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o professor e o mundo da escola
18REVISTATEXTUAL
tividades práticas como comunicar-se rapi-damente através de correio eletrônico, tro-car mensagens pelo celular, navegar entre
os infinitos bits de informação que trafegam pelarede, expressar opiniões através de blogs, interagirpor meio do MSN, de salas de bate-papo e de páginasde relacionamento social como o Orkut estão cadavez mais, por um lado, inseridas no cotidiano de umcrescente número de jovens e crianças. Por outrolado, distanciam-se da realidade de grande parte dapopulação brasileira. As atividades citadas são algu-mas das práticas possibilitadas pelas tecnologiascomunicacionais de rede, que vêm impulsionando odesenvolvimento de novas formas de o ser humano
fazer-se presentee atuante na sociedade.As tecnologias de rede promovem modificações
constantes e profundas na sociedade, incidindo
outubro 2009
A
1Mestre em
Educação.
Professora do
Centro UniversitárioUnivates.
:: maria elisabete bersch1
| professora
Moodlena escola
Potencialidadese desafios
–
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O moodle é um dos muitos ambien-tes virtuais desenvolvidos com fins edu-
cacionais. Em virtude de sua flexibilida-de, pode serutilizado comdiferentespro-pósitos, constituindo, desde um recursopara facilitar a veiculação e a disponibi-lização de informação e materiais, atéfavorecer o desenvolvimento de situa-ções complexas de construção doconhecimento. No entanto, introduzir ouso de ambientes virtuais nas escolasnão pode ser visto apenas como a utili-zação de um recurso tecnológico a maisnesse contexto, mas sim como a promo-ção de uma mudança junto ao processoeducacional. E é preciso considerar quetoda mudança requer planejamento e
envolve ações e aprendizagens por partedo professor, da escola e dosestudantes.A falta deplanejamentooumesmo o pla-nejamento deficiente podem incorrer emproblemas posteriores como a dificulda-de de manter ambientes atualizados,sobrecarga de trabalho e frustração.
Um dos aspectos que deve ser levadoem consideração por ocasião do plane- jamento de cada novo projeto nos ambi-entes virtuais é o tempo necessário parasua organização e manutenção, assimcomo para o acompanhamento das ati-vidades que serão realizadas. Outro ele-
mento que merece destaque é a organi-zação de uma estrutura e equipe de
apoio que auxilie no desenvolvimentode materiais mais complexos e estejapreparada para orientar alunos e profes-sores noque se refere a dificuldades tec-nológicas.
Uma das funcionalidades dos ambi-entes virtuais é colocar à disposição dosalunos, entre outros, textos e arquivosmultimídia ou links que versem sobre ostemas em estudo. Nesse caso, o objetivoé utilizar materiais instrucionais que oseducadores considerem confiáveis emtermos de qualidade, pertinentes e ade-quados para as necessidades educacio-nais do grupo, não havendo preocupa-
ção em promover interação entre os par-ticipantes. Se essa for a prioridade nousodo moodle, ao planejar as atividadesé preciso definir: a) como será organiza-do o espaço (cada turma terá um ambi-ente próprio? Ou os materiais serão orga-nizados por área de conhecimento?
Serão espaços interdisciplinares?); b)quem será responsável por elaborar ouselecionar e adequar os materiais aserem disponibilizados e quando o fará;d) que mídias poderão ser utilizadas(tendo em vista os recursos tanto daescola quanto da comunidade escolar);
O desafio da educação é congregar espaços
físicos e virtuais na constituição de ambientes
educacionais permanentes e potencializadores
da construção do conhecimento.
