MORFOLOGIA, BOTÂNICA E ZOOLOGIA Curso Instituto Prominas
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CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
MORFOLOGIA, BOTÂNICA E ZOOLOGIA
Autor: Flávio Barbosa Ferreira Barbosa
Revisão atualizada segundo o novo acordo ortográfico: Profª. Ms. Camila Menezes
Coordenação Pedagógica
INSTITUTO PROMINAS
GUIA DE ESTUDO
Impressão e
Editoração
APOSTILA RECONHECIDA E AUTORIZADA NA FORMA DO CONVÊNIO FIRMADO ENTRE UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
E O INSTITUTO PROMINAS.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À MORFOLOGIA ........................................................................................... 3
UNIDADE 2 - INTRODUÇÃO À ZOOLOGIA ............................................................................................... 17
UNIDADE 3 - INTRODUÇÃO À BOTÂNICA ................................................................................................ 61
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 89
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UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À MORFOLOGIA
Morfologia é o estudo da forma dos seres vivos. Este estudo pode ser dividido
em: Anatomia (visão macroscópica) e Histologia (visão microscópica). É uma
ferramenta fundamental para a identificação e classificação das espécies. Nos
próximos capítulos poderemos acompanhar as divisões e classificações animais e
vegetais, destacando então sua morfologia (anatomia e histologia).
1.1 Os Seres Vivos
Em biologia e ecologia, um organismo é um ser vivo. Uma extensão polêmica
deste conceito afirma que a própria Terra é um organismo vivo. Chama-se a esta
hipótese a Hipótese Gaia.
A origem da vida e as relações entre as suas maiores linhagens são
controversas. Dois grandes grupos podem ser identificados, os procariontes - que
não apresentam um verdadeiro núcleo celular - e os eucariontes, em que o DNA se
encontra organizado em cromossomos dentro do núcleo celular. Os procariontes são
geralmente agrupados em dois domínios, chamados Bacteria e Archaea. De acordo
com a teoria endossimbiótica as plantas teriam adquirido duas organelas das suas
células, nomeadamente a mitocôndria e os cloroplastos, de bactérias
endossimbióticas.
Características comuns a muitos organismos incluem: movimento,
alimentação, respiração, crescimento, reprodução, sensação (sensibilidade a
estímulos externos). No entanto, estes não são universais. Muitos organismos são
incapazes de movimento independente, e não respondem diretamente ao seu
ambiente. Os microrganismos, como as bactérias, podem não ter respiração,
usando, em vez disso, caminhos químicos alternativos.
1.2 Sistemática
A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade
e compreender as relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia
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(ciência da descoberta, descrição e classificação das espécies e grupo de espécies,
com suas normas e princípios) e também a filogenia (relações evolutivas entre os
organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos
organismos vivos. Em biologia, os sistematas são os cientistas que classificam as
espécies em outros táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam
evolutivamente.
O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi
inicialmente o de organizar as plantas e animais conhecidos em categorias que
pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação passou a respeitar as
relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada
apenas em características externas. Para isso se utilizam também características
ecológicas, fisiológicas, e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons
em questão. É a esse conjunto de investigações a respeito dos táxons que se dá o
nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas classificações baseadas
na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas,
especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros
campos da Biologia.
A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as
relações entre organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de
espécimes, e a análise dos dados vindos de várias áreas de pesquisa biológica.
Nomenclatura é a atribuição de nomes (nome científico) a organismos e às
categorias nas quais são classificados. O nome científico é aceito em todas as
línguas, e cada nome aplica-se apenas a uma espécie.
Há duas organizações internacionais que determinam as regras de
nomenclatura, uma para zoologia e outra para botânica. Segundo as regras, o
primeiro nome publicado (a partir do trabalho de Linnaeus) é o correto, a menos que
a espécie seja reclassificada, por exemplo, em outro gênero. A reclassificação tem
ocorrido com certa frequência desde o século XX. O Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica preconiza que neste caso mantém-se a referência a quem
primeiro descreveu a espécie, com o ano da descrição, entre parênteses, e não
inclui o nome de quem reclassificou. Esta norma internacional decorre, entre outras
coisas, do fato de ser ainda nova a abordagem genética da taxonomia, sujeita a
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revisão devido a novas pesquisas científicas, ou simplesmente a definição de novos
parâmetros para a delimitação de um táxon, que podem ser morfológicos,
ecológicos, comportamentais etc.
O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV a.C., que
ordenou os animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O
seu discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo. Nos
séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema
de categorias, ainda baseados em características anatômicas superficiais. No
entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de tais semelhanças, este
sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da
classificação atual. Linnaeus fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em
1758, criando a hierarquia atual.
A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma
central da Biologia, e com isso evidências da paleontologia sobre formas ancestrais,
e da embriologia sobre semelhanças nos primeiros estágios de vida. No século XX,
a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na classificação, como o uso
recente da genética molecular na comparação de códigos genéticos. Programas de
computador específicos são usados na análise matemática dos dados.
Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, professor aposentado da
Universidade de Harvard, onde cunhou o termo biodiversidade e participou da
fundação da sóciobiologia, ao defender um "projeto genoma" da biodiversidade da
Terra, propôs a criação de uma base de dados digital com fotos detalhadas de todas
as espécies vivas e a finalização do projeto Árvore da vida. Em contraposição a uma
sistemática baseada na biologia celular e molecular, Wilson vê a necessidade da
sistemática descritiva para preservar a biodiversidade.
Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter Raven e Dan Brooks, a
sistemática pode trazer conhecimentos úteis na biotecnologia, e na contenção de
doenças emergentes. Mais da metade das espécies do planeta é parasita, e a
maioria delas ainda é desconhecida.
Tradicionalmente os seres vivos eram divididos em dois reinos: Plantas e
Animais. Como muitos seres simples não cabem nesta divisão, em 1866 Ernst
Heinrich Haeckel propôs a categoria Protista, incluindo algas, fungos, protozoários e
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bactérias, No século XX a classificação mais aceita passou a ter cinco reinos:
Protista (protozoários e algumas algas), Monera (bactérias procariontes, e
cianobactérias ou algas azuis), Fungos, Plantas e Animais.
Recentemente a análise genética levou a propor o grupo Archaea para as
Archaebacterias, e mais dois grupos: as outras bactérias e os eucariontes
(organismos que têm núcleo celular: fungos, plantas e animais).
No entanto, estudos recentes (Cavalier-Smith 1998, 2004) passaram a aceitar
o sistema de seis reinos (Bacteria, Protista, Animalia, Fungi, Plantae e Chromista). O
reino Chromista engloba alguns grupos de algas como as Phaeophyta, Chrysophyta
e Bacillariophyta (Diatomáceas) que possuem cloroplasto com quatro membranas,
localizado no lúmen do retículo endoplasmático rugoso e originado de uma simbiose
secundária.
Considerando-se os organismos fotossintetizantes envolvidos nesta nova
divisão dos reinos, uma das principais características definidoras das linhagens
evolutivas é justamente a origem do cloroplasto:
Cianobactérias: sem cloroplasto, pigmento difuso no citoplasma
Plantas: simbiose primária (Protista + cianobactéria), cloroplasto com duas
membranas.
Protistas (Euglenas e Dinoflagelados): simbiose secundária ou terciária
(Protista + planta), cloroplasto com 3 membranas
Cromistas: simbiose secundária (Protista + Planta), cloroplasto com 4
membranas.
Os reinos são divididos num sistema hierárquico de categorias chamadas
táxons. Cada táxon inclui os que o sucedem. Tradicionalmente são eles: Domínio
(mais recente), Reino, Filo (ou divisão, em botânica), Classe, Ordem, Família,
Gênero, Espécie.
Há categorias intermediárias, incluídas quando é necessário fazer distinções.
Assim, por exemplo, em botânica, além de divisão, que equivale ao filo no
reino animal, existem também série e seção. Uma sequência hierárquica mais
completa seria: Reino, Filo, Subfilo, Superclasse, Classe, Infraclasse, Coorte,
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Superordem, Ordem, Subordem, Infra-ordem, Superfamília, Família, Subfamília,
Tribo, Subtribo, Gênero, Subgênero, Espécie, Subespécie.
Hoje em dia o táxon mais claro é a espécie: populações de indivíduos
geneticamente semelhantes que potencialmente cruzam entre si em condições
naturais (definição mais difundida de espécie), o que não significa que o conceito de
espécie esteja bem esclarecido por esse enunciado, pois ele não abrange, por
exemplo, organismos que fazem apenas reprodução assexuada. Mecanismos de
especiação, como isolamento geográfico, podem levar uma espécie a originar outra.
Nos casos excepcionais de cruzamento interespecífico, praticamente em todos os
casos, os descendentes são estéreis. Quando as populações de uma espécie são
muito diferentes morfologicamente, são chamadas subespécies, raças ou
variedades. O gênero inclui espécies relacionadas, reconhecidas popularmente
como aparentadas, como o cão e o lobo.
1.3 A Classificação Biológica
A expressão classificação científica ou classificação biológica designa o modo
como os biólogos agrupam e categorizam as espécies de seres vivos, extintas e
atuais. A classificação científica moderna tem as suas raízes no sistema de Carolus
Linnaeus, que agrupou as espécies de acordo com as características morfológicas
por elas partilhadas. Estes agrupamentos foram subsequentemente alterados
múltiplas vezes para melhorar a consistência entre a classificação e o princípio
darwiniano da ascendência comum. O advento da sistemática molecular, que utiliza
a análise do genoma e os métodos da biologia molecular, levou a profundas
revisões da classificação de múltiplas espécies e é provável que as alterações
taxonômicas continuem a ocorrer à medida que se caminha para um sistema de
classificação presente na semelhança genética e molecular em detrimento dos
critérios morfológicos. A classificação científica pertence à ciência da taxonomia ou
sistemática biológica.
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A classificação das espécies não obedece a critérios rigidamente formais.
Caso fosse aplicado aos primatas o mesmo critério científico usado para classificar
os coleópteros, dos quais há mais de 300 mil espécies catalogadas, o ser humano
(Homo sapiens) faria parte do gênero Pan, o mesmo gênero dos chimpanzés (Pan
troglodytes) e dos bonobos (Pan paniscus).
Assim a classificação biológica é um sistema organizativo que se rege por um
conjunto de regras unificadoras e de critérios que se pretendem universais, mas que,
dada a magnitude do conjunto dos seres vivos e a sua inerente diversidade, são
necessariamente adaptados a cada um dos ramos da biologia.
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Tradicionalmente, a classificação de plantas e de animais seguiu critérios
diferenciados, hoje fixos no Código Internacional de Nomenclatura Botânica e no
Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, respectivamente, refletindo a
história das comunidades científicas associadas. Outras áreas, como a micologia
(que segue a norma botânica), a bacteriologia e a virologia, seguiram caminhos
intermédios, adotando muitos dos procedimentos usados nas áreas consideradas
mais próximas.
Nos últimos tempos, com o advento das técnicas moleculares e dos estudos
cladísticos, as regras tendem apara a unificação, levando a uma rápida mutação dos
sistemas classificativos e alterando profundamente a estrutura classificativa
tradicional.
A classificação científica é, por isso, um campo em rápida mutação, com
frequentes e profundas alterações, em muitos casos quebrando conceitos há muito
sedimentados. Nesta matéria, mais importante do que conhecer a classificação de
qualquer espécie, importa antes conhecer a forma como o sistema se organiza. Até
porque aquilo que é hoje uma classificação aceita em pouco tempo pode ser outra
bem diferente.
Enquanto Carolus Linnaeus classificava as espécies de seres vivos tendo
como objetivo principal facilitar a identificação e criar uma forma de arquivo nos
herbários e nas coleções zoológicas que permitisse localizar facilmente um
exemplar, nos modernos sistemas taxonômicos aplicados à biologia procura-se
antes de mais nada fazer refletir o princípio Darwiniano de ancestralidade comum.
Isto significa que se pretende agrupar as espécies por proximidade filogenética, isto
é relacionar as espécies pela sua proximidade genética, a qual reflete o grau de
comunalidade de ancestrais.
Desde a década de 1960 que se vem fortalecendo a tendência para utilizar
estruturas taxonômicas baseadas nos conceitos da cladística, hoje designadas por
taxonomia cladística, distribuindo os taxa numa árvore evolucionária. Se um táxon
inclui todos os descendentes de uma forma ancestral, é designado um táxon
monofilético. Quando o inverso acontece, o táxon é designado parafilético. Os taxa
que incluem diversas formas ancestrais são designados por polifiléticos. Idealmente
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todos os taxa deveriam ser monofiléticos, pois assim refletiriam a ancestralidade
comum das espécies que integrem.
Um novo tipo de nomenclatura, batizado como Phylocode, está em
desenvolvimento, tendo como objetivo criar uma estrutura de clades em vez de uma
estrutura de taxa. Em caso de implementação generalizada não é clara a forma de
coexistência entre esse sistema e o atual.
O conceito de domínio como táxon de topo é de introdução recente. O
chamado Sistema dos Três Domínios foi introduzido em 1990, mas apenas
recentemente ganhou aceitação generalizada. Apesar de hoje a maioria dos
biólogos aceitarem a sua validade, a utilização do sistema dos cinco reinos ainda
domina. Uma das principais características do sistema dominial é a separação dos
reinos Archaea e Bacteria, ambos anteriormente parte do reino Monera. Alguns
cientistas, mesmo sem aceitar os domínios, admitem Archaea como um sexto reino.
Os taxa mais elevados, em especial os intermédios, têm sofrido ultimamente
profundas e frequentes alterações, resultado da descoberta de novas relações entre
os grupos e as espécies. Por exemplo, a tradicional classificação dos primatas
(classe Mammalia — subclasse Theria — infraclasse Eutheria — ordem Primates)
está posta em causa por novas classificações, como, por exemplo, a de McKenna &
Bell (classe Mammalia — subclasse Theriformes — infraclasse Holotheria — ordem
Primates). Estas alterações resultam essencialmente da existência de um pequeno
número de taxa em cada nível, sendo neles necessário acomodar um registro fóssil
muito ramificado.
A tendência para privilegiar a constituição de grupos monofiléticos em
detrimento dos parafiléticos levará, seguramente, a sucessivas alterações da
estrutura classificativa, com especial foco nas classes e ordens. A progressiva
introdução de conceitos cladísticos também terá um impacto profundo e conduzirá à
reformulação de muitos dos atuais agrupamentos.
Sufixos dos taxa
Taxa acima do nível do gênero recebem em geral nomes derivados do gênero
mais representativo neles incluído ou daquele que, por razões históricas ou outras, é
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mais conhecido. Os sufixos utilizados na construção desses nomes dependem do
Reino e, por vezes, do Filo e Classe, seguindo um padrão pré-estabelecido. O
quadro seguinte apresenta as regras de construção de sufixos mais comumente
aceites:
Taxon Plantas Algas Fungos Animais Bactérias
Divisão/Filo -phyta -mycota
Subdivisão/Subfilo -phytina -mycotina
Classe -opsida -phyceae -mycetes -ia
Subclasse -idae -phycidae -mycetidae -idae
Superordem -anae
Ordem -ales -ales
Subordem -ineae -ineae
Infraordem -aria
Superfamília -acea -oidea
Família -aceae -idae -aceae
Subfamília -oideae -inae -oideae
Tribo/Infrafamília -eae -ini -eae
Subtribo -inae -ina -inae
Note-se que em botânica e micologia, os nomes dos taxa de família para
baixo são baseados no nome de um gênero, por vezes referido como o gênero-tipo,
ao qual é acrescentado um sufixo padronizado. Por exemplo, o gênero Rosa é o
gênero-tipo a partir do qual a família Rosacea recebe o seu nome (Rosa + -aceae).
Os nomes dos taxa acima de família podem ser formados a partir do nome da
família, com o sufixo adequado, ou ser descritivos de uma ou mais características
marcantes do grupo. No caso dos animais, apenas existem sufixos padronizados até
ao nível da superfamília.
A formação de um nome com base na designação de um gênero não é tão
simples quanto possa parecer, já que a língua latina tem declinações irregulares. Por
exemplo, os nomes baseados em homo têm como base o genitivo da palavra, ou
seja, hominis, pelo que humanos pertencem aos Hominidae (hominídeos) e não aos
Homidae (que, obviamente, nem existem).
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Classificação infra-específica
Embora a espécie seja considerado o nível de classificação mais baixo, existe
por vezes necessidade de recorrer a classificações infra-específicas para acomodar
a biodiversidade reconhecida ou para descrever certos traços fenotípicos,
nomeadamente os de interesse econômico entre as espécies domesticadas.
Os animais podem ser classificados em subespécies (por exemplo, Homo
sapiens sapiens, para os humanos modernos), ou morfos ou formas (como por
exemplo, Corvus corax varius morpha leucophaeus, uma forma característica de
corvo).
As plantas podem ser classificadas em subespécies (por exemplo, Pisum
sativum subsp. sativum, a ervilha-de-cheiro), ou variedades (por exemplo, Pisum
sativum Var. macrocarpon, uma variedade de ervilha). As plantas cultivadas podem
ser identificadas por cultivares, cada um deles correspondente a um determinado
fenótipo (por exemplo, Pisum sativum Var. macrocarpon 'Snowbird', o cultivar
Snowbird de ervilha).
As bactérias podem ser classificadas por estirpe (por exemplo, Escherichia
coli O157:H7, uma estirpe de E. coli que pode causar intoxicação alimentar).
1.4 Nomenclatura Binomial
Nomenclatura binomial, nomenclatura binominal ou nomenclatura binária,
designa nas ciências biológicas o conjunto de normas que regulam a atribuição de
nomes científicos às espécies de seres vivos. Chama-se binominal porque o nome
de cada espécie é formado por duas palavras, o nome do gênero e o restritivo
específico, normalmente um adjetivo que qualifica gênero. A utilização do sistema de
nomenclatura binomial é um dos pilares da classificação científica dos seres vivos
sendo regulada pelos códigos específicos da nomenclatura botânica, zoológica e
bacteriológica. Foi primeiramente proposta pelo naturalista suíço Gaspard Bauhin,
no século XVII, e formalizada por Carlos de Linnaeus no século seguinte. Os nomes
utilizados são em latim, ou numa versão latinizada da palavra ou palavras que se
pretende utilizar. O nome genérico e o epíteto específico devem sempre ser escritos
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em tipo itálico, ou na sua indisponibilidade ser sublinhados, sendo sempre que
possível seguidos pelo autor ou autores da descrição (em geral referido como a
autoridade). Embora no âmbito do esforço de unificação da nomenclatura biológica
os conceitos tenham sido fundidos, tendo hoje o mesmo significado,
tradicionalmente no campo da zoologia o conceito é referido como nomenclatura
binominal, enquanto no campo da botânica, da micologia e da bacteriologia o
conceito é geralmente apelidado nomenclatura binária ou, por vezes, nomenclatura
binomial.
A nomenclatura binomial é o método formal e o único universalmente aceito
para a atribuição do nome científico a espécies (com exceção dos vírus). Como o
termo "binomial" sugere, o nome científico de uma espécie é formado pela
combinação de dois termos: o nome do gênero e o descritor específico. Apesar de
alguns pormenores diferirem consoante o campo da biologia em que a espécie se
insere, os traços determinantes do sistema são comuns e universalmente adotados:
As espécies são identificadas por um binome, isto é um nome composto por
dois nomes: um nome genérico e um descritor específico. Nenhum outro táxon pode
ter nomes compostos por mais de uma palavra.
As subespécies têm um nome composto por três nomes, ou seja, um trinome,
colocados pela seguinte ordem: nome genérico, descritor específico e descritor
subespecífico.
Todos os taxa hierarquicamente superiores à espécie tem nomes compostos
por uma única palavra, ou seja, um "nome uninominal".
Os nomes científicos devem ser sempre escritos em itálico, como em Homo
sapiens. Quando manuscritos, ou quando não esteja disponível a opção de escrita
em itálico, devem ser sempre sublinhados.
O primeiro termo, o nome genérico é sempre escrito começando por uma
maiúscula, enquanto o descritor específico (em zoologia, o nome específico, em
botânica o epíteto específico) nunca começa por uma maiúscula, mesmo quando
seja derivado de um nome próprio ou de uma designação geográfica.
