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No inquérito da Câmara Federal sobre a Esso e a Shell ficou apurado, por exemplo, que a Standard Oil fornece a conhecidos jornais tal volume de publicidade que corresponde a mais do dôbro do que eles apu- tom com a venda avulsa. NOVOS RUMOS, conforme sa- be o leitor, não aceita semelhan- te publicidade. Por isso sua fon- te de receita é a venda avulsa, quer dizer, a contribuição dos próprios !"'tores, A elevação geral dos preços, que se acentuou nos últimos me- ses, veio tornar ainca mais difí- nossa situação financeira. Crês- r.cram assustadoramente as des- pesas, cm particular com papel, impressão, composição e fretes, provocando um desequilíbrio insustentável. Dessa forma, o ca- minho que temos é apelar para os nossos leitores. Torna-se indis- peii5Civol aur mtcir o preço do jornal, passando para 10 cruzei- tos. E' o q.e faiomos a partir do r ' ' o numero. Tomos a cpitczo d<? que e?«i colaboração dos leitores nac no» K(ltará, Calor veio quando a água foi QUANDO-, à leitiperalura se elevou na Guancibaro, os auloriclorles rl-'.r.o'nrirom que n riclulora cio Guan- du linha alguns rombos tive precisa- vam s^r reparados com o máxima ur. g^iK.in. O resultado foi o corte total no fornecimento de água e um fim de i semana marlirizante parei o carioca do * Morte e do Sul. O muito calor e a água « que não havia suscitaram aqueles pro- ¦* blemas que Iodos conhecem e a busca de soluções as mais engenhosas para resolvê-los. A mais satisfatória foi con- seguida pelos ex-combatentes, que re- solveram aproveitar a água da ndu- tora de Ribeirão de Lajes, cuja lubu- locòo atravessa o conjunto ond» resi' r!Tn. Reportagem fotográfica na ó.1 página do 2.' caderno. C/VirC: aumento de 40% nas tarifas c/e bondes e ônibus QS RESULTADOS da administra- ção da Companhia municipal que explora os serviços de transporte na capital paulista, levaram a que o pre- feito adotasse, sem justificação algu- ma, a medida extrema de se desfa- zer de algumas das linhas mais lucra- tivas e de outras, concedendo-as a par- ticulares. O fato provocou a justa in- dignação dos trabalhadores da em- presa, que se encontram em assembléia permanente para exigir das autorlda- des municipiais o cancelamento das escandalosas concessões. Enquanto isso, nos bastidores do executivo, tra- ma-se um novo aumento nas tarifas de ônibus e bondes que, ao que tudo indica, deverá atingir 40%. E' este o terceiro que se pretende em pouco tempo, como remédio para salvar a CMTC da crise. Reportagem na 6^ pá- gina do primeiro caderno. ADOTANDO a medida extrema para impedir definitivamente a ofitiali- ração da liberação dos preços da cor- ne, assim como para protestar contra a indiscriminada exportação do produ- to pelos frigoríficos estrangeiros, 3 mil açougues de São Paulo cerraram suas portas a zero hora de quarla-Mra, co- .meçqnd.o a pr.irj\ejrai,gffiy.e dçL gênero/^ no Brasil.'A'decisão'contou com a so- lidariedade da população da capital paulista, dos sindicatos e entidades os- tudantis e é o primeiro passo na luta para resolver definitivamente o angus- tiante problem- do preço da carne, as- sim como para levar a COFAP, que até agora, através do sr. Guilherme Romano, tem feito atender aos de- sejos dos representantes dos frigorífi- cos estrangeiros, a adotar as medidas mais rigorosas no sentido de coibir a exploração brutal contra o povo. Os açougueiros de São Paulo, que duran- te a crise de 1959 se colocaram fran- camente ao lado das autoridades que pretendiam a intervenção nos frigorí- ficos, voltam agoia à luta com a para- lisação total. (41 pág. do !•' carleiro) I - ' >*íj^__^__^__i_ÉÍ^Sil^^Si*^lw w^_______»«^w»»l^»w ^^^L\mmmmmmmm\m^^^^^^^^^^m I , VIHif^wHMislHs^SRi^&inÉSt «__mWXÊMSÊSÊámãmmÊMmi^m Pm^m^masWmÊÊmWmYYrmYmmÊY æ__r:^S;^_S__á__^5ÍM«i_^M^ffl§,?if^*^^S% ____________________BSHnHMMBe>WS&ralT mWWUMWmsm¦__»^ííR<_a^\wi5lí1ÍK:íí.í: ÍÍí*ãhí-?«S' Kg_^Brr ' -v.^^*^-M^r?J§P_T_aH^^__wF^ffl^^ffi-'^ mW ü *.è^HÜa __í___ffi_Í^Mc%í ,Éplil lll II li Íh +IfB^ÜIÜHmWÊ _r:Jb>_*i«3 lifeSaE^' P_B__JeS8l_l ^Bmmsmm^SswtP^mmmW^rmmmmWA^Ymm ____t^__lÍd$____l WMKBüfrmi&ÈmwmmmW* i ¦•^ÊmmW^tfiVmm POVO CARIOCA MARCA UM TENTO CONTRA 0 TRUSTE DO TELEFONE Texto na pág. do í9 cad. Fitados Unidos querem Cuba: protestos em todo o mundo Texto na 7' pág do I* cad. y RIMA passeata pelas ruas da cida- de, e um comício improvisado nas escadaria» de Teatro. do Rio de Ja- neirri fnüitaam o irçflrrttsfiinto de uma i assembléta-monstro realizada ha noite do dia 24, no Teatro João Caetano, ondo mais de cinco mil marítimos, fer- roviários e portuários ratificaram o pacto de ação comum que levará mais de um milhão de trabalhadores a gre- ve, a zero hora do dia 8 de novem- bro, se até o dia 3 do referido mês não lhes tiver sido concedida a paridade de vencimentos com os militares. Em- bora preparem-se para a giove cm todo o território nacional, os trabalha- 'Jores das três corporações o demais '.midores autárquicos esperam que a Câmara aprove, nos próximos dias, ei emenda apiesentad. pelos líderes do PTB, PSD e PSB. Reportagem na 2' pá- gina do 1: caderno. Respost ORLANDO BOMFIM JR. Rio Paraíba vai ter outra ., hidrelétrica A CONSTRUÇÃO da usina de Salto- Funil, no rio Paraíba, está na or« dem-do-dia. Sua escritura de consti- tuicão foi publicada recentemente pelo (-Diário Oficial', da Guanabara e, se- gundó o documento, participam da Cia. Hidrelétrica do Vale do Paraíba (CHEVAP) que construirá a usina além cio governo federal, também os governos de S Paulo, Estado do Rio de Janeiro e da Guanabara, a Compa- nhia Siderúrgica Nacional e a Rede Fcrtoviáiia Federal. Também a Liglif participa da CHEVAP. (Reportagem na 1 ¦ pág cio 2' caderno!. ^L -SUSCELINO o Jâní^ tem trocodo salamaleques. Pata o presidente que ven entrar, o que vai sair merece elnqios pela sua conduta durante a camnanlia clrilo- tal Poitou-<e como um magistrado, Pena o presi- dente que vai sair, o que vai enircn merece elogios porque durante a campanha foi muito correto,» E Juscelino vai nindo mais longo. Diz ê(ei * Jânio Gua dros defendeu as mesmas teses que informam a filoso- fia do meu ciovêmo * Air pniere que sente como '•|ir' a vitoiia do candidato chamado oposicionista Será tolvez o que se costumo dosMÍirar d" < faii play , no idioma possivelmmir do qòsto de ambos os presiden- tes. Mas acontece que, paia o povo, o |oqo rsia sendo outro, l\ PALAVRA onda sr lorna inexpressiva para dar uma imagem do aumento generalizado dos pre- cos. Trata-se de verdadeiro vnqcilheio, que ameaça fazer sossobrar as economias domésticos dos que vi. vem de salários e vencimentos fixos. O coso dn caine assume, sob Iodos os aspectos, proporções inconcobi- veis. Os preces atingiram tais alturas que uma familia operária consumiria, com c'.'p produto, todo o sn- lário mínimo, A COFAP, desmoralizado pela sua pro- pria presidência, nao controla coisa alguma e o que faz é para agravor a siluaçõo. Os Frigoríficos não são apenas os donos do boi, mcis tombem os -donos da bola -. Far.em o que bem entendem, inteiramente soltos, ronio se fossem um poder arinm do governo, Reduzem, literalmente, o povo à fome. Têm o campo aberto para Iodas as manobras, aumentando seus lu- cros no mercado interno e com as exportaçoe-,, Nem sequer temem que o povo, tangido pela indignação, reproduzo o fenômeno do estouro da boiada Chega- mos a tal estado de coisas que os intermediários se associam aos consumidores na luta contra a ganân- cia. Os 3 mil açougueiros da capital de São Paulo fazem, pela primeira vez, uma greve geral, fechando por 48 horas as suas portas. £T|S IDEÓLOGOS do lubaropoto abrem baterias con- Ira o novo saindo mínimo, gue apontam como a causa da carestia. Mos so têm olhos para ver aumen- tos que ocorrem neste período. Nada dizem sobre a acentuada deterioração anterior dos salários. E nem so reterem ao (ato, comprovado por documentos ofi- ciais, de que, apesar dos reajustamentos temporários no seu valor nominal, os salários têm sofrido uma dimi- nuicâo em seu valoi reol . jjKjj A VERDADE i conquista de novos niveis de salário ininimr. foi pina vitória contra os que insistem em impor nos trabalhadores insuportáveis o indignas con- dicòes de vido. E o justo c consolidar e completar essa vitória, com o reajuslamenlo geral de salários e com a contenção da subida dos preços. CERA mesmo inútil pretender que o-, trnbolhadores se conformem mm o papel de bode expiatório, 'mas lutas estão ai pom mostrar que cutra é sua de- cisão A qr°ve nacional dos estivadores conslllui um exemplo Pela primeira vez, uniram-se eles, organi- zndar.ienle, em lodo o território do pois, parando os serviços também no póito rio Rio E alcançaram; em ?4 horas, cnmplclo êxito. Idêntico espirito combativo estão revelando os marítimos, fcrioviários e portuá- rios, que so preparam, sob a simpatia o solidariedade de todos os demais trabalhadores, para desencadear n greve no próximo dia 8 se não lhes fõr concedida a paridade de vencimentos com os militares. EJEFERIMO-NOS apenas n dois exemplos de movi- menlos de amplitude nanonnl Mm inúmeros outros, locais ou regionais, poderiam sei apresentados, Iodos revelando a mesma decisão de luta organizada em defesa do padrão de vida dos trabalhadores c do povo em qernl. E outio não poderia ser o caminho. Como se não bastasse o que ja existe, acenou o sr. Já- nio Ouadros, ante as câmaras de televisão, com meses de sacrifícios, a muito duros mesmo*-, no início do seu governo. Pensará S. Exa. que vamos ensaiar cole- tivamente a experiência da anedota do burro do inglês que eslavo sendo treinado paia viver sem comer? Se assim fòr, a resposta está sendo dada desde agora. E deve, certamente, ser ainda mais vigorosa. 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Edição para São PauloANO II Rio do Janeiro, semana de 28 de outubro a 3 de novembro de 1960 N» 87Diretor Executivo — Orlando Bomfim Jr. Diretor — Mário Alves Redator-Chefe -1 Fragníon Borges

3 MU flÇOUGUESEM GREVE: SÃOPAULO FICOU DOISDIAS SEM C1RNE

Aos LeitoresTEM «ido demonstrado mais

d* uma vez que o jornal éuma mercadoria cujo preço decusto é superior ao preço de ven-da, isto é, as despesas com pes-soai, papel, fotografias, clichês,composição, impressão,' expedi-ção etc. é maior do que o produtoda venda avulsa. O que permiteanular esse déficit e, mesmo ai-cançar lucros (muitas vezes gran-des lucros), é a matéria paga. apublicidade. E os grandes trut-tes norte-americanos são, em nos-so pois, as principais fontes dematéria paga. No inquérito daCâmara Federal sobre a Esso e aShell ficou apurado, por exemplo,que só a Standard Oil fornece aconhecidos jornais tal volume depublicidade que corresponde amais do dôbro do que eles apu-tom com a venda avulsa.

NOVOS RUMOS, conforme sa-be o leitor, não aceita semelhan-te publicidade. Por isso sua fon-te de receita é a venda avulsa,quer dizer, a contribuição dospróprios !"'tores,

A elevação geral dos preços,que se acentuou nos últimos me-ses, veio tornar ainca mais difí-cü nossa situação financeira. Crês-r.cram assustadoramente as des-pesas, cm particular com papel,impressão, composição e fretes,

provocando um desequilíbrio jáinsustentável. Dessa forma, o ca-minho que temos é apelar para osnossos leitores. Torna-se indis-peii5Civol aur mtcir o preço do

jornal, passando para 10 cruzei-tos. E' o q.e faiomos a partir dor

' ' o numero.

Tomos a cpitczo d<? que e?«icolaboração dos leitores nac no»K(ltará,

Calor veio

quandoa água foi

QUANDO-, à leitiperalura se elevou

na Guancibaro, os auloriclorlesrl-'.r.o'nrirom que n riclulora cio Guan-du linha alguns rombos tive precisa-vam s^r reparados com o máxima ur.g^iK.in. O resultado foi o corte totalno fornecimento de água e um fim de isemana marlirizante parei o carioca do *Morte e do Sul. O muito calor e a água «que não havia suscitaram aqueles pro-

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blemas que Iodos conhecem e a buscade soluções as mais engenhosas pararesolvê-los. A mais satisfatória foi con-seguida pelos ex-combatentes, que re-solveram aproveitar a água da ndu-tora de Ribeirão de Lajes, cuja lubu-locòo atravessa o conjunto ond» resi'r!Tn. Reportagem fotográfica na ó.1

página do 2.' caderno.

C/VirC: aumento de

40% nas tarifas

c/e bondes e ônibus

QS RESULTADOS da mó administra-

ção da Companhia municipal queexplora os serviços de transporte nacapital paulista, levaram a que o pre-feito adotasse, sem justificação algu-ma, a medida extrema de se desfa-zer de algumas das linhas mais lucra-tivas e de outras, concedendo-as a par-ticulares. O fato provocou a justa in-dignação dos trabalhadores da em-presa, que se encontram em assembléiapermanente para exigir das autorlda-des municipiais o cancelamento dasescandalosas concessões. Enquantoisso, nos bastidores do executivo, tra-ma-se um novo aumento nas tarifasde ônibus e bondes que, ao que tudoindica, deverá atingir 40%. E' este oterceiro que se pretende em poucotempo, como remédio para salvar aCMTC da crise. Reportagem na 6^ pá-gina do primeiro caderno.

ADOTANDO a medida extrema paraimpedir definitivamente a ofitiali-

ração da liberação dos preços da cor-ne, assim como para protestar contra

a indiscriminada exportação do produ-to pelos frigoríficos estrangeiros, 3 mil

açougues de São Paulo cerraram suas

portas a zero hora de quarla-Mra, co-

.meçqnd.o a pr.irj\ejrai,gffiy.e dçL gênero/^no Brasil.'A'decisão'contou com a so-lidariedade da população da capital

paulista, dos sindicatos e entidades os-tudantis e é o primeiro passo na luta

para resolver definitivamente o angus-tiante problem- do preço da carne, as-sim como para levar a COFAP, queaté agora, através do sr. GuilhermeRomano, só tem feito atender aos de-

sejos dos representantes dos frigorífi-cos estrangeiros, a adotar as medidasmais rigorosas no sentido de coibir a

exploração brutal contra o povo. Osaçougueiros de São Paulo, que duran-te a crise de 1959 se colocaram fran-camente ao lado das autoridades quepretendiam a intervenção nos frigorí-ficos, voltam agoia à luta com a para-lisação total. (41 pág. do !•' carleiro)

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POVO CARIOCA MARCA UM TENTOCONTRA 0 TRUSTE DO TELEFONE

Texto na 2» pág. do í9 cad.

Fitados Unidos

querem

Cuba: protestos

em todo o mundo

Texto na 7' págdo I* cad.

yRIMA passeata pelas ruas da cida-

de, e um comício improvisado nasescadaria» de Teatro. do Rio de Ja-neirri fnüitaam o irçflrrttsfiinto de uma

i assembléta-monstro realizada ha noitedo dia 24, no Teatro João Caetano,ondo mais de cinco mil marítimos, fer-roviários e portuários ratificaram opacto de ação comum que levará maisde um milhão de trabalhadores a gre-ve, a zero hora do dia 8 de novem-bro, se até o dia 3 do referido mêsnão lhes tiver sido concedida a paridadede vencimentos com os militares. Em-bora preparem-se para a giove cmtodo o território nacional, os trabalha-'Jores das três corporações o demais'.midores autárquicos esperam que aCâmara aprove, nos próximos dias, eiemenda apiesentad. pelos líderes doPTB, PSD e PSB. Reportagem na 2' pá-gina do 1: caderno.

RespostORLANDO BOMFIM JR.

Rio Paraíbavai ter outra .,hidrelétricaA CONSTRUÇÃO da usina de Salto-

Funil, no rio Paraíba, está na or«dem-do-dia. Sua escritura de consti-tuicão foi publicada recentemente pelo(-Diário Oficial', da Guanabara e, se-gundó o documento, participam daCia. Hidrelétrica do Vale do Paraíba(CHEVAP) — que construirá a usina —além cio governo federal, também osgovernos de S Paulo, Estado do Riode Janeiro e da Guanabara, a Compa-nhia Siderúrgica Nacional e a RedeFcrtoviáiia Federal. Também a Liglifparticipa da CHEVAP. (Reportagem na1 ¦ pág cio 2' caderno!.

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-SUSCELINO o Jâní^ tem trocodo salamaleques. Pata opresidente que ven entrar, o que vai sair merece

elnqios pela sua conduta durante a camnanlia clrilo-tal Poitou-<e como um magistrado, Pena o presi-dente que vai sair, o que vai enircn merece elogiosporque durante a campanha foi muito correto,» EJuscelino vai nindo mais longo. Diz ê(ei * Jânio Guadros defendeu as mesmas teses que informam a filoso-fia do meu ciovêmo * Air pniere que sente como '•|ir'

a vitoiia do candidato chamado oposicionista Serátolvez o que se costumo dosMÍirar d" < faii play , noidioma possivelmmir do qòsto de ambos os presiden-tes. Mas acontece que, paia o povo, o |oqo rsia sendooutro,

l\ PALAVRA onda |ó sr lorna inexpressiva para daruma imagem do aumento generalizado dos pre-

cos. Trata-se de verdadeiro vnqcilheio, que ameaçafazer sossobrar as economias domésticos dos que vi.vem de salários e vencimentos fixos. O coso dn caineassume, sob Iodos os aspectos, proporções inconcobi-veis. Os preces atingiram tais alturas que uma familiaoperária consumiria, só com c'.'p produto, todo o sn-lário mínimo, A COFAP, desmoralizado pela sua pro-pria presidência, nao controla coisa alguma e o quefaz é para agravor a siluaçõo. Os Frigoríficos nãosão apenas os donos do boi, mcis tombem os -donosda bola -. Far.em o que bem entendem, inteiramentesoltos, ronio se fossem um poder arinm do governo,Reduzem, literalmente, o povo à fome. Têm o campoaberto para Iodas as manobras, aumentando seus lu-cros no mercado interno e com as exportaçoe-,, Nemsequer temem que o povo, tangido pela indignação,reproduzo o fenômeno do estouro da boiada Chega-mos a tal estado de coisas que os intermediários iáse associam aos consumidores na luta contra a ganân-cia. Os 3 mil açougueiros da capital de São Paulofazem, pela primeira vez, uma greve geral, fechandopor 48 horas as suas portas.

£T|S IDEÓLOGOS do lubaropoto abrem baterias con-Ira o novo saindo mínimo, gue apontam como a

causa da carestia. Mos so têm olhos para ver aumen-

tos que ocorrem neste período. Nada dizem sobre aacentuada deterioração anterior dos salários. E nemso reterem ao (ato, comprovado por documentos ofi-ciais, de que, apesar dos reajustamentos temporáriosno seu valor nominal, os salários têm sofrido uma dimi-nuicâo em seu valoi reol .

jjKjj A VERDADE i conquista de novos niveis de salárioininimr. foi pina vitória contra os que insistem em

impor nos trabalhadores insuportáveis o indignas con-dicòes de vido. E o justo c consolidar e completar essavitória, com o reajuslamenlo geral de salários e coma contenção da subida dos preços.

CERA mesmo inútil pretender que o-, trnbolhadoresse conformem mm o papel de bode expiatório,

'mas lutas estão ai pom mostrar que cutra é sua de-cisão A qr°ve nacional dos estivadores conslllui umexemplo Pela primeira vez, uniram-se eles, organi-zndar.ienle, em lodo o território do pois, parando osserviços também no póito rio Rio E alcançaram; em?4 horas, cnmplclo êxito. Idêntico espirito combativoestão revelando os marítimos, fcrioviários e portuá-rios, que so preparam, sob a simpatia o solidariedadede todos os demais trabalhadores, para desencadearn greve no próximo dia 8 se não lhes fõr concedidaa paridade de vencimentos com os militares.

EJEFERIMO-NOS apenas n dois exemplos de movi-menlos de amplitude nanonnl Mm inúmeros

outros, locais ou regionais, poderiam sei apresentados,Iodos revelando a mesma decisão de luta organizadaem defesa do padrão de vida dos trabalhadores c dopovo em qernl. E outio não poderia ser o caminho.Como se não bastasse o que ja existe, acenou o sr. Já-nio Ouadros, ante as câmaras de televisão, com mesesde sacrifícios, a muito duros mesmo*-, no início do seugoverno. Pensará S. Exa. que vamos ensaiar cole-tivamente a experiência da anedota do burro doinglês que eslavo sendo treinado paia viver semcomer? Se assim fòr, a resposta iá está sendo dadadesde agora. E deve, certamente, ser ainda maisvigorosa.

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— 2 NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 28 de outubro a 3 de novembro de 1960 —•

PORTUÁRIOS, MARÍTIMOS E FERROVIÁRIOS EXIGEM A PARIDADE

Portos e FerroviasParalisarão em Todo

no Próximo Dia ©

NotaSindical

Os Trabalhadorese o Novo Governo

O PaisMilharei de trobalhadores marítimos,

portuário» • ferroviários reuniram-se emassembléia conjunta, na noite do últi-

mo dia 24, no Teatro João Caetano,

quando ratificaram o pacto de açãocomum para a greve nacional que será

deflagrada pe'os três numerosas cate-rorlos, no próximo dia 8 de novembro,se o»é o dia 3 do referido mês não tiserem conseguido a paridade de ven-

cimentoi com os militares.A assembléia foi precedia de três

ojandei passeatas que partliam de

pontos diferentes da cidade, com os tra-

balhadores corduzindo centena: de fai-

*as e cartazes apelando paia a solida-riedade da população cariocc, e^escla-re. endo as razões da decretação da

greve nacional. Exatamente às 17,30 ostrês grandes grupos de trabalhadorescomeçaram a se movimentar dos jeusrespectivos pontos de concentração, ru-mo ao Teatro João Caetano. Os opera-rios navais e os empregados em escri-tórios das empresas de navegação saí-ram da Praça 15; os portuários, daPraça Barão de Tefé; enquanto que doLargo do Camerino saía a passeata dosmarinheiros, taifeiros, foguistas, mes-três e contramestres de pequena cabota-

gem, condutores e comissários da Ma-rinha Mercante, e os ferroviários daleopoldina e da Central do Brasil.

Emendas apresentadasEnquanto preparam o movimento

grevista em todo o território nacional, astrês combativas corporações aeompa-nham a atividade da comissão que seencontra em Brasília, desde o últimodia 17, com a missão exclusiva de per-manecer em contacto com os líderes detodos os partidos representados noCongresso Nacional, defendendo junto

Rádio de Moscou:concurso

A Rádio do Moscou abriu umconcurso sob o titulo "Quem seráo campeão mundial de vollbolmasculino e feminino que sedisputa no Rio de Janeiro". Ovencedor do concurso receberá«na bola de volibol com autógra-fos dos mais conhecidos vollbo-listas soviéticos. As respostas de-verão ser enviadas até o dia 10de novembro á Rádio de Moscou

• sem a Identificação do concurso,•o sendo válidas aquelas que vie-rem carimbadas pelo correio fté10 de novembro.

a eles a aprovação da emenda que as-

segura a paridade de vencimentos aos

trabalhadores ativos e inativos das em-

presas autárquicas, paraestatais e emregime especial. Essa comissão, compôs-

ta dos líderes Nelson Mendonça, secre-tório da Federação Nacional dos Ma-ritimos; Geraldo da Costa Matos, secre-tário da Federação Nacional dos Ferro-viários e Nelson Batista de Oliveira, daUnião dos. Portuários do Brasil, conse-

guiu que ós lid-res do PTB, P5B e PSDapresentassem a emenda que consubs-tancia as reivindicações dos trabalha-dores autárquicos, notadamente os ma-t'lmc:, portuários e ferroviários.

Classificação superada

A situação dos servidores da União edas autarquias vem se agravando a ca-da momento, e já chega a ser desespe-radora para centenas de milhares defuncionários que, embora teoricamenteestejam com os vencimentos elevadosdesde 1.' de julho último, em virtude doPlano de Classificação, não receberam,até hoje, nenhuma das vantagens esta-belecidas no referido Plano.

Entretanto, mesmo que o Governo

providencie, como prometeu, o paga-mento das vantagens do Plano de Cias-sificação até o próximo mês de novem-bro, a situação do funcionalismo conti-nuará sendo de dificuldades crescentes,uma vez que os sete primeiros níveis devencimentos estabelecidos na Classifica-ção, e que variam de 6 a 9 mil cruzei-ros, já foram superados oelo práfiosalário-mínimo do Estado da Guanaba-ra, fixado em 9.600 cruzeiros, a partirdo último dia 17.

Os trabalhadores autárquicos, princi-palmente aqueles menos favorecidos

pelo Plano de Classificação, e cujosvencimentos não ultrapassaram a faixados nove mil cruzeiros mensais, nãocompreendem como o presidente da Re-

pública reconheça a necessidade deelevar o salário-mínimo rm 60'/., con-forme o decreto assinado e pretendaconceder um aumento, em forma deabono, de apenas 30*/» aos servido-res autárquicos. Com efeito, ainda queas vantagens do Plano começassem aser pagas imediatamente, só em ja-neiro do próximo ano, com o abonode 30*/o, os trabalhadores autárquicos,enquadrados nos níveis 1, 2 e 3, passa-riam a receber, respectivamente,..7.800,00; 8.450,00; 9.100,00 cruzei-ros, isto è, vencimentos ainda muito in-feriores ao salário-minimo que os traba-lhadores cariocas já estão recebendodesde o mês corrente.

Inadiável a paridadeEssas razões seriam suficientes para

que os trabalhadores autárquicos re-pudiassem o abono de 30% que o Go-vêrno lhes promete a partir de 1 ,ç dejaneiro do próximo ano, e lutassem, co-mo estão lutando, pela paridade a par-tir de 1.' de julho, data em que os mi-litares começaram a gozar da melhoriade vencimentos.

Trata-se de uma reivindicação le-gílima e inteiramente justa que conta,por isso mesmo, com a solidariedade detodos o$ servidores civis da União.

A União Nacional dos Servidores Pú-blicos, e todas as demais entidades queparticiparam da batalha nacional p"laaprovação do Plano de Classificação,movimentam-se, por outro lado, pr-aexigir a concessão imediata da parida-de de vencimentos. Embora não possuao direito legal do exercício da greve, ofuncionalismo público, liderado pelassuas entidades, começará a promovermanifestações de massa em todas ascidades do País, exigindo a paridadede vencimentos, cuja votação vem sendoretardada na Câmara dos Deputados.

Manifestação em NiteróiA campanha dos trabalhadores au-

lárquicos pela paridade começa a cres-cer em lodo o interior do pais, e luJo

indica que à greve programada para o

próximo dia 8 determinará a paralisa-ção total da atividade dos marítimos,portuários e ferroviários. Essas três cor-

porações, cujos líderes já se entendo-ram em escala nacional, começam a

promover manifestações conjuntas cmâmbilo regional. No próximo dia 31, emNiterói, haverá a primeira grande as-sembléia, que reunirá milhares de tra-balhadores de todo o interior do Es-tado.

O movimento or^/sla a ser defla-grado a zero hora t'o dia 8, caso a pa-riclade não seja '.uncedida até o dia 3do mês vindouro, já conta com a ade-são das seguintes erMdades: FederaçãoNacional de Fe-rov:ários, FederaçãoNacional dos Por»ujnos, União Nacio-nal dos Portuários, Federe cão Nacionalde Marítimos, Coligação dos Servidoresda Central do Brasil, Sindicato dosFenoviários da Leopoldina, SindicatosNacionais de Marnlieiros, Taifeiros, Fo-

guistas, Mestres e Contrame^rc;, e desComissários da Mui nha Mercante, alémdos Sindicatos de Operários Navais doRio de Janeiro e de São Paulo, dosEmpregados em Escritórios, dos Motoris-ias i» Condutores da Marinha Mercarle,e de outras, cujos pronunciamentos es-tãc >cndo aguar Knicis.

As duas grandes greves que se verificaram na semana passada: ados estivadores e portuários, no âmbito nacional; e a dos trabalhadoresem carrls urbanos restrita ao Estado da Guanabara, assinalaram que aslutas reivindicatórias não sofreram e nem sofrerão nenhuma solução decontinuidade nesse período de transição entre o governo do sr. JucellnoKubltschek e o do sr. Jânio Quadros.

Ao contrário de qualquer atitude de expectativa diante da composl-cão do novo Governo, os trabalhadores e os lideres sindicais compreendemque o momento é de intensificação das lutas reivindicatórias e de desen-volvimento crescente das campanhas pela elevação dos seus niveis sala-riais, da melhoria do seu padrão de vida e das condições cie trabalho.

As massas trabalhadoras, assoberbadas com a tremenda sobrecargadr- dificuldades que vém recaindo sobre os seus ombros, em conseqüênciado processo lnflacionário, não podem cruzar os braços, nem permanecernuma atitude meramente contemplatórla nesse fim de Governo.

O desenvolvimento vigoroso do movimento de organização e de lutassindicais se faz necessário, por outro lado, para evitar futuras dúvidas dosr. Jânio Quadros quanto à aplicação da política do Fundo Monetário In-ternacional em nosso País, visando ao congelamento dos salários das mas-sas trabalhadoras e a repressão ao movimento sindical, a exemplo do queocorre na Argentina, a pretexto do combate a inflação.

