MTB-33 Busca e Salvamento Em Cobertura Vegetal de Risco

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    Coletnea de Manuais

    Tcnicos de Bombeiros

    BUSCA E SALVAMENTO EM

    COBERTURA VEGETAL DE RISCO

    33

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    COMISSO

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

    Comandante do Corpo de Bombeiros

    Cel PM Antonio dos Santos Antonio

    Subcomandante do Corpo de Bombeiros

    Cel PM Manoel Antnio da Silva Arajo

    Chefe do Departamento de Operaes

    Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias

    Comisso coordenadora dos Manuais Tcnicos de Bombeiros

    Ten Cel Res PM Silvio Bento da Silva

    Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias

    Maj PM Omar Lima Leal

    Cap PM Jos Luiz Ferreira Borges

    1 Ten PM Marco Antonio Basso

    Comisso de elaborao do Manual

    Maj PM Roberto Rensi Cunha

    Cap PM Srgio Ricardo Morette

    1 Ten PM Marcelo Alexandre Cicerelli

    1 Ten PM Maurcio Hermes Bitencourt Neves

    1 Ten PM Jos Carlos Simes Lopes

    1 Sgt PM Vicente de Paula Mariano

    2 Sgt PM Carlos Rogrio Cavitiolli

    3 Sgt PM Jos Luiz Zago

    Comisso de Reviso de Portugus

    1 Ten PM Fauzi Salim Katibe

    1 Sgt PM Nelson Nascimento Filho

    2 Sgt PM Davi Cndido Borja e Silva

    Cb PM Fbio Roberto Bueno

    Cb PM Carlos Alberto Oliveira

    Sd PM Vitanei Jesus dos Santos

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    PREFCIO - MTB

    No incio do sculo XXI, adentrando por um novo milnio, o Corpo de Bombeiros

    da Polcia Militar do Estado de So Paulo vem confirmar sua vocao de bem servir, por

    meio da busca incessante do conhecimento e das tcnicas mais modernas e atualizadas

    empregadas nos servios de bombeiros nos vrios pases do mundo.

    As atividades de bombeiros sempre se notabilizaram por oferecer uma

    diversificada gama de variveis, tanto no que diz respeito natureza singular de cada uma

    das ocorrncias que desafiam diariamente a habilidade e competncia dos nossos

    profissionais, como relativamente aos avanos dos equipamentos e materiais especializados

    empregados nos atendimentos.

    Nosso Corpo de Bombeiros, bem por isso, jamais descuidou de contemplar a

    preocupao com um dos elementos bsicos e fundamentais para a existncia dos servios,

    qual seja: o homem preparado, instrudo e treinado.

    Objetivandoconsolidar os conhecimentos tcnicos de bombeiros, reunindo, dessa

    forma, um espectro bastante amplo de informaes que se encontravam esparsas, o

    Comando do Corpo de Bombeiros determinou ao Departamento de Operaes, a tarefa de

    gerenciar o desenvolvimento e a elaborao dos novos Manuais Tcnicos de Bombeiros.

    Assim, todos os antigos manuais foram atualizados, novos temas foram

    pesquisados e desenvolvidos. Mais de 400 Oficiais e Praas do Corpo de Bombeiros,

    distribudos e organizados em comisses, trabalharam na elaborao dos novos Manuais

    Tcnicos de Bombeiros - MTB e deram sua contribuio dentro das respectivas

    especialidades, o que resultou em 48 ttulos, todos ricos em informaes e com excelente

    qualidade de sistematizao das matrias abordadas.

    Na verdade, os Manuais Tcnicos de Bombeiros passaram a ser contemplados na

    continuao de outro exaustivo mister que foi a elaborao e compilao das Normas do

    Sistema Operacional de Bombeiros (NORSOB), num grande esforo no sentido de evitar a

    perpetuao da transmisso da cultura operacional apenas pela forma verbal, registrando e

    consolidando esse conhecimento em compndios atualizados, de fcil acesso e consulta, de

    forma a permitir e facilitar a padronizao e aperfeioamento dos procedimentos.

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    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

    SUMRIO

    1. Introduo ..................................................................................................................................041.1.Abordagem histrica ............................................................................................................051.2.Eventos motivadores dos acidentes em rea de cobertura vegetal de risco .........................061.3.Cobertura vegetal do estado de So Paulo e seus riscos ......................................................08

    2. Definies.................................................................................................................................... 20

    3. Lista de siglas .............................................................................................................................22

    4. Recursos humanos .....................................................................................................................23

    4.1.Fora de interveno regional .............................................................................................. 234.2.Capacitao especfica .........................................................................................................244.3.Capacitao do grupo de busca e salvamento ......................................................................244.4.Atribuies do grupo de busca ............................................................................................. 244.5.Responsabilidade dos membros da equipe de busca e salvamento...................................... 254.6.Equipe especifica de busca...................................................................................................25

    5. Recursos materiais.....................................................................................................................27

    5.1.Equipamentos de proteo individual e coletiva.................................................................. 275.2.Equipamentos operacionais..................................................................................................315.3.Reidratao e Reposio Energtica .................................................................................... 395.4.Comunicaes ......................................................................................................................405.5.Veculos oficiais...................................................................................................................40

    6. Emprego Operacional do Corpo de Bombeiros......................................................................41

    6.1.Premissas bsicas de atuao ...............................................................................................416.1.1. Postura das Uop/CB ..........................................................................................................41

    6.1.2. Acionamento do socorro....................................................................................................41

    6.1.3. Primeira resposta ...............................................................................................................41

    6.1.4. Emprego da fora de interveno regional........................................................................ 426.1.5.Reunio do grupo de busca.................................................................................................42

    6.2.Elementos fundamentais da operao de busca e salvamento ............................................. 426.3.Orientao e navegao em reas de cobertura vegetal de risco..........................................43

    6.3.1. Orientao.......................................................................................................................43

    6.3.1.1. Global position system ................................................................................................ 44

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    6.3.1.2. Carta topogrfica .........................................................................................................46

    6.3.1.2.1. Representao de relevo...................................................................................... 486.3.1.2.2. Escala da carta ..................................................................................................... 486.3.1.2.3. Formas de utilizao............................................................................................50

    6.3.1.2.3.1. Designao de pontos nas cartas .....................................................................50

    6.3.1.2.3.2. Determinao das direes .............................................................................. 50

    6.3.1.3. Bssola ......................................................................................................................546.3.1.3.1. Procedimento de operao do equipamento ..........................................................55

    6.3.2. Navegao.....................................................................................................................616.3.2.1. Navegao terrestre diurna.......................................................................................... 62

    6.3.2.2. Navegao terrestre noturna........................................................................................ 64

    6.4.Operaes de busca ..............................................................................................................656.4.1. Pr planejamento .............................................................................................................666.4.2. Primeiro aviso..................................................................................................................676.4.3. Planos e estratgia ...........................................................................................................72

    6.4.3.1. Instalao do posto de comando..................................................................................72

    6.4.3.2. Planejamento de busca e estratgia ............................................................................. 73

    6.4.3.2.1. Dados do planejamento ......................................................................................... 74

    6.4.3.3. Estratgia de busca ......................................................................................................76

    6.4.3.3.1. Determinao da zona de busca............................................................................. 76

    6.4.4. Tticas de busca...............................................................................................................786.4.4.1. Descobrimento de indcios .......................................................................................... 78

    6.4.4.2. Busca binria ...............................................................................................................79

    6.4.4.3.Delimitao da rea de busca ....................................................................................... 79

    6.4.5. Tcnicas de busca............................................................................................................816.4.5.1. Mtodo pente fino........................................................................................................81

    6.4.5.2. Mtodo retangular .......................................................................................................816.4.5.3. Mtodo quadrado crescente.........................................................................................82

    6.4.5.4. Mtodo leque............................................................................................................... 83

    6.4.5.5. Mtodo off-set .............................................................................................................83

    6.4.6. Suspenso da misso .......................................................................................................846.4.7. Crtica ..............................................................................................................................85

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    6.5.Manipulao e transporte de vtima ..................................................................................... 866.5.1. Riscos ergonmicos para o socorrista .............................................................................876.5.2. Regras para a movimentao de um acidentado..............................................................876.5.3. Imobilizao de vtima na maca cesto.............................................................................876.5.4. Transporte de vtima na maca cesto ................................................................................ 886.6.Segurana nas operaes de busca e salvamento ................................................................. 88

    7. Apoio operacional......................................................................................................................89

    7.1.Apoio operacional interno....................................................................................................907.2.Apoio operacional externo ...................................................................................................91

    8. Preveno de ocorrncias..........................................................................................................928.1.Placas de indicao de trilhas...............................................................................................928.2.Placas de indicao de perigo...............................................................................................928.3.Panfletos explicativos...........................................................................................................928.4.Obras preventivas de isolamento de risco............................................................................ 94

    9. Referncias normativas e bibliogrficas..................................................................................95

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    1. INTRODUO

    As atividades denominadas, em tempos recentes, de busca e salvamento, j faziamparte do contexto operacional do Corpo de Bombeiros desde os primrdios de sua criao.Embora sua misso, originariamente, tenha sido o combate a incndio, atualmente, a atividade

    de salvamento possui elevada estatstica de atendimento operacional, tendo como destaque osservios prestados pelas guarnies de Resgate.

    Algumas ocorrncias de busca e salvamento, em que pese o baixo nmero deatendimento por ano, ganham vulto por sua complexidade de resoluo, como, por exemplo,as operaes subaquticas, os acidentes ferrovirios, metrovirios e aerovirios, desabamentosde grandes estruturas edificadas e as que se desenvolvem em reas de cobertura vegetal derisco.

