a partir do
álbum?
HY e MA: Esperamos poder continuar
fazendo quadrinhos com a liberdade
que tivemos enquanto criamos o livro.
Como é nosso primeiro projeto de HQ,
nossa expectativa é somente de ter
um livro interessante do qual possa-
mos nos orgulhar.