Movimento Circular Uniforme
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CINEMÁTICA VETORIAL
Movimento Circular Uniforme (MCU)
Prof. Roberto Lúcio
Dizemos que uma partícula está em movimento circular quando sua trajetória é
uma circunferência. Se, além disso, o valor da velocidade permanecer constante, o
movimento é denominado circular uniforme. Então, neste movimento, o vetor
velocidade tem módulo constante, mas a direção deste vetor varia continuamente.
.
O tempo que a partícula gasta para efetuar uma volta completa é denominada
período do movimento e é representado por T. O espaço percorrido pela partícula,
durante um período, é o comprimento da circunferência que, vale 2R ( R é o raio
da trajetória). Como o movimento é uniforme, o valor da velocidade será dado por:
V =
A frequencia do movimento circular é, por definição, o quociente entre o número de
voltas e o tempo gasto para efetuá-las. A unidade de frequência,1 volta/seg., é
denominada 1 hertz, em homenagem ao cientista alemão H.Hertz ( 1857 – 1894).
Portanto:
A frequência e o período de um movimento estão relacionados. Para relacionar f e
T, basta perceber que essas grandezas são inversamente proporcionais e, assim
podemos estabelecer a seguinte proporção:
No tempo T (um período) é efetuada uma volta
Na unidade de tempo serão efetuadas f voltas ( frequência)
Ou, esquematicamente
Portanto, a frequência é igual ao inverso do período e reciprocamente.
f =
T 1
1 f Então: f.T = 1 ou f = 1/T
Velocidade Angular
A relação entre o ângulo descrito por uma partícula e o intervalo de tempo gasto
para descrevê-lo é denominado velocidade angular da partícula.Representando a
velocidade angular por temos
= /t
A velocidade definida pela relação V = d/t, que já conhecemos, costuma ser
denominada velocidade linear, para distingui-la da velocidade angular que
acabamos de definir. Observe que as definições de V e são semelhantes: a
velocidade linear se refere à distância percorrida na unidade de tempo, enquanto a
velocidade angular se refere ao ângulo descrito na unidade de tempo.
Lembrando que os ângulos podem ser medidos em graus ou em radianos,
concluímos que poderá ser medida em grau/s ou em rad/s.
Uma maneira de calcular a velocidade angular é considerar uma partícula efetuando
uma volta completa. Neste caso, o ângulo descrito será =2rad e o intervalo de
tempo será um período, Istoé, t = T. Logo,
= 2/T
Relação entre V e - Sabemos que, no movimento circular uniforme, a
velocidade linear pode ser obtida pela relação
Como 2/T é a velocidade angular, concluímos que
V = ω . R
Esta equação nos permite calcular a velocidade linear V, quando conhecemos a
velocidade angular e o raio R da trajetória. Observe que ela só é válida se os
ângulos estiverem medidos em radianos.
Aceleração centrípeta – No movimento circular uniforme, o módulo da velocidade
da válvula permanece constante e, então, a partícula não possui uma aceleração
tangencial. Entretanto, como a direção do vetor velocidade varia continuamente, a
partícula possui uma aceleração centrípeta Na figura abaixo estão
representados os vetores e em quatro posições diferentes. Observe que o
vetor é perpendicular ao vetor velocidade.
Podemos deduzir, matematicamente, que o valor da aceleração centrípeta no
movimento circular é dado por:
Exercícios Básicos
Exercício 1
A cadeira de uma roda gigante, que realiza um MCU, completa um quarto de volta
em 15 s.
Determine o período e a frequência de rotação da cadeira.
Exercício 2
O eixo de um motor gira com frequência de 20 Hz. Qual é a frequência de rotação
do eixo do motor em rpm (rotações por minuto)?
Exercício 3
Uma partícula descreve um MCU de raio 2 m e com frequência 2 Hz. Adote π = 3.
Determine:
a) o período do movimento;
b) a velocidade angular;
c) o módulo da aceleração escalar;
d) o módulo da aceleração centrípeta.
Exercício 4
Duas partículas, A e B, realizam MCU de mesmo raio e com períodos TA=1s e TB=3
s, respectivamente. As partículas partem de um mesmo ponto C da trajetória
circular e no mesmo sentido.
a) Qual o intervalo de tempo decorrido desde a partida até se encontrarem pela
primeira vez no ponto C?
b) Qual o intervalo de tempo decorrido desde a partida até o instante em que uma
partícula se encontra uma volta na frente da outra?
c) Refaça o item b) e considere que as partículas partiram do ponto C em sentidos
opostos.
Resolução dos Exercícios Básicos
Exercício 1
T = 4 . 15 s = 60 s
f = 1/T => f = 1/60 Hz
Exercício 2
A frequência é de 20 Hz, isto é, o eixo realiza 20 rotações em 1 segundo. Logo, em
1 minuto, ou seja, em 60 segundos realizará: 20 x 60 rotações = 1200 rotações.