    O que no passado chamava-se busca e salvamento em matas, hoje denominadainterveno em rea de cobertura vegetal de risco, que teve seu nome modificado para atender

    aos conceitos e nomenclaturas tcnicas dos tipos de vegetao que recobrem o territrio doEstado de So Paulo, pois a mata era apenas um tipo de cobertura vegetal de risco.

    Foram consideradas coberturas vegetais de risco tudo que, por suas caractersticas dealtura e densidade, dificulte ou impossibilite ao ser humano orientar-se adequadamente noterreno, tais como: mata, capoeira, cerrado, cerrado, restinga, mangue e reflorestamentos. Orelevo da rea tambm constitui um fator de risco por adicionar condies desfavorveis aodeslocamento seguro.

    Levantamentos histricos demonstram que as operaes em reas de cobertura vegetalde risco sempre foram atendidas por guarnies do Corpo de Bombeiros, no entanto, com a

    criao do Comando de Operaes Especiais, no incio do anos 70, foram treinados pelotespara agir na regio de densas matas do Vale do Ribeira em oposio aos grupos guerrilheirosliderados por Carlos Lamarca, ocorre que, felizmente, o COE (Comando de OperaesEspeciais) acabou no exercendo sua funo precpua em face do fim desta ao militar noterritrio Paulista e, a partir de ento, eles passaram a intervir tambm de forma independenteem operao de busca e salvamento em reas de cobertura vegetal de risco.

    Atualmente, dado ao grande volume de ocorrncias atendidas pelo Corpo deBombeiros, nas diversas reas operacionais, e acomodados pelo auxlio fornecido pelo COEna atividade de Busca e Salvamento em reas de cobertura vegetal de risco, o Corpo deBombeiros foi deixando de lado algumas tcnicas e conceitos importantes dessa atividade,

    deixando de ter um efetivo especializado e equipamentos apropriados para uma atuaoeficiente.

    Percebemos hoje, com o estmulo ao ecoturismo e a maior incidncia de acidentesaerovirios, uma maior probabilidade de ocorrncias de busca e salvamento em rea decobertura vegetal de risco e, por conseqncia, o Corpo de Bombeiros deve estar preparadopara agir, atendendo aos preceitos constitucionais, que lhe atribuem como misso, operaesde busca e salvamento, no excluindo nenhuma delas.

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    Assim, independentemente do potencial operacional do COE, em atuar nestasocorrncias, o Corpo de Bombeiros, como uma fora presente em todo o Estado, necessitaresgatar as tcnicas e adequar equipamentos especficos para intervir nas operaes de busca esalvamento em reas de cobertura vegetal de risco, preferencialmente em conjunto com todosaqueles que possam contribuir para a resoluo da emergncia, que o que deseja a populaopaulista.

    1.1. ABORDAGEM HISTRICA

    O Corpo de Bombeiros do Estado de So Paulo foi criado em 10 de maro de 1880, porfora da Lei do Governo Provincial de So Paulo, com a atribuio de extino de incndios,no entanto, desde aquele ato, extraiu-se da histria por diversas vezes, o envolvimento nosatendimentos de busca e salvamento de vidas humanas, inicialmente, de maneira geral, eposteriormente, tambm nas operaes em reas de cobertura vegetal de risco.

    Observou-se que, mesmo naquela poca, j ocorria uma srie de acidentes, cujoatendimento se estendia s atribuies do Corpo de Bombeiros, talvez por ser um rgo queestivesse disponvel 24 horas por dia, ou por falta de outros rgos com destinao para tal.No esboo histrico, A FORA PBLICA DE SO PAULO, onde se relatam as atividadesdesempenhadas pela corporao no perodo de 1831 1931, por ocasio de seu 1 centenrio,verificou-se um trecho relativo as atividades do Corpo de Bombeiros, onde foi listada umasrie de ocorrncias de vulto atendidas naquele perodo.

    Cabe destaque tambm o grande avano tecnolgico obtido com oincremento de manuais de treinamento e vrios equipamentos de combate a incndios e

    salvamento, quando a corporao estava sob comando do Tenente Coronel AFFONSO LUISCIANCIULLI.

    Em 1931, o genial CIANCIULLI, aproveitando uma viatura fora de servio,desenha e pe em operao a primeira viatura destinada a ocorrncias de salvamento,denominada auto-salvao e, com isso, inicia o que vem a ser hoje o Servio de Busca eSalvamento do Corpo de Bombeiros.

    Em 1943 surge a figura do especialista de salvao, que perdurou at o final dos anos80, como especialista de salvamento. No incio da dcada de 50, o servio de salvamentocomea a ganhar maior ateno, chegando a constituir uma companhia em 1957.

    Especificamente sobre a atividade de busca e salvamento de vtimas em matas,constatou-se que desde a implantao do servio de Salvamento no Corpo de Bombeiros, nadcada de 50, esta era uma ocorrncia tpica de bombeiro, porm, com a criao do Comandoe Operaes Especiais, no incio dos anos 70, este comeou a assumir grande parte dessasocorrncias.

    O COE foi criado em 13 de maro de 1970, com a misso precpua de atuar nas aesde distrbios civis e contra guerrilha rural e urbana, em funo do momento poltico vivido

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    naquele perodo, no entanto, o COE nunca atuou nas operaes antiguerrilha, pelo qual foicriado, pois, j em de junho de 1970, a guerrilha do Ribeira j havia acabado, dando incio desmobilizao das tropas do local, de modo que, para manter o treinamento da tropa,comeou-se a atuar nas atividades de busca e salvamento em mata, juntamente com o Corpode Bombeiros.

    1.2.EVENTOS MOTIVADORES DOS ACIDENTES EM REAS DE COBERTURAVEGETAL DE RISCO

    Existem vrios eventos motivadores de acidentes com vtimas em reas de coberturavegetal de risco, a saber: as atividades de ecoturismo, escotismo, esportes radicais, acidentesareos, usurios de drogas, doentes mentais, ocorrncias policiais e a curiosidade pelodesconhecido. Dentre eles destacam-se o ecoturismo e os acidentes areos, por serem os maisfreqentes.

    O ecoturismo um segmento da atividade turstica que utiliza, de forma sustentvel, opatrimnio natural e cultural, incentiva sua conservao e busca a formao de umaconscincia ambientalista por meio de interpretao do ambiente, promovendo o bem-estar daspopulaes envolvidas.

    Em verdade, o brasileiro sempre teve o fascnio pela exuberncia e diversidade defauna e flora das matas, motivando, desde muito tempo atrs, excurses de carter tcnico-cientfico, aventureiro, de lazer, esportivo-radical e, at mesmo, por mera curiosidade, tendosempre como objetivo principal a fuga das tenses urbanas, da poluio sonora, visual e do ar,produzidas pelas metrpoles.

    A partir deste momento os problemas passam a acontecer, na medida em que aspessoas vo alm de suas condies, negligenciando regras bsicas de segurana e, por vezes,sendo imprudentes ao arriscarem-se em aventuras no recomendadas.

    O Brasil possui um invejvel potencial ecoturstico, incluindo-se entre os pases demega diversidade, detendo entre 10% a 20% do total de espcies do planeta. Maisespecificamente no Estado de So Paulo, destacam-se a Mata Atlntica, Cerrado, Florestas deAraucria, Manguezal e Zonas Costeiras e Insulares, com grande potencial de belezapaisagstica, de caractersticas interessantes, vegetao, vida selvagem, gua e ar limpos.

    Verificou-se que existem vrias regies, dentro do territrio estadual, com grandepotencial para a prtica dessas modalidades de turismo de aventura, dando como exemplo:Serra da Mantiqueira, em toda sua extenso, no Vale do Paraba e, principalmente, emCampos do Jordo, Serra da Cantareira, encosta da Serra do Mar, cavernas do Vale do Ribeira,Parques, Reservas e Florestas espalhadas em todo Estado

    So muitas as atividades englobadas pelo turismo de aventura. Dentre elas destacam-sealguns esportes radicais, tais como: Rally automobilstico, montanhismo, rafting (descida de rios e corredeiras com embarcaes inflveis ), trekking ( caminhadas ),

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    paraglider ( paraquedas prprios para saltos de plataformas em montanhas), paramotor (paraglider propulsionado a motor ), ultraleve, asa delta, espeliologia ( explorao emcavernas ), canyoning ( rapel em cachoeiras ).

    Essas atividades, via de regra, sempre foram desenvolvidas sem planejamento econtrole, tanto por parte das pessoas como pelos rgos governamentais, dando causa a

    inmeros acidentes no passado e at nos dias atuais.

    No ano de 1987, o ecoturismo brasileiro ganha seu primeiro impulso com a criao daComisso Tcnica Nacional, constituda por tcnicos do IBAMA e EMBRATUR (EmpresaBrasileira de Turismo), no entanto, os esforos no foram suficientes para transpor algunsproblemas, que perduram at os dias de hoje.

    Quando se aborda a infra-estrutura para o desenvolvimento do ecoturismo, muitoscomponentes so levados em considerao, inclusive a Segurana Pblica, fazendo com que oCorpo de Bombeiros tenha que se envolver e participar desse processo, preparando seusrecursos humanos e materiais para essa nova demanda de atendimentos, no esquecendo

    jamais da atividade preventiva, atendendo assim aos anseios da comunidade e, porconseqncia, perpetuando a boa imagem da corporao.

    J os acidentes areos so eventos que se distinguem dos demais motivadores deacidentes em matas, pois, em geral, so fatos de maior gravidade e que, de acordo com o porteda aeronave, a quantidade de vtimas elevada, causando certo impacto aos olhos do pblicoe, quando potencializada pela mdia, cria um clima de pnico nas pessoas.