Por exemplo, Canis lupus ou Anthus hodgsoni. Note-se que esta convenção é
recente: Carolus Linnaeus usava sempre maiúscula no descritor específico e até
princípios do século XX era prática comum capitalizar o descritor específico se este
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derivasse de um nome próprio. Apesar de incorreto pelos padrões atuais, e
inaceitável em contexto científico, a utilização de descritores específicos com
maiúscula é relativamente comum em literatura não científica, particularmente
quando reproduza fontes desatualizadas.
Em textos acadêmicos e científicos, a primeira referência a um táxon,
nomeadamente a uma espécie, é seguida do sobrenome do cientista que primeiro
validamente o publicou (na zoologia) ou da sua abreviatura padrão (botânica e
micologia). Se a espécie teve a sua posição taxonômica alterada por inclusão em
gênero diferente do original, o sobrenome ou a abreviatura padrão do autor original e
a data de publicação original são fornecidos em parêntesis antes da indicação de
quem publicou o novo nome.
Por exemplo, Amaranthus retroflexus L. ou Passer domesticus (Linnaeus,
1758) – o último foi originalmente descrito como uma espécie do gênero Fringilla, daí
o parêntesis.
Quando usado em conjunção com o nome vernáculo da espécie, o nome
científico normalmente aparece imediatamente a seguir no texto, incluído em
parêntesis. Por exemplo, "A população do pardal doméstico (Passer domesticus)
está a decrescer na Europa."
O nome científico deve ser sempre usado por extenso na sua primeira
ocorrência no texto e sempre que diversas espécies do mesmo gênero estiverem a
ser discutidas no mesmo documento. Nos usos subsequentes, as referências podem
ser abreviadas à inicial do gênero, seguida de um ponto e do nome específico
completo. Por exemplo, após a primeira referência, Canis lupus pode ser referido
como C. lupus. Em alguns casos, em literatura não científica, a abreviatura é mais
conhecida do que o nome completo da espécie: — a bactéria Escherichia coli é
frequentemente referida simplesmente por E. coli; o Tyrannosaurus rex é
provavelmente mais conhecido por T. rex.
A abreviatura "sp." (zoologia) ou "spec." (botânica) é usada quando o nome
da espécie não pode ou não interessa ser explicitado. A abreviatura "spp." (plural)
indica "várias espécies". Por exemplo: "Canis sp." significa "uma espécie do gênero
Canis". Facilmente confundível com a anterior são as abreviaturas "ssp." (zoologia) e
"subsp." (botânica), que indicam uma subespécie não especificada (veja trinome,
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nome ternário). As abreviaturas "sspp." ou "subspp." indicam "um numero não
especificado de subespécies".
A abreviatura "cf." é utilizada quando a identificação da espécie requer
confirmação por ser incerta ou estiver a ser citada através de uma referência
secundária não verificável. Por exemplo, Corvus cf. corax indica "um pássaro similar
ao corvo-comum, mas não identificado com segurança como sendo da espécie".
Em micologia tradicionalmente é utilizado o mesmo sistema de nomenclatura
da botânica.
A nomenclatura binomial é também referida como Sistema de classificação
binomial ou como sistema lineano.
As principais vantagens da nomenclatura binomial derivam essencialmente da
sua economia descritiva, do seu uso generalizado e da estabilidade de nomes que é
por ele favorecida:
Todas as espécies podem ser identificadas, sem risco de ambiguidade, por
apenas duas palavras.
O mesmo nome é de uso universal, independente da língua de trabalho,
evitando erros e problemas de tradução.
Apesar da estabilidade dos nomes estarem longe de ser uma regra absoluta,
os procedimentos estabelecidos em relação à renomeação de espécies favorecem
fortemente a estabilidade. Por exemplo, quando uma espécie é transferida para um
gênero diferente, o que não é incomum face aos avanços da ciência, sempre que
possível o descritor específico é mantido. O mesmo acontece quando uma espécie é
desqualificada como independente e é integrada noutra pré-existente, situação em
que o descritor é mantido ao nível subespecífico.
Apesar das regras existentes terem como objetivo garantir que cada nome é
único e que não há ambiguidades na nomenclatura, na prática algumas espécies
têm vários nomes científicos em circulação na literatura, o uso de cada um deles
dependendo da opinião taxonômica do autor do texto. Daí que a sinonímia biológica
seja um campo de grande complexidade, sendo frequente o aparecimento de
espécies com longas listas de sinônimos.
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A mais importante fonte de instabilidade no sistema binomial é a ressurreição
de nomes esquecidos, mas para os quais se podem reclamar validamente prioridade
na publicação. Neste caso, contudo, nos códigos de nomenclatura estão previstas
normas de conservação de nomes que permitem a manutenção, pelo menos em
certos casos, do nome de uso mais comum.
Os nomes do gênero e do descritor específico podem derivar de qualquer
palavra ou provir de qualquer fonte, tendo apenas como exigência o serem
latinizados. Em geral são palavras latinas, mas muitas delas são derivadas de
palavras do grego antigo, de nomes de regiões ou lugares, do nome de pessoas (de
preferência naturalistas) ou de uma palavra numa língua vernácula. Na prática, os
taxonomistas têm criado nomes a partir de uma imensa variedade de fontes de
inspiração, incluindo, ao que se dizem alguns casos em que se pretendeu ser jocoso
ou criar trocadilhos.
Contudo, os nomes são sempre tratados gramaticalmente como se fossem
uma frase latina. Por essa razão, o nome científico da espécie é frequentemente
referido como o "nome latino" da espécie, apesar da expressão não colher a
aprovação de taxonomistas e de filologista, os quais tendem a favorecer a
designação, mais neutra, de "nome científico".
O nome do gênero deve obrigatoriamente ser único dentro de cada reino. Os
descritores específicos são frequentemente repetidos e são, obrigatoriamente, um
modificador adjetivo do nome do gênero, devendo com ele concordar
gramaticalmente. Os nomes das famílias são frequentemente derivados de um
gênero particularmente representativo que a integre.
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UNIDADE 2 - INTRODUÇÃO À ZOOLOGIA
A zoologia (proveniente do grego zoon "animal", e -logos "estudo") é a ciência
que estuda os animais.
2.1 O Reino Protista
O Reino Protista é um dos reinos biológicos comumente reconhecidos, inclui
os seres unicelulares eucariontes, como é o caso dos protozoários e das algas
unicelulares e pluricelulares que não possuem tecidos verdadeiros, como é o caso
das algas multicelulares. Alguns são organismos unicelulares, com 0,01 a 0,5 mm de
tamanho, muito pequenos para serem vistos sem um microscópio, outros são
enormes, como certas algas castanhas, com mais de 30 metros de comprimento.
Protistas são onipresentes em todos os ambientes aquáticos e terrestres,
comumente sobrevivendo períodos secos na forma de vida latente; alguns são
parasitas importantes.
Os protistas apresentam-se nas seguintes formas:
Formas aquáticas, anteriormente classificadas no Reino Plantae - as algas;
Organismos amebóides semelhantes aos fungos - os mixomicetes e
oomicetes;
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Formas unicelulares - os protozoários, geralmente divididos pela morfologia e
locomoção em: Flagelados (Ex. Euglena); Amebóides (Ex. Ameba); Apicomplexa
(parasitas); e Ciliados (Ex. Paramecio).
Thomas Cavalier-Smith divide o reino em dois subreinos: Sarcomastigota e
Biciliata.
Em sistemas de classificação mais antigos, os protozoários foram
considerados um filo do reino Animalia - Protozoa -, e as algas unicelulares e os
mixomicetes foram colocados dentro de plantas. Muitas formas foram colocadas em
ambos os reinos e pesquisadas por zoólogos e botânicos. Eventualmente o reino
Protista foi criado para colocar estas formas, com as classes de Protozoários
referidas acima sendo promovidas a filos. Exceto pelos ciliados e oomicetes todos
estes grupos são polifiléticos e frequentemente sobrepostos. Para, além disso, os
protistas em si aparentam ser parafiléticos aos outros reinos eucarióticos.
Tentativas mais recentes foram feitas para dividir os protistas em grupos mais
genuínos baseados na ultra-estrutura, química e características genéticas. Em
novos sistemas de classificação estes são frequentemente tratados como reinos
separados. Thomas Cavalier-Smith propôs o reino Chromista para incluir grupos
como as algas pardas, as diatomáceas e os oomicetes.
Entretanto, há ainda muitas linhas diferentes de protistas cujas relações não
são compreendidas. Muitos cientistas consideram agora os vários clades de Protista
como subgrupos diretos dos Eukaryotes, com a admissão de que não conhecemos
ainda o suficiente sobre eles para arranjá-los em uma
hierarquia. Estes vários clades são listados em nossa
árvore evolucionária.
2.2 O Reino Animalia
O reino Animalia, Reino Animal ou Reino Metazoa
é composto por seres vivos multicelulares cujas células
formem tecidos biológicos, com capacidade de responder
ao ambiente que os envolve ou, por outras palavras, pelos animais. Ao contrário das
plantas, os animais são heterotróficos, ou seja, buscam no meio onde vivem seu
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alimento, como plantas e outros animais para sobreviverem. A maioria dos animais
possui um plano corporal que se determina à medida que se tornam maduros, e,
exceto em animais que metamorfoseiam, esse plano corporal é estabelecido desde
cedo em sua ontogenia quando embriões. Os gametas, na maioria dos casos,
quando constituem a linhagem germinativa, são produzidos em órgãos externos,
cujas células, com exceção das esponjas, não participam da reprodução.
Coloquialmente, o termo "animal" é frequentemente utilizado para referir-se a
todos os animais diferentes dos humanos e raramente para referir-se a animais não
classificados como Metazoários. Animais são eucariontes, e divergiram do mesmo
grupo dos protozoários flagelados que deram origem aos fungos e aos
coanoflagelados. Estes últimos são especialmente próximos por possuírem células
com "colarinhos" aparecendo somente entre eles e as esponjas, e raramente em
certas outras formas de animais. Em todos estes grupos, as células móveis,
geralmente os gametas, possuem um único flagelo posterior com ultra-estrutura
similar.
Os animais adultos são tipicamente diplóides, produzindo pequenos
espermatozóides móveis e grandes ovos imóveis. Em todas as formas o zigoto
fertilizado divide-se (clivagem) para formar uma esfera oca chamada blástula, que
então sofre rearranjo e diferenciação. As blástulas são provavelmente
representativas do tipo de colônia de onde os animais evoluíram; formas similares
ocorrem entre os flagelados, como os Volvox.
A distinção mais notável dos animais é a forma como as células seguram-se
juntas. Ao invés de simplesmente ficarem grudadas juntas, ou seguradas em um
local por pequenas paredes, as células animais são conectadas por junções
septadas, compostas basicamente por proteínas elásticas (colágeno é
característico) que cria a matriz extracelular. Algumas vezes esta matriz é calcificada
para formar conchas, ossos ou espículas, porém de outro modo é razoavelmente
flexível e pode servir como uma estrutura por onde as células podem mover-se e
reorganizar-se.
Exceto por uns poucos traços fósseis questionáveis, as primeiras formas que
talvez representem animais aparecem nos registros fósseis por volta do Pré-
Cambriano. São chamadas Biota Vendiana e são muito difíceis de relacionar com as
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formas recentes. Virtualmente todos os filos restantes fazem uma aparição mais ou
menos simultânea durante o período Cambriano. Este efeito radioativo massivo
pode ter surgido devido a uma mudança climática ou uma inovação genética e é tão
inesperada que é geralmente chamada de Explosão Cambriana.
As esponjas (Porifera) separaram-se dos outros animais muito cedo e são
muito diferentes. Esponjas são sésseis e geralmente alimentam-se retirando as
partículas nutritivas da água que entra através de poros espalhados por todo o
corpo, que é suportado por um esqueleto formado por espículas. As células são
diferenciadas, porém, não estão organizadas em grupos distintos.
Existem também três filos "problemáticos" - os Rhombozoa, Orthonectida, e
Placozoa - e possuem uma posição incerta em relação aos outros animais. Quando
eles foram inicialmente descobertos, os Protozoa foram considerados como um filo
animal ou um subreino, porém, como eles são geralmente não-relacionados e mais
similares às plantas do que animais, um novo reino, o Protista foi criado para abrigá-
los.
Independentemente disso, todos os animais pertencem a um grupo
monofilético chamado Metazoa (ou Eumetazoa quando o nome Metazoa é usado
para todos os animais), caracterizado por uma câmara digestiva e camadas
separadas de células que diferenciam-se em vários tecidos. Características
distintivas dos metazoários incluem um sistema nervoso e músculos.
Os Metazoa mais simples apresentam simetria radial - por esta razão, são
classificados como Radiata (em contraposição com os Bilateria, que têm simetria
bilateral). Para além disso, estes animais são diblásticos, isto é, possuem dois
folhetos embrionários. A camada exterior (ectoderme) corresponde a superfície da
blástula e a camada interior (endoderme) é formada por células que migram para o
interior. Ela então se invagina para formar uma cavidade digestiva com uma única
abertura, (o arquêntero). Esta forma é chamada gástrula (ou plânula quando ela é
livre-natante). Os Cnidaria e os Ctenophora (águas vivas, anêmonas, corais, etc.)
são os principais filos diblásticos. Os Myxozoa, um grupo de parasitas
microscópicos, têm sido considerados cnidários reduzidos, porém, podem ser
derivados dos Bilateria.
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As formas restantes compreendem um grupo chamado Bilateria, uma vez que
eles apresentam simetria bilateral (ao menos um algum grau), e são triblásticos. A
Blástula invagina sem se preencher previamente, então o endoderma é apenas seu
forro interior, a parte interna é preenchida para formar o terceiro folheto embrionário
entre eles (mesoderme). Os animais mais simples dentre estes são os
Platyhelminthes (vermes achatados, como a tênia), que podem ser parafiléticos ao
filo mais alto.
A vasta maioria dos filos triblásticos forma um grupo chamado Protostomia.
Todos os animais destes filos possuem um trato digestivo completo (incluindo uma
boca e um ânus), com a boca se desenvolvendo do arquêntero e o ânus surgindo
depois. A mesoderme surge como nos Platyhelminthes (vermes achatados, como a
planária), de uma célula simples, e então se divide para formar uma massa em cada
lado do corpo. Geralmente há uma cavidade ao redor do intestino, chamada celoma,
surgindo como uma divisão do mesoderma, ou ao menos uma versão reduzida disso
(por exemplo, um pseudoceloma, onde a divisão ocorre entre o mesoderma e o
endoderma, comum em formas microscópicas).
Alguns dos principais filos protostômios são unidos pela presença de larva
trocófora, que é distinguida por um padrão especial de cílios. Estes criam um grupo
chamado Trochozoa, compreendendo os seguintes:
Filo Nemertea (ribbon worms)
Filo Mollusca (caracóis, lulas, etc.)
Filo Sipuncula
Filo Annelida (vermes segmentados - minhoca)
Tradicionalmente o Arthropoda - o maior filo animal incluindo insetos,
aranhas, caranguejos e semelhantes - e dois pequenos filos proximamente
relacionados a eles, o Onychophora e Tardigrada, têm sido considerados
relativamente próximos aos anelídeos por causa de seu plano de segmentação
corporal (a hipótese dos Articulata). Esta relação está em dúvida, e parece que eles,
ao invés disso, pertençam a várias minhocas pseudocelomadas - os Nematoda,
Nematomorpha (minhocas cabelo-de-cavalo), Kinorhyncha, Loricifera, e Priapulida -
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que compartilham entre si ecdise (muda do exoesqueleto e muitas outras
características. Este grupo é conhecido como Ecdysozoa.
Existem vários pseudocelomados protostomados que são difíceis de serem
classificados devido aos seus pequenos tamanhos e estruturas reduzidas. Os
Rotifera e Acanthocephala são extremamente relacionados entre si e provavelmente
pertencem proximamente aos Trochozoa. Outros grupos incluem os Gastrotricha,
Gnathostomulida, Entoprocta, e Cycliophora. O último foi descoberto apenas
recentemente, e como pouca investigação foi feita nos fundos marinhos,
provavelmente mais coisas serão ainda descobertas. A maioria destes foi agrupada
dentro do filo Aschelminthes, junto com os Nematoda e outros, porém eles não
aparentam possuir relações filogenéticas entre si.
Os Brachiopoda (braquiópodes), Ectoprocta (ou Bryozoa, os briozoários) e os
Phoronidas formam um grupo chamado Lophophorata, graças à presença
compartilhada de um leque de cílios ao redor da boca chamado lofóforo. As relações
evolucionárias destas formas não são muito claras - o grupo tem sido considerado
como parte dos "deuterostomados", e talvez seja "parafilético". Eles são mais
relacionados aos "Trochozoa", contudo, e os dois são frequentemente agrupados
como Lophotrochozoa.
Os Deuterostomados diferem dos Protostomados de várias formas. Eles
também possuem um trato digestivo completo, mas neste caso o arquêntero
desenvolve-se no ânus. A mesoderme e celoma não se desenvolvem da mesma
forma, e sim da evaginação da endoderme, diz-se então, de origem enterocélica. E,
finalmente, a clivagem dos embriões é diferente. Tudo isto sugere que as duas
linhas são separadas e monofiléticas. Os deuterostomados incluem:
Filo Chaetognatha
Filo Echinodermata (estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, pepinos-do-mar etc.)
Filo Hemichordata
Filo Chordata (vertebrados e semelhantes)
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Também há alguns filos animais extintos, não havendo muito conhecimento
sobre sua embriologia ou estrutura interna, tornando-se assim difíceis de classificar.
Estes são, em sua maioria, vindos do período Cambriano, e incluem:
Filo Archaeocyatha (possíveis esponjas)
Filo Conulariida (possíveis cnidários)
Filo Conodonta (possíveis cordados ou relativamente próximos disso).
Filo Lobopoda (possíveis artrópodes)
Filo Sclerotoma (diferentes formas com escleritos)
Filo Vendozoa (algumas formas do Pré-Cambriano, possivelmente nem
mesmo animais)
Filo Vetulicolia (possíveis deuterostômios)
Desconhecido (algumas formas como Cloudina e Hyolithes)
2.3 Principais Filos
2.3.1 Filo Porifera
Porifera é um filo do reino Animalia, sub-reino Parazoa, onde se enquadram
os animais conhecidos como esponjas. O nome do filo vem do Latim porus "poro" e
ferre "carregar".
Estes organismos são primitivos, sésseis, sua grande maioria é marinha,
alimentam-se por filtração, bombeando a água através das paredes do corpo e
retendo as partículas de alimento nas suas células. As esponjas estão entre os
animais mais simples, com tecidos parcialmente diferenciados (parazoas), porém
sem músculos, sistema nervoso, nem órgãos internos. Eles são muito próximos a
uma colônia celular de coanoflagelados, (o que mostra o provável salto evolutivo de
unicelulares para pluricelulares), pois cada célula alimenta-se por si própria. Existem
mais de 15.000 espécies modernas de esponjas conhecidas, que podem ser
encontradas desde a superfície da água até mais de 8.000 metros de profundidade,
e muitas outras são descobertas a cada dia. O registro fóssil data as esponjas desde
a era pré-cambriana (ou Pré-Câmbrico), ou Neoproterozóico.
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Os Poríferos são diblásticos, ou seja, têm endoderme e ectoderme.
As esponjas modernas são predominantemente marinhas. Seu hábitat varia
desde a zona costeira até profundidades de mais de 6.000 metros. São encontradas
no mundo inteiro, desde as águas polares até as regiões tropicais. Esponjas são
mais abundantes, tanto em número de indivíduos como de espécies, nas águas
mornas.
Esponjas adultas são sésseis, e vivem fixas na mesma posição. No entanto,
foi observado que certas esponjas podem se mover direcionando sua circulação de
água com os miócitos, numa certa direção. Um maior número de esponjas pode ser
encontrado em lugares que oferecem um sedimento firme, como um fundo de
rochas. Algumas esponjas são capazes de aderirem a si mesmas em fundos de
sedimentos moles, usando uma base semelhante a uma raiz. Esponjas também
costumam viver em águas claras e tranquilas, pois se uma onda ou a ação das
correntes levanta o sedimento, os grãos tendem a tapar os poros do animal,
diminuindo sua capacidade de se alimentar e sobreviver.
