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LUIZ CARLOS CORREARD MORCEGOS! ____________________________________________________________________________

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LUIZ CARLOS CORREARD

MORCEGOS!

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LUIZ CARLOS CORREARD

MORCEGOS!

PESQUISA LOCALIZADA

EDIÇÃO DO AUTOR __________________________________________________________________________

Título

MORCEGOS! © 2010 Luiz Carlos Correard Pereira

Direitos de edição pertencentes ao autor. Todas as fotos foram obtidas na internet.

Revisão LCCP

Capa Morcego Megadermatidae sp

Foto Domínio Público ____________________________________________________________________________

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A todos os Morcegos; Aos que gostam da Natureza.

Natura artis magistra

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ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO .......................................................................... 5 2. UM SANGUINHO DE LETRAS ............................................... 6 3. MORFOLOGIA .......................................................................... 7 4. EVOLUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ........................................ 10 5. MORCEGOS! ........................................................................... 12 6. CURIOSIDADES, HISTÓRIAS E MITOS ............................ 33 7. REFERÊNCIAS ........................................................................ 36

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1. INTRODUÇÃO Os morcegos são parte do incompreendido grupo de animais que “dão medo” aos humanos – junto com cobras, baratas, aranhas, escorpiões e muitos outros representantes de diversas espécies da fauna que habita esse mundo muito antes que a Humanidade existisse. Uma das facetas do medo, como muitos já estudaram e muito bem definiram, é normalmente o temor ao desconhecido. A simples palavra “morcego”, dita em determinadas situações (de noite, por exemplo), traz um quê de apreensão que, se pensarmos um pouquinho racionalmente, veremos que não significa absolutamente nada a não ser uma demonstração de nossa ignorância. Então, se deixarmos esse “medo” de lado e olharmos esses animais como mais um belo, exótico e fascinante produto da evolução na natureza, podemos nos maravilhar com nossas descobertas ao olhar com mais detalhes o que hoje já se sabe, com a oportunidade de aprender e desmistificar o papel sobrenatural dado a essa magnífica representação da diversidade biológica que hoje ainda existe – um mamífero que voa. Representam um quarto de toda a fauna de mamíferos do mundo: são pelo menos 965 espécies, que possuem uma enorme variedade de formas e tamanhos, podendo ter uma envergadura de 5 cm até 2 m; uma enorme capacidade de adaptação a quase qualquer ambiente (só não ocorrem nos pólos) e uma ampla variedade de hábitos alimentares, comendo frutas, sementes, folhas, néctar, pólen, artrópodes, pequenos vertebrados, peixes e – como se sabe –sangue (do qual somente três espécies se alimentam). Assim, mais uma vez repetindo o que já escrevi em outros trabalhos, procuro trazer neste um pouco de informação interessante e divertida, cientificamente embasada. Também observo novamente que não tenho a pretensão de fazer nenhum tratado científico ou enfocar tudo o que se sabe e se publicou a respeito desses fantásticos seres. Meu único objetivo é um pouco de entretenimento. Para facilitar o que pretendo expor, procurei seguir uma classificação reconhecida (ver referências), buscando as mais estranhas e interessantes espécies, acrescentando eventualmente algum comentário e/ou informação que possa enriquecer o trabalho. Também na mesma lógica de publicações anteriores, deixo registrados alguns links para os devidos créditos e também para quem quiser se aprofundar um pouco mais no assunto.