    Selecionaram-se alguns fatos recentes que tiveram destaque na mdia, verificaram-sealgumas dificuldades por parte dos socorristas, como se v no acidente ocorrido na Serra daCantareira, em 2/3/96, envolvendo a aeronave que transportava o grupo musical Mamonas

    Assassinas, onde pde se verificar as dificuldades envolvidas nesse tipo de acidente.No acidente com o famoso piloto automobilstico, Emerson Fittipaldi, em 07/09/97,

    vindo a cair com sua aeronave (ultraleve) s margens do Ribeiro das Cruzes, prximo a suafazenda de cultivo de laranjas, com 1000 alqueires de rea, so apontadas, no relatrio deatendiemnto a grande extenso de rea a ser pesquisadas e as dificuldades apresentadas peloterreno onde caiu o aparelho, como bices para um atendimento bem sucedido.

    Outra queda de aeronave ocorrida em 16/01/97, na rea do 5GB, verificou-se que amata fechada, o difcil acesso, a falta de informaes precisas no incio do trabalho edificuldade de acesso das viaturas, foram pontos que afetaram o tempo de atendimento.

    Dentre os motivos que levam aos acidentes, a maior porcentagem atribuda aomomento em que a aeronave prepara-se para o pouso ou para a decolagem, sendo mais crticosos procedimentos de aproximao e pouso das aeronaves.

    Verificou-se que, o aumento da frota de helicpteros e o barateamento do custo daspassagens areas, em funo da concorrncia, tm intensificado o trfego areo em todoEstado, principalmente, nos aeroportos da cidade de So Paulo. E no podemos nos esquecer

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    dos aparelhos areo-desportivos que, com um nmero cada vez maior de praticantes, possuemalta estatstica de acidentes.

    De tal modo, verificamos que a crescente demanda de vos comerciais e desportivos,associados aos vrios locais de risco, principalmente em reas prximas a So Paulo e Vale doParaba, indicam a permanente preocupao que deve ter o Corpo de Bombeiros nesse tipo de

    interveno.

    1.3. COBERTURA VEGETAL DO ESTADO DE SO PAULO E SEUS RISCOS

    Dez mil anos atrs, quando os seres humanos comearam a cultivar lavouras e aerguer as primeiras cidades, 55% das terras do planeta eram cobertos por florestas. Hoje doisteros dessa vegetao no existem mais. As florestas resumem-se a menos de 20% doscontinentes.

    Do total de florestas hoje existentes no planeta, apenas 40% so nativos. Aconservao de quase metade da mata virgem pode at parecer muito, porm 60% dessaspreciosas florestas se concentram na regio boreal da Amrica do Norte e da Rssia, onde avariedade de espcies mnima. A biodiversidade perdida , portanto, enorme.

    Por isso to importante preservar as florestas tropicais. O Brasil abriga 17% dasltimas matas virgens. So reas que concentram 22% de toda a diversidade vegetal mundial.

    No Brasil, o grande exemplo de devastao ocorreu com a Mata Atlntica que, pocade seu descobrimento, ocupava uma rea aproximada de 12% da rea de seu territrio, e hoje,no passa de 10% da rea primitiva. ( Ver figura 01 )

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    Figura 1 - Devastao da mata atlntica no BrasilFonte: ( SOUZA, O, Revista Veja, ano 29 n 44, 30Out96, p. 113 )

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    No incio do sculo XIX o Estado de So Paulo possua uma cobertura florestal, emtorno de 81,8%, J em 1973 esta cobertura ficou reduzida a 8,3% e nos tempos atuais a 3% dasua rea territorial. O tempo passou, e com ele se foi um dos mais preciosos bens dahumanidade, sua biodiversidade e, dentro desse sistema, sua vegetao nativa. (Ver figura 02)

    O marco inicial da devastao das florestas do Estado remonta aos primrdios dodescobrimento do Brasil, onde esse tesouro comeou a dar lugar aos interesses exploratriosda coroa portuguesa, com Martim Afonso de Souza, aps a fundao de So Vicente no litoralpaulista, em 1532 e, em seguida, pelas misses que ocuparam o interior.

    Recente levantamento realizado pelo Instituto Florestal e a FUCATE ( Fundao deCincia, Aplicaes e Tecnologia Espaciais ), mostra que 16,67% (aproximadamente 4,1milhes de hectares) da rea total do Estado de So Paulo, so cobertos por vegetao, doisquais 13,4% correspondem a cobertura vegetal natural e 3,27% a reflorestamentos. ( Verfigura 03 )

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    Figura 2 - Reconstituio da cobertura vegetal do EstadoFonte: Folheto educativo da Secretaria Estadual do Meio Ambiente

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    Figura 3 Remanescente da Cobertura Vegetal do Estado

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    A vegetao natural do Estado composta por mata, capoeira, campo, cerrado,cerrado, vrzea/campo, restinga, mangue e outras no classificadas, cujas propores sodemonstradas abaixo ( Ver figura 4 ):

    18421

    80

    983114

    1933

    73202

    208586

    1834 1

    33687

    31609

    8054

    46545

    0200.000400.000600.000800.000

    1.000.0001.200.0001.400.0001.600.0001.800.0002.000.000

    Mata

    Capoeira

    Campo

    Cerra

    do

    Cerrado

    Cam

    poCerrado

    Cam

    poVarz

    ea

    Restin

    ga

    Mang

    ue

    No

    cla

    ssificada

    Figura 4 - Quantidade (em hectares) dos tipos de vegetao natural do Estado

    Fonte: Inventrio florestal do Estado de So Paulo INSTITUTO FLORESTAL

    a) MATA a formao vegetal com grande riqueza de espcies, geralmenteapresentando trs estratos: superior com espcimes arbreas de altura entre 15 e 40 metros;intermedirio com alta densidade de espcies, constitudo por arbustos, arboretos e rvores depequeno porte, entre trs e dez metros e um terceiro, composto por grande variedade de ervasrasteiras, cips, trepadeiras, alm de palmeiras e samambaias. Essa vegetao atualmenterecobre principalmente o litoral e Serra do Mar, estendendo-se para o interior do Estado, ondeadquire caractersticas tpicas de clima mais seco com perda de folhas, florao e frutificaesem perodos bem determinados. ( Ver figura 05 )

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    Figura 5 - Vegetao do tipo MataFonte: SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

    b) CAMPO a unidade de vegetao caracterizada pela predominncia dacobertura graminide e herbcea. Pode ser classificada em dois sub-tipos: campos de altitudeou serranos encontrados na Serra da Mantiqueira com sua vegetao assentada sobre solosrochosos e campos propriamente ditos, tambm denominados campos limpos, caracterizadospor grandes extenses planas com rvores ou arbustos esparsos, condicionados scaractersticas climticas ou do solo. ( Ver figura 06 )

    Figura 6 - Vegetao do tipo CampoFonte: SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

    c) CERRADO a formao vegetal constituda de trs estratos: superior,com rvores esparsas, de altura entre 6 e 12 metros; intermedirio, com rvores e arbustos de

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    troncos e galhos retorcidos, e inferior arbustiva. Formao florestal que ocorre no Centro-Oeste do Estado, onde o relevo plano, com solos de baixa fertilidade e as estaes climticasbem definidas. ( Ver figura 07 )

    Figura 7 - Vegetao do tipo CerradoFonte: SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

    d) CERRADO a formao vegetal constituda por dois estratos: superior,com arbustos e rvores que raramente ultrapassam 6 metros de altura, recobertos de espessascascas, com folhas coriceas e apresentando caules tortuosos, e inferior, com vegetaorasteira. ( Ver figura 08 )

    7

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    Figura 8 - Vegetao do tipo CerradoFonte: SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

    e) CAMPO CERRADO a vegetao campestre, com predomnio degramneas, pequenas rvores e arbustos bastante esparsos entre si. Pode tratar-se de transioentre campo e demais tipos de vegetao, ou s vezes resultante da degradao do cerrado.Esse tipo de formao se ressente com a estao seca, e acaba sendo alvo de incndiosanuais, at mesmo espontneos.( Ver figura 09 )

    Figura 9 - Vegetao do tipo Campo cerradoFonte: SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

    f) CAMPO DE VRZEA constitudo de vegetao de pote baixo,estrutura bastante varivel, cuja caracterstica suportar inundaes peridicas por estarsituada nas baixadas que margeiam os rios. Essas inundaes provocadas pelas estaes

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    Figura 11 - Vegetao do tipo MangueFonte: SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

    h) RESTINGA a vegetao que recebe influncia marinha, presente aolongo do litoral brasileiro, que depende mais da natureza solo do que do clima. Ocorre emmosaico e encontra-se em praias, cordes arenosos, dunas e depresses, apresentando deacordo com o estgio de desenvolvimento, estrato herbceo, arbustivo e arbreo, este ltimomais interiorizado. ( Ver figura 12)

    Figura 12 - Vegetao do tipo RestingaFonte: SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

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    Cabe salientar que a CAPOEIRA um tipo de vegetao que tem ntima ligao coma mata, com caractersticas muito semelhantes, por vezes causando srias dificuldades para suaidentificao aos mais experientes, motivos pelos quais os tcnicos da Secretaria do Estado doMeio Ambiente a interpretam de maneira incorporada as matas.

    Assim, devido s caractersticas de suas formaes, concluiu-se que os tipos de

    vegetao natural de real importncia para estudos em relao ao tema abordado so:prioritariamente as matas e, em segundo plano, o cerrado, cerrado, capoeira e restinga.