É preciso ficar claro para os homens do novo Governo que os tra-balhadores brasileiros não aceitarão maiores sacrifícios, nem concordarão,jamais, com qualquer tentativa de repressão aos movimentos reivindica-tórios visando a melhoria dos seus niveis salariais e das suas condições devida.

O exemplo dessa disposição de luta já foi dado com a primeira gran-de greve geral dos estivadores e portuários, que acabaram alcançando assuas legítimas pretensões,- do mesmo modo que as conseguiram os oito miltrabalhadores em carrls urbanos que, pela primeira vez, realizaram ummovimento grevista total.

Mas outros movimentos se articulam em todo o País, evidenciandoa existência de uma nova situação no panorama das lutas reivindicatórias.Em São Paulo, cerca de 600 mil trabalhadores prepararam-se para vencer aresistência patronal, e conquistar aumentos salariais variáveis de 40 a 50%.Ainda em São Paulo, refletindo o descontentamento e a reação das mas-sas trabalhadoras contra a brutal elevação do custo da vida os própriosdonos de açougue decidiram cerrar as portas dos seus estabelecimentos,num vigoroso movimento de protesto contra as imposições dos frigoríficosque elevam, sem cessar, o preço da carne, que chegou a 2G0 cruzeiros o quilo.

Em Porto Alegre, onde é grande a tradição dos trabalhadores na lutacontra a carestia, os sindicatos estão se articulando para a deflagraçãoüe uma nova greve geral de protesto contra a elevação do custo de vida epor medidas concretas destinadas a promoção do barateamento dos gene-ros de primeira necessidade.

Os marítimos, ferroviários e portuários preparam-se, por cutro lado,para a greve nacional programada parao próximo dia 8, em defesa da paridadede vencimentos. A firmeza desses movi-mentes constituirá o melhor cartão devisitas rias massas trabalhadoras ao nsvoGoverno que se instalará em Brasília.

Nilson Azevedo

COM A UGHTÉ Só VENHA A HÓS...

Greve GeralDeixou a Cidade Sem Bondes

Dos TransviáriosNenhum dos 800 bondes que a Lighl

põe em circulação diariamente no Esta-do da Guanabara circulou durante 24horas, em conseqüência da greve geraldos trabalhadores em carris urbanosque, pela primeira vez, conseguirampromover uma paralisação total e pie-namente vitoriosa.

A greve foi iniciada a zero hora co, dia 20, e só 24 horas depois, com o' inicio do pagamento do aurrfentd sala-

rial de 38*/., em atraso desde junhoúltimo, os bondei começaram a se mo-vimentar pelai 80 linhas qut cortam oiprincipais bairroí da cidadt,

Embora cerca de um milhão de pai-

2) assinatura de um acordo salarialque entrará em vigor a ]° de dezembro,dando prosseguimento, em forma deaumento salarial, ao Abono Provisóriode 38%, cuja vigência se «xtingue emnovembro;

3) nenhuma punição para os grevis-tos;

4) pagamento inlegral do dia degreve.' Com esse acôrdd, os condutores, mo.torneiros, fiscais, inspetores e demaisempregados nas empresai de carris ur-banos voltaram ao trabalho, regulari-zando o serviço de transporte na ve-lha capital.

tageiros tenha lido diretamente atingi-do pela paralisação do seu tradicional Sonegação da Light

Bancários Discutirãono Rio a NovaPolítica Para o IA PB

Oi lideres bancários de todo o Paisraunlr-tt-ão no Estado da Guanabara,

provavelmente no dia 6 do mês vindou-ro, para examinar os assuntos relacio-nados com a nova política administra-tiva a ter adotada no IAPB, e com in-ttnsificacão da campanha pela con-

quisto do Contrato Coletivo de Traba-lho.

A CONTEC, que recebeu dos banca-rios dt Pernambuco a sugestão paraque convocasse a reunião do dia 6, es-té aguardando, entretanto, a conclusãodas campanhas salariais ainda em de-••nvolvimento em alguns Estados, paraque confirme a data do próximo en-contro nacional de bancários.

O bancário Edgard Rocha Costa,"jnfamente com o empregador CristóvãoMoura, foi eleito para o Conselho deAdministração do IAPB. Outros líderesdos trabalhadores em estabelecimentosde crédito disputam as eleições para osdemais órgãos do IAPB e da Previdên-cia Social. Para discutir a conduta queos representantes dos bancários devemadotar nos cargos que venham a ocuparno IAPB ou nos demais órgãos da Pre-vidência Social, é que os líderes daclasse se reunirão no Estado da Guana-bara. Essa medida de controle dos diri-gentes sindicais bancários constitui,sem dúvida, um exemplo salutar paratodas as demais categorias de traba-lhadores.

meio de transporte, o carioca mantevese solidário com os sete mil grevistasdas empresas de carrii urbanos, e tor-ceu pela vitória doi trabalhadores emsua luta aberta contra a ação erimino-sa da Light, que retardou, durante cin-co meses, o pagamento da elevaçãosalarial devida aos leui empregados.

0 acordoDepois de uma luta ininterrupta pe-

Io recebimento da elevação salarial de38%, que lhes era devida desde 1? dejunho, os trabalhadores em carris ur-banos acabaram servindo-se do recursoextremo da greve. A paralisação dotrabalho, por 24 horas, foi o suficientepara resolver um problema que se ar-rastava há mais de 4 meses, tendo ostrabalhadores conquistado a assinaturade um acordo pelo qual a Light se com-prometeu:

1) promover o pagamento dos atra-sados a partir do dia 21 de outubroaté o dia 15 de fevereiro, seguindo umescalonamento mensal que prevê, ain-da, o pagamento do Abono de Natalno dia 15 de dezembro;

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Quando os trabalhadores do Gru-po Light conquistaram o aumento sa-larial de 38%, a empresa condicionouo pagamento da melhoria salarial aelevação das tarifas de todos os servi-Cos que explora na cidade, entre osquais oi de telefone, luz, gái e bondes.Os poderei concedentei não pestane-jaram: atenderam a solicitação da Light,que é sempre a grande beneficiária dosaumentos salariais, graças ao servilismodai autoridades, que acreditam pia-mente nas escritas deficitárias que lhessão apresentadas pelo polvo ianque-canadense.

Apenas o aumento das tarifas dosbondes não foi concedido, porque setemeu a reação popular. Mas como aLight insistisse na chantagem, negandoo aumento salarial aos trabalhadoresem carris enquanto as tarifas de bondesnão fossem elevadas, os homens do Go-vêrno do Estado e dos Ministérios daAgricultura • Trabalho encontraram afórmula salvadora: sobrecarregar astarifas de luz, gás e telefone, e desti-nar o excesso ao pagamento do sala-rio dos trabalhadores em carris urba-nos. E o carioca teve1 de arcar, a par-tir de 1 de agosto, com um aumentotarifário de 50,7%. Mas a Light pe-gou o dinheiro suado dos seus milhõesde contribuintes, embolsou-o, e conli-nuou negando o pagamento ao pessoalda carris.

À medida que a pressão dos traba-lhadores aumentava, a empresa marca-va data para o pagamento: primeiroprometeu realizá-lo em 30 de agosto;depois, em 10 de setembro; finalmen-te, adiou-o para 12 de outubro. E nãofêz o pagamento em nenhum desses

prazos.

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Geometriada greve

Ninguém foi .buscar o bonde

Todos os hondns que servem — servem muito mal — os cariocas ficaramguardados no dia 20, sem molorneiros e condutores que fossem fazê-los traba-lhar. Pela prin\>:ira vez cm sua história o Sindicato de Carris Urbanos do Kiode Janeiro conseguiu fazer uma paralísi ção geral dos veículos da Light semque isso acarretasse prisão de seus membros.

Greve marcada

Com a paciência esgotada, os traba-lhadores reuniram-se em assembléia ge-ral, no dia 14 último, para tomar co-nhecimento de uma proposta ridículadas autoridades e decidirem o que fa-zer. O Governo, cedendo à argumen-tação da üght que afirmava não dis-

por ainda de verba suficiente para pa-

gar os atrasados, resolveu emprestar-lhe 50 milhões de cruzeiros. Mas a em-

presa negou-se a sacar o dinheiro noBanco do Brasil, e sugeriu às aulorida-des que oferecessem o empréstimo aosindicato, para que este sacasse i di-

nheiro e efetuasse, através da próprialight, o pagamento* do primeiro mês

em atraso. Os trabalhadores negaram-

se a compactuar com a farsa, e decidi-ram entrar em greve a zero hora dodia 20, se cté às 14 horas do dia an-terior não tivessem recebido os atrasa-dos. E a greve foi deflagrada.Prisão em massa

Greve nos serviços de bondes daGuanabara nunca fêz graça para nin-guém rir, A polícia carioca sempre semobilizou todinha para desancar o paunas costas dos trabalhadores. Mas des-sa vez a coisa foi diferente. Os empre-gados em carris urbanos tinham a seufavor a unidade da classe e uma do-lorosa experiência, adquirida durantelongos anos de luta contra as safade-zas e os crimes da Light. Quando elesdeflagraram esta primeira greve totale vitoriosa, fazia exatamente seis anosque lôda uma assembléia, composta demil e quinhentos trabalhadores era prê-sa e levada ao pátio da cadeia do Es-tado, porque pretendia, justamente, de-flagrar uma greve por melhores sala-rios.

Em muitas outras oportunidades osempregados em carris urbanos tenta-ram exercer o direito de greve, mas osseus planos eram sempre desbaratadospela policia, que encarcerava os seusmelhores líderes,

Há cerca de três anos o pessoal dosbondes voltou a decretar uma greve,mas a polícia entrou em ação, apre-endeu todo o material de propaganda,distribuiu comunicados falsos, e torpe-deou o movimento grevista.

Nova TáticaMas agora a coisa foi outra. Além

de os trabalhadores terem avançadona conquista das liberdades sindicais, opessoal da Light soube alinhavar todasas experiências do passado, e traçarum plano que asseguraria, em quais-quer circunstâncias, o pleno êxito tiomovimento grevista.

Não foi por acaso que o repórterficou surpreso quando chegou à sededo sindicato, momentos antes da de-flagração dq greve, e não encontrounenhum tra.lv Yaclor, a não ser o pre-sidente e o secretário do sindicalo. Esse

Os trilhos no Tabuleiro da Baiana fo-ram, no dia 20, paralelas sem uso, re«duiidos a esse simples aspecto freomé-tricô pela paralisação geral do serviçode bondes na Guanabara, fruto d»greve vitoriosa dos transviários.

tra um dos aspectos da nova tática: ne«nhuma concentração no sindicato, nemantes e nem durante a greve. E foi as*sim que o movimento sé tornou vitorio*so. Todos os sele mil empregados emcarris urbanos já sabiam o que fazer.,Os 250 delegados sindicais, contandacom a colabcração ativa dos compa*nheiros das suas respectivas seçõei dotrabalho, construíram o esteio do mo«vimento grevista. Independente disso,havia vários comandos de gieve nareserva, prontos para substituir os quoporventura viessem a ser presos. A ex-periência mardava que assim se proce*desse, e assim se procedeu. Os tirasque se dirigiram à sede do sindicato fi-caram desapontados, Não havia a quemprender. E não havia, por outro lado,nenhum bonde em circulação. Pareciaque um fantasma dirigia o movimentogrevista, o primeiro que os trabalha-dores em carris urbanos conseguiramrealizar desde a fundação do seu sin-dicato, em 1931 .

Uma dúvida da políciaNinguém foi proso na qreve da se*

mana passada. Mas o diretor da üi-visão de Polícia Polilica e Social, ca-pilão Carlos Pinto, enquanto os bon-des eslavam paiados, e os grevistas es-palhados peles quatro cantos da cida-de, concedeu uma entrevista à impren-sa, salientando que a greve era ilegal,porque afetava o serviço de transporte.Dito isso, o arguto policial esclareceuque eslava investigando dois pontosmuiio impor!anlns para que fossím fi-xaclas as responsabilidades dos infra-tores da Lei-

1) Por que a Lighl, apesar de terdinheiro em banco, não pc.:;Oj aos seusfuncionários, levande-es à paiede?

2) Por r,ue os trabnüiaiioros entra-ram em greve?

Ninguém sabe, alé i"-.:,\ so o ra-pilão policial conseguiu d' • cn o com-plicado enigmei. Mas ledos os cariocasjá descobriram que os trabalhadoresem carris urbanos voltaram ao trabalholego que a '¦'Ç''1' tirou o dinheiro dobft-ro r '--rjou o qua cia djvido hácinco mosuj.

at^r^>,;a.,i,.,..J^aM&iy Ja*. feastóiü.'..,.../,..

Rio de Janeiro, semana de 28 de outubro a 3 de novembro de 1960- NOVOS RUMOS 3 —

ãcionalistãs do PSD e do PTBAssumem d Liderança em Brasília

Panorama 0 "Estado de São Paulo"Dita a Linha

' Brasília (Do Correspondente— Acontecimentos políticos ocor-ridos no âmbito parlamentar par-tidário desde a proclamação do re-sultádo das eleições, e outros queso anunciam para estes próximosdias, parecem indicar alteraçõessensíveis no panorama político nasduas Casas do Congresso Nacional.

Nacionalistas na liderançaÈ na Câmara dos Deputados que

as linhas fundamentais dessas ai-terações, determinadas pela vitó-ria eleitoral do sr. Jânio Quadrose pela afirmação de pujança riomovimento nacionalista atravésdos quase quatro milhões de votosdados ao marechal Lott, se dese-nham com maior nitidez. Os gruposnacionalistas dentro do PTB e doPSD tendem a assumir, de fato, aliderança de suas bancadas e seapresentam fortalecidos diante dasdireções partidárias.

Logo após o pleito, no encontroque os parlamentares pessedistastiveram com o presidente Kubits-chek, coube ao sr. José Joffily in-terpretar o pensamento da ala na-cionalista do seu partido, à qual,no decorrer da campanha eleitoralse associaram próeeres como osers. Gustavo Capanema, EtelvinoLins, Ovidio de Abreu, Guilhermi-no de Oliveira e o líder da Maio-via, Abelardo Jurema, antes tena-zes adversários da chamada «alamoça>.

Mais recentemente, quando dareunião das bancadas federais como presidente nacional do PSD, mi-nistro Amaral Peixoto, não sòmen-Io o grupo nacionalista dominou odebate suscitado pelo balanço daderrota sofrida pelos partidos < si-tuacionistas, como ainda, constitu-indo-se em centro de unidade, ob-teve aprovação unânime para asimportantes decisões aprovadas:programa a curto prazo, de ime-diata ação parlamentar, e designa-ção de uma comissão para a ela-boração de novo programa parti-riário e da reforma dos estatutos.O espírito de ofensiva do grupo na-cionalista e a posição de liderançaadotada valeu-lhe uma primeiravitória sobre a ala reacionária dopartido, com a designação do depu-tado José Joffily para a liderançada Maioria durante a ausência dosr. Abelardo Jurema.

O programa de ação parlamen-lar aprovado pelos pessedistascompreende a batalha pela aprova-ção de alguns projetos que dizemrespeito a reivindicações popularese dos trabalhadores — prorroga-ção da Lei do Inquilinato, regula-mentação do direito de greve e pa-ridade de vencimentos entre civise militares — e do que trata da re-messa de lucros para o exterior —questão fechada para o movimen-Io nacionalista. Numa segundaetapa, a ala nacionalista da ban-

HKí RI III rjuK Ml •'Wj ^ÊW SÍJ ^H ^m^^Ê

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cada prevê luta por medidas de con-solidação da democracia, tais comoa aprovação de projetos de anistiaampla para os processados por de-litos políticos, inclusive grevistas,a reforma do art. 58 da Lei Eleito-ral, que retirou aos comunistas odireito de se candidatarem a pos-tos eletivos, e da atual Lei de Se-gurança, visando expurgá-la deseus dispositivos mais reacionários.

Grupo compacto traça linhaNo seio da bancada trabalhista,

o chamado «grupo compacto», re-forçado pela expressiva votaçãoalcançada pelo sr. Sérgio Magalhãese pela vitória do sr. Doutel de An-rirade, eleito vice-governador deSanta Catarina com votação bas-tante superior a alcançada pe'°candidato pessedista ao governo rioEstado, prepara-se para a reuniãocom o presidente do Partido, sr.João Goulart, com disposição dedefender a adoção de uma linhapartidária nacionalista, mais volta-da para os Interesses nacionais eas reivindicações da classe traba-lhadora. O grupo defenderá tam-bém a adoção de uma posição deindependência em relação ao futu-ro presidente da República. Nessareunião, marcada para quinta-fei-ra, será apreciado o relatório doministro Barros de Carvalho sobreas eleições rio 3 de outubro, noqual o sr. Kubitsehok é cm parteresponsabilizado pela derrota domarechal Lott, entre outros moti-

vos pelo fato de ter mantido den-tro do seu governo pontas de lançado entreguismo como os srs. Paesde Almeida e Armando Falcão.

FPN no comando centralSob a presidência do deputado

Bento Gonçalves, a Frente Parla-mentar Nacionalista se reuniu porduas vezes na semana passada.Dessas reuniões participou o lídorda Maioria, sr. Abelardo Jurema.As questões discutidas prendem-seà análise dos erros cometidos nacampanha pela eleição do marechalLott, à fixação ria responsabilida-de que cabe ao sr. Kubitschek e àscúpulas partidárias, à reafirmaçãode posição pela «irrevcrsibilidadede Brasília», e ao Manifesto do Mo-vimento Nacionalista Brasileiro aser divulgado nos próximos dias.

A FPN, neste primeiro moinou-to do reinicio dos trabalhos parla-mentares, procura coordenar e uniros grupos nacionalistas dentro dosdiferentes partidos para uma açãocomum, visando, não a uma posi-ção de oposição apriorística frenteao futuro governo do sr. JânioQuadros, mas a uma ação indo-pendente, desde já, baseada na do-fesa, em política interna e externa,dos postulados e reivindicações na-eionalisfas, algumas das quais seincluem entre as promessas deJânio, quando candidato. A Frenteagora, se pmpòo a «cobrar do Ja-nio o cumprimento dessas promos-sas,

O «Estudo de São 1'aulo» è o mais tradicional órgão da reação braal-loira centrada nos homens do café paulista. Particularmente depois da quedailo «Estado Novo», não se conhece uni só movimento ou golpe favorávelao imperialismo norte-americano e ao latifúndio que não tivesse o apoio •o incentivo desse jornal; temo também é difícil encontrar-se uma opiniãoemitida por êle, sobre problemas fundamentais do pais, que esteja em desa-côrdo com os interesses do imperialismo o do latifúndio.

i. o oráculo e o mais firme defensor da reação. De uma fidelidadeexemplar, raramente se deixa vencer pelas tentações do dinheiro que nãotenha a côr da Esso e da Light. For mais que um governo seja oonciliador «complacente em relação ao imperialismo e ao latifúndio, se não t» rendaInteiramente ii vontade de Kockcfeller e dé Lmiardelli não tem as boas gra-çns do jornal. Com Dutra, foi reticente; recebeu Gctúlio com raiva, e acabouajudando a empurrá-lo ao túmulo; embora muitas vezes tenha aplaudidoJuscelino, nunca deixou de formar ua oposição ao atual governo.

Agora, com a eleição de Jânio, o «Estado de São Paulo» se sente nopoder, iiua.se diariamente publica tópicos e editoriais, «ditando a linha» dofuturo governo, que, segundo êle, vai «limpar o pais de 30 anos de dema-gogia e desvergonha». O último desses editoriais, publicados terça-feira, éparticularmente significativo.

ü «pensamento') que promoveu a eleição de Jânio, diz o «Estado»,neste editorial, «1> nenhum modo se dispõe a tolerar a permanência empostos-chaves de S -ção de figuras qua chafurdaram ua corrupção que ca-racterizou, não só a ditadura, mas os períodos de governo constitucionaldos grs. Dutra, Getúlio e .luscelino. Tendo aquele que, direta ou indireta-mente, participou da bacana! em que nos últimos 15 anos se converteu aadministração deste país, wra posto «fie lado inexoravelmente.

Mais adianta-, o jornal explica melhor quais são os alvos de tão vio-lentas ameaças, qitvm são os «corruptos» que realmente o preocupam: sãons nacionalistas e os comunistas. E' preciso, sobretudo, ter em mente «o querepresenta o perigo nacionalista para as nossas instituições democráticas»,

diz êle; e proclama, bem alto, como lema do futuro governo, esta frase;«Precisamos do concurso do capitai estrangeiro»-

Para os quo ainda tivessem dúvidas sobre o caráter lmperialista •antidemocrático das forças que promoveram a eleição de Jânio, essa arro-gãncla do «Estado «Ia São Paulo» é um precioso elemento de convicção. Alasa atual posição desse jornal não serve apenas para confirmar o conteúdoreacionário da vitória de Jânio. Ela revela também a insatisfação com queos reacionários mais «ortodoxos» estão recebendo as atitudes hesitantes,dúbias e ambíguas que Jânio tem sido obrigado a tomar, pelo sentido na-cionalista e democrático da votação popular que recebeu.

«A Nação exige franqueza e lealdade dos que se dispõem a governá-la»,di/. o jornal, num claro recado a Jânio; e retorça a queixa: «Ela desejaouvir de seus futuros chefes palavras que não se prestem a dupla Interpre-tação, mas Incisivas, claras, corajosas»... «aos novos líderes do pais com-pete procederem a uma revisão total dos princípios e das concepçõespolítlcasi),

Jãsio estende a mão a Jaugo, numa tentativa dle evitar a hostilidade<Lo trabulhisnío e do movimento sindical; Insiste em dizer-se defensor daPetrubras) porque sabe que milhões de brasileiros quo votaram nele são pa-trintas, e por isso intransigentes defensores do monopólio esltatal; acenaeom favores e acordos a tudo e a todos, porque sabe que não poderá go-verunr apenas com a e.streita minoria que financiou a sua candidatura. Aqueixa — que não ó a primeira — do«Estado de São Paulo» interpreta a decep- __^^_^_^çào que tais atitudes causam nos antrosnmis agressivos da reação, e npnnla acontradição básica que a vitória jnnista Irou-xe em seu bojo.

Renato Areno

Kubitsch CM dávi yl\ ¦ é *J

DEFESA DE CUBACom a intensificação das agres-

soes e ameaças de. invasão norte--americanas contra o povo cubano,os trabalhadores e estudantes ca-riocas articulam-se para promoveruma campanha cerrada rio solida-riedade a Cuba. Sexta-feira passa-da, na UNE, rcalizou-.so o primeiroencontro de lideres sindicais e riiri-gentes esludanlis (loto), com o oh-jetivo de planejar a campanha dedefesa, cm Âmbito nacional, do povocubano, contra a intervenção impe-rialista norlc-aincricanii.

Também u'o setor poíítico-parli-cJârio está sendo intensificada anção de solidariedade paia com arevolução cubana. Km Brasília, a

Fronte Parlamentar Naeionalislaincluiu entro ns principais pontosde seu programa de ação imediataa defesa do Cuba. No líio, reunidosegunda-feira última, o DiretórioNacional do Partido Soialista Brarsileiro emitiu tuna declaração espe-ciai <le apoio a Cuba.

«O rsit — diz a declaração —IM ao espirito e à letra da Cons-íituiçào, o acorde eom as tradições

pacíficas do povo brasileiro, conde-na lôda provocação de guerra h,especialmente, a agressão une osfrustes internacionais preparamcontra Cuba, a cujo povo os sócia-listas brasileiros manifestam inte-

gral solidariedade».

O sr. Kubitschek pediu licençaao Congresso para viajar, em no-vembro próximo ao Paraguai. Opretexto para a viagem é a inati-guração de uma ponte ligando osdois países, sóbre o Rio Paraná, eo argumento apresentado para'•dourar a pílula" para os con-gressistas e para a opinião publi-ca, c o de que a visita será apenasde um ou dois dias.

O presidente Kubilsohok dòoutro lado do Rio Paraná repre-sentará, aos olhos de lodo o mini-do. a afirmação de uma solidário-dade para com o regime podre e

policial de Slrocssncr

A ida do sr. Kubitschek ao Pa-raguai será uma confirmação tiasnumerosas denúncias quo vêmsendo fritas sobre o apoio, ás vê-zes dissimulado, ás vezes ostciisi-vo, que a ditadura de Slrocssncrvem recebendo do governo brasi-loiro. Será o complemento da fa-mosa declaração do ministro l>á-fer. para quem o regime paraguaio"está se democratizando".

:¦;(¦¦:

Üw um/írüo rvv-n çáírOi n^ PQfSíDENTíS uut .tíUVÂCâF ~ Ú.V U DAUUS Uw ; r~~'£"~t -Tc n js 'n h ^ < í h \ r r\ú B P A 5 l uÉ ¦. r A K t\ w u Ai t Cü w *v ^ v

!f --'yl

Será a confirmação da 1 'renteNational Paraguaia, de que o go-vêrrío brasileiro fornece aviões carmas a Slrocssncr, para a repres-são aos movimentos do libertaçãopopular, naquele país. Fotografiasdos aviões chegaram a ser publica-das na imprensa, mas ainda nãose pôde deitar mão nas remessasde armas. i'. corto, entretanto, queum sorriso e um discurso do pre-sidcnle do Brasil valem muitomais do que caixotes de fusis.

Confirmará lambem a denúli-cia do outro núcleo de patriotasparaguaios, a Fronte Única de Li-licitação Nacional do Paraguai, deque a polícia brasileira na frontei-ra foi posta á serviço de Slrocssncr,na repressão aos combatentes quecruzam o Rio, á procura do asilo.Confirmará a faria documentaçãojá publicada na imprensa, ilcmons-trando que a política do governobrasileiro em relação ao Paraguaiobedece estritamente aos intciès-ses dv grupos econômicos norte--americano'-, e de brasileiros asso-ciados a êstes, que estão cstabelc-cidos no Paraguai, e aos quaisSlrocssncr dá todas as regalias.

A ida rio sr. Kubitschek an Pa-raguai confirmará, finalmente aconvicção (pio hoje já é de todo omovimento nacionalista brasileiro,de que cie preside um governo in-capaz de dar ao pais uma políticaexterna de independência, de so-berania, e de respeito á vontade oaos interesses de nosso povo. É o

Mão Forteroessner

governo da entrega de Fernando hiington, cm relação a Cuba. queNoronha, que não teve ainda cora- promoveu o beija-mão a Salazargem de reatar relações diplomáti- para agradar aos militaristas dacas e comerciais, em bases sérias, OTAN. ti o governo que não temcom'a URSS, que assumiu uma escrúpulos em baixar ao nível deatitude de subserviência a VVas- um Slrocssncr.

Capitalistas IanquesCompram Tetras no Brasil

Um telegrama da United Press,dias atrás, deu conta da exislcn-¦cia de uma empresa cuja atividadeé pôr em leilão, nos Estados Uni-do;;, terras brasileiras, A empresatem o sonoro lilulo t\r Brazilian1,,'ind Dcvelopim nt < o, segundo anoticia, j;'i ackpiiriu 600 mil hcclà-res em Maio Gro so, para vendo--lns, a dclíílhc o a granel, a capita-IM;is, luristas, ou outros pretendeu-tes norte-americanos.

Polo telegrama, indica-se mesmoque n governo brasileiro está cmacordo com a empresa ianque, pa-ra construir estradas e outras obrasporto das torras em questão, o as-sim cooperar para a valorizaçãodestas. Diz a noticia que um Mr.Shprt, diretor tia empresa, decla-rou a imprensa que «há um planorio obras do governo para 'ine nualguns awk passe por cias (as ter-ras) alguma estrada »¦.

A «Brazilian Land Devolopment»não é a única empresa norte-ameri-cana riedichcla á pôr cm leilão, nos

Lsládos Unidos, torras do Brasil.Diversas outras já tiveram sua exis-'tência revelada pela imprensa. Hápoucas semanas a revista «Time ¦chegou mesmo h publicar um grau-de mapa do Brasil, onde estavamfixados os preços cm dólares dohectare cm cada região brasileira;no lexlo, anunciava-se verdade'racorrida de investidores iaiuiuvs i-Icrrssaclos na compra — para u"i-pação ou para especulação •!?ierras ont nosso pais. Ê sabido iiuedezenas de milhões de hectares, noBrasil Central, já estão nas mãosdo proprietários norte-americanos.

Não há lei no Brasil que proihaesse leilão do pais no estrangeiro,Mas a docência nacional e a ségu-rança do pais exigem do governobrasileiro uma atitude menos com-plaecnte para eom ossos leiloeirosdo imperialismo, o levanta, diantedo Congresso, a urgência da apro-vaçâo de uma lei que venha porfim, <h uma voz, a essa revoltante'forma de alienação dn soberanianacional.

ryàljPtMNM I

IP* Jm

Uma velhaamizade

KiibiLse.hek c velho amiRo de Strocssncr, Deu-lhe calorosos abraços, HumiiH'sua posse, no Ilio; depois, ponto antes da inauguração tia Nova Capital, rec.c-lieu-o com alegria não menor, em Brasília, .\nnra pretende ir rcve-lo emterritório paraguaio. Por Irás da amizade, entretanto,, estão os cadáveres tlt:milhares de patriotas paraguaios

Aiciiêm considera pobre a pre-gação anticomunista de '». .lainieCantara'.' Que então essas pc?.;oasde apurado' senso iritiro alentempara o w vrl" afirmar rji;ranl'ios brasileiros, cm visita ao pais. ohispo-auxiliar de Nova York. Fui-lon SI-' n. A navegação aérea cn-curta distancias, Nada mais roti-nclro, li"'t' em dia, que um vôopiitre ns Kslados Unidos c " Bi'n-sil. !\í(">inti assim, é difícil á pri-mrira vista comprccndcr-sc une oliispo-auxUiar novaioíqulno lenhapassado algumas horas acima dasnuvens, nas vizinhanças da CorteCelestial, quase n ponto de ouviros coros dos anins alternando me-lodias '¦atras, para depois vir tlizer, sub o calor infernal da Ci-dade dr. São Sebastião, que o mo-vimento comunista persegue nscristãos e que o cristianismo tevemaior número de mártires a par(ir da revolução soviética do quedurante seus trezentos primeirosanos tle existência,

? ? +

Que juízo fará n <-n\rv.:i novaior-quino de D. Heldcc Câmara da

Inteligência dos brasileiros?próprio mundo capitalista, sóparvos, hoje,, i.m dia, ainda a<ditam nns fábulas a respeitoperseguição religiosa nos pasocialistas. Por rjuc a Embai*Americana deixou de advertibispo.'.Fulton Shnen sobre ncnnvcniònela de repetir coisassn n Almirante Peita Boto é cade continuar ruminaiído nn Pia

Non;

re-da

isesatlai' oin-r;liepnasil?

i'-t< i•¦nfin se à "propaga(,'5.(i dasi ri - •>; vermelhas no Japão, naÁfrica e lia índia", o prelado nor-te-americáno atribui o fato "ao In-,slgnificantc grau de desenvolvimento cultural de seus povos", Tc-mos, com essas palavras, o cartãode visita do hispo-auxiliar tlc NovaIorque, Podemos, em face de ta-manha demonstração, avaliar queespécie de auxilio o bispo FultonShccn c capa/ de prestar aos ca ¦lólicos da enorme c atribulada ci-dade que lhe rorne.ee, cm mossasfatias, o pao út ."ida dia.