Evidências recentes sugerem que uma nova doença, chamada em inglês de
Aplysina red band syndrome (ARBS), está atacando esponjas no Caribe.
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No uso comum, o termo esponja é usado somente para designar os
esqueletos desses animais, após o tecido desses animais terem sido removidos por
maceração e lavagem. O material de que essas esponjas são compostas é a
espongina. Esponjas calcárias e silicosas são ásperas demais para esse uso.
Esponjas comercias são derivadas de várias espécies e vêm em vários graus, finas
como lã de carneiro ou bem ásperas próprias para lavar carros .
Esponjas marinhas vêm de peixarias no Mediterrâneo e nas Índias
Ocidentais. A produção de esponjas sintéticas tem diminuído muito sua pesca nos
últimos anos.
A estrutura de uma esponja é simples: tem a forma de um tubo ou saco,
muitas vezes ramificado, com a extremidade fechada presa ao substrato. A
extremidade aberta é chamada ósculo, e a cavidade interior é a esponjocele. As
paredes são perfuradas por buracos microscópicos, chamados óstios, para permitir
que a água flua para dentro da esponjocele trazendo oxigênio e alimento.
A parede das esponjas é formada por duas camadas de células, com o
interior formado pela matriz extracelular que, neste grupo, se denomina
mesênquima.
As esponjas possuem vários tipos de células:
Pinacócitos: que são as células da epiderme exterior - são finas, e
estreitamente ligadas.
Coanócitos: também chamadas "células de colarinho" porque têm um flagelo
rodeado por uma coroa de cílios, revestem o esponjocele e funcionam como uma
espécie de sistema digestivo e sistema respiratório combinado, uma vez que os
flagelos criam uma corrente que renova a água que as cobre, da qual elas retiram o
oxigênio e as partículas de alimento. São muito semelhantes aos protistas
coanoflagelados. São cobertos por microvilosidades.
Porócitos: que são as células tubulares que revestem os poros da parede e
podem contrair-se, formando uma espécie de tecido muscular.
Archaeócitos (Amebócitos): que se deslocam no mesênquima, realizando
muitas das funções vitais do animal, como a digestão das partículas de alimento, o
transporte de nutrientes e a produção de gametas. São células totipotentes, que
podem se transformar em esclerócitos, espongiócitos ou colenócitos.
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Esclerócitos (Amebócitos): que são as células responsáveis pela secreção
das espículas de calcário ou sílica, que residem na mesogléia.
Espongócitos (Amebócitos): que são as células responsáveis pela secreção
da espongina (fibras semelhantes ao colágeno), que formam o "esqueleto" do
animal.
Miócitos: são pinacócitos modificados, que controlam o tamanho do ósculo, a
abertura dos poros e, consequentemente, o fluxo de água dentro da esponja.
As espículas são espinhos de carbonato de cálcio ou sílica, que são usadas
para estrutura e defesa. A mesogléia é uma matriz extracelular onde as células se
estruturam. As esponjas desenvolvem-se em três padrões:
Asconóide: que é o tipo mais simples - um simples tubo, com um canal
central, chamado espongiocele. Muito pequeno e muito raro. A batida dos
coanócitos força a água da espongiocele até os poros, através da parede do corpo
da esponja. Os coanócitos estão na parede da espongiocele e filtram os nutrientes
da água.
Siconóide: são similares aos asconóides. Seu corpo se dobra sobre si
mesmo, permitindo o crescimento do animal. Têm um corpo tubular, com um ósculo
simples, mas a parede do corpo é mais complexa do que a dos asconóides e
contêm linhas radiais de coanócitos. A água entra por um grande número de "óstio"
dermais e então é filtrada nos canais radiais. Então o alimento é capturado pelos
coanócitos. Normalmente não formam as grandes e ramificadas colônias que os
asconóides fazem. Durante o seu desenvolvimento, elas passam por um estágio em
que são semelhantes a asconóides.
Leuconóide: o caso mais complexo, em que a parede se dobra várias vezes,
formando um sistema de canais. Esse é o tipo mais comum na natureza. Carecem
de espongiocele, tendo, no entanto, câmaras contendo coanócitos.
O "esqueleto" das esponjas pode ser formado por espículas calcárias ou
silicosas, por fibras de espongina ou por placas calcárias. Algumas esponjas, na
antiguidade, eram usadas pelos gregos, por serem mais resistentes, para polir ferro
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e metais. Já outras eram utilizadas pelos romanos para tomar banho ou para tomar
vinho. Se banhava a esponja no vinho e espremia na boca.
As esponjas são o tipo mais primitivo de animal, classificados por isso no
grupo parazoa, considerado um táxon paralelo ao de todos os outros animais
(eumetazoa), e carecem de várias coisas que os outros animais possuem, como
sistema nervoso e locomoção. Contudo, testes recentes de DNA sugerem que seu
grupo é a base dos outros grupos de animais. Elas dividem várias características
com colônias de protozoários, como o Volvox, embora elas tenham um nível mais
alto de especialização celular e interdependência. No entanto, se uma esponja for
passada em uma peneira, ela vai se regenerar, e se várias esponjas de espécies
diferentes forem colocadas juntas numa peneira, cada espécie vai se recombinar
independentemente.
A divisão do filo Porifera em classes é feita com base no tipo de espículas que
apresentam:
Classe Calcarea - espículas compactas de carbonato de cálcio (aka.:
calcário). Podem ser asconóides, siconóides ou leuconóides.
Classe Hexactinellida - espículas de sílica, muito raras. Somente asconóides.
Classe Demospongiae - "esqueleto" de fibras de espongina com ou sem
espículas de sílica. Somente leuconóides.
Alguns taxonomistas sugeriam a criação de uma quarta classe,
Sclerospongiae, de esponjas coralíneas, mas o consenso atual é de que as
esponjas coralíneas surgiram em várias épocas e não são muito proximamente
aparentadas. Junto com essa quarta classe, uma quinta foi proposta:
Archaeocyatha. Esses animais tinham uma classificação vaga, mas agora o
consenso é de que eles são um tipo de esponjas. Os Archaeocyatha devem
pertencer a esse grupo, embora seus esqueletos sejam mais duros. Foi sugerido
que as esponjas deveriam formar um grupo parafilético com relação aos outros
animais. Por outro lado, elas são postas no seu próprio sub-reino, o Parazoa.
Fósseis similares, conhecidos como Chancelloria não são vistos como esponjas.
Uma hipótese filogenética, baseada em exames de DNA, sugeriu que o filo
Porifera é na verdade parafilético, e seus membros deveriam ser divididos em dois
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novos filos, o Calcarea e o Silicarea. Conhecem-se ainda fósseis de organismos
com características de esponjas, mas diferentes das atuais, que foram agrupados na
classe Sclerospongiae. No entanto, com a descoberta de espécies vivas de alguns
destes grupos, concluiu-se que esta classe não é válida. São os seguintes os nomes
atribuídos a estes organismos (que nem sempre são equivalentes a taxa:
Quetetídeos: eram grandes construtores de recifes formados por tubos
calcários, mas recentemente descobriu-se uma espécie viva, Acanthochaetetes
wellsi, que possui espículas silicosas, mas também tecidos que demonstram que faz
parte das Demospongiae;
Esfinctozoários: tinham uma estrutura parecida com os quetetídeos, mas
possuíam espículas calcárias; recentemente descobriu-se uma espécie viva,
Vaceletia crypta, incluída neste grupo, mas sem espículas e com características que
sugerem que provavelmente possa ser incluída nas Demospongiae;
Estromatoporóides: cresciam segregando folhas calcárias sobrepostas;
algumas Demospongiae atuais apresentam um crescimento semelhante, sugerindo
que os fósseis assim classificados sejam da mesma classe;
Receptaculida: construíam um "esqueleto" calcário em espiral, mais parecido
com algumas algas verdes coralinas atuais da classe Dasycladales (provavelmente
não são esponjas).
As esponjas podem reproduzir-se sexuada ou assexuadamente, conforme as
condições ambientais. Quanto à reprodução sexuada a maior parte das esponjas é
monóica, porém observam-se espécies dióicas. Seus gametas serão produzidos por
uma diferenciação dos amebócitos e serão lançados no ambiente aquático, onde a
fecundação pode ocorrer de forma externa ou interna, porém sempre o
desenvolvimento se processa de forma externa do tipo indireto, pois se observa a
presença de uma larva chamada de anfiblástula. Em relação a reprodução
assexuada, as esponjas apresentam um alto grau de regeneração, podendo se
reproduzir por meio de brotamento, regeneração ou gemulação/gemação (exclusivo
das esponjas de água doce), por meio de um broto que formará uma nova esponja
adulta.
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Elas podem se reproduzir assexuadamente pelo processo de brotamento
externo ou interno. O externo ocorre quando uma esponja mãe origina um broto na
parte de fora de seu corpo que pode se desligar ou continuar unida a ela. A interna
acontece quando os arqueócitos coletados no mesófilo começam a formar uma nova
esponja. A interna é também chamada de gemulação. Uma esponja produzida de
forma assexuada tem exatamente o mesmo material genético de seu genitor.
Esponjas também podem fazer reprodução sexual externa. Embora as esponjas
sejam hermafroditas, elas não fertilizam seus próprios ovos com seu próprio
esperma. Todas as esponjas de certa espécie liberam seus gametas numa certa
noite, geralmente na lua cheia, e fertilizam umas as outras na água, produzindo
novas esponjas, diferentes de seus pais.
Apesar de não serem tão abundantes, há registros tanto no "velho" como no
"novo mundo". O registro fóssil de esponjas não é muito abundante, exceto em umas
poucas localidades. Alguns fósseis de esponjas são encontrados no mundo todo,
enquanto outros têm uma distribuição mais restrita a certas áreas. Alguns fósseis de
esponjas, como a Hydnoceras e a Prismodictya, do período Devoniano, são
encontrados no estado de Nova York. Nos Alpes europeus existem alguns fósseis
bem preservados do período Jurássico. Na Inglaterra e na França existem alguns
fósseis do Cretáceo. Uma esponja bem antiga, do período Cambriano, é a Vauxia.
Existem fósseis com 1 cm e outros com mais de 1 m. Variam muito em formato, mas
as mais comuns são em forma de vaso (como as Ventriculites), em forma de esfera
(como as Porosphaera), de pires (Astraeospongiae), folha (Elasmostoma), galhos
(Doryderma), irregulares etc. Embora 90% das esponjas atuais sejam de
dermosponjas, os registros fósseis desse tipo são menos comuns que os de outros
tipos, pois seus esqueletos são compostos de uma espongina relativamente frágil,
que não se fossiliza muito bem.
2.3.2 Filo Cnidaria
O filo Cnidaria inclui os animais aquáticos (conhecidos popularmente como
celenterados ou cnidários) de que fazem parte as hidras de água doce, as medusas
ou águas-vivas, que são normalmente oceânicas, e os corais e anêmonas-do-mar. O
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filo era também chamado Coelenterata (das palavras gregas "coela", o mesmo que
"cela" ou "espaço vazio" e "enteros", "intestino"), que originalmente incluía os
pentes-do-mar, atualmente considerado um filo separado, composto por animais
também gelatinosos como as medusas, mas com algumas características próprias.
O corpo dos cnidários é basicamente um saco formado por duas camadas de
células - a epiderme, no exterior, e a gastroderme no interior - com uma massa
gelatinosa entre elas, chamada mesogléia e aberto para o exterior. Por esta razão,
diz-se que os cnidários são diblásticos.
Ao redor da abertura, chamada arquêntero, os celenterados ostentam uma
coroa de tentáculos com células urticantes, os cnidócitos, capazes de ejetar um
minúsculo espinho, o nematocisto que pode conter uma toxina ou material mucoso.
Estes "aparelhos" servem não só para se defenderem dos predadores, mas também
para imobilizarem uma presa, como um pequeno peixe, para se alimentarem - os
cnidários são tipicamente carnívoros. Algumas células da gastroderme da cavidade
central (o celêntero) segregam enzimas digestivas, enquanto que outras absorvem a
matéria digerida. Na mesogléia, encontram-se dispersas células nervosas e outras
com função muscular que promovem o fluxo de água para dentro e fora do animal.
Os cnidários reproduzem-se sexuada e assexuadamente. A reprodução
sexuada dá-se na fase
medusa (com exceção
dos antozoários, os
corais e as anêmonas-
do-mar, e hidra e
algumas outras espécies
que não desenvolvem
nunca a fase de
medusa): os machos e
fêmeas libertam os
produtos sexuais na água e ali se conjugam, dando origem aos zigotos.
Dos ovos saem larvas pelágicas chamadas plânulas, em forma de pêra e
completamente ciliadas que, quando encontram um substrato apropriado, se fixam e
se transformam em pólipos. Em alguns celenterados, como os corais, a fase de
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pólipo é a fase definitiva. O corpo dos cnidários é basicamente um saco formado por
duas camadas de células - a epiderme, no exterior, e a gastroderme no interior -
com uma massa gelatinosa entre elas, chamada mesogléia e aberto para o exterior.
Os pólipos reproduzem-se assexuadamente formando pequenas réplicas de
si mesmos por evaginação da sua parede, chamados gomos. No caso dos corais,
estes novos pólipos constroem o seu "esqueleto" e continuam fixos, contribuindo
para o crescimento da colônia.
No entanto, em certos casos, os gomos começam a dividir-se em discos
sobrepostos, num processo conhecido por estrobilação, sendo esta também uma
forma de reprodução assexuada. Estes discos libertam-se, dando origem a
pequenas medusas chamadas éfiras que eventualmente crescem e se podem
reproduzir sexualmente.
O filo Cnidaria está dividido em quatro classes de organismos atuais e mais
uma de fósseis:
Anthozoa - as anêmonas-do-mar e corais verdadeiros;
Scyphozoa- as verdadeiras águas-viva;
Cubozoa - as medusas em forma de cubo;
Hydrozoa - as hidras, algumas medusas, a garrafa-azul (caravela-portuguesa)
e os corais-de-fogo;
Staurozoa - as medusas que habitam regiões costeiras dos oceanos em
zonas temperadas e estão fixas pelos tentáculos;
Conulata - extinta.
2.3.3 Filo Platyhelminthes
Platelmintos são animais do filo Platyhelminthes (do grego platy, ‘chato’, e
helmins, ‘verme’), pertencente ao reino Animalia. São considerados vermes, tais
como o são considerados os integrantes dos filos Nematelmintos e Anelidea.
São vermes achatados dorso-ventralmente, tipo folha, devido à ausência de
sistema respiratório/circulatório. Apresentam simetria bilateral. Têm como habitat
ambientes muito úmidos, a água doce e o mar. Também parasitam alguns animais.
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O corpo é constituído por três camadas. Primeiramente, há a epiderme uni
estratificada. Abaixo, há duas camadas musculares, sendo a primeira composta por
músculos circulares e a segunda por músculos longitudinais. A esse conjunto dá-se
o nome de tubo músculo-dermático. Tal tubo atua na proteção, locomoção e como
esqueleto.
Nos platelmintos de vida livre, a epiderme apresenta cílios, relacionados com
a locomoção. Já nos parasitas, há a cutícula envolvendo o tubo músculo-dermático,
conferindo-lhe resistência à ação dos sucos digestivos.
Alguns Platelmintos são parasitas, entretanto, existem Platelmintos de vida
livre, que se alimentam de pequenos insetos e vivem em local úmido no meio
ambiente.
Esses vermes são triblásticos acelomados. Como consequência disso, não
formam completamente alguns sistemas (respiratório, digestório). Outra
consequência é a sua forma achatada. Suas células têm que ficar próximas ao meio
externo (para respirar) e próximas ao intestino (para obter nutrientes).
São destituídos de Sistema Respiratório e circulatório. Nas espécies de vida
livre a respiração é aeróbia, sendo que as trocas são feitas por difusão através do
epitélio permeável. Já nos parasitas a respiração é anaeróbia. Pela ausência do
sistema circulatório, as ramificações do sistema digestivo auxiliam a distribuição do
alimento.
O sistema digestório possui apenas uma abertura em todo o sistema, portanto
é incompleto. Constitui-se por boca, faringe e intestino ramificado que termina em
fundo cego. Os cestóides não possuem sistema digestório. A digestão é extra e
intracelular.
São os primeiros animais com um sistema nervoso central que é formado por
um anel nervoso, ligados a cordões longitudinais ou por um par de gânglios
cerebróides dos quais partem filetes nervosos laterais que percorrem todo o corpo,
emitindo ramificações. Isso permite uma melhor
coordenação do sistema muscular, muito bem
desenvolvida, o que disciplina os movimentos do
animal e lhe dá mais orientação.
A excreção é feita por células-flama (ou
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solenócitos, ou protonefrídios). Estruturas típicas dos platelmintos, as células-flama
eliminam as excretas para a superfície corpórea. São amoniotélicos, isto é, secretam
amônia e não uréia como nós seres humanos.
Quanto à reprodução, geralmente são hermafroditas (podendo ou não fazer a
autofecundação) monóicos sendo que alguns se reproduzem por partenogênese.
Nos tuberlários e trematódeos monogenéticos, o desenvolvimento é direto. Já nos
digenéticos e cestóides é indireto. Os platelmintos de menor porte podem se dividir
por fissão (também chamada de bipartição). As planárias sofrem fissão longitudinal,
e cada metade se regenera e forma uma nova planária. Trata-se de uma forma de
reprodução assexuada. Os platelmintos também podem realizar reprodução
sexuada. Novamente como exemplo as planárias, elas se unem e trocam semens
masculinos podendo assim fecundar.
Os exemplos mais característicos de platelmintos são a tênia, a planária e o
esquistossomo.
Turbellaria (Turbelários) - Platelmintos de vida livre, com epitélio ciliado.
Exemplo: Planária (Digesia tigrina)
Trematoda (Trematódeos) - Vermes parasitas com epiderme não-ciliada e
uma ou mais ventosas. Exemplo: Schistosoma sp.
Cestoda (Cestódios) - Formas parasitas com corpo dividido em anéis ou
proglotes. Exemplo: Taenia solium.
2.3.4 Filo Nematoda
Os nematódeos ou nemátodos (Nemathelminthes) (também chamados de
vermes cilíndricos) são considerados o grupo de metazoários mais abundante na
biosfera, com estimativa de constituírem até 80% de todos os metazoários, com
mais de 20.000 espécies já descritas, de um número estimado em mais de um
milhão de espécies atuais, que incluem muitas formas parasitas de plantas e
animais. Apenas os Arthropoda apresentam maior diversidade. O nome vem da
palavra grega nema, que significa fio.
São animais triblásticos, protostômios, pseudocelomados. Seu corpo
cilíndrico, alongado e não segmentado exibe simetria bilateral. Possuem sistema
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digestivo completo, sistemas circulatório e respiratório ausentes; sistema excretor
composto por dois canais longitudinais (renetes-formato de H); sistema nervoso
parcialmente centralizado, com anel nervoso ao redor da faringe.
Ecologicamente são muito bem-sucedidos, sendo tal fato demonstrado pela
alta diversidade de espécies. Encontra-se em todos os habitats, terrestres, marinhos
e de água doce e chegam a ser mais numerosos que os outros animais, tanto em
número de espécies, como de indivíduos. Algumas espécies são microscópicas,
enquanto uma espécie, parasita do cachalote pode atingir 13 metros de
comprimento.
Recentemente, aclamou-se que os nematódeos são uma das três principais
radiações de organismos multicelulares que têm produzido a maioria das espécies
do mundo, sendo as outras radiações os insetos e os fungos.
