Movimentos de independência
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Os Movimentos de Independência
Recusa da independência das
colóniasApós a 2ª Grande Guerra, as potências europeias
concederam a independência às suas colónias. Salazar não o fez. Vamos ver os argumentos e as consequências dessa política.
A ONU, logo após a sua criação em 1945, consagrou o direito dos povos à autodeterminação e à independência. Isto em 1955 foi reforçado, na conferência de Bandung, onde 29 países do Terceiro Mundo condenaram o colonialismo e manifestaram o apoio aos movimentos de libertação.
Como consequência destas tomadas de posição, as potências coloniais europeias, concederam, pouco a pouco, a independência ás suas coloniais, mas, Portugal teve uma atitude diferente.
Salazar entendia que as colónias portuguesas faziam parte complementar de Portugal. Em 1951 as colónias eram consideradas províncias ultramarinas e não precisavam de se tornar independentes. Esta posição política era propagandeada pelo regime que considerava Portugal um país pluricontinental e multicultural.
Guerra Colonial
Perante a política rígida de Salazar, formaram-se nas colónias
portuguesas movimentos independentistas como: na Angola, MPLA
(1956); na Guiné, o PAIGC (1960); em Moçambique, a FRELIMO
(1962). Em 1961, deram-se as primeiras revoltas em Angola, 1963 na
Guiné e em 1964, Moçambique.
Assim, Portugal foi obrigado a enviar tropas para África e entre
1961 e 1974 forma mobilizados mais de 900 000 portugueses, que se
juntaram às tropas recrutadas.
Esta guerra que durou cerca de 13 anos provocou nas tropas
portuguesas inúmeros mortos, feridos e deficientes. De igual modo,
as despesas da guerra foram elevadas, limitando assim o
desenvolvimento do país.
A política colonial portuguesa levou ao isolamento do país a nível internacional. Os organismos internacionais condenaram a posição de Portugal e muitos Estados afro-asiáticos cortaram relações diplomáticas com o nosso país. Mesmo assim, Salazar continuou a defender a sua política colonialista.
O Marcelismo
Marcello Caetano no poder
Em 1968, Salazar foi vítima de uma hemorragia cerebral e ficou incapacitado para governar o país. Assim, foi substituído por Marcello Caetano, nomeado pelo Presidente da República Américo Tomás.
Marcello Caetano, na chefia do governo, procurou liberalizar o regime: concedeu alguma liberdade de expressão, permitiu o regresso de exilados políticos e, em 1969, admitiu a entrada de deputados liberais na Assembleia Geral. Estes deputados , que constituíam a “Ala Liberal”, apresentaram numerosos projectos de lei, procurando alterar o regime, mas estas propostas encontraram constante oposição por parte dos deputados conservadores que dominavam a Assembleia Nacional.
A obra de Marcello Caetano
A política seguida por Marcello Caetano não alterou substancialmente a situação política. As instituições repressivas mudaram de nome, como por exemplo, a PIDE que passou a chamar-se DGS (Direcção-Geral de Segurança), a Censura passou a Exame Prévio, entre outras. Por outro lado, os cidadãos continuaram privados de liberdade e de outros direitos fundamentais e os partidos políticos continuaram a ser proibidos.
No decorrer da sua governação, Marcello Caetano procurou desenvolver o país:
● No plano económico: Portugal abriu-se às multinacionais e aos capitais estrangeiros; a indústria desenvolveu-se, expandiram-se os bancos e as seguradoras; a economia cresceu mas passou a ser controlada por um reduzido número de grupos financeiros.
● No domínio social: alargou a assistência do Estado aos funcionários públicos e aos rurais e empreendeu uma importante reforma do ensino.
No que respeita à política colonial, nada mudou – as tropas portuguesas continuaram a combater em Angola, Guiné e Moçambique, enquanto o Governo recusava qualquer negociação tendente à resolução do problema.
A política de Marcello Caetano não deu os resultados esperados – não liberalizou o regime, nem pôs termo à guerra colonial.
Trabalho elaborado por: Diana Pereira Diogo Baldaia
Helena Magalhães 9ºB