MORMO LEITEEMPÓ Proibidareidratação...

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SÁBADO, 22 de outubro de 2016 | 9 CORREIO DO POVO Publicações Legais anuncie: [email protected] | (51) 3216.1620 COTAÇÕES* SOJA GRÃO — BOLSA DE CHICAGO US$ BUSHEL 21/Out/16 Nov/16 Jan/17 Mar/17 Mai/17 Jul/17 Ago/17 Set/17 Variação +0,07½+0,07½+0,07¾+0,07¾+0,07¼+0,06¾+0,05¾Fechamento 9,83 9,92¼ 9,98¾ 10,05½ 10,10¾ 10,09¼ 9,95¾ BOVINO GORDO EM PÉ/KG Semana de 17/Out/2016 a 21/Out/2016 Boi Vaca Mínimo R$ 4,60 R$ 4,20 Médio (*) R$ 4,87 R$ 4,40 Máximo R$ 5,20 R$ 4,80 (*) Média ponderada obtida entre as praças consultadas Fonte: Emater direto ao ponto A chuva intensa da última se- mana afetou parte das lavouras de milho plantadas no Rio Grande do Sul. De acordo com o agrônomo da Emater/RS, Rogério Mazzardo, ain- da é cedo para saber se esta intercorrência vai trazer prejuí- zo à produtividade do grão, mas é certo que atrapalha no proces- sos de adubação nitrogenada. “A chuva pode atrasar a aplicação ou retirar o efeito do fertilizan- te”, diz. Até o momento a semea- dura já se espalhou por 70% da área prevista. No Informativo Conjuntural des- ta semana, a Emater também aler- ta para problemas que a umidade pode trazer à colheita do trigo, que já tem 15% das lavouras em fa- se de maturação do grão. SAFRA Começa Congresso da Vinha e do Vinho O Ministério da Agricultu- ra publicou ontem, no Diário Oficial da União, nova regulamentação proibindo a reidratação de leite em pó que não seja adquirido no mercado nacional. A Instrução Normativa (IN) 40, com validade de um ano, atende reivindicação da cadeia leiteira gaúcha ao dar nova redação ao primeiro artigo da IN 26, que em julho passado au- torizou a reidratação do leite em pó estrangeiro para venda como leite UHT nos Estados do Nordes- te, atingidos pela seca. Produtores, indústria e deputa- dos da bancada do Rio Grande do Sul vêem na medida uma alternati- vas para enfrentar a importação do Mercosul, especialmente do Uruguai, e a consequente queda no preço do leite, que só entre agosto e outubro chegou a 18,69%. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, até setembro o Brasil im- portou 182,23 milhões de quilos de produtos lácteos, contra 96,62 milhões de quilos em 2015. Só de leite em pó, a compra chegou a 124,50 milhões de quilos, 93,65% a mais que o ano passado. O presidente do Sindilat, Ale- xandre Guerra, entende que a mu- dança traz benefícios, mas não vai solucionar a crise vivida pelo setor. “Queremos ainda o estabele- cimento de cotas para a importa- ção e a compra de leite em pó por parte do governo”, diz. Marcio Langer, assessor de Po- lítica Agrícola da Fetag, também acredita que a IN vai ajudar, mas demonstra preocupação com a fal- ta de clareza na redação do artigo que proíbe a reidratação do produ- to importado. “O artigo diz que a reidratação é permitida a partir de matéria-prima originada de es- tabelecimento registrado no Servi- ço de Inspeção Federal (SIF), loca- lizado em território nacional. Se uma indústria inspecionada ainda tiver o leite em pó importado, po- derá usar. A normativa carece de aprimoramento”, reclama. As dificuldades de diagnósti- co e combate ao mormo são co- muns a todos os países onde há registros da doença. A diferen- ça está na agilidade dos proces- sos em cada lugar. Esta foi a principal conclusão da videoconferência que ocorreu ontem no encerramento do 2˚ Fórum Gaúcho do Mormo, reali- zado desde a quinta-feira na Universidade de Passo Fundo (UPF), e que reuniu pesquisado- res do Brasil, Alemanha, Fran- ça, Paquistão e Índia. “O que há é que alguns países já obtive- ram autorização da Organiza- ção Mundial de Saúde (OMS) para aplicar o teste Elisa, exa- me sorológico muito mais rápi- do do que o método de fixação de complemento que utilizamos aqui”, explica Priscila Moser, coordenadora do Lanagro/RS, laboratório que se prepara pa- ra fazer o exame de confirma- ção do mormo no Estado e que vai adotar o Elisa tão logo este seja validado para o Brasil. O coordenador do fórum, pro- fessor João Ignácio do Canto, diz que a intenção do evento, neste ano, foi justamente ali- nhar as políticas de erradicação do mormo atualmente em práti- ca. “Precisamos buscar a conscientização de que o mormo não tem cura ou tratamento, que o que se pode fazer é traba- lhar pela erradicação, que pas- sa pelo abate do animal. Aqui no Estado isso ainda é um argu- mento para a resistência entre criadores”, lembra. Chuva prejudica cultivo do milho PECUÁRIA O Congresso Internacional da Vinha e do Vinho começa ama- nhã, em Bento Gonçalves, com credenciamento e recepção aos 400 participantes, de 30 países. De segunda a sexta-feira o evento, que discute os avanços tecnológicos do setor, terá pa- lestras, debates e apresentação de 300 trabalhos científicos, além de jantares harmonizados. RURAL LEITE EM PÓ Proibida reidratação de produto estrangeiro Norma atende pedido da cadeia produtiva, mas é considerada insuficiente para acabar com a crise do setor Diferenças no diagnóstico MORMO Abigeato será combatido Decretada emergência em Liberato Salzano [email protected] A Brigada Militar lançou on- tem, em Pelotas, a Operação Avante Rural, com foco no comba- te ao abigeato em 87 municípios da zonas próximas às fronteiras, entre Porto Xavier e Rio Grande. Na mesma cerimônia ocorreu a formatura de 32 alunos de um curso de patrulhamento rural, sendo 28 da Brigada Militar, um da Polícia Rodoviária Federal e três da polícia uruguaia. “Hoje o abigeato é um crime organizado, o que causa prejuízo coletivo ao Estado”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Cezar Schir- mer. “Vamos cercá-lo”, prometeu, acrescentando que os 300 poli- ciais vinculados à operação esta- rão de olho também nos recepto- res de animais e carne roubados. A prefeitura de Liberato Sal- zano decretou situação de emergência no município por causa da chuva de granizo ocorrida terça-feira. Houve per- das de 50% nas lavouras de tabaco e 20% nas de milho e de trigo. Além disso, pomares de frutas e parreirais também foram danificados. O prejuízo estimado é de R$ 8,4 milhões. Editor: Elder Ogliari Editor assistente: Danton Júnior

