Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

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Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro Marcelo A. B. Morandi www.cnpma.embrapa.br/forum Novembro de 2011

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Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Marcelo A. B. Morandi

www.cnpma.embrapa.br/forum

Novembro de 2011

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Figura Visão holística PIMo

Fonte: Informe Agropecuário v.28, n.236, p.36

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“Conversão” de agroecossistemas para um sistema sustentável

Três níveis distintos (Hill, 1985)

Nível 1 – Aumento da eficiência de práticas convencionais a fim

de reduzir o uso e o consumo de insumos escassos, caros ou

ambientalmente danosos

Nível 2 – Substituição de insumos e práticas convencionais por

práticas “alternativas”

Nível 3 – Redesenhar o agroecossistema de forma que ele

funcione baseado em um novo conjunto de processos

ecológicos

-Ênfase principal de boa parte da pesquisa agrícola convencional -Ex. monitoramento de pragas e doenças; aperfeiçoamento tecnologia de aplicação etc. -Reduz impactos negativos mas não quebra dependência de insumos

-Ênfase principal da pesquisa sobre produção de base ecológica e parte da convencional -Ex. controle biológico; cultivo mínimo e plantio direto etc. -A estrutura básica do agroecossistema não é alterada, mantendo muitos dos problemas dos sistemas baseados na substituição de insumos

PI

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Foto: Mário Sérgio Carvalho Dias

Informe Agropecuário v.28, n.236, p.9

Absorção de água

e minerais

Síntese de proteínas e hormônios

Fotossíntese

Translocação de água e minerais

Translocação de alimentos

Luz e CO2

Transpiração

Reprodução e armazenamento de amido, proteínas e lipídios

Síntese de proteínas vitaminas e hormônios

Murcha vascular

Podridão de raízes

Galha

Mancha foliar

Cancro

Podridão de frutos

Queima

de folhas

Queima

de brotos

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Patógeno/

Praga/

Deficiência ou

excesso

Hospedeiro

Ambiente

O “tetraedro de desordens” destacando as interações entre o AMBIENTE,

o AGENTE CAUSAL, os ORGANISMOS NÃO PATOGÊNICOS presentes no

sistema e o HOSPEDEIRO. O homem, pelo MANEJO das condições de cultivo

pode alterar as relações entre os fatores, favorecendo ou não a ocorrência das

desordens.

HOMEM

(MANEJO)

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Hélcio Costa

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PRINCÍPIOS Exclusão

Erradicação

Imunização

Proteção

Terapia

Escape

MÉTODOS

Químico

Físico Biológico

Cultural

Resistência MEDIDAS

Sementes sadias

Calor

Antagonistas

Rotação de culturas

Mecânico

Legislativo

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Normas técnicas

10. PROTEÇÃO INTEGRADA DA PLANTA

11. 10.1 Controle de pragas: utilizar as técnicas preconizadas no MIP; priorizar o uso de métodos naturais, físicos e biológicos; a incidência de pragas deve ser periodicamente avaliada e registrada, através de monitoramento, seguindo as normas técnicas; executar tarefas destinadas à eliminação das fontes de inoculo.

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• O controle de uma praga/doença deve ser entendido como uma série de medidas que se inicia com a decisão de implantar a cultura.

PLANEJAMENTO

• Assim, o controle deve ser visto como um conjunto de ações integradas para evitar a ocorrência da praga/doença e de perdas.

ACOMPANHAMENTO (Monitoramento)

Page 11: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

• E durante o cultivo, quais cuidados são importantes para evitar a ocorrência de doenças?

• Deve-se adotar um conjunto de medidas preventivas:

• realizar o plantio no espaçamento adequado evitando excesso de plantas por área;

• se a cultura exigir desbrota, evitar os dias chuvosos ou logo após a irrigação;

• utilizar ferramentas devidamente desinfestadas;

• evitar ferimento nas plantas e frutos durante os tratos culturais;

• manutenção de uma adequada quantidade de plantas espontâneas;

• manejar adequadamente a irrigação de modo a evitar encharcamento ou deficiência de água e utilizar água de boa qualidade;

• avaliar com freqüência a plantação para verificar eventuais problemas com doenças e encontrando focos de doenças realizar a retirada do material doente e enterrá-lo;

• realizar o controle das pragas e doenças com os produtos recomendados.