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2. UM SANGUINHO DE LETRAS No México e na Guatemala, o Camazotz (deus-morcego dos Maias) era uma criatura abominável que sobrevivia de sangue humano. O Strigoi é o vampiro que vive na Romênia, transformando vítimas inocentes em mortos-vivos sanguinários... A mitologia que se criou em torno desse fascinante animal tomou corpo a partir do Século XIX, quando Bram Stoker, em Maio de 1897, lançou seu livro Drácula. No livro, o morcego é uma das criaturas da noite que o Conde domina e no qual pode se transformar. Com a existência dos morcegos hematófagos já conhecida no sul do México e até no Brasil desde 1658 (ver referências), fica fácil de entender o porquê dessa associação que até hoje perdura. Mas, pelo bem da Ciência, muito do que se acredita em relação a esses bichos não passa mesmo de mito. Aliás, mitos sobre morcegos não faltam. A crença de que os morcegos se emaranham nos cabelos das pessoas, por exemplo, é tão verdadeira quanto a lenda do vampiro. Dizer que todos os morcegos transmitem raiva, por exemplo, é o mesmo que afirmar que todos os cães transmitem essa doença. Outra afirmação incorreta é a de que os morcegos são sujos - na verdade, eles são tão asseados quanto os gatos. Para se ter uma idéia dos danos que os conhecimentos errados podem trazer para uma espécie, é só perguntar a alguém (que acredita na história da raiva, por exemplo) sobre a sua atitude ao se deparar com um morcego. Provavelmente, a resposta será: "eu mato o bicho". Assim, os mitos relacionados aos morcegos apenas os prejudicam, pois além de causarem medo e aversão, transmitem informações erradas sobre esses animais. Ah, sim, dormem de cabeça para baixo porque em sua evolução melhor se adaptaram a dormir desta maneira para se proteger com as asas e para alçar vôo mais rapidamente no habitat em que vivem. Comprovado mesmo é que os morcegos hematófagos (3 espécies entre as mais de 1.100 conhecidas, como já citado), assim como cães, gatos e outros animais, são vetores do vírus da raiva (hidrofobia), que transmitem pela saliva ao lamber o sangue das feridas que abrem em outros animais, principalmente gado bovino. Pelo que se sabe, não matam os animais dos quais se alimentam, pois a quantidade do líquido “perdido” pelo animal é pequena - cerca de uma colher de sopa - porque o morcego hematófago é pequenino. O problema não é o sangue, mas a doença que transmitem. Todas as outras espécies de morcego alimentam-se ou de insetos ou de frutos. Muitos dos que comem frutos parecem com raposas e pertencem ao grupo dos maiores morcegos do mundo, conhecidos como "raposas voadoras", chegando a medir dois metros de uma asa à outra, ocorrendo na Austrália (já pensou se fossem mesmo vampiros?).

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3. MORFOLOGIA

Orelhas: os morcegos escutam maravilhosamente bem. Eles usam a audição para achar comida e localizar seus filhotes. Aqueles que se alimentam de insetos e peixes, as grandes orelhas os auxiliam na ecolocalização. Normalmente, os ecos são captados pelas orelhas com formato de funil que se projetam para frente. Nariz: o sentido do olfato é muito desenvolvido nos morcegos. É utilizado para identificar alguns alimentos, além de parceiros e suas crias. Morcegos comedores de frutas podem achar o alimento apenas pelo cheiro. Os nectarívoros carregam pólen em seus longos focinhos e ao irem de flor em flor promovem a polinização. Olhos: morcegos não são cegos. A visão é adaptada para enxergar melhor na escuridão. Patas: com suas garras, os morcegos podem se pendurar de cabeça para baixo em seus abrigos. Morcegos pescadores usam suas garras para capturar peixes. Cabeça: são várias as formas que os quirópteros apresentam (algumas são mesmo bem estranhas, outras até bonitinhas). Confira algumas:

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Ecolocalização A grande maioria dos morcegos possui um sexto sentido, aliado aos cinco a que nós humanos estamos acostumados: a ecolocalização, ou seja, orientação por ecos. Este sentido funciona basicamente da seguinte maneira: O morcego emite ondas ultra-sônicas (freqüência acima de 20 KHz, inaudíveis para humanos) pelas narinas ou pela boca, dependendo da espécie. Essas ondas atingem obstáculos no ambiente e voltam na forma de ecos com freqüência menor. Esses ecos são percebidos pelo morcego. Com base no tempo em que os ecos demoraram a voltar, nas direções de onde vieram, e na freqüência relativa dos ecos (efeito Doppler), os morcegos sentem se há obstáculos no caminho, assim como suas distâncias, formas e velocidades relativas. Isso é especialmente útil para caçar insetos voadores, por exemplo, mas morcegos com outras dietas também usam bastante esse sentido. A ecolocalização também pode ser chamada de “biossonar”, pois a partir desse sistema natural foram desenvolvidos os sonares de navios e os aparelhos de ultra-som. Na verdade, nenhuma "imitação humana" se compara à qualidade do sistema natural. Assim, os morcegos contam com um recurso muito importante para animais que precisam se orientar à noite ou em ambientes escuros, como as cavernas. A eficiência da ecolocalização varia entre as espécies de morcegos, sendo que os de hábito alimentar insetívoro, predadores de insetos em geral, possuem o sistema mais desenvolvido. A ecolocalização é importante também para morcegos que se alimentam de plantas, pois ela os ajuda a encontrar frutos e flores e reconhecer suas espécies com base no padrão de ecos que produzem. Alguns morcegos usam a ecolocalização também para se comunicar com outros indivíduos da mesma espécie; isso é importante principalmente no reconhecimento entre mães e filhotes. Morcegos “vampiros” tem ainda um sétimo sentido, a termopercepção, que é a percepção do calor de presas (ou predadores). Vídeo: Há um excelente desenho animado sobre ecolocalização produzido pela Knowledge Adventure e distribuido pela Bat Conservation International. Assista ao vídeo "Echolocation": http://www.casadosmorcegos.org/h5.html Interessante é que, por evolução convergente, outros sistemas de ecolocalização evoluíram de forma independente em golfinhos, baleias, andorinhões e outros animais.