    Observou-se que do total de vegetao nativa do Estado (13,4%), as matascorrespondem a 55,3%, o cerrado a 2,2%, o cerrado a 6,31%, a capoeira a 29,51% e arestinga a 0,98%, assim, somando-se todas, cerca de 12,64% da rea territorial ocupada porcobertura vegetal nativa ( aproximadamente 3,14 milhes de hectares ).

    A rea reflorestada, principalmente Eucayiptus e Pinus, no total de 3,27% da coberturavegetal do Estado tambm representam uma certa situao de risco. ( Ver figura 13 )

    610.000

    194.000

    0

    100.000

    200.000

    300.000

    400.000

    500.000

    600.000

    700.000

    Eucalyptus Pinus

    Figura 13 - Proporo (em hectares) dos tipos de reflorestamento

    Somando-se os 12,64% da vegetao nativa, com os 3,27% dos reflorestamentos,chegou-se a um total 15,91% ( aproximadamente 3,95 milhes de hectares ) da rea total do

    Estado, cuja cobertura vegetal so passveis de intervenes de busca e salvamentos devtimas.

    Da, em que pese a crescente degradao do meio ambiente florestal, a rea territorial muito grande, suficiente para que se tenha destaque nos centros de interesse operacional doCorpo de Bombeiros.

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    Contrapondo-se degradao, considerou-se a conscincia de preservao ambientalque aflora na sociedade atravs das reas de preservao estaduais e federais, desenvolvimentodo ecoturismo, podendo, quem sabe, reverter esse quadro desanimador.

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    2. DEFINIES

    2.1 Busca: Ato ou efeito de procurar, com o fim de encontrar alguma coisa, por meiode pesquisa minuciosa ou exame.

    2.2 Salvamento: Ato ou efeito de salvar, retirando pessoas ou animais do perigo.

    2.3 Cobertura vegetal de risco: Tipo de vegetao que recobre regies do territrioestadual que, em funo de suas caractersticas, dificulta o desenvolvimento das aes debusca e salvamento e oferece risco ao pblico e aos bombeiros tais como: mata, restinga,mangue, cerrado, cerrado e capoeira.

    2.4 Grupo de busca: Guarnio de bombeiros, devidamente capacitados, que tem porobjetivo realizar as aes de busca de pessoas, animais ou objetos e salvamento, se necessrio,em rea de cobertura vegetal de risco.

    2.5 Fora de interveno regional: Sistema de mobilizao de recursos humanosespecializados dentro da UOp/CB, para o atendimento de emergncias de busca e salvamentoem locais de cobertura vegetal de risco, no menor tempo possvel, com equipamentosadequados.

    2.6 Fora tarefa do CB: Sistema de mobilizao de recursos humanos para oatendimento a desastre que permite a mobilizao, dentro de um tempo pr-determinado, derecursos humanos especializados, com equipamentos adequados.

    2.7 Oficial Supervisor: o representante da UOp/CB perante o sistema, sendoresponsvel por organizar o grupo de busca e instru-los conforme orientao da

    coordenadoria.

    2.8 SICOE: Sistema de Comando e Operaes em Emergncias que define o escopodas autoridades, permitindo a organizao e coordenao do pessoal, material e estratgia a serempregada na emergncia, desenvolvendo esforos para a rpida resoluo das tticas nabusca da eficincia do emprego dos recursos humanos.

    2.9 Posto de comando: o local de tomada de decises, onde devem convergir todasas comunicaes, informaes e logstica de uma emergncia.

    2.10 GPS: Equipamento eletrnico que por intermdio de sinais de satlite determina

    posicionamento global do usurio, por meio de coordenadas traduzidas em latitude elongitude.

    2.11 Repositor eletroltico: Nutriente capaz de promover a reposio dos eletrlitos,tais como o sdio, potssio, cloro e magnsio, necessrios para o funcionamento normal dostecidos excitveis (msculos), enzimas e hormnios.

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    2.12 Repositor energtico: Nutriente capaz de promover a reposio de carboidratos,gorduras e protenas a fim de fornecer a energia necessria para manuteno das atividadescelulares em repouso e em movimento.

    2.13 Alimentos Liofilizados: Alimentos desidratados por meio de congelamentobrusco e, a seguir, alta presso em vcuo.

    2.14 Re-hidratao: Ato de re-hidratar-se (introduo de gua em uma molcula) coma finalidade de manter normais os nveis intra e extracelulares metablicos, evitando assim,profundo comprometimento das funes cardiovascular, termorregulao e a capacidade derealizar exerccio fsico.

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    3. LISTA DE SIGLAS

    3.1 CAES: Centro de Aperfeioamento e Estudos Superiores;

    3.2 CAO: Curso de Aperfeioamento de Oficiais;

    3.3 CB: Corpo de Bombeiros;

    3.4 CBS: Curso de Bombeiros para Sargentos;

    3.5 CBO: Curso de Bombeiros para Oficiais;

    3.6 CCB: Comando do Corpo de Bombeiros;

    3.7 CEIB: Centro de Ensino e Instruo de Bombeiros;

    3.8 CFSd: Curso de Formao de Soldados;

    3.9 COE: Comandos e Operaes Especiais;

    3.10 DvODC: Diviso de Operaes e Defesa Civil;

    3.11 GPS: Global Position System (sistema de posicionamento global);

    3.12 GRPAe: Grupamento de Rdio Patrulhamento Areo;

    3.13 m: metro quadrado;

    3.14 MB: Manual de Bombeiro;

    3.15 MTB: Manual Tcnico de Bombeiro;

    3.16 NORSOB: Normas para o Sistema Operacional de Bombeiros;

    3.17 NOB: Norma Operacional de Bombeiros;

    3.18 RACB: Relatrio Aviso do Corpo de Bombeiros;

    3.19 SICOE: Sistema de Comando e Operaes em Emergncia;

    3.20 UOp/CB: Unidade Operacional do Corpo de Bombeiros;

    3.21 VHF: Very High Frequency (freqncia muito alta).

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    4. RECURSOS HUMANOS

    Para que o CB atinja seus objetivos no campo operacional, mantendo sua cultura,filosofia e racionalidade, ter que lanar mo de polticas de recursos humanos adequadas.

    Essas polticas so regras estabelecidas para governar funes e assegurar que elassejam desempenhadas de acordo com os objetivos desejados.

    Uma dessas polticas diz respeito ao desenvolvimento de recursos humanos, que tempor objetivo preparar e desenvolver as pessoas de uma organizao, atravs de treinamento edesenvolvimento organizacional.

    A capacidade de sobrevivncia residir amplamente numa atitude mental adequadapara enfrentar situaes de emergncias e na posse de estabilidade emocional, a despeito desofrimentos fsicos decorrentes da fadiga, da fome, da sede e de ferimentos, por vezes graves.

    Se o indivduo ou o grupo de resgate no estiver preparado psicologicamente paravencer todos os obstculos e aceitar os piores revezes, as possibilidades de obter xito nosalvamento estaro sensivelmente reduzidas.

    Em caso de busca de resgate em reas de cobertura de risco, essa preparaoaumentar seu valor. Da porque o conhecimento das tcnicas e dos processos de navegao e

    sobrevivncia substituir um requisito essencial para formao do indivduo destinado a salvarvidas, quer em operaes militares, quer por outras circunstncias quaisquer. de vital importncia para o sucesso na administrao de uma emergncia que os

    recursos empregados sejam plenamente habilitados, adequados e suficientes ao cumprimentodas tarefas decorrentes, nos seus mnimos detalhes.

    Quando se realiza um bom trabalho de desenvolvimento de recursos humanos,interfere-se diretamente no produto final da prestao de servio de uma organizao, sendoque essa rea genrica chamada desenvolvimento, a qual divide-se em educao etreinamento. O treinamento significa o preparo da pessoa para o cargo, enquanto o propsitoda educao o de preparar a pessoa para o ambiente dentro e fora do seu trabalho.

    Esses dois enfoques, educao e treinamento, contidos no processo de

    desenvolvimento de RH, sero cuidadosamente correlacionados com os interesses do CB,quando se trata do assunto alvo do trabalho, pois ambos, se trabalhados de maneira positiva edesprovidas de preconceitos, traro conhecimentos para o homem ( bombeiro ) suficientespara dar-lhes plena capacitao ao trabalho dessa especializao.

    Dessa forma, os bombeiros necessitam estar devidamente capacitados, cada qual noseu escalo de competncia, a administrar tais situaes, por meio de um processo coerente esistematizado.

    4.1 FORA DE INTERVENO REGIONAL

    Trata-se do efetivo mnimo para o atendimento das emergncias, que deve ser de 06bombeiros, a fim de compor um Grupo de Busca, porm, para composio da infraestrutura deapoio destas operaes, h necessidade de efetivo para cumprir as funes indicadas peloSICOE.

    O referido grupo dever ter no mnimo dois integrantes com o curso deSalvamento Terrestre, sendo um deles, da graduao de Sargento.

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    A quantidade de grupos de busca atuando simultaneamente dever levar emconsiderao: a quantidade de vtimas, o tipo de vegetao, as condies climticas, orelevo, as condies de acesso e a extenso da rea a ser pesquisada.

    Cada grupo de busca poder atuar por tempo indeterminado, desde que hajaadequada reposio energtica, hidratao e descanso, devendo ter auto-suficinciapara ao, inclusive para o socorro de seus integrantes.

    O comandante, quando a natureza da operao permitir, dever prever orevezamento dos grupos de busca considerando os efeitos da fadiga psicofsica sobreo homem.