Os nematódeos de vida livre são pequenos, geralmente menores do que 2,5
mm de comprimento e têm o corpo construído no mesmo plano fundamental, um
cilindro quase perfeito, nu, delgado e alongado, com aspecto filiforme, em sua
maioria, ou fusiforme. O animal é essencialmente um tubo dentro de outro tubo: o
tubo externo é a parede corpórea, constituída, externamente, por uma cutícula
complexa e, internamente, por uma camada de músculos longitudinais. O tubo
interno é o trato digestivo, que é terminal na extremidade anterior, mas subterminal
posteriormente. Entre a parede e o tubo digestivo há a cavidade corpórea ou
pseudoceloma, preenchida por líquido, que funciona como um "esqueleto
hidrostático", além de favorecer a distribuição de nutrientes e recolher excretas, e na
qual se encontram os órgãos reprodutores.
A epiderme é sincicial, ou seja, formada por uma massa celular multinucleada
e produz uma cutícula depositada externamente a ela. A cutícula é acelular, lisa,
resistente e oferece proteção para o animal; em algumas formas, ela apresenta
projeções que ajudam na locomoção. A cutícula tem de ser mudada para o animal
crescer, um processo denominado ecdise - que coloca este filo no grupo dos
Ecdysozoa, juntamente com os artrópodes e outros filos.
Seus músculos são exclusivamente longitudinais, dispostos no sentido do
comprimento do corpo. Isso faz com que a sua capacidade de locomoção seja mais
limitada que a dos platelmintos. Os músculos são ativados pelas cadeias nervosas,
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que se encontram ao longo de todo o corpo do animal, uma na região ventral e outra
na dorsal. Ao contrário de outros animais, em que os nervos se ramificam para os
músculos, nos nemátodos são os músculos que se ramificam para atingirem os
cordões nervosos. Estes cordões ligam-se a um anel à volta da faringe e possuem
vários gânglios adicionais perto da extremidade anterior, mas sem formar um
verdadeiro cérebro. Nessa região encontram-se órgãos sensoriais reduzidos.
O tubo digestivo dos nematelmintos é completo, ou seja, possui um orifício de
entrada de alimentos (a boca) e outro orifício de saída de dejetos (o ânus) - são
enterozoários completos.
Na boca, podem ser encontradas placas cortantes semelhantes a dentes,
com as quais os nematelmintos podem perfurar os tecidos de outros seres vivos. A
faringe é musculosa e serve para esmagar os alimentos e também para dirigi-los
para o intestino, que não possui qualquer musculatura. O alimento é completamente
digerido pelas enzimas que atuam sobre ele no interior do tubo digestivo, e os
nutrientes são passados para a cavidade do corpo para serem distribuídos pelas
células.
Muitos nematelmintos de vida livre são carnívoros e se alimentam de
pequenos animais ou de corpos de animais mortos. Os parasitas intestinais recebem
o alimento já parcialmente digerido pelo hospedeiro.
Assim como os platelmintos, os nematelmintos são avasculares (não
possuem sistema circulatório). A cavidade corporal (o pseudoceloma) contém um
líquido, e a contínua movimentação desse líquido, propiciada pela contração da
musculatura longitudinal do corpo, permite uma relativa distribuição de materiais
entre as diferentes partes do corpo.
Eles não possuem órgãos respiratórios. As trocas gasosas acontecem na
superfície corporal, por difusão. Os nematelmintos de vida livre são aeróbicos e
obtêm o oxigênio no meio onde vivem. Os parasitas são geralmente anaeróbicos e
fazem fermentação. Dessa forma não requerem oxigênio e a maioria não elimina
CO2, porque realizam a fermentação láctica, que não libera esse gás.
Os resíduos metabólicos são excretados a partir do líquido que ocupa o
pseudoceloma, por meio de dois tubos longitudinais ligados por um menor,
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transversal. A distribuição desses tubos, no corpo, dá a eles o nome de tubos em
"H". Os dois ramos longitudinais do sistema se abrem em orifícios próximos da boca.
A maioria das espécies são dióicas, (realizam fecundação interna), ocorrendo
em algumas nítido dimorfismo sexual: normalmente os machos são menores que as
fêmeas, apresentam espinhos copulatórios e possuem a cauda encurvada. Na
cópula, os machos depositam os seus espermatozóides no poro genital das fêmeas.
Os machos não possuem poro genital, e a saída dos espermatozóides ocorre pelo
ânus.
Também são características exclusivas dos nematódeos a ausência de
células ciliadas e os espermatozóides amebóides, sem flagelo, deslocando-se por
pseudópodes.
A fecundação acontece dentro do corpo da fêmea (fecundação interna).
Depois de fecundado, o zigoto se desenvolve dentro de um ovo com a casca
resistente. Muitas espécies eliminam os ovos fecundados para o ambiente, onde as
primeiras divisões se processam e o ovo se torna embrionado.
O ciclo evolutivo pode ser direto ou indireto, dependendo da formação de
larvas por dentro ou fora dos ovos.
A maioria dos nemátodos é de vida livre, habitantes de solo úmido, areia, de
águas estagnadas e até mesmo do plâncton. Entre os parasitas, além daqueles que
têm o homem como seu hospedeiro, há espécies que infestam outros animais ou
plantas (raízes, frutos).
Muitos nematódeos podem suspender os processos vitais quando as
condições ambientais se tornam desfavoráveis e encistar, numa forma que é capaz
de sobreviver a condições extremas de secura, calor ou frio e depois voltar à "vida"
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quando as condições são favoráveis. Este processo é conhecido como criptobiose e,
entre os animais é encontrado apenas entre os nematódeos, os rotíferos e os
tardígrados.
Os nemátodos foram originalmente classificados como Nemata por Nathan
Cobb, em 1919; mais tarde foram considerados do filo Aschelminthes, por
possuírem uma cavidade preenchida por líquido, que não é um verdadeiro celoma e,
mais recentemente, restaurado o estatuto de filo dentro do grupo Ecdysozoa, ao
qual pertencem também os Arthropoda, por se considerar terem a mesma filogenia.
Apesar de não possuírem partes duras, foram encontrados fósseis de
nemátodos do período Carbonífero (com mais de 280 milhões de anos), mas, uma
vez que alguns grupos relacionados com eles foram encontrados em formações do
período Cambriano, é provável que eles tenham aparecido no mesmo período. Têm
também sido encontrados nematóides em âmbar (resina fossilizada) da era
Cenozóica.
2.3.5 Filo Annelida
Vulgarmente chamam-se anelídeos (Annelida - latim annelus, pequeno anel)
aos vermes segmentados - com o corpo formado por "anéis" - do filo Annelida como
a minhoca e a sanguessuga. Existem mais de 15.000 espécies destes animais em
praticamente todos os ecossistemas, terrestres, marinhos e de água doce.
Encontram-se anelídeos com tamanhos desde menos de um milímetro até mais de 3
metros.
Os anelídeos são animais de corpo alongado, segmentado, triblásticos,
protostômios e celomados, ou seja, com a cavidade do corpo cheia de um fluído
onde o intestino e os outros órgãos se encontram suspensos.
Os oligoquetas e os poliquetas possuem celomas grandes, mas, nas
sanguessugas, o celoma está preenchido por tecidos e reduzido a um sistema de
estreitos canais; em alguns arquianelídeos o celoma está completamente ausente. O
celoma pode estar dividido numa série de compartimentos por septos. Em geral,
cada compartimento corresponde a um segmento e inclui uma porção dos sistemas
nervoso e circulatório, permitindo-lhes funcionar com relativa independência.
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Cada segmento está dividido externamente em um ou mais anéis, é coberto
por uma cutícula segregada pela epiderme e, internamente, possui um fino sistema
de músculos longitudinais. Estas características são parcialmente comuns aos
nemátodos e aos artrópodes e, por isso, eles foram durante algum tempo colocados
no mesmo grupo sistemático, o filo Articulata, mas estudos mais recentes revelaram
que essas características devem ser consideradas como convergências evolutivas.
Nas minhocas (Oligochaeta), os músculos são reforçados por lamelas de
colágeno; as sanguessugas (Hirudinea) têm uma camada dupla de músculos, sendo
os exteriores circulares e os interiores longitudinais.
A maioria dos anelídeos possui, em cada segmento, um par de cerdas, mas
os Polychaeta (as minhocas marinhas) possuem ainda um par de apêndices
denominados parápodes (ou "falsos pés").
Na extremidade anterior do corpo, antes dos verdadeiros segmentos - a
cabeça -, encontra-se o protostômio onde se encontram os olhos e outros órgãos
dos sentidos. Por baixo, encontra-se o peristômio, onde está a boca. A extremidade
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posterior do corpo é o pigídio, onde está localizado o ânus e os tecidos que dão
origem a novos segmentos durante o crescimento.
Muitos poliquetas possuem órgãos de sentidos bastante elaborados, mas as
formas sésseis muitas vezes apresentam tentáculos em forma de pluma, que eles
utilizam para se alimentarem. Para, além disso, muitas espécies têm fortes maxilas,
por vezes mineralizadas com óxido de ferro.
O tubo digestivo é bastante especializado, devido à variedade das dietas,
uma vez que muitas espécies são predadoras, outras detritívoras, outras se
alimentam por filtração, outras ainda ingerem sedimentos, dos quais o intestino tem
de separar a parte nutritiva; finalmente, as sanguessugas alimentam-se de sangue
de outros animais, por sucção.
O sistema vascular é composto por um vaso sanguíneo dorsal que leva o
"sangue" no sentido da "cauda" e outro ventral, que o traz na direção oposta.
O sistema nervoso é formado por um cordão ventral, a partir do qual saem
nervos laterais em cada segmento.
A forma de reprodução dos anelídeos varia de espécie para espécie, podendo
ser tanto assexuada como sexuada. Embora as minhocas sejam animais
hermafroditas, são necessárias duas minhocas para a reprodução. Elas se unem de
forma a ficarem os poros masculinos de uma encostada aos receptáculos seminais
de outra, possibilitando, assim, a fecundação dos óvulos pelos espermatozóides.
2.3.6 Filo Arthropoda
Os Artrópodes (do grego arthros: articulado e podos: pés, patas, apêndices)
são animais invertebrados caracterizados por possuírem membros rígidos e
articulados. São o maior grupo de animais existentes, representados pelos
gafanhotos (insetos), aranhas (arachnida), caranguejos (crustáceos), centopéias
(quilópodes) e embuás (diplópodes), somam mais de um milhão de espécies
descritas (apenas mais de 890.00 segundo outros autores). Mais de 4/5 das
espécies existentes são Artrópodes que vão desde as formas microscópicas de
plâncton com menos de 1/4 de milímetro, até crustáceos com mais de 3 metros de
espessura.
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Os artrópodes habitam praticamente todo o tipo de ambiente: aquático e
terrestre e representam os
únicos invertebrados
voadores. Existem
representantes parasitas e
simbióticos. Há registros
fósseis de artrópodes desde o
período Cambriano.
Os artrópodes têm (1)
apêndices articulados e (2) o
corpo segmentado, envolvido
num (3) exoesqueleto de
quitina (números da imagem
acima). Os apêndices estão
especializados para a
alimentação, para a percepção
sensorial, para defesa e para
a locomoção. São estas "patas
articuladas" que dão o nome ao filo e que o separam dos filos mais próximos, os
Onychophora e os Tardigrada.
Eles são animais metamerizados, isto é, têm corpo segmentado, mas sua
metameria não é tão evidente como a dos anelídeos; isso porque sua metameria
heterônoma: os metâmeros (segmentos) diferenciam-se durante o desenvolvimento,
alguns deles fundindo-se para a formação de tagmas que são tipicamente: cabeça;
tórax; e abdômen.
Dentre as diferentes classes de artrópodes há casos em que dois ou mais
tagmas se unem formando uma única peça como é o caso de certos grupos de
crustáceos em que os tagmas cabeça e tórax se unem formando o cefalotórax e nos
quilópodes e diplópodes em que o tórax se une com o abdômen formando o tronco.
No subfilo Chelicerata os tagmas denominam-se prossoma (que corresponde ao
cefalotórax) e opistossoma (que corresponde ao abdômen)
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O primeiro segmento da cabeça é denominado ácron e normalmente suporta
os olhos, que podem ser simples ou compostos. O último segmento do abdômen é
terminado pelo télson. Cada segmento contém, pelo menos primitivamente, um par
de apêndices.
Para poderem crescer, os artrópodes têm de se desfazer do exoesqueleto
"apertado" e formar um novo, num processo designado muda ou ecdise. Por esta
razão, eles fazem parte do clado Ecdysozoa, que é um dos maiores grupos do reino
animal, incluindo seis de artrópodes do período Cambriano, mas há indicações de
que formas ainda mais antigas, pertencentes à “Biota Vendiana”, como os
"vendiamorfos" e os "anomalocaridiídeos" podem ter sido antepassados dos
artrópodes atuais.
2.3.6.1 Os Insetos
Os insetos (ou insetos) são animais invertebrados da classe Insecta, o maior
e, na superfície terrestre, mais largamente distribuído grupo de animais do filo
Arthropoda.
Os insetos são o grupo de animais mais diversificado existente na Terra,
possuem mais de 800 mil espécies descritas - mais do que todos os outros grupos
de animais juntos. Os insetos podem ser encontrados em quase todos os
ecossistemas do planeta, mas só um pequeno número de espécies se adaptou à
vida nos oceanos. Existem aproximadamente cinco mil espécies de Odonata
(libélulas), 20 mil de Orthoptera (gafanhotos), 170 mil de Lepidoptera (borboletas),
120 mil de Diptera (moscas e mosquitos), 82 mil de Hemiptera (percevejos e
afídeos), 350 mil de Coleoptera (besouros) e 110 mil de Hymenoptera (abelhas,
vespas e formigas).
A ciência que estuda os insetos é a Entomologia. Alguns grupos menores,
com uma anatomia semelhante, como os colêmbolos, estão agrupados com os
insetos no subfilo Hexapoda. Os verdadeiros insetos distinguem-se dos outros
artrópodes por serem ectógnatas, ou seja, com as peças bucais externas e por
terem onze segmentos abdominais. Muitos artrópodes terrestres, como as
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centopéias, mil-pés, escorpiões e aranhas são muitas vezes considerados
erradamente como insetos.
2.3.6.2 Os Quilópodes e Diplópodes
Quilópode (ou quilópodo) é qualquer organismo da classe Chilopoda do filo
dos artrópodes que inclui centopéias e lacraias. São animais de rápida locomoção,
carnívoros e não se enrolam.
Quilópodes ou centípedes ou centopéias apresentam entre 15 e 191 pares de
pernas, o número de pares é sempre ímpar e por isso nenhum tem exatamente 100.
Os quilópodes, em conjunto com os diplópodes, são os miriápodes mais
familiares. Estão distribuídos cosmopolitamente nas regiões temperadas e tropicais
desde o nível do mar até altas elevações no solo e no húmus; embaixo de pedras,
cascas de árvores e troncos e em cavernas e musgos. A maioria é noturna e alguns
vivem na zona entre marés.
Os quilópodes são predadores providos de uma garra com veneno; as quais
podem levar perigo ao homem. As 2.800 espécies descritas estão incluídas em
cinco táxons. (Scutigeromorpha, Lithobiomorpha, Geophilomorpha,
Scolopendromorpha e Craterostigimomorfa). A maioria das espécies medem entre 3
e 6 cm de comprimento, mas algumas como a Scolopendra gigantea podem atingir
os 30cm. Os quilópodes possuem 1 par de antenas, 9 à mais pares de pernas
locomotoras, a cabeça está recoberta por um escudo cefálico rígido e esclerotizado.
São trignatos (três mandíbulas), geralmente apresentam conjuntos laterais de olhos
frouxamente agrupados, podem ser cegos (geofilomorfos) ou com omatídeos muito
próximos entre si, formando olhos pseudofacetados (escutigeromorfos).
Possuem uma garra de veneno no primeiro segmento do corpo chamada de
forcípulas que se conectam por um ducto a uma glândula de veneno localizada no
telopódito (porção móvel de um apêndice), são exclusivas entre os miriápodes com
os quais injetam seu veneno nas presas. O seu veneno não é perigoso para o
homem, nem para as crianças pequenas à não ser em casos de reações alérgicas.
Pernas anais encontradas no último segmento do tronco, não apresentam função
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locomotora e sim de defesa, ataque ou sensitiva, podendo ter formas de pinça ou de
antena.
Para se defenderem os quilópodes podem se esconder, pinçar com suas
pernas anais, fazer autotomia das pernas (que crescem normalmente na próxima
muda), atacar com suas forcípulas, excretar secreção repulsiva e se camuflarem
com ambiente.
A sua alimentação faz-se à base de larvas e besouros. A troca gasosa é feita
através de um sistema traqueal que possui aberturas para o meio externo chamadas
de espiráculos, estas aberturas comunicam-se diretamente com os tecidos através
de traquéolas. Os espiráculos dos quilópodes não possuem músculos e por isso não
se fecham para evitar a perda d'água, com isso há a obrigatoriedade destes animais
em viverem em locais úmidos. A excreção é feita pelos Túbulos de Malpighi e
excreta ácido úrico. O sistema de reprodução é sexuado. O sistema digestivo é
completo, começando na boca e terminando no ânus. O sistema circulatório é
aberto. O sistema nervoso é semelhante ao dos demais miriápodes.
Diplópode (ou diplópodo, milípede) é qualquer organismo da classe Diplopoda
do filo dos Artrópodes que inclui os embuás, piolhos-de-cobra e gongolos. São
animais de lenta locomoção, herbívoros e se enrolam em espiral. Possuem um
corpo cilíndrico, com 1 par de antenas e 2 pares de patas locomotoras por segmento
(que podem variar de 20 a 100) e seu sistema respiratório é traqueal. Sua
reprodução é sexuada e sua fecundação é interna. Todos os diplópodes são
ovíparos.
2.3.6.3 Os Crustáceos
Os crustáceos são animais invertebrados. O grupo é bastante numeroso e
diversificado e inclui cerca de 50.000 espécies descritas. A maioria dos crustáceos
são organismos marinhos, como as lagostas, camarões e as cracas e percebes,
tatuís ou Emerita brasiliensis (que vivem enterrados nas areias das praias do Brasil),
os siris e os caranguejos, mas também existem crustáceos de água doce, como a
pulga da água (Daphnia) e o camarão do Rio São Francisco do estado da Bahia
(Brasil) e mesmo crustáceos terrestres como o bicho-de-conta e o tatuzinho de
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jardim que habita as terras brasileiras. Podem encontrar-se crustáceos em
praticamente todos os ambientes do mundo, desde as fossas abissais dos oceanos,
até glaciares e lagoas temporárias dos desertos.
2.3.6.4 Os aracnídeos
Os aracnídeos (do latim científico: Arachnida) são uma classe do filo dos
artrópodes que inclui, dentre outros, aranhas, carrapatos, opiliões e escorpiões,
compreendendo mais de 60.000 espécies. O nome desta classe tem origem na
figura da mitologia grega Arachne. Quase todas as espécies são animais terrestres.
O seu corpo divide-se em duas partes ou tagma:
prossoma (2) - a cabeça o cefalotórax, . Por outro lado, em Acarina ocorre
fusão total entre Prossoma e Opistossoma. A cabeça pode estar coberta por uma
carapaça e contêm os órgãos dos sentidos, a boca com os seus apêndices:
as quelíceras;
os pedipalpos;
as patas (1), que são número de 8; e
opistossoma (3) - o abdômen, que pode estar dividido em mesossoma (pré-
abdome) e metassoma (pós-abdome), como nos escorpiões, e pode ou não ser
segmentado e onde se encontram as fiandeiras que produzem a seda para a
construção da teia de aranha. A teia é uma proteína lançada pelas aranhas, e é um
líquido que ao entrar em contato com o ar se solidifica. As aranhas possuem um
óleo nas patas o que as impedem de ficarem presas nas teias.
Em algumas espécies, os pedipalpos estão transformados em órgãos dos
sentidos, noutras servem para capturar as presas e noutras ainda como órgãos da
reprodução. Nos solpugídeos os pedipalpos são semelhantes às patas, fazendo
parecer que têm cinco pares. As larvas dos ácaros têm apenas 6 patas - o último par
só se forma na fase de ninfa.
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2.3.7 Filo Mollusca
Os moluscos (latim científico: Mollusca = mole.) constituem um grande filo de
animais invertebrados, marinhos, de água doce ou terrestre, que compreende seres
vivos como os caramujos, as ostras e as lulas.
