Muculmanos que encontraram a Cristo

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    MUULMANOSMUULMANOS

    QUEQUEENCONTRARAMENCONTRARAM

    A CRISTOA CRISTO

    Testemunhos Vivos do Poder do Evangelho entreos Seguidores de Maom

    R. F. Wootton

    Editora Sepal

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    Muulmanos que encontraram a CristoMuulmanos que encontraram a Cristo

    Treze pessoas provenientes de diferentes realidades de vida e que esto vivendo na amplafaixa islmica, que se estende desde a frica Ocidental at o longnqo Oriente (passando

    por Marrocos, Serra Leoa, Nigria, Ir, Afeganisto, ndia, Indonsia, etc.), relatam-nos amaneira como obtiveram a salvao eterna, mediante o Senhor Jesus Cristo, e asdificuldades a que se expuseram, posteriormente, por causa de sua nova f. Ser umdiscpulo de Jesus Cristo naquelas latitudes no nada fcil!

    Seus testemunhos so impactantes e evidenciam, mais uma vez, que Jesus Cristo o nicoque pode salvar os pecadores. O Salvador que todo ser humano deveria ter a oportunidadede conhecer pessoalmente.

    Quantas histrias, to maravilhosas quanto estas, poderiam ser escritas, se nossas igrejaslatino-americanas se despertassem, com fervoroso amor, para o desafio que o relegado

    mundo muulmanos, com mais de um bilho de adeptos, nos apresenta?

    Voc est disposto a fazer a sua parte para que outros muulmanos sejam colocados na listados remidos pelo precioso sangue do Cordeiro de Deus? Esta a hora de Deus para osmuulmanos! Esta a hora para a Sua Igreja!

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    Traduzido do original em espanhol:Musulmanes que Encontraron a Cristo

    @ 1987 Misiones MundialesCasilla 711, 3000 Santa F, ArgentinaTraduzido por Ela Martins Clemente@ 1993 por Editora Sepal e Edies Kairs

    Todos os direitos reservados na lngua portuguesa por

    Editora SepalCaixa Postal 202901060-970 - So Paulo SPTelefone: (11) [email protected]

    Salvo onde outra fonte for indicada, as citaes bblicasforam extradas da Edio Revista e Atualizada daSociedade Bblica do Brasil.

    mailto:[email protected]://www.editorasepal.com.br/mailto:[email protected]://www.editorasepal.com.br/
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    Agradecimento

    Queremos expressar nossa gratido ao P.M.I. e a Misiones Mundiales da Argentina, osquais cederam os direitos autorais deste livro e tambm nos ajudaram a conseguir osdireitos de outros livros sobre o assunto para publicao em portugus.Agradecemos a todos os que ajudaram com traduo, reviso e sugestes, Misso PortasAbertas que gentilmente cedeu a foto utilizada na capa e, em especial, ao missionrio TedLimpic que, com amor, dedicao, esforo e recursos, ajudou a tornar possvel a publicao

    deste livro.

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    NDICE

    Prlogo

    Prefcio

    1. Vou servi-lo toda a minha vida

    2. O velho Ghulam j morreu

    3. A dinmica do amor

    4. Todos daro glria a Jesus Cristo

    5. Fui perdoado

    6. Encontrei o gozo verdadeiro

    7. Tudo foi diferente

    8. Como posso reconciliar-me com um Deus Santo?

    9. Pastor de todo o povo

    10. O doador da paz

    11. Um despertar total

    12. Era tudo que havia sonhado

    13. Com Cristo vivo em plenitude

    Se voc muulmano

    Glossrio

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    Prlogo

    No Cristianismo Ocidental h duas premissas que influram notavelmente em nossa

    concepo do povo muulmano. De um lado, existe a idia de que o Islamismo umareligio oriental e, portanto, tem sido dada pouca ateno sua expanso atual,principalmente na Europa e Amrica. De outro lado, a idia de que os muulmanos so umdos povos mais difceis de ganhar para o evangelho, e que raramente algum chega a seconverter a Cristo vem se ampliando entre os cristos. necessrio que reconsideremos ambos os pontos de vista, pois em poucas dcadasproduziram-se notveis e vertiginosas mudanas. O Islamismo est crescendo a passoslargos e j se fala de um avivamento muulmano sem precedentes nos ltimos sculos. Elesesto preparando e enviando missionrios do Alcoro para reconquistar a Europa e chegarao Novo Mundo. O poder aquisitivo de seus invejveis petrodlares rabes, unido aofanatismo de seus seguidores so algumas das explicaes do fenmeno de expanso desta

    religio monotesta.Por outro lado, comeamos a notar indcios claros de que a irmandade islmica no toimpermevel ao Evangelho como aparenta ser. Alguns se aventuram a supor que nosencontramos prximos de um evidente movimento do Esprito Santo que produzir umacolheita abundante de muulmanos para o reino de Deus.Nesta edio de Muulmanos que encontraram a Cristo, apreciaremos atravs de vriostestemunhos que, embora no sejam tantos como estamos acostumados a ver na AmricaLatina, Deus est salvando e transformando discpulos de Maom mediante o gloriosopoder de Jesus Cristo. Estes relatos vivos so provenientes de pessoas que habitam naampla faixa verde que engloba o islamismo desde a frica Ocidental at o loongnquoOriente. Com suas prprias palavras eles nos mostram de que forma obtiveram a salvao

    eterna e as dificuldades a que se expuseram posteriormente. Ser um discpulo de JesusCristo no nada fcil nesses pases. Nesta hora crucial vivida pela Igreja Evanglica Ibero-Americana, tanto pelo grandeincremento numrico como por sua crescente projeo missionria mundial, os quase umbilho de muulmanos que vivem atualmente no mundo representam o maior desafio evangelizao transcultural. um campo que, como poucos, deve ser arado com a oraoclamorosa de seu povo e com a semeadura incansvel e abnegada da Palavra de Deus. Paraa pregao da Sua Palavra, o Senhor est usando missionrios, no somente os ruivosanglo-saxes do Atlntico Norte (que felizmente j captaram esta viso j h muitasdcadas), mas tambm daqueles de pele morena que esto comeando a sair do mundolatino.

