máquinas mais utilizadas - USP 2015/Molin...Máquinas para fenação-Conheça algumas das máquinas...

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, Máquinas parafenação - Conheça algumas das máquinas mais utilizadas para corte, enleiramento e revolvimento da forragem A conservação de forragens pode ser comparada a uma poupança, uma vez que permite estocar os excessos de alimento produzidos em épocas em que a produção exceda a demanda, para utilizá-Ios em períodos de escassez. Esta prá- tica também visa a colheita de plantas com elevado valor nutritivo e níveis de produtivi- dade por unidade de área, em épocas defini- das do ano, conservando-as de modo a poder oferecê-Ias aos animais durante o ano todo ou nos períodos de maiores necessidades de su- plementação. A renação é a colheita e o armazenamento de plantas forrageiras de alto valor nutritivo, para futura utilização como volumoso para animais ruminantes. Consiste no corte das plantas, na redução do teor de água para me- nos de 20 % e no ra.'olhimento do feno a gra- nel ou formando fardos, sendo preferível a segunda opção, para facilitar o manuseio e re- duzir o volume ocupado durante o armaze- namento. Quanto mais rápida for a secagem da forragem, melhor será a qualidade do feno obtido. O conjunto das operações de ceifa ou cor- te, revolvimento, enleiramento, enfardamen- to e armazenamento pressupõe o uso de uma série de máquinas, embora também possam --. l'1ãqulnas ser utilizadas ferramentas manuais, em peque- na escala de produção. Serão descritas, a seguir, as operações de corte da forragem, de revolvimento e de enlei- ramento e as máquinas que podem ser utili- zadas em cada uma. CORTEDA FORRAGEM Para uma rápida secagem do feno, reco- menda-se realizar o corte da forragem pela rpanhã, o mais cedo possível, porém sempre após a evaporação do orvalho. As máquinas utilizadas para o corte da forragem destinada à fenação denominam-se st.:gadoras.Deacordo com o tipo de ferramenta ativa, as segado- ras podem ser classificadas em segadoras de bar- ras ou segadoras rotativas. A mai- oria das segado- ras em uso no Brasil são aco- pIadas na parte traseira do trator, através do siste- ma de levante hi- dráulico de três pontos, porém alguns mode- los são tracionados pela barra de tração. Em ambos os casos, a parte ativa da segadora atua lateralmente ao rodado traseiro direito do tra- tor. Em países da Europa, também são encon- tradas segadoras montadas frontalmente ao trator (neste caso são centralizadas) ou mes- mo combinações de duas máquinas, onde uma é montada na !Tente e outra na parte traseira do trator. Segadora de barra - Esta máquina corta a forragem à semelhança de uma tesoura, atra- vés de duas lâminas cortantes paralelas, sen- do uma denominada contra-faca, fixada nos dedos, e outra móvel, montada em uma barra altefI1ativa, constituindo a navalha propria- TAB. 1 - Dadoscomparativos entredoismodelosdesegadoras Característicos Borrodecorte - Velocidade deavanço (km!h) Velocidade doferramentacortante 4-7 675 - 950 ciclos / min .'11J11!!!1CJ,1IJ1q 10-16 - 20-32 Potêndadeadonamento (kW) Capacidade detrabalho (ha h) 4-10 0,3-1 FONTE:ORTIZ-CANAVATE, 1984 www.roltivar.inf.br ---- -- - Julho/Agosto2002

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Máquinasparafenação

-Conheça algumas dasmáquinas mais utilizadaspara corte, enleiramento erevolvimento da forragem

Aconservação de forragens podeser comparada a uma poupança,uma vez que permite estocar os

excessos de alimento produzidos em épocasem que a produção exceda a demanda, parautilizá-Ios em períodos de escassez. Esta prá-tica também visa a colheita de plantas comelevado valor nutritivo e níveis de produtivi-dade por unidade de área, em épocas defini-das do ano, conservando-as de modo a poderoferecê-Iasaos animais durante o ano todo ou

nos períodos de maiores necessidades de su-plementação.

A renação é a colheita e o armazenamentode plantas forrageiras de alto valor nutritivo,para futura utilização como volumoso paraanimais ruminantes. Consiste no corte das

plantas, na redução do teor de água para me-nos de 20 % e no ra.'olhimento do feno a gra-nel ou formando fardos, sendo preferível asegunda opção, para facilitar o manuseio e re-duzir o volume ocupado durante o armaze-namento. Quanto mais rápida for a secagemda forragem, melhor será a qualidade do fenoobtido.