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4. EVOLUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO Sabe-se pouco sobre a evolução dos morcegos, já que seus esqueletos pequenos e delicados não se fossilizam bem. Os morcegos fósséis mais antigos encontrados são o Icaronyctens, o Archaeonyctnes, o Palaeochropteryx e o Hassianycteris, do Eoceno inferior (cerca de 50 milhões de anos atrás), mas eles já eram muito semelhantes aos Microchiroptera modernos.

Fóssil Palaeochiropteryx tupaiodon

Falando em evolução, a revista Superinteressante (edição de Julho 1994) propunha um enigma: o que o Batman e os verdadeiros morcegos têm realmente em comum? Muita gente talvez não saiba que os morcegos também são mamíferos, como o herói da história em quadrinhos, mas a semelhança mais importante é bem menos conhecida: tanto o Batman como os seus inspiradores têm mãos quase iguais. Os dedos têm a mesma forma, são cinco em cada mão e ficam na mesma posição. Entre todos os mamíferos, porém, os morcegos são os únicos que voam. E fazem isso com os dedos. Incrivelmente longos, os dedos ganharam uma

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cobertura de pele que se estica a partir do corpo e das pernas do animal. A explicação para a semelhança é que a ordem dos primatas (à qual pertence o ser humano) é muito próxima na história da evolução animal à dos quirópteros. Na conformação da mão que vira asa, o único dedo que fica de fora é o polegar, tão curto que quase não se vê. Ele é o único dedo que tem unha e, geralmente, é usado para... coçar. Ver em http://super.abril.com.br/mundo-animal/evolucao-morcego-ele-voa-ponta-dedos-441011.shtml Como todos os seres vivos, os morcegos são classificados taxonomicamente no padrão inicialmente estabelecido por Linneu (Carolus Linnaeus, criador do “Sistema de Classificação Binária” ou “Nomenclatura Binominal”, que lança as bases da Biologia moderna): Domínio, Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie, com subdivisões, quando necessário. Na Classe dos Mamíferos placentados, os morcegos estão agrupados em uma classe própria, a Chiroptera – em português “Quirópteros”, que significa “mão com asa” (do grego Chiro + Ptera). São os únicos mamíferos capazes de voar, sendo divididos em morcegos propriamente ditos (Subordem Microchiroptera) e “raposas-voadoras” (Subordem Megachiroptera), com as famílias mostradas a seguir. Acreditava-se que as duas subordens tinham se desenvolvido de forma independente e que suas características semelhantes eram o resultado de evolução convergente, mas análises genéticas mostram que os dois grupos possuem um ancestral voador comum. São muitas espécies! Subordem Megachiroptera: O grupo inclui 161 espécies de morcegos de grandes dimensões e hábitos alimentares frugívoros e nectarívoros, conhecidos como “Raposas Voadoras”. São nativos das regiões tropicais da Ásia, África e Oceania. A Família Pteropodidae, em 2 Subfamílias com 42 gêneros, é a única representante dessa Subordem. Apenas o gênero Rousettus é dotado de ecolocalização. Subordem Microchiroptera: Esse agrupamento inclui 804 espécies em 16 Famílias que incluem 138 gêneros. São chamados de “morcegos verdadeiros” por serem todos dotados da capacidade de ecolocalização. Emballonuridae: 13 gêneros e 48 espécies (Morcegos “asa – ou cauda - em bainha” ) Rhinopomatidae: 1 gênero e 3 espécies (Morcegos “rabo de rato”) Craseonycteridae: 1 gênero, 1 espécie (Morcegos “nariz de porco”) Rhinolophidae: 10 gêneros, 138 espécies (Morcegos “ferradura” e outros) Nycteridae: 1 gênero, 12 espécies (Morcegos “cara rachada”) Megadermatidae: 4 gêneros, 5 espécies (Morcegos “falsos vampiros”) Vespertilionidae: 37 gêneros, 343 espécies – inclui a Família Antrozoidae (Morcegos comuns) Molossidae: 13 gêneros, 83 espécies (Morcegos “cauda solta”) Natalidae: 1 gênero, 5 espécies (Morcegos “orelha-de-funil”) Myzopodidae: 1 gênero, 2 espécies (Morcegos “com ventosas” 1) Thyropteridae: 1 gênero, 3 espécies (Morcegos “com ventosas” 2) Furipteridae: 2 gêneros, 2 espécies (Morcegos sem polegar) Noctilionidae: 1 gênero, 2 espécies (Morcegos pescadores) Mystacinidae: 1 gênero, 1 espécie (Morcegos “cauda-curta”) Mormoopidae: 2 gêneros, 8 espécies (Morcegos “cara-de-fantasma”) Phyllostomidae: 49 gêneros, 148 espécies (Morcegos hematófagos e morcegos comuns)