    Embora as diferenas entre as culturas latina e muulmanas possam ser bem marcantes,existem, entretanto, algumas pontes de comunicao que nos aproximam destes ltimos demaneira privilegiada. Para isso, h razes de carter histrico (a Espanha esteve sob odomnio muulmano durante oito sculos at 1492, o mesmo ano do descobrimento daAmrica); de carter lingstico (cerca de 6.000 vocbulos espanhis so derivados dorabe); de carter fisionmico (as caractersticas dos latinos e rabes e outros orientaisconfundem-se freqentemente devido a uma notvel semelhana); de carter scio-cultural(pertencemos ao Terceiro Mundo); etc.

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    Isto nos leva a crer cada vez com mais convico que se h um povo no mundo que deveriaser idneo para alcanar os muulmanos, esse povo o nosso, os latinos. Lembremo-nos deque no encontramos os muulmanos somente no Saara ou em Bangladesh. Milhares delesvivem entre ns na Amrica Latina. Publicamos este livro com a orao de que mais de umcrente, ao l-lo, seja motivado a crer que Deus o usar para testemunhar Cristo ao seu

    vizinho muulmano, e por que no, que tambm um dia no muito distante, inclusive possatranspor as fronteiras de seu pas e alcanar aqueles lugares onde jazem multides sob asombra de Maom aguardando o conhecimento do verdadeiro Deus por meio de JesusCristo.Quantos outros testemunhos maravilhosos, como os que esto relatados neste livro,poderiam ser escritos se nossas Igrejas despertarem com um fervoroso amor ao desafio quenos apresenta o relegado mundo muulmano? Voc far a sua parte para que outrosmuulmanos sejam acrescentados lista do redimidos pelo precioso sangue do Cordeiro deDeus?Esta a hora de Deus para os muulmanos!Esta a hora de para sua Igreja latino-americana!

    Frederico A. BertuzziSanta F, 6 de novembro de 1987

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    Prefcio

    A relao histrica entre muulmanos e cristos atravs do sculos foi sempre triste evergonhosa. Os cristos no cumpriram seu dever de amar seu prximo (seja qual for seu

    credo) como a si mesmos.Ao mesmo tempo, os muulmanos nem sempre levaram a srio as palavras de seu profeta:Encontraro que aqueles que mais prximos em afeto esto dos crentes so os que dizem:

    Eis aqui, somos cristos. (Alcoro 5.85)Sem considerar o que os muulmanos fizeram os cristos sofrer em diversas pocas,podemos afirmar com certeza que j acabaram os vergonhosos crimes perpetrados contra opovo muulmano, especialmente durante as Cruzadas da Idade Mdia e o perodo deexplorao colonial.A amarga e prolongada luta do passado nos legou uma triste herana, principalmente luzdo que existe de comum entre as duas religies: a crena num Deus verdadeiro e nico,criador do cu e da terra; dos anjos e dos homens; que por meio dos profetas (muitos dos

    quais reconhecidos por ambas as religies) revelou sua santa vontade aos homens e exigiu-lhes adorao e reverncia; que ouve suas oraes; e um dia os chamar para o juzo; e onico que pode ser glorificado, exaltado e adorado: o Deus bendito para sempre. Amm!Este no um livro de estudo para aqueles que desejam aprender os ensinamentos doIslamismo, embora nos testemunhos haja algumas chaves das crenas e prticas destareligio. O que realmente desejamos que os cristos, ao ler este livro, adquiram umconhecimento elementar da f e da vida dos seus amigos muulmanos. Ao mesmo tempo,esperamos que os muulmanos que o leiam possam descobrir os fatores que levaram muitosdo seu povo a professar a f crist. evidente que no estamos insinuando que algunsdestes testemunhos, particularmente em seus detalhes, devam considerar-se como aexperincia normal de todos os que chegam a ter a f em Cristo. Obviamente, o Senhor

    soberano tem um plano diferente para cada um.Estas histrias foram escritas por pessoas muito diferentes entre si e de diversasnacionalidades. Com exceo de uma, todas so relatadas por seus prprios protagonistas.Alguns tm uma alta posio social e receberam uma boa educao; outros provm defamlias humildes. Em nenhum momento os autores negam os aspectos positivos doIslamismo, e muitos deles mantm um respeito profundo por sua religio anterior. Suaexperincia se baseia em Jesus (Issa); e o Alcoro (seu livro sagrado) e a doutrina ortodoxamuulmana aceitam que Jesus nasceu de uma virgem, fez muitos milagres, viveu uma vidasem pecado, subiu ao cu e ir voltar terra no fim dos tempos. O que eles queremcomunicar , simplesmente, como Deus, de uma maneira totalmente nova, chegou a ser realpara eles por meio de Jesus, seu Salvador e Senhor, e como sua vida presente adquiriu um

    novo sentido ao receber a certeza da salvao eterna.Espero que suas palavras sejam recebidas com uma mente aberta, sirvam de estmulo parabuscar a verdade na pessoa de Jesus Cristo, e animem aqueles que tenham oportunidade decompartilhar sua f com seus amigos muulmanos.