Exercício 3
a)
T = 1/f = 1/2 => T = 0,5 s
b)
ω = 2 . π . f => ω = 2 . 3 . 2 => ω = 12 rad/s
c)
Sendo o movimento uniforme, resulta: α = 0
d) v = ω . R => v = 12 . 2 => v = 24 m/s
acp = v2/R => acp = 242/2 => acp = 288 m/s2
Exercício 4
a)
A partícula A volta ao ponto de partida C após 1 s, 2 s, 3 s, 4 s, etc. Já a partícula B
volta ao ponto C após 3 s, 6 s, 9s, 12 s, etc. Então, vão se encontrar novamente no
ponto C, pela primeira vez, no instante t = 3 s.
b)
2 . π . R = vA . t - vB . t = t . [(2 . π . R)/TA - (2 . π . R/TB)]
1 = t . (1/TA - 1/TB) => 1 = t . (1/1 - 1/3) => t = 1,5 s
c)
2 . π . R = vA . t + vB . t = t . [(2 . π . R)/TA + (2 . π . R/TB)]
1 = t . (1/TA + 1/TB) => 1 = t . (1/1 + 1/3) => t = 0,75 s
TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME O Movimento circular uniforme pode ser transmitido de um corpo a outro através
de roldanas, polias e eixos. Para esses casos, temos duas situações: transmissão
pelo centro e transmissão pela periferia.
A transmissão pelo centro ocorre quando dois ou mais corpos circulares possuem
uma união pelo seu eixo. Neste caso, a velocidade angular, a frequência e o período
são iguais para todos os movimentos.
A transmissão pela periferia ocorre quando dois ou mais corpos circulares possuem
uma união pela sua parte externa través de polias ou roldanas ou através de
contato direto, como é o caso das engrenagens. Neste caso, a velocidade linear é
igual para todos os movimentos.
Exercícios Básicos
Exercício 1
Duas polias, 1 e 2, são ligadas por uma correia. A polia 1 possui raio R1 , gira com velocidade angular ω1, frequência f1 e período T1. A polia 2 possui raio R2, gira com
velocidade angular ω2, frequência f2 e período T2. Não há escorregamento da
correia sobre as polias. Sejam v1 e v2 as velocidades lineares dos pontos P1 e P2.
R1
R2 1 2
21
11
21
TT
ff
2211
2211
21
..
..
RfRf
RR
vv
R1
R2 v1
v2
Assinale a proposição correta:
I) v1 = v2
II) v1R1 = v2R2
III) ω1 = ω2
IV) ω1R1 = ω2R2
V) f1R1 = f2R2
VI) T1R1 = T2R2
Exercício 2
Duas polias, 1 e 2, giram ligadas ao eixo de um motor. A polia 1 possui raio R1, gira
com velocidade angular ω1, frequência f1 e período T1. A polia 2 possui raio R2, gira
com velocidade angular ω2, frequência f2 e período T2. Sejam v1 e v2 as
velocidades lineares dos pontos P1 e P2.
Assinale a proposição correta:
I) v1 = v2
II) v1R1 = v2R2
III) ω1 = ω2
IV) ω1R1 = ω2R2
V) f1R1 = f2R2
VI) T1R1 = T2R2
Exercício 3
Três engrenagens giram vinculadas conforme a figura. A engrenagem A gira no
sentido horário com velocidade angular 30 rad/s. As polias C, B e A possuem raios
R, 2R e 3R, respectivamente. Determine as velocidades angulares de B e C e seus
sentidos de rotação.
Exercício 4
Uma polia gira em torno de um eixo que passa pelo centro O. Os pontos A e B da
polia possuem velocidades lineares, respectivamente, iguais a 18 cm/s e 3 cm/s.
Determine a velocidade angular da polia. A distância entre A e B é igual a 5 cm.
Resolução dos Exercícios Básicos
Exercício 1
Como não há escorregamento da correia sobre as polias, concluímos que v1 = v2.
Sendo
v1 = ω1.R1 e v2 = ω2.R2
ω1.R1 = ω2.R2
Sendo
ω1 = 2π.f1 e ω2 = 2π.f2
Vem:
f1.R1 = f2.R2
Corretas: I); IV) e V)
Exercício 2
As polias giram com a mesma velocidade angular e portanto com a mesma
frequência. Logo, apenas II) é correta.
Exercício 3
ωA.3R = ωB.2R => 30.3 = ωB.2
ωB = 45 Hz (sentido anti-horário)
ωA.3R = ωC.R => 30.3 = ωC
ωC = 90 Hz (sentido horário)
Exercício 4
vA = ω.RA (1)
vB = ω.RB (2)
(1) - (2):