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PATÓGENO

HOSPEDEIRO

AMBIENTE

• Cultivar adequado recomenda-se plantar variedades ou cultivares que sejam resistentes às

principais doenças que ocorrem na região e no período de cultivo

• resistência/tolerância

• fruto: pós-colheita

Page 13: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

PATÓGENO

HOSPEDEIRO

AMBIENTE

• Nutrição

• Evitar excesso de N

• Evitar deficiência de K e Bo Adubar com material orgânico de origem conhecida e preferencialmente

compostada. A adição de matéria orgânica ao solo é benéfica, pois promove

uma melhoria nas características físico-químicas e biológicas do solo e

contribui para redução na incidência de alguns fungos de solo.

Page 14: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

PATÓGENO

HOSPEDEIRO

AMBIENTE

•Mudas vigorosas e sadias adquirir mudas de boa qualidade, haja vista que diversos patógenos são

transmitidos pelas mudas. Obtenção de mudas ou matrizes somente com

Certificado Fitossanitário de Origem (CFO)

Page 15: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Mudas vigorosas: Arranque rápido

CUIDADO! Excesso de N

Entrada precoce de ácaro

Page 16: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

PATÓGENO

HOSPEDEIRO

AMBIENTE

• Rotação e diversificação de culturas e plantas cultivo diversificado (rotação e aumento da diversidade de espécies na área)

Fazer rotação de cultura por pelo menos 2 anos, evitando utilizar plantas

principalmente da família das Solanáceas. É importante a rotação de culturas

com plantas da família das gramíneas (milho, sorgo e ou capim)

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PATÓGENO

HOSPEDEIRO

AMBIENTE

• Manuseio adequado das plantas e frutos

MUITO PROFUNDO MUITO SUPERFICIAL CORRETO

CORRETO ERRADO

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PATÓGENO

HOSPEDEIRO

A M B I E N T E

• Local de plantio Evitar canteiros baixos, solos compactados e muito

argilosos que predispõem as plantas a fungos de solo.

• Época

• Densidade de plantio Utilizar menor número de plantas por lona (2 - 3

fileiras) e plantar no sentido diagonal ao longo do

canteiro, ou seja, desencontradas uma das outras

entre as fileiras. Estes procedimentos proporcionam

maior arejamento e menor incidência de Botrytis

cinerea e Sclerotinia sclerotiorum, nos frutos.

• Irrigação

•Tipo; Hora; Freqüência Quando possível utilizar irrigação por

gotejamento, em caso de irrigação por aspersão

irrigar com menor freqüência entre os dias.

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Fonte: Altieri, M.A.; Silva, E.N.; Nicholls, C.I.O papel da biodiversidade no manejo de pragas

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Tabela 1. Características de vigor e fotoperíodo das principais variedades de morangueiros.

Cultivar Vigor¹ Fotoperíodo²

Oso Grande M C

Camarosa A C

Dover B C

Konvoy Cascata M C

Vila Nova M C

Santa Clara M C

Sweet Charlie M C

Toyonoka M C

Aromas M N

Diamante M N

Seascape M N

Verão M N

Capitola M N

Selva M N

A=Alto; M=Médio; B=Baixo. C=Dias Curtos; N=Neutro Fonte: Embrapa Uva e Vinho

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Jaime Duarte Filho

Jaime Duarte Filho

Jaime Duarte Filho

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PATÓGENO

HOSPEDEIRO

A M B I E N T E

• Limpeza Efetuar constantemente a retirada das folhas secas,

velhas e doentes, bem como dos frutos doentes nos

canteiros bem como dos carreadores. Procurar

sempre utilizar uma cobertura morta nos carreadores.

Esta cobertura é importante, pois além de manter a

umidade do solo entre os canteiros por mais tempo

minimiza os respingos de solo contaminado com

fungos, notadamente Phytophthora cactorum.

Retirar imediatamente das lavouras

as plantas mortas ou murchas.