    A fora de interveno regional ser acionada atravs do plano de chamada ereunir-se- na sede do GB para definir a postura inicial e selecionar o materialnecessrio para a empreitada.

    4.2 CAPACITAO ESPECFICA

    Dever ser previsto um mnimo de 10 horas-aula para a capacitao no currculo do

    Curso de Formao de Soldado (CFSd), 30 horas-aula para o Curso de Especializao deSargentos (CBS), 45 horas-aula para o Curso de Especializao de Oficiais (CBO), e 130horas-aula para o curso especfico da matria.

    Para que no se tenha soluo de continuidade dos treinamentos de formao eespecializao, faz-se necessria a programao de reviso de conhecimentos.

    Esse programa deve calcar-se nas ITP, sendo que, deve-se prever treinamentos noslocais de risco, dentro da rea do PB que os possuam, propiciando aos bombeiros operacionaiscontatos freqentes com essas regies, facilitando atendimentos futuros.

    Se o profissional bombeiro, no seu ambiente dirio de convvio social e do servio,estiver interagindo com pessoas que possuam conhecimentos, interesse e afinidade comassuntos ligados ao tema de busca e salvamento de vtimas reas de risco, propiciar a

    transferncia dessa bagagem para sua vida profissional, tanto nos treinamentos e nasoperaes reais.Nesses treinamentos, o bombeiro aproveita para fazer contatos com moradores,

    mateiros, pescadores e outras pessoas que possuam conhecimento das reas discriminadas e,principalmente, contatando as administraes das Unidades de Preservao Ambientalespalhadas por todo o estado.

    Ao executar-se os treinamentos, estar-se- dando manuteno aos equipamentos quesero efetivamente utilizados, pois esto na posse de profissionais capacitados.

    4.3. CAPACITAO DO GRUPO DE BUSCA E SALVAMENTOSeguindo a doutrina de um grupo de trabalho devidamente coordenado e comandado,

    devemos lembrar a importncia da contribuio individual de cada membro no desempenhodas misses, de modo a garantir a segurana da equipe e das pessoas a serem buscadas.

    Cada tarefa tem suas peculiaridades, quer seja administrativa ou operacional, porm,todas possuem igual importncia na manuteno da equipe e sucesso da misso

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    4.4. ATRIBUIES DO GRUPO DE BUSCA

    Desenvolver e adotar medidas de preveno de acidentes; Responder prontamente aos acidentes e identificar de maneira rpida as vtimas e suas

    leses; Sustentar e prolongar a vida das vtimas, por meio de medidas convenientes, no local do

    acidente, durante o transporte e quando seja possvel; Diminuir a probabilidade de hospitalizao prolongada e ou incapacidade permanente

    mediante a aplicao oportuna e adequada dos primeiros socorros; Prover o transporte adequado e necessrio no menor tempo possvel para proporcionar a

    vtima o atendimento mdico adequado; Aplicar as tcnicas de busca e salvamento de vtimas em locais de difcil acesso; Manter todos os equipamentos em condies de uso; Efetuar atividades de treinamento para manter e elevar a capacitao e habilidade pessoal

    dos membros da equipe.

    4.5. RESPONSABILIDADE DOS MEMBROS DA EQUIPE

    Ser habilitado e saber aplicar as tcnicas de primeiros socorros e equipamentos de resgatequando do encontro das vtimas;

    Conhecer as tcnicas e saber utilizar as formas corretas de transporte de uma vtimaconforme o tipo de leso;

    Conhecer e empregar os equipamentos de proteo individual, bem como as medidas desegurana individual e coletiva;

    Realizar prticas peridicas de tcnicas de busca, salvamento e resgate; Praticar sesses de condicionamento fsico; Efetuar manuteno do equipamento disponvel para a equipe de resgate; Participar dos simulados de emergncia programados, para avaliar a efetividade e

    desenvolvimento da equipe de busca e salvamento; Colaborar na capacitao de novos integrantes da equipe.

    4.6. EQUIPE ESPECFICA DE BUSCA

    1. Lder de grupo: Geralmente composto por um sargento comandante da guarnio. Devepossuir competncia tcnica, liderana, capacidade de deciso sob presso. Tem comoatribuies ser o elo entre a equipe operacional e a coordenao geral, definir as tarefas de

    cada integrante da equipe, alm da segurana do grupo.2. Auxiliares: Profissionais com competncia tcnica, que acatem ordens e trabalhem em

    equipe, alm de habilidade e autocontrole para situaes adversas. Devem estar aptos paraqualquer tipo de interveno, bem como manuseio e conduo dos equipamentos a seremempregados na operao.

    3. Habilitao do grupo : Devido a grande variedade de ocorrncias e situaes inusitadasque o grupo pode se deparar recomendado que o mesmo seja composto por profissionais

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    habilitados com cursos de salvamento terrestre, salvamento em altura ou salvamento comcordas, curso de resgate, curso de salvamento aqutico, noes de navegao com bssolae gps, entre outros tambm importantes.

    4. Administrao do Grupo:

    Rigidez fsica e mental, autocontrole, habilidade e atitude, zelo com os equipamentos einiciativa so atributos necessrios para todo e qualquer membro da equipe. Cada membro da equipe tem uma funo previamente definida para que no existam

    choques de idias nem de competncia de deciso, motivo pelo qual surge a figura docomandante do grupo.

    Na hierarquia de trabalho a subordinao funcional tem o objetivo de tornar mais fcil aoperao medida em que distribui a responsabilidade de decidir e executar entre osmembros do grupo.

    A hierarquia dentro do grupo no deve excluir a possibilidade de sugesto de idias antes,durante e ao trmino da operao, pois o objetivo deve ser alcanado por meio dacoerncia e do bom senso, onde a troca de experincias vividas fundamental para osucesso da operao.

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    5. RECURSOS MATERIAIS

    5.1. EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL E COLETIVA

    A fim de garantir a segurana do bombeiro nestas ocorrncias, seu equipamentoindividual dever ser composto por:

    Nos padres do CB, confeccionado em tecido que proporcione conforto necessriopara o bombeiro durante a execuo de seu trabalho nas buscas, pois estar sujeito a variaesde temperaturas devido a ao do sol, umidade, chuva e trabalhando de dia ou de noite. Dentreos tecidos que encontramos no mercado oferecidos pela indstria txtil encontramos oSupplex, Cordura e Rip-stop que podem servir de matria-prima para a confeco dediferentes peas e acessrios (figura 1);

    Figura 1

    Botas especiais para a atividade confeccionadas de forma a garantir conforto,leveza, proteo, transpirao e permita o um rpido escoamento dgua aps suaimerso (figura 2);

    Figura 2

    Capacete com proteo para os olhos em algumas situaes de mata fechada,faz-se necessrio a utilizao de proteo para os olhos, em funo de insetos, poeirasou outros objetos que podem entrar na vista do bombeiro. O capacete por si s j umequipamento de segurana de uso obrigatrio, devendo ser retirado somente aps o

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    trmino da ocorrncia. Deve ser leve, fabricado em policarbonato e poliuretano,possuir encaixe para afixar lanterna (head lamp), uma excelente ventilao, e sistemade ajuste que garanta um perfeito encaixe em qualquer formato de cabea (figura 3A e3B);

    Figura 3A e 3B

    Luvas adequadas a atividade a fim de evitar ferimentos nas mos, deve-sesempre estar calado com luvas, preferencialmente do tipo salvamento, as quaispropiciam segurana e facilidade na percepo dos objetos a volta, devem ser

    reforadas no palmar e dedos, devem permitir boa mobilidade dos dedos durantemanuseio de equipamentos em geral, devendo se ajustar a mo sem folgas . (figura 4);

    Figura 4

    Poncho Anorak vm da lngua francesa e quer dizer capa de chuva e deve serconfeccionado com tecido que permita proteo contra fortes ventos (corta-vento) e boaresistncia a chuva, mas permita tambm uma boa passagem do suor para parte externa,evitando que o bombeiro fique molhado por excesso de transpirao. Deve possuir recipienteprprio para armazenamento, tornando-se uma pea bastante compacta. Utilizado para manterseca a vestimenta do bombeiro. Deve estar sempre disposio, pois as condies climticaspodem se alterar a qualquer momento (figura 5A e 5B);

    Figura 5A e 5B

    Ivanho Utilizado para proteo do rosto do Bombeiro contra picadas de insetos epossveis arranhes (figura 6);

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    Figura 6

    Kit higiene pessoal A preocupao com o asseio pessoal no deve ser deixada delado, para tanto, cada bombeiro deve portar um kit bsico de higiene pessoal, recomenda-se ositens mnimos a seguir (figura 7):

    1 Escova de dentes;2 Pasta de dentes;3 Sabonete;4 Toalha pequena;

    5 Papel higinico;

    Figura 7

    Repelente de insetos Muitos dos insetos existentes em nossas matas podemcausar infeces, desconforto e mal-estar, se vierem a picar a pele do bombeiro. Paraevitar tais ocorrncias, deve-se sempre passar um repelente de insetos;

    Filtro solar O bombeiro deve ter sempre em mente que, apesar de em muitos casosencontrar-se em mata fechada, ainda assim a exposio prolongada aos raios solares, mesmoque parcialmente filtrados pela vegetao, podem vir a provocar queimaduras na pele, destaforma deve-se prevenir com a utilizao de protetores solares;

    A fim de garantir a segurana do grupo de busca, devero ser previstos os seguintesmateriais de proteo coletiva:

    Conjunto de primeiros socorros, medicamentos e soros antiofdicos Mesmo tomandotodas as precaues necessrias os Bombeiros envolvidos nas aes de busca e salvamentono esto livres de acidentes pessoais e mordeduras de animais e insetos venenosos e, paratanto, devem estar munidos de kits de primeiros socorros, bem como os soros mais comuns,para dar pronto atendimento aos membros da equipe que venham a se acidentar. Para