Não dr vemos, porém, diante defalas como essa do alto dlgnltàrioda Igreja norte-americana, |ulgartodos pnr um O blspo-auxlliar drNova Iorque, na verdade, cão vemn America do Sul em vão. Veiorealizar missão política, Veio de-.'empenhar, embora atormentadopelas icrrivei.- limitações dè umVieira antos do estalo, a missãodn alia hiorarquln eclesiástica, decombater o socialismo para evitara rápida derrocada, do capitalismo,ris elementos mais o.ònscrvRrloiPòri;' Igreja também nãn sp coktca-ram ao lado do fcudaiismo, cm fa-re da revolução burguesa, nn fnredo surgimento do caiiltailsmo,finando esse surgimento significa-va progresso?

As palavras desse visitante, semduvida, nada tem a ver com pro-hlcmas confessionais, Icgitlniamen-te eclesiásticos. Constituem propa-cauda ideológica do imperialismo.Pronaganda por sinal bem fraca.Trabalho tle uma alma transviarta.<{ue Deus o ajude.,.

wiriiiiBriyiiiirüiiiiiMin

_- 4 NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 28 de outubro a 3 de novembro de 1960 —¦

O Resultado do Pleitoem Nilópolis

A Diretoria do Comitê Municipal doMovimento Nacionalista do Nilópolis, na

quinta-feira passada, em assembléiacom representantes de C»mitês de Bair-ros, deu um ligeiro bolanco do resulta-do do pleito no Município.

No balando realizado, a Diretoria eos demais participantes chagaram àconclusão de que o trabalho dos na-c>naltstas foi proveitoso, uma vez quesai'J reforçada a frente nacionalista queconseguiu dar a vitória a Lott e Jangoem Nilópolis, com uma diferença de2.558 votos sobre o sr. Jânio Quadros.Podemos afirmar que Nilópolis foi oMunicípio fluminense que melhor con-trihuiu para a vitória do Marechal emtodo o Estado. Mais de 50% da dife-rença coube ao nosso Municipio. Estão,

portanto, de parabéns os nacionalistasda Nilópolis, que contaram desde as

primeiras horas com o apoio firme e de-cldido dos comunistas do Município, comelementos do P. S. D. e do P. T. B. e dehomens sem partido. Podemos tambémassegurar que dos 22 Comitês de Bair-ros instalados, a grande maioria deuuma valiosa contribuição para que ai-cançássemos a vitória nacionalista noMunicípio.

No balanço chegámos também à con-clusão de que não fomos eficientes emnosso trabalho de esclarecimento do

povo, no sentido de fazê-lo compreen-der o que representava a candidaturadivlsionista do Sr. Ademar de Barros,a serviço da candidatura do Sr. JânioQuadros e que se colocou em segundolugar na votação em Nilópolis.

Ficou resolvido que o Movimento Na-cionalista continuará trabalhando pelocumprimento do ProgramaMínimo apro-

Do nosso correspondenteDI0G0 SOARES CARDOSO

vado unanimemente pelos convencio-nais, em assembléia realizada na Câ-mara Municipal, durante a campanhaeleitoral, e será exigido o seu cumpri-mento às autoridades municipais.

Outra resolução foi a de que os na-cionalistas procurarão atrair para assuas fileiras a parte da população quevetou no Sr. Jânio Quadros na espe-rança de conseguir mudar para melhor,confiando nas suas promessas de fundonacionalista.

Como última resolução, os naclona-listas de Nilópolis congratularam-secom os trabalhadores e o povo, como P. S. O. e o P. T. B. locais, pelo tra-balho conjunto realizado nas vésperasdo pleito, o que concorreu bastante pa-ra a vitória nas urnas des princípiosnacionalistas, no Município.

Foi o seguinte o resultado do Pleitode 3 de Outubro em Nilópolis:

PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA:

Votos

Marechal Henrique Lott 10.701Adhemar de Barros 9.553Jânio Quadros t.\43

PARA VICE-PRESIDENTE:

João Goulart 11.491Milton Campos 7.131Fernando Ferrari 9.137Votos em branco 1.519Votos nulos 1 242Total de urnas 127Eleitores Inscritos 37.900Eleitores que votaram 30.526Deixaram de votar 7.374

Ditadura de SalazarContra a Maternidade

Depois de mais de trinta anos de re-gime do «economista» Oliveira Salazar,a miséria • indigência do povo portu-gues continua exatamente a mesma,quando não piorou. Uma demonstraçãoevidente deste fato pode ser vista nos<cuidados especiais» dispensados pe!aditadura às mães e às crianças. Segun-do o» últimos dados oficiais, relativosao ano de 1958, mais de três quartosdos nascimentos naquele ano realiza-ram-»ie sem qualquer assistência àsmães. Em outras palavras, mais de 120mil portuguesas tiveram que dar à luzseus filhos inteiramente sozinhas. En-

quanto isto, outras 45 mil, um poucomais afortunadas, puderam contar como auxílio de porteiras, que geralmentenão têm qualquer conhecimento do as-sunlo.

A razão para essa enorme propor-çãc de pailoj «naturais» é muito sim-

pies: em todo o pais só existem poucomais de 600 leitos em maternidade:. Aesmagadora maioria das famílias nãotêm condições para pagar esse «luxo;.No cuidado a in'nrria a situação ée'atamente a inctnft. Com exceção do»famílias abastadas, os portugueses,completamente desprezados pelo Estado

policial de Salazar, não têm como pro-teger seus filhos. E o resultado é quequse 18 mil das 218 mil crianças nas-cidas em 1958 morreram com menos deum ano de idade. A grande miséria do

povo se soma o absoluta falta de os-sistência médica, a inexistência de pos-tos de puericultura e r' • r"'-)ôncla so-ciai aos trabalha-' '!e e docampo.

Dos 21 distritos em que se dividePortugal, 14 nunca souberam o que éuma maternidade. Quer dizer, em doisterços dos distritos do país »ó existeuma alternativa: recorrer a uma parlei-ra ou «arranjar-se» sozinha. Isto, é cia-ro, para as mulheres dos trabalhadores

portugueses. As senhoras ricas podemperfeitamente se dirigir a uma cidademaior e dar à luz com um certo confôr-to. As portuguesas pobres ou arremedia-das, entretanto, sabem que cada novofilho representa uma ameaça à sua vi-da, pois os recursos de que disporãodurante o parto são os mais primitivospossíveis.

Mesmo as malernidades existentessão precárias. Basta dizer que em lodoo pais só existem três maternidades commais de 50 leitos. Mais da metade dasrestantes têm menos de dez leitos. Oregime de Salazar, te- não protege amãe portuguesa, não pode ser acusa-do porém, de não incentivar ... a

prostituição. De falo, como foi revelado

por um famoso especialista português,no início da década existiam, em Lisboa,mais de 5.000 prostitutas para uma po-pulação de menos de 800 mil pessoas.Em outras palavras, em cada 40 ou 50mulheres, uma foi jogada na prostitui-çóo. O que é pior, é que mais de umdnrimo das prostitutas são moças de 1 5a 20 anos.

Não se pode dizer, tampouco, queesse «incentivo* não tenha dado seustruios. Em 1958, só na cidade do Pôr-to, eram regisl.-cir!r< cezesseis mil iradosde sífilis, numa população de 100 milhabitantes. .,

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|S^^^^J^^^^fc^^_^^gàj|^i^^^^^^jBBWBB

A Comissão Coordenadora da II Con-

ferência Laino-Amerieana Pró-Anistia

aos Preso* e Perseguidos Políticos da

Espanha • Portugal ofereceu, no dia 18

do corrente, na sede da União Brasi-

leira de Escritores (Seção de São Pau-

Io), um coquetel à Imprensa, durante

o qual a advogada Dolores de Mello

Vassão concedeu uma entrevista tole-

tlva fôbre o* trabalhos preparatóriosno Brasil. Compareceram cerca de ses-

senta pessoas, entre a» quais oi escrl-

tores Paulo Dantas e Aldenora de Sá

Porto, o vereador João Louzada, jorno-listas e inúmeros diretores de sindica-

tos da Capital bandeirante. O coquetel

foi servido por jovens universitárias e

oreparado por associados do Sindicato

dos Empregados em Hotéis de São

Paulo, tendo sido ofertadas pelas In-

dúustriai dt Bebidas Milani Ltda., querepresentam no Brasil • uísque «Old

Argyl».

A conferência, dadas as dificulda-

des de comunicação com os demais

países participantes, foi transferida

para oi dias 27, 28 • 29 de janeirovindouro, na Capital uruguaia. No cli-

chê, um aspecto da mesa formada na

ocasião, vendo-se a advogada Dolores

Vassão quando respondia às pergun-

tas dos jonralisfas; o vereador João

Louzada; a escritora Aldenora de Sá

Porto • uma jovem estudante.

|, , Jj }y\

í BB . ' .-. - 1

SÀ0 PAULO

TRÊS MIL AÇOUGUESCERRARAM AS PORTAS!

Solidariedade às Vítimas de Franco e Salazar

« ESTUDOS SOCIAIS»

À VENDA NAS BANCAS O N." 9 DA REVISTA

DE CULTURA MARXISTA

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Pedidos à redação: Rua São José, n' 50, s/502 —Rio, Guanabara

Matrículas na

Universidadedos Povos

De diversos Estados temos recebidopedidos de informação sobre matriculana Universidade da Amizade dos Po-vos, de Moscou. São pedidos de estudantes que pretendem matricular-seainda êsle ano.

O prazo de inscrição está, enlreinn-to, encerrado para 1960. Conforme no-liciamos, já começou mesmo o perío-do de aulas. Podemos apenas acres-cenlar que, segundo noticiam os jor-nais soviéticos, o número de vagas naUniversidade será muito aumentado no

próximo ano. E as condições para ma-tricula vão ser naturalmente publicadasno momento oportuno. Logo que issoocorrer, informaremos aos nossos lei-tores.

Solidariedadea Jofre

CorrêaPor ocasião da conferência sobre re«

forma agraria, ultimamente realizadaem Atibai_ (SP) — com a presença dodr. Carlos Lorena, técnico da Secreto-ria da Agricultura • do Sr. Nestor Vera,diretor da ULTAB — foi aprovado umamoção de solidariedade a Jofre Cor-rela Neto • demais companheiros seus,incursos na Lei de Segurança Nacionalpor defenderem direitos de famíliascamponesas de Santa Fé do Sul.

Do setor suburbano dos ServidoresPúblicos da Guanabara recebemos aimportância de 430 cruzeiros para serencaminhada à família de Jofre Cor-reia.

AVISO AO POVO — tÊste açougue,como protesto pela elevação exagera-da dos preços da carne, não funcio-nará nos dias 26 e 27 do corrente. Ou-trossim, o Sindicato do Comércio Vare-

jista de Carne de São Paulo pede ao

povo que telégrafo ao sr. Presidente daRspública solicitando medidas urgentes

para pôr cobro às altas exageradas econstantes da carne».

Responsabilizando os frigoríficos, osInvernistas e e governo federal, o Sin-dicato do Comércio Varejista de CarnesVerdes inicia um amplo movimento de

protesto contra a situação, mandandoafixar nos açougues da Capital carta-zes com os dizeres acima. Sem outromeio de vida que não seja a venda dacarne n.o retalho, os açougueiros deci-diram em movimentada assembléia de-fender os seus direitos e os dos consu-midores.

0 povo não compraA elevação do preço da carne pro-

vocou imediatamente um retraimento

por parte dos consumidores, o que re-duziu para 1.500 toneladas por sema-na a quantidade de carne antes vendi-da à população no mesmo prazo: 3 miltoneladas. Em desespero, sem ter ou-tra alternativa, os açougueiros exigemdo Governo o imediato tabelamentoda carne pela COAP, na tentativa deeliminar com a medida o descontroladoaumento de preços. Segundo a opiniãode inúmeros proprietários de açouguesa carne poderá chegar dentro de pou-cos dias a 300 cruzeiros. Os consumi-dores se retrairão mais ainda, ocasio-r,-.!-.do o fechamento H-» vários estabe-

lecimentos, que serão levados, inevitò-volmente, à falência.

Ao lado disso, é opinião generaliza»da que a COAP deve ter seu plenáriodemocratizado, a fim de que os inle-»rèsses do consumidor sejam devida»mente preservados. A participação d«dirigentes sindicais nestes plenár' \consideram muitos, seria uma contribui-

ção apreciável à defesa do povo.

Frigoríficos e invernistasO Sindicato do Comércio Varejista

da carne, em sua assembléia, examinouvários aspectos do problema, tecendoseveras restrições à atuação dos frigo-ríficos (nacionais e estrangeiros) e

particularmente aos invernistas. Estessão acusados da maior responsabilida-de no aumento do preço da carne, por-quanto s» em 1959 (agôsío) o boi eravendido (arroba) a 530 cruzeiros, atu-almente êle custa 1.200 cruzeiros. Pre-tendem os invernistas, com essa medi-da, fazer com que o povo coma menoscarne e haja portanto quantidadescada vez maiores para a exportação.Os invernistas, insatisfeitos com a cotade exportação fixada pelo Governo Fe-deral, vêm diligenciando junto ao sr.JK no sentido da mais ampla liberaçãodo mercado. O atual aumento do preçodo boi em arroba, seria parte de umamanobra de larga envergadura desti-nada a lucros escorchantes com o sa-crifício do povo. Os frigoríficos, segun-do a opinião de grande número deaçougueiros, estariam associados aosinvernistas para o obtenção da medi-da liber.tória.

Nos d^os 26 e 27 do corrente os

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açougues paralisaram com ,o cerromen-to das portas. O movimento conta coma simpatia da população e so destina aalertar o Governo para as conseqüên-cias que poderão advir de sua omistão.Com o apoio de organizações sindicaise populares, de donas de casai o par-lamentares de todos os partidos, osaçougueiros visitarão os Campos Elíteospara levar ao sr. Carvalho Pinto umapelo no sentido do que contribua,também, para a solução do problema.Entendimentos têm sido feitos entre adiretoria do Sindicato e o Secretário daAgricultura sem resultados satisfatórios.

Quatro medidasDo exame ainda superficial do pro-

blema, algumas medidas se impõem:a) proibição por parte do Govirno

da exportação da carne, a fim do quea oferta ciesv.a e os Invernistas o fri-gorificos sejam obrigados a oferecer oproduto a preço em correspondênciacom o poder aquisitivo do povo;

b) tabelamento da carne pela COAPpara coibir-se abusos;

c democratização do plenário daCOAP, para que não votem pelo povoos agentes dos invernistas e dos frigo-ríficos;

d) intervenção federal nos frigorífi-cos.

Greve geralSegundo apurou a reportagem de

fC uma greve geral de proteslõ, curtamas enérgica (24 horas) seria desfe-cliada com o concurso dos sindicatosdos trabalhadores. Estes apelariam atodo o povo no sentido da cessação detodas as atividades, a fim de se fazersentir ao Governo a gravidade da si-tuaçáo.

a Primeira Greveem Paranavaí

Quem realizou a primeira greve emParanavaí, cidade situada no interior

paranaense, foram os trabalhadores daSerraria Regina Maria (foto), que pa-ralisaram o serviço no dia 5 de setem-bro, e só voltaram a êle oito dias de-

pois, quando já lhes estavam assegura-dos um aumento salarial de 500 cru-zeiros mensais, o pagamento dos sala-rios e das hoias extras em alraso e a

»'•> irJtns" cos armazéns, .

greve dos 80 operários foi dirigida

pela Associação dos Trabalhadores emSerrarias de Paranavaí, e conlou coma solidariedade do povo, do comércioe dos estudantes, que enviaram dinhei-ro e gêneros alimentícios aos grevistase suas famílias. Ao lado dos trabalha-dores colocaram-se ainda o deputadofederal José Silveira, a o candidato avereador Alyrio Uhlmann. A cidadefesteiou a primeira (jreve e a primeirovitoria dos Irabcilhcidoies de Paranavaí.

ftOVOS RUMOSDiretor

Mário AlvesDlrüloj' K.vculhti

Orlando Bomílm JúniorRedator Chrfp

Fragmon BorgesSecretário

Luiz Fernando CardosoGerente

Gíillcmberg CavalcantiRedatores

Renato Arena, Paulo Moita Lima,Nilson Azevedo, Fausto Cupertino,

Rui Fato, Solon Pereira NetoReriayAo: Av. Uio Branco, '„Í57. 17'

¦lidar. S/17IÜ — Teli 42-7344Gerência: Av. Rio Biunco, 257,

!»" andar s/1105SUCURSAL ÜE S. MULORua 15 de Novembro, 228

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Endereço telegràfico —«NQVOSRUMÒS»ASSINATURAS

Anual rjrS 2n0,noSemestral > i3üiUn.mrrifistral » tii.iiuAérea anual, mais CrS 200,00;semestral, CrS 100,00; trimestral

CrS 50,00.Numero avulso CrS 5.U0NuiiirMo atrasado > SUO

•— Rio de Janeiro, semana de 28 de outubro a 3 de novembro de 1960 NOVOS RUMOS 5 —

Notas Sobre Livros

Algumas reedições de livros importantes, feitas ultimamente, recla-mam pelo menos um registro. Registro que no caso eqüivale a louvormerecido, pois livro reeditado é livro consagrado pelo público ledor, criticocoletivo — e definitivo.

Mencionarei em primeiro lugar dois livros de Nelson Werneck SodréO Que se Deve Ler para Conhecer o Brasil (2." edição, Centro Brasileiro

de Pesquisas Educacionais, Ministério da Educação e' Cultura) e Históriada Literatura Brasileira, seus fundamentos econômicos (3.a edição, inte-gralmente refundida, José Olymplo Editora).

A reedição do primeiro destes dois livros é a bem dizer uma reediçãosó do titulo, pois seu texto sofreu completa remodelação., e remodelaçãopara melhor, conforme é fácil de se verificar. Obra didática por excelência,obedecendo a rigorosa ordenação metódica, cada um de seus capituloscontém uma introdução histórica, seguida da indicação bibliográfica dasfontes principais de estudo, com observações e esclarecimentos, e aindaa indicação de fontes bibliográficas subsidiárias. O Que se Deve Ler paraConhecer o Brasil é um livro realmente precioso, um verdadeiro manualcia cultura brasileira, guia seguro para quantos — brasileiros e estrangei-ros — desejem estudar a fundo a nossa formação e o nosso desenvolvi-mento desde os primórdios da história pátria, em seus múltiplos aspectoseconômicos, políticos, sociais e culturais.

A l.a edição da História da Literatura Brasileira data de 1938 e a2.* de 1940. Esta 3.n edição constitui também um livro novo, refeito deponta a ponta, acrescido de muitas páginas novas, com uma análise maisaprofundada do fenômeno literário brasileiro, seus fundamentos econõ-micos e suas conexões históricas e sociológicas. Nelson Werneck Sodré,crítico, historiador e sociólogo de formação teórica definida, construiu oseu livro sobre uma base científica, isenta de preconceitos rotineiros e dearbitrárias deformações. Dá-nos, de tal sorte, um. obra de sólida estru-turação, elaborada com amplo conhecimento ;. f matéria e redigida porum escritor de primeira ordem. Sua interpretação da nossa história literáriapode não agradar a muita gente; mas é a única que assenta em alicercesque o tempo não destrói, e daí a autoridade adquirida por este livro, justae merecida autoridade, que se consolida com o correr dos anos — e dasnovas edições.

Gondin da Fonseca — Machado de Assis e o Hipopótamo. 3.* edição,Editora Fulgor, São Paulo. O subtítulo dado à obra pelo autor define-lheas intenções: "Uma revolução biográfica." Trata-se, em verdade, de nãoapenas uma, mas de duas revoluções distintas. A primeira, levada a efeitopela interpretação freudiana da vida e da obra de Machado de Assis. Asegunda, produzida pelas pesquisas diretas em arquivos brasileiros e por-tugueses, à cata de dados autênticos que viessem esclarecer dúvidas econtrovérsias relativas à Infância de Joaquim Maria, aos seus pais e àsua madrasta. Podemos discordar — e eu me alisto entre os que discordam

da Interpretação freudiana; mas mesmo aí não é difícil encontrar nolivro de Gondin numerosas conjecturas aceitáveis, vistas fecundas queabrem caminho a novos pesquisadores e analistas. Quanto ao seu trabalhoobstinado por arquivos de igrejas, cemitérios, cartórios, etc, aqui no Rioe na ilha de São Miguel, nos Açores, para onde se transportou Gondin,especialmente quanto a isso tem de ser unânime o louvor: èle realizouneste particular uma revolução definitiva, sem deixar margem a qualquerpossibilidade atual ou remota de alguma contra-revolução. E com istoproporcionou-nos uma lição de primeira: a de que a pesquisa direta àsfontes é o único método que leva ao estabelecimento da verdade histórica,desde que cientificamente utilizado. É tarefa sem dúvida humilde, obscuramorosa, fatigante, mas sem ela nada feito. Acrescentemos que este livro,como tudo quanto escreve Gondin da Fonseca, tem a sua marca incon-íundivel, que se exprime numa prosa desabusada, polemica por dentroe por fora, sempre e sempre Gondin da Fonseca.

Ivan Pedro de Martins — Fronteira Agreste. Romance, 5.* edição,Editora Civilização Brasileira. Quando apareceu, em 1944, este romancede estréia do autor, a crítica o recebeu com amplos elogios, e o EstadoNovo fascista, já chegando ao fim, considerou-o um livro "subversivo" econfiscou a sua edição. Mas o Estado Novo envelhecia rapidamente, emorreu, morreu o fascismo, morreu o nazismo — e Fronteira Agreste conti-nuou vivo e bem vivo, a multiplicar-se em novas edições. Parece que o roman-<:e era mesmo "subeverslvo', pois seu aparecimento — provocando as iras fas-oistas e suscitando, em contrapartida, um movimento geral de protestocontra o confisco — ajudou de alguma forma a liquidar o Estado Novo.

E aqui o temos, agora, em 5.a edição, robusto, clesempenado, a cumprirt sua missão literária e social.

João Ribeiro — Cartas Devolvidas. Reedição comemorativa do con-tenárlo de João Ribeiro, Livraria São José. João Ribeiro, a meu ver, é onosso maior ensaísta, fino e malicioso como•eiscentos diabos, e ainda um erudito de prl-meira água, um sabedor de mil e uma coisas.E este livro da ensaios, obra literária da me-lhor qualidade, é um livro típico de JoãoRibeiro. Não é preciso dizer mais nada.

A\tropldo PL-reira

NESTE MOMENTOQue não é solene, faz um calor de rachar, as torneiras estão mortas,

mudas, quedas, e anda por ai um padre, (os jornais intitulam-no "o famosobispo-auxillar de Nova Iorque") fazendo propaganda anticomunista, re-virando os olhos para o alto declarando que o velho Marx nunca trabalhou.Quebrando pedras, abrindo esgotos, etc, nunca. Mas será que esse encan-tador bispo não considera trabalho estudar, ler, escrever e principalmentelutar por uma ideologia que defende não meía-dúzla de deliciosos alfeninsmais a maioria do povo? Quando com um calor destes, sem água nempara molhar as mãos leio coisas dessas nos jornais, penso no soldadovermelho de John Reed, aquele que no momento da revolução de Outubrona URSS declarava: — Só sei que existem duas classes, quem não estácom uma está com outra. Um raciocínio primário, dirá o excelentíssimobispo. Mas mostrando caráter, não é? E o melhor de tudo é que, segundoleio nos jornais, esse bispo declara, enfaticamente, que "nunca, nunca falacm política". O que será que èle veio fazer aqui então? Vejo seu retrato e,confesso, achei certas coisas nele que nem digo.

Três mocinhas apareceram nas folhas, matando em defesa de suasdignidades. Prefiro chamar dignidade e não honra como é costumeiro. Duasmataram o próprio pai que tentou violentá-las o a outra um .sedutor ricaçoque dela abusou prometendo casamento. Não sei o que a chamada Justiçafará com essas mocinhas. Vejo-as presas, maltratadas, apontadas com odedo pela sociedade que gerou os monstrengos ocasionadores dos seuscrimes e me pergunto — com essa mania que tenho de perguntar tudoa mim mesma — se elas tinham ou não o direito de fazer o que fizeram.

Não posso jamais aceitar assassinlos nem compreender suicídios.Acho que ninguém tem o direito de tirar a vida de outrem, mas o queme parece é que essas mocinhas, nesta hora de criir.es e mais crimessexuais, demonstraram que sabiam bem o valor de suas dignidades, sãomulheres conscientes. das tarefas impostas á mulher. Como não tinhamquem as defendesse, defenderam-se a si próprias. Naturalmente serãocondenadas a muitos anos de prisão, vão ser apontadas como víboras r,entretanto, se mocinhas que conhecemos tivessem sabido defender suasdignidades, muita coisa não teria acontecido.

Os Estados Unidos estão eufóricos noticiando que dentro de trintadias Fldel Castro cairá cm. Cuba; um exército invasor que os jornais dizemque c cubano mas está na cara que éianque vai liquidar com Fldel e seu go-verno. Pobre Cuba. Os abutres não per-mitem jamais que suas presas se llbèr-tem e passem a viver como desejarem.Veremos, veremos.

Eneida

Maior Pintor MexicanNos Cárceres de López Mateos

Era uni jovem estudante de be-las-artes. As chamas dos movimen-tos revolucionários propagavam-sepor todo o México. Os camponesesestavam em armas. Os operários ea juventude lutavam. Um dia êleparticipou de um movimento gro-vista que ficaria famoso pelo seuímpeto e pelo valor demonstradopor seus participantes no longínquoano de 1911. Dois anos depois, ade-re a uma conspiração operário-es-tudantil, na chamada Escola SantaAnita, contra o governo usurpadorde Victorino Huerta. Incorpora-seao exército da revolução mexicana,o Exército Constitucionalista, emfins de 1913. E, embora sua juven-tudo, dão-lhe a patente de capitãono Estado Maior do general Ma-nuel Diéguez.

Mas esse jovem amante das aven-turas era também um artista. Apro-veitando as brilhantes tradições daarte popular mexicana, fundou, comoutros jovens, o que seria um ver-dadeiro movimento artístico — omuralismo mexicano. Seu nomedentro em breve se popularizaria:David Alfaro Siqueiros.

Revolucionário conseqüente

Na vida como na arte Siqueirosafirma sua posição como revolu-cionário. Reconhece que em seu paisa revolução se detivera, freada pe-Ia burguesia. Os chefes burguesesse limitaram a algumas reformi-nhas que pouco melhoravam a sortedos trabalhadores. O México, o vi-zinho latino-americano mais próxi-mo dos Estados Unidos, continuavapresa do mais voraz imperialismoque conhece o século XX, o impe-rialismo ianque. As riquezas mexi-canas continuavam nas mãos daStandard Oil e outras empresas es-trangeiras.

A luta não podia parar. E Siquei-ros não abandona a luta. Estavajunto aos operários, junto aos estu-dantes, junto aos camponeses quenão se conformavam com o simula-cro de reforma agrária promovidopela burguesia, pois eles permane-ciam na miséria.

Na arte èle é também um revo-lucionário: bate-se pelo conteúdopolítico-social em arte. E para ai-cançar este objetivo, trabalhou aolado dos pintores mexicanos, ondefloresce toda uma pléiade de bri-lhantes talentos. Outros nomes res-soam bem alto: Orosco, Riveira,Guerrero, Firmin, Revueltas e tan-los outros. Por seu dinamismo, éSiqueiros escolhido Secretário Geraldo Sindicato dos Pintores, Esculto-res e Gravadores Revolucionáriosfie México. E lança-se à organizaçãodos operários: impulsiona o funcio-namento do Sindicato dos Mineirosde Cinco Minas, de La Mazata, dePiedra Bola, de El Amparo, quedeveriam constituir mais tarde umaautêntica e combativa FederaçãoMineira. Seu prestígio do meio opp-rário cresce de tal forma que, em3927, é nomeado Secretário Geralda Confederação Operária de Ja-iisco, que mais tarde desempenha-ria um papel de grande importán-cia em favor do sindicalismo opera-rio independente do controle gover-namental.

Por sua atividade revolucionária,Siqueiros, que já fora preso, é exi-lado. Trabalha no estrangeiro, emLos Angeles e na Califórnia.

É então que produz os muraisComício de Rua, América Tropicale Retrato do México sob Çalles.Suas obras despertam enorme in-lerêsse, provocando discussões a ca-loradas no mundo da arte, tantopelas inovações técnicas como porseu conteúdo. É o muralismo ao arlivre, a arte para o povo.

A atividade de Siqueiros desa-grada às autoridades norto-ameri-canas, que acabam por expulsá-lodò pais. Segue para o Uruguai c de-pois paia a Argentina. Não cessa

de trabalhar. Realiza importantesobras que hoje figuram em Museuse em coleções particulares. Antesde deixai- Montevidéu funda aí aLiga de Escritores e Artistas doUruguai.

Na luta contra o fascismoA vida de Siqueiros é cm grande

parte dedicada à luta contra o fas-cismo. Foi talvez dos primeiros in-telectuais da América a tomar po-sição firme e decidida no movimen-to mundial antifascista. É um ho-mem de ação. Novamente no Mé-xico, uma das suas primeiras ini-ciativas ao regressar à pátria éfundar a Liga Nacional contra oFascismo e a Guerra, que deveriadesenvolver intensa atividade. Maspor pouco tempo; mais uma vez areação move contra cie e seus com-panheiros perseguições de toda or-dem, encarcerando-o e obrigando-oa exilar-se mais uma vez.