• Quebra-vento

Page 25: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro
Page 26: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

P A T Ó G E N O

HOSPEDEIRO

AMBIENTE

• Evitar entrada

• eliminar lavouras velhas

• mudas sadias

• Limpeza constante

• remoção de plantas

mortas, folhas mortas e

frutos estragados

• Rotação de cultura

• Eliminação/redução por

métodos físicos, químicos e

biológicos

Page 27: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

0

1

2

3

4

5

Cabeça do nematóide

Hifa fúngica Micoplasmas

Viróides

Partículas virais

Protozoário

Célula bacteriana

Núcleo

Nucléolo

Célula Vegetal

Page 28: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Bactéria

BactériaEsporos

Micelium

Escleródios

Gemes

Vasos doxilema

cancros

Tronco

Infecção deraízes

Plantas perenes

Em insetosEm material propagativo

Escleródios micélioou bacteriano

Frutosmunificados

No solo

Esporos oubactérias

Em sementes

Micélio ou bactérias

Esporo

Estruturas de frutificação

Bactéria

Restos planta

Page 29: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

VENTO CHUVA IRRIGAÇÃO

HOMEM/MÁQUINAS SEMENTES INSETOS

Page 30: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

PATÓGENOS VEICULADOS PELO SOLO

• Importância

– Principal patrimônio do agricultor

• Dificuldades no controle

– evitar a entrada

– difícil erradicação

– variedades resistentes

– fungicidas • poucos

• eficiência?

• resíduos / impacto ambiental

• custo?

Page 31: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Na produção de mudas:

COLETOR SOLAR

http://www.cnpma.embrapa.br/download/circular_4.pdf

Page 32: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Temperaturas nos coletores solares

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

00

:00

02

:00

04

:00

06

:00

08

:00

10

:00

12

:00

14

:00

16

:00

18

:00

20

:00

22

:00

Horário

Te

mp

era

tura

(ºC

)

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Controle de fitopatógenos no coletor solar

Tratamento

(dias)

S. rolfsii S. sclero-

tiorum

F. solani

f.sp.phaseoli

P.aphani-

dermatum

viabilidade de

escleródios (%)

(ufc/g solo) germinação

pepino(%)

0 79,0 90,0 11,4.105 12,5b

1 0 0 0 65,0a

2 0 0 0 85,0a

3 0 0 0 -

autoclavado - - - 85,0a

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si (Tukey 5%)

Page 34: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Controle de Meloidogyne arenaria em tomateiro através do coletor solar

Dias de

tratamento

Galhas/planta Larvas (L2)

/0,5g de raízes

0 1239,6 203,3

1 0 0

2 0 0

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RALSTONIA SOLANACEARUM - tomate

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CATI – S. Bento do Sapucaí - SP

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Page 39: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Capacidade individual: ~120 Litros/dia

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No campo de produção:

VAPOR

SOLARIZAÇÃO

Page 41: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

• Variação diária de temperatura em profundidades do solo solarizado (

_ ) e não solarizado (- -)

48

46

44

42

40

38

36

34

32

30

Tem

peratu

ra º

C

8 10 12 14 16 18 20 22 24 02 04 06 08

Solarizado

10cm

20cm

30cm

10cm

Horas

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SAPRÓFITAS

Tephrocybe carbonariaGilmaniella humicola

Cladosporium staurophorumByssochlamys hiveaEupenicillium .Neosartorya fumigataTalaromyces flavus

Gelasinospora cerealisPenicillium thomiTrichophaea abundansMortierella Isabellina

AspergilusfumigatusTrichoderma pseudokoningii

Trichoderma harzianutnT viride Penicillium .

Chactomium .Doratomyces .Mortierella .Mucor .Pythium .

spp

sect

spp

sppspp

sppspp

spp

PATÓGENOS

Fusarium oxysporum dianthiOlpídium brassicaeF. avenacum F. oxysporum giadioli; f lycopersici Plasmodiophora brassicaeSynchytrium endobioticumPythium aphanidermatumPhytophthora capsici

Colletotrichum coccodesF. solani phmeoliPythium sylvaticumPhomopsis sclerotioidesPhialophora cinerescensCylindrociadium destructansVerticillium dahliae

f. sp.

f. sp. sp.

f. sp.

Temperaturas letais

para fungos de solo

submetidos a 30 min.

de tratamento

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Page 44: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Sclerotinia sclerotiorum

(mofo-branco) em alface

Page 45: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro
Page 46: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

ALFACE

Page 47: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Vantagens

• Não químico;

• Controle de fitopatógenos;

• Controle de plantas daninhas;

• Melhora das características

físicas do solo;

• Melhora das características

biológicas do solo (indução de

supressividade);

• Maior crescimento de plantas;

• Maior produção;

• Longa duração.