    R. F. Wootton

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    Captulo 1

    Vou servi-Lo toda minha vida

    Ahmad Soussi

    Marrocos

    Aos dezessete anos, deixei o pequeno povoado onde nasci e viajei para Casablanca paracontinuar meus estudos secundrios, vivendo com meu tio e ajudando-o em seus negcios.Na cidade adaptei-me ao que a maioria fazia. No era difcil encontrar mulheres e homensda rua. Fiz amizade e logo tornei-me um deles. Fracassei nos meus exames e colhi o quehavia semeado.Um dia, a esposa do meu tio encontrou em minha mesa uma foto na qual eu aparecia comalgumas moas. Meu tio escreveu para meu pai pedindo-lhe que viesse logo. Quando ele

    chegou, perguntou-me onde tinha passado o tempo. Jogando futebol eu lhe disse.Ele me mostrou a foto com as moas e exclamou: Vai embora, filho perverso. Voc no digno de ter a mim como pai!Sa de casa e caminhei sem rumo pelas ruas. Um de meus velhos amigos pediu-me que lhecontasse o ocorrido. Depois de dizer-lhe tudo, ele me perguntou: Por acaso voc se esqueceu que eu passei pelo mesmo h cinco anos? Entretanto, nodesanimei. Finalmente, agora, estou livre da autoridade de meus pais! Voc pensa que por estar perdido, voc livre? exclamei. Chame do que voc quiser disse. O importante que eu sei onde posso encontrar umpedao de po e um lugar para dormir. Em nosso pas no se pode pedir mais que isso. Se

    eu estou perdido, voc tambm o est. Se voc vier comigo, conhecer o nosso lder epoder trabalhar conosco.O amigo conseguiu convencer-me, pois eu no tinha comida nem emprego. O chefe daquadrilha ensinou-me a roubar. Roubei durante sete meses e assim obtive o dinheirosuficiente para comer, fumar e beber. Mas a polcia descobriu o nosso esconderijo e umavez mais encontrei-me na rua. Ento, com um amigo, trabalhei como carregador nomercado de verduras. Um certo dia, meu amigo e eu tiramos a carteira da bolsa de umasenhora. Fomos pegos e levados delegacia de polcia. Confessamos o roubo e devolvemoso dinheiro que nos restava. Quando o policial perguntou mulher se queria acusar-nosformalmente, ela respondeu: No. Quero perdo-los porque Jesus tambm me perdoou e perdoa o pecado de todos.

    Estas palavras tocaram meu corao com um efeito duradouro. Quem Jesus? Por que Eleperdoa? Durante esse tempo, vrias perguntas sem resposta me passaram pela cabea.Mas a lei no perdoa como Jesus e fui condenado a sete meses de cadeia. Meu pai sabiaonde eu estava. Quando me libertaram, ele foi ao meu encontro. Com os olhos cheios delgrimas, pedi-lhe que me perdoasse, e ele me perdoou.No ano seguinte, meu pai matriculou-me numa escola de estudos cornicos. Para agrad-lo,resolvi aceitar. Nesta poca, li muitos livros de histria, especialmente sobre a ocupaoromana no norte de frica. Compreendi que antes do islamismo, a religio de nossos

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    antepassados havia sido o Cristianismo. Os exrcitos muulmanos haviam obrigado aspessoas a aceitarem sua religio e, por isso, ns tambm a seguamos. Meu corao seencheu de dvidas e deixei de rezar porque jamais tinha encontrado satisfao espiritual.Por essa razo, me consideravam no-religioso e tive que abandonar a escola.A convite do meu tio, algum tempo depois voltei a Casablanca. Conheci, ento, um homem

    chamado Kamel, oriundo do Oriente Mdio e proprietrio de um restaurante. Certa vez,perguntei-lhe sua opinio sobre religio e respondeu-me: Bem, Ahmad, eu sou cristo e no muulmano como voc pensa. Mas voc rabe disse-lhe. Por acaso h cristos entre os rabes? Talvez voc se esquea que na regio do Oriente Mdio houve muitas tribos e reinoscristos. Vocs aqui no norte da frica pensam que somente os europeus so cristos, masisso no verdade.Esse homem, ento, entregou-me um Novo Testamento para que o lesse.Quando cheguei em casa, tranquei-me em meu quarto e comecei a l-lo. A primeira coisaque me causou impacto foi o fato de que o evangelho estava em rabe e que sua mensagemera vlida para todo o mundo e todas as raas. Pude, ento, saber com toda a certeza queJesus havia dito aquele que vem a mim, de modo nenhum o lanarei fora (Joo 6.36).Em outra ocasio visitei Kamel e ele perguntou-me se eu j havia lido o Novo Testamento eo que tinha achado. Respondi-lhe que j o havia lido e que os muitos versculos quefalavam do amor de Cristo haviam me comovido. E com relao salvao? ele me perguntou. Voc leu que quem quer que nElecreia, ter seus pecados perdoados? Nada lhe respondi nesse momento, mas obtive os endereos de vrios Institutos queofereciam cursos bblicos por correspondncia e pedi que me enviassem alguns. Por meiodeles, meus olhos se abriram para a verdade de Deus. Para aprofundar meu conhecimentoda Palavra de Deus, comecei a participar de estudos bblicos com um irmo em Cristo.Existe uma grande diferena entre meu passado e meu presente. Meu passado era escuro,cheirava a lcool, mulheres e pecado. Meu presente luz, cheio da alegria e datranqilidade que provm da fonte de toda a paz Jesus.Meu tio no havia notado a diferena. Uma noite, aps o jantar, assisti a uma reunio semperceber que um vizinho, mandado por meu tio, estava me seguindo. Quando voltei, meutio atacou-me e na manh seguinte, acompanhado pelo meu vizinho, levou-me delegaciade polcia. O oficial perguntou-me se eu havia roubado algo, pois o roubo a queixa maiscomum. No roubou nada, disse meu tio mas o que fez muito mais grave e deve ser ditopublicamente. Ele negou sua religio. Eu preferiria que ele tivesse roubado algo; isso nadaseria em comparao ao que fez. O senhor nada tem a ver com sua religio e sua f disse o policial. Se ele trabalhahonestamente, pode pensar o que quiser. Isso no compete autoridadeE, assim, deixou-me ir.Meu tio, desiludido, incitou os vizinhos para me desprezarem e insultarem. Meu nicoconsolo eram as palavras do Evangelho. Alguns dias depois fui convocado a comparecerperante um conselho composto por meu pai, meu tio, um vizinho, trs lderes religiosos ealgumas outras pessoas. Orei antes de entrar na sala para que Deus me desse fora e Ele mefez lembrar: aquilo que vos for dado naquela hora, isso falai; porque no sois vs os quefalais, mas o Esprito Santo. (Marcos 13.11)Um dos lderes religiosos comeou a reunio, dirigindo-se a mim:

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    Oua, meu amigo, no aceite outra religio. No seja tentado a mudar, porque asconseqncias so muito graves.Esperei que finalizasse e disse: Ouam, meus amigos, vocs j ouviram falar de Jesus e seus milagres? Ele curou osenfermos, acalmou tempestades, ressuscitou os mortos, viveu uma vida sem pecado,

    morreu na cruz. O mesmo foi levantado dentre os mortos, subiu ao cu e vai voltar. Vocsquerem crer nEle?Todos me olharam assustados, enquanto o lder religioso me esbofeteou: Como voc pode abandonar a religio de seus pais e seus avs? A f no uma herana que se recebe dos pais repliquei. o resultado da ao doEsprito Santo. Sempre serei, fisicamente, o filho de meu pai, mas espiritualmente sou umfilho de Deus. Ele me libertou da escravido do pecado. Como vocs podem querer que euvolte escravido?Ento, o lder religioso gritou energicamente para os presentes: Advirto-os que qualquer que coma ou durma sob o mesmo teto de um infiel como este,ser o mesmo que ele: um infiel.Assim, pela terceira vez, l estava eu na rua, sem trabalho e sem lar. Lembrei-me de umamigo que era carpinteiro e fui v-lo. Fiquei alguns dias com ele. Meu testemunhocomoveu-o, e, depois de algum tempo, ele tambm creu no Senhor Jesus como seuSalvador.Enquanto isso, no deixei de orar por um emprego. Um dia ouvi uma voz atrs de mim: Ahmad, venha aqui.Era Brahim, amigo de meu pai, um importante homem de negcios da cidade. Quero saber de sua famlia disse-me. Minha famlia est bem. Essa a nica notcia que tenho deles. Por qu? Eles me expulsaram de casa por causa da minha religio expliquei-lhe. Agoraestou procurando trabalho. Eu preciso de algum. Se voc quiser, poder trabalhar comigo. Muito obrigado, mas voc deve saber que sou cristo. Eu no me importo com a sua religio. O que quero que voc seja honesto e faa bemo seu trabalho foi sua resposta.Dei graas ao Senhor e no dia seguinte comecei a trabalhar. Passaram-se dias, semanas emeses. Todos os clientes apreciaram minha dedicao e minha maneira de trat-los. Setemeses depois, Brahim teve que viajar a negcios e me deixou responsvel pelo comrcio.Quando voltou, convidou-me para ir sua casa, dizendo: Aqui voc tem algum dinheiro. Corte o cabelo, vista-se bem e venha jantar conosco.Que tremenda surpresa tive ao entrar em sua casa! Estavam ali meu pai, minha me eminha tia. Quando voltava de sua viagem, Brahim passou por minha cidade e trouxe minhafamlia. Atirei-me nos braos de meus pais, que me abraaram com os olhos cheios delgrimas. Meu pai, em vez de reprovar-me, inclinou-se e disse em voz baixa: Ahmad, meu filho, perdoe-me pelo que fiz. No passado, seu tio contou-me de muitascoisas sobre voc e pensei que voc fosse como outros jovens desocupados que andam pelasruas, vivendo com mulheres e tomando drogas. Essas notcias me entristeceram, masrecentemente, quando Brahim me falou de voc, fiquei muito feliz.

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    Sim, pai respondi, eu era mesmo o que voc pensava. Agora Jesus me ensinoumuito e me recebeu em seu rebanho, pois eu era uma ovelha perdida. Creio nEle e queroservi-Lo para sempre. Vamos comear um novo captulo em nossas vidas.

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    Captulo 2

    O velho Ghulam j morreu

    Ghulam Naaman

    Paquisto

    Nasci na cidade de Jammu, no norte da ndia. Eu era o caula de cinco irmos de umafamlia muulmana de boa condio econmica. Meu pai era major do Exrcito. Observavaas leis do Islamismo, mas com certa diferena dos demais: tinha uma inclinao para omisticismo, para um conhecimento ntimo de Al, pois ele era umsufi.Quando eu tinha cinco anos, nos mudamos para Zaffarwal, uma vila antiga no Punjab, pertoda fronteira entre Jammu e Kashmir. O diretor de minha escola tambm era um sufi, masalguns de meus colegas eram cristos. Na vila havia uma congregao crist, cujo pastor,

    chamado Ibrahim, havia se convertido do Islamismo.Ainda menino, eu tinha me impressionado com a devoo de uma mulher evanglica quesempre estava falando s pessoas sobre Jesus e seu amor. Eu podia ver que, para ela, sua fera tudo. Com a idade de nove anos, voltei a Jammu para estudar, onde verifiquei queprevalecia uma atmosfera muito diferente, pois a maioria dos professores eram hindus. Fuimuito bem na escola, mas aos treze anos aborreci-me dela e resolvi fugir para ingressar naFora Area da ndia. Fui designado para o servio na fronteira com a Birmnia.Os dias posteriores guerra foram muito difceis para mim. Quando criana, havia sidosimpatizante do movimento pela independncia nacional e, inclusive, suspeitavam que eu pertencia a uma organizao revolucionria. Minha posio na Fora Area ficouinsuportvel e, finalmente, dei baixa. Voltei para a casa de minha famlia, onde fiquei