e) quais os cuidados necessáriosem rela-ção a direitos autorais e de propriedade
intelectual.Tambémé possível encaminhar, atra-
vés do moodle, atividades (autocorrigí-veis ou não) e propostas de trabalhodiversificadas. Essa mudança de enfo-que demanda outra forma de planejar ouso do ambiente, pois além das ques-
tões anteriormente levantadas, outrosfatores devem ser considerados. Umdeles se refere ao acompanhamento des-sas atividades, ou seja, além de preparare disponibilizar os materiais, é precisopensar em estratégias que deem condi-ções para que os professores acompa-nhem as atividades realizadas e posta-
daspelos alunos no ambiente.Outra potencialidade do uso dos
ambientes virtuais de aprendizagem éampliar as possibilidades de troca entreos participantes através das ferramentasde interação, favorecer a socializaçãodos trabalhos realizados pelos alunos,
bem como apoiar a realização de proje-tos de aprendizagem que envolvam, porexemplo, alunos de diferentes turmas eaté de escolas distintas. A complexidadeda organização de ambientes é bemmai-or, pois, embora possa envolver menorquantidade de materiais pré-prontos,requer ainda maior atenção e presença
do educador na promoção da interação,no acompanhamento sistemáticodas ati-vidades desenvolvidas, na avaliação dosmateriais postados por todos os partici-pantes e na orientação do planejamentodo grupo de alunos, objetivando odesenvolvimento de maior autonomia e
do crescente comprometimento mútuoentre os alunos. O papel do professor,
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nesse contexto, passa a ser de copesqui-sador e mediador das atividades desen-
volvidas.Novamente fazem-se necessárias as
definições: quem, quando, como, emque condições e com que estrutura deapoio. Nesse sentido, algumas escolasintroduzem em seu currículo um espaço(como componente extracurricular, oucomo disciplina) para o desenvolvimen-to de projetos interdisciplinares, outrasdisponibilizam algumas horas paraalguns profissionais coordenarema orga-nização desses ambientes e auxiliaremno preparo de materiais. Em qualqueruma das situações mencionadas, é fun-damental que a opção pelo uso de ambi-
entes virtuais nãoseja apenas uma deci-são, mas também um compromisso ins-titucional que se reflete em ações queapoiem os professores na proposição demudançasna prática pedagógica.
A utilização de AVAs no contexto edu-cacional consiste também em um desafio
para professores e alunos, que precisamestar abertos a novas aprendizagens.Uma dessas aprendizagens, conformeapontam Palloff e Pratt (2002), consistena organização em relação ao tempo. Agestão do tempo diminui o risco de gerarsobrecarga de trabalho, tanto para os alu-nos quanto para os professores. Envolve,
entre outras, a necessidade de organiza-ção para dar conta de um volume maiorde leitura e escrita, e da organização dosmateriais, no desenvolvimento do hábitode ler as contribuições de um fórumantes de incluir novas mensagens evi-tando tornar-se repetitivo, na habilidade
do grupo em manter o foco das discus-sões e de estabelecer prioridades. Utili-
zar o moodle não significa estar à dispo-sição 24h, embora essa possa ser a
expectativa de alunos e professores. Paraevitar a frustração de não ter retornostão imediatos quanto imaginados e aangústia por nem sempre conseguir res-ponder prontamente a cada uma das soli-citações, os autores recomendam esta-belecer horários, objetivos e formascomo será utilizado o ambiente.
De acordo com Palloff e Pratt (2002),outra aprendizagem necessária a todosos participantes diz respeito ao desen-volvimento da habilidade comunicacio-nal escrita, o que inclui aprender a lidarcom questões emocionais e fazer-se pre-sente mesmo sem responder a todas as
mensagens. Em atividades realizadas pormeio de fórum de discussões, muitos alu-nos esperam resposta do professor paratodas as suas mensagens. É preciso aju-dá-los a entender que a interação com ogrupo é tão importante quanto a que seestabelece entre professor e aluno, a
reconhecer e aprender com os questio-namentos e as intervenções realizadaspelos pares e com as mensagens direcio-nadas para os colegas.
A utilização do moodle, assim comode outros AVAs, oportuniza a organiza-
çãode espaços potencializadores do pro-cesso de aprendizagem. Contudo, a apro-priação desses recursos somente contri-buirá com a qualificação do ensino namedida em haja planejamento adequadoe comprometimento mútuo das equipesdiretivas e professores, propiciando con-
dições para o desenvolvimento demudanças nas práticas pedagógicas.
Considerações finais
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Bibliografia
BERSCH, Maria Elisabete. Avaliação da
aprendizagem em educação a distância on-line.Dissertação (Mestrado). Faculdade de Educaçãoda Pontifícia Universidade Católica do RioGrande do Sul. Porto Alegre, 2009.
PALLOFF, Rena; PRATT, Keith. Construindocomunidades de aprendizagem no ciberespaço:estratégias eficientes para salas de aula on-line.Porto Alegre: Artmed, 2002.
POZO, Juan Ignácio. Aprendizes e Mestres: Anova cultura da aprendizagem. Porto Alegre:
Artmed Editora, 2002.
Notas
2O conceito de rede é abordado no livro Tramas
da Rede, organizado por Parente (2004) numa
perspectiva que concebe as redes em sua
historicidade, estabelecida pela humanidade
desde seus primórdios. O advento da telemática,
ao potencializar a comunicação distante, amplia as
possibilidades na consolidação de redes cujas
relações se estendem para além dos limitesgeográficos.