Ver Ordem Chiroptera em http://sn2000.taxonomy.nl/

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5. MORCEGOS! Subordem Megachiroptera: as “Raposas Voadoras”. O Pteropus giganteus e o Pteropus vampyrus já são bem grandes, mas o Acerodon jubatus pode chegar a mais de 1,5 m de envergadura. Confira:

“Raposa Voadora” Pteropus giganteus

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“Raposa Voadora” Pteropus vampyrus

“Raposa Voadora” Acerodon jubatus

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“Raposas Voadoras” Acerodon jubatus e Pteropus vampyrus

Cabeça de Acerodon jubatus

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Pteropus vampyrus machucado,em um “hospital”, tomando suco de frutas

Pteropus vampyrus fazendo um lanche

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“Raposa Voadora” Roussetus aegyptiacus

Bonitinhos, não? Interessante é que a espécie “vampyrus” só se alimenta de frutas... Mas vamos ver os outros.

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Subordem Microchiroptera: os morcegos “verdadeiros” Como são muitas espécies, vou mostrar apenas as que achei mais interessantes e exóticas de cada espécie. Alguns são fantásticos! Família Emballonuridae As espécies dessa família são encontradas em regiões tropicais e semi-tropicais de todo o mundo, incluindo alguns dos menores morcegos existentes (de 3 a 10 cm). São geralmente de cor marrom claro ou cinza, com exceção do “morcego-fantasma” (gênero Diclidurus), que apresentam uma bela pelagem branca. Alimentam-se de insetos e frutas.

http://en.wikipedia.org/wiki/Sac-winged_bat

Morcego branco Diclidurus albus

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Morceguinho Taphozous perforatus

Emballonura semicaudata e Saccopteryx bilineata

http://sites.google.com/site/mknoernschild/emballonurids

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Família Rhinopomatidae Os pequenos morcegos dessa família não passam de 6 cm, se alimentando de insetos. São encontrados no Norte da África, Tailândia e Sumatra. São conhecidos como “rabo de rato” pelo comprimento de sua cauda.

http://en.wikipedia.org/wiki/Rhinopomatidae

Morcego “Rabo de Rato” Rhinopoma hardwickii

Família Craseonycteridae Esse morceguinho pesando aproximadamente 2 g e com corpo de 3 cm quando adulto pode ser encontrado na Tailândia e Mianmar. É o menor morcego existente. Deve seu apelido (“nariz de porco”) – claro - ao formato de seu nariz. É o único gênero dessa família.