Tais animais têm um
corpo mole e não-segmentado,
muitas vezes dividido em
cabeça (com os órgãos dos
sentidos), um pé muscular e um
manto que protege uma parte
do corpo e que muitas vezes
secreta uma concha. A maior parte dos moluscos é aquática, mas existem muitas
formas terrestres como os caracóis.
A biologia dos moluscos é estudada pela malacologia, mas as conchas -
ainda do ponto de vista biológico, não do ponto de vista dos colecionadores - são
estudadas pelos concologistas
O filo Mollusca é o segundo filo com a maior diversidade de espécies, depois
dos Artrópodes (cerca de 50 000 espécies viventes e 35 000 espécies fósseis) e
inclui uma variedade de animais muito familiares. Essa popularidade deve-se, em
grande parte, às conchas desses animais que servem como peças para
colecionadores. O filo abrange formas tais como as ostras, as lulas, os polvos e os
caramujos.
Os moluscos são variados e diversos, incluindo várias criaturas familiares
conhecidas pelas suas conchas decorativas ou como marisco. Variam desde os
pequenos caracóis e amêijoas até ao polvo e à lula (que são considerados os
invertebrados mais inteligentes). A lula-gigante é possivelmente o maior
invertebrado, e, excetuando as suas larvas e, para além de alguns espécimes jovens
recentemente capturados, nunca foi observada viva. A lula-colossal poderá ser ainda
maior.
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Possuem um sistema digestivo completo (da boca ao ânus). Os gastrópodes
e os cefalópodes apresentam uma estrutura chamada rádula, formada por
dentículos quitinosos que raspam o alimento.
Os bivalves apresentam um estilete cristalino, responsável por colaborar na
digestão ao libertar enzimas digestivas.
O sistema circulatório é aberto, com exceção dos cefalópodes, que exigem
alta pressão por se locomoverem rapidamente.
Os moluscos também possuem uma grande importância nas cadeias
alimentares, sendo detritívoros, consumidores de microrganismos, predadores de
grandes presas (peixes, vermes...) e herbívoros (alimentando-se assim de algas e
outras plantas).
2.3.8 Filo Echinodermata
Os equinodermos são os seres do filo Echinodermata (gr. echinos, espinho;
derma, pele), pertencente à clade Deuterostomia do reino Animalia. São animais
marinhos, de vida livre, exceto pelos crinóides que vivem fixos ao substrato rochoso
(sésseis) e de simetria radial que também contem sua exceção: as plumas-do-mar,
que se locomovem pelos cínus. Como exemplos podem ser citados os
equinodermos: estrela-do-mar, holotúria e ouriço-do-mar. Este filo surgiu no período
Cambriano recente e contêm cerca de 7.000 espécies viventes e 13.000 extintas.
Estes animais se aproximam muito dos cordados por possuírem celoma
verdadeiro (de origem enterocélica) e por serem deuterostômios, ou seja, o orifício
embrionário conhecido como blastóporo origina o ânus dos indivíduos.
Na fase larval os equinodermos possuem simetria bilateral, vindo desenvolver
a simetria radial somente no adulto. Esta é basicamente pentâmera, ou seja, os
elementos se dispõem em 5 ou múltiplos de 5. Possuem esqueleto formado por
placas calcárias, coberto por fina camada epidérmica. Esse esqueleto é de origem
mesodérmica.
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Os equinodermos
tipicamente possuem um
sistema ambulacral ou
aquífero que além de
substituir o sistema
circulatório no transporte
de substâncias também
é utilizado na locomoção
destes animais. O
sistema ambulacral
funciona através de um
sistema de canais hidráulicos, nos quais a diferença de pressão produz movimentos
físicos. Também existem ventosas nas extremidades dos canais que permitem ao
animal fixar-se ao substrato, exceto os representantes da classe ophiuroidea.
Os espinhos estão presentes em diversos formatos nos grupos de
equinodermos, e atuam com a função de proteger o animal e para a locomoção.
Podem ser recobertos por substâncias de caráter tóxico.
Cinco ou seis classes (seis contando com os Concentricycloidea) estão vivas
atualmente:
Echinoidea (ouriço-do-mar e bolachas-da-praia)
Asteroidea (estrelas-do-mar): Cerca de 1.500 espécies que capturam presas
para se alimentar.
Concentricycloidea: notável pelo seu único sistema vascular; duas espécies;
recentemente separadas dos Asteroidea.
Ophiuroidea (ofiúro): cerca de 1.500 espécies.
Holothurioidea (holotúria ou pepino-do-mar): animais alongados, semelhantes
a lesmas; cerca de 1.000 espécies.
Crinoidea (lírio-do-mar): cerca de 600 espécies que se alimentam de seres
que vivem em suspensão na água.
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Formas fósseis incluem os blastóides, edrioasteróides, e vários outros
animais do Cambriano conhecidos como Helicoplacus, carpóides, Homalozoa, e
eocrinóides como a Gogia.
Echinodermata é o maior filo animal que carece de seres que vivem em água
doce ou em terra.
2.3.9 Filo Chordata
Os cordados (latim científico: Chordata) constituem um filo animal que
compreende os anfioxos, os tunicados e os vertebrados, que são dotados, ao menos
durante uma das fases de suas vidas, de uma notocorda, fendas branquiais na
faringe e de um cordão nervoso completo, e uma cauda muscular que se estende
para trás do ânus. Alguns cientistas argumentam que a verdadeira característica de
qualificação desse grupo devem ser as fendas branquiais.
O filo chordata é subdividido em quatro subfilos: Urochordata,
Cephalochordata, Myxini e Vertebrata. No subfilo Urochordata, as larvas têm
notocorda e tubo neural, desaparecendo ambas no estado adulto. Os
Cefalocordados têm notocorda e tubo neural, mas sem vértebras. Nos vertebrados,
exceto nos peixes-bruxa, o notocorda foi substituído por uma coluna vertebral óssea.
São animais triblásticos, enterocelomados, deuterostômios, com segmentação
heterônoma, esqueleto interno.
Os chordata e dois filos aparentados, os hemichordata e os echinodermata,
se unem no grupo dos deuterostômios, um superfilo. Todos os Chordata têm:
Uma notocorda ao menos no início da vida.
Uma cauda que se estende além do seu ânus.
Uma corda dorsal completa.
Estruturas na faringe.
O filo Chordata tem dez classes extintas: uma no subfilo Urochordata, um no
subfilo Cephalochordata, e oito no subfilo Vertebrata. A classificação tradicional dos
vertebrados contém uma larga variedade de grupos parafiléticos que, nos novos
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sistemas taxonômicos, foram consideravelmente alterados, devido a novos dados
filogenéticos.
2.3.9.1 Agnatos (Ciclóstomos)
Agnatha (do grego "sem maxilas") - antigo táxon em que se agrupavam os
peixes sem maxilas, ou seja, animais como as mixinas, as lampreias, e os
ostracodermes.
São os vertebrados mais primitivos, porém não possuem vértebras típicas,
apenas peças cartilaginosas, aos pares, dispostas ao longo da medula. São
diádromos que necessitam regular a pressão osmótica. As lampreias são
consideradas parasitas de peixes.
As mandíbulas estão ausentes. As nadadeiras pares estão ausentes na
maioria das espécies, as abas peitorais estavam presentes em algum formas
extintas.
As espécies primitivas tinham a pele revestida por escamas ósseas, que
foram perdidas nas atuais. As partes mais internas do esqueleto são cartilaginosas
nas formas atuais e parece que nas espécies extintas elas também não eram
ossificadas. A notocorda embrionária persiste nos adultos. Um olho pineal mediano
e fotossensível está presente.
As espécies atuais, como a maioria das extintas, apresentam uma narina
única e mediana, localizada à frente do olho pineal. Sete ou mais aberturas
branquiais estão presentes. A faringe é utilizada, na alimentação por filtração nas
larvas e nos adultos das espécies extintas.
2.3.9.2 Os Peixes (Condrictes e Osteíctes)
Os peixes são animais vertebrados, aquáticos pecilotérmicos, que possuem o
corpo fusiforme, os membros transformados em nadadeiras sustentadas por raios
ósseos ou cartilaginosos, as guelras ou brânquias com que respiram o oxigênio
dissolvido na água (embora os dipnóicos usem pulmões) e, na sua maior parte, o
corpo coberto de escamas.
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Os peixes (28.500 espécies catalogadas na FishBase) são, na maior parte
das vezes, divididos nos seguintes grupos:
peixes ósseos (Osteichthyes, com mais 22.000 espécies) à qual pertencem as
sardinhas, as garoupas, o bacalhau, o atum e, em geral, todos os peixes com o
esqueleto ósseo;
peixes cartilaginosos (Chondrichthyes, mais de 800 espécies) à qual
pertencem os tubarões e as raias.
Em vista desta diversidade, os zoólogos não mais aceitam a antiga classe
Pisces em que Linnaeus os agrupou, como se pode ver na classificação dos
Vertebrados.
A maioria dos peixes são dióicos, ovíparos, a fertilização dos óvulos é externa
e não existem cuidados parentais. Nas espécies que vivem em cardumes, as
fêmeas desovam nas próprias águas onde os cardumes vivem e, ao mesmo tempo,
os machos libertam o esperma na água, promovendo a fertilização. Em alguns
peixes pelágicos, os ovos flutuam livremente na água – e podem ser comidos por
outros organismos, quer planctônico, quer nectônicos; por essa razão, nessas
espécies é normal cada fêmea libertar um enorme número de óvulos. Noutras
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espécies, os ovos afundam e o seu desenvolvimento realiza-se junto ao fundo –
nestes casos, os óvulos podem não ser tão numerosos, uma vez que são menos
vulneráveis aos predadores.
Em termos de separação dos sexos, existem também (ex.: família Sparidae,
os pargos) casos de hermafroditismo e casos de mudança de sexo - peixes que são
fêmeas durante as primeiras fases de maturação sexual e depois se transformam
em machos (protoginia) e o inverso (protandria).
Os cuidados parentais, quando existem, apresentam casos bastante curiosos.
Nos cavalos-marinhos (gênero Hypocampus), por exemplo, o macho recolhe os ovos
fecundados e incuba-os numa bolsa marsupial. Muitos ciclídeos (de que faz parte a
tilápia e algumas famosas espécies de aquário endêmicas do Lago Niassa (também
conhecido por Lago Malawi, na fronteira entre Moçambique e o Malawi) guardam os
filhotes na boca, quer do macho, quer da fêmea, ou alternadamente, para os
protegerem dos predadores.
Refere-se acima que a maioria dos peixes são ovíparos, mas existem também
espécies vivíparas e ovovivíparas, ou seja, em que o embrião se desenvolve dentro
do útero materno. Nestes casos, pode haver fertilização interna - embora os machos
não tenham um verdadeiro pênis, mas possuem uma estrutura para introduzir o
esperma dentro da fêmea. Muitos destes casos encontram-se nos peixes
cartilaginosos (tubarões e raias), mas também em muitos peixes de água doce e
mesmo de aquário.
2.3.9.3 Os Anfíbios
Os anfíbios (latim científico: Amphibia) constituem uma classe de animais
vertebrados, pecilotérmicos que não possuem bolsa amniótica agrupados na classe
Amphibia. A característica mais marcante dos seres vivos da classe é o seu ciclo de
vida dividido em duas fases: uma aquática e outra terrestre, apesar de haverem
exceções. Estão identificadas cerca de 6000 espécies vivas de anfíbios cadastradas
no Amphibian Species of the World.
A análise de um ser da classe dos anfíbios exige a divisão de seu ciclo vital,
devido a diferenças morfofisiológicas entre as fases aquáticas e terrestres (adulta).
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Quando jovens, a maioria das espécies de anfíbios vivem exclusivamente em
ambiente aquático dulcícola, e sua estrutura corpórea é semelhante a de um alevino,
realizando respiração branquial. A fase jovem, também conhecida com larval, é
determinada do nascimento até a metamorfose do anfíbio, que lhe permitirá sair do
ambiente aquático e fazer parte do ambiente terrestre. As larvas possuem cauda e
até mesmo linha lateral como os peixes.
Já adultos, a dependência da água dos anfíbios jovens é superada
parcialmente, e após a metamorfose estes animais podem deixar a água e viver em
habitat terrestre. Apesar de pulmonados, os representantes dessa classe possuem
uma superfície alveolar muito pequena, incapaz de suprir toda a demanda gasosa
do animal. Portanto, como complemento à respiração pulmonar, os anfíbios realizam
a respiração cutânea (trocas de gases através da pele), e para tanto possuem a pele
bastante vascularizada e sempre umedecida.
A circulação nos anfíbios é dita fechada (o sangue sempre permanece em
vasos), dupla (há o circuito corpóreo e o circuito pulmonar) e incompleta (já que há
mistura do sangue venoso e arterial no coração). O coração do anfíbio apresenta
apenas três cavidades: 2 átrios, nos quais há chegada de sangue ao coração; e um
ventrículo, no qual o sangue é direcionado ao pulmão ou ao corpo do animal.
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O seu sistema excretor apresenta rins mesonéfricos que são ligados por
ureteres à bexiga, que por sua vez está ligada a cloaca. Quando no estado larval o
produto de sua excreção é a amônia, porém no estado adulto excretam uréia.
Quanto à locomoção, os membros da ordem anura são, em sua maioria, saltadores,
as salamandras caminham e as cobras-cegas arrastam-se por contrações
musculares. Na água são nadadores, sendo que quando na fase larval utilizam a
cauda e quando adultos utilizam as patas, que possuem membranas interdigitais. As
pererecas apresentam ventosas nos dedos.
O sistema nervoso dos anfíbios tem como principal órgão o encéfalo.
Apresentam boa visão, com exceção das cobras-cegas, e tato em toda superfície
corporal. O seu sistema olfativo apresenta narinas e os órgãos de Jacobson, no teto
da cavidade nasal. Em sua língua se encontram botões gustativos.
Alguns anfíbios podem ser venenosos, sendo que alguns deles estão
inclusive entre os animais mais venenosos. Os sapos possuem uma glândula
parotóide que produz veneno. Entretanto, este veneno é eliminado apenas quando a
glândula é apertada.
Estudos de fósseis sugerem que o grupo teria evoluído a partir dos peixes
pulmonados de nadadeira lobada e servido de ancestral para os répteis, além de ser
o primeiro vertebrado em habitat terrestre. Em relação aos peixes (seus
antecessores) os anfíbios possuem maior independência da água, contudo ainda
não representam seres verdadeiramente terrestres, tendo a necessidade de viver
em locais úmidos mesmo quando adultos.
Os anfíbios surgiram no Devoniano e foram os primeiros animais terrestres.
No Carbônico foi o grupo dominante.
Os anfíbios apresentam 39 modos reprodutivos distintos, sendo superados
em diversidade de modos reprodutivos apenas pelos peixes. No modo mais comum,
a reprodução dos anfíbios está ligada à água doce, e ocorre sexuadamente por
fecundação externa (exceto os Gymnophiona e duas espécies de rãs norte-
americanas do gênero Ascaphus, que a realiza internamente), na qual a fêmea
libera óvulos (ainda não fecundados) envoltos em uma massa gelatinosa e o macho
então lança seus gametas sobre eles para que ocorra a fecundação. Os ovos
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formados ficarão em ambiente aquático lêntico (lagos, lagoas e represas) até o
nascimento do girino, que captura seu alimento no meio ambiente.
Formas mais especializada de reprodução incluem: girinos que possuem saco
vitelínico, ovos colocados sobre a vegetação a vários metros do chão, ovos
embebidos no dorso de fêmeas exclusivamente aquáticas, ovos carregados no
dorso de machos ou de fêmeas até o nascimento dos girinos, girinos se
desenvolvendo no interior do estômago das fêmeas, desenvolvimento direto,
ovoviviparidade, viviparidade, etc. Como estão protegidos pela água, os ovos de
anfíbios não possuem anexos embrionários adaptativos como o alantóide, sendo
essa uma das características que difere a classe dos outros vertebrados terrestres.
2.3.9.4 Os Répteis
Os répteis (latim científico: Reptilia) constituem uma classe de animais
vertebrados tetrápodes e ectotérmicos, ou seja, não possuem temperatura corporal
constante. São todos amniotas (animais cujos embriões são rodeados por uma
membrana amniótica). Os répteis atuais são representados por quatro ordens:
Ordem Crocodilia - crocodilos: 23 espécies
Ordem Rhynchocephalia - tuataras da Nova Zelândia): 2 espécies
Ordem Squamata - lagartos (como o camaleão e cobras): aproximadamente
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7.600 espécies
Ordem Testudinata - (tartarugas): aproximadamente 300 espécies.
Os dinossauros, extintos no final do Mesozóico, pertencem à super-ordem
Dinosauria, também integrada na classe dos répteis. Outros répteis pré-históricos
são os membros das ordens Pterosauria, Plesiosauria e Ichthyosauria.
Os répteis são encontrados em todos os continentes exceto na Antártica,
apesar de suas principais distribuições compreenderem os trópicos e subtrópicos.
Não possuem uma temperatura corporal constante. Consegue até certo ponto
regular ativamente a temperatura corporal, que é altamente dependente da
temperatura ambiente. A maioria das espécies de répteis são carnívoras e ovíparas
(botam ovos). Algumas espécies são ovovivíparas, e algumas poucas espécies são
realmente vivíparas.
Répteis classicamente incluem todos os amniotas exceto aves e mamíferos.
Assim, répteis são definidos como um conjunto de animais que incluem crocodilos,
jacarés, tuataras, lagartos, cobras, e tartarugas, agrupados juntos na classe Reptilia.
Esta é ainda a definição clássica do grupo.
Existem milhares de fósseis de espécies que mostram uma clara transição
entre os ancestrais dos répteis e os répteis modernos. O primeiro verdadeiro réptil é
categorizado como Anapsídeos, tendo um crânio sólido com buracos apenas para
nariz, olhos, espinha dorsal, etc. Algumas pessoas acreditam que tartarugas são os
Anapsídeos sobreviventes, já que eles compartilham essa estrutura de crânio, mas
essa informação tem sido contestada ultimamente, com alguns argumentando que
tartarugas criaram esse mecanismo de maneira a melhorar sua armadura. Os dois
lados têm fortes evidências, e o conflito ainda está por ser resolvido.
Pouco depois do aparecimento dos répteis, o grupo dividiu-se em dois ramos.
Um dos quais evoluiu para os mamíferos, o outro voltou a dividir-se nos
lepidossauros (que inclui as cobras e lagartos modernos e talvez os répteis marinhos
do Mesozóico) e nos arcossauros (crocodilos e dinossauros). Esta última classe deu
origem também às aves. Os répteis possuem:
Corpo coberto com pele seca cornificada (não mucosa) geralmente com
escamas ou escudos e possuem poucas glândulas superficiais;
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Dois pares de extremidades, cada uma tipicamente com cinco dedos
terminando em garras córneas e adaptadas para correr, rastejar ou trepar; pernas
semelhantes a remos nas tartarugas marinhas, reduzidas em alguns lagartos,
ausentes em alguns outros lagartos e em todas as cobras;
Esqueleto completamente ossificado; crânio com um côndilo occipital;
Coração imperfeitamente dividido em quatro câmaras, duas aurículas e um
ventrículo parcialmente dividido (ventrículos separados nos crocodilianos); um par
de arcos aórticos; glóbulos vermelhos nucleados, biconvexos e ovais;
Respiração pulmonar; algumas espécies (tartarugas marinhas) possuem
respiração cloacal;
Doze pares de nervos cranianos;
Temperatura corporal variável (pecilotermos), de acordo com o ambiente;
Fecundação interna, geralmente por órgãos copuladores; ovos grandes, com
grandes vitelos, em cascas córneas ou calcárias geralmente postos, mas retidos
pela fêmea para o desenvolvimento em alguns lagartos e cobras;
Segmentação meroblástica; envoltórios embrionários (âmnio, córion, saco
vitelino e alantóide) presentes durante o desenvolvimento; filhotes quando eclodem
(nascem) assemelham-se aos adultos; sem metamorfose.