• + agentes de controle

biológico;+ matéria orgânica

Problemas

• Depende de radiação solar;

• Custo;

• Calendário da cultura;

• Solo sem cultivo durante

tratamento;

• Inóculo em maiores

profundidades;

• Equipamento para aplicação

do plástico;

• Reciclagem do plástico.

Page 48: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

BIOFUMIGAÇÃO

• Brassicae, Compositae, esterco de suínos e de aves, torta de oliva e de uva, resíduos de culturas ... produzem compostos químicos voláteis os quais tem efeito fungicida, herbicida, nematicida e inseticida.

Page 49: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Biofertilizantes • Composição variada – sempre uma fonte de matéria orgânica compostada

EX.: húmus de minhoca + levedura de cerveja + esterco composto + melaço + leite

• Fermentação aeróbia ou anaeróbia – diferença na disponibilidade de

nutrientes e composição microbiológica

Page 50: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Biofertilizantes ATENÇÃO:

Em morango, aplicação sempre no solo, devido a risco de contaminação

biológica dos frutos

• Concentração para aplicação no solo/substrato antes do plantio: 10 a 50% v/v

• Durante a cultura: 1 a 2% via fertirrigação - cuidados com fitotoxidez

Page 51: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Controle Biológico

• Definição simples: “redução total ou parcial de populações de fitopatógenos e pragas por outros organismos”.

• Ocorre rotineiramente na natureza. • Influenciado por práticas culturais e outras práticas.

Page 52: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

• práticas culturais para criar um ambiente favorável aos

antagonistas e à resistência da planta hospedeira ou ambas;

• melhoramento da planta para aumentar a resistência ao

patógeno ou adequar o hospedeiro para as atividades dos

antagonistas;

• introdução em massa de antagonistas, linhagens não

patogênicas ou outros organismos ou agentes benéficos.

•Manejo do solo para aumentar a “supressividade”

•outras práticas

Neste conceito o controle biológico pode ser

acompanhado por:

Page 53: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Estimulando o Controle Biológico Natural

• Exploração das comunidades naturais de organismos

(matéria orgânica, rotação de culturas, diversificação, plantas atrativas/armadilhas, quebra-vento etc.)

• Introdução de antagonistas específicos

Page 54: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Controle Biológico Natural no solo

Parasitismo de escleródios de

Sclerotium cepivorum pelo hiperparasita

Sporidesmium

Organismos envolvidos

Fungos, bactérias,

protozoários, ácaros,

insetos, minhoca,

nematóides, vírus,

oomicetos.

Page 55: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Alguns fungos desenvolvem estruturas em forma de armadilhas para capturar os nematóides

Esporos de Bipolaris

Amoeba

Controle Biológico Natural no solo

Page 56: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro
Page 57: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

São essenciais para a vida na terra. Portanto, quanto mais complexa

for sua atividade melhor a qualidade de vida na terra.

Trabalham tanto a favor, como contra os interesses econômicos.

Sempre a favor da vida na terra.

MATÉRIA ORGÂNICA NO SOLO Componentes da comunidade microbiana do solo

Natureza e propriedades dos solos. 1976

Page 58: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Fonte: Moreira e Siqueira, 2006 (Microbiologia e Bioquímica do solo)

Page 59: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Mecanismos e táticas de Controle Biológico

• Competição (fatores nutricionais, espaço)

• Antibiose

• Micoparasitismo

• Indução de resistência

• Outros (premunização)

Fitopatógenos

• Competição

• Hiperparasitismo

• Predação

• Outros

Artrópodes praga

Controle biológico por conservação

&

Controle biológico aumentativo

Page 60: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

• O uso de Trichoderma sempre deverá ser

preventivo e nunca uma prática isolada, mas

sim associada a outras práticas de manejo da

cultura.

• De forma geral, a aplicação dos produtos

biológicos deve sempre ser feita nas horas

mais frescas e úmidas do dia (no final da

tarde, por exemplo) ou em dias nublados.

• A compatibilidade de Trichoderma com produtos químicos é

variável conforme o produto. Em geral, o fungo é sensível à

maioria dos fungicidas utilizados comercialmente e, portanto,

não devem ser usados simultaneamente.