Em 1936 o fascismo joga umacartada decisiva na Europa, emterritório de Espanha. David Alfa-ro Siqueiros não vacila. Engaja-senas fileiras das Brigadas Interna-cionais que vão combater ao ladodos republicanos espanhóis. Com otítulo de Comandante, forma numadas unidades de Lister e participada defesa de Madrid. Toma sob seucomando a 82* Brigada Mista, de-pois a 46» Brigada Motorizada, con-quistando a patente de Tenente-co-ronel. Finda a guerra da Espanha,SiqueiroR volta ao México em com-panhia de 52 sobreviventes mexi-canos.

A luta momentaneamente ma-lograda, deveria continuar por ou-tros meios. Abandona o fuzil e re-toma o pincel. Executa então o queseria um de seus mais famosos mu-rais; Retrato da Burguesia, na sededo Sindicato Mexicano dos Eletri-eistas, em Cidade do México.

Novamente forçado a exilar-se,fixa residência temporária no Chile,onde deixa outra de suas obras pri-mas: Morte ao Invasor, na povoa-ção de Chillán. É um mural deenormes proporções, com mais de200 metros quadrados de superfi-cie. Levou dois anos para realiza--Io, ^4 «m plena Sogunda GuarraMundial.

Percorre depois diversos paísesda América Latina: Chile, Peru,Equador, Colômbia, Panamá, Cuba.em intensa atividade de organiza-ção do movimento denominado AArte contra o Fascismo, destinadoa mobilizar, como mobilizou, im-portantes setores da população pataa grande luta que travavam os po-vos contra o nazismo. Mas não lhefaltava tempo para pintar. Deixacm Havana dois murais, uni fixo,o outro móvel, denominados Ale-griá da Igualdade Racial em Cubae Duas Montanhas rh América:Lincoln e Marli.

Aue e criadordeEm 1944'estava selada a derrota

do fascismo no mundo. Os exerci-tos hitleristas tinham sido esmaga-dos na União Soviética. O ExércitoVermelho marchava para o Ocidcn-te, em direção a Berlim. Começavaa renovar-se a atmosfera mundial.Ganhavam novo alento as forçasda democracia e do socialismo, Da-vid Alfaro Siqueiros podia orgu-lhar-se de ter dado uma valiosacontribuição para esta vitória dospovos. Em sua pátria o ambientemodificara-se também. Regressoao México, o coração transbordamte de satisfação.

Sente-se inspirado paia novascriações: executa então os muraisNova Democracia, Vitimas da(iucrra, Martírio tio Ghauhtémoc eApoteose dr Cluiaulitémoc e, poucodepois, O Homem, senhor e nãnescravo da Técnica, com mais de300 metros quadrados.

Em abril do ano passado, um

UM NOVO LIVRO DE PEDROSB: «NOITE E ESPERANÇA»Milton Pedrosa nos deu recente-

mente um livro de contos que cons-tituiu sucesso de livraria — O ho-mem que não gostava de cães.Volta agora com unia nova cole-tànea, uma novela e alguns contos,sob o título geral Noite e Espe-rança.

O título correponde perfeitanicn-(e ao conteúdo do volume que. estálançando a Editorial Vitória. Se oscontos anteriores de Milton Pedro-sa já revelavam particularmente olado humano da vida, impregnadosdo um sadio otimismo, os novoscontos têm outra qualidade alémdaquelas: são revolucionários.

Sente-se que o «material», as per-sonagens, as rsininiscências utili-y.ados pelo autor passaram por umlongo processo de amadurecimento,concentração, sublimarão, até

se concretizarem em obra de arte.É obra de arte, e de boa qualidadeliterária, a novela nua dá o títuloao livro. Utiliza uma realidade na-cional de um período negro em nos-sa vida nacional — as prisões, osencarceramentos, as torturas ino-mináveis da época do Estado Novo.Mas Milton Pedrosa soube aí fugira um perigo cm literatura destegênero: a narrativa sem alma. Aspersonagens, mesmo quando ape-nas delineadas psicologicamente,como o Amigo, têm o condão doaparecerem como seres humanos,ante os olhos do leitor.

Pode-se dizer, ainda em réfcrên-cia à novela, que Milton Pedrosaatingiu uni ponto alto em sua artede narrador ao descrever o espan-eamento de João Luís numa cenaem que os policiais aparecem como

sombras ou peças invisíveis de umamonstruosa engrenagem para tor-turar um homem. «Deus, que seriaaquilo? A cobra elástica envolveu--lhe os ombros, euroscoti-se-llie nocorpo, desceu jkjIo peito. Outra sol-tow-so-lhe pelos rins, cnlaçando-lliras coxas, lambendo-o como língua<l« fogo», fi uma página impressio-iiantc pelo realismo e pelo que su-gere, sem cair no vulgar.

Nem uma só vez o contista usaa palavra comunismo ou comunistanessa novela; no entanto, tomos aía descrição perfeita de como o cá-lix da vida de um operário trans-borda e êle é preparado psicològi-camente, ao contado com os maisferozes inimigos de sua classe, paratornar-se um comunista.

Talvez nem sempre Milton Pe-drosa tenha conseguido com tanta

felicidade sugerir, cm vez de cairno mau gosto da linguagem direta.O que não acontece cm alguns doscontos que se seguem à novela, fcs-tes parecem fruto tle uma elabora-ção antorior, de um nmadureeimen-Io menor do contista, de uni perío-do em que a narrativa c mais crua.Não creio ene agradem tanto co-mo a novela, embora esteia sem-pr« visível o aspecto humano emtodos os episódios, fi uma das ca-racterísticas de Milton Pedrosa emseus contos e narrativas: ver ohomem acima de tudo, o homemque sofre, mas crê no futuro, crêem que «amanhã haverá amanhã»— como na. poesia de Addad. Nestelivro Noite e Esperança temos ou-tio elemento — a luta, a luta revo-lucionária pela conquista daquelefuturo. n. V.

escândalo nacional c, de certa for-ma, internacional — pois ecoou emvários paises da América Latina —teve grande repercussão no México.Um novo mural de Siqueiros foibruscamente interditado pelas fôr-ças da reação em seu país. Nessaobra, Siqueiros tinha tido a audá-cia de condenar, com sua arte, abrutal agressão de que haviam si-do vitimas os operários ferrovia-rios mexicanos durante um movi-'mento grevista, pelas tropas do go-vêrno. A medida tomada pelas au-toridades mexicanas, com o apoiode círculos reacionários, foi típica-mente nazista: mandaram cobrircom um tabique de madeira o mu-ral de Siqueiros.

Iniciou-se então um novo ciclo deperseguições contra êle, as quaisculminaram com sua prisão a 9 deagosto deste ano, sem culpa for-mada, sem processo, de maneiraarbitrária.

Não valeram até agora os pro-testos que se levantaram no Mexi-co e em outros paises da Américacontra a medida do governo reacio-nário de Lopez Mateus. Mas os pro-testos e os atos de solidariedadese sucedem num crescendo.

Em recente carta dirigida- a di-

versas organizações de toda a Amé-rica Latina, Angelina Arenal de Si-queiras, esposa do pintor, dizia:

«Peço-lhe encarecidamente queexija do governo de nosso pais aimediata libertação deste insigneartista e grande patriota, cuja obrapietórica tanto tem contribuído pa-ra prestigiar o México, e, com a sualibertação, a libertação de todos ospresos políticos, entre estes, dostrabalhadores ferroviários, comodos representantes políticos da cias-se operária, que sofrem o mais ig-nominioso encarceramento há jáum ano e meio».

Prender Siqueiros no México, écomo se no Brasil prendessem Por-tinari, na França Picasso, um dês-ses homens que ajudam a fazer aglória de uma Nação e que contri-buem para a cultura da humanida-de. Semelhante ato só tem um no-me: crime. E a um crime se res-ponde com a denúncia, a indigna-ção, o protesto. É o que fazemosaqui: protestamos contra a prisãodo eminente artista e patriota me-xiçano David Alfaro Siqueiros ejuntamos a nossa voz à voz de to-dos os que reclamam a sua liber-dade.

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" ¦ ií-Ti n" ii ...

SIQUEIROS: AUTO-RETRATO

Tópkos Típicosl'tihlicnii..sc na França uni inaiiiíeslo iln Intelectuais (em oesposta ao

de .(cansou e Sarlre), aplaudindo sa missão eivlllzadora, social c humana» doexército colonialista francês nu Argélia, linlre os signatários, ao lado dohistoriador pedi custa — mais isto i|Ue aquilo — 1'ierre Gaxotle o de mofascista desmoralizado rumo TJiicrry IMatiluicr fomos encontrar o nomeoutrora honrado do existencialista cristão Gabriel .Manei. Triste fim...

\a Argeniina n policia tle Arltiro Krondi/.i recebeu ordens du Dop r-lamento de listado puni apreender todos o- livros de propagando de idéiascomunistas porveniura existentes n<> país A- im, já eslào quase sondo ciin*içados os exemplares do O Capii I de Marx, do «Anil-Duhringí de Engcls,da cRepúblIra dn Plaião e do A Lula Anli.imperialislfi do ArturoKronclizi.

l'm grupo de democratas portugueses reíugiudos na Grã-Bretanha no-lidou que a ditadura salara/.l.sla havia detido arbitrariamente em l.islx» oadvogado Mário Soares. A policia de Snlazur desmentiu a Informação disseque a detenção foi periwtamcntfi Justificada, pois o advogado desobedeceuiis autoridades policiais que linluim ido delè-lo em sua residência — p porisso foi detido.

.Mas cã e lá, má* ladas há. Km seu número de 2U-1Ü-ÜU, o rebolado dosirmãos Marinho, isto é, O GLOBO, apareceu com uma bossa nova: um anuiriio dr corta Firma especializada em aparelhos para suprir deficiências deaudição, uni anúncio em loiras garrafais, em que -c perguntava:VOCÊ NAO HOUVE BEM "

Ao que u leilor, naturalmente, deveria responder:I louvo . sim. *

De visita ao Brasil, o bispo KultOn Shcen, hospedado no luxuoso m-pncabiniH-Piilacc, adverllu i|iie o comunismo já escravizou um lêrço dahumanidade) e que W'/ muis mártires cristãos do oiu' u antiga líoma»-Tiils declarações llzeram sucesso no Copacahana-1'alact'.

(i bispo Fulton Slieen >• um sujeito grisalho, bem apessoadp., Já ouvi-mus alguém dizer que êle ó o Bllly Graham dos católicos . Escritor proli-tico (e prolixo», é autor tle vários livros, com os quais fiz bom dinheiro.Má quem insii que Mc se hospedou no Cobacabana-Palaco apenas porquepretende converter as vizinho, helalras rio Lido.

Ti se de foliou Slieen, exposta numa palestra que pronunciou na Ini-versldadii; Católica: «Marx nunca trabalhou; jamais viu o proletariado deP'1'lo., Depois de ileleodcla. o bispo 1'CCO-lh.cu-.se no sco humilde tugúrio, no ('opaca.bana-1'alacc, oiide passou i resto da noite'entre orações, planos para ronwrter me-re|rl/.es e croquetes de camarão (seu pratoproferido).

Pedro Severino

.. ¦¦ ¦ ."H.-..1.. - -¦- . .....:í^i^;>>-...^^.:í.w.!i-*.-iaJ.ÍjJuin,»_iíii dt.-Júna^lLWbiMUBiaéitJÚl.---.

*~ 6 NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, somaria dc 28 de outubro a 3 de novembro de 1960 —

GravíssimaCia. MunicipColetivos

a Situação dade Transportes

TC)(C MSAO PAULO, 26 (cia sucursal) —

Por ordem do prefeito Adhemar de

Barros, o Departamento de ServiçosMunicipais está concluindo o seu pa-recer sobre o pedido de aumento do

proco . das passagens solicitado peladiretoria da CMTC.

Conforme apurou a reportagem de

NR, o pedido da diretoria da CMTCdeve ser aprovado pelo Departamentoe o aumento de ônibus, bondes e tro-loybus deverá subir a 40%, o que sig-nifica 10 cruzeiros por passagem noscoletivos da concessionária municipal.

As empresas particulares, por suave:, encaminharão idêntico pedido ao

prefeito. As bases do aumento aindancio são conhecidas.

Os funcionários da CMTC (bondes,ônibus e escritórios) em reunião rea-liiada ontem, decidiram mante-se emassembléia permanente até o próximodiu 13, quando então resolverão a oti-tudo a seguir. A reunião compareceuo sr, ítalo Fitipaldi, representante do

prefeito, que não ofereceu solução sa-tisfatória às exigências dos trabalha-dores.

Na reunião foram ratificadas as de-cisões anteriores de sustacão imediatado concessão do novas linhas às cm-

prÍTPS particulares, e a revisão dos

acordos já firmados anteriormente nes-se sentido

Falando à repoilagem de NR, o ve-reador Rio Brrnco Paranhos asseverou

que deverá entrar imediatamente naordem-do-dia da Câmara municipal, o

projeto que autoriza o aumento do ca-

pitai fta CMTC de 500 milhões poio2 bilhões de cruzeiros.

Tonto o sr. Aclenicn de Bciiio:, coniuo capitão Joaquim Leito de Almeida,superintendente da CMTC, vem fazen-do declarações á Imprensei sobre a

grave crise que abala hoje a principalempreso He transporte dc São Paulo.

• Ambos, na defesa dos mesmos inIc -

rêsses, afirmam;a) a concessão de linhas a parti-

cularos (mesmo a firmas ainda nãoconsiluidas legalmente) teriam como

propósilo facilitar o transpoilc cio povona Copiai, uma vez que, sem recursos,o CMTC não esá em condicçòcs de re-solvor satisfatoriamente o problema;

b) o movimento promovido por diri-

gentes sindicais da categoria (ônibus ebondes) e vereadores, não passaria demovimento de caráter político e subver-sivo. Atraso de pagamento seria coisanormal, não se justificando por isso mo-vimenlo de trabalhadores para o rece-

bimento, em dio, dc seus salários,

r) ti Proleiluia já deici mais de umbilhão de cruzeiros à CMTC e o últimoempréstimo obtido do JK fora umaopo-lacão realizada por intermédio ciaGlassi (oslcibclccimcnlo industrial),com juros cie agiota, pois dos 38 mi-Ihões arranjados irslora para a Com-

panhia apenas 33 milhões, Juros, por-tanto, dc A milhões cm Irinla dias.

Resposta dos TrabalhadoresOs trabalhadores consideram os fa

los doutra maneira. Assim, preliminar-mente, exigem;

o) anulação das concessões a cm-

presas particulares, oiganizndns ou cm

organização, pcis c falsa a tise da di-inçáo dei CMTC segundo a qual as li-nlins concedidos seriam todas aquelasdefidkiiias poia a canccssionáária;ninguém, argumentam os trabalhado-ios, enlioiia em negócio tão precário;é veidaclc também que as empresas

particulares, logo de posse das linhas,aumentaram o picco das passagens.Um caso ilustrativo: c: -Cometa/) cobraCrS 30,00 por uma passagem para oAeroporto, partindo da Cidade, en-

quanto a CMTC faz o mesmo percurso,lucrativcimenle, poi apenas 7 cruzeiros.As demais cmpicsas particulares, cmbairros e vilas, operam quase sempre a

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Coletivosem férias

>W&mvimí?m$f?r'

Enquanto o paulistano sofre na fila e ii CMTC acusa um cada vez maior déficitde passageiros, centenas de ônibus cia companhia dormem nas Raragens, rnnmos da foto que podem ser encontrados rm" garagem da Leopoldinh, na fiapa. Ii'bastante, gravip, a situação da Companhia Municipal, desafiando a açà0 do pre-feito da Cidade.

preço mais elevado do que o cobradopolo CMTC (empiôsn deslinada a servirao público, pelo preço do serviço, e nãoa picços cscctchantes);

b) os trabalhadores não são admi-nislradores da empresa, não lhes ca-bondo por isso preverem e proverem asnecessidades de seus empregados; afunção 'los trabalhadores é prestarsciviços e a da empresa pagar os sa-láiios coiicspondenles. Como a CMTCmulla os «faltosos» os que chegamoiiasodos e os que executam maiosserviços, cabe aos trabalhadores, comenergia, exigirem dos palrões o cum-

primento cie suas obrigações, indo paraisso até a greve, se necessário;

cl os trabalhadores não foram con-sultados em assembléia sobre se seria

justo o pedido de empréstimo a JK e osnegócios feitos pela direção da CMTCsão dc sua inteira responsabilidade,mesmo que dêl"s participem, como ele-mento de pressão, sindicalistas que nãoestão compreendendo o verdadeiro pa-pel cio trabalhador; se o dinheiro vin-do paia a CMTC por intermédio daGrassi, cuslou juros tão altos, isto é ,também cl0 inteira responsabilidade dadireção da CMTC que cada vez mais¦ encalacra • a empresa, agravando asituação.

ri) os trabalhadores estão interessa-dos no piogiesso da CMTC, pois mui-los e muitos deles vêm dando a elalóda uma vida de sacrificios e enten-ciem ainda que, patrimônio do povo,não pode ser vendido aos pedaçoscom graves prejuizos para o povo que,no futuro, nas máos de empresas par-ticulares criadas para darem apenas lu-cros, verão as passagens aumentadasarbitráriomente de preços;

e) os trabalhadores acham ainda

que as diretorias da CMTC até o pie-sente lèm sido nomeadas ''politicamen-

le», para o atendimento dos interessesdos prefeitos, quando deveriam ser ór-

gáos técnicos, capazes de realizar umaadministração proveitosa. Desejam quese constitua uma autarquia para diri-

çir o CMTC, da qual façam parle re-

prr.sentantes de trabalhadores.

Os Trabalhadores da CMTCAO POVO DA CAPITAL

Ima intranqüilidade ronda os trabalhadores da CMTC. emquaisquer dos Departamentos em que prestam serviços, rodos seacham apreensivos e preocupados, neslea últimos tempos t. quea maioria daqueles trabalhadores ia desfruta do direito de esta-bilidade, éheaneceram no trabalho, vindo desde os primeiros mo-mentos du funcionamento da CMTC e, agora, perplexos e atônitos.vim assistindo ao desmantelamento daquela empresa, com a en-trega de dezenas e dezenas de linhas a terceiros, a particularesque, aos poucos, vão assumindo o controle de Itinerários e Unhas,antes confiados aquela Companhia, com exclusividade,.-no tern-tórlo do Município da Capital, mercê de um contrato firmado eainda em plena vigência. A alegação para tais entregas é que aCompanhia «e enconrra fnllda, em dificuldades Irremuvlvels e.ademais há necessidade de se atender ao povo, propleiando-Uie utransporte coletivo e, finalmente que as entregas, mediante con-cessão precária, se t^m feito com apuio no contrato. Nada maislnverldlcô, porque pela cláusula li' do contrato, aquela Compa-nhla somente estaria iustlflcada, desde que o fava sob sua únicae exclusiva responsabilidade, ra contratar com terceiros a presta-'•ao do serviço ronredldn em certas e determinadas linhas unais ,;",mda a^sim, após Justificar sua conveniência perante n Prefeltu-ra e mediante a aprovagáo desta, em cada caso. Portanto, a con-tratasfio possível cum terceiros * para «certas e determinadaslinhas rurais- - e náo linhas centrais, com Itinerários que ve-iham a substituir as linhas existentes da Companhia, na <:"na

urbana, ou que venham a correr paralelamente com aquelas, defi-nhando-as e matando-as, como esta a acontecer. Dessarte, se aSltuaçfib da CMTC era de dificuldades, agora se tornou quase deraléncla, porque a renda está a decrescer, verticalmente, parasuprir uma folha e encargos que sobem e aumentam, Inversa-mente.

A populaçáo, diante da propaganda suspeita e falaciosa qua¦•e tem feito, náo se encontra devidamente prevenida e nlê, decerto modo, vem se mostrando favorável ás medidas destruldorasda Companhia, vendo com agrado o aparecimento dos carros dasUnhas particulares Em parte, a população lem razáo. O desejode cada cldadáo, após um dia afanoso, e conseguir seu trans-porte e chegar, quanto anles, a seu lar, para um descanso repa-rador e merecido. Mas, isso a Companhia poderá fazer, nao fossemas medidas empreendidas, visando, dellberadamcnte, desmoraliza-ia e destrui-la, em beneficio de uns tantos, Sem Idoneidade, cujaúnica preocupação é transformar o transporte coletivo, que deveser feito pelo regime pelo custo, em uma fonte frutuosp de lucroscomerciais. I

Assim, diante dessa distorção, nada mais justo que os ti aba- 'lhadores viessem a publico, para um esclarecimento devido eindispensável.

Uma primeira pergunta poderia surgir. Se a Companhia cessarsuas atividades, os trabalhadores náo eslaráo amparados, emseus direitos, pela legislação do trabalho?

Na verdade, Isso é exato. Mas cs trabalhadores náo encaramo problema apenas por esse prisma utilitário. Al<?ni de trabalha-dores, sao ales. Igualmente, cldadfios e patriotas e jamais veriamcom bons olhos r, desaparecimento de uma poderosa empresa que,bem ou mal, durante anos, lem prestado serviço a coletividadeOs trabalhadores t^m amor á Companhia Náo desejam seu desa-pareclmento. E náo sp conformam rom seu estrangulamento deli-berado e premeditaria, para o favoreclmento de terceiros e comprejuízo para a populaçáo,

Os trabalhadores desejam lular pela sobrevivência da CMTC,contrariamente a vontade daqueles que tinham — e têm — odever de defendê-la, encarhlçadamente

Mas, náo querem só .sua sobrevivência Querem mais, suareestruturaç&o, sua moralização, e sua dlsclpllnaç&o, a fim de queo melhor transporte seja oferecido Por isso, querem-na em máosIdôneas e capay.es — e não confiada a. Incxpertos e desastrados,

Os motivos verdadeiros, únicos e legítimos, por que os Ma-balhadores se empenham, são ires:

1,9) _ Quando foi da constltulc&o da Companhia, visando aremodelação do serviço de transporte coletivo da cidade, os tóc-nlcos Incumbidos dos estudos prévios reconheceram e proclama-iam >a. relevância da função do transporte coletivo na cidadenioderna e o papel que representa no desenvolvimento da própriacidade . e, por isso, (aumentam a Importância da unificação ,e com ela. a da ¦¦exclusividade , nos moldes que propõe a Pre-feitura. Oe um lado, e=tn a experiência da Municipalidade, em facede uma sltuaçfio nfio unificada, onde reina o caos, e d< rto modoimpotente pura ditar as condlçóes cm que ia>\ serviços devem serexecutados no sentido de atender aos Interesses reais da popu-lação paulistana, He outro lado, a crise de habitações exigindomaior área. paia o alojamento e a necessidade de orientar o crês-cimento da cidade, que dentro de poucos anos deverá abrigar doismilhões de almas (atualmente, quase r, milhões) A esses pro-blemas, é preciso Juntar o do congestionamento urbano, que tendea aumentar.. Dal, se concluiu a necessidade de colocar a direçãode todos os serviços de transporte da metrópole, tanto quantoseja possível, nas mãos de uma só autoridade; necessidade de dara çssa autoridade única, poderes suficientes para coordenar, noInteresse público, os diversos modos de Iranspurlcs Assim, seformou m constituiu a Companhia .Municipal de transportes Cole-tivos (CMTC), hoje com um capital social de 500 milhões, no qualfiguram, como quotas do Município e do Kstailo, as importânciasde Cr$ 267.500 000,00 e Cr$ 13*2.500.OPO.tHJ, respectivamente Ora,s-' se destruir a CMTC, a comprovação que se leia ó qu~Kslado. como pessoa jurídica dr direito público, c Inoaiêonduztr serviços, nos quais lem êle preponderância c 'áSsoluCb. '•". islo seria a desmoralização lia capacidade diPrefeitura e do Governo rio Kslado.

2.v) - Porque, com o' ilc-,a|iareiUU.'hlo da CMTC, opoiti coletivo que tem ilcslliuieàn social, voltai ia áqi

m denlróle

, li ai¦»tt UJjHJ

de desunião e de caos, nas mãos de uma multiplicidade de peque-nas empresas e o Poder Público ficaria sem meios suficientes paiacoordenar o transpoilc, no sentido do interesse público, Enquantoos carros estiverem novos e em condições ue trafegar, sem maiorassistência técnica, o transporte fnr-se-á em condições vantajosase razoáveis, mus, quando .se Impuser a necessidade de se reno-varem as frota', o* exploradores não Impor condições leoninaspaia prosseguir, extorqulndo-se a bolsa lá debilitada do povo.Portanto, a aparente vantagem aluai sena substituída por umregime de desapicdadã exploração no futuro próximo, conlrlbu-indo para o desequilíbrio dos salários de tantas categorias pi"-flsslonais, que se servem obrigatoriamente dos transportes cole-tivos. a fim de alcançar seus respectivos locais de Irahalho.

.lá há empresas particulares, como t~ 0 caso da Av Ipiranga-Aeroporto, que cobram, por passageiro, CrS 30,00! Depois quedesaparecer a CMTC outras linhas quererão, por equidade, o mus-mo preço K assim dar-se-á Inicio á escorcha, como aconteceucom os cinemas... ...

3.ol — Porque, a se prosseguir nessa situação de desatino, teremos em breve um nocivo «caldo de cultura para agitações, comrisco para a situação social Se atualmente a Companhia, com odesvio ne Unhas, náo se encontra cm condições rie, em dia. efe-luai o pagamento dos salários, a ponto de, em cada mes. seimpor a deflagração de uma greve parcial, para que o sulárloseja pago, então, o que acontecerá se a cessação ocorrer, i os12 600 trnlmlhiidures tiverem que ser Indenizados, na forma daLei? Ao acaso, já fizeram um cálculo, mesmo aproximado, domontante das Indenizações devidas? Se a Companhia tem umpatrimônio rie bilhões, também suas dividas sobem a dois oumais biihões ..

Como vêem, os motivos pelos quais lutam os trabalhadoresnão são nada mesquinhos! nem com preocupação de provocaiagitação. ¦ ,

Os trabalhadores são sensatos e nao agem por questões poli-tico partidárias. Preocupa-os lão só o futuro deles e o da Compa-llhla, á qual se acham vinculados, por anos dc constante e In-cansável labor. Sempre acreditaram na eficiência de suas dirc-çóes. Imãs, no Instante em que estas lhes pareceram duvidosas edesastrosas, julgaram oportuno fazer alguma coisa em prol riacoletividade e riu transporte coletivo ria Capital, colaborando nadefesa da Companhia, que verificam estai mal conduzida edirigiria.

Os seguintes exemplos, animas para Ilustrar, comprovam ,\Companhia iá comprou, por contrato firmado com a fuma Car.inserias Grassi, 15 Irolelhus, pelo valor rie s milhões cada nm, qiian-rio um ônibus Mercedes Super I) custa 3 milhões caria um. Kslãnretidas no porto de Santos peças para Irolelhus, por falta de pa-gamento da quantia de in milhões Entretanto, essas peças dariampara colocar, cm Iráfego. 50 Irolelhus, aliás, parados na garagemda Aclimação, por falta daquelas peças. Na garagem do JahaquaraliA 35 ônibus marca Aclu, em estado dc novos, reformados parlepela'Companhia i nane pela firma Grassi, e estão parados, f"-1de circulação, poi falta rie câmbio., peça eneontrável neslnCapital e no Rio rie Janeiro ao preço rie 100 mil cruzeiros, maisou menos

Não i* tudo poiém. Antes do aumento das tarifas, toinando.sepoi base o p.n iodo de |ulho a dezembro "dc lOôO (.130 dias), parauma média de t.OKi veículos. .-, media diária de arrecadação foide CrS H 873.310.20 dumis do aumento das tarifas, no período delanelm b lullin de 1060, para uma média rie 090 veículos, portanto,menor, a média diária da iirrecndação subiu para Cr5_S.702.Síii,liino mês rie março de l",;". para um lotai médio de nvn canos, amédia diária de arrecadação foi de CrS 0 030.32'1,88, .lá no mês riesetembro último, parn uma média rie M'01 carros, devido ã indl-tração das linhas, a média diária de arrecadação caiu para CrS7.001.069,60. K no mês rio outubro corrente, á média será menorA média de passageiros transportados em março de 1960, com07n carros em media, por dia, rol rie 1 .•M.VHiV): já no més desetembro ultimo, devido ,i Infiltração rie Unhas, com l.OOl carros,em media, por dia. o numero de passageiros transportados foi de

1 '.'OI 737, em média, poi' dia.A redução entre marco e setembro, fu| ile quase 1 milhão e

200 mil cruzeiros por dia Se hão llvcsse havido a Infiltração,a receita não teria snfrldu um prejuízo de quase 10 milhões dccinzeiros, poi' ní'>s.

A Prefeitura é certo — vem concorrendo, mensalmente .i""1:«> milhões de cruzeiros o, no último mês, com 50 milhões decruzeiros. Mas, sua aluda tem sido feita em títulos, que sãonegociáveis pela metade, ã razão de BOÇi,

Ora, depois de tais números o dados, é evidente que há umaconspiração contra o futuro ria CMTC, E com essa conspiraçãoos trabalhadores não podem se conformar, paia nâo serem conl-ventos.

Para se evii..r que ela prossiga, é que os trabalhadores resolvm-atii san a campo, lutando poi seus direitos, e, lambem, pelosdireitos ria população e, sobretudo, pelo dinheiro do povo'

Todas as medulas legitimas soiàn tomadas poi eles,Agora, depois rie tudo, que os lulgue o laborioso e sensato

povo rie São Paulo!São Paulo, vi de outubro de 106(1,

KKDERACAO DOS TRABALHADORES KM TRANSPORTESHpDOVL\HÍOS DO ESTADO DE SAO PAULO

.\rr,oi..„ Teixeira Fllhn -•• Presidente

SINDICATO DOS THABAUIAI30HES EM EMPRESASDE CAltltirs DRBANOS DK SAO PAI 1.0

llilmnleii Spl.nnlil — 1'rcsidioilr

-IND fins EMPREGADOS EM ESCRITOR IOS DK KMPItft-AS DETRANSPORTES HOIIOVIARIOS NO ESTADO DE SAO P,MT,n

Orlando (lilllinhi, ¦¦ 1'l'csillioi I ,¦

0 povoPensando com os trabalhadores o

povo cie São Paulo, ainda na expccla-tiva, acompanha com interesse o de-sonrolar da situação. Não podem mes-mo açoitar os usuários da CMTC queesla empresa brasileira lenha os seustítulos permanentemente mandados acartório pela Light (que lhe vendeenergia e lhe aluga postos e outrosacessórios) como norma entre credor edevedor, tal o estado de insolvência daempresa de transportes e o caráter im>perialista da empresa de energia ele-trica. A população sabe também queinúmeros ônibus estão paralisados porfalta de cuidados e que a CMTC poucoa pouco vem desmobilizando seu se-tor cie reparos, enlregando a parli-culares, que cobram preços absurdos,aqueles serviços que ela mesma pode-ria executar (e iá o fòz) a picços ro-duzidos.