2.3.9.5 As Aves
As aves (latim científico: Aves) constituem uma classe de animais
vertebrados, tetrápodes, endotérmicos, ovíparos, caracterizados principalmente por
possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico
córneo e ossos pneumáticos. São reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies
de aves no mundo.
As aves variam muito em seu tamanho, dos minúsculos beija-flores a
espécies de grande porte como o avestruz e a ema. Note que todos os pássaros são
aves, mas nem todas as aves são pássaros. Os pássaros estão incluídos na ordem
Passeriformes, constituindo a ordem mais rica, ou seja, com maior número de
espécies dentro do grupo das aves.
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Enquanto a maioria das aves é caracterizada pelo vôo, as ratitas não podem
voar ou apresentam vôo limitado, uma característica considerada secundária, ou
seja, adquirida por espécies "novas" a partir de ancestrais que conseguiam voar.
Muitas outras espécies, particularmente as insulares, também perderam essa
habilidade. As espécies não-voadoras incluem o pinguim, avestruz, quivi, e o extinto
dodô. Aves não-voadoras são especialmente vulneráveis à extinção por conta da
ação antrópica direta (destruição e fragmentação do habitat, poluição etc.) ou
indireta (introdução de animais/plantas exóticos, mamíferos em particular).
No seu caminho evolutivo, as aves adquiriram várias características
essenciais que permitiram o vôo ao animal. Entre estas podemos citar: endotermia;
desenvolvimento das penas; aquisição de ossos pneumáticos; perda, atrofia ou
fusão de ossos e órgãos; aquisição de um sistema de sacos aéreos; postura de
ovos; presença de quilha, expansão do osso esterno, na qual se prendem os
músculos que movimentam as asas; ausência de bexiga urinária.
As penas, consideradas como diagnóstico das aves atuais, estão presentes
em outros grupos de dinossauros, entre eles o próprio Tyrannosaurus rex. Estudos
apontam que a origem das penas se deu a partir de modificações das escamas dos
répteis, tornando-se cada vez mais diferenciadas, complexas e, posteriormente,
vieram a possibilitar os vôos planados e batidos. Acredita-se que as penas teriam
sido preservadas na evolução por seu valor adaptativo, ao auxiliar no controle
térmico dos dinossauros – uma hipótese que aponta para o surgimento da
endotermia já em grupos mais basais de Dinosauria (com relação às aves) e
paralelamente com a aquisição da mesma característica por répteis Sinapsida, que
deram origem aos mamíferos.
Os ossos pneumáticos também são encontrados em outros grupos de répteis.
Apesar de serem ocos (um termo melhor seria "não-maciços"), os ossos das aves
são muito resistentes, pois preservam um sistema de trabéculas ósseas arranjadas
piramidalmente em seu interior. Com relação a características ósseas relacionadas à
adaptação ao vôo, podemos citar:
Diminuição do crânio, sendo este composto por ossos completamente
fusionados no estágio adulto;
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Rostrum (mandíbula + maxila) leve, podendo ser "oco" (p. ex. em tucanos,
Ramphastidae) e coberto por uma camada córnea, a ranfoteca;
Forame magno direcionado posteriormente, facilitando a posição "horizontal"
da ave (quando em vôo);
Diminuição do número de vértebras, em especial no sinsacrum (fusão de
vértebras e outros ossos da cintura pélvica) e pigóstilo (vértebras caudais
fusionadas);
Tarsos (mãos) com grande fusão de ossos, sendo que atualmente só se
observam três dedos;
Fusão das clavículas formando a fúrcula (conhecido popularmente como
"osso da sorte"), como adaptação ao fechamento dos órgãos dentro de uma caixa
óssea;
Costelas dotadas de um processo uncinar (projeção óssea posteriormente
direcionada de modo a fixar uma costela com a costela imediatamente atrás),
também uma adaptação ao fechamento;
Prolongamento do osso esterno e desenvolvimento da carena ou quilha
esternal, sendo que o primeiro também é uma adaptação à formação da caixa óssea
e o segundo uma adaptação para a implantação dos músculos do vôo,
necessariamente fortes;
Fusão de ossos nas pernas (apêndices locomotores posteriores) formando a
tíbia-tarso e tarso-metatarso.
Quanto a outros órgãos, as
aves perderam os dentes (redução
do peso total do animal) e as
bexigas, e a grande maioria dos
grupos de aves perdeu o ovário
direito. O sistema de sacos aéreos
funciona em conjunto com o sistema
respiratório (por isso a respiração
em aves é diferente dos outros
grupos de tetrápodes). Ainda tem
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função de diminuir a densidade do animal, facilitando o vôo e a natação (no caso de
aves que mergulham).
Todas essas características já são observadas em outros grupos de répteis,
em especial nos Dinosauria, o que levaram especialistas a classificar as aves não
como um grupo à parte (Classe Aves, como era conhecida antigamente), e sim
como um grupo especializado de dinossauros.
Do ponto de vista morfológico, as aves constituem um grupo um tanto
particular e uniforme dentro dos tetrápodes (Tetrapoda) atuais. Particular porque se
distinguem facilmente de outros grupos de animais vivos e uniformes porque, apesar
do grande número de espécies e adaptações das mais variadas para diferentes
nichos ecológicos, o grupo como um todo mantém sua morfologia bastante
semelhante (diferentemente, p. ex., dos mamíferos).
Entre as características morfológicas de grande importância ecológica e
evolutiva, estão o formato do bico e dos pés e a proporção área alar/tamanho
corporal.
Do ponto de vista sistemático, a estrutura da siringe é de particular interesse,
tendo sido de fundamental importância na divisão da ordem Passeriformes em
Tyranni (Suboscines, ou "aves gritadoras") e Passeri (Oscines, ou "aves canoras,
que cantam"). Mais recentemente, a estrutura da siringe também tem sido usada
para estudos filogenéticos em grupos de aves não-Passeriformes (p. ex. os
Falconiformes).
2.3.9.6 Os Mamíferos
Os mamíferos (latim científico: Mammalia) constituem uma classe dos animais
vertebrados que se caracterizam pela presença de glândulas mamárias nas fêmeas,
que produzem leite para alimentação dos filhotes (ou crias), e a presença de pêlos
ou cabelos. São animais homeotérmicos, ou seja, de "sangue quente".
O cérebro controla a temperatura corporal e o sistema circulatório, incluindo o
coração (com quatro câmaras). Os mamíferos incluem 5.500 espécies (incluindo
seres humanos), distribuído em aproximadamente 1.200 gêneros, 152 famílias e até
46 ordens, embora isto possa variar de acordo com o esquema de classificação.
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Como características distintivas, os mamíferos possuem ainda:
Glândulas sebáceas que segregam uma gordura para lubrificar a pele (a
glândula mamária é uma glândula sebácea);
Glândulas sudoríparas para ajudar na termorregulação e excreção;
A mandíbula articula-se diretamente com o crânio;
O osso quadrado encontra-se transformado num dos três ossículos da orelha
média, enquanto que nos répteis este osso encontra-se atrás dos outros ossículos;
Os dentes apresentam uma estrutura complexa e estão diferenciados
(heterodontia) em diversos tipos: incisivos, caninos e molares (ou molariformes) (isso
define a diversidade de alimentos que os mamíferos podem consumir, já que
possuem vários tipos de dentes, com diversas funções, para os mais diversos
alimentos);
Possuem o diafragma, uma lâmina muscular que divide o tórax do abdômen,
contribuindo para a respiração;
Não possuem as costelas lombares, o que lhe confere maior diversidade de
movimentos, principalmente os de passada, que se tornam maiores e mais eficientes
em quadrúpedes;
Seu tegumento não possui beta-queratina, ao contrário dos répteis;
Tecido adiposo espalhado por todo o corpo (os répteis possuem gordura
apenas na cauda por ela ser má condutora de calor. Se eles a tivessem espalhada,
como iriam absorver o calor?);
Processo calcâneo, o que lhe proporcionou um maior desenvolvimento de
músculos (por isso, os humanos possuem "glúteos”).
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Podem ser classificados em monotremos, marsupiais e placentários:
Monotremata - É uma ordem de mamíferos primitivos que possuem patas,
bico e apenas uma saída de excretas (similar a cloaca). É classificado como
mamífero por causa da presença
de glândulas mamárias, apesar
dele não possuir tetas, a fêmea
da espécie fica de costas e os
filhotes lambem o leite que
espalha na sua barriga. Os
representantes do grupo são
somente o curioso ornitorrinco
(aquático) e a équidna (terrestre).
Marsupialia - Possuem esse nome por causa da presença de uma bolsa
denominada marsúpio, que ajuda no desenvolvimento do filhote. O filhote nasce
prematuro, pois não tem nada que o segure dentro da barriga da mãe; então ele
nasce e continua o desenvolvimento dentro do marsúpio. Gambás, cuícas, cangurus
e diabos-da-tasmânia são exemplos destes.
Placentalia - Possuem dentro do útero a placenta, que ajuda o filhote a ficar
dentro da barriga da mãe por mais tempo. É o maior grupo dos mamíferos, com
macacos, cães, bovinos, etc.
Os primeiros mamíferos são do período Triássico e são descendentes diretos
dos répteis Terapsídeos. Os nomes "Prototheria", "Metatheria" e "Eutheria"
expressam a teoria de que Placentalia são descendentes dos Marsupiais, que por
sua vez são descendentes dos Monotremata, mas esta teoria tem sido posta em
dúvida.
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UNIDADE 3 - INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
Botânica, do grego botaniké (parádosis). É o estudo científico da vida das
plantas e algas. Como um campo da biologia, é também muitas vezes referenciado
como a Ciência das Plantas ou Biologia Vegetal. A Botânica abrange uma miríade
de disciplinas científicas que estudam crescimento, reprodução, metabolismo,
desenvolvimento, doenças e evolução da vida das plantas.
Quase todo alimento que comemos provêm (direta e indiretamente) de
plantas como este arroz americano de grãos longos. Esta é uma das principais
razões que fazem da Botânica um tópico importante de estudo e pesquisa.
Plantas são todos os organismos que possuem plastídios dispersos no
citoplasma, adquiridos em endossimbiose primária e amido como substância de
reserva. Acessoriamente podem possuir clorofila A e B, mas algumas perderam a
capacidade fotossintetizante. Podem ser divididas em dois grandes grupos: algas,
que não possuem tecidos verdadeiros tampouco embrião e briófitas, seres vivos
fotossintetizantes que possuem embriões multicelulares envolvidos por material
materno e estágio sexuado em alguma parte do ciclo de vida.
Distintas dos demais seres vivos por seu ciclo de vida mais que pela
fotossíntese (algumas espécies são heterotróficas secundárias, sem pigmentos
verdes). As briófitas, também chamadas de plantas terrestres, são compostas de
dois grupos informais: avasculares e vasculares, sendo o último subdividido em
plantas sem e com sementes. As plantas com sementes podem ainda formar ou não
flores. Todas as células das plantas possuem plastídios que quando expostos à luz
podem converter-se em cloroplastos.
As algas são todos os seres fotossintetizantes que não possuem embrião.
Estão divididas em quatro reinos: Bacteria (Cianofíceas), Protista (Euglenófitas e
Dinoflagelados), Chromistas (Bacillariophycea ou diatomáceas, Chrysophyta ou
algas douradas e Phaeophycea ou algas pardas) e Plantae.
O reino Chromista engloba todos os seres vivos que possuem plastídios no
lúmen do retículo endoplasmático, adquirido por endossimbiose secundária e com
clorofila A e C.
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O reino Fungi inclui os organismos células haplóide dicarióticas, que se
alimentam por absorção e com glicogênio como substância de reserva. Está divido
em Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota e Basidiomycota.
O reino Plantae é dividido em divisões (Usa-se o termo "divisão" ao invés do
termo "filo" nos animais).
Destas, as mais conhecidas entre as pessoas comuns são Bryophyta
(musgos), Pterophyta (samambaias), Coniferophyta (gimnospermas), que são
plantas coníferas, e Anthophyta (angiospermas), que são plantas com flores.
Angiospermas são divididas em dois grupos, Dicotiledôneas e Monocotiledôneas.
Dicotiledôneas têm dois cotilédones (folhas embrionárias), enquanto as
monocotiledôneas têm apenas um cotilédone.
Os nomes "Pinophyta" e "Magnoliophyta" são usados frequentemente para
"Coniferophyta" e "Anthophyta". Do mesmo modo, as monocotiledôneas e
dicotiledôneas são chamadas "Liliopsida" e "Magnoliopsida" respectivamente.
3.1 O Reino Plantae
O Reino Plantae, Metaphyta ou Vegetal é um dos principais grupos em que se
divide a vida na Terra (com cerca de 400.000 espécies conhecidas, incluindo uma
grande variedade: ervas árvores, arbustos, plantas microscópicas, etc.). São, em
geral, organismos autotróficos cujas células incluem uma ou mais organelas
especializadas na produção de material orgânico a partir de material inorgânico e da
energia solar: os cloroplastos.
No entanto, o termo planta, ou vegetal, é muito mais difícil de definir do que
se poderia pensar. Linnaeus definiu o seu reino Plantae incluindo todos os tipos de
plantas "superiores", as algas e os fungos. Depois de se descobrir que nem todas
eram verdes, passou-se a definir planta como qualquer ser vivo sem movimentos
voluntários. Aristóteles dividia todos os seres vivos em plantas (sem capacidade
motora ou órgãos sensitivos), e em animais - esta definição foi aceite durante muito
tempo. No entanto, nem esta definição é muito correta, uma vez que a sensitiva
(Mimosa pudica, uma leguminosa), fecha os seus folíolos ao mínimo toque, entre
outras causas, como o fim do dia solar.
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Quando se descobriram os primeiros seres vivos unicelulares, eles foram
colocados, em termos gerais, entre os protozoários quando tinham movimento
próprio. As bactérias e as algas foram colocadas noutras divisões do reino Plantae –
no entanto, foi difícil decidir a classificação, por exemplo, da Euglena, que é verde e
altamente móvel.
A classificação biológica mais moderna – a cladística – procura enfatizar as
relações evolutivas entre os organismos: idealmente, um táxon (ou clado) deve ser
monofilético, ou seja, todas as espécies incluídas nesse grupo devem ter um
antepassado comum.
Pode-se, então, definir o Reino Viridaeplantae ("plantas verdes") ou apenas
Plantae como um grupo monofilético de organismos eucarióticos que fotossintetizam
usando os tipos de clorofila a e b, presente em cloroplastos (organelas com uma
membrana dupla) e armazenam os seus produtos fotossintéticos, tal como o amido.
As células destes organismos são, também, revestidas duma parede celular
constituída essencialmente por celulose.
De acordo com esta definição, ficam fora do Reino Plantae as algas
castanhas, as algas vermelhas e muitos seres autotróficos unicelulares ou coloniais,
atualmente agrupados no Reino Protista, assim como as bactérias e os fungos, que
constituem os seus próprios reinos.
Cerca de 300 espécies conhecidas de plantas não realizam a fotossíntese,
sendo, pelo contrário parasitas de plantas fotossintéticas.
Uma prova de que as algas verdes evoluíram a partir do mesmo antepassado
que as plantas mais complexas encontram-se nos cloroplastos: todos contêm DNA e
têm uma estrutura semelhante às cianobactérias – pensa-se que evoluíram a partir
de uma alga menor endossimbionte mas, mesmo assim algas verdes não são mais
consideradas no Reino Plantae.
Muitas algas mostram alternância de gerações, entre uma forma que se
reproduz de forma assexuada – o esporófito – e uma forma sexuada, o gametófito.
Durante o Paleozóico, começaram a aparecer em terra firme plantas
complexas, multicelulares, os embriófitos (Embryophyta), nas quais o gametófito e o
esporófito se apresentavam de forma radicalmente diferente das algas, o que está
relacionado com a adaptação a ambientes secos (já que os gametas masculinos
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estavam antes dependentes de meios úmidos para se moverem). Nas primeiras
formas destas plantas, o esporófito mantinha-se reduzido e dependente da forma
parental durante a sua curta vida. Os embriófitos atuais, que têm este tipo de
organização, incluem a maior parte das plantas que geralmente evocamos. São as
chamadas plantas vasculares, com sistemas completos de raiz, caule e folhas, ainda
que incluam algumas espécies de briófitas (das quais o musgo será talvez o tipo
mais conhecido). Outros autores, contudo, definem os embriófitos como sendo todas
as plantas terrestres, incluindo, de acordo com esta definição, a divisão
'Hepaticophyta (ou Marchantiomorpha, segundo uma classificação anterior), as
hepáticas; a divisão Anthocerophyta, antóceros e a divisão Bryophyta, os musgos.
As briófitas confinam-se a ambientes úmidos – é a água que faz a dispersão
dos esporos - e mantêm-se pequenas durante todo o seu ciclo de vida caracterizado
pela alternância de duas gerações: um estádio haplóide (o gametófito) e um estádio
diplóide (esporófito). Este último é de curta duração e está dependente do
gametófito.
No período Silúrico apareceram novos embriófitos, as plantas vasculares,
com adaptações que lhes permitiam estarem menos dependentes da água. Estas
plantas tiveram uma radiação adaptativa maciça durante o Devônico e começaram a
colonizar a terra firme. Entre essas adaptações podemos referir uma cutícula
resistente à dessecação e tecidos vasculares por onde circula a água – por isso são
chamadas plantas vasculares ou Tracheophyta.
Em muitas destas plantas, o esporófito funciona como um indivíduo
independente, enquanto que o gametófito se tornou muito reduzido. Entre as plantas
vasculares são reconhecidos dois grupos distintos:
As "Pteridófitas" - plantas em que o gametófito é um organismo independente,
como as samambaias e a cavalinha; e
As "Espermatófitas" - as plantas que se reproduzem por semente, ainda
ligadas ao esporófito, ou seja, em que o gametófito é "parasita" do esporófito.
O grupo das Pteridófitas pode dividir-se da seguinte forma:
Divisão Lycopodiophyta (ou Lycopsida), licopodíneas.
Divisão Equisetophyta (ou Equisetopsida), cavalinhas
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Divisão Pteridophyta (ou Filicopsida), fetos ou samambaias
Psilotophyta, Psilotales,
Ophioglossophyta (Ophioglossales), língua-de-cobra, lunária e o gênero
Botrypus.
Marattiopsida
Leptosporangiatae ou fetos "verdadeiros"
As espermatófitas ou plantas com sementes são um grupo de plantas
vasculares que se diversificou no final do Paleozóico. Nestas formas, o gametófito
está reduzido aos órgãos sexuais e o esporófito começa a sua vida como uma
semente, que se desenvolve ainda dependente da planta-mãe. Os grupos atuais de
espermatófitos incluem as seguintes divisões:
Divisão Cycadophyta (Cicadáceas, como o Encephalarthos)
Divisão Ginkgophyta (o Ginkgo, árvore "sagrada" dos japoneses)
Divisão Pinophyta (ou Coniferophyta, os pinheiros)
Divisão Gnetophyta (que inclui a Welwitschia e as Efedras)
Divisão Magnoliophyta (ou Anthophyta, as plantas com flores).
Uma classificação ainda usada para estes grupos de plantas usa os seguintes
termos:
Gimnospérmicas, ou plantas com sementes nuas, que incluem as quatro
primeiras divisões do grupo acima, e
Angiospérmicas, para as plantas com flores.
As angiospérmicas foram as últimas plantas a aparecer, durante o Jurássico,
mas tiveram o seu maior período de propagação no Cretáceo, sendo, atualmente,
plantas predominantes em muitos ecossistemas.
O reino Plantae tal como alguns ou mesmo a maior parte dos seres vivos
incluídos nos reinos Monera e Protista produzem o seu próprio alimento através de
autotrofia (são autotróficas), mas têm necessidades específicas de determinados
sais minerais, presentes no solo, dissolvidos na água e que formarão a seiva bruta,
depois da absorção nos pêlos radiculares.
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As plantas são o elo produtor de matéria orgânica da cadeia alimentar nos
meios marinho, aquático e terrestre. São, portanto, o primeiro elo da cadeia, que
sustenta todos os elos subsequentes. Além de fornecer alimento a animais, fungos,
bactérias e protistas, as plantas também fornecem abrigo a estes seres e a seus
ovos e filhotes.