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    montagem de um kit mnimo de primeiros socorros e medicamentos recomenda-se os itens databela abaixo:

    Item QuantidadeGazes estreis 3 pacotes de 10 unidadesAtaduras de crepe largura 10 cm 1 Unidade

    Esparadrapo (serve Silver Tape) 1 rolo pequenoClorexidine alcolico (anti-sptico) 1 frasco de pelo menos 30 mlTylenol ou Dipirona ou Advil ou similar (dor, febre) 10 ComprimidosCelebra 200 ou Arcxia ou Feldene 20 ou Voltaren ou similar(antiinflamatrio)

    10 Comprimidos

    Imosec (antidiarrico) 5 ComprimidosClaritin ou Allegra 180 ou Loratadina (genrico) (anti-histamnico, antialrgico)

    5 Comprimidos

    Plasil ou Plasil Enzimtico ou similar (nusea, vmitos) 5 ComprimidosProtetor Solar Fator 30 1 FrascoRepelente para mosquitos / insetos 1 FrascoLuva de ltex 1 parSal 1 Poro de uma colher de chPastilhas ou gotas para purificao de gua (Hidrosteril ousimilar)

    1 frasco

    Kit Armamento No se sabe o que tipo de situao pode estar aguardando aequipe de busca e salvamento de servio, por este motivo, a equipe deve estar portandoum kit bsico composto por (figura 8):

    1 Armamento nos padres da PMESP;2 Munio reserva;3 Acessrios para limpeza do armamento;4 leo para lubrificao do mecanismo e proteo contra ferrugem;

    Figura 8

    5.2 EQUIPAMENTOS OPERACIONAIS

    Com o intuito de garantir um servio de eficincia e qualidade, devero ser utilizadosequipamentos de alta tecnologia, tais como:

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    Equipamentos de iluminao: Lanterna de capacete (headlamp) equipamento que facilita os trabalhos pois deixa o

    socorrista com as mos liberadas para a execuo de trabalhos manuais. A indicao paranossos trabalhos so as lanternas que possuem dupla iluminao: xenom halogenea 6v paralongas distncias e LED para iluminao de rea branca e homognea. Deve possuir corpoorientvel verticalmente (figura 9);

    Figura 9

    Bateria Utilizada para alimentar a lanterna de capacete, vai fixada na cintura,em suporte apropriado (figura 10).

    Figura 10

    Equipamentos de sinalizao (diurna/noturna); Bastes fluorescentes Os bastes permitem equipe de busca e salvamento, iluminar

    e sinalizar pequenas reas por um perodo razovel de tempo, facilitando a localizao,principalmente noite, por outras equipes. Devido sua variedade de cores, podem serutilizadas para sinalizar uma determinada situao aos demais (figura 11);

    Figura 11 Sistema de sinalizao digital Existem atualmente, uma grande gama de

    equipamentos que sinalizam e posicionam geograficamente um ponto, e so de grandeutilidade para o Bombeiro nos casos de grandes incurses dentro da mata, tanto na aferiodos setores esquadrinhados quanto no posicionamento atual de cada equipe de busca (figura12);

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    Figura 12

    Granada fulmgena uma excelente opo para sinalizar o posicionamento da equipede busca, quando houver o envolvimento de salvamento areo. Sua utilizao deve sercriteriosa, caso se queira sinalizar o posicionamento para demais equipes de terra, uma vez quena mata fechada nem sempre possvel a visualizao deste tipo de equipamento.

    Equipamentos de repouso: Barraca para acampamento Para 2 pessoas pois, como devemos trabalhar no mnimo

    em duplas durante as misses de busca, devemos possuir abrigo para cada dupla formada naequipe de trabalho. Deve apresentar moderno processo de impermeabilizao e costuraseladas, sendo assim extremamente eficaz contra a chuva e vento. Possuir espao interno extrasuficiente para acomodao de equipamentos e roupas em seu interior. Possuir sistema derespiro que se mantm aberto ou fechado. Porta que, uma vez aberta, crie um grande espaopara entrada e sada do usurio (figura 13A, 13B e 13C);

    Figuras 13A, 13B e 13C

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    Rede de dormir Os longos perodos de busca dentro da mata podem obrigar oBombeiro a realizar pernoite. Para estes casos, deve-se ter redes de dormir, protegidas pormosquiteiros e que garantam segurana e conforto aos Bombeiros (figura 14);

    Figura 14

    Saco de dormir Equipamento opcional rede de dormir, deve proporcionar confortoe proteo mnimas para o bombeiro e deve estar adequado para as condies climticas daregio a que ser usado (Exemplo: no comprar saco de dormir pra 30 C, pois no indicado para nossa regio). No formato mmia, fita protetora de zper, bainha e colarretentoras de calor, bolso externo com zper (figura 13);

    Figura 13

    Equipamentos de orientao/navegao: Bssola um dos principais e mais simples equipamentos de orientao e navegao a

    disposio do grupo de busca. Bem treinado em relao a seu funcionamento, o bombeiro

    poder realizar incurses dentro da mata, sabendo exatamente em que direo seguir. A equipede busca dever possuir no mnimo 2 (duas) bssolas para utilizao. Devemos dar preferncias que possuem dispositivo capaz de manter declinao magntica (sem que seja necessriofaz-lo no mapa); (figura 14);

    Figura 14

    Carta topogrfica e programas de cartas topogrficas digitalizadas As cartastopogrficas assim como os programas digitais de cartas topogrficas, do uma viso global ao

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    Posto de Comando da complexidade do local onde a busca ser realizada, bem como permitemdefinir as melhores estratgias de setorizao e mtodos de busca (figura 15A e 15B);

    Figura 15A e 15B

    Porta carta produzido em vinil resistente a chuva e poeira. Por ser resistente a raiossolares, no amarela com o tempo. Sua frente transparente permite viso total de mapas egrficos. Fecho fcil de manusear (figura 16);

    Figura 16

    GPS Global Position System O Sistema de Posicionamento Global um sistema denavegao baseado em satlite, composto de uma rede de 24 satlites colocada em rbita pelo

    Departamento Norte-Americano de Defesa. O GPS foi originalmente planejado paraaplicaes militares, mas nos anos oitenta, o governo fez o sistema disponvel para uso civil.GPS trabalha em qualquer condio de tempo, em qualquer lugar no mundo, 24 horas por dia,e no cobrada nenhuma taxa para se usar o GPS. um sistema bastante til tanto paralocalizao e posicionamento da equipe no terreno quanto para localizao e determinao dereas de busca.(figura 17A, 17B e 17C);

    Figura 17 Figura 17B Figura 17C Binculo um equipamento que auxilia a equipe de busca de forma a facilitar a

    localizao de vtimas, pontos de referncia, pontos de pouso, entre outros. Deve seremborrachado para facilitar seu manuseio mesmo em situaes extremas. No mnimo um porequipe de busca (figura 18);

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    Figura 18

    Faco Tem como principal caracterstica a facilitao da limpeza de reas paramovimentao ou retirada de vtimas de locais de difcil acesso e, tambm, como instrumento facilitar a montagem de um acampamento. A faca, que poder variar de 5 a 20 cm umequipamento de uso individual bastante til para solucionar problemas a todo o tempo nabusca (figura 19);

    Figura 19

    Equipamentos acessrios: Mochila de ataque 20 litros/30 litros So mochilas que permitem

    deslocamentos rpidos e curtos. Devem ser utilizadas na operao de busca aps serdelimitada rea de atuao da equipe, bem como um posto de comando avanadodefinido (figura 20);

    Figura 20

    Mochila cargueira Ideal para longas travessias, expedies e busca longas, devendopossuir uma abertura frontal que permita um rpido acesso ao seu interior. Costa, alas ebarrigueira acolchoadas em espuma ILD de alta densidade e forro de tecido de malha ar-permevel, possui sistema de regulagem de altura, fitas de ajuste peitoral regulvel, suportepara mangueira de hidratao e alas para as mos, abertura inferior e diviso interna (figura21);

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    Figura 21

    Reservatrio de gua para acoplamento mochila Hidro Camel um reservatriotipo saco dgua de 1,5, 2 ou 3 litros, porttil e individual, que deve ser carregadoindividualmente por componentes da equipe de busca em sua mochila cargueira ou deataque. Possui uma mangueira com vlvula na extremidade que facilita o controle dofluxo dgua, mantendo as mos livres e sem que ocorra vazamentos. confeccionadoem laminado muito resistente com trs camadas e construo selada, sendo que a

    camada interna de polietileno. (figura 22A e 22B);

    Figura 22A Figura 22B

    Saco estanque para objeto muito til para proteger objetos variados, evitandocontaminao dos mesmos durante os deslocamentos (figura 23);

    Figura 23 Caneco para preparo de alimentao Por ser confeccionado em material metlico,

    permite no apenas a utilizao para ingesto de lquidos, como tambm para coco eaquecimento de alimentos (figura 24);

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    Figura 24

    Material de Salvamento: Conjunto de salvamento em altura Alguns locais sero de difcil acesso, portanto, o

    Bombeiro dever estar preparado para realizar escaladas, a fim de chegar com segurana aoslocais de resgate (figura 25);

    Figura 25

    Conjunto de resgate possvel que a vtima a ser socorrida apresente quadro clnicoque necessite de cuidados imediatos. Para tanto, deve-se ter em mos, materiais de resgate quepossibilite tal servio (figura 26);

    Figura 26

    Maca de ribanceira com proteo para coluna e ponto para iamento por helicptero(figura 27);

    Figura 27Para montagem do Posto de Comando sero necessrios como requisitos mnimos:

    Barraca de 24 (vinte quatro) m - Destinado a acomodar o posto de comando, homens emateriais a serem utilizados no socorro (figura 28);

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    Figura 28

    Gerador Fornece energia eltrica para o posto de comando; Gasolina reserva A ser utilizada no gerador; Instalaes eltricas A serem utilizadas para distribuio de iluminao; Repetidora de ondas de rdio; Mesa para estudo de cartas De montagem fcil, possibilita, no apenas, o estudo das

    cartas mas tambm outras atividades que se faam necessrias (figura 29);

    Figura 29

    Todos os equipamentos necessrios para este tipo de ocorrncia estaroacondicionados, prontos para uso, em espao especfico e adequado, no posto de bombeirosmais prximo da rea de risco da UOp/CB.