Nâo falia, sabem também os usuá-rios, capacidade dos brasileiros, paradirigirem uma empresa, qualquer queseja ela. Voha Redonda e Petrobrás,

para não cilarmos outras, estão ai, vi-toriosas, como um exemplo. Mas en-tendem todos que não é cedendo li-rihas de ônibus a amigos e parentes, ouorganizando diretorias com a genledo peito-, que se encontia solução

para o grave problema.

GreveÉ provável que os trabalhadores da

CMTC entrem em greve çj?inl do prn-testo contra o leilão de linhas e che-

guem mesma ò medida extrema de co-locar fora de circulação, pela força, oscarros das linhas particulares última-mente cedidas. Estarão defendendo in-lerèsses que se conciliam: a permanên-cia e a ampliação cia CMTC (que nãotem dinheiro para pagar indenizaçõesno caso de fechamento de suas portas)e o bolso do usuário, do povq, que não

pode no futuro ficar sujeito aos altos

ptecos das linha! particulares.A pretensão de aumento das passa-

qenv; (desejo manifestado pelo sr. Ade-mar de Barros e pelo superintendenteda CMTC) recebe refletida e obstinadaoposição dos trabalhadores.

¦ BI IpIIiWP

m\.mmmmmZ*}T'^^\I V —J^ «"(téV t * ^P- *«P^B^-''*frini-/ ¦ ^Li-iJPTr^/¦¦¦¦¦¦'v ¦'¦¦^.-;M' %k ^¦^1 k líC^

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Tambémos bondes

O fenômeno não acontece sii com ònl-lms. Na seção de iMintln.s tln Alnmeda(ilelle Inúineros carros estfto paradose há innllo tempo aem circular. Nòo húum serviço pernianenle de iimnulençào

F3a@ra-ntes de São PaiiSoDo crime cie ser calculistaao extremo

Antônio Celestino dos Santos (38anos, casado, residente em Ourinhos —SP) é uma vilima da miséria. Dessa mi-séria que cria, sem cessar, os desajus-lamenlos sociais, o marginalismo, osestados de espirito próximos ao delírioe a loucura.

Desempregado, Celeslino resolveuadotai' um expediente oslrnnho e ingè-nuo para obter uma colocação. Candi-datou-se a «assassino* do sr. JânioQuadros e como tal andou procurem-do possíveis interessados na aventura.Conversou sobre o assunto com um di-rclor da CMTC c foi parai no xadrez.E In, á imprensa, contou tudo. Queriama ver se aparecia alguém que de fa-Io desejasse eliminar o sr. Jânio Quadros. Depois, denunciaria a trama e ev-laria bem situado na vida O presl-dente eloiln, agradecido, o empiegaria,6o is<o, nada mais.

Sim, nada mais se o dr, ítalo Fening-no, delegado da Ordem Política e So-

ciai ficasse quieto. Mas, quall Psicólogo

de mão cheia, sherlock incompreendidop até ontao irrevelado, após uma pro-lundo méditaçâ'0, depois de examinar

demoradamenle os "indícios veemen-los rio raso, sentenciou: Celestino «é

um comunista, ademarisla tpxo c cal-ruii-.in oo' extremo . (Folha da Noitede 18 do corrente).

t ngoinpiéqo!. . ,

Quem mandouao extremo-?

Celeslino':' Arlci

você sei «calculista

Carolina e o AmericanoCarolina Maria dn Jesus, a trinio-.a

oulora de cQuarlo de Despejo» virounoticia nos Estados Unidos. O sr. DcividSt. Clciír, do «Time», depois de conh"-enr seu antiejo barraco e a casa novode Osasco e de comer os quitute qugas mãos hábeis e brasileitas de Ccnoli-na prepararam, tomou um avião e re-grassou ao jornal norlo-omciicano. In-sensível ao drama vivido por Caiolinap à generosa hospitalidade da pietadecente que o acolheia, esoeveu sôbiea escritora uma repoilagem escabrosa,repleto de insultos, ao gosto de um pú-blico que odeia as criaturas de côr.

Com amargura e indignação, Caro-lina, pobre e honrada mãe de muitosfilhos, desabafou fritando ei um jom.-ilaqui da torra: «Os norte-americanosestão habituados a ferir a sensibilidadedos prelos. Eu nunca sai à'noite pcfcidormir com os homens. Eu go'-to muitoé de teatro, para ver os dirimas. Ousaia para ir òs redações d^ jornais. Esobre St. Clnir: "Ele é pernóstico, pre-tensioso e prepotente». Piftonde, ain-da, çonlralor advogado, peno piccevsar o calunioaor.

Nossa soli'Ja:ie'!odo, D. C- rolircr.Apareça, a caca é 'ua

DAMiÃO DA PAÜLÍCÊ1A

Notasde São Paulo

Com a Polícia Militar doRio de Janeiro

A entrega de um memorial oo sr.Carlos Lacerda — iniciativa da oficia-lidade da Polícia Militar — em defesados interesses da corporação não agra-dou ao «Estado de São Paulo». Comefeito, o jornalão dos Mesquitas dedi-cou ao assunto circunspecto e severocomentário, Naquele estilo borocochòdos paquidermes feudais da RepúbPcavelha, o «Estadão» serra de cima nosoficiais pretendendo descobrir chi-fres cm cabeça de coelho... Tudo émotivo para acerbas críticas aos com-

ponentes da Policia Militar, Lá para astantas, investe o jornal da UDN : «Anoticia da decisão dos oficiais reper-cutiu no Parlamento Nacional. Nem

poderia ser diferente. Esses homens,que tão levianamente procedem, têmao alcance de suas mãos material beli-co de alto poder ofensivo, podendo,conseqüentemente, já que não sab?mque devem apenas obedecer, criar pa-ra o governo situações de muito maiorgravidade».

Do alto de sua importância, cons-truída com os,milhões das companhiasimperialistas, o «Estado de São Paulo»nega à oficialidade da Polícia Militaro direito de reivindicar melhorias, comose a Constituição não valesse paraaqueles homens de farda, simples mar-ginais na conceituação rebuscada ecabulosa do jornal dos Mesquitas.

Piratas de luvas brancas«Sempre o vi como sòo,' rcalmen-

le: piratas de casaca e luvas brancas,mas, sempre piratas, representando nopaís >> que há de mais reacionário emais ligado a ludo quanto cohspiiacontra nossa emacipação econômica.Rastejam diante da Light, da Telefôni-ca, da Standard Oil e demais abutres;!n riqueza nacional, mas tornam-se hi-diófobos quando ouvem falai na Pe-Irobras, Volta Redonda, i^n Eletrobióse nos projetos mais nacionalistas queItamilam pelo Congresso NacionalSão os protótipos da venalidade enca-sacada e enluvada t.

Eis um trecho apenas de discuisoproferido na Câmara Municipal de SãoPaulo, pelo vereador Rio Bronco Para-nhos.(presidente da Comissão de Jus-liça), repelindo noticiário falso e tnn-dencioso do «Estado de São Paulo ¦«obre piojelo de sua autoria. Seleçãonossa para quantos desejem reunir da-dos sobre a falia de caráter do «Es-tadãO'v,

Renovação sindical. . .Depois da fracassada tentativa con-

tra a unidade sindical, por ocasião doIII Congresso Nacional realizado no Riode Janeiro, volla um inexpressivo giu-pelho a se articular com vistas a no-vas provocações. Ao funciofurrio do«Estado de São Paulo», GeraldoMayer, vem cabendo um certo pap-lna representação da farsa Um «mani-festo» apócrifo (oi tomado público estasemana anunciendo um movimento ra-cional para renovar a política sindicalno pais. . . Não querem nada os r-.-portos empresários: extinção imediatado Fundo Social Sindical e a aboliçãodo Imposto Sindical.

Lá para o-fim da pioclaniaçcjo, av.luciosamente, há uma afirmação do in-dependência perante Deus e o Diabo...

A quem podo, porém, interessar oenfraquecimento do sindicalismo, emtantas regiões do país ainda novo epor isso débil, necessitando portantode recursos para firmar-se e ampliai-se? Náo é sabido que os sindicatos rmnosso pais arcam com imensas respon-sabifidades, com encargos que deve-riam estar na órbita de ação dos ins-litutos de previdência? Sobre o ass'.m-to aquele cavalheiro nada diz E nãopoderia fazê-lo: suas ligações com aO.R.I.T. (ostensivamente oiicnta:iripelo Departamento de Estado Noi|n.Americano) ficaram muito cirnas qurtn.do do II Congtesso Sindical Nacional

Chácara do ViscondeMovimrnlnni -,o vários seloies de

Soo Prmlo pruri ri pioSCtvaçáo da Chámm do Visconde, cm Taubalé, localde nascimcnlo do giande Monteiro Lo-balo.

fi governo do Eslado é le^ponsabi-lizado polo não lombamenlo da pio-piiedadp no prazo legal, o que. itn-possibilita n çonseivaçáo do monumen-Io. A União Brasileiro de Esciiloics (se-cão paulista) pronunciou so sobre amaioria reclamando do -.i. CarvalhoPinto urgentes providencio'.

Não -,p pode friloi cm Ifillçi rie dl-

nlieiio paia o manutenção rio ctlqo qu°deveio, no lado da obra imperccivélde Lobalo, nlosicii o carinho dos bio.silciiQS àquele (jor além di admiiávclcscpIoi da ciinnr.ri soube sei o palrio'r|lúcido nos grandes momentos da vida

Um argumento sabre dinheiro cmIKIO Irm nado o vci c'ii n campaieleitoral do sr, Jânio Quadros: o 51Carvalho Pinlo contratou poi 200 nilliões de cruzeiros o-, sirv'çia do Publicidade 5.1. rIa Moli^o: picj ;,£jno dc Ati.o. . .

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h*faLt*ui ..¦.i-i.i^.'-f.-.j:i..J'^»w-^'o.»^llàliãlia «ItUMUS^V'.:

— Rio de Janeiro, semana de 28 de outubro a 3 de novembro de 1960 « NOVOS RUMOS 7 -

l .

EUA (em Cuba) Vãoom os Burros

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c N água' Retirando o que ainda restava desua máscara de pacifismo, o Govêr-no dos Estados Unidos deu os úl-tintos passos no sentido de aplicarrigorosamente a política «à beirada guerra» cm relação a Cuba. Osassessores do Pentágono e da CasaBranca convenceram-se enfim doque Cuba é «um coso perdido», istoé, que não existe força interna nopaís capaz do dobrar a combatlvi*dade revolucionária do povo da ilha.Só Tnesmo uma intervenção militardir *»>, pode apresentar qnnlquer es*perr..iea de êxito. O diabo, para os

norte-americanos, além de duvido*sa quanto aos seus resultados, pro*vocaria a condenação imediata ouniversal de sua aventura bélica.Mais ainda, como o próprio Nixonreconheceu, a advertência soviétl-ca é pVú valer...

fisíe. o impasse a que levou a po*lítica imperialista dos Estados Uni-dos: se recuam, isto virá reforçaro movimento nacionalista na Amé-rica Latina e consolidar definitiva-mente a Revolução Cubana; se pas-sam à ofensiva militar, arriscamsuas posições nos países latino-nmc*

^^mtlma m\ ^ÊÊMmM^^m^*^ÊmMmí^i^^''f'''^^^^Ê

B,ímJ ^KíivS my*' .«fáatiÉfl mTmrMt mYÊÈÍÈ%M

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\tMEmMmm3Ê WêSm wtmsímm W**.dJÉ\ lmmu '

muflmmi.. "-m* sgSSl 3H WtKiárXmm BfcJB mWmfmwÊ HMWJfc

Mercenárioscontra Fidel

I)e onde parlem? Da Flórida. Quemsão? Ex-membros dn exercito da ditailu-ra dc niilista ou dos «exércitos parlicillares» dos sócios do ditador. — Sãoesses os «i'oniliiil"iil.'s tia libéVdatlc»cantados eni prosa c verso pelu rençãc

Mr, CabotContra a História

Se existe uma qualidade cjiionão se pode negar fio sr. JohnMoprs Cabot, embaixador dos Es-lados Unidos no Brasil, c a fran-quéza com que geralmente defendea estratégia política, econômica omilitar do imperialismo. Falando.segunda-feira no «Rotary Club»,numa reunião comemorativa do lõ"aniversário da Organização das Na-ções Unidas, Mr. Cabot demonstroumais uma voz seus méritos de cai-xeiro viajante de tão triste merca-doria. Deixando de lado as quês-toes mais dc detalhe, vejamos ospontos fundamentais do discurso doembaixador norte-americano, cujoobjetivo era demonstrar o que, so-gundò êle, impede ou dificulta ocumprimento da missão universalda ONU.

Em primeiro lugar, Mr. Cabotaponta seus canhões I fracos, porsinal) contra o direito de velo o serefere a uma «minoria atuante» queprocura obstruir as decisões de uma«grande maioria» nas Nações Uni-das. Aparentemente, o embaixadordos EUA estaria, entre outras coi-sas, confundindo a ONU com umaassembléia ou parlamento qualquer,ipesar do êle mesmo afirmar que;e trata do um fórum internacional.

.Não se pode mais tolerar, entre-tanto, que a ONU tomo decisõesà revelia ou contra os legítimos in-terèsses de um pais ou grupo dopaises, como .já tem ocorrido. Aoinvés do defendei' a generalização,na medida do possível, do direitode velo, Mr. Cabot quer que élcseja eliminado, baseando-se certa-mente, na esperança de que soupais mantenha ainda por algumtempo o atual controle sobro asvotações da Assembléia Geral.

Por outro lado, não deixa do serinteressante o embaixador dos EUAse referir a «maioria» e «minoria».Os delegados dos países socialistasrepresentam, na realidade, um bi-lhão de pessoas, o mesmo aconte-condo com os neutralistas afro-asiá-ticos e de alguns paises europeuse latino-americanos. Enquanto isto,os sócios o dependentes militarese políticos dos Estados Unidos re-presentam, formalmente, algumascentenas de milhões o, na realida-de, apenas os interesses das redu-zidas camadas dominantes de seuspaises. Não é por acaso que, logoa seguir, Mr. Cabot sé referiu comamargura e evifente saudosismo àduplicação dó número de membrosdn ONU nestes quinze anosi Naquê-]os «bons rr>'*,T",t"*. de falo, os Es-tados Unidos não precisavam suar

FAUSTO CUPERTINOlauto para conseguir ganhar vota-ções por alguns ou mesmo um vo-lo, bonef:»'iandò-se oom abstençõesprovisórias. A própria Carta daONU, elaborada nestas condições,expressou igual men I o a imposiçãodos interesses exclusivos dos EUA«obre a organização internacional.Não por outro motivo senão o depreservar seus privilégios, já bas-ta nte abalados, 0.5 norte-amerien-nos se opõem obstinadamente a quea ONU reconheça os direitos legi-limos da China, que representa porsi só um quarto da população mun-dial.

Falando no Brasil, Mr, Cabot po-de fazer o que- o seu próprio Go-vêrno não faz: mostrar sou com-pleto desprezo pelos paises indepen-dentes da Ásia e da África, que nãoobedecem mais ao «diktat» norte--americano. Dá então largas à suamentalidade noocolonialista, clizen-do que estes países são inexperien-tes, não sabem votar direito, e quenão se deve ir «muito depressa» naconcessão da independência às an-ligas colônias, Cabot escarnece domovimento de emancipação dos po-vos oprimidos e lamenta a dimi-nuição do poder do imperialismosobre estes países.

Contudo, um dos pontos mais ca-racterlsticos do discurso de nossoherói do nèocolonialismo é o que serefere á questão da soberania. Achacie que a «soberania absoluta- éum mal o procura fazer uma «dc-moristração prática» dos prejuízoscausados pelo choque entre a sobe-rania de um Estado e a cie outro.Mr. Cabot parece não compreenderque a utilização dos métodos debanditismo e pilhagem, próprios rioimperialismo, é algo que vai sendocada vez mais relegado ao" passadoe é condenada pelos países sócia lis-tas o neutralistas. Mas, ao atacar asoberania nacional, o que Mr. Cabot;realmente quer, como éle mesmodeixa claro referindo-se ao «apro-samonto» do Canal dc Suez e dosmonopólios norte-americanos emCuba, é que o mundo inteiro reco-nlíeca a supremacia e o direito«soberano» dos Estados Unidos aintervir nos assuntos internos deoutros países para defender os in-terèsses de alguns trustes, contraas aspirações ao desenvolvimentosocial e econômico dos povos queexnloram.

Em tudo e por tudo, a linha riepensamento rie Mr, Cabot é umasó: o «direito soberano» dos Esta-dos Unidos a dominar o mundo.Infelizmente para êle, porém, cs-tes tempos já passaram.

ricanos em vista do movimento ino-vitável tle solidariedade a Cuba quea intervenção provocaria e podemprovocar uma conflagração univer-sal que o mundo inteiro não per-doaria.

Espionagem e agressãoHá poucos dias, de maneira bas-

tante sintomática, ps Estados Uni-dos revelaram, por um lado, queestavam reforçando os seus efeti*vos militares na base naval de,Gjiantánamo, tirada à força do Go-vêrno cubano quando foi proclama-da a independência do país. Tor ou-tro lado, o Departamento de Esta-do «protestava» .junto ao Governorevolucionário pelo suposto fato deque. estavam sendo pintadas Insíg-nias norte-americanas em aviõesmilitares estacionados em acropor-tos cubanos. O mais interessante éque o próprio Departamento con-fossava que tinha obtido estas in-formações cm «fontes militarescubanas». Mais uma vez, depois dovôo do U-2 sobre a União Soviética,os Estados Unidos declaram piibli-camente que a espionagem faz par-le da. política oficial do país.

Os norte-americanos falam deaviões sendo «pintados» da mesmaforma que o larápio sabido é o pri-irieiro a gritar «Pega o ladrão!»para não ser apanhado com a mãona massa. Na verdade, há cerca douma semana um deputado hondu-renho denunciou a existência deuns trinta aviões de bombardeio ctransporte de tropas norte-amerlca-nos na Guatemala, ftsses oti outrosaviões da mesma origem foram uii-lizados para mandar munições ealimentos para os mercenários deEscanibray; Não vieram de outrolugar os aparelhos que bombardea*ram Havana, canaviais, engenhos ecidades do interior da ilba. E nãoé a primeira vez que os EstadosUnidos procuram safar-se dêstèmodo quando são apanhados em

flagrante. Há alguns meses, o mes*nio Departamento tífí Estado diziaque um dos aviões que bombardea-rum Cuba era pilotado por «agen-tes fidelistas»...

Base de provocaçõesA base naval de Giiantánamo não

oferece qualquer interesse militarsério para os Estados Unidos. Nopassado, ela 'servi* eximo garantiaúltima dos ditadores e agentes dosnorte-americanos contra o povocubano. Hoje, por mais fuzileirosnavais, nue se mande para lá. elanão terá grande utilidade diante daforça do povo em armas e do Exér-eilo Revolucionário. Sua verdadeirafunção é criar atritos com o povoe o (inverno e servir de asilo cpoulo dc apoio para os contra-revo-lurionários.

Conhecidos criminosos de guerradn tempo da ditadura são agora«funcionários» da base naval, quetambém serve como ponto de reu-nião e treinamento dos que perde*ram seus privilégios com a Revolu*cão.

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Outra função dupreparar sigilosamilo-sabotagem queatribuídos ao Govêrtro como pretextovençáo, se nossívolOEA. Foi tambémbase que partiramgar armas paru metra-revoliieionáriosmontanhas.

base consiste eminte atos dc au-

depois seriam110 de Fidel Cas-para uma inter-com o apoio da

do aeroporto daaviões para lan-reenários e con-escondidos nas

0 porque da ofensivaA aluai ofensiva norte-americana

poderia ser prevista desde as últi-mas medidas de nacionalização ede reforma urbana decretada peloGoverno Revolucionário. Por umlado, as nacionalizações significa-vam praticamente a eliminação doque restava da bas« de sustentaçãoeconômica da contra-revolução; si-

Americanomorreu em Cuba(mulas no grande comércio e naindústria de artigos de luxo. Poroutro lado, a entrega dos aparta-inentos e casas alugadas aos loca-tários, depois do pagamento de ai-guns anos de aluguel, proporcionouà Revolução o apoio maciço da po-pulação urbana, principalmente en-tre as camadas médias. Ao mesmotempo, dava-se um golpe mortal naespeculação imobiliária, outro pon-to de apoio da contra-revolução po-lilieii e econômica.

Em outras palavras, a Revoluçãomarchava a passos firmes para hsua consolidação. A tão apregoadaanarquia econômica, que deveriaresultar das nacionalizações ante-riores não se verificou. Se os Esta-dos Unidos permitissem que os re-volucionários continuassem exeeu-tando sua política em paz, n vitória

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yuem é omenos mentiroso?

Desarmamentoe eseolásticabossa nova

O delegado inglês na ONU,Ormsby-Gorc, que também repre-sentou sou pais nas conversaçõessobre o desarmamento om Gene-bra, declarou nn Comissão Politi-ca das Nações Unidas que o placosoviético cie desarmamento ai rasa-riu a resolução do problema duran-te «uns quarenta anos». Segundoo representante britânico, isto arou-tece porque não basta encontrar osmeios para impedir que haja guer-ra; é necessário atingir os meios riegarantir a paz. Sem dúvida alguma,trata-se de um interessante jogo depalavras. ..

Antes, a balela utilizada era deque a União Soviética não se dis-punha a aceitar qualquer tipo decontrole do desarmamento. Agora,diante ria desmoralização quasecompleta dessa desculpa, os politi-cos do bloco militar ria OTAN jácomeçam a procurar outra monosesfarrapada. Ê pena que o sr.Ormsby-Gore não tenha dpscnvol-vido mais êste tema tão interessai!-te: as diferenças formais e essen-ciais entre evitar a guerra e man-ter a paz. Perdeu-se uma boa opor-Umidade para mais um concilioescolástico á moda rio sexo dosanjos.

As duas Tolos dão 11111 bom exemplo do que é a "informação" da nup.,. •«reacionária. Na mesma cidade, com apenas um dia de diferença, dois jornaisda capital peruana publicaram a mesma foto, da mesma agência (a "United1'ress Inlcriiational", norte-americana), ma; com diferentes "Interpretações".A partir de semelhantes "erros" se pode ter uma idéia do que e a campanhadc calúnias do imperialismo contra a Revolução Cubana.

Argélia e África:

problemaé um só

O presidente Seku Turc, da Gui-nc, em seu discurso na ONU, obser-vou que a França, que conta como apoio das jovens nações africanasliara defender sua guerra colonialna Argélia, seria a primeira potén-cia imporialisla a sentir o peso dasolidariedade africana. Poucos diasdepois, anuncia-se a realização omAbidjan, capital (ia Costa do Mar-fim, do uma reunião de onze dês-sos pai.ses para tratar rio problemaargelino. São onze antigas colôniasfrancesas o que, cm maior ou me-nor mediria, continuam sob a depen-riêneia da Franç, .

Não se pode alimentar ilusõesquanto á coragem, dos onze paisesque so reúnem agora em Abidjan.'Iodos elos foram amarrados áfrança, antes da independência portratados desiguais e seus riirigen-tos foram escolhidos a dedo polocolonialismo. Os verdadeiros líderesanticolonialistas em muitos delesainda continuam presos. De qual-quer maneira, entretanto, a convo-cação ria reunião mostra elaramen-te que os diligentes destes paisestem de satisfazer, de uma formaou de outra, à pressão popular an-ticolonialista. .Mais cedo ou maistarde, o nâo muito tardo, terão queescolher entre mudar ou serem der-rubados.

Bettancourtdiante daencruzilhada

A União Republicana Democrá-tica venezuelana exigiu que o Go-vêrno Bettancourt seja modificadopara que suu composição repre-sento a verdadeira situação políticadu pais. Nas mus de Caracas e deoutras cidades do país, esta mesmaexigência de remodelação do Go-vórno é (leíonditla pelas massas emmanifestações violentamente repri-inicias pelu polícia.

Um dos principais motivos dodescontentamento contra llcllan-court é sua política dc subservien-cia aos Estados Unidos cm relaçãoa Cuba. A revolução cubana conlacom firme apoio popular na Vene-y.u-la, c o povo não perdoa Bettttn-court pelo fato dc ter assinado ahumilhante «Declaração de SãoJosé» e permitido o assassínio dedirigentes do movimento pró-Cubana VonoziHa.

O Governo de Bettancourt con-lava inicialmente eom o apoio deseu partido, a Ação Democrática,dos democratas cristãos do COPEIe da União Republicana Democrá-tica. Atualmente, só conla com oCOPEI e a direita de seu partido,uma vez que a esouonla abando-noii-o e formou o Movimento Es-querdistu Revolucionário.' Assimmesmo procura dançar na cordabamba.

Tony Sallmrd era um dus três norte-americanos quo invadiram o territóriocubano, num liando de coiitra-revolu-cionãrios. Foram presos pela milíciacamponesa e fuzilado*, por ordem doTribunal Revolucionário que os Julfrou-

final eslaria mais do que garanti-da. O boicote econômico lançado|M'los norte-americanos quanto ii ex-portação «le. açúcar e a importaçãodc petróleo linha fracassado a olhosvistos. O novo boicote a todas asimportações cubanas também nãoprometia muito, porque os EUAnão conseguiram que seus aliadosmilitares, principalmente o Canadá,os seguissem. O cerco por meio daOEA, iniciado com a decantada«unidade hemisférica» da conferên-cia de Costa Rica, só vinha sendocumprido por algumas ditadurasentro as quais a Argentina o a Gua-lemalii, sem qualquer resultado. Sórestava o último recurso: uma in-lervenção mais ou menos direta dosEstados Unidos.

"Frente única" Imnerialista

l in sinaJ característica da poli-tica aventureira, o desesperada doImperialismo norte-americano eni»relação a (Juba foi dado pelo deha-te entre os dois candidatos à presi-dência, Nixon e Kennedy. Enquan-to Kennedy reclamou um apoiomais ativo o direto do governo ian-oue mis contra-revoludonários se-diados nos Esiados Unidos oura queê!.*>s contratassem mercenários epviíí/ii-soiii um novo (leficmbnrmieem Cuba, Nixon acusou o primeirod(> «irresponsabilidade», por arris-car lançar o inundo numa lerceiraguerra mundial, mas propunha umasolução «tipo Guatemala», ('uno •"vê, trata-se apenas de uma modifi-cação na ordem dos fatores, nue,como diz o ditado, não altera oproibi'

Por -u ¦ ¦ .:, .i Go> i rim' norte--americano cá !''i!:i a !iiud*i neces-sária para que os grupos (!•• exila-dos e fugitivos da justiça comumeu" se encontram nn Flórida, con-tinuem seu trabalho dc arrenimen-Ineão de mercenários e criminosos.Telegrama recente de uma dusagências imperialistas informavacnndidamente nue organizaçõesde contra-revolucionários dispõemile recursos suficientes para manter,armar e remunerar todos aquelesque se disponham a tentar a áven-tura de um desembarque,

O governador da Flórida, Le, RoyCollins, a despeito das anunciadasmedidas do governo norte-aincrica-

, no para dificultar o embarque doeontra-revolueionáriós para Cuba,dee,lnrava-se inteiramente «le acôr-do com os que exigiam um apoioainda mais decidido aos mercená-rios. E ouc se trata dc mercenários,um dos cabeças do movimento con-tra-rovnlueionário da Flórida, Sen-(anuiria, se encarregou de revolarno dizer oue existiam !.">!) mil «cuba-no1» oreparados pura invadir ailha, Com efeito, o Departamentode Imigração dos VA A, mesmo so-mando imigrantes com turistas f-pessoas que viajam a negócio, nãoconseguiu mais que 30 mil cubanosnos Estados Unidos, depois du Re-volução,

A pojíticn agressiva e aventurei-ra dos Estados Unidos é uma v:t-dadeiru arma de dois guines que setornam cada vez mais afiados.Equilibrandó-se. à beira do abismoda guerra, numa sonda que se es-trcit.i a cada passo, o imperialismonorte-americano apressa sua quedaou do Indo da guerra mundial oudo lado da revolução antümperia-lista. Como dizem os próprios cuba-nos, «(Jue venham!», pois serão cn-

.torrados no bravo sulo tle Cuba.

"--•"--—-

GOVERNO NÃO QUER OUVIR A FALA DO .!NEMA (I)

Cinema:Indústria QueAindaTem Padrinho

LUIZ GAZZINEO

Conta Alex Viany em sua «Inlrodu-

ção ao cinema brasileiro», o opisódio

do abnegado artesão Nelson Schultz.

Sozinho êle escreveu, produziu, dirigiu

e coordenou um filme que seria a gran-

de razão da sua vida. A censura cor-

tou-lhe o sonho, impiedosamenle, di-

rendo que a película não merecia o

certificado de boa qualidade. Anos de-

pois Schullz morria na miséria, depau-

perado e desconhecido. O filme se per-

deu, mas o título ficou na memória dos

muitos que o conheceram naquele pe-

ríodo cm que o cinema no Brasil vivia

de crise para aise: »SEMPRE RESTA

UMA ESPERANÇAv.

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0 períodoheróico

Houve unia época em que fazer cinemu era sinônimo ú> heroísmo. Muitos

Hoje, muitos anos são passados, de-

pois de experiências e aventuras as

mais audaciosas, o homem de cinema

ainda viv. na esperança que lhe res-

ta, muitas vezes acreditando que uma

centelha vai iluminar o cérebro de ai-

gum governante ou político, levando-o

a ouvir e atender os clamores de uma

classe que já e numerosa.

Uma história

que não é alegre

A tela fascina. Fábrica de sonhos

montada em grande estilo por Hol-

lywood, criou no espírito de grande

parte do público, graças a uma máqui-

na de propaganda que trabalha em

proporções gigantescas, o mito da «vi-

éa alegre, romanesca e aventurosa» da

gente de cinema. Mas, na verdade pe-

lo menos aqui nas terras do Brasil, a

história que se pode contar não é ale-

gre. Pelo contrário. Ê toda pontilhadade dramas e decepções, de luta mui-

tas vezes inglória. O episódio de Schul-

te nfio e e único, a lista de vivos e

mortos decepcionados e injustiçados

pela barreira que se opõe à sua von-

tade de dotar o Brasil de uma indústria

cinematográfica digna de suas tradi-

ções culturais • populares é grandei

Moacyr Fenelon, Carmen Santos, Adhe-

mar Gonzaga, Raul Roulien e muitos

outros.