No entanto, a predação não é a única relação ecológica em que as plantas
estão submetidas, existindo também relações benéficas, como as observadas entre
plantas e polinizadores. Em algumas espécies, existem associações com certos
insetos, como formigas, que recebem abrigo ou alimento da planta, protegendo-a,
em troca, contra predadores.
Há mesmo plantas que dependem de
outras plantas. Algumas famílias botânicas,
constituídas por plantas parasitas, dependem da
seiva de outras espécies para obter nutrientes.
Existem também milhares de espécies epífitas
que dependem de plantas maiores para se alojar,
normalmente não causando qualquer dano ao
hospedeiro.
As plantas são seres vivos e por isso sua
divisão em partes só tem função de estudo.
Mesmo porque qualquer divisão do corpo vegetal
é arbitrária. Mesmo a mais simples estudada nas escolas primárias (raiz, caule,
folhas, flores e frutos) não pode ser realizada inteiramente porque é impossível dizer
onde acaba o caule e começa a raiz, por exemplo. As divisões servem para estudar
as partes, mas sempre com o objetivo de compreender o todo.
Órgãos principais
Raiz: é o órgão da planta que tipicamente se encontra abaixo da superfície do
solo. Tem duas funções principais: servir como meio de fixação ao solo e como
órgão absorvente de água, nutrientes, azoto (ou Nitrogênio) e outras substâncias
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minerais como potássio e fósforo. Quase sempre subterrânea, há, no entanto,
plantas dotadas de raízes especiais, como as figueiras com as suas raízes aéreas, e
as plantas epífitas. Nas Pteridófitas, as raízes se desenvolvem nos primeiros
estágios do desenvolvimento do esporófito, quando ainda preso ao gametófito.
Nas plantas com sementes, raízes têm origem no embrião. O precursor da
raiz no embrião, a radícula, é o primeiro órgão a se desenvolver no ato da
germinação da semente. Nas Dicotiledôneas, esta raiz primordial desenvolve-se e
torna-se a raiz principal, da qual a maior parte do sistema radicular é derivado. Já
em Monocotiledôneas, a radícula se degenera, e todas as raízes brotam a partir da
base do caule, conhecidas neste caso como raízes adventícias (este brotamento de
raízes no próprio caule também é comum em muitas espécies de Dicotiledôneas,
como as figueiras, clúsias, e o mangue-vermelho). A raiz é essencial para a vida da
planta, pois é através dela que a mesma adquire nutrientes e água para sobreviver e
consegue assim perpetuar sua espécie.
Nas Angiospermas, é possível distinguir anatomicamente as raízes de caules
subterrâneos por aquelas apresentarem xilema na parte mais externa do cilindro
vascular e floema na mais interna, quando no caule essa configuração é inversa.
Além disso, as raízes não apresentam gemas foliares, que estão presentes nos
caules.
Outra característica é a presença da coifa, uma estrutura semelhante a um
capuz nas extremidades das raízes, que protegem o meristema apical contra danos
causados pelo atrito com o substrato. A coifa é um revestimento de células mortas
produzidas pelo próprio meristema. Alguns associam a coifa ao geotropismo positivo
das raízes, pois detectaram em suas células grande quantidade de grãos de amido,
que se depositam de acordo com a gravidade. Estes grãos orientariam o
posicionamento das células em relação ao centro da Terra, fazendo com que as
raízes tendessem a crescer para baixo.
Além da coifa, muitas raízes produzem mucilagem, que lubrifica a passagem
do meristema à medida que este avança pela terra, facilitando seu crescimento. Em
alguns casos, essa mucilagem é tóxica para outras plantas, impedindo seu
crescimento próximo à planta e diminuindo, assim, a competição por espaço, água e
nutrientes.
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Certas figueiras podem, por vezes, germinar sobre outras árvores. Incapazes
de absorver a matéria orgânica presente nos galhos do hospedeiro, como as
epífitas, essas figueiras produzem raízes longas e finas que crescem em direção ao
solo. Uma vez firmes, essas raízes se engrossam e produzem novas raízes
secundárias, que, aos poucos, envolvem a árvore hospedeira. A figueira continua a
crescer em volta da árvore até que suas raízes apertem seu tronco e destrua seu
sistema vascular. Desta forma, a figueira assume o lugar da árvore onde
originalmente germinou.
Em algas e briófitas não há raízes propriamente ditas. Nas primeiras, podem
ocorrer opressórios, prolongamentos da base do talo com a função de fixação no
substrato. Nas últimas, existem pêlos absorventes responsáveis por algumas
funções desempenhadas pelas raízes, mas não passam de uma série de células
dispostas em sequência.
Algumas raízes são comestíveis, como a cenoura, o ginseng, o nabo e o
rabanete. Estas raízes não devem ser confundidas com tubérculos como a batata,
nem bulbos como a cebola, pois estes são caules subterrâneos, e não raízes.
Algumas raízes são consideradas medicinais (como o próprio ginseng). Um
grupo brasileiro chegou a pesquisar, em 1979, os efeitos anticancerígenos das
raízes de Ternstroemia brasiliensis, uma Theaceae.
Raízes subterrâneas
Raiz axial ou raiz pivotante - apresentam raiz principal, coifa menor do que as
demais, seu comprimento é maior que o das outras, e também ramificações ou
raízes secundárias. São características de dicotiledôneas. A axial tem a função
também de fazer a fotossíntese.
Raiz fasciculada ou raiz em cabeleira - gramíneas e outras hipocotiledôneas
têm um sistema de raiz fibroso, caracterizado por uma massa de raízes
aproximadamente de igual diâmetro. Esse sistema de raízes é denominado de raiz
múltipla, ramificada ou fasciculada e não surge como os ramos da primeira raiz,
como no caso das raízes axiais; em vez disso, consiste de numerosas raízes em
feixes que emergem da base do caule e tem tamanho maior do que a folha.
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Raiz tuberosa - os tubérculos contém grande reserva de substância nutritiva e
é muito utilizada na nossa alimentação. Como exemplo dessas raízes, podemos
citar a mandioca, cenoura, a beterraba, o cará, a batata-doce e o nabo. Existem dois
tipos de tubérculos: raiz tuberosa e o caule tuberoso, a planta com raiz tuberosa
possui o caule e as folhas fora do solo, ex: mandioca. Os caules tuberosos são
aqueles que possuem o caule e a raiz debaixo da superfície do solo ex: cenouras e
beterrabas.
Raízes aéreas
As raízes aéreas se desenvolvem no caule ou em certas folhas. Classificam-
se em duas categorias: caulógenas (também denominadas normais) e adventícias
ambas de origem endógena.
Raiz suporte ou raiz escora - quando uma planta possui um caule ou um
conjunto de raízes muito fraco e essas raízes suportes são responsáveis pela ajuda
na sustentação da planta.
Raiz estrangulante - também chamadas de cinturas ou estranguladoras, São
adventícias que abraçam outro vegetal, e muitas vezes seu hospitaleiro morre por
falta de seiva. ex: araçá, pego-pau.
Raiz tabular - é uma raiz lateralmente achatada, como uma tábua. Esse tipo
de raiz ocorre em árvores de grande porte e ajuda na fixação e estabilidade da
árvore. O xixá é um bom exemplo de raiz tabular.
Raiz velame ou raiz cintura - é uma estrutura presente nas raízes aéreas das
orquídeas; Tem a função de absorver água da atmosfera.
Raiz grampiforme - prendem o vegetal em suportes, eliminam uma espécie de
grampo que os prende, como muros e estacas. Ex: a raiz da hera.
Raiz respiratória ou pneumatóforo - são raízes de algumas plantas que se
desenvolvem em locais alagadiços. Nesses ambientes, como os mangues, o solo é
geralmente muito pobre em gás oxigênio. Essas raízes partem de outras existentes
no solo e crescem verticalmente, emergindo da água; possuem poros que permitem
a absorção de oxigênio atmosférico.
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Raiz sugadora ou raiz haustório - As plantas que possuem esse tipo de raiz
são considerados parasitas homeopatas, pois vivem à custa da outra planta. No
Brasil, o principal exemplo de planta parasita homeopata é o cipó-pólvora. Ele se fixa
sobre uma planta e suas raízes finíssimas penetram na planta hospedeira de onde
sugam os nutrientes (enxofre e potássio) de que necessitam.
Raízes aquáticas
Como o próprio nome sugere, são raízes que se desenvolvem em plantas que
normalmente flutuam na água. Sua função, diferente das subterrâneas, não é de
fixação, mas de absorção de água e sais minerais.
Caule: em botânica, chama-se caule ao órgão das plantas vasculares que
serve fundamentalmente como suporte das folhas, flores e frutos e para transportar
das raízes para os órgãos aéreos da planta os nutrientes, gases e substâncias
orgânicas necessárias para a sua subsistência. O caule das plantas vasculares
completamente desenvolvido é um corpo subcilíndrico formado por camadas
sucessivas de diferentes tecidos:
O córtex formado pela epiderme (nas plantas jovens) e pelo parênquima
cortical; ou
O súber nas plantas com crescimento secundário;
O câmbio cortical (apenas nas plantas com crescimento secundário);
O floema;
O câmbio vascular (apenas nas plantas com crescimento secundário);
O xilema que, nas plantas com crescimento secundário, forma o lenho; e
A medula, a camada parenquimatosa central (que, nas plantas com
crescimento secundário, pode ter desaparecido).
- Tipos de caules considerando-se a consistência da planta:
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Caule herbáceo - caule macio ou maleável com presença de tecido
colenquimático e consequentemente com acumulo da celulose junto à parede celular
(podendo, geralmente, ser cortado apenas com a unha);
Caule sublenhoso - é lignificado apenas na parte mais velha, junto à raiz, e
ocorre em muitos arbustos e ervas;
Caule lenhoso - amplamente lignificado, rígido e, em geral, de porte
avantajado, forma, por exemplo, os troncos das árvores.
- Tipos de caules considerando-se o desenvolvimento da planta: erva;
subarbusto; arbusto; árvore; liana.
- Tipos de caules considerando-se a forma da planta: caule anguloso; caule
achatado ou comprido; caule bojudo ou barrigudo (exemplo: baobá); caule cilíndrico;
caule cônico; caule estriado; caule sulcado.
- Tipos de caules considerando-se o habitat da planta:
Caules aéreos;
Caules eretos: colmo, exemplos: bambu, cana-de-açúcar e milho; estipe,
exemplos: mamão e palmeiras; haste, exemplos: rosa e soja; escapo, exemplos:
capim-dandá; tronco, exemplos: árvores; caules rastejantes, exemplos: abóbora;
caules trepadores, exemplos: videira; caules volúveis; caules volúveis sinistrosos,
exemplos: enrola semana; caules volúveis dextrorsos, exemplo: madressilva
dextrorsos; caules não-volúveis.
Nota: O estolho ou estolhão é uma brotação lateral que em intervalos
sucessivos forma gemas com raízes e folhas. Logo, o estolho permite a propagação
vegetativa da espécie, exemplos: clorofito e morango.
Caules subterrâneos: bulbo, exemplo: açafrão, cebola, lírio; rizoma, exemplos:
banana, espada-de-são-jorge e orquídea; tubérculo, exemplos: batata, cará e
inhame.
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Nota: Pseudobulbo ou caulobulbo é uma dilatação em forma de bulbo, que é
característica das orquídeas e serve tanto para o armazenamento de água como
também nutrientes minerais importantes para a nutrição vegetal.
Caules aquáticos: são considerados caules aquáticos todos aqueles que se
desenvolvem em meio aquoso, exemplos: elódea, vitória-régia e outras plantas
ornamentais aquáticas.Tipos de caules considerando-se o tipo ramificação da
planta: caule monopodial; caule simpodial; caule em diacásio; cladódios ou
filocládios; espinhos; gavinhas.
Nota: Acúleos são tricomas de origem epidérmica e também não são
vascularizados como os espinhos, exemplo: rosa.
Folha: em botânica, as folhas são órgãos das plantas especializados em
captação de luz e trocas gasosas com a atmosfera para realizar a fotossíntese e
respiração. Salvo raras exceções, associadas a plantas de climas áridos, as folhas
tendem a maximizar a superfície em relação ao volume, por forma a aumentar quer
a área da planta exposta à luz, quer a área da planta onde as trocas gasosas são
possíveis por estar exposta à atmosfera.
Espécies diferentes de plantas têm folhas diferentes, e existem vários tipos
especializados de folhas, com fins diferentes dos das folhas comuns, como por
exemplo, as pétalas das flores.
Este artigo concentra-se nas folhas das plantas vasculares - as únicas que
possuem "verdadeiras" folhas; as restantes plantas verdes, como os musgos ou as
cavalinhas, possuem órgãos equivalentes, mas com estrutura e, por vezes,
denominações diferentes.
Estruturas da folha: bainha; pecíolo; limbo.
Do ponto de vista da histologia, ou seja, dos tecidos e outras formações da
folha, este órgão é formado por: epiderme e mesófilo. A epiderme é uma camada de
células transparentes muitas vezes recobertas por uma cutícula de um material
semelhante à cera que reduz a perda de água por transpiração. Nas plantas de
climas áridos, a cutícula pode ser tão espessa que dá às folhas uma consistência
coriácea.
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As trocas gasosas entre a folha e o meio ambiente são efetuadas
principalmente através de pequenos orifícios na epiderme chamados estomas, que
são formados por duas células em forma de rim ou feijão, que podem controlar a
abertura e fecho para, por exemplo, para reduzir a transpiração. Os estomas são
geralmente mais numerosos na página inferior da folha.
Muitas plantas apresentam ainda na epiderme (não só das folhas, mas
também do caule ou das flores) apêndices formados por tricomas, ou seja, "cabelos"
que podem ser uni- ou multicelulares e podem ter origem não apenas na epiderme,
mas noutros tecidos da folha. O conjunto destes apêndices chama-se indumento.
Algumas destas estruturas podem ter funções especiais, como por exemplo, a
produção de compostos químicos que podem servir para proteger a planta contra os
animais ou para atraí-los (por exemplo, para a polinização).
O interior da folha, o mesófilo, é formado por parênquima, um tecido de
células semelhantes e muito permeáveis que possuem normalmente grande
quantidade de cloroplastos, caso em que o tecido passa a chamar-se clorênquima. A
função principal deste tecido é realizar a fotossíntese e produzir as substâncias
nutritivas que permitem a vida da planta. Este tecido pode também possuir células
especializadas na reserva de água ou outros fluídos - folhas carnudas, como as das
Crassuláceas.
O mesófilo pode estar diferenciado em dois tipos diferentes de parênquima:
O tecido em paliçada, formado por células alongadas e dispostas
transversalmente à superfície da folha, para lhe dar consistência; e
O tecido esponjoso, formado por células mais arredondadas.
Os canais dos estomas atravessam a paliçada e terminam no tecido
esponjoso.
A cor das folhas pode variar, de acordo com os pigmentos existentes nas
suas células. Estas diferentes colorações podem ser características da própria
espécie ou ser causadas por vírus ou ainda por deficiências nutritivas. Nos climas
temperados e boreais, as folhas de muitas espécies podem mudar de coloração com
as estações do ano e soltar-se (morrer) - folhas caducas ou decíduas - na época em
que existe menos luz e em que a temperatura é baixa; a planta sem folhas irá passar
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o inverno num estado de metabolismo reduzido, alimentando-se das reservas
nutritivas que tiver acumulado.
No interior das folhas das plantas vasculares existem ainda nervuras onde se
encontram os canais por onde circula a seiva - os tecidos vasculares, o xilema e o
floema.
A forma das folhas é geralmente característica das espécies, embora com
grandes variações. As formas típicas de folha das plantas vasculares são:
arredondada ou subcircular; obovada (quando a parte mais estreita da lâmina foliar
se encontra perto do pecíolo ou da bainha); ovada (quando a parte mais larga se
encontra perto do pecíolo ou da bainha); lanceolada - em forma de lança; acicular -
em forma de agulha; alongada - como as folhas das gramíneas ou capins.
A forma da margem também mostra algumas variantes: lisa; dentada (como
as folhas das roseiras; crenada (o oposto de dentada); lobada (dividida em lobos);
fendida (como as folhas do sobreiro; ou partida ou "secta" (em que a divisão do
limbo chega até à nervura central).
A lâmina das folhas também pode encontrar-se dividida em pinas ou pínulas
subiguais - folhas compostas ou recompostas, como são os casos das folhas
(frondes) dos fetos ou das palmeiras. Nestes casos também se usa a notação:
1-pinada - sem divisões ou folha inteira;
2-pinada - dividida em pinas, como no Polipódio;
3-pinada (igual a "recomposta"); etc.
Nestes casos, o eixo da folha, ou seja, a nervura central pode ser mais
grossa, formando um ráquis. As folhas compostas também podem ser palmiformes,
quando as pinas saem todas do mesmo pecíolo (como na mandioca).
Em termos da sua inserção no caule, as folhas podem ser: alternadas (uma
folha por nó); opostas (duas folhas saindo do mesmo nó); verticiladas (várias folhas
saindo do mesmo nó ou verticilo); em roseta (várias folhas saindo da extremidade
dum caule, como na Gérbera).
Algumas plantas, como os cactos, têm as folhas transformadas em espinhos;
são os caules, carnudos e achatados, que exercem a função fotossintética.
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As folhas dos caules subterrâneos, como na cebola, podem estar
transformadas em órgãos de reserva de nutrientes.
O caso mais extremo parece ser das plantas carnívoras, em que a folha está
transformada numa armadilha, como se de um predador se tratasse.
Flor: é a parte das plantas classificadas como Angiospérmicas (Divisão
Magnoliophyta) onde se encontram os seus órgãos sexuais. A função da flor é
assegurar a reprodução. Depois da fertilização do óvulo, a flor transforma-se num
fruto, que contém as sementes que irão dar origem a novas plantas da mesma
espécie.
A função da flor é mediar a união dos gametas masculino e feminino num
processo denominado polinização. Muitas flores dependem do vento para
transportar o pólen entre flores da mesma espécie. Outras dependem de animais
(especialmente insetos) para realizar este feito. O período de tempo deste processo
(até que a flor esteja totalmente expandida e funcional) é chamado anthesis.
Muitas das flores na natureza desenvolveram-se para atrair animais
polinizadores. Os movimentos do agente polinizador contribuem para a oportunidade
de recombinação genética com uma população dispersa de plantas. Flores como
essas são chamadas de entomófilas (literalmente: amantes de insetos). Flores
normalmente têm nectários em várias partes para atrair esses animais. Abelhas e
pássaros são polinizadores comuns: ambos têm visão colorida, assim escolhendo
flores de coloração atrativa. Algumas flores têm padrões, chamados guias de néctar,
que são evidentes na espectro ultravioleta, visível para abelhas, mas não para os
humanos. Flores também atraem os polinizadores pelo aroma. A posição dos
estames assegura que os grãos de pólen sejam transferidos para o corpo do
polinizador. Ao coletar néctar de várias flores da mesma espécie, o polinizador
transfere o pólen entre as mesmas.
O aroma das flores nem sempre é agradável ao nosso olfato. Algumas
plantas como a Rafflesia, e a Pawpaw Norte-Americana (Asimina triloba) são
polinizadas por moscas, e produzem um cheiro de carne apodrecida para atrair
esses ajudantes.
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Outras flores são polinizadas pelo vento (as gramíneas, por exemplo) e não
precisam atrair agentes polinizadores, tendendo assim a possuir aromas discretos.
Flores polinizadas pelo vento são chamadas de anemófilas. Sendo assim o pólen de
flores entomófilas costuma ser grudento e de uma granulatura maior, contendo ainda
uma porção significante de proteína (outra recompensa para os polinizadores).
Flores anemófilas são normalmente de granulatura menor, muito leves e de pequeno
valor nutricional para os insetos.
Existe muita contradição sobre a responsabilidade das flores nas alergias. Por
exemplo, o entomófilo Goldenrod (Solidago) é frequentemente culpado por alergias
respiratórias, o que não é verdade, pois seu pólen não é carregado pelo ar. Por
outro lado, a alergia é normalmente causada pelo pólen da anemófila Ragweed
(Ambrosia), que pode vagar com o vento por vários quilômetros.