O conjunto das operações de ceifa ou cor-te, revolvimento, enleiramento, enfardamen-to e armazenamento pressupõe o uso de umasérie de máquinas, embora também possam

--. l'1ãqulnas

ser utilizadas ferramentas manuais, em peque-na escala de produção.

Serão descritas, a seguir, as operações decorte da forragem, de revolvimento e de enlei-ramento e as máquinas que podem ser utili-zadas em cada uma.

CORTEDA FORRAGEM

Para uma rápida secagem do feno, reco-menda-se realizar o corte da forragem pelarpanhã, o mais cedo possível, porém sempreapós a evaporação do orvalho.

As máquinas utilizadas para o corte daforragem destinada à fenação denominam-sest.:gadoras.De acordo com o tipo de ferramentaativa, as segado-ras podem serclassificadas em

segadoras de bar-ras ou segadorasrotativas. A mai-

oria das segado-ras em uso noBrasil são aco-

pIadas na partetraseira do trator,através do siste-ma de levante hi-

dráulico de três pontos, porém alguns mode-los são tracionados pela barra de tração. Emambos os casos, a parte ativa da segadora atualateralmente ao rodado traseiro direito do tra-

tor. Em países da Europa, também são encon-tradas segadoras montadas frontalmente aotrator (neste caso são centralizadas) ou mes-mo combinações de duas máquinas, onde umaé montada na !Tentee outra na parte traseirado trator.

Segadora de barra - Esta máquina corta aforragem à semelhança de uma tesoura, atra-vés de duas lâminas cortantes paralelas, sen-do uma denominada contra-faca, fixada nosdedos, e outra móvel, montada em uma barraaltefI1ativa, constituindo a navalha propria-

TAB. 1 - Dadoscomparativosentredoismodelosdesegadoras

Característicos Borrodecorte -Velocidadedeavanço(km!h)

Velocidadedo ferramentacortante4-7675 - 950 ciclos/ min .'11J11!!!1CJ,1IJ1q

10-16-20-32Potêndade adonamento(kW)

Capacidadedetrabalho(ha h)4-100,3-1

FONTE:ORTIZ-CANAVATE,1984

www.roltivar.inf.br

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"As máquinas utilizadas para o corte da forragemdestinada à fenação denominam-se segadoras"-mentedita. A barrade cortemedeentre 1,40

m e 2,20 m e apresenta dois patins nas extre-midades, através dos quais desliza sobre o ter-reno. Seu corte é "limpo", não prejudicando orebrote das plantas, pois as partes remanes-centes não são danificadas. A potência de aci-onamento requerida é baixa (Tabela 1), con-correndo para um baixo consumo de energiapor unidade de área trabalhada. Outra vanta-gem é o baixo custo de aquisição, quando com-parada às demais segadoras. Como desvanta-gem principal, apresenta elevada suscetibili-dade ao acúmulo de terra, material vegetalsecoou forragem já cortada, na frente da barra, di-ficultando ou impedindo o corte, especialmen-te quando o material a ser ceifado encontra-se acamado ou emaranhado. Sempre que issoocorre, o desempenho da operação fica com-prometido, uma vez que o trabalho deve serinterrompido, implicando em perda de tem-po no campo. A navalha alternativa é aciona-da pela tomada de potência (tdp) do trator, a540 rpm, originando uma freqüência de apro-ximadamente 700 ciclos por minuto. A barraacompanha livremente as oscilaçõesda super-fíciedo terreno, sendo o seu peso parcialmen-te suportado através de molas. No caso deencontrar algum obstáculo, a barra dispõede um mecanismo de destravamento, para

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a sua proteção.Segadoras rotati-

vas - As segadorasro-tativas podem ser dediscos, que são acio-nados por baixo,montados lado a ladoem uma barra de cor-te, ou de tambores,acionados de cima

para baixo. Ambaspromovem o corteatravés do impactode lâminas monta-

das na periferia deum disco que gira emalta velocidade (70 a 90 m/s). A grande vanta-gem das segadoras rotativas reside na sua ele-vada capacidade de corte de forragem, mes-mo que esta se encontre acamada ou emara-nhada, podendo a velocidade de deslocamen-to chegar a 20 km!h. Estas segadoras tambémapresentam um tipo de suspensão, que auxi-lia no seu deslizamento sobre o terreno, copi-ando o micro-relevoe reduzindo impactos comobstáculos próximos do solo.A largura de cortedas segadoras rotativas disponíveis no merca-do nacional varia de 0,5 m até aproximada-mente 2,0 m. As segadoras rotativas reque-