A história não é alegre e e velha.

Vem dos primórdios, dos primeiros tem-

pos do cinema mudo, quando br asilei-

ros mais audaciosos organizavam as

primeiras companhias cinematogrófi-

cas, realizaram uma ou duas experiên-

cias . depois fechavama-nas, E' uma

história que se agravou quando o ei-

nema falado surgiu, vindo lá dos Es-

tados Unidos e criando mais dificulda-

des para aqueles que já as tinham

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Festa daunidade

O I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro, realizado no Rio de Janeiroem 1949, foi a primeira grande festa da unidade dos trabalhadores de cinemado Brasil. O espirito de lula que animava os cineastas, transformou-o naprimeira trincheira pela conquista de um cinema autenticamente brasileiroe de luta contra a opressão estrangeira

não difere muito daquela que sacrifi-

cou os pioneiros do petróleo no Brasil:

a da luta entre o poder econômico que

domina e a nação que quer progredir,

emancipar-se economicamente,

A primeiralição

filmes foram iniciados e ficaram sem quando faziam seus filmes silenciosos.terminar. O idealismo Imua a aven- p uma história que o tempo e a cons-tnrn, nu. sempre terminava quando odinheiro acabava. ciência de muitos levaram a provar que

Reuniõesc debates

A realização rio 11 Congresso, rm Sãn Pauin, revelou a rJKposiçrin dos pincaslas.Reuniões, debates, assembléias o atos preparatórios ria grande manifesta.âoforam realizados as dezenas na capital paulista, com a participação ativadas figuras m;iis em evidencia no cinema. I.ima B.rrcloi Ccli, Nanni, Jacksondc Sou.a e outros sào vistos na foto durante uma reunião preparatória doCongresso :

A grande e primeira lição foi n pau-lista. O cinema brasileiro, tão velho

como o de qualquer outro país (fomos,

como conta Adhemar Gonzaga a Alex

Viany, dos primeiros a produzir filme

de longa metragem), viveu sempre da

iniciativa individual, sem base econô-

mica sólida a ampará-la e por isso

mesmo condenada ao fracasso. Os

grandes produtores tinham pouco di-

nheiro e muita vontade: o esforço prin-cipal eslava voltado para a criação do

filme em si. Carmen Santos era uma

idealista, vivia para o cinema-espclá-

culo e sonhava como o artista. Adhe-

mar Gonzaga, o que mais se preocupou

com o problema indústria, não conta-

va com os meios para ganhar o merca-

do e sustentar a arrojada iniciativa que

foi a construcção dos estúdios do Ciné-

dia, o mais bem aparelhado do Brasil

na época.

Até 1950, quando o industrial ita-

liano Franco Zampari fundou a Vera

Cruz, não se vorifiqnra no Pais qual-

quer empreendimento cinematográfico

em que estivessem envolvidos elemen-

tos da burguesia industrial brasileira.

A companhia de São Bernardo cio Cam-

po foi o primeiro no gênero e serviu

de estímulo para que outros industriais

paulistas . (Anlhony Assunção e Mário

Audrá) se lançassem à grande emprè-

sa de dotar o Brasil de um cinema con-

cebido como indústria. Quarenta anos

depois do que fizeram os norte-ameri-

canos em giande escala e, em escala

menor, os europeus, surgia no Brasil

uma empresa cinematográfica ediíica-

da em grande estilo e com caicrcteris-

ticos completamente novas em relação

ao que se havia feito até enteio. Os

resultados, que serão analisados em

outra reportagem, não foicim positivos;

não teve lor.ga duração o empreendi-

mento: a Vera Cruz, três anos depois

entrou em estado de insolvência, a Ma-

ristela e a Multifilmes cerraram suas

p'ortas. Só ficou a lição, e os homens

de cinema aproveitaram-na para ini-

ciar organizádamente e com objetivos

comuns a grande batalha que começa-

ia há algum tempo atrás graças, prin-

cipalmenle, cio idealismo e ao espirito

de luta do saudoso Fenelon.

Anosde tormenta

Em 1949, no Rio da Janeiro, por inl-

ciativa de Moacyr Fenelon, então pre-

sidente do Sindicato Nacional da In-

dústrla Cinematográfica, instalava-se

o I Congresso Nacional do Cinema

Brasileiro. O certame marcava o Início

organizado de uma luta que vinha sen-

do desenvolvida sem orientação. Den-

tre as iniciativas isoladas que se po-

dem contar até então, eslava a da ela-

boração do um projeto criando o Ins-

tituto Nacional de Cinema, resultado

do trabalho de um pequeno grupo de

abnegados cineastas, e apresentado ao

parlamento, em 1946, pelo deputado

Jorge Amado.

A realização do Congresso foi um

marco na luta em prol do cinema bra-

sileiro. Além de propiciar um embrião

de organização para a gerite do cine-

ma, alinhavou as grandes reivindica-

ções de um setor da vida nacional que

começava a se projetar como dos mais

importantes na vida econômica e cultu-

ral da Nação. O campo de luta ficou

definido: o produtor americano a pres-

sionar por todas as formas com o fito

de assegurar a quase exclusividade de

um mercado de mais de duzentos mi-

Ihòcs de entradas por ano era o en-

trave principal a ser eliminado; em

contraposição, se faziam necessárias

medidas governamentais tendentes a

auxiliar (como se fazia na Espanha,

Itália e Fiança), a produção cinemato-

grafica nacional.

Com o I Congresso começaram os

anos de tormenta. A criação cias gran-

des companhias em São Paulo abria um

Inrgo campo de atividades aos homens

de cinema no Brasil e faziam antever

a possibilidade de um enraizamento da

indústria em bases nunca antes conse-

guirlas. Como era natural, o centro de

atividades e de luta deslocou-se paraSão Paulo. Fundou-se a Associação

Paulista de Cinema, entidade que ori-

gináriamenle havia sido concebida co-

mo embrião do futuro sindicato dos tra-

balhaclores na indústria cinemalográfi-

ca e, através dela, numerosas confe-

rências e atos de esclarecimento, à

base do que se assentara no I Congres-

s_, foram realizados. Um grupo de es-<

tudiosos, destacando-se entre eles ele<

mentos da crítica de cinema na Capital

paulista, elaborou projetos e traba*

lhos que foram enviados às mais altai

autoridades do País, propondo e exl<

gindo as soluções mais adequadas aa

estabelecimentos de leis protecionista!à indústria cinematográfica. A luta ••

desenvolvia e crescia à medida que 9\

crise assoberbava os grandes estúdloi

construídos em São Paulo. O II Con-

gresso, realizado em 1954 na Capital

Paulista, apesar de algumas divergên-

cias entre os grupos que dele partici-

param, se constituiu na última grandemanifestação até hoje celebrada peloshomens de cinema no Brasil. Realizou-• se quando já era insustentável a situa-

ção das grandes companhias e depoii

de consideráveis esforços para tentar

salvá-las. Nos 4 anos de tormenta o

grande inimigo ainda estava por der-

rotar. O Governo, que se mostrara in-

teressado na solução do problema a

que, inclusive, prometera fazer aprovar

no Parlamento um novo projeto de

criação do Instituto Nacional de Cine-

ma, de autoria de Cavalcanti, não ce-

dera aos apelos e continuava a manter

os mesmos privilégios para o filme es-

trangeiro. t

Os resultados foram desastrosos. A

Maristela fechara, a Multifilmes tam-

bém e a Vera Cruz dava os últimos es-

tertores, agoniada em uma crise de di-•fieiI solução. Voltávamos aos tempos

de ontem, trabalhando graças à inicia-

tiva individual. O centro deslocou-se

momentaneamente para o Rio, que'continuava a produzir normalmente

através da Atlànlida e de alguns Inde-

pendentes. São Paulo ficou com a ex-

pertencia do empreendimento em lafgo

escala e com alguns estúdios que pro-

piciavam a realização de películas-denivel mais alto, além de alguns estran-

geiros que vieram durante os anos de

progresso e que deram uma contribui-

ção de primeiro plano para o enrique»

cimento das qualidades técnicas do

nosso cinema.

Ficou também a esperança do título

do velho Schutz que levou a qus ss

conseguisse algo em relação a leis de

proteção ao cinema, das quais falare-

mos na próxima reportagem.

\ :

_<H._W^_. ,__-»w«ri-»l_w__li>.-.-t__a.._.

# A CONSTRUÇÃO DA USINA DE SALTO-FUNIL ' -A

Rio ParaíbaNão ProduziráEnergiasó Para a Light

y 'yf. M -Ú0yy

¦3ÉÉI1S

f. A Mítória da construção da usina doSalto-Funil, no rio Paraíba, é tambémUni dos capítulos da história de um dosmais pe*# -os e perniciosos trustes•strangeiros no Brasil: a Light. Quando,há quase trinta anos, pretendeu a Es*trada de Ferro Central do Brasil apro-veitar aquele potencial hidrelétrico pa-ra a construção de uma usina, tendoem vista a eletrificação de suas linhas,então em projeto, poderosos interesses

se levantaram contra os planos da fer-rovia do governo. E o certo é que, se

bem que a Central do Brasil fosse uma

empresa da União, não conseguiu ven-

cer as resistências opostas. Prevalece-

ram os interesses contrários à cons-

truçâo do Salto-Funil. Por trás desses

interesses estava a Light.

O «Diário Oficial» do Estado da

Guanabara, edição de 17 do corrente,

publica a escritura de constituição daCompanhia Hidrelétrica do Vale doParaíba (Chevap), que tem como pri-meira finalidade a construção da Usi-na do Salto-Funil. Significará isto umaderrota da Light? Significará que afi-nal, prevaleceram os interesses do Bra-«il? Só um exame mais detido da quês-tão poderá responder cabalmente aessa indagação. Desde já, entretanto,uma coisa é certa: muitas são as van-?agens que auferirá a Light com a cons-?ruçõo do Salto-Funil.

A Constituição da CHEVAPA Companhia Hidrelétrica do Vale

do Paraíba é uma empresa mista na

qual a maior parte do capital perten-ce à União Federal, representada peloBanco Nacional do DesenvolvimentoEconômico, que o subscreve na propor-cão de 51 por cento. Além do BNDE,

também são integrantes do novo em-

preendimento os governos dos Estados

de S. Paulo, através do Departamentode Águas e Energia Elétrica (DAEE),do Rio de Janeiro e da Guanabara, a

Companhia Siderúrgica Nacional, a Ré-

de Ferroviária Federal, representada

pela Estrada de Ferro Central do Bra-

sil e, por fim, muito significativamente,

a Rio Light S. A. — Serviços de Ele-

tricidade e Carris.

Como se vê, dos sete integrantes

da Companhia, seis são entidades ofi-

ciais ou semi-oficiajs (Rede Ferroviária

Federal e Companhia Siderúrgica Na-

cionall e apenas um deles é uma em-

prêsa privada, precisamente a light.

Por que esta associação dd Light aoempreendimento? Seria necessária de

qualquer ponto de vista? Sem a Light

não poderia ser construída a Usina?

Mínima a contribuição da LightComo se poderá ver pelo quadro

que a seguir publicamos, no qual são

discriminados os capitais de cada umdos participantes da Companhia Hidre-létrica do Vale do Paraíba, é mínima a

participação da Light em recursos fi-

nanceiros. Eis o.quadro:

^—i r" 1Participante ; Capital em [Capital em ações, Totalj ações ordiná- preferenciais (em (em milhSes

rias (em mi- milhões de cruz) de «rui)IfiSes de erui) }

BNDE 1.240 392 1.632' Ert. 8. Paulo 320 320Ist. do Rio 320 320Brt. da Guanabara 320 320Cia. Siderúrgica

Naeienal — 256 256Rio Uçht Í. A. — 256 256

. Ride Ferrov. Federal | — | 96 96TOTAL | 2.200 ] 1.000 3t2ÕÕ

lfflNHii-L\''"''. «lü^É^1 í ' ' s\."- ¦'* 11113iiRlÉ^^ •'"' '' «£#•'¦' ' MiSiÉÉlPl 9mmmW*3^^m^&^^ W ' ' ' Maa|^KM^re^^HS_@S__áls^'h: *-w^H

BllÍÍiÍÍpfl mi. 'JmWmmmmW^^^Kíkm^í ¦ /JMH||É|k_Ki»iaM.%in k___t::¥'l___KB k_B_kwiilP^Hi^^il_l_Rffl_-ft_I &H_^_iHM ¦Bfe-^-^^.B MB^fll WLmW^^W^tmmmmt^mmmW^ SM

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Uma derrotado polvo

Habituada, desde que se instalou noBrasil, a mandar e desmandar naprodução e distribuição da energiaelétrica, a pequena participação dal.ichl na Usina de Salto-Funil podeser considerada uma derrota do truste.

Como se vi, sobre um capital socialde 3 bilhões e 200 milhões de cruzei-ros, a participação da light não vai

além de 256 milhões de cruzeiros, em

ações preferenciais, isto é, apenas 8

por cento do total. O governo federalcontribui com 51 por cento do total,

parte em ações ordinárias (1 milhão e

240 mil ações sabre 2 milhões e 200mil, isto é, pouco mais de 56 por centodestas últimas) e parte em ações pre-ferenciais (392 mil ações sobre 1 mi-Ihão, ou seja, 39,2 por cento destas

últimas) .Portanto, considerada a questão do

ângulo das contribuições em recursos,não há a menor justificativa para a

inclusão da Light — única empresa

privada entre os empreendedores ofi-

ciais ou oficiosos — na Companhia,

pois se o Poder Público encontrou meios

para mobilizar cerca de 2 bilhões 950

milhões de cruzeiros, muito mais fácil-

mente levantaria a parcela relativa-

mente pequena de 256 milhões, que aLight subscreveu.

A Light na administraçãoTrês são os órgãos administrativos

da empresa, como em qualquer outrasociedade anônima: a Diretoria, o Con-selho Fiscal e o Conselho de Adminis-tração. Os componentes da primeira,segundo os estatutos, serão em nume-ro de seis, eleitos em Assembléia Geral,

pelo prazo de cinco anos. Como por-tadora apenas de ações preferenciais,que não dão direito a voto, a lightnão poderá participar da eleição dos.

diretores (da mesma forma que a Com-

panhia Siderúrgica e a Ride Ferrovia-ria). Entretanto, de acordo com o» es-

tatutos, os diretores poderão ou não

ser acionistas, o que, tem dúvida, faci-

lita ai manobra* que a Light certa-

mente empreenderá para que a maio-ria dos diretores lhe seja favorável.Além disto, prevêem «e estatutos queem easo de vaga, renúncia ou impedi-mente definitivo de um dos diretores,seu lugar poderá ser preenchido porum dos membros do Conselho de Ad-ministraefio. Af, sim, a light estará di-retamente representada, pois os esta-tutos prevêem que cada um dos acio-nistas com um mínimo de 3 por centofo capitai (caso da Rede Ferroviária)tem direito a um lugar no Conselho de

Administração. É certo que a compo-siçfio desse Conselho é ampla — alémdos seis diretores, um representante do

Ministério da Guerra e mais sete con-selheiros representando, eqda qual, um

dos grandes aeionistas — ao todo 14

pessoas.

A odisséia de um rioDesde que se Instalou no Brasn, a

Light tem desenvolvido com êxito uma

política de monopólio do rio Paraíba.Sío conhecidos os casos em que outras

iniciativas para o aproveitamento do

potencial da Importante artéria fracas-saram por completo. Um deles foi a

construção da Usina do Salto-Funil,

para servir à Central do Brasil, antes

mencionado. Outro foi a projetadaconstrução da Usina de Caraguatatuba,obra grandiosa o de notável Impor-tâneia econômica, entre S. Paulo e o

Rio, mas que a Light jamais permitiufosse levada a cabo. Aliás, talvez ne-

nhum outro fato ilustre melhor o imen-so poder que a Light desfruta no Bra-sil do que essa sabotagem á constru-ção de Caraguatatuba, revogando con'cessões dadas pelo governo federal ederrotando o governo do Estado de S.Paulo, a poder da mentira, da corru-

ção e do suborno.

Por isso mesmo, a construção da Usi-na do Salto-Funil, como primeiro obje-tivo da Companhia Hidrelétrica do Valedo Paraíba, tem uma significação espe-ciai. De um lado, revela que a Lightnão mais pôde manter-se na posiçãode dona absoluta do rio Paraíba. Comefeito, a sua incapacidade para aten-

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Custou,mas veio

A Estrada de Ferro Central do Brasil iniciou a luta pelo aproveitamento d»potencial hidrelétrico do Salto-Funil (Rio Paraíba) há cerca de trinta anos,esbarrando sempre em poderosos interesses contrários, por detrás dos quaisestava a Light. Agora, a usina será construída e, o que é interessante, com umaparticipação bastante reduzida da Light.

der ao aumento do consumo não pôdeimpedir que investimentos públicosviessem realizar o que o próprio truste

preferiria certamente fazer para man-

ter seu monopólio absoluto. De outro

lado, entretanto, rendendo-se ante a

realidade, conseguiu a light infiltrar-seentre os empreendedores da nova obra

e, se bem que com uma participaçãomínima de capital, garantiu para si umasérie de vantagens. Convém lembrar

aqui que as ações preferenciais, embo-

ra não dando direito a voto, são as

primeiras a ter uma remuneração asse-

gurada, quando da distribuição dos

lucros.

A distribuição da energiaA parte da escritura de constituição

da Companhia que trata da finalidadeda Usina do Salto-Funil estabelece o

seguinte: «a Usina do Salto-Funil se

destina — a) através seu reservatório

de acumulação a regularizar parcial-mente as descargos do rio Paraíba; b)

integrar o plano de regularização do

rio Paraíba, funcionando em coorde-

nação com os reservatórios do mon-

tante; c) contribuir para assegurar a

jusante de sua barragem principal uma

descarga tal que permita manter no

leito do rio, imediatamente à montante

de Santa Cecília, uma descarga mini-

ma da ordem de 200 m3/seg para as-

segurar condições de salubridacle à re-

gião ribeirinha; d) contribuir para a

melhoria do fator de carga da Usinade Nilo Peçanha» e) assegurar priori-tàriamentet 1) suprimento de energiaelétricas aos estabelecimentos, fábricase arsenais militares sediados no Valedo Paraíba e na região de Piquete Ita-

juba; 2) uma reserva de potência àdisposição dos governos dos Estados deS. Paulo, Rio de Janeiro e Guanabara,

proporcional aos seus respectivos invés-timentos efetivamente realizados, a serempregada na zona de influência daCompanhia, a critério dos referidos go-vemos,- 3) suprimento de energia elé-trica à Companhia Siderúrgica Nacio-nal, até o limite da reserva de potên-cia, proporcional ao seu investimentoefetivamente realizado; 4) suprimentode energia à Rêdc Ferroviária Federal,Estrada de Ferro Central do Brasil,também até o limite da reserva da po-lência proporcional ao seu inveslimen-to efetivamente realizado; 5) uma re-serva de potência à disposição da Riolight S. A. — Serviços de Eletricidadee Carris, proporcional ao seu investi-mento efetivamente realizado; ó) supri-mento de energia elétrica em alta ten-são aos concessionários locais e outros

grandes consumidores situados na zonade influência da Companhia; f) distri-buir as disponibilidades de energia, de-pois de atendidos os consumidores dis-

criminados no item anterior, nos terri-

tórios dos Estados referidos no item

«e*, inciso II, proporcionalmente aos

seus investimentos efetivamente reali-<zados, desde que haja demanda; g)fornecer os excedentes de energia àRio Light S. A. — Serviços de Eletrici-dade e Carris, mediante condições

'•

serem fixadas.»

Prós e contrasEvidencia-se, assim, que a Light nfie

somente distribuirá parte do energia aser produzida em Salto-Funil (a quecorresponde ao seu capital de partlci-1poção e mais a que lhe vier a ser cedi*da pelo número 2 e pelo item <rg»), co-mo possivelmente acontecerá na Gua'nabara, mas também recolherá beneff-cios com as obras de regularização dorio.

De outro lado, porém, com a cons»tiução da Usina, deixará de existir ovirtual monopólio de fornecimento deenergia a todos os consumidores im-

portantes da faixa Rio-S. Paulo, atual*mente em mãos da Light.

Ora, tirar vantagens de todas as si*tuações é o que a light tem conse-

guido fazer até aqui. No caso da cons-trucão da Usina Salto-Funil, o signi-ficativo é, portanto, a perda do mono-

pólio a que nos referimos. Apesar de

pequena, é uma brecha. O que se po-dera discutir é se não está custandoum preço muito elevado e se melhoresresultados não poderiam ser obtidosatravés de uma -política antiimperialis-ta de verdade.

Rio de Janeiro, semana de 28 de outubro a 3 de novembro de 1960 N' 87

* 5 NOVOS RUMOS • Rio de Janeiro, semana de 28 de outubro a 3 de novembro de 1960 —

Povo Carioca Marcouum Tento Contrao Truste Dos Telefones

—«Viva esta Câmara, que temum vereador que joga o paletó pa-ra cima e náo cai dinheiro daLight!»

Com esías palavras, o vereadorJair Martins saudou seu colegaPaulo Areai, sexta-feira última, naCâmara carioca, após a aprovaçãodo Projeto de intervenção na Cia.Telefônica Brasileira. Seu gritoecoou no Plenário, em meio aosaplausos dos vereadores naciona-listas, quando o sr. Paulo Areai, au-tor do Projeto, também manifes-tava seu júbilo jogando para o alto(na falta de um chapéu) o própriopaletó.

Entrou assim em nova fase a ve-lha luta entre o ramo de telefonesdo truste Light e o povo carioca.O Projeto aprovado, além de pro-mover a intervenção na Companhia,para controle das operações e fis-calização da contabilidade, estabe-lece a criação de uma Companhiamista, de capital do Estado e par-ticular, para dar telefones aos 200mil cariocas que, em muitos casos,há mais de dez anos esperam inú-tilmente nas filas da Light. Alémde uma pequena batalha para quea Mesa da Câmara envie o Projetoaprovado ao Governador — elatem um máximo de 20 dias parafazê-lo, mas existem maneiras deburlar o prazo — a luta doravantese travará em torno da sanção doGovernador. Seja com Sette Cama-ra, seja, por maior razão, com La-cerda, o povo carioca terá de lutarmuito para que a vitória obtida naCâmara não seja frustada pelo vetodo chefe do executivo estadual.

10 razões para lutarO Projeto Areai tem a aprovação

das Comissões da Câmara desdejulho passado, mas há mais de 10anos seu autor vem lutando porêle, e com isso comprometendo asua própria carreira dentro daUDN. Foi essa tenacidade do sr.Areai a causa inclusive da sabota-gem de sua candidatura à Consti-tuinte, nas últimas eleições, porparte da direção de seu Partido,onde pontificam ostensivos advoga-dos da Light, como o sr. AdautoLúcio Cardoso.

Tanto a Light como o povo ca-rioca têm suas razões, e muitas, pa-ra empenhar-se a fundo — em trin-

cheiras opostas — nessa luta emtorno dos telefones. Eis algumasdelas:H A CTB é apenas uma preciosa

fonte de renda para o truste,e não representa qualquer encargopara êle. O último contrato firma-do entre o Estado (antiga Prefei-tura do DF) e a Companhia, cm1953, obriga esta última a estar emcondições técnicas de atender ime-diatamcnte a todos os pedidos detelefone que receba. A CTB nuncacumpriu este contrato e afirmamesmo que não pretende cumpri-lo,alegando dificuldades financeiras.ty Para multiplicar os 12'-- de lu-

cros, sobre o capital, a que temdireito pelo contrato, a CTB íalsi-fica a sua contabilidade. Aumentaartificialmente o valor de seu pa-trimõnio (era de Cri? 1,2 bilhõesem 51, e reavaliou-o para cerca deCrS 5 bilhões em 60), ao mesmotempo em que reconhece que nãofaz investimentos. Apresenta des-pesas inexistente, na forma de «pa-gamentos» a uma outra subsidia-ria ria Light, a COBAST, e faz ou-tros tipos de malabarismos conta-beis, denunciados fartamente à opi-nião pública, inclusive por dois an-ügos Prefeitos do Rio, Bento Ri-beiro e Rivadávia Correia.O A única fórmula apontada pela

CTB para resolver o problemados telefones é a do chamado «au-tofinanciamento», através do qualcada pretendente a um aparelhodaria ao truste Cr? 80 mil. Assim,a CTB perderia o único argumentoque ainda teria para justificar a suapresença aqui, que é o de suposta-mente trazer capitais do exterior.Seus investimentos, lucros e podereconômico seriam obtidos exclusi-vãmente com o dinheiro do povo,com capital nacional.£k Com o «autofinanciamento», o

próprio povo estaria amarran-do suas mãos ao truste, pois esta-ria concorrendo com dezenas debilhões de cruzeiros para aumentaro patrimônio e o poder político eeconômico da Light, tornando maisdificil, senão impossível, a desapro-priação da empresa pelo poder pú-blico, no futuro. Se realmente afórmula do autofinaneiamento fôra única possível, o lógico é que elaseja adotada com uma empresa emque o Estado seja o maior acionis-ta, como a prevista no Projeto Pau-Io Areai, pois assim estariam res-guardados os interesses e o dinhei-ro do povo.

c A «dispensa» dos maus servi-ços da Light, e a adoção da lor-

mula da empresa estatal são aindarecomendadas pelo fato de que aprodução de equipamentos teleio-nicos no pais está em grande as-censão, e já em 1962, segundo aSUMOC, poderá atender a todo oconsumo nacional. Assim, a Lightperderá também o instrumento dechantagem que representa para elao fato de sei1 ligada aos monopó-lios que produzem tais cejuipamen-tos nos Estados Unidos.

g Adotando-se a fórmula da em-presa estatal, os equipamentos

que forçosamente devam ser adqui-ridos no exterior poderão ser tro-cádos por café, e outros produtosbrasileiros, nos paises socialistas,com proveito para o balanço de pa-gamentos do pais.-» A intervenção na CTB e a cria-

ção da empresa telefônica doEstado representará um golpe vio-lento no próprio centro de opera-ções desse truste que hoje mono-pòliza o sistema de telefonia nasprincipais cidades do país.

Nas bancas de jornais

MK0IÁN EM CUBAReportagem completa da visita do vice-primeiro ministro da URSS,convidado especial do governo de Fidel Castro para inaugurar aexposição soviética em Havana. Contém fotografias. Preço Cri? 40,00Pedidos pelo reembolso paraEditorial Vitória LidaCaixa Postal 165/Rio de Janeiro

O Representarão também um gol-pe no poder de corrupção poli-

tica detido pela Light, e em parti-cular pela CTB, através do qual és-te truste patrocina a eleição deum Governador, como Lacerda, dedeputados como Sandra Cavalcanti,Gladston Chaves de Mello e outros,compra votos de vereadores e cons-ciência de juizes e fiscais.

O A criação da empresa estatalatende igualmente aos interés-

ses da segurança nacional, pois éinconcebível que a rede de teleio-nes de uma grande cidade, como oRio, através da qual estão sempresendo transmitidas conversas quedizem respeito a interesses vitais dopais, seja controlaria por uma em-presa estrangeira imperialista.

¦I Q A intervenção do Estado po-rá fim a este absurdo que é

o fato da CTB enviar cada anodezenas rie milhões de dólares paraos Estados Unidos, a título de lu-cros, pelas operações que faz comcapital nacional, e com técnicos bra-sileiros, só trazendo para cá a ga-nância o a ação corruptora de seusdonos. O capital o a técnica nacio-nais devem servir ao povo brasilei-ro, o não para engordar monopolis-tas ianques.

Por todas essas razões, é de seesperar que a batalha dos telefonesna Guanabara seja das mais agi-tadas, nos próximos meses. A Light,de seu lado, já começou: está pro-movendo uma intensa campanhade matérias pagas c artigos assina-dos, na imprensa, para combatera decisão da Câmara cie Vereado-res. Mas o povo carioca não se dei-xará enganar, e exigirá do Gover-nador o cumprimento da Lei apro-varia pela Câmara.

II llnr VjÊ

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Dicionário

Além de poucos, os telefones públicosexistentes na Guanabara funcionammal. No raro trazem a inscrição já fa-miliar ao carioca: "Não funciona".Telefônica: aparelhos poucos e ruins.

Telefones

públicosBarnabés Reclamam de CP:60 Por Cento de Aumento!

O alto custo de vida vem pro-vocando continuados movimentosde reivindicação salarial em todasas categorias profissionais de SãoPaulo. A alucinante corrida depreços não poderia deixar de atin-gir o funcionalismo público esta-dual.. Este, em grande número,percebe salário na casa dos cincomil e novecentos cruzeiros, aindaobrigado aos descontos. É o caso,para exemplificar, dos operáriosdo Departamento de Águas e Es-gotos. Grande também é o nume-ro daqueles que em outros seto-res, ganham uma média de 8 milcruzeiros com família de 3 a qua-tro pessoas. Por isso mesmo vemencontrando receptividade entreos "barnabés" a campanha diri-gida pela União dos ServidoresPúblicos, pleiteando um aumentosalarial na base de 60%.

Memorial a CPCerca de 13 mil funcionários

já subscreveram um memorial aosr. Carvalho Pinto expondo as ra-

zões de suas reivindicações e re-clamando o aumento na base aci-ma indicada. Ao lado disso, aUnião dos Servidores pretende veraprovada uma emenda ao orça-mento do Estado assegurando osmeios para o atendimento daque-Ia necessidade. Concentrações defuncionários estão acertadas emMogi das Cruzes e Campinas eSantos para a coleta de assinatu-ra ao memorial e esclarecimentosobre a campanha em curso. Nacapital, mesinhas estão sendo co-locadas em pontos de maior fre-qüência dos funcionários, comoocorreu nos últimos dias no bair-ro de Ponte Pequena, onde se lo-caliza um setor do DAE.

A Associação dos FuncionáriosPúblicos, outro órgão da classe,encaminhará ao sr. CP um ofíciosolicitando seja pelo governo en-viada mensagem à Assembléia Le-gislativa para um reajustamentogeral de salários. As duas entida-des promoverão encontro para odesenvolvimento da campanha emtermos unitários.