Fruto: em termos botânicos, o fruto é uma estrutura presente em todas as
Angiospermas onde as sementes são protegidas enquanto amadurecem. De forma
prática, os frutos são quaisquer estruturas das Angiospermas que contém sementes.
Os frutos derivam-se do ovário das flores. Após a fecundação dos óvulos em
seu interior, o ovário inicia um crescimento, acompanhado de uma modificação de
seus tecidos provocada pela influência de hormônios vegetais, que interferem na
estrutura, consistência, cores e sabores, dando origem ao fruto. Os frutos mantêm-
se fechados sobre as sementes até, pelo menos, o momento da maturação. Quando
as sementes estão prontas para germinar, os frutos amadurecem, e podem se abrir,
liberando as sementes ao solo, ou tornam-se aptos a serem ingeridos por animais,
que depositarão as sementes após estas passarem por seu aparelho digestivo.
Segundo registros fósseis, os primeiros frutos não passavam de folhas
carpelares, como as encontradas em Gimnospermas, porém fechadas sobre as
sementes, formando folículos. Os frutos mais simples nas espécies atuais possuem
estrutura similar, foliculares, mas os mais comuns são frutos formados pela
combinação de vários carpelos unidos entre si.
A função primordial dos frutos é a proteção da semente em desenvolvimento,
e é a principal razão atribuída pelos estudiosos ao fechamento dos carpelos nas
primeiras Angiospermas. Ao longo de sua evolução, as plantas com flores e frutos
desenvolveram novos tipos de frutos, e novas estratégias para a dispersão das
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sementes contidas neles, de forma que nas espécies atuais há uma variedade
imensa de cores, formas, estruturas assessórias e sabores, cada qual especializada
em uma forma diferente de dispersão de sementes.
Há frutos que secam e abrem-se na maturação, simplesmente liberando as
sementes sobre o solo. Outros, ao se abrir, expelem as sementes de forma
explosiva, arremessando-as a grandes distâncias. Os frutos carnosos normalmente
dependem de animais, que carregam os frutos para outros lugares, ou os ingerem, e
carregam suas sementes no trato digestivo para serem liberadas longe do local de
origem. Certos frutos armados de espinhos agarram-se à pelagem de mamíferos ou
penugem de aves, e assim percorrem grandes distâncias. Há ainda frutos providos
de alas e pelos, que permitem que flutuem por alguns momentos antes de atingir o
solo.
Os frutos dividem-se basicamente em três camadas:
Epicarpo ou exocarpo: camada externa, normalmente uma camada
membranácea e fibrosa; pode ser lisa, rugosa, pilosa ou espinhosa, e é
popularmente conhecida como casca, camada mais externa do fruto, se origina da
epiderme do carpelo.
Mesocarpo: camada imediatamente abaixo do epicarpo, suculenta, que pode
ou não armazenar substâncias de reserva. Provém do mesofilo carpelar.
Endocarpo: camada mais interna, normalmente a camada mais rígida que
envolve as sementes. Origina-se da epiderme interna da folha carpelar. Em certos
tipos de frutos, o endocarpo apresenta-se espessado e muito resistente.
Há muitas variações na aparência e na consistência destas camadas. Em
frutos capsulares, secos, é comum o mesocarpo ou o epicarpo estarem suprimidos,
enquanto a camada restante assume consistência lenhosa. Já em alguns frutos,
como ameixas e pêssegos, o mesocarpo é grande e suculento, enquanto o "caroço"
corresponde ao endocarpo lenhoso envolvendo a semente, ou amêndoa. Nas
melancias, o mesocarpo e uma camada espessa e resistente, e o endocarpo
corresponde à polpa vermelha em seu interior. Enfim, todos os frutos partem do
mesmo plano básico de três camadas, cada um derivando-se de uma maneira ou de
outra em direção a características próprias.
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Os tipos de frutos são vários, e podem ser classificados de diversas maneiras,
seguindo diferentes critérios. Quanto à composição:
Frutos simples: quando os carpelos são unidos entre si, ao menos nos
primeiros estágios de desenvolvimento. Ex.: a maior parte dos frutos conhecidos
apresenta-se desta forma, como limões, pêras, maracujás, mamões, pepinos e
goiabas.
Frutos compostos: os carpelos são separados desde a flor, e desenvolvem-se
separadamente. Ex.: morango, magnólia.
Existem infrutescências, como o abacaxi, considerado pelos leigos como um
único fruto, ou um fruto composto. Na verdade, cada "gomo" do abacaxi corresponde
a um fruto, originado de um ovário de uma flor. Estas flores são agrupadas de forma
compressa em um eixo, de forma que seus ovários aderem-se uns aos outros,
formando uma estrutura compacta. Quanto à abertura:
Frutos deiscentes: frutos que se abrem na maturação, normalmente secos.
Ex.: castanha e a maior parte das leguminosas.
Frutos indeiscentes: frutos que não se abrem espontaneamente. Podem ser
secos, lenhosos, ou carnosos. Ex.: maçãs, laranjas, melões.
Quanto ao tipo: baga; drupa; folículo; cápsula; legume; aquênio; sâmara;
síliqua; noz; cariopse; pixídio. Os tipos são muito variáveis, e há várias
subcategorias para cada um deles, que são pormenorizadas em artigos próprios.
Semente: é o óvulo maduro das plantas gimnospermas ou angiospermas. É o
óvulo já fecundado, sendo formados pelo tegumento ou casca, embrião e pelo
endosperma que o envolve.
Sua importância está relacionada às formas mais primitivas de reprodução e
dispersão e é atestada pelo sucesso destes dois grupos das plantas em dominar a
paisagem.
Uma semente fertilizada contém um embrião a partir do qual a planta crescerá
quando encontrar as condições apropriadas. Também contém um suprimento de
alimentos que servirão para o primeiro estágio de desenvolvimento da planta, antes
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da formação completa dos órgãos responsáveis pela alimentação. Este suprimento
se desenvolve a partir de um tecido chamado endosperma, proveniente da planta
mãe. O endosperma torna-se rico em óleo ou amido e proteínas. Em algumas
espécies, o embrião é envolto em endosperma, que será usado pela semente
durante a germinação. Em outras o endosperma é absorvido pelo embrião durante a
formação da semente, e seus cotilédones passam a armazenar o alimento. As
sementes destas espécies, quando maduras, passam a não ter mais endosperma.
Exemplos de sementes com endosperma: feijão, girassol;
Exemplos de sementes sem endosperma: todas as coníferas e a maioria das
monocotiledôneas.
A parte externa da semente, o tegumento, desenvolve-se a partir do tecido
que envolvia o óvulo. Em sementes maduras pode formar uma fina camada ou uma
camada espessa e resistente. Ela ajuda a proteger o embrião de injúrias mecânicas
e perda excessiva de água. Para que o embrião germine, é preciso que o tegumento
se rompa. Na maioria das espécies isso acontece em contado com a água ou em
certo teor de umidade, em outras é preciso que haja uma escarificação mecânica
(uma quebra ou raspagem, que na natureza pode ser provocada por algum animal,
ou pela própria queda da semente no chão) para que a água possa atingir o
embrião. Outras sementes, ainda, precisam passar pelo trato digestivo de animais
(ex: erva-de-passarinho) ou ser exposta a altas temperaturas (como algumas plantas
do cerrado brasileiro, que germinam depois de um incêndio).
As sementes das angiospermas, em geral, formam-se e desenvolvem-se
dentro do fruto. As das gimnospermas começam o seu desenvolvimento
descobertas, e são depois envoltas por estruturas chamadas pinhas ou cones (Ex:
pinhão).
A flor, após sofrer a diferenciação, desenvolve-se e, à semelhança de um
ramo vegetativo, passa a constituir-se de um eixo (receptáculo) e de apêndices
laterais, que são os órgãos florais.
Diferente dos animais, as plantas são limitadas em sua habilidade de procurar
condições favoráveis para sua vida e crescimento. Como consequência, elas
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desenvolveram muitas maneiras de dispersão e distribuição da sua população
através das sementes. Uma semente precisa chegar de alguma maneira a um local
e precisa estar lá enquanto haja condições favoráveis à germinação e crescimento.
Em alguns casos as propriedades que contribuem com este movimento das
próximas gerações para longe da planta mãe estão mais ligadas a propriedades do
fruto do que da semente e, em alguns casos, a uma mistura dos dois.
As sementes também possuem um mecanismo de proteção da próxima
geração, evitando que a planta germine em condições desfavoráveis ao
crescimento. Em áreas de invernos rigorosos, as sementes podem passar o inverno
todo debaixo da neve, dormentes, só germinando na primavera. Esta mesma
propriedade forma o banco de sementes em algumas florestas: as sementes ficam
no solo até que alguma árvore mais velha caia e abra uma clareira, permitindo que a
luz entre e novas sementes germinem. Em muitas espécies a estratégia é a mais
simples: produzir o maior número de sementes. Esta estratégia funciona, mas exige
o investimento de uma grande quantidade de energia por parte da planta, de forma
que a relação custo-benefício pode ficar próxima da produção de poucas sementes
altamente especializadas.
A semente mais antiga (datada por Carbono-14) que germinou, tornando-se
uma planta viável tinha 2000 anos de idade. Ela foi descoberta em uma escavação
no palácio de Herodes, o Grande, em Massada, Israel e germinou em 2005. Era
uma Tamareira.
3.1.1 Filo Bryophyta
Bryophyta sensu lato é uma super divisão das plantas embriófitos não
vasculares e foram as primeiras a evoluir no ambiente terrestre há 420 milhões de
anos. São descendentes das algas verdes e foram as primeiras a colonizar o
ambiente terrestre.
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As briófitas são um grupo de plantas verdes, sem raízes (mas com um rizóide
composto por pêlos absorventes) e também sem um verdadeiro caule ou folhas.
São, também, desprovidas de um sistema vascular, motivo pelo qual se
desenvolvem preferencialmente em locais úmidos e protegidos da luz direta do sol,
como faces protegidas de pedras e falésias e ramos de árvores (especialmente a
sua face inferior, ou a face norte, no hemisfério norte, e a face sul, no hemisfério
sul).
As briófitas são criptógamas, ou seja, plantas que não produzem flores. Elas
são, na linha evolutiva, a transição entre as algas verdes clorofíceas e as plantas
vasculares.
São três, as características que diferem as briófitas das clorofíceas:
Presença de gametângios masculinos (anterídios) e femininos (arquegônios)
com uma camada protetora de células estéreis;
Retenção do zigoto e do embrião multicelular em desenvolvimento
(esporófito) no arquegônio;
Presença de esporófito multicelular diplóide.
As conspícuas estruturas verdes são os gametófitos, organismos haplóides,
no qual o embrião diplóide desenvolve-se em um esporófito maduro. As estruturas
verdes do gametófito são basicamente expansões do eixo caulinar, jamais havendo
a produção de folhas verdadeiras (nos musgos, as pequenas "folhas" são chamadas
"filódios" ou "filídios", e não passam de lâminas com duas camadas de células
germinando a partir do eixo principal).
O esporófito é preso ao gametófito por uma haste longa, encimada por uma
cápsula, onde os esporos são produzidos e armazenados. É clorofilado e
fotossintético apenas nos primeiros estágios de desenvolvimento, e é em certa
medida dependente do gametófito.
Os três grandes grupos de briófitas apresentam diferenças quanto ao
desenvolvimento do esporófito:
As hepáticas possuem esporófitos sem clorofila e com crescimento limitado.
Em musgos, o crescimento também é limitado, mas os esporófitos são
providos de clorofila.
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Já em antóceros, o crescimento é ilimitado, e não fosse a ausência total de
um sistema radicular, o esporófito poderia se sustentar independentemente do
gametófito.
As colônias de briófitas são um importante elemento em muitos ecossistemas,
desde a tundra à floresta tropical: elas reduzem a erosão dos solos, servem de
reservatórios de água e nutrientes, fornecem abrigo à micro fauna e funcionam como
viveiros para outras plantas em processos de sucessão e regeneração.
Tradicionalmente, as briófitas incluem os musgos, as hepáticas, e os
antóceros. As briófitas mais comuns são os musgos; estão descritas mais de 10.000
espécies de musgos, o que faz deste grupo o terceiro mais diversificado entre as
plantas verdes.
3.1.2 Filo Pteridophyta
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As pteridófitas são um grupo de vegetais vasculares divididos em raiz, caule e
folhas. Foi provavelmente o primeiro grupo vegetal vascularizado. Suas
características permitiram-lhes atingir maiores dimensões do que qualquer outra
planta terrestre existente até então, transformando-as nas primeiras plantas a
abandonar por completo o meio aquático. Entretanto, ainda necessitam de água
para a reprodução. Incluem samambaias, cavalinhas, entre outras (a Ginkgo biloba
não se inclui mais no filo, mas é uma criptógama vascular).
Na classificação científica tradicional, considera-se Pteridophyta ou
Pterophyta uma divisão do Reino Plantae, composta por plantas vasculares que não
produzem sementes.
O seu ciclo de
vida possui duas fases
alternantes: a fase
gametofítica (gametófito)
e a fase esporofítica
(esporófito). Nas
pteridófitas, o esporófito
é a fase dominante, de
maior porte, ao contrário
do que acontece nos
restantes grupos de
plantas verdes (as
briófitas ou musgos).
O esporófito
produz esporos, que são dispersos pelo vento. Os esporos possuem metade do
número cromossômico (n) do esporófito (2n), e, ao caírem no solo em condições
favoráveis de nutrientes e água, germinam dando origem ao protalo. O protalo é um
indivíduo geralmente insignificante e de vida curta que produz gametas para dar
origem a uma nova planta.
O gametófito é a fase de vida transitória, e normalmente não é enxergado a
olho nu. Em muitas espécies, é preciso que haja uma relação simbiótica entre o
gametófito e espécies de fungo do solo para que o primeiro consiga sobreviver. O
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gametófito produz estruturas "sexuais" que irão dar origem a gametas "masculinos"
(anterozóides) e "femininos" (oosferas). Para que haja a fecundação é precisa a
presença de água. Do zigoto formado pela fusão dos gametas cresce então um
esporófito com o número total de cromossomos (2n).
Samambaias e avencas são pteridófitas bem conhecidas e muito utilizadas
como plantas ornamentais. Porém esta definição geral inclui também vários outros
grupos de plantas que atualmente são considerados em várias divisões, uma vez
que se descobriu que o anterior táxon era polifilético.
3.1.3 As Gimnospermas
As gimnospérmicas ou gimnospermas são plantas vasculares com sementes.
O termo provém das palavras gregas "gimnos" = "nu" e "spermos" = "semente". Este
termo é aplicado porque as sementes destas plantas não estão encerradas num
ovário como acontece nas angiospérmicas: as sementes das gimnospérmicas estão,
por seu lado, desprotegidas, inseridas em escamas que formam uma estrutura mais
ou menos cônica (pinha).
As gimnospérmicas já foram tidas como um grupo natural, no entanto
algumas descobertas fósseis sugerem que as angiospermas evoluíram de um
ancestral gimnosperma, fazendo das gimnospermas um grupo parafilético se todos
os táxons extintos forem incluídos. A cladística apenas aceita táxons que sejam
monofiléticos, atribuíveis a um ancestral comum e que incluam todos os
descendentes desse ancestral comum. Dessa forma, enquanto o termo
"gimnosperma" é ainda largamente utilizado para plantas não-angiospermas com
sementes, as espécies de plantas que antes eram tratadas como gimnospermas são
usualmente distribuídas em quatro grupos, aos quais são dados iguais rankings
como divisões do reino Plantae. Esses grupos são:
Conipherophyta - os pinheiros, as araucárias (pinheiro-do-paraná), as
sequóias e plantas semelhantes;
Cycadophyta - as Cycas, Encephalatos, etc.;
Gnetophyta - o Gnetum; e
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Gingkophyta - Único representante vivo é o Ginko biloba, conhecido por seu
uso fitoterápico.
Temos aqui as
principais características
das gimnospermas:
São os pinheiros,
ciprestes e sequóias;
Tem raiz, caule,
folhas, sementes;
Não apresentam
frutos;
Sua estrutura
reprodutiva é o estróbilo
(pinha);
Podem existir
plantas que são
femininas e masculinas
ao mesmo tempo,
chamadas de monóicas
(Pinus sp.), e as que têm sexos separados, que são chamadas de dióicas
(araucárias).
O estróbilo feminino possui esporófitos com esporângios. No interior de cada
esporângio existe um esporófito, cada esporófito sofre meiose formando quatro
células haplóides. Três degeneram, o esporo que sobra sofre diversas mitoses
originando duas ooferas e ou gametófito feminino.
3.1.4 As Angiospermas
As Angiospermas ou angiospérmicas (das palavras gregas que significam
sementes escondidas), plantas cujo nome mais atual é magnoliófitas, são parte do
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grupo das plantas com flores (Fanerógamas) - agrupadas na Divisão Magnoliophyta
ou Anthophyta, do grupo das Espermatófitas, são o maior e mais moderno grupo de
plantas, englobando cerca de 230 mil espécies.
Observação: os termos fanerógama e espermatófita referem-se ambos às
angiospermas e gimnospermas, mas o primeiro designa a presença de flor e o
segundo, presença de semente. É importante olhar no último subtítulo abaixo a
nomenclatura dos grupos relacionada à classificação das plantas (Reino Plantae em
geral).
As principais características das Angiospermas incluem óvulos e grãos de
pólen encerrados em folhas modificadas inteiramente fechadas sobre eles,
respectivamente o carpelo e a antera. Estes órgãos podem encontrar-se juntos ou
separados em estruturas especializadas, as flores. Estas por sua vez são
normalmente providas de um cálice (as sépalas) e uma corola (as pétalas), que têm
a função de proteger os órgãos reprodutivos, ao mesmo tempo em que podem atrair
insetos polinizadores pelo seu colorido intenso, seu perfume, ou suas formas
diferenciadas.
Quando a oosfera é fecundada, o óvulo desenvolve-se para a semente e as
paredes do ovário da flor se desenvolvem dando origem ao fruto. Os frutos podem
ser secos e capsulares, ou carnosos, e sua estrutura está ligada ao tipo de
dispersão a que as sementes são submetidas. Pode também ocorrer a formação do
fruto sem a fecundação do óvulo em algumas plantas, processo denominado de
partenocarpia. Angio significa proteção, e sperma significa semente. Desta forma, as
Angiospermas são aquelas plantas cujas sementes estão protegidas, encerradas em
um fruto pelo menos até o momento da sua maturação.
As Angiospermas dividem-se tradicionalmente em duas grandes classes:
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Dicotiledôneas (ou Dicotyledoneae, ou Magnoliopsida), representadas por
uma imensa variedade de vegetais, inclusive as leguminosas, magnólias,
margaridas e ipês.
Monocotiledôneas (ou Monocotyledoneae, ou Liliopsida), que incluem lírios,
bromélias, palmeiras e orquídeas.
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REFERÊNCIAS
Bibliografia Básica PURVES, W.K.; SADAVA, D.; ORIANS, G.H. Vida: a Ciência da Biologia: Plantas e Animais – Vol 3. 6 ed. Curitiba: Artmed, 2005. 480 p. Bibliografia Complementar FERRI, M.G. Botânica: Morfologia Externa das Plantas. 15 ed. São Paulo: Nobel, 1999. 113 p. FERRI, M.G. Botânica: Morfologia Interna das Plantas. 9 ed. São Paulo: Nobel, 1983. 148 p. ORR, R.T. Biologia dos Vertebrados, 5 ed., São Paulo: Roca, 1996. 508 p. RAVEN, P.H.; EVERT, R.F.; EICHHORN, S.E. Biologia Vegetal. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 856 p. RUPPERT, E.E.; FOX, R.S.; BARNES, R.D. Zoologia dos Invertebrados, 7 ed., São Paulo: Roca, 2005. 1168 p. USINGER, R.L.; STORER, T.I.; STEBBINS, R.C. Zoologia Geral. 6 ed. São Paulo: Nacional, 2002. 816 p.