    Cada grupamento de Bombeiro, dever adquirir as cartas topogrficas atualizadasreferentes aos locais de risco de suas reas geogrficas de atuao.

    5.3. REIDRATAO E REPOSIO ENERGTICA

    A evidncia cientfica mostra que condies de calor e umidade impem um grandedesafio capacidade do corpo realizar atividade fsica. O desempenho fica significativamentereduzido e aumentam os riscos da desidratao e de doenas relacionadas ao calor. Osintegrantes da equipe de busca e salvamento no transcorrer do cumprimento do seu deversero submetidos atividade fsica prolongada de baixa intensidade, apresentando um maior

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    risco fisiolgico a sua sade e ao seu desempenho. Ento, os desafios so basicamente doispara desempenharmos adequadamente nossa misso: dissipar eficientemente o excesso decalor para o ambiente e evitar alcanar um estado de hipohidratao (baixo nvel de lquidocorporal).

    A combinao da atividade fsica e do estresse do calor impe um desafio significativopara o sistema cardiovascular. Sempre que lquidos forem perdidos atravs do suor mais

    rapidamente do que so repostos, o bombeiro estar num processo de desidratao. Ahipohidratao modifica muitas variveis fisiolgicas durante uma atividade fsica. Hcomprometimento significativo no rendimento operacional, prejudicando a funo deregulao trmica, potencializando a reduo da potncia aerbica mxima, fadiga muscularprematura (cimbras), complicaes da funo renal, causando risco de exausto e choquetrmico, sendo uma condio sria com risco de vida.

    Reidratao:Um nvel adequado de hidratao s mantido em bombeiros se beberem lquidos

    (gua ou bebidas esportivas) suficientes antes, durante e aps o cumprimento da misso,

    preservando todas as funes fisiolgicas.A ingesto de 250 a 600 ml de lquidos pelo menos duas horas antes da sua entrada narea de cobertura vegetal de risco ir ajudar a assegurar o incio da atividade com um grau dehidratao apropriada, alm de dar tempo para que qualquer excesso de lquido seja liberadopela urina. Durante a busca e salvamento, o objetivo da ingesto de lquidos deve balancear oslquidos perdidos pelo suor ou, quando as taxas de suor so muito altas, repor o quanto delquido for possvel. Isto alcanado bebendo pequenos volumes (125 a 500 ml de lquido)regularmente, a cada 15 minutos.

    A restaurao da gua e o equilbrio eletroltico so essenciais para o processo derecuperao aps a busca. Uma reidratao adequada significa comear bem hidratado oprximo dia de busca. Para uma reidratao efetiva, as bebidas (reposio eletroltico) e as

    comidas (reposio energtica e eletroltica) devem repor os eletrlitos e os carboidratosperdidos no suor e na alimentao celular, assim como o volume perdido. Os eletrlitosexercem um papel chave na manuteno da ingesto de lquidos e promovem a reidratao. Aabsoro do sal na corrente sangunea ajuda a preservar o estmulo de beber. Aps a atividadede busca, a reidratao rpida e completa requer a reposio de sdio e cloro que foi perdidano suor. Por estas razes, as bebidas devem conter pelo menos 100 mg de sdio por 250 ml degua.

    O carboidrato oferecido pelas bebidas captada pelas fibras musculares ativas, ajudando amanter uma alta taxa de oxidao de carboidratos, que pode melhorar o rendimento dobombeiro. As bebidas devem conter uma mistura de carboidratos (sacarose, frutose e glicose)em uma concentrao de 60 70 g por litro.

    Alimentao:Atualmente, com o desenvolvimento cientfico e industrial h no mercado alimentos

    liofilizados de alto valor energticos e eletrolticos, combinando uma alimentao adequadanas nossas principais refeies: caf da manh, almoo, jantar, alm de possuir opesvariadas e saborosas de cardpios. Possui um peso de 80 gramas por refeio, obtendo aps amistura com gua, uma comida com peso de 300 350g de alta qualidade nutritiva e elevado

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    valor energtico, fornecendo aproximadamente 1400 Kcal. Alimento fcil de condicionar, nonecessita de condies particulares de conservao.

    Figura 30

    5.4. COMUNICAES

    No posto de comando, dever ser instalado aparelho de rdio convencional VHF(estao fixa), ou outro equipamento que o substitua ou complemente.

    Os Grupos de Busca devero fazer uso de aparelhos de rdio portteis ou outroequipamento que os substitua ou complemente.

    5.5. VECULOS OFICIAIS

    Os veculos oficiais a serem empregados para montagem da infraestrutura e transportedo efetivo devero ser providenciados pela prpria unidade, dentro da realidade de suafrota disponvel e compatvel com o objetivo da misso.

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    6. EMPREGO OPERACIONAL DO CORPO DE BOMBEIROS

    6.1. PREMISSAS BSICAS DE ATUAO

    6.1.1. POSTURA DA UOp/CB

    Cada UOp/CB que possua, em sua rea de atendimento, locais cujo relevo e coberturavegetal dificulte o deslocamento seguro dos bombeiros, desde que, sua extenso assim ojustifique, dever planejar uma Fora de Interveno Regional, composta por grupos debusca e o respectivo apoio operacional, bem como elaborar os respectivos Planos Particularesde Interveno.

    As emergncias de busca e salvamento em rea de cobertura vegetal de risco devemcomportar um plano de acionamento pr-elaborado em cada UOp/CB, nos moldes da foratarefa/CB, que independa de guarnio especfica para atendimento, podendo ser articulada aqualquer momento.

    A Fora de Interveno Regional deve ser composta por bombeiros capacitados ematerial apropriado, aplicando-se os conceitos do SICOE para desenvolvimento da misso.

    No mbito da Unidade Operacional, o oficial supervisor de busca e salvamentoem reas de cobertura vegetal de risco o representante perante o sistema, sendoresponsvel por organizar o grupo de busca e instru-lo conforme orientao dacoordenadoria, remetendo sempre que necessrio as sugestes ou novidades ocorridasno atendimento das ocorrncias.

    6.1.2. ACIONAMENTO DO SOCORRO

    Aps a solicitao pelo sistema de Emergncia do CB, a ocorrncia dever serconfirmada por uma guarnio, para posterior acionamento da fora de interveno regional efora tarefa, quando houver necessidade.

    6.1.3. PRIMEIRA RESPOSTA

    Aps a solicitao, uma equipe dever ser despachada do Posto de Bombeiros maisprximo para confirmao da ocorrncia, podendo inclusive realizar tarefas bsicas de:

    Levantamento do nmero de vtimas, estado e condies ambientais;

    Contatar pessoas que conheam detalhes da regio; Realizar pequenas incurses de busca; Verificar o melhor local para instalao do posto de comando.Aps a confirmao da emergncia, poder ser acionado a fora de interveno regional.

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    6.1.4. EMPREGO DA FORA DE INTERVENO REGIONAL

    A Fora de Interveno Regional reunir-se- to rpido quando possvel, com o intuitode no se perder o princpio da oportunidade, visto que, quanto mais tempo se passar, menoseficaz tornar-se- o resgate.

    A F.I.R. dever colher o maior nmero de informaes possveis sobre as pessoasque esto perdidas ou acidentadas na rea de cobertura vegetal de risco, sempre pensando emauxiliar o grupo de busca que vir e possuir mais recursos para a busca e o salvamento.

    A incurso feita pela F.I.R. dever ser rpida, e sempre sinalizar o caminhotraado, evitando novas buscas na mesma localizao e facilitando para que o grupo de buscasiga seus passos caso seja necessrio.

    6.1.5. REUNIO DO GRUPO DE BUSCA

    Aps o acionamento da Fora de Interveno Regional, a reunio de um ou maisGrupos de Buscas devero ocorrer no menor tempo possvel, considerando o acionamento doplano de chamada, deslocamento e operacionalizao dos equipamentos.

    6.2. OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA OPERAO DE BUSCA ESALVAMENTO

    Uma operao completa de busca e salvamento um processo amplo que possui fasesnotadamente distintas entre si, seguindo uma seqncia lgica. Em sntese, a operao visalevar um socorrista at a vtima, retir-la do perigo e transport-la at um local seguro. Assim,so quatro as fases da operao, a saber: Localizar, Acessar, Estabilizar e Transportar,simbolizados pelas sigla LAET. Essas quatro fases contm fatores comuns entre si epeculiaridades que sero vistos abaixo:

    Localizar a vtima. Nenhuma ajuda pode ser oferecida se a vtima no for encontrada. Estafase pode levar cinco minutos com um par de binculos ou pode levar dias utilizando-se detcnicas de busca, orientao e navegao em locais de risco.