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Segadorasrotativasa discopermitemo cortea umavelocidadede 20 Kmfh

rem maior potência de acionamento (Tabela1) e apresentam custo inicial mais elevado doque as segadoras de barra. Apesar disso, devi-do às vantagens incontestáveis que apresen-tam no seu desempenho, as segadoras rotati-vas são a tendência mundial da atualidade.

Segadoras-c.'ondicionadoras - Para acele-rar a perda de água após o corte das forragens,as segadoras podem ser conjugadas com dis-positivos denominados condicionadoras, pas-sando a denominar-se segadoras-condiciona-doras. Ascondicionadoras podem exerceraçãode amassamento ou raspagem da cerosidade ~

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Ancinhode rodasdentadasverticaispode serusadopara enleirar ou revolverleiras

que recobre as plantas e, com isso, facilitar aevaporação da água contida na forragem cei-fada. As segadoras-condicionadoras podemapresentar barra de corte com navalhas alter-nativas ou com discos. No primeiro caso, sãoequipadas com um molinete, cuja função éretirar a forragem e o material que possa acu-mular-se sobre a barra de corte, promovendouma alimentação uniforme do mecanismocondicionador. Estas máquinas, via-de-regra,são tracionadas e a altura de corte pode serajustada através de cilindros hidráulicos decontrole remoto.

O dispositivocondicionador pode ser cons-tituído por pares de rolos entre os quais a forra-gem é amassada, com pressão ajustável atravésde molas ou por rotores contendo dentes radi-ais flexíveis (dedos) e placas corrugadas. Sãorecomendadas, preferencialmente, condiciona-doras com efeito de raspagem (dedos) no con-dicionamento de gramíneas e outras forragei-ras perenes e condicionadoras de rolospara tre-vos, alfafa e leguminosas em geral.

Rotorescomdentesradiais flexíveise

placascorrugadasdeixam corte uniforme

--. ~áquinas

REVOlVlMENTOE ENLEIRAMENTO

Após o corte das plantas forrageiras e asecagem da camada superficial, deve-se revol-ver e distribuir a massa vegetal ceifada unifor-memente sobre o terreno, para uniformizar eacelerar a perda de água em toda a camada.Esta operação é realizada com o auxílio de an-cinhos mecânicos. A largura útil recomendá-vel para um ancinho é de duas a três vezes alargura da segadora utilizada na operação decorte. A forragem ceifada, que ainda não al-cançou umidade suficientemente baixa paraser armazenada, deve ser enleirada ao final datarde, para diminuir a superfície de contatocom o ar atmosférico e evitar o seu reumede-

cimento durante a noite. No dia seguinte, estatorna a ser esparramada, após a secagem doorvalho. O feno, pronto para ser recolhido ouenfardado, também deve ser enleirado. Para oenleiramento, utiliza-se o ancinho enleirador,que pode ser o mesmo empregado para o re-volvimento ou esparramamento.

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www.cultivar.inf.br

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Ancinho rotativo - O ancinho rotativopode ser utilizado para esparramar, assimcomopara enleirar forragem. Consta de pares derotores, nos quais encontram-se de seis a oitobraços articulados, cujas extremidades são li-gadas a dentes (dedos) duplos combinadoscom molas. O giro do rotor imprime um mo-vimento aos braços do ancinho, de tal formaque as extremidades dos dedos descrevem umcírculo sobre o terreno, quando a máquina estáparada (os dois rotores giram à mesma veloci-dade, porém com sentidos de giro opostos).Deslocando-se a máquina em funcionamen-to, o giro dos rotores ocasiona um efeito de