Morceguinho “Nariz de Porco” Craseonycteris thonglongyai

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Família Rhinolophidae Essa família é dividida em duas. Conforme alguns autores: Rhinolophidae e Hipposideridae. Não existe muita dúvida de que estes dois grupos são muito próximos, mas é prática comum classificá-los como subfamílias Hipposiderinae e Rhinolophinae. Possuem protuberâncias no nariz, em forma de folha, ferradura (daí o nome em inglês, horseshoe bats) ou ponta de lança, habitando regiões temperadas de todo o mundo. Alimentam-se de insetos e aranhas, tendo cerca de 6 cm de corpo. São orelhudos e bem bizarros!

Morcego “Ferradura” Rhinolophus ferrumequinum

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Família Nycteridae A família é representada por um único gênero, o orelhudo Nycteris. Pode ser encontrado na África, no sudoeste e sudeste asiático, na Malásia Oriental e na Indonésia. É pequeno, com o corpo medindo entre 6 e 8 cm de comprimento., tendo o nariz em forma de folha (parecendo uma fenda, daí o nome em inglês) e a cauda formando “asa” com o corpo - característica exclusiva dessa espécie. Alimenta-se de insetos e aracnídeos.

Morceguinho Nycteris thebaica

Família Megadermatidae Por serem semelhantes aos morcegos hematófagos, os componentes dessa família são conhecidos como “falsos vampiros”, pois se alimentam basicamente de insetos e pequenos vertebrados. São encontrados na África Central, Sul da Ásia e Austrália, variando de tamanho entre 6 e 14 cm. São orelhudos, apresentam um “nariz de lança” proeminente e possuem membrana ligando as pernas, mas... não tem cauda (ver nossa capa). O falso vampiro australiano é o maior dos morcegos verdadeiros (microchiroptera), sendo conhecido também como “morcego fantasma” por apresentar cor branca.

“Morcego fantasma” Macroderma gigas

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Família Vespertilionidae Essa é a família com maior número de espécies, distribuída por todo o mundo – exceto a Antártida. Esses morcegos começam a procurar alimentos ao entardecer, daí o nome da família (da palavra latina Vesper – entardecer). São, na maioria das espécies, insetívoros, com exceção dos gêneros Myotis e Pizonyx – que também se alimentam de peixes – e do Nyctalus, em que algumas espécies também devoram pequenos pássaros. São dentuços, com tamanho de pequeno a médio, podendo alcançar 13 cm de corpo fora a cauda – que pode ser ligada por membranas, em algumas espécies. E são orelhudos, claro!

Morcego Myotis myotis

Morcego Myotis sodalis

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Morcego Kerivoula sp

Feio? Muitos dizem que não... A Família Vespertilionidae é representada por mais de 300 espécies e todas não são lá muito diferentes desse aí de cima.

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Nyctalus notula

Morceguinho Nycticeius humeralis

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Scotophillus dinganii

Pipistrellus pipistrellus recém-nascido

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Família Molossidae Os morcegos dessa família são conhecidos como “morcegos de cauda solta”, pelo fato de apresentar a cauda mais livre das membranas que ligam asas e pernas do que outras espécies. São robustos e fortes, mas relativamente pequenos (4 a 12 cm de corpo), com estranhas e grandes orelhas. São insetívoros e capturam suas presas em pleno vôo. Vivem no México e Sul dos EUA. Alguns são bem feinhos, confira:

Morcego Molossus molossus

Morcego Tadarida brasiliensis

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Família Natalidae Pela forma de suas orelhas, os morcegos dessa família são conhecidos como “orelha-de-funil”. São bem pequeninos (3 a 6 cm), de cauda presa nas membranas asas-pernas e se alimentam de insetos. Existem do México ao Brasil e também em ilhas do Caribe.

Morceguinho Natalus stramineus

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Família Myzopodidae Essa é uma família de morcegos orelhudos e pouco conhecidos, do Madagascar, com apenas um gênero e duas espécies. De tamanho médio (até 12 cm), se alimentam de mariposas. Como característica interessante, seus pés são dotados de ventosas.

Morcego de Madagascar Myzopoda aurita

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Família Noctilionidae São morcegos de tamanho pequeno a médio (7 a 14 cm de corpo), exisitindo desde México até a Argentina. Tem pernas relativamente compridas e pés grandes. São insetívoros, mas também se alimentam de pequenos peixes, sendo conhecidos como “morcegos pescadores”.