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Acentuaçãoda Desigualdadede Bens

* *O surgimento dou cidade» deu-se

jA na remota antigüidade, no alvorecerdo modo de produção escravista. Mas,somente atingiram o florescimento como desenvolvimento do artesanato e datroca. A principio a cidade em poucose dlstlnguia do cami>o. Gradualmente,porem, o artesanato e o comérolo a»foram concentrando nas cidades, cujo*habitantes diferençavam-se dos do oam.po pelo ti|K> de atividade*. Foi assim queteve inicio a separação da cidade docampo <c começou, também, a contra-posição entre a cidade e o campo. Ess»contraposição acentuou-se com o desen-vlriiento da humanidade, atingindo su»maior expressão no modo capitalistade produção, onde são enormes as des-vantagens que <> habitante do campoleva em relação ao cia cidade.

A medida que ia aumentando »variedade de mercadorias destinadas aointercâmbio, dilatavam-se os limites datroca e surgia a necessidade de um in-tcrmediárlo entre os vendedores e o«compradores. Essa função passou a serdesempenhada por uma nova figura —o comerciante.

A formação e, depois, a separaçãoda classe dos comerciantes, Isto é, depessoas que não se ocupavam com aprodução, mas somente com a troca do«produtos, constituiu a terceira grandedivisão, social do trabalho. (As duasprimeiras foram a separação das tri-lios pastoras das tribos agricultoras oa separação do artesanato da agricultu-ra, como vimos anteriormente). Visan-do ã obtenção de lucros, os comercian-(es compravam as mercadorias aos pro-dutores, transportavam-nas aos merca-dos de venda, às vèaes muito distante»do lunar onde eram produzidas, e asvendiam aos consumidores.

Uma das principais conseqüênciasdessa grande ampliação da troca foi aacentuação da desigualdade de bensdentro da sociedade. O dinheiro, o ga-do de trabalho, os instrumentos de pro-dução, as sementes, etc., concentravam-st* em mãos dos ricos, enquanto o» po-bnes viam-se obrigados, cada vez mais,a solicitar empréstimos, geralmente emprodutos, mas também em dinheiro. Osricos faziam-lhes êsses empréstimos e,quando os pobres não efetuavam o pa-gaméntó, eram reduzidos a uma situa-ção de dependência, perdiam as terras,transformavam-se em escravos. Surgiu,então, a usura, que acentuou, aindamais, a desigualdade de bens.

A terra começou a lransnprmar-sacm propriedade privada, era compradae vendida, era tomada como pagamen-Io de dividas- Ocorria até a venda dodevedor e dos seus filhos, pelo credor,para saldar dívidas. Os grandes pro-prietários rurais, valendo-se de sua fôr-ça, simplesmente apoderavam-se deuma parte dos prados e. das pastagen»das comunidades camponesas.

A propriedade territorial, as rkpie-/.as em dinheiro e as massas de es-ciavos concentravam-se nas mãos doaricos senhores de escravos. A pequenaeconomia camponesa arruinava-se cadavez mais. As atividades econômicas ba-seadas no trabalho escravo, ao contra-rio, estendiam-se a todos os ramos daprodução. A base da existência da so-ciedade passou a ser o trabalho escra-vo. E a sociedade cindiu-se em duasclasses antagnôicas: a dos escravos e ados senhores de escravos.

Estava iniciado, assim, um novo pe-ríodo na longa trajetória da humanl-dade: a sociedade de classes, que vematé o modo de produção capitalista oSfl encerra com o desaparecimento dês-te último, processo histórico já bastan-te adiantado.

NotaE(onômi(a

Reforma Cambiale Controle de Câmbio

Vítimas datelefônica

Além de serem exploradas pelo truste norte-americano, as telefonistas tambémsão vitimas do mau funcionamento dos serviços da CTB. Constantemente soli-citadas pelos assinantes, recebem ordens severas para dar uma explicação adredepreparada pela Cia., visando a encobrir as deficiências da empresa- Com asolução do problema, também cias lucrarão,

Ainda que revestidos de muita cautela, os primeirospronuncianu.-ntos públicos do sr. Jânio Quadros, depois deeleito, podem, talvez, fornecer uma indicação das tisndên-cias para que se volta, ao menos nesta fase qur*. antecedoo início do seu período presidencial. Isto ê <anto mais ver-dade quando aborda os problemas econômlço-flnancBiros.

Um deles é o do câmbio. Considera o sr. Jânio Quadros

que o sistema cambial vigente no país é falso e se propõe,então, a restaurar o qitô chama de verdade cambial. Porverdade cambial entende a unificação das taxas de expor-tação e importação, Não o faria, entretanto, de um só gol-pe, mas a.lravés d,? sucessivas aproximações. Em geral, ado-ta, portanto, a orientação preconizada e posta em praticapelo atual governo, notadana nte quando sua política eco-nômico financeira esteve sol» as ordens do grupo Lucas Ia>

pes-Roherto Campos. Estabelece, o sr. Jânio Quadros, umadiferença puramente de palavras entre extinção e supres-são do «confisco cambial», mas o sentido é aquele indicado:chegar à reforma cambial completa através de sucessivas«reforminhas»,

Precisamente por ser um espelho da política de con-ciliação com o entreguismo, por sua vez reflexo da presençade naeionalistas e entreguistas no seio do governo, o atualsistema cambial jamais mereceu aprovação Integral das fôr-ças nacionalistas. Pelo contrario, em todas as oportunidadesos nacionalista têm oposto restrições ao muito que existede defeituoso na política de câmbio do país. O candidatonacionalista à Presidência da Republica, maivchal TeixeiraLott, sempre encareceu a necessidade da correção dos de-feitos existentes no nosso sistema cambial, preconizando suasimplificação, critérios mais rigorosos na concessão docâmbio de custo, embora defendeadò a opinião de que, «emsuas linhas gerais, o sistema cambial vigente satisfaz asexigências da economia nacional na atual fase do seu de-«envolvimento».

Daqui mesmo destas colunas temos apontado diversosdefeitos da política cambial do pais, temos reclamado asupressão dos privilégios que desde a Instrução 118 sãooíerecldos ao capital estrangeiro, em detrimento dos ca-pitais nacionais, temos mostrado como são muitas as por-tas para a evasão das riquezas produzidas com o suor dostrabalhadores brasileiros, sob a forma de remessa de lucros,dividendos, pagamento de «royalties», assistência técnica,etc.

Não se trata, portanto de defender em todos os seusaspectos a atual política de câmbio.

Daí, porém, à reforma cambial preconizada pelo sr.

Jânio Quadros, vai uma enorme distância. Por quê? Por-que não só a experiência do Brasil, como a experiência bis-tóricá de todos os países que se desenvolvem mostra a im-presclndlbilldade do controle do câmbio, Nem se argumentecom o exemplo do Canadá, que si» industrializa rapidamente,é certo, mas na mesma medida vai caindo sol) a dependênciaeconômica dos frustes norte-americanos, Ademais, multo di-versas são as condições das economias brasileiras e cana-deuses. Para qualquer nacionalista, capaz de enxergar oconjunto da situação internacional dos nossos dias, um de-senvolvimisntó econômico dependente é simplesmente Ina- jceitável.

Não vemos, assim, como seja possível conciliar a uni*ficação das taxas do importação e de exportação anuncia-da |v.»lo sr Jânio Quadros com umai política de desenvelvl-mento econômico independente do Brasil.

A exposição do presidente eleito feita pela televisão,na semana passada, recorda bastante a fala do presidenteFrondizi, uns dois meses depois de ter sido eleito na Ar-gentlna. Promete austeridade, fala em perda de popular!-dade, em contrariar mesmo aqueles que o elegeram, etc-,tudo Isto em nome de uma situação de possível establll-dade econômica dentro de dois anos, ou mais. A julgar poraquelas e por estas palavras, terá o sr. Jânio Quadros ade-rido h política que o Fundo Monutário Internacional no*quis impor o ano passado c mereceu a repulsa do pais.Convém recordar, aliás, que o próprio sr. Quadros, tambémfêz na ocasião, um pronunciamento restritivo ao FMI.

Ora, a aplicação do «diktat» do FMI nâo é algo comoum salto no escuro. Pelo contrario, suas conseqüências sãobem previsíveis, inclusive à luz da experiência dos nossosirmãos argentinos. Que se passa ali? O ano passado, aprodução industrial argentina nsgislrou uma queda de qua-se 10 por cento e o produto nacional bruto caiu de 4,5 porcento, liste ano, a Julgar pelas recentes explosões das con-tradições políticas, pelos protestos de industriais nacionais,etc., as coisas não vão melhores. Poder-sc-á replicar quea Argentina reequilibrou seu balanço de pagamentos e, lh-clusivé, aumentou suas reservas de ouro, caminhando, as-sim, para a estabilidade. Mas, que, estabilidade é esta, emque a economia nacional estagna e regride enquanto .saverifica uma expansão demográfica',' Estabilidade noatraso?

O sr. Jânio Quadrossabe perfeitamente que apolítica é a arte do pos-sívcl. Oxalá não desejepraticar o impossível.

M&lâLã.nJtt. V\

m^m^^^i^^í^À^M^imAiitòamiiikm^ \

Rio cie Janeiro, semana cie 28 de outubro a 3 de novembro de 1960 NOVOS RUMOS 3 -

A Universidade Humboldt de BerlimFesteja o Seu 150° Aniversário

Berlim (Outubro) — Nos dias 6ta 18 de novembro próximo, lerâo lugarnesta cidade as comemorações que as-sinalarão o 150? aniversário da Univer-sidade de Berlim. Simultaneamente se-rão realizadas festividade» pelo trans-curso do 250" aniversário do Hospitalde Clinica» «Charité», pertencente à

Faculdade de Medicina da mesma Uni-versidade.

A Universidade de Berlim foi fun-dada em 1810 em uma época de gran-de agitação popular em toda a Euro-pa, quando se fazia sentir a reaçãocontra o dominio de Napoleão e eramrompidas as algemas do absolutismofeudal. Durante os 150 anos de sua

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Esíôrco dosocialismo

A nova fachada da UniversidadeHumboldt, defronte da Praça AugustBeoel, em Berlim. Há hoje, 10 mil es-tudantes em seus cursos, sendo 46%formados de moças. Operários e cam-poneses somam 5.311.

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De Cubaa Berlim

O monumento a Alexandre Humboldt,diante da Universidade, foi doado pe-Ia Universidade de Havana, que pres-loti assim sua homenagem ao ressur-pimento da vida cultural na Alemã-nha livre e democrática.

NOVA EDIÇÃO DE MACHADO DE ASSIS"Memórias Póstumasde Brás Cubas"

Parece-nos justo assinalar aqui umfato, que consideramos de extraordi-nária importância na vida cultural bra-sileira: o aparecimento do primeirotomo da edição crítica das obras domaior escritor brasileiro — J. M, deMachado de Assis. Numa festa solenefoi lançada no dia 21 de junho dooriente uma das obras-primas do ro-mancista, cronista e contista: as Memó-rias póstumas de Brás Cubas.

Se as forças e os recursos não fa-lharem, teremos, derriro do alguns anos,o texto apurado o comentado, se nãode todas, pelo menos das mais im-

portantes obras do autor de Dom Cas-murro. Todos os que conhecem o esta-do lamentável em que se encontram asedições dos clássicos brasileiros, cujotexto, a maioria das vezes descuidadona revisão, amiúde sofreu várias emen-das e «melhoramentos» por parte doseditores que visam lucro e não ex-

pansão da cultura, sabem apreciai oa'cance da.iniciativa da Academia Bra-sileiia de Letras. Seria de desejar que,no futuro, uma vez finda a exigenteinrefa da publicação das obras ma-

cha*'?anas. a Comissão He Machado de

Assi* <¦¦' \ me. iVJm órgão permn-

nente, que cuide da edição ciítica e

ZDENEK HAMPEJSdefinitiva dos demais grandes vultosdas letras brasileiras.

Para deixar bem patente com quecarinho, dedicação e preparação filo-lógico-literária foi organizado o pri-meiro volume publicado das obras deMachado de Assis, queremos assinalar,para terminar a presente notícia, queo livro contém, além de um prefácio,onde se se esclarecem as razões dareferida publicação, bem como os cri-térios, nela observados, uma crono-logia contendo os principais dados re-ferentes à vida e às obras de Machadode Assis, uma parte bibliográfica, queregistra as edições existentes da obra,suas traduções, bem como os estudos,que a sou respeito foram escritos, umadetalhada introdução crítico-filológica(pp. 45-102) e o texto do romance,com notas de pé de página, onde seregistram variantes textuais. Cinco ilus-trações completam o livro, que é exem-pio bem vivo de como um trabalho deequipe e uma colaboração de filólogose escritores podem produzir frutos devalor inestimável e que as futuras gera-ções de leitores de Machado de Assise dos amigos da cultura brasileira hãode valorizar como um acontecimentode primeira ordem na vida intelectualdo pais.

VASCO HELLERCorrespondente de NR na RDA

existência, consolidou-se nela uma tra-dição de humanismo e progresso cien-tifico. Nos primeiros tempos, ocuparamas suas cátedras lentes como Alexan-dre . Wilhelm Humboldt, filósofos co-mo Hegél, escritores como Jakob eWilhelm Grimm, matemáticos como Sa-vigny e Jacobi, físicos como Magnus,químicos como Klaproth. Mais tarde,outros professores d. fama mundial,como Albert Einstein, Max von laue,Otto Hahn, Werner Heisenberg e MaxForn lecionaram na Universidade deBerlim.

Desde a sua fundação, 27 lentesreceberam o Prêmio Nobel. Carlos Marxe Frederico Engels foram estudantes naUniversidade de Berlim.

Na época do regime hilleristo,234 membros do corpo docente e nu-merosos estudantes foram expulsos doUniversidade pelos nazistas, ou assas-sinados.

Em 1946, a Universidade foi rea-berta, ocasião em que recebeu o nomede «Universidade Humboldt», como re-sultodo das transformações democráti-cas que então se realizavam em todasas regiões do território que é hoje aRepública Democrática Alemã. Imedia-famente foram liquidados os privilé-gios no terreno do ensino e abertas asportas aos jovens vindos do seio daclasse operária « dos camponeses fa-to inédito na história da Alemanha,

Universidade para o povo

A moddade operária « campone-sa, ot estudantes progr.tsistas de ou-tros s.tores da população, vencendotodos os obstáculos . lutando contraa fome, o frio . a falta d. livros, uni-rom-s. na «Juventude Livre Alemã»(FDJ). Como trabalho inicial, foi ne-cessário liquidar os restos ideológicosdo r.gim. d* Hitl.r, as pr.t.niò.s pan-g.rmãnicas . os idéias d. discrimina-çAo racial, «nfim toda a ideologia fos-dita . militarista qv. impedia o d.sen-volvim.nto progressista . d.mocrótkodo novo Estado al.mõo.

Hof. a Univccidad. de Berlim éuma verdadeira mooIq popular de «n-tino superior, hard.lra dei fradifãeido humanismo criwnao • «entro d. cul-tura iocialiifo qv. s. op6. firmem.n*.ao ravanchiimo qu. na Alemanha dáAdenau.r vem arregimentando grandeieonting.nt.i da juventude para novaiaventurai guerreiras.

No âmbito das festividades do130' aniversário da Universidade deBerlim serão realizadas mais de 00 re-uniões e conferências científicas inter-nacionais. Entre outras, uma conferên-cia sobre o desenvolvimento das fôr-ças produtivas e as relações de produ-ção na agricultura, um seminário inter-nacional de estudantes sobre a solu-ção pacifica do problema alemão euma conferência sobre teórica e práticado ensino. Além disso, serão realizadossimpósios sobre problemas filosóficos,de medicina e de biologia, sobre pio-blemas da matemática e sobre o de-senvolvimento cientifico em questõesde saúde pública.

O «Seminário internacional paraa solução pacífica do problema ale-mão», organizado pela FDJ, terá lu-gar nos dias 8 a 12 de novembro,em Berlim. Seu objetivo fundamental éo de chamar a atenção da opinião pú-blica de todo o mundo sobre a situa-

CHINAREVtSTA ILUSTRADA

em. coresUma festa para seus olhos

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Jurandir GuimarãesAgencia Intercâmbio Cultural

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ção existente na R. D. A. 15 anos apóso término da Segunda Guerra Mundiale a necessidade de ser assinado umTratado de Paz com os dois Estadosalemães hoje existentes. Do temário,constará o desejo de se conseguir aneutralização das forças militares daAlemanha Ocidental, que nos últimos50 anos por duas vêzos precipitaramos povos na miséria e nos sofrimentosde guerras mundiais. Igualmente serádestacado o fato excepcional de exis-tir pela primeira vez na história da nu-manidade um Estado alemão pacificoe democrático, a R. D. A., como parledo campo socialista, fato que possibi-lita impedir novas guerras na Europae no mundo.

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Prêmio a umhomem íntegro

Paul Robeson, o famoso cantor e com-batente pela paz norte-americano, re-rche o titulo de doutor "honoris cau-sa" pela Faculdade de Filosofia, porocasião das solenidades que marearamo 11,° aniversário da RDA.

JW « to#'. a_ mci».«^i,..F».>w*c/«l('Mi».iia*ii«a«i«au«*jLrrimmy._rjám^rfr^ '^^^^^^^^mnW^tW^I*^^^namC,m\,i^

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Legadodo nazismo

Foi a isto que ficou reduzido o prédio da Universidade de Berlim, na outroraorgulhosa "Unter den Linden" — escombros. A loucura nazista deixou lugaresonde passou. Assim estava o edifício em 1945. O novo Estado o reconstruiu,e hoje élc sorve como um grande e modernissimo centro cultural da AlemanhaDemocrática.

V o esanonNUNES MENDONÇAProf, (Je Pedagogia e Sociologia Educacionaldo InsíiíHto de Educação de Sergipe

Rnçpbomin, forn poHHo H» puhli'o-ç.õo, do pioír-.'oi p. jo'nalir-lci sprgiprj-no Nunes Mencionça, o aiiiçjo abaixo:

No tocante á formulação de princí-pios assim no que rJÍ7. rcsp°i:o à poliii-ca educacional, merece o projeio deDirelrizcs p Basrs ri mais dnciclida re-

pulsa de quantos se balem por umaeducação cujos ideais emanam da filo-sofia da vida moderna: das tendênciasdemocráticas e rins valoies emergentesde nossa civilização tecnológica,- o maisenérgico protesto dos que pelejam porum sistema escolar capaz de atenderàs exigências rituais do pais e da so-ciedade brasileiia.

Admitimos que o projpfo contém as-

pectos positivos e vem ao encontro denecessidades sentidas pela Nação. En-trelanlo, de tal forma é condenável, cm

pontos essenciais, que se torno «im-

pralicável separar o joio do trigo , co-mo já foi dito.

Cabe ao Senndo, para salvaguardaro processo de formação da elemoaa-cia no Brasil, repudiar os monstruososatentados contidos no projeto contraos ideais democráticos da educação econtra a política educacional que nos

convém, reparando a orientação mal-sã, inspirada em negações demociciti-cas, da Câmara dos Deputados.

O meio fundamental de realizar, con-servar e aperfeiçoar a vida democici-tica é, sem duvida, formar cidadãosdenlio num sentido de igualdade efratemalismo, e tendo por alvo a res-

pectiva distribuição, segundo os mcii-tos de cada um, na hierarquia das ocu-

pações.Ê oportuna a advertência de Dewey:

«Não basta fazer-se que a educaçãonão sc|a usada ativamente como ins-trumenlo paia facilitar a exploraçãode uma classe por outra. Devem asse-

gurar-se as facilidades escolares comtal amplitude e eficácia que, do falo,e não em nome somente, se diminuamos efeitos das desigualdades econômi-cas e se outorgue o todos os cidadãosa igualdade de preparo para suas fu-luras carreiras. A realização deste ob-

jetivo exige não só que a administra-ção pública pioporcione facilidadespaia o estudo e complete os recursosda família, paia que os jovens se ha-bililem a auíeiir pioveilo dessas luuli-

dades com" também uma tal modifica"cão das idéias tradicionais de cultura,matérias tradicionais de esturln p meio-dos liadicionais de ensino e disciplina,que se possam manter Iodos os jovenssob a influência educativa alé esta-rem bem aparelhados paia iniciai assuas própiias carreiras econômicas esociais. Pode aíigurar-se que essasidéias serão de remota execução, maso ideal democrático dc\ educação stóuma ilusão tão ridícula quanto Irági-ca enquanto tais idéias nâo prepondo-larem mais e mais, em nosso sistemade educação pública. ¦

O projelo de Diietrizes e Bases obs-trui os caminhos já estreitos da demo-cracia, subtraindo no sistema públicode educação, em benefício da escolade classe, as possibilidades de susten-to, dilatocão e aperfeiçoamento.

Os defensores dos princípios domo-aalicos e pioqicssivos da educação eda escola pública brasileira não he-

gani os direitos da família, cuja invoca-cão serve, indevidamente, de pretexloaos que, na voidnde, pietendeni esli-mular forças antidemocráticas, alia-

vós do foilalecimenlo da escola priva-da: seclarisla, discriríiinatória o segre-

gadora, em detrimento do prestígio eda expansão da cscoki pública.

Todos sabemos que as transforma-ções econômicas e sociais, que se lémopeiado no mundo, incapacitaram olar para o pleno desempenho das tare-fcis educativas, cada vez mais comple-xas. Toinou-5e necessário quo o Fsla-do viesse em auxílio da família, noexercício de uma função a que, legili-mamente, tem direito e só por tolerem-cia pode permitir seja também exerci-da por entidades particulares, dentrodas normas que elabora e sob suafiscalização.

¦ O i.dcal — não discordamos — éque o lar, reconstruído, recupere lódaa capacidade educativa, que o boaGortrudes eduque ela mesma os seusfilhos.

Enquanto, porém, não se realiza a

profecia do dulcíssimo Pestalozzi, dei-.-.ernos que o Estado cumpra o seu de-ver, através da escola pública, univer-sal e gratuita, pois somente o Estado

podo oferecer a todos, independen-temente de situação social, econômica,étnica; religiosa ou ideológica, sem les-

tiiçôcs e sem compiessões, oportunida-des e condições para o livie desenvol-viniPiilo de cada um, numa feliz ex-periència de vida democrática.

Bem sabem os nossos adversários defilosofia da educação que as famíliasbrasileiras (a maioria, podemos afir-mar) prcfeicm a escola pública, e delanão podem prescindir. Quando se ar-voiam eles em defensores dos direitosjinviolaçlos) da família, visam apenas

a ocultar os injustificáveis intuitos delobuslecer odiosos privilégios, favore-rei pieconceilos, acentuar barreiras eu<ufiuir vantagens, com o sacrifício dosdiipilos do povo e da intcgtação dasociedade brasileira.

O que está em jogo — é precisodeixai bem claro — não são os direi-tos do família nem a liberdade de op-cão entre a escola pública e a privada,amplamente assegurados no país: sãopretensões das chamadas «boas famí-lias., e interesses espúrios de comer-dantes do ensino, ansiosos por maio-res regalias, maiores assaltos ao erá-rio público e até por influírem na ela-boracâo e na execução da política na-cional clf educação e na administra-cão do pióprio sistema escolar oficial.

O projelo de Dircliizes e Bases, co-mo (oi aprovado na Câmara dos Depu-lados, repugna ao espirito' democrá-lico e também ò consciência cristã dosque roncebem a Doutrina de Jesus co-mo fraternidade, união fiaternal detodos os homens, sem orgulho, semprerrogativas, sem discriminações e sempreconceitos, com nmor, liberdade ejustiça, na busca do Reino de Deus,a que todos, indistintamente, têm di-reito.

Lutar contra o repelente projeto édever sagrado dos educadores cons-cientes e dos democratas sinceros, eisque o mesmo constitui séria ameaça àeducação e à própria democracia.

Se aos adeptos, entre nós, dos prin-cípios filosóficos o da política educa-cional fixados no referido projeto nãofaltassem os indispensáveis requisitospaia polemicar em defesa de suasopiniões, desafiá-los-ia, a Iodos, paraum debate público. De qualquer for-má, vale o replo. A fuga pelo silênciostei o glorificação, em nossa terra,da Democracia e da Escola Pública.

w . NOVOS RUMOS • Rio cie Janeiro, semana de 28 de outubro a 3 de novembro de 1960 —

Declaração de HavanaJunto à Imagem e à recordação

dt José Marti, em Cuba, territóriolivre da América, o povo, no uso deseus podêres inalienáveis que deri-vam do exercicio efetivo da sobe-ranla, expressa no sufrágio direto,universal e público, se constituiu emAssembléia Geral Nacional.

Em seu próprio nome e recolheu-do o sentimento dos povos de Nos-sa América, a Assembléia GeralNacional do Povo de Cuba:

Condena em todos os seus termosa chamada «Declaração de São Jo-sé da Costa Rica», documento dita-do pelo imperialismo norte-ameri-cano e atentatório à autodetermi-nação nacional, à soberania e à dig-nidade dos povos irmãos do Conti-nente.

A Assembléia Geral Nacional doPovo de Cuba condena enérgica-mente a intervenção aberta e cri-minosa que durante mais de umséculo foi levada a cabo pelo im-perialismo norte-americano contratodos os povos da América Latina.povos que mais de uma vez viramgeu solo invadido no México, Nica-rágua, Haiti, São Domingos ouCuba; que perderam, diante da vo-raridade dos imperialistas ianques,extensas e ricas zonas como o Te-xas, centros estratégicos vitais co-mo o Canal de Panamá, países in-teiros como Porto Rico, convertidoem território de ocupação; que,além disso, sofreram o tratamentohumilhante imposto pelos fuzileirosnavais, tanto contra nossas mulhe-res e filhas como contra os simbo-los mais elevados da história pátria,como a efigie de José Marti.

Essa intervenção, baseada na su-perioridade militar, em tratados de-siguais e na submissão miserável degovernantes traidores, converteu aolongo de mais de cem anos NossaAmérica — a América que Bolívar,Hidalgo, Juárez, San Martin, 0'Hig-Sins, Sucre, Tiradcntes e Marti qui-seram livre — em zona de expio-ração, em retaguarda do impériofinanceiro e político ianque, em re-«erva de votos para os organismosinternacionais nos quais os paíseslatino-americanos temos figuradoscomo amarras do «Norte revolto ebrutal que nos despreza».

A Assembléia Geral Nacional doPovo declara que a aceitação porparte de governos que assumem ofi-cialmente a representação dos pai-ses da América Latina dessa inter-venção contínua e historicamenteirrefutável trai os ideais de inde-pendência de seus povos, manchasua soberania e impede a verdadeira

Republicamos a seguir, pela sua significação e impor-tância, a Declaração de Havana. Como se sabe, esse documen-to foi aprovado em assembléia geral nacional do povo cubano,a que compareceu um milhão de pessoas! No discurso entãopronunciado, Fidel Castro, depois de justificar a Declaração,dirigiu-se a todas as organizações revolucionárias e a todohomem revolucionário da América, a todos os sindicatos ope-rários, às organizações estudantis, de intelectuais, de artis-tas, pedindo seu apoio ao documento.

É o seguinte o texto integral da Declaração;

solidariedade entre nossos países, oque obriga a esta Assembléia arepudiá-la em nome do- povo de.Cuba e expressando a esperança ea decisão dos povos latino-america-nos e a afirmação libertária dospróceres imortais de Nossa América

A Assembléia Geral Nacional rioPovo rechaça igualmente a tenta-tiva de preservai* a Doutrina Mon-roe, utilizada até agora, como pre-vira José Marti, «para estender odomínio na América» dos impe-rialistas vorazes, para injetar me-lhor o veneno, também denunciadoa tempo por José Marti, «o venenodos empréstimos, dos canais, dasestradas de ferro...» Por isso,diante do pan-americanismo hipo-crita que consiste unicamente nopredomínio dos monopólios ianquessobre os interesses de nossos povose no manejo ianque dos governosajoelhados diante de Washington, aAssembléia do Povo de Cuba pro-clama o latino-americanismo liber-tador que vibra em Marti e BenitoJuárez. E, ao estender a amizadeem relação ao povo norte-america-no — o povo dos negros linchados,dos intelectuais perseguidos, dosoperários forçados a aceitar a dire-ção de gansgsters — reafirma avontade de marchar «com todo omundo, c não com uma parte dele».

A Assembléia Geral Nacional doPovo declara que a ajuda espon-tãneamente oferecida pela UniãoSoviética a Cuba, no caso de quenosso pais fosse atacado por fôr-ças militares imperialistas, não po-dera ser de modo algum considera-da como ato de intromissão, e simconstitui um evidente ato de soli-dariedade o que esta ajuda, propor-cionada a Cuba ante um ataqueiminente do Pentágono ianque, hon-ra tanto ao Governo da União So-viética que a oferece, como desonrao Governo dos Estados Unidos esuas covardes e criminosas agres-soes contra Cuba. Portanto, a As-sembléia Geral do Povo declaraperante a América e o mundo queaceita e agradece o apoio dos fo-guetes da União Soviética se seuterritório fôr invadido por forçasmilitares dos Estados Unidos.

A Assembléia Geral Nacional doPovo de Cuba nega categòricamen-te que tenha existido qualquer pre-tensão por parte da União Soviéticaou da República Popular da Chinade «utilizar a posição econômica,política e social de Cuba... paraquebrantar a unidade continental epôr em perigo a unidade do hemis-ferio». Desde o primeiro até o úl-timo disparo, desde o primeiro atéo último dos vinte mil mártires quecustou a luta para derrubar a dita-dura e conquistar o poder revolu-ciònário, desde a primeira até a úl-tinia lei revolucionária, desde o pri-meiro até o último ato da Revo-lução, o povo de Cuba agiu porlivre e espontânea determinaçãosem que, portanto, se possa culpara União Soviética ou a RepúblicaPopular da China pela existênciade uma Revolução que é a respostacabal de Cuba aos crimes e às in-justiças cometidos pelo imperialis-mo na América.

Pelo contrário, a Assembléia Ge-ral Nacional do Povo de Cuba en-tende que a política de isolamentoe hostilidade em relação à UniãoSoviética e à República Popular daChina preconizada pelo Governo dosEstados Unidos e imposta por estepaís aos governos da América Lati-na e a conduta belicista e agressivado governo norte-americano e suanegativa sistemática ao ingresso daRepública Popular da China nasNações Unidas, a despeito do fatode que ela representa a quase tota-lidade de um país de mais de seis-centos milhões de habitantes, põemem perigo a paz e a segurança dohemisfério e do mundo.

Portanto, a Assembléia Geral Na-cional do Povo de Cuba ratifica suapolítica de amizade com todos ospovos do mundo, reafirma seu pro-pósito de estabelecer relações diplo-máticas também com todos os pai-ses socialistas e a partir deste ins-tante, no uso de sua vontade livree soberana, expressa ao Governoda República Popular da China queresolve estabelecer relações diplo-máticas entre os dois países e que,portanto, ficam rompidas as rela-

cões que até hoje Cuba tinha man-tido com o regime titere que é man-tido em Formosa pelos barcos daSétima Esquadra ianque.