    Acessar a vtima. Pode variar de uma caminhada de cinco minutos vrias horas entrecaminhada e transposio de obstculos ou at mesmo voar a um local de difcil acesso oumuito distante e estabelecer ali um posto de comando de vrios dias de durao.

    Estabilizar a vtima. Devem ser realizados os primeiros socorros, conforme protocolo deresgate, assegurando que as suas leses no se agravem a fim de que seja possvel a suaretirada do local de risco com segurana.

    Transportar a vtima. Isto tambm pode ser muito simples como guiar algum por uma trilha noite ou extremamente difcil com transposio de vrios obstculos naturais.

    Colocando as fases em ordem cronolgica, comeamos a discernir a estrutura daoperao de busca e salvamento. O incio comea imediatamente aps a comunicao doevento ao COBOM.

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    localizar acessar estabilizar transportar

    Tempo(minutos, horas, dias, etc)

    Se o tamanho dos retngulos for usado para refletir a quantidade de tempo gasto emuma fase particular, uma busca bem sucedida de um caminhante perdido pode parecer assim:

    localizar

    Tempo

    acessarestabilizar

    transportar

    A busca para resgatar um aventureiro que fez rapel em uma cachoeira de difcil acesso e comfrio poderia parecer assim:

    acessar transportar

    localizar estabilizar

    Nesta ampla armao, a procura, longa ou curta, a primeira fase de qualquer resgate. A

    procura por uma pessoa , em geral, altamente especializada e complicada, requerendoparticulares conhecimentos e tcnicas que dominaro a operao inteira. Se a busca no tiverxito, as outras fases ficaro prejudicadas. Assim, necessrio compreender asparticularidades e as inter-relaes das fases que compe o processo.

    6.3. ORIENTAO E NAVEGAO EM REA DE COBERTURA VEGETAL DERISCO

    Dentro do campo, localizao das vtimas, antes de se falar das tticas e tcnicas de buscapropriamente dito, necessrio que se discorra sobre mtodos de orientao e navegao em

    cobertura vegetal de risco, pois necessrio que o homem domine esta tcnica para agir comrapidez e segurana na localizao e resgate de possveis vtimas.

    6.3.1. ORIENTAO:

    Existem vrios mtodos de orientao em reas de cobertura vegetal de risco, a saber:

    Orientao pelo sol: Nascendo o sol a leste e pondo-se a oeste, a perpendicularmostrar a direo norte-sul;

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    Orientao pelo relgio: Colocando-se a linha 6-12 voltada para o sol, a direo N-Sser a bissetriz do ngulo formado pela linha 6-12 e ponteiro das horas, contado nosentido do movimento dos ponteiros. No caso do hemisfrio norte, a linha a ser voltadapara o sol ser o do ponteiro das horas e a bissetriz do ngulo desta linha com 6-12dar a direo N-S;

    Orientao pelas estrelas: No hemisfrio norte, com a estrela polar no alinhamento do

    observador dar a direo N-S. Essa poder ser identificada pelas duas mais afastadasda constelao, a Ursa Maior, chamadas indicadoras. No hemisfrio sul, identificando-se o Cruzeiro do Sul, prolongando-se 4 vezes a mais o brao maior da cruz, ter-se- osul no p da perpendicular baixada, desta extremidade, sobre o horizonte;

    Observaes dos fenmenos naturais: A observao de vrios fenmenos naturaistambm permite o conhecimento, a grosso modo, da direo N-S. Assim, o caule dasrvores, a superfcie das pedras, os moures das cercas, so mais midos na partevoltada para o sul. Entretanto, pela dificuldade de penetrao da luz solar, no sercomum em determinadas vegetaes a observao desses fenmenos;

    Construo de abrigos pelos animais: De modo geral, os animais procuram construirseus abrigos com a entrada voltada para o norte, protegendo-se dos ventos frios do sul

    e recebendo diretamente o calor e a luz do sol; Orientao por cartas: as cartas j vem orientadas ao norte magntico, bem como

    pontos de referncia facilmente identificados no terreno, tais como, curvas de nvel,rios e outros;

    Orientao por bssola ou GPS So mtodo mais eficazes que os anteriores,sobretudo noite. Da a recomendao de que, quando se penetrar em rea vegetal derisco, por via terrestre ou rea, no esquecer de incluir no equipamento uma bssola ouGPS. Atravs destes ser possvel se orientar e navegar com maior segurana,sobretudo, noite.

    6.3.1.1. Global Position System

    O sistema de posicionamento global (GPS) um processo rpido e prtico para se localizarum terreno e navegar, pois fornece s coordenadas exatas do ponto onde se encontra ooperador por meio de informaes cruzadas de satlites, indicando ainda a direo a serseguida, espao a ser percorrido e o j vencido (figura 1).

    O nico inconveniente deste processo quando se encontra uma vegetao fechada ou emalgum local onde no se consiga contato do aparelho com no mnimo trs satlites, no seconseguindo as coordenadas do ponto onde est o operador, por isso deve-se portar sempreuma bssola nesse tipo local.

    Existem vrios fabricantes desse aparelho, mas a maioria dos existentes no Corpo deBombeiros so de procedncia Norte Americana, marca Garmin, com visor em cristal lquido,antena interna, e botes de navegao.

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    Figura 1

    Onde:1 cordo de transporte2 tela de cristal lquido c/ informaes3 teclas de navegao4 antena5 - compartimento de baterias

    O aparelho funciona com 04 (quatro) pilhas, tipo AA, com autonomia de uso em modonormal de 12 (doze) horas, e em modo econmico, autonomia de 20 (vinte) horas.

    Assim, o equipamento destina-se navegao terrestre, area e martima. Pode serutilizado em viagens ou em buscas e salvamento. Funciona captando sinais de satlitesdisponveis (no mnimo dois), para traar as coordenadas, e fornecer a posio (latitude elongitude), apresentando graficamente na tela o resultado, sendo capaz, tambm, de calcular avelocidade mdia, distncia percorrida, distncia a ser percorrida, tempo estimado de chegada,rumo, horrio do nascer e pr do sol, marcao e memorizao de pontos (way points) ealarme de distanciamento do rumo.

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    possvel inserir coordenadas de destino e traar um rumo a partir do ponto em que ousurio se encontra, auxiliando tambm na orientao em conjunto com cartas topogrficas (figura 2).

    Figura 2

    Para sua efetiva utilizao, necessrio se posicionar em local aberto, preferencialmentelonge de grandes edificaes, ou estruturas naturais (rvores, pedreiras, etc), a fim depossibilitar a captao dos sinais dos satlites disponveis.

    A inicializao do equipamento automtica, por meio da tecla de liga/desliga. Deve-seaguardar alguns minutos at o aparelho captar os sinais dos satlites e determinar ascoordenadas da posio do usurio, devendo-se adotar os seguintes procedimentos (figura 3):

    ligar o aparelho GPS; aguardar a captao dos sinais dos satlites; utilizar as teclas de navegao para acessar as opes de apresentao grfica: tela

    estrada (highway) ou tela bssola (compass); Verificar sua posio em coordenadas (latitude, longitude); Inserir uma coordenada para estabelecer o rumo (azimute). Cuidado principalmente ao guardar o equipamento, devendo-se retirar as pilhas,

    manter o equipamento em local seco e arejado, e no transporte para ocorrncia,evitar os choques e trepidaes excessivas (figura 4);

    Para limpeza o fabricante recomenda utilizar apenas pano macio e seco.

    Figuras 3 e 4

    6.3.1.2. Carta Topogrfica

    Juntamente com a bssola a carta topogrfica o mais valioso instrumento de orientao(Figura 6). Ela permite a determinao de azimute e posies relativas entre diversos pontos.

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    Pode ser utilizada sem a bssola em terrenos abertos onde h grande campo de viso,permitindo a determinao de pontos ntidos do terreno. como utilizar um guia da cidade.Entretanto em vegetaes fechadas, em que o campo de viso limita-se a poucos metros e huma nica paisagem constante, sem o auxlio da bssola a carta pode no ser totalmenteeficaz.

    A carta topogrfica, fabricada pelo IBGE, constituda de papel com detalhes topogrficosimpressos, com simbologia variada e especfica.

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    6 7 Figura 6

    Onde:1 representao grfica da regio

    2 localizao da carta na carta 1:1.000.0003 nome da carta4 Regio e escala5 Legenda das convenes cartogrficas6 Diagrama de orientao7 Articulao da folha

    Uma carta um desenho que no tem por finalidade reproduzir de forma fiel os acidentesnaturais e artificiais da poro do terreno que representa, tal qual uma fotografia. Essesacidentes so representados por smbolos, de forma a facilitar o manuseio das cartas epadronizar sua confeco. Em lugar de se desenhar um rio, uma casa, um pntano, por

    exemplo, o que no seria prtico, adota-se um smbolo particular para cada um dessesacidentes do terreno. Esses smbolos so conhecidos por convenes cartogrficas e sopreviamente padronizados e utilizados de acordo com a finalidade a que se destinam nascartas.

    A classificao das cartas procura agrup-las de acordo com a finalidade a que as mesmasse destinam e, portanto, as convenes cartogrficas so previamente padronizadas e utilizadasde acordo com essa finalidade. As cartas nuticas, por exemplo, buscam um maior

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    detalhamento dos acidentes que interessam a navegao, tais como ilhas, faroletes,profundidade do mar, e outros, em detrimento dos acidentes naturais e artificiais de terra.

    As cartas topogrficas procuram detalhar ao mximo os acidentes do terreno. Em certostipos de carta, as cores so empregadas para auxiliar na identificao dos elementos doterreno, normalmente de acordo com a seguinte conveno:

    Preto Para plan