Morcego pescador Noctilio leporinus

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Família Phyllostomidae São morcegos encontrados em regiões tropicais e subtropicais das Américas, que se caracteriza por possuir nariz em forma de folha, que pode ser em ponta ou ovalado. O grupo é o segundo em número de espécies na Ordem Chiroptera e agrupa cerca de 50 gêneros e 150 espécies, incluindo os morcegos hematófagos. É a família de morcegos mais numerosa no território brasileiro, com pelo menos 90 espécies. É também a de maior diversidade de hábitos alimentares no mundo (insetos, frutas, vertebrados... e sangue). Os morcegos vampiros pertencem à subfamília Desmodontinae que é composta por apenas três espécies: Desmodus rotundus, Diaemus youngi e Diphylla ecaudata. Não apresentam cauda e ocorre apenas na América Central, América do Sul e sul do México (Região Neotropical).

Morcego hematófago Desmodus rotundus

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Morcego Chiroderma salvini

Morcego Carollia sowelli

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Nessa família está o morcego-fantasma-grande (Vampyrum spectrum) é uma espécie de morcego carnívoro raro que se alimenta de pequenos vertebrados, podendo pesar até 230 g e ter até 1 metro de envergadura. É a maior espécie de morcego das Américas e também é o maior representante dos Microchiroptera. No Brasil, sua ocorrência foi registrada somente na região amazônica; apesar do nome, este morcego carnívoro não tem nada de vampiro (como outros de gênero com nome de vampiro) e, infelizmente, está na lista das espécies brasileiras ameaçadas de extinção.

Morcego-fantasma Vampyrum spectrum

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6. CURIOSIDADES, HISTÓRIAS E MITOS Muita gente ainda associa morcegos a ratos (tinha uma piada antiga onde um ratinho chamava a atenção da ratazana-mãe, apontando um morcego: “Olha, mãe! Um anjo!!”), mas como se pode ver pela morfologia, são mais parecidos com humanos do quem com ratos. Isso significa que eles são muito mais "macacos com asa" do que "ratos alados". O morcego é sagrado em Tonga e na África Ocidental e freqüentemente é considerado a manifestação física de uma alma separada. Na cultura popular, os morcegos estão intimamente relacionados aos vampiros, que se diz serem capazes de se metamorfosear em morcegos. São também um símbolo de fantasmas, morte e doença. Entre alguns nativos americanos, como os Creeks, Cherokees e Apaches, o morcego é um espírito embusteiro. A tradição chinesa afirma que o morcego é um símbolo de longevidade e felicidade, bem como na Polônia, na região da Macedônia e entre os Árabes. Na cultura ocidental o morcego é freqüentemente associado à noite e à sua natureza proibida. É um dos animais básicos associado com os caracteres ficcionais da noite, tanto a vilões como Drácula, quanto a heróis como Batman. No Reino Unido todos os morcegos estão protegidos pelos Decretos da Vida Silvestre e Zona Rural (Wildlife and Countryside Acts), e mesmo perturbar um morcego ou seu ninho pode ser punido com pesada multa. Em alguns países asiáticos, morcegos são muito apreciados na culinária tradicional, contudo seu consumo vem sendo proibido devido à ameaça que representa para populações naturais já reduzidas por outros fatores. Qual é o maior morcego que existe? E o menor? A maior espécie de morcego, segundo alguns, é o Pteropus vampyrus, uma raposa-voadora (Megachiroptera) que pode chegar a 1,70 metros de envergadura e vive na Ásia. Outros dizem que esta espécie chega “só” até 1,5m de envergadura e que o Acerodon jubatus, outra raposa-voadora, é ligeiramente maior em massa e envergadura. Já o menor morcego é o tailandês Craseonycteris tonglongyaii, que pesa apenas 2g, sendo o menor mamífero do mundo (eu pensava que era o musaranho!). No Brasil, a maior espécie de morcego é o Vampyrum spectrum da Amazônia e Norte do Pantanal, que pode ter 1m de envergadura. Aqui, há