A Assembléia Geral Nacional doPovo reafirma — e está segura defazê-lo como expressão de um cri-tério comum aos povos da AméricaLatina — que a democracia não écompatível com a oligarquia finan-ceira, com a existência da discrimi-nação do negro e dos desmandosda Ku-KIux-Klan, com a persegui-ção que privou de seus cargos cien-tistas como Oppenheimer, que im-pediu durante anos que o mundoouvisse a voz maravilhosa de PaulRobeson, preso em seu próprio país,e que levou à morte, diante do pro-testo e do espanto do mundo inteiroe apesar do apelo de governantesde diversos países e do Papa PioXII, o casal Rosemberg.

A Assembléia Geral Nacional doPovo de Cuba expressa a convicçãocubana de que a democracia nãopode consistir somente no exerciciode um voto eleitoral que quase sem-pre é fictício e está manobrado pe-los latifundiários e políticos profis-sionáis, e sim no direito dos cida-dãos a decidir, como agora o fazesta Assembléia do Povo, seus pró-prios destinos. A democracia, ade-mais, somente existirá na AméricaLatina quando os povos forem real-mente livres de escolher, quando oshumildes não estiverem reduzidos— pela fome, pela desigualdade so-ciai, o analfabetismo e os sistemasjurídicos — à mais ignominiosa im-potência.

Por isso, a Assembléia Geral Na-cional do Povo de Cuba:

Condena o latifúndio, fonte demiséria para o camponês e sistemade produção agrícola retrógrado «desumano; condena os salários defome e a exploração iníqua do tra-balho humano por interesses privi-legiados e bastardos; condena o anal-fabetismo, a ausência de professo-res, de escolas, de médicos e dehospitais; a falta de proteção à ve-lhice que impera nos. países daAmérica; condena a discriminaçãodo negro e do indio; condena asoligarquias militares e políticas quemantêm nossos povos na miséria,impedem seu desenvolvimento de-mocrátieo e o pleno exercício desua soberania; condena as conces-soes dos recursos naturais de nos-sos países aos monopólios estran-geiros como política entreguista etraidora do interesse dos povos;condena os governos que despre-zam os sentimentos dos seus povos

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Donos deseu destino

Centenas de milhares de cubanos, operários, camponeses, estudantes, intelectuais, homens e mulheres, jovens e anciãos,vindos dos mais distantes lugarejos da ilha, reuniram-se na cidade de Havana, capital do território livre da Amé-rica, em Assembléia Geral Nacional do Povo de Cuba, du rante a qual, sob a direção de seu grande líder, FidelCastro, aprovaram uma declaração de principio na qual estão sintetizadas as mais profundas aspirações de inde-pendência, autodeterminação e bem-estar dos povos da America Latina. Na foto, aspecto da grandiosa manifestação.

Fidelrasga

para acatar as imposições de VVas-hington; condena o embuste siste-mático aos povos pelos órgãos dedivulgação que respondem aos in-terêsses das oligarquias e à políticado imperialismo opressor; condenao monopólio das notícias pelas agên-cias ianques, instrumentos dos trus-tes norte-americanos e agentes doWashington; condena as leis repres-sivas que impedem os operários, oscamponeses, os estudantes e os in-telectuais, a grande maioria em to-dos os países, a se organizar e lutarpor suas reivindicações sociais epatrióticas; condena os monopóliose empresas imperialistas que sa-queiam continuamente nossas rique-zas, exploram nossos operários ecamponeses, sugam e mantêm ematraso nossas economias e subme-tem a política da América Latinaa seus desígnios e interesses.

A Assembléia Geral Nacional doPovo de Cuba condena, enfim, aexploração do homem pelo homeme a exploração dos países subdesen-volvidos pelo capital iinanceiro im-perialista.

Por conseguinte, a AssembléiaGeral Nacional do Povo de Cubaproclama perante a América:

O direito dos camponeses à terra;o direito do operário ao fruto deseu trabalho; o direito das crian-ças à educação; o direito dos enfer-mos à assistência médica e hospita-lar; o direito dos jovens ao traba-lho; o direito dos estudantes ao en-sino livre, experimental e cienli-fico; o direito dos negros e dosindios «ã dignidade plena do ho-mem»; o direito da mulher à igual-dade civil, social e política; o direi-to do ancião ã velhice tranqüila; odireito dos intelectuais, artistas ecientistas a lutar, com suas obras,por um mundo melhor; o direitodos Estados à nacionalização dosmonopólios imperialistas, resgátan-do assim as riquezas e os recursosnacionais; o direito dos países aolivre comércio com Iodos os povosdo mundo; o direito das nações àsua plena soberania; o direito dospovos a converter suas fortalezasmilitares cm escolas, e a armarseus operários, seus camponeses,seus estudantes, seus intelectuais,o negro, o índio, a mulher, o jovem,o ancião, todos os oprimidos e ex-piorados, para que defendam, por simesmos, seus direitos e seus des-tinos.

A Assembléia Geral Nacional doPovo de Cuba postula:

O dever dos operários, dos cam-poneses, dos estudantes, dos inte-lectuai.s, dos negros, dos índios, dosjovens, das mulheres, dos anciãosa lutar por suas reivindicações eco-riômicas, políticas e sociais; o deverdas nações oprimidas e exploradas

Expressando a vontade e o pensamen-to de todos os povos latino-america-nos, Fidel, líder cubano, rasga peran-te o povo reunido em Assembléia Ge-ral Nacional, o texto da "Declaraçãode Costa Rica".

a lutar por sua libertação; o deverde cada povo à solidariedade comtodos os povos oprimidos, coloniza-dos, explorados ou agredidos, sejaqual fôr o lugar do mundo em quese encontrem e a distância geográ-fica que os separe. Todos os povosdo mundo são irmãos!

A Assembléia Geral Nacional doPovo de Cuba reafirma sua fé emque a América Latina marcharáem breve, unida e vitoriosa, livredas amarras que convertem suaeconomia em riqueza alienada aoimperialismo norte-americano e quea impedem de fazer ouvir sua ver-dadeira voz nas reuniões em quachanceleres domesticados fazemcoro infamante ao amo despótico.Ratifica, por isso, sua decisão dei,trabalhar pelo destino comum lati-no-americano que permitirá a nos-sos países edificar uma solidarieda-de verdadeira, assentada na livravontade de cada um deles nas aspi-rações conjuntas de todos. Na lulapor essa América Latina libertada,diante das vozes obedientes dos quausurpam sua representação oficial,surge agora, com potência invenci-vel, a voz genuína dos povos, vozque abre passagem desde as entra-nhas de suas minas de carvão ade estanho, desde suas fábricas acentrais açucareiras, desde suas1 erras enfeudadas onde rotos, eho-los, jibaros, herdeiros de Zapata ado Saridino, empunham as armasde sua liberdade, voz que ressoa emseus poetas e em seus novelistas,em seus estudantes, em suas mu-lheres e em suas crianças, em seusanciãos.

A esta voz irmã, a AssembléiaGeral Nacional do Povo de Cubaresponde:

Presente! Cuba não faltará. Aquie.stá Cuba hoje para ratificar, dian-te da América Latina e diante domundo, como um compromisso his-lórico sua alternativa irrènunciá-vel: Pátria ou Morte.

A Assembléia Geral Nacional doPovo de Cuba resolve que esta de-claração seja conhecida com onome de «Declaração de Havana».

CUBA

Havana, território livre da Amé-rica, 2 de setembro de 1960.

BRASILSÉCULO XXRui FacóUma interpretaçãomarxista da atualidadebrasileiraEditorial Vitória

-S-áà:-^ 4'^;í^-#É&&w^MMMhktj

— Rio de Janeiro, semana de 28 de outubro a 3 de novembro de 1960

THOREZ RESPONDE AO "MANIFESTO DOS 121"

NOVOS RUMOS

I nsuomissao so Nã O R esolvee p reciso u nir Todo o p ovo

V'f.

I

Nos últioM dias, apareceram naimprensa brasileira «noticias», tdito-riais • comentários assinados acusandoo Partido Comunista Francês que, st-gundo so dizia, proferiria ficar ao ladode Do Gaulle na questão argelina. Emparticular, afirmou-se que o PCF con-denara, por «oportunismo», o «mani-festo dos 121», quo incentiva 6 deser-ção dos soldados franceses. Nem umapalavra, entretanto, sobro o fato deque é exatamente o PCF quo tem de-fendido com mais firmeza os signafá-rios do manifesto contra a perseguiçãopolicial promovida por De Gaulle.Nem uma palavra também sobre outrofato significativo: desde o inicio da

guerra colonial contra a Argélia, em1954, e PCF foi o único partido poli-tico francês e, mesmo, a única orga-nixação francesa que defendeu cons-tanto o vigorosamente a causa da au-todeterminacão argelina o o términoda guerra colonial. Através de sua im-

prensa, pela convocação de milharesde graves e manifestações populares,coleta do assinaturas, etc, o PCF ja-mais deixou de mobilizar o esclarecera denso operária e o povo francêssobro o verdadeiro caráter da guerrao dos quo a realizam, não se çonten-tando com meras «questões de cons-ciência». A guerra da Argélia, de fa-to, não é uma «questão de consciên-cia» o sim uma questão colonial o exi-

ge a formação de uma ampla frenteúnica para derrotar os interesses eco-nômicot o políticos que a defendemNOVOS RUMOS publica hoje as par-tes fundamentais do Informe de Mau-rico Thorez sobre a questão argelina,

que foi deturpado pela imprensa bra-

sileira.

«Depois de seis anos, a guerrada Argélia peta cada vez mais forte-mente sobre os destinos de nosso país.Porque não quiseram, ou não soube-ram dar a única solução que se impu-nha, o direito do povo argelino dedispor de seu destino e inclusive a in-dependência, os governos que se se-

guiram depois de 1954 empreenderame levaram avante uma guerra injusta ecruel que custou o sangue e as lágri-mas do povo argelino e do povo fran-

cês, que acumulou as ruínas sobre aterra queimada da Argélia e que favo-receu na Franca as manobras do fascis-mo, levou à liquidação de fato do re-

gime parlamentar, à negação das liber-

dades elementares, à instauração de

um sistema de poder pessoal, a um do-

mínio reforçado dos monopólios sobre

todos os órgãos do Estado.

O regime presidencial tropeçoucom os mesmos problemas. E a Argélia

permanece no primeiro plano das pre-ocupações gerais.

A amplitudedo descontentamentoem relação à políticaaplicada na Argélia

O descontentamento em relação à

política aplicada na Argélia assumiuatualmente uma tal amplitude que o po-der degaullista encontra sérias dificul-dades em prosseguir a guerra.

O descontentamento é a conse-

qüência da decepção amplamente difun-dida no país, em que numerosas cama-das tinham participado em 1958 da ilu-são de ver o novo chefe do Estado

pacificar a Argélia, e que em seguidaesperaram o rápido fim das hostilida-des depois de sua declaração de se-tembro de 1959 reconhecendo o direi-to do povo argelino à autodetermina-

ção.

A 1? de fevereiro passado, doze

milhões de trabalhadores manifestaram

por meio de uma greve de uma hora,tua vontade de que este direito fosse

lealmente aplicado. Entretanto, o pre-sidente da República deu imediatamen-te um passo atrás. Mas, sob a pressãodo movimento de massa, foram estabe-lecidas conversações em Melun. Elas

fizeram renascer a esperança, e a de-

cepção foi ainda mais viva depois de

seu fracasso, provocado pelo govêr-no francês. O discurso presidencial de

5 de setembro aumentou ainda mais o

descontentamento e avivou o desejo de

paz em milhões de franceses.

Ao que era ainda mais uma vez o

essencial, d esta pressão da opinião

popular contra a guerra da Argélia,

cerescentaram-se outros motivos de des-

contentamento, mais ou menos relacio-

liados a esta guerra: despesas muita-

res e pesados impostos que agravavam

o economia do país t recaíam sobre

as massas trabalhadoras, queda do po-der aquisitivo dos salários, dos preçosagrícolas, anúncio do recrutamento aos18 anos, repressão acentuada contratodos os partidários da paz, políticaexterior aventureira e criação da famo-sa «força de repressão» atômica, basesconcedidas em nosso solo à nova Wer-macht.

O descontentamento, a inquieta*ção das massas, as dificuldades gover-namentais, isto é o que a imprensachama de o mau-ostar. A máquina jánão funciona bem.

0 povo. a ação das massaspodem derrotar os ultrase a ameaça fascista

O próprio general De Gaulle, emsua última visita a Dauphiné e a Savoie,concordou que há dificuldades do po-der, recordando, com a lembrança dosacontecimentos de maio de 1958, aameaça da guerra civil, e falando dosdias que lhe estariam contados. Não se

pode deixar de prestar atenção a estaevocação da guerra civil; mas a situa-cão não é mai*. a mesma de maio de1958: o povo, a ação das massas po*dem derrotar a atividade dos ultras ea ameaça fascista, desde que estejamvigilantes, desde que respondam a tô-da agressão, como se fêz em Toulouse,desde que, sobretudo, não se deixemafastar da conquista paciente, encarni-cada, sistemática das amplas massas

populares para combater o fascismo,

para obter a paz.

A base da aspiração popular à

paz na Argélia, multiplicam-se as to-madas de posição. Depois da SFIO, eiso partido radical e o MPR que se jun.tom, está escrito com todas as letrasem «Le Monde» de 11 do corrente, aoPartido Comunista e à maioria das or-ganizações operárias e democráticas naexigência da negociação com a FLN vi-sando cessar fogo, uma negociaçãoque tratará ao mesmo tempo das condi-ções e das garantias da autodetermina-ção.

Nós sinceramente nos alegramoscom estas tomadas de posição, que as-sinalam a amplitude do movimento demassas. Não podemos deixar de ver,ao mesmo tempo, que estes partidos, dos

quais um deles, o MRP, ainda é go-vernamental, se preocupam sobretudoem canalizar o descontentamento dasmassas e impedir toda ação efetiva con-tra a guerra.

Eles sempre se opõem, como an-tes de 13 de maio, à luta comum dostrabqlhadores e dos democratas de

qualquer tendência. Eles sonham comuma nova terceira força, que Guy Mol-let preconizou abertamente. Se taistentativas são destinadas a fracassar,elas podem, nòo obstante, desorientaras massas, sempre existe o terreno pa-ra as manobras deste tipo.

Frustrar as manobras pormeio da união e da ação c...«um

Ê preciso dizer que todas as ma-nobras contra 0 movimento das massasseriam mais facilmente frustadas se asforças já empenhadas na luta pela pazchegassem a se entender, realizassemsua união por meio de uma ação co-mum, e se certas iniciativas não tives-sem sobretudo como resultado restrin-

gir o movimento de massas, se desa-parecesse entre todos os nossos com-

panheiros virtuais, como disseram aquimuitos camaradas, este anticomunismodoentio que leva a atitudes prejudiciaispara a causa da paz, em particular àrecusa da união.

O que é preciso, precisamente,para garantir a vitória das forças da

paz, é a união. Quando o movimentode massas é abalado ,torna-se tão for-te para algumas pessoas o temor de

que êle vá muito longe e de que nossoPartido exerça uma influência cada vezmaior, que elas perdem de vista o pe-rigo reacionário e fascista.

Alguns falam àa importância daesquerda. Já tive ocasião de respondera isto em Choisy. Estes ejquecem queé a divisão, de que o partido socialis-ta, sua direção é essencialmente o cul-

pado, que permitiu em grande medidao prosseguimento da guerra da Argé-lia. E agora estes homens insistem, ape-sar da experiência nefasta de 1958,em sua recusa de estabelecer um acôr-do entre os partidários do NÃO, re-cusa que teve como conseqüência o

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Thorezcontra Sartrc

fato de que nenhuma perspectiva foioferecida à classe operária, às forçasdemocráticas; assim, levou-se água aomoinho do degaullismo.

As atitudes contrárias ò unidadecontinuam por exemplo em Mendes-France, que escreveu na semana passa-da no «1'Express»: «Os antigos partidosestão precisamente desacreditados, masoutras organizações, sobretudo os sin-dicatos, devem tomar a palavra».

Encontramos ' aqui a campanhasistemática do descrédito contra os par-tidos, baseada sobre o tema de suaimpotência. Ela se junta à campanhadegaullista sobre o mesmo tema, queprocura fazer crer que hoje como on-tem nada mais há a fazer com os par-lidos.

Contudo, todo mundo compreen-de que, sob a fórmula global de des-crédito dos antigos partidos, é o nossoque é antes de tudo visado. Visa-se oPartido Comunista porque êle é a únicaforça que luta e que é capaz de, jun-tamente cem as outras organizaçõesoperárias e democráticas, organizar aluta da classe operária.

Não é que nós tenhamos objeçõesa fazer contra o papel que podem edevem desempenhar os sindicatos: sau-daremos sua frente comum se ela sem-

pre se realizar como em fevereiro e

junho passados. Esta frente comum seráum dos mais preciosos elementos deuma ampla União de todas as forçasdemocráticas e, mais ainda, de todasas forças populares.

Mas no que diz respeito aos par-tidos, nós somos tentados a respondera Mendès-France: «Fale por você, fale

por seu antigo partido radical. Fale

por você, que era chefe do governosob o qual teve início a guerra da Ar-

gélia e que teve em 1958 uma atilu-de que não favoieceu de modo alguma união cias foiças operárias e demo-eróticas. Fale por você, que permitiu,depois do fracasso da CED, com osAcordos de Paris, o rearmamento daAlemanha Ocidental revanchista».

Porqje, enfim, se o descontenta-mento popular é grande, se muitas pes-soas se pronunciam hoje contra a guer-ra depois de a ter dirigido ou susten-tado, ou depois de se ter calado du-rante muito tempo é exatamente por-que a classe operária, à qual semprese reprova sua apatia, não deixou deagir.

E a classe operária protestou e lu-tou durante seis anos porque nossoPartido jamais deixou um só instantede lhe mostrar o caminho e de con-tribuir para a organização de suaslutas.

Maiirice Thorez, secretário geral do1'aiiiilo Comunista Francês, apresentouno dia 18 de outubro, perante o Comi-tè Central do PCF, a posição dos co-munlsta sobre o problema argelino.

Não é verdade queo proletariado tenhapermanecido passivodiante do drama

Não é verdade que o proletariadotenha permanecido, a qualquer mo-mento que seja, passivo diante do dra-ma. Há anos que luta sob as maisdiversas formas. Waldeck Rochet o re-cordou com veemência. Teriam sidocertamente obtidos resultados mais im-

porlantes se nossos críticos de hoje setivessem associado a nosso esforço.

Quando o general De Gaulle che-gou ao poder, face ao assalto da rea-ção, só os comunistas, enquanto Par-tido, deram prova de lucidez e de fir-meza. A desordem e a confusão queenvolveram todas as outras formações

políticas ditas de esquerda não nosatingiram. Nosso Partido manteve comtenacidade uma posição inequívoca sô-bre o problema argelino.

Nosso Partido prosseguiusem interrupção sua lutapelas negociações

Agora, todo mundo vê as dificul-dades do governo; mesmo Guy Molletas percebe. Êle chegou até a renun-ciar à esperança de que De Gaulle

possa resolver a questão da Argélia!Nós, desde 4 de outubro de 1958,

quando havia 80% de SIM, dizíamos:«Todas as contradições dos SIM foramassinaladas. E com razão. Porque,mesmo se há entre eles elementos co-muns, existem numerosas contradições.E estas contradições se manifestarão:elas se manifestarão sobre a Argélia».

Nós acrescentamos: -Elas se mani-festarão no plano econômico e social;elas se manifestarão no plano da po-litica exterior, apesar das frases sobrea independnêcia e sobre a grandezada França. E' portanto verdade queas ilusões se dissiparão, mas não semesforço de nossa parte. Elas só sedissiparão, se o Partido intervir, se oPartido agir, se o Partido esclareceras massas por meio de uma políticade explicações ativa e paciente.

«Daí a necessidade de uma linhafirme. Daí também a unidade indis-

pensável das fileiras do Partido, paraa batalha que será travada em todasas frentes: ideológica, politica e de or-

ganização».

Muito bem! Para um Partido quese pretende desacreditado nós não en-xergamos tão mal, mesmo no periodomais difícil. O Partido, portanto, prós-seguiu sua luta pelas negociações seminterrupção e isto, repito, numa época

em que muitos guardavam silêncio eesperavam.

Uma tal atitude do Partido Comu-nisto desempenhou, como desde o ini-cio, desde 1934, um papel decisivo nodesenvolvimento do movimento de mas-sas centra a guerra. Ela estive naorigem da jornada de 17 de outubrode 1957, dos comidos, petições e gre-ves que marcaram o mês de dezembrodiste mesmo ano até a reunião na sa.Ia Pleyel em marco de 1958, da quin-zena de ação de junho de 1959 atéa manifestação de 20.000 jovens emGennevllliers em novembro. Cada mis,cada dia, cada hora, nós lutamos pa-ra unir as massas e para mobilizá-las.

Os êxitos da CGT em t&dai as úl-limas eleições de empresa — sobreas quais, diga-se de passagem, a im-prema objetiva silenciou, enquantoque publicava com grandes títulos nosmomentos difíceis cada recuo momen-tâneo da CGT — Istes Ixitos não ei-tão desligados do esforço realizadopela grande organização sindical emque trabalham os militantes comunii-tas.

Dêise modo, oi protestos contra aguerra que se multiplicam neitei últi-mos tempos em diversos meios sociais,as novas tomadas de posição não sur-gem num solo virgem. Elas brotam sô-bre um terreno preparado pela açãocorajosa da classe operária duranteanos, essencialmente sob a orientaçãode nono Partido.

Hoje anim como ontem, as inicia-rivas que vêm ao encontro de nossoesforço recebem um vivo apoio do»manas. Ainda maii uma vez, noisaspalavrai-de-ordem são tão justas queas manai ai atendem.

E' o caso do apelo da JuventudeComunista à luta contra o recrutamen-to aoi 18 anoi e contra o envio docontingente à Argélia. Logo que essasidéias foram lançadas os jovem asapreenderam, as fizeram suai em vi-gorosai manifestaçõei de rua como emIvry e Aubervilliers, em imponente! co-mícioi como o de Grenoble.

As justas posições doscomunistas e as iniciativasdispersas

Á medida que cresce o movimen-to, fundom-se as iniciativas dispersas.Todas estas manobras são o reflexo ea conseqüência do grande movimentode massas, mesmo quando seus auto-res se crêem ou se dizem a origem domovimento. Certos participantes recen-tes da ação obedecem a um desejo le-

gítimo de conseguir uma participaçãona direção da luta. Quanto a nós, nãovisamos, já se disse, a nenhum mono-

palio, nós nos eoloccmos num pontode vista mais elevado. Há tambémtentativai deliberadas de desorientare de desorganizar o movimento.

Já tive ocasião de dizer o que onosso Partido pensa de empreendimen-tos como o da rede Jeanson, de alitu-des como a de Jean-Paul Sartre. Aomesmo tempo em que protestamos reso-lutamente contra a violenta repressãodescarregada contra os adversários da

guerra, nós jamais nos afastamos denossas próprias posições, confirmadas

pelo XV Congresso e baseadas ao mes-mo tempo no internacionalismo prole-tário e na defesa do interesse nacio-nal, que é inseparável dele.

Sartre e outros afirmam que a úni-ca posição justa na luta contra a guer-ra da Argélia é colocar-se pura e sim-

plesmente à disposição da FLN. Sedevemos sustentar e sustentamos efeli-vomente a luta do povo argelino, di-rigida pela FLN e pelo GPRA, por ho-mens que respeitamos, não temos quecalcar nossa política e as formas denossa ação sobre as da FLN.

Nós mostramos igualmente ás mos-sas como eram erradas as posições ex-

pressas no apelo dos 121 . Não volta-rei aos detalhes, a insubmissão jamaisfoi a palavra-de-ordem do movimentooperário organizado.

Sempre professamos, com Lenin,

que os soldadoi comunistas devem par-fir para tôdai ai guerras, mesmo rea-cionárias, e fazer seu trabalho no exér-cito, E só pode causar espanto que

Iguni intelectuais membroí do Parti-do tenham colocado sua assinaturasob um texto de inspiração tão con-traria à doutrina comunista

A base das posições justas que as-sumimos, outros se reúnem a nós. Re-

gistramos como um foto significativo a

atitude tomada pela direção do Fer-tido Socialista Unificado que declaraiNós não somos pela insubmiisáo e odeserção, somos pelo trabalho no exér-cito e a ação de massa em suas fí-loiras.

0 importante é o movimentodas massasem desenvolvimento

Dito isto, é preciso quo te digoque as propostas do união o de nçflofeitas por outros partidos ou gruposnão serão mal recebidas por nós.

No essencial, devemos dizer i UniãoNacional dos Estudantes Franceses, co-mo a qualquer outra organização, sefôr o caso: «Estamos sempre dispostosa participar em uma oção roal comotoda a nosse hiitória o mostra. Con-sideramos, todavia, que, levando emconta nossas responsabilidades, não se

pode exigir que sejamos simples exe-cutantes de uma ação decidida por ou-tros. Acreditamos que a ação que de-ve ser realizada em conjunto deve tom-bém ser determinada em conjunto e

que, em conjunto, devem ler definidoso caráter, ai palavras-de-ordem e asformai deita ação».

Comidero que não te deve permi-tir que oi acontecimentoi tejam con-duzidos no sentido da aventura, quese deve orientar o movimento de me-do a áue êle poisa se desenvolvercom amplitude cada vez maior, e nãote reduzi..

Fazer com que convirjam todasas ações de todas as camadassociais hostis à guerrae ao regime

Gostaria de dizer algumas palavrasa propósito da idéia de que o con-teúdo, o fundo da politica atual seriaa batalha entre a direita e a esquerda.

Desde 1947, na sessão de outu-bro do Comitê Central, mostrávamoi

que a questão não mais se colocavanestes lermos. Dizíamos então: «Ti vta-se de agrupar todos oi francesesque têm consciência dos perigos queameaçam, com a República, 0 indepen-dência econômica e politica da Fran-ço>m Assim, nossa palavra-de-ordemjá era a de união de Iodas as forçasdemocrática; e nacionais.

E' verdade que, contra a idéia ea prática da união ampla, do ocõrdoentre as camadas sociais e as tendên-cias políticas diversas sempre se fêzsentir uma oposição.

Há vinte e cinco anos, quando lan-çamos a idéia da frente popular, daaliança entre a claise operária e asclasses médios, chocamo-nos com a re-sistência do Partido Socialista. E' clà-ro, aqueles mesmos que nos acusnvrmde moderação quando da elaborrrnodo programa comum, iriam nos criticarcm seguida por nossa intransigência,

porque nós exigíamos sua aplicaçãointegral.

A mesma oposição se manifestou

quando estendemos a mão aos traba-lhadores cristãos, quando lhes propo-mos lutar juntos no interesse da cias-se operária e do pois.

Nossa política consiste em aproxi-mar as camadas sociais diversas, emrealizar a mais ampla união das mos-sas contra a guerra, contra o poderpessoal, contra o jugo dos monopó-lios. Para que a classe operária ob-tenha êxito nisto, é necessário aue elaapareça e seja forte, e, por conse-

guinte, unida.

Assim, voltamos á idéia da con-vergência e à necessidade de estar

presente e de agir çn> rada movimen-to particular, rewinairaiivo ou gerol,e, acima de tudo, de continuar n tera maior participação na lula pelo pazno Argélia

Medir a cada passo, com a moiorexatidão possível, a t*npe'atu'a dasmassas, sem «uperestimá-lo, o que nosafastaria delas s nos faria cair no

gesliculação, mai também sem subes-timá-la, o que nos fario Hesitar ou de-morar em lomor iniciativas necessáriase daria campo aberto aos elementosirresponsáveis e esquerdizantes.

Esta fórmula foi empregada e •

justa: nem além, nem aquém dai pos-sibilidades exatamente avaliadas. Eassim trabalharemos eficazmente paraa mobilização das massas, o conver-

gência de todas as ações de todas aicamadas sociais hostis à guerra na Ar-gélia t ao regime pessoal.

- --

VERÃOCARIOCA

UITOCALORE POUCAÁGUA

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Copacabana

pernas de fora

Em Copara ha na o problema do calor ,^ „não assusta tanto, pois os seus habi- UUClll naO ICllltantos há muito que adotaram a mo-ria do "maillot", do "short", bermuda,etc. Até para fazer compras cachorro.

0 Uio de Janeiro é uma cidade quente. Em compensação, não há água nas torneiras nem nos chuveiros. E, enquantonão chove, o jeito é ir tomando banho de piscina. Piscina c coisa fácil de encontrar na cidade. É só saber por ondepassam os encanamentos, que lá se encontram os vazamentos. Para provar que não faltamos com a verdade, aiestá a foto, obtida no momento em que os moradores de um dos conjuntos residenciais de nossos subúrbios vestiramos calções è foram dar seu mergulho, depois de abrir os chuveiros nos apartamentos e ficarem no ora veja...

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Um meninoinvejado

Mima das ruas do ,-cntro da cidade, por volta das duas da tarde, quando o sol estava amoleeendo o asfalto, o meninotirou a camisa e entregou a mae para que a guardasse na bolsa. Os homens, aprisionados no preconceito de que abatina faz o padre, mal podiam, raciocinar clrnlro rios seus paletós aholoados sõbrc a gravata, enquanto penosa-mente sr anotavam para o UA.alho. O garoto, sereno, tranqüilo, ausente do verão, destilava a sua feliz semi-nudez,sem liem de.levc perceberjque dcbpcrlava a inveja de quantos o viam

Be^I^^hI Bw^v^nfll B^vBh .E4-jwWr'!\v>^.. . ¦BBHBBBÍ^'\^*-flBBI Bflu«--V: .-¦¦¦¦.¦i>H^K-%- -:-'^^B fl^Kv--"raSS HHn"!-^- .VEHk ¦ fc^'.''-'Lez?\7>& .v>^>_______Bw^'^-B_ÍM_ÍM_V't<• '¦'¦¦¦B_K'y-''''j'flBB B^B»¦ *'^?wB BV^^^-s-BkZfw 5^.'L^m\,v-''' ¦.'.¦'.•y.'.-y. ^HH H^Kx-:<-!-:vfl^^l

De paletónão é possível

Em pouco tempo o vendedor de re-fresco viu seu produto esgotado. Ca-misa fora da calça um, outro paletóao ombro, os cariocas vão procurandovencer a batalha contra o termômetro,

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