7/24/2019 Morte e Vida Severina (3)

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Morte e Vida Severina JOÃO CABRAL DE MELO

NETO

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• Morte e Vida Severina , o texto maispopu ar de Jo!o Ca"ra de Me o Neto, # um auto de nata do$o % ore pernam"u%ano& 'oi es%ritoentre ()*+ **&Morte Vida Severina tem %omosu"t-tu o Auto de Natal pernambucano e tem inspira.!onos autos pastoris medievais, a #mde espe /ar se na %u tura popu arnordestina&

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• Morte e Vida Severina estrura mente est0dividida em (1 partes2 no entanto, outradivis!o muito n-tida pode ser $eita 3uanto 4tem0ti%a5 da parte ( a ), %ompreende se op#rip o de Severino at# o Re%i$e, se6uindosempre o rio Capi"ari"e, ou o 7$io da vida7

3ue e e se disp8e a se6uir, mesmo 3uando orio /e $a ta e de e s9 en%ontra a eve mar%ano %/!o %restado pe o so & Da parte (: a (1,o retirante est0 no Re%i$e ou em seus

arredores e so$ridamente sa"e 3ue para e en!o /0 nen/uma sa-da, a n!o ser a3ue a 3uepresen%iou no per%urso5 a morte&

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Sua in/a narrativa se6ue dois movimentos3ue apare%em no t-tu o5 7morte7 e 7vida7& Noprimeiro, temos o tra;eto de Severino,persona6em prota6onista, para Re%i$e, em$a%e da opress!o e%on<mi%o so%ia , Severinotem a $or.a %o etiva de uma persona6em

t-pi%a5 representa o retirante nordestino& Nose6undo movimento, o da 7vida7, o autor n!o%o o%a a eu$oria da ressurrei.!o da vida dosautos tradi%ionais, ao %ontr0rio, o otimismo

3ue a- o%orre # de %on$ian.a no /omem, emsua %apa%idade de reso ver os pro" emasso%iais&

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• O auto de nata Morte e Vida Severina possui estrutura dram0ti%a5 # uma pe.a

de teatro& Severino, persona6em, setrans$orma em ad;etivo, re$erindo se 4vida severina , 4 %ondi.!o severina , 4mis#ria& O retirante vem do sert!o para o itora ,se6uindo a tri /a do rio Capi"ari"e&=uando atin6e o Re%i$e, depois deen%ontrar muitas mortes pe o %amin/o,desen6ana se %om o son/o da %idade6rande e do mar&

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• Reso ve ent!o 7sa tar $ora da ponte eda vida7, atirando se no Capi"ari"e&

En3uanto se prepara para morrer e%onversa %om seu Jos#, uma mu /eranun%ia 3ue o $i /o deste 7sa tou para dentro da vida7 >nas%eu?&Severino assiste ao auto de nata>en%ena.!o %omemorativa donas%imento?& Seu Jos#, mestre %arpina,tenta demover Severino da reso u.!ode 7sa tar $ora da ponte e da vida7&

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• O RETIRANTE EXPLICA AOLEITOR Q EM ! E A Q E VAI

— O meu nome é Severino,como não tenho outro de pia.Como há muitos Severinos,que é santo de romaria,

deram então de me chamar Severino de Maria;

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%omo /0 muitos Severinos%om m!es %/amadas Maria,$i3uei sendo o da Mariado $inado @a%arias&Mas isso ainda di pou%o5/0 muitos na $re6uesia,por %ausa de um %orone3ue se %/amou @a%ariase 3ue $oi o mais anti6osen/or desta sesmaria&Como ent!o di er 3uem $a aora a Vossas Sen/oriasVe;amos5 # o Severinoda Maria do @a%arias,

0 da serra da Coste a,

imites da ara-"a&

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Mas isso ainda di pou%o5se ao menos mais %in%o /avia%om nome de Severino$i /os de tantas Mariasmu /eres de outros tantos,

;0 $inados, @a%arias,vivendo na mesma serra

ma6ra e ossuda em 3ue eu vivia&Somos muitos Severinosi6uais em tudo na vida5na mesma %a"e.a 6rande

3ue a %usto # 3ue se e3ui i"ra,no mesmo ventre %res%idoso"re as mesmas pernas $inas,e i6uais tam"#m por3ue o san6ue

3ue usamos tem pou%a tinta&

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E se somos Severinosi6uais em tudo na vida,

morremos de morte i6ua ,mesma morte severina53ue # a morte de 3ue se morrede ve /i%e antes dos trinta,de em"os%ada antes dos vinte,de $ome um pou%o por dia>de $ra3ue a e de doen.a# 3ue a morte severinaata%a em 3ua 3uer idade, e at# 6ente n!o nas%ida?&

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Somos muitos Severinosi6uais em tudo e na sina5

a de a"randar estas pedrassuando se muito em %ima,a de tentar despertar terra sempre mais extinta,a de 3uerer arran%ar a 6um ro.ado da %in a&

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"###E n$o %& mel%or re'po'ta(ue o e'pet&culo da vida)

v*+la de',iar 'eu ,io-(ue tamb.m 'e c%ama vida-ver a ,&brica (ue ela me'ma-teimo'amente- 'e ,abrica-

v*+la brotar como %& poucoem nova vida e/plodida0

me'mo (uando . a''im pe(uenaa e/plo'$o- como a ocorrida0me'mo (uando . uma e/plo'$ocomo a de %& pouco- ,ran1ina0me'mo (uando . a e/plo'$o

de uma vida 'everina#" 2Morte e Vida Severina3