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SÁBADO,22 de outubro de 2016 | 9CORREIO DO POVO

PublicaçõesLegaisanuncie: [email protected] | (51) 3216.1620

COTAÇÕES*SOJA GRÃO — BOLSA DE CHICAGO

US$ BUSHEL

21/Out/16

Nov/16

Jan/17

Mar/17

Mai/17

Jul/17

Ago/17

Set/17

Variação

+0,07½●

+0,07½●

+0,07¾●

+0,07¾●

+0,07¼●

+0,06¾●

+0,05¾●

Fechamento

9,83

9,92¼

9,98¾

10,05½

10,10¾

10,09¼

9,95¾

BOVINO GORDO EM PÉ/KG

Semana de 17/Out/2016 a 21/Out/2016

Boi Vaca

Mínimo R$ 4,60 R$ 4,20

Médio (*) R$ 4,87 R$ 4,40

Máximo R$ 5,20 R$ 4,80(*) Média ponderada obtidaentre as praças consultadas

Fonte: Emater

direto ao ponto

A chuva intensa da última se-mana afetou parte das lavouras demilho plantadas no Rio Grande doSul. De acordo com o agrônomo daEmater/RS, Rogério Mazzardo, ain-da é cedo para saber se estaintercorrência vai trazer prejuí-zo à produtividade do grão, masé certo que atrapalha no proces-sos de adubação nitrogenada. “Achuva pode atrasar a aplicaçãoou retirar o efeito do fertilizan-te”, diz. Até o momento a semea-dura já se espalhou por 70% daárea prevista.

No Informativo Conjuntural des-ta semana, a Emater também aler-ta para problemas que a umidadepode trazer à colheita do trigo,que já tem 15% das lavouras em fa-se de maturação do grão.

SAFRA

Começa Congressoda Vinha e do Vinho

OMinistério da Agricultu-ra publicou ontem, noDiário Oficial da União,nova regulamentação

proibindo a reidratação de leiteem pó que não seja adquirido nomercado nacional. A InstruçãoNormativa (IN) 40, com validadede um ano, atende reivindicaçãoda cadeia leiteira gaúcha ao darnova redação ao primeiro artigoda IN 26, que em julho passado au-torizou a reidratação do leite em

pó estrangeiro para venda comoleite UHT nos Estados do Nordes-te, atingidos pela seca.