Principal uso de Trichoderma: controle de

patógenos de solo

Page 61: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Serenade®

Sonata®

Page 62: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Calda Bordalesa

Calda Viçosa

Caldas • São fungicidas químicos! Portanto, devem ser tratados

como tal, apesar da toxicidade menor

• Da mesma forma que os demais fungicidas, só utilizar

quando estritamente necessário

• O Cobre é um metal pesado, e portanto seu uso em

excesso pode contaminar o solo e a água

Page 63: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Cultura Doenças Sulfato de Cobre (gr) Cal Virgem (gr)

abobrinha mildio e manchas foliares 300 a 500 300 a 500

abacate antracnose 500 a 1.000 500 a 1.00

alface míldio e podridão de esclerotínia 250 a 500 250 a 500

alho mildio e manchas foliares 500 a 1.000 500 a 1.000

batata requeima e pinta preta 500 a 1.000 500 a 1.000

café ferrugem e manchas foliares 1.000 a 1.500 1.000 a 1.500

caqui antracnose, cercosporiose e micosfaerela 300 a 500 1.500 a 2.500

couve e repolho míldio e alternária em sementeira 250 a 500 250 a 500

cucurbitáceas míldio e antracnose 150 a 300 150 a 300

figo ferrugem, antracnose e podridões 400 a 800 400 a 800

goiaba verrugose e ferrugem 300 a 600 300 a 600

manga antracnose 500 a 1.000 500 a 1.000

maracujá bacteriose e verrugose 200 a 400 200 a 400

morango micosfaerela e antracnose 250 a 500 250 a 500

noz pecã manchas foliares 500 a 1.000 500 a 1.000

tomate requeima, pinta preta e septoriose 500 a 1.000 500 a 1.000

uvas Itália e

Niagara míldio e podridões 300 a 600 300 a 600

Calda Bordalesa

A calda bordalesa não deve ser misturada com acaricidas e

inseticidas com características de pH ácido, pois poderá,

reduzindo ou mesmo cancelando sua eficiência de controle dos

produtos.

Page 64: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

É formada pela mistura do Sulfato de Cobre com a cal + micronutrientes e água.

Pode ser preparada em diversas concentrações conforme a necessidade de cada

cultura.

Calda Viçosa

Exemplo 1:

Para o preparo de 100 litros:

500 a 800g Sulfato de Cobre

300g de Sulfato de Zinco

300g a 400g de Sulfato de Magnésio

150g a 200g de Ácido Bórico

500g de cal

Exemplo 2:

Para o preparo de 100 litros:

500 g de sulfato de cobre

100 a 200 g de sulfato de zinco

800 g de sulfato de magnésio

100 a 200 g de ácido bórico

500 a 750 g de cal hidratada

Atenção ao pH: 7,0 (neutro)

ou ligeiramente alcalino (>7,0)

SEMPRE TESTAR ANTES EM ALGUMAS PLANTAS, PARA

VERIFICAR EFEITO DE FITOTOXIDEZ

Page 65: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Oídio

Leite de vaca • Sais

•Bactérias epífitas

Page 66: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Testemunha

Fungicida

Leite 10%

Recomendação:

Leite 5 a 10%

Aplicação cada 7 a 10 dias se

tiver a doença

CUIDADO!

Excesso provoca queima da

planta

Page 67: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro
Page 68: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Fazenda Sula Serra Negra, SP

www.natadaserra.com.br

Page 69: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Ácaro rajado Tetranychus urticae

Mofo-cinzento Botrytis cinerea

Page 70: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

O que precisa para ocorrer Botrytis?

• Água (umidade)

• Comida (nutrientes/substrato)

• Temperatura (?) 4 a 35ºC 20ºC

Page 71: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Para manejo de Botrytis

cinerea é fundamental a

remoção de restos culturais!