    sabendo que meu pai havia morrido h alguns meses. Nesse tempo, o pas estavafervilhando ante a perspectiva de sua prxima independncia, enquanto se desenvolvia,ainda, um amargo conflito entre muulmanos, de um lado, e hindustas e sikhs, de outro.As emoes transbordavam e desde as mesquitas do Punjab proclamou-se uma jihad(guerra santa), em defesa do Islamismo. Em certas ocasies, minha conscincia me doamuito, como por exemplo, quando encontrei um grupo de soldados abusando sexualmentede uma mulher hindu. Senti-me mais e mais deprimido, pois eu havia sido criado nummundo bom onde gente simples se amava e tinha tudo o que precisava.Uma vez, encontrei-me com dois prisioneiros cristos de meia idade e disse-lhes: Por que no se tornam muulmanos?Eles no me responderam, mas uma menina e doze anos que os acompanhava, exclamou:

    No podemos!Eu repliquei: Ento, tero que arcar com as conseqncias. Sim, ela respondeu mas aquele em quem temos crido disse que estar conosco ato fim do mundo.Os trs se ajoelharam e oraram a Cristo. Quando se levantaram, pedi-lhes perdo. Ns o perdoamos em nome de Jesus responderam-me.

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    Senti-me impulsionado no s a libert-los, mas tambm a repartir com eles algumas coisasque havamos tirado de outros.Em certa ocasio, havamos incendiado uma aldeia e estvamos esperando para matar aspessoas medida que fugiam. De repente, uma senhora idosa correu para mim com umacriana pequena em seus braos; deixou-o cair a meus ps e gritou:

    Pode mat-lo. Sua religio manda-o matar seu semelhante e seu deus fica satisfeitoquando o v assassinar. Mas lembre-se disto: Deus jamais se compraz quando matam a obrade suas mos.Olhei para a criana que soluava amedrontada aos meus ps; senti-me deprimido e poralguns instantes no consegui falar. Senti nojo do que estava fazendo. Suavemente, disse mulher: Leve-o, e prometo diante de Deus que minhas mos jamais tornaro a mataralgum em nome da religio.Convenci-me finalmente de quo pecador era e perguntei como Deus poderia perdoar-mepor ter matado tantas pessoas inocentes. Fui envolto por um manto de obscuro terror.Minhas crenas e prticas islmicas foram se desvanecendo da mente e reconheci que eraum agnstico. Renunciei ao exrcito, o que foi permitido com a condio de no dizer aningum o motivo.Mas... para onde eu iria? O que faria? Quis orar, mas o temor se apoderou de mim quandopensei como seria cair nas mos de um Deus irado. No encontrei ajuda junto a meusamigos e irmos quando lhes disse que havia perdido a f no Islamismo. Desgostoso comisso, decidi abandonar meus irmos e minha me.Uma noite cheguei estao ferroviria de Kammaliya. Meu corao queimava com umprofundo, mas insatisfeito desejo de conhecer a Deus. Na sala de espera, meia-noite, abrimeu corao com uma orao. Enquanto orava, pareceu-me ouvir uma voz que dizia:minha graa te basta; senti que toda minha tristeza e depresso se dissiparam. Repetialgumas vezes esta palavra em voz alta, at que entrou um varredor cristo que me ouviu edisse que eu estava citando Paulo. (2 Corntios 12.9)No muito distante dali havia uma vila de cristos. Fui at l para visitar o pastor e dizer-lhe que queria seguir a Cristo. Ele enviou-me com uma pequena nota ao povoado de Goja,uns quinze quilmetros dali; l havia um centro importante da Igreja Anglicana. Era umatarde muito quente. Quando cheguei ao lugar, o responsvel ouviu-me atentamenteenquanto contava minhas experincias e busca espiritual. Para que se interessasse por mime tivesse pena, menti-lhe dizendo que minha esposa tinha morrido repentinamente. Elerecebeu-me com muito carinho e disse-me que poderia ficar ali por algumas semanas, atque tivesse certeza da minha deciso de batizar-me, e at que eles tambm tivessem certezada minha sinceridade.Acomodaram-me num quarto com uma cama e comecei a estudar sistematicamente aBblia. Encontrei amizade e apoio num guarda noturno chamado Buta Masih, um homemde uma f simples, mas real. Diariamente orvamos e lamos o Novo Testamento. Umanoite, quando o responsvel estava sentado em sua cama antes de deitar-se, lembrei-me doque lhe havia contado com relao morte de minha esposa e confessei: Isso no verdade. E agora que conheci a Jesus no posso continuar mentindo.Minha sinceridade comoveu-o e juntos demos graas a Deus por ter atuado em meucorao.Algum tempo depois, participei da Primeira Conveno Crist em Gojra. As palestrasforam muito edificantes para mim, mas o momento culminante foi quando confessei minhaf em Jesus Cristo perante uma numerosa congregao e, em seguida, fui batizado. At ali,

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    chamavam-me Ghulam Rasul (servo de Maom), mas desde ento, passei a ser GhulamMasih (servo de Jesus Cristo).Pouco tempo depois, meus irmos vieram procurar-me, dizendo-me que minha me estavadoente. Ao voltar a minha casa, encontrei-a bem de sade, mas desgostosa pela minhaconverso ao Cristianismo. Meus familiares chamaram alguns mestres islmicos para que

    discutissem comigo. Entretanto, no me impressionaram e partiram proferindo muitasameaas e palavras hostis. Meus irmos me espancaram duramente e me fecharam durantemuitos dias sem comida num quarto. Ao verem que minha f se fortalecia, maravilharam-secom minha pacincia no sofrimento. Aproveitei sua admirao para explicar-lhes: Sou um novo homem. O velho Ghulam j morreu. Tenho um novo comportamento euma nova atitude perante a vida.Senti que corria perigo, mas lembrei-me das palavras daquele grande cristo do Punjabchamado Sundar Singh, que disse: fcil morrer por Cristo, mas difcil viver para Ele. Amorte requer uma ou duas horas, mas viver para o Senhor significa morrer diariamente.Logo senti o chamado para pregar, e assim tornei-me um evangelista itinerante. Visitavacristos de todas as denominaes e pregava onde os ministros de Deus me permitiam. EmZaffarwal declarei minha f numa passeata de testemunho queles que tinham meconhecido quando criana.

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    Captulo 3

    A dinmica do amor

    Lamin Ousman Sanneh

    Gmbia

    Durante minha infncia, quando se aproximava o jejum do ms de Ramad, havia entre nsuma atmosfera muito emocionante; sentamos solidariedade entre a comunidade. Euesperava esse ms com muita ansiedade e participava com muito gosto desse tempo que eraguardado para os homens adorarem a Al e se submeterem a ele, o centro da nossa devoo.s vezes, sentia desejo de driblar sua rigidez, pois vamos Al como um deus duro einflexvel em suas exigncias. Mas isto era acompanhado da satisfao de haver cumprido orequisito primordial que ele nos impunha. Sem dvida, era maravilhoso o dia do banquete

    que se seguia ao jejum. Eu aproveitava a comida e gostava de ir com meus amigos, vestidocom meus mantos limpos, ao lugar de orao. Havia um sentimento glorioso de tercumprido com minhas obrigaes para com ele.Fui a um internato islmico. Nos dias especiais, passvamos a noite inteira em orao, e, aoclarear da manh, parecia que com a aurora, amanhecia sobre ns a misericrdia de Al.Esta era a disciplina religiosa qual eu estava sujeito quando muulmano e sou muito gratoa ela.Talvez voc pergunte por que, tendo tudo isto, tornei-me um cristo. O fato que estamesma cultura e tradio que dava profundidade e significado minha vida, despertou emminha mente muitas interrogaes: perguntas com relao a Deus e ao homem; vida e morte; e realidade absoluta. Estas perguntas fizeram-me voltar ao Coro, e encontrar ali

    algo que chamou muito minha ateno: seu testemunho com relao Jesus Cristo, oprofeta e apstolo, mas no o crucificado, pois, segundo o Coro, outra pessoa tomou o seulugar na cruz. Eu me interessava pelo tema da morte e da vida depois da morte, e percebique se Deus tinha agido diretamente para colocar outra pessoa na cruz no lugar de Jesus,sobre ele caa a responsabilidade por quem quer que tivesse morrido ali.Ento pensei: mas o que seria se Jesus realmente morreu na cruz e Deus assim o quis?Refleti sobre o sofrimento, a tristeza e as esperanas destrudas que so parte da vida, e mepareceu que a cruz me dizia algo referente ao seu mistrio mais profundo. Desde ento,interessei-me muito pela obra redentora de Jesus. Aceitei como fato histrico sua morte nacruz, e, finalmente cheguei concluso de que Cristo fez isso por mim, por meus pecados.Minha aceitao de Cristo proveio do Coro. Posteriormente, passei a ler a Bblia e

    descobri a fantstica verdade de que Deus me ama tal qual sou e que no lhe interessaquantos pontos tenha acumulado a meu favor. Um dos maiores tropeos at percebemosque Ele nos ama como somos, que cuidamos de ser bons, de impression-lo com nossasboas obras. Ou, s vezes, vamos para o outro extremo, ficando desesperados por causa denossos pecados; confessamos-lhe os pecados e esperamos que Ele sinta pena de ns. Mas omaravilhoso que, segundo o Novo Testamento, Deus nos ama como somos. Isto foi algomuito importante em minha vida.

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    Deparei-me com muitas dificuldades quando decidi unir-me a uma Igreja. Os irmos noestavam acostumados com pessoas como eu e se mostravam receosos em aceitar-me. Tiveque abrir caminho insistindo em que devia estar ali. Algum me disse: Voc deve ser muitoimportante para que Deus o tenha chamado do Islamismo; e isto foi uma tentao para cairno orgulho. fcil menosprezar a igreja e dizer: Todos so maus; no quero fazer parte

    deles. Cheguei a ser apedrejado e zombado nas ruas pelos meus antigos amigosmuulmanos. Sentia-me tentado a pedir que a ira de Deus casse sobre eles.Nestas situaes, Deus mostrou-me que a Cruz do Calvrio um fato indiscutvel e eterno,que transforma nossa vida continuamente, em todas as circunstncias. Sejam quais foremnossos sentimentos, Deus nos ama, porque ali est a cruz, e que grande alvio nos dreconhec-lo! Eis aqui em parte, o segredo das palavras do salmista: Para onde fugirei datua presena? A presena de Deus seu amor que nos rodeia e envolve. O apstolo Joodisse: Vede quo grande amor nos deu o Pai. Deus me ama tal como sou.O apstolo Paulo refere-se a ns como vasos de barro que contm um tesouro, e estetesouro o prprio Deus. Se chegamos a conhecer esta verdade, ento vamos desejar quetodos a conheam. E por isso que tambm procuramos ganhar os muulmanos para Cristo.Depois de estudar mais sobre o Islamismo e sobre o rabe no Lbano, regressei frica para ajudar as Igrejas a aproximarem-se do povo muulmano. Quando realmenteentendemos que Deus nos ama, vemos que isto significa que Ele confia em ns; tanto verdade que Ele mesmo, na pessoa de Jesus cristo, entregou-se em nossas mos. A nicamaneira de Deus se fazer conhecido atravs da dinmica do amor.Louvo a deus pela maneira que me levantou e por tudo o que me deu. Louvo-o tambmpelos dons e tesouros imensos que herdei por causa de minha formao muulmana. Eledeseja que tudo isso seja usado para sua glria, para declarar que o segredo escondido deminha formao era Cristo Jesus. E Ele est sentado no trono destra do Pai e deseja queeu declare esta verdade com amor, humildade, pacincia e gratido, dando em tudo graasao Senhor.

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    Captulo 4

    Todos Daro Glria a Jesus Cristo

    Jahangir Durrani

    Afeganisto

    Meu nome Jahangir, filho de Khair Ullah Khan, e sou parente dos Durranis, a antigafamlia real do Afeganisto. H uns 100 anos, meus antepassados mudaram-se para Sind echegaram a ser prsperos proprietrios de terra na antiga cidade de Shikarpur. Como soupathan, conheo muito bem o Islamismo, porque os pathans so muulmanos muitoseveros e que se regem pela lei islmica. Meus pais eram pessoas severas, no tomavambebidas alcolicas e ensinaram a meu irmo e a mim os mistrios do Islamismo de umamaneira completa. Hoje em dia, meu irmo mais velho um xiita ardoroso, e eu, um

    soldado de Cristo.Faz alguns anos, eu trabalhava numa casa de mveis, quando chegou um missionrioevanglico com algumas cadeiras. Durante a conversa, falou-me sobre a Bblia e Cristo. No prestei muita ateno, pois minha mente estava impregnada pela lei e me eraimpossvel reconhecer to rapidamente a graa de Deus. Logo fui casa do missionrio eele me deu um livro chamado O Santo Evangelho. Comecei a estud-lo cuidadosamente.Senti que enquanto o lia uma voz me dizia: Tu, Jahangir, s um pecador e um inimigo deDeus. Nas boas obras no h paz duradoura. No meu caso, era certo, porque emborafosse um respeitvel homem de famlia, em meu corao no havia paz. Eu estava cheio deorgulho. Ainda me lembro do versculo que fala que o Evangelho poder de Deus paraSalvao de todo aquele que cr. (Rm. 1:16)

    Cheguei a ficar mais e mais perturbado: acreditei em Deus como juiz e compreendi que asalvao vinha por meio de Cristo (Hb. 4:12) e que o juzo havia terminado na cruz. Maspara mim, era impossvel abandonar o Islamismo e crer nEle. Entretanto, diariamente liacom muita ateno o Novo Testamento. Meu carter estava mudando e as pessoas seassombravam ao ver que um homem to orgulhoso como eu pudesse ter se tornado tohumilde.Um pouco perturbado, resolvi dedicar-me orao. Uma noite, que pareceu ser a primeirae a ltima de minha vida, ouvi uma voz que me dizia: A cura para um esprito perturbado a f, a f que Jesus Cristo o Messias e o Filho de Deus. Se voc quer pertencer famliade Deus, reconhea Seu Filho como o Senhor de sua vida. Eu no sabia quem estavafalando dessa forma. Pela manh, tomei a firme deciso de crer em Cristo. Ento, para

    fortalecer minha deciso, li a tradio islmica que diz que no dia final todos daro glria aJesus Cristo. Ento pensei comigo mesmo: Faz-lo naquele dia ser compulsivo, eu ofarei agora voluntariamente.As pessoas ficaram sabendo que um Durrani estava lendo o Evangelho. Muitos chegaram aaconselhar-me que no o fizesse mais, dizendo: Voc est mudado; isto o levar para omau caminho, sua f ser debilitada. Minha resposta era o silncio. Fui sentindo queCristo me dirigia no sentido de responder com meu testemunho, de maneira que O obedeci.Ento, houve lamentao na cidade: veio gente de todas as partes para arrazoar comigo,

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    mas no surtiu nenhum efeito, porque a chama da f j comeava a queimar no meucorao.Chegou o dia em que decidi que era necessrio participar da comunho fraternal de umaigreja. Havia aprendido qual a verdadeira f que d a salvao.Batizei-me em Shikarpur. Meu estado mental antes de imergir na gua era estranho; nunca

    havia experimentado algo assim. Para mim, entrar na gua no era nada novo, pois eu eraum bom nadador; mas esta gua era diferente. Antes de entrar, meu corao parecia umbroto que comeava a abrir e florescer plenamente. Quando submergi pela Segunda vez, via Cruz de Cristo que me tomava e unia a Ele. Eu creio que Jesus o Filho de Deus, que oDeus encarnado, que me salvou e, efetivamente, redimiu-me com Seu prprio sangue. necessrio receber a herana das riquezas da f e logo entender que nossos pecados foramlavados, reconhecendo pessoalmente Cristo como o Senhor e Salvador. Isto no se produzcomo resultado de argumentos ou provas intelectuais, mas sim, pela f.Mas o negro no se torna branco assim to facilmente, como possvel verificar pela minhaexperincia pessoal. Trabalhei durante algum tempo na biblioteca crist em Hyderalad, qual vinham muitos muulmanos jovens para fazer perguntas e ler a Palavra de Deus.Minha orao que meus irmos muulmanos reconheam pessoalmente que a salvao seencontra em Cristo, e que Ele realmente o Filho de Deus. Chegar o dia quando, pelainfluncia do Esprito Santo, mais e mais pessoas reconhecero que Cristo o Salvador domundo.

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    Captulo 5

    Fui Perdoado

    Jose Seidu Mans

    Serra Leoa

    Meus pais eram muulmanos que pertenciam ao povo dos fulani. Desde muito jovemeducaram-me na f muulmana, porque meu pai era um lder islmico. Quando eu tinhaapenas seis anos de idade, tive que deixar minha cidade natal, pois fui enviado a umkarmoko (professor de rabe), com o qual vivi por cerca de oito anos. Ele me ensinou oCoro e as leis do Isl; comecei a jejuar, dar esmolas, oferecer sacrifcios e cumprir comtodos os deveres de um muulmano. Naquele tempo eu no sabia nada sobre oCristianismo, pois nessa regio no viviam cristos.

    Voltei a minha casa depois de Ter estudado o Coro por duas vezes. Meu pai tinha opropsito de me enviar sua antiga casa em Mamu, Guin, mas morreu antes de poderrealiz-lo. Ento conheci alguns cristos que me convidaram para estudar em sua escola.Sua religio no me interessava, pois eu acreditava firmemente no Islamismo, mas euqueria aprender o ingls e receber uma educao moderna, e, por isso, aceitei o convite.Estudei durante cinco anos nesse colgio sem que o Cristianismo me tocasseprofundamente. Eu morava e trabalhava na casa de uma professora de idade avanada.Nesta casa havia orao e educao crist, s vezes, eu ia Igreja, mas sua f no meconvencia.Um dia chegou nossa cidade de Kamahie o governador, e a professora convidou-o paraalmoar. Ela me pediu para servir a mesa e eu concordei. Entretanto, depois me recusei a

    faz-lo e como era fcil supor, meu gesto a desgostou. Quando cheguei sua casa namanh seguinte para trabalhar, ela no me deixou entrar. Ento fui ao colgio. Meu maucomportamento no me preocupava.Nessa tarde, ao voltar para casa, ela estava na porta e, quando me aproximei, chamou-mesuavemente pelo nome e disse:- Seidu, perdoe-me.Por um momento fiquei imvel. Em seguida perguntei:- O qu?- Esta manh eu estava aborrecida com voc explicou-me.At esse momento eu no tinha pensado seriamente no pecado, mas, ento, comecei aperguntar-me: por que ela estava me pedindo perdo, quando era eu quem devia pedir

    perdo a ela?O Senhor usou a humildade dessa mulher crist ao pedir-me perdo para fazer-me pensarseriamente no pecado. Este foi o primeiro passo no maravilhoso processo que o Senhorusou para atrair-me para Ele. Pouco tempo depois, essa amvel senhora enviou-me aGbendembu para continuar meus estudos. Ali, durante uma reunio evanglica, Deusfalou-me de tal maneira, que mesmo antes que o pregador fizesse o apelo, eu me ajoelhei econfessei meus pecados a Jesus Cristo. Eu sabia que tinha sido perdoado porque em meucorao havia paz e me sentia muito feliz.

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    Mas ao voltar para minha casa, encontrei imediatamente oposio. Meus tios no mereceberam em casa e, assim, tive que me afastar deles por dois anos. Depois disso, viramque nada poderiam fazer comigo, pois perceberam a grande mudana que havia sidoefetuada em mim. Antes deste incidente, eu tinha sido uma pessoa muito problemtica.Freqentemente costumava brigar com muita gente e, em vrias ocasies, minha famlia

    teve que ir a julgamento pelo meu mau comportamento. Mas isso no voltou a ocorrerdepois de minha converso.Ento, como no conseguiram convencer-me a abandonar o Cristianismo, receberam-menovamente em casa. Como resultado disso, pude levar meus dois irmos e minha irm aCristo. Passaram-se cerca de trs anos antes que eu me batizasse. Quando um novo pastorchegou, perguntou-me sobre minha inteno de me batizar. Dessa forma, matriculei-me nocurso preparatrio, e finalmente fui batizado.Trabalhei como professor durante quatro anos. Logo deixei o ensino e me dediquei aoministrio pastoral, pois Deus havia confirmado claramente minha chamada. Doze anosdepois, senti que Deus me oferecia um novo ministrio, para o qual necessitava de ummelhor preparo. Fui para o exterior e estudei numa universidade onde pude desafiar muitosestudantes para trabalhar nos pases ainda no alcanados. Vrios responderam a estachamada.Voltei para Serra Leoa como pastor e evangelista. Hoje, cada membro de minha igreja estinteressado no evangelismo. Na poca da seca, alcanamos os povos vizinhos, de talmaneira, que para o culto dominical, chegavam pessoas de onze povoados, de umadistncia de at vinte quilmetros. Sessenta e cinco almas foram ganhas este ano para oSenhor Jesus, atravs do movimento Nova vida para todos.Algumas pessoas pensam quem pelo fato dos muulmanos crerem em um s Deus, no necessrio pregar-lhes o Evangelho. Mas eu sei que Cristo mudou minha vida e que nEleencontrei a paz que nunca pude encontrar de outra maneira. Sei que Ele pode afastar-me dopecado e que cuidou de mim em meio s provas e ao sofrimento ocasionado pelo abandonode minha famlia.Quando falo com muulmanos, primeiro compartilho aquilo que j conhecem, ou seja, acriao, a queda, a desobedincia do homem e os profetas. Em seguida, vemos aspromessas de Deus com relao ao Messias, comeando por Abrao. Isso nos leva vidasem pecado de Jesus e cruz. Ento dou o meu testemunho e lhes digo que agora sou oque sou graas `Sua morte expiatria, em meu lugar, dando nfase ao perdo de Cristo e aopoder para vencer o pecado. Com freqncia falo em colgios secundrios cristos nosquais h estudantes muulmanos e muitos deles vm a Cristo. Quando tal acontece, tm departicip-lo aos seus pais e alguns deles deixam de pagar as mensalidades da escola. Masos jovens continuam confiando no Senhor, que quem lhes d toda a ajuda que necessitampara a vida.

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    