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Os ancinhosde barrastransversaisvarrem

a forragem para o centroformandoa leira

alimentação central, impulsionando a forra-gem para trás. Cada par de rotores é apoiadosobre duas rodas calibradoras da altura de tra-

balho dos dentes do rotor, que permite a adap-tação da máquina às irregularidades do terre-no. O efeito de aeração da forragem é acentu-ado com este tipo de ancinho, cuja largura detrabalho pode variar de 1,6 m até 4,8 m. Parareduzir perdas no revolvimento de forragemmuito seca ou frágil (materialcomo alfafaeoutras leguminosas que, após seco, perde fo-lhas com facilidade), a máquina deve ser ope-rada com velocidade da tdp do trator abaixode 540 rpm. Considerando que a velocidaderecomendada para esta operação é de 5 a 7km!h, estima-se que a capacidade de trabalhode um ancinho com dois rotores (largura de1,60 m) varia de 0,6 a 1,0 ha/h. A utilizaçãodo ancinho rotativo para enleirar a forragemseca requer a colocação de "placas defletoras"na parte traseira ou lateral e pequenos ajustesque variam de acordo com o modelo de má-quina.

Ancinho de barras transversais - Este an-

cinho consta de um chassi, que sustenta umaespécie de molinete com três, quatro ou cincobarras transversais. As barras transversais

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liA largura útil recomendável para um ancinho é de duas a trêsvezes a largura da segadora utilizada na operação de corte"- .

Rolos com pressão ajustável por

molasamassama forragem

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medem de 1,60 m a 1,80 m e apresentam in-clinação com a direção de deslocamento damáquina de 40° a 45°. Nas barras transver-sais, são montados dentes flexíveis verticais,medindo de 20 a 25 cm de comprimento (se-melhantes aos dedos de um molinete de co-

lhedora de grãos). O giro do molinete faz comque as barras transversais com seus dedos ver-ticais aproximem-se do solo, de cima para bai-xo, desloquem-se para a esquerda (efeito devarredura lateral) e, posteriormente, tomema afastar-se novamente do solo, de baixo paracima. Este movimento das barras, combina-do com o deslocamento da máquina para fren-te, ocasiona o "enrolamento" de uma camadade forragem, formando uma leira. Existemregulagensespecíficaspara obter o revolvimen-to de forragem e o esparramamento de leiras,porém dependem do modelo de fabricação. Oacionamento do molinete que movimenta asbarras pode ser através das rodas de sustenta-ção da máquina (quando é tracionada) ou datdp do trator (quando é montada). A veloci-dade de giro do molinete varia de 80 a 100rpm para enleiramento, e de ISO a 170 rpmpara esparramamento ou movimentação deleiras. O efeito do impacto das ferramentas

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ativas do ancinho sobre a forragem é menordo que aquele verificado nos ancinhos rotati-vos, podendo ocasionar menores perdas de fo-lhas em forragens frágeis.

Ancinho de rodas dentadas verticais - Tra-ta-se de um chassi tubular, tracionado pelo tra-tor, ao qual são montadas rodas ou discos comdentes flexíveisna sua periferia,medindo apro--ximadamente 1,30 m de diâmetro. As rodasdentadas apresentam giro livre sobre os seuseixos e a sua projeção sobre o plano de susten-tação horizontal forma um ângulo com a dire-ção de deslocamento, que varia de 30° (espar-ramar forragem) até 45° ou mais (enleirar fenoseco). Cada par de rodas é montado nas extre-midades de um "sub-chassi" em formato de

"J", posicionado horizontalmente. Variando aposição e a angulação do sub-chassi e do chas-si,em relaçãoà direçãode deslocamento da má-quina, pode-se obter diferentes funções do an-cinho, como enleirar material esparramado, re-volver material ou movimentar leiras sem jun-tar as mesmas.

Os discosou rodas dentadas girampela açãodo solosobre os seus dentes, de modo que a suavelocidade depende da velocidade de desloca-mento do conjunto trator/ancinho (pode che-gar a 10 km/h) e do ângulo das rodas dentadascom a direção de deslocamento. Cada par derodas dentadas gira apoiando-se sobre o solo,copiando eventuais irregularidades do terrenoe movimentando a forragem com suavidade(importante no caso de forragens frágeis de le-guminosas). Como desvantagens são citadas adificuldade de manusear camadas muito espes-sas de forragem e a possibilidade do vento cau-sar enrolamento da forragem nos discos. Ain-

oda, apresenta limitações para esparramar leirasjá formadas, a não ser que sejam de pequenaespessura, como as resultantes da ação de algu-mas segadoras. rnWalter Boller,Universidade de Passo Fundo

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