Page 72: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro
Page 73: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Botrytis vs. ácaro rajado ↑ UR ↓ UR

ferimento

Page 74: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Manejo integrado com Clonostachys rosea e ácaros predadores (Phytoseiulus macropilis e

Neoseiulus californicus

Page 75: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Interrupção da limpeza

Data da avaliação

14/jul 24/jul 6/ago 4/set

Incid

ên

cia

(%

)

0

20

40

60

80

100 sem C. rosea

com C. rosea

Page 76: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Área com infestação de

ácaro rajado Plantas sadias

Page 77: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Produção massal dos ácaros predadores

Cultivo do feijão de porco

Infestação com ácaro praga

Multiplicação dos predadores sobre a praga

Coleta dos predadores

Page 78: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Transporte e liberação dos ácaros predadores no campo

Page 79: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Days since infestation start

0 20 40 60 80

Num

ber

of

adu

lts

0

2000

4000

6000

8000

10000

T. urticae

N. californicus (Nc)

P. macropilis (Pm)

Nc + Pm

Comercial organic field (Serra Negra, SP)

Page 80: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

“atração natural” ácaros predadores

Page 81: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

• Entenda o problema

• Busque as alternativas

• Avalie as conseqüências

• Aplique o que for +

economicamente viável e

ambientalmente favorável

Mas... é importante lembrar que não dá para usar “muletas” sempre, sem procurar e resolver as causas do problema!

Page 82: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão‘ em deixar filhos melhores para o nosso planeta?“Autor ???

[email protected] Marcelo A. B. Morandi

www.cnpma.embrapa.br/forum

Page 83: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Medidas que visam a redução de y0

PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO

• certificação de sementes e mudas, • tratamento térmico e biológico de sementes e mudas, • limpeza de máquinas, implementos e ferramentas destinados a podas, • indexação (cultura de tecidos e de meristema).

Essas medidas visam prevenir a

disseminação ou a dispersão do patógeno em locais onde ele não ocorre;

Fonte: Cid, 2000.

↓y0 Inóculo inicial

Page 84: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

PRINCÍPIO DA ERRADICAÇÃO

• eliminação dos restos de cultura

doentes, compostagem

• eliminação de hospedeiros principais

e/ou alternativos,

• eliminação de plantas doentes

(roguing), poda de ramos doentes

• emprego de plantas armadilhas e

antagônicas a nematóides,

• solarização do solo e de substratos,

• eliminação de patógenos pela cultura

de tecidos,

• limpeza de embalagens,

equipamentos e armazéns.

Essas medidas atuam na

sobrevivência do patógeno já

estabelecido em determinado

local.

Medidas que visam a redução de y0 ↓y0 Inóculo inicial

Page 85: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

PRINCÍPIO DA IMUNIZAÇÃO

• utilização de cultivares com

resistência vertical, completa ou

qualitativa, o que impede a multiplicação

do patógeno no hospedeiro.

• Premunização

• Enxertia

Essas medidas visam à

redução da infecção do patógeno

nos tecidos do hospedeiro.

Medidas que visam a redução de y0 ↓y0 Inóculo inicial

Page 86: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

↓r Taxa de

progresso

Medidas que visam a redução de r

PRINCÍPIO DA IMUNIZAÇÃO

• utilização de cultivares com

resistência horizontal

• Premunização

• Indução de resistência

Essas medidas visam à

redução do progresso da doença

no campo.

Page 87: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

↓r Taxa de

progresso

Medidas que visam a redução de r

PRINCÍPIO DO ESCAPE

• escolha da variedade a ser plantada

em determinado local balizada pela sua

adaptabilidade às condições

edafoclimáticas

• escolha da área ou do local de

plantio, alteração da época de plantio,

• modificação do ambiente com

emprego de práticas culturais, eliminação

de plantas ou parte de plantas doentes,

preparo e irrigação do solo de forma

adequada, época e densidade de plantio,

• barreiras físicas como quebra-

ventos, cultivo em ambiente protegido,

Essas medidas visam ao

escape de condições adequadas

para o patógeno.

Page 88: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

↓r Taxa de

progresso

Medidas que visam a redução de r

PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO

• Aplicações de agentes de controle

biológico,

• Uso de extratos de plantas e de

fungos, as caldas bordalesa, sulfo-cálcica

e Viçosa, biofertilizante, sais e outros.

• pode incluir a aplicação de calcário

para alterar o pH do solo e o uso de

fertilizantes

• Uso de agrotóxicos

Essas medidas visam evitar

infecções por patógenos já

estabelecidos no local.

Page 89: Métodos alternativos de controle de doenças em morangueiro

Morandi e Costa, 2011