Produtores, indústria e deputa-dos da bancada do Rio Grande doSul vêem na medida uma alternati-vas para enfrentar a importaçãodo Mercosul, especialmente doUruguai, e a consequente quedano preço do leite, que só entreagosto e outubro chegou a18,69%. Segundo o Ministério daIndústria, Comércio Exterior eServiços, até setembro o Brasil im-portou 182,23 milhões de quilosde produtos lácteos, contra 96,62milhões de quilos em 2015. Só deleite em pó, a compra chegou a124,50 milhões de quilos, 93,65% amais que o ano passado.

O presidente do Sindilat, Ale-xandre Guerra, entende que a mu-

dança traz benefícios, mas nãovai solucionar a crise vivida pelosetor. “Queremos ainda o estabele-cimento de cotas para a importa-ção e a compra de leite em pó porparte do governo”, diz.

Marcio Langer, assessor de Po-lítica Agrícola da Fetag, tambémacredita que a IN vai ajudar, masdemonstra preocupação com a fal-ta de clareza na redação do artigoque proíbe a reidratação do produ-to importado. “O artigo diz que areidratação é permitida a partirde matéria-prima originada de es-tabelecimento registrado no Servi-ço de Inspeção Federal (SIF), loca-lizado em território nacional. Seuma indústria inspecionada aindativer o leite em pó importado, po-derá usar. A normativa carece deaprimoramento”, reclama.

As dificuldades de diagnósti-co e combate ao mormo são co-muns a todos os países onde háregistros da doença. A diferen-ça está na agilidade dos proces-sos em cada lugar. Esta foi apr inc ipa l conc lusão davideoconferência que ocorreuontem no encerramento do 2˚Fórum Gaúcho do Mormo, reali-zado desde a quinta-feira naUniversidade de Passo Fundo(UPF), e que reuniu pesquisado-res do Brasil, Alemanha, Fran-ça, Paquistão e Índia. “O quehá é que alguns países já obtive-ram autorização da Organiza-ção Mundial de Saúde (OMS)para aplicar o teste Elisa, exa-me sorológico muito mais rápi-do do que o método de fixaçãode complemento que utilizamos

aqui”, explica Priscila Moser,coordenadora do Lanagro/RS,laboratório que se prepara pa-ra fazer o exame de confirma-ção do mormo no Estado e quevai adotar o Elisa tão logo esteseja validado para o Brasil.

O coordenador do fórum, pro-fessor João Ignácio do Canto,diz que a intenção do evento,neste ano, foi justamente ali-nhar as políticas de erradicaçãodo mormo atualmente em práti-ca. “Precisamos buscar aconscientização de que o mormonão tem cura ou tratamento,que o que se pode fazer é traba-lhar pela erradicação, que pas-sa pelo abate do animal. Aquino Estado isso ainda é um argu-mento para a resistência entrecriadores”, lembra.

Chuvaprejudicacultivodomilho

PECUÁRIA

■ O Congresso Internacional daVinha e do Vinho começa ama-nhã, em Bento Gonçalves, comcredenciamento e recepção aos400 participantes, de 30 países.De segunda a sexta-feira oevento, que discute os avançostecnológicos do setor, terá pa-lestras, debates e apresentaçãode 300 trabalhos científicos,além de jantares harmonizados.

RURAL

LEITE EM PÓ

Proibida reidrataçãode produto estrangeiroNormaatendepedidodacadeiaprodutiva,maséconsideradainsuficienteparaacabarcomacrisedosetor

DiferençasnodiagnósticoMORMO

Abigeato serácombatido

Decretada emergênciaem Liberato Salzano

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A Brigada Militar lançou on-tem, em Pelotas, a OperaçãoAvante Rural, com foco no comba-te ao abigeato em 87 municípiosda zonas próximas às fronteiras,entre Porto Xavier e Rio Grande.Na mesma cerimônia ocorreu aformatura de 32 alunos de umcurso de patrulhamento rural,sendo 28 da Brigada Militar, umda Polícia Rodoviária Federal etrês da polícia uruguaia. “Hoje oabigeato é um crime organizado,o que causa prejuízo coletivo aoEstado”, afirmou o secretário daSegurança Pública, Cezar Schir-mer. “Vamos cercá-lo”, prometeu,acrescentando que os 300 poli-ciais vinculados à operação esta-rão de olho também nos recepto-res de animais e carne roubados.

■ A prefeitura de Liberato Sal-zano decretou situação deemergência no município porcausa da chuva de granizoocorrida terça-feira. Houve per-das de 50% nas lavouras detabaco e 20% nas de milho ede trigo. Além disso, pomaresde frutas e parreirais tambémforam danificados. O prejuízoestimado é de R$ 8,4 milhões.

Editor: Elder OgliariEditor assistente: Danton Júnior