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também espécies muito pequenas, como o insetívoro Myotis nigricans que em geral pesa só 4g. A importância ecológica dos morcegos: São grandes controladores das populações de insetos. Algumas espécies ingerem duzentos ou mais insetos em apenas alguns minutos de vôo. Ajudam no reflorestamento. Ao ingerir um fruto, o morcego deixa cair as sementes em locais distantes do original, onde podem nascer novas árvores. Mais de quinhentas pequenas sementes podem ser transportadas por um único morcego a cada noite. Auxiliam na reprodução de mais de quinhentas espécies de plantas, visitando as flores como fazem, de dia, os beija-flores e as abelhas, transportando o pólen de flor em flor. Há morcegos que se alimentam de pequenos animais, incluindo roedores, que causam prejuízos à agricultura. São largamente empregados em pesquisas científicas, incluindo a ação de medicamentos que, no futuro, poderão ter aplicação em humanos. As fezes dos morcegos (guano) constituem excelente adubo natural. Foram intensamente exploradas até ao desenvolvimento de adubos industriais. Têm sido estudados para aperfeiçoamento do sonar. A saliva dos vampiros hematófagos tem forte ação anticoagulante. A sua pesquisa poderá ter aplicações no tratamento de várias doenças vasculares. As maiores mentiras sobre morcegos: Pergunta: Os morcegos são cegos? Resposta NÃO, os morcegos não são cegos e muitos enxergam até bem demais. Pergunta: Morcegos enrolam em nosso cabelo? Resposta NÃO, se eles são capazes de localizar um pequeno mosquito no escuro por que razão eles iriam ficar agarrados em cabelos? Pergunta: Os morcegos são ratos de asas? (Será que tem gente que pensa isso??)

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Resposta: NÃO, os morcegos não são ratos de asas, a única coisa que eles têm em comum é serem mamíferos, mas isso nós humanos também somos. Pergunta: Os morcegos são sujos e todos são portadores do vírus da raiva? Resposta: NÃO, os morcegos são muito limpos e se higienizam permanentemente como os gatos. Os morcegos podem, sim, como todos os mamíferos, serem transmissores da raiva, mas isso não significa que todos estejam contaminados. Se você não tocar um morcego você não corre perigo algum. Pergunta: Outros mamíferos podem voar como os morcegos? Resposta NÃO, apenas os morcegos possuem capacidade real de voar, outros - como o esquilo "voador" - apenas planam após saltos. 7. REFERÊNCIAS http://super.abril.com.br/mundo-animal/morcegos-443423.shtml http://www.faunacps.cnpm.embrapa.br/mamifero/chiropte.html http://educacao.uol.com.br/biologia/ult1698u59.jhtm http://www.gothznewz.com.br/magia/vampirismo/morcegos.htm Zoonoses – morcegos hematófagos http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1989000100007 http://www.casadosmorcegos.org/cientista.html

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Outros Sites sobre morcegos: •Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros: http://www.sbeq.org •Bat Conservation International: http://www.batcon.org •Bat/Plant Interactions in the Neotropics: http://www.nybg.org/botany/tlobova/mori/batsplants/introduction/intro_frameset.htm •Instituto Pasteur, Morcegos: http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/morcego/morcego_01.htm •Instituto Biológico, Morcegos: http://www.geocities.com/~esabio/morcego/morcegos.htm •Wikipédia, Morcego: http://pt.wikipedia.org/wiki/Morcego •Wikipedia, Bat: http://en.wikipedia.org/wiki/Bat •Basically Bats: http://www.basicallybats.org/ •The Bat Conservation Trust: http://www.bats.org.uk/ •AMNH, Chiroptera: http://tolweb.org/tree?group=Chiroptera&contgroup=Eutheria •ADW, Chiroptera: http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Chiroptera.html •Lubee Bat Conservancy: http://www.lubee.org/ •Sydney Bats: http://www.sydneybats.org.au/cms/ •Barbastella: http://www.barbastella.org/ •Fledermauskunde: http://www.fledermauskunde.de/ •Noctilio: http://www.noctilio.com/ •Projeto Pró-Morcegos: http://www.promorcegos.org/ •Projeto Morcegos Brasileiros: http://www.morcegosbrasileiros.com.br/ http://biologiaevolutiva.blogspot.com/2007/01/como-surgiram-as-asas-em-morcegos.html http://www.casadosmorcegos.org/faq.html FÓSSEIS http://www.nhc.ed.ac.uk/index.php?page=493.169.177 http://www.animalpicturesarchive.com/view.php?tid=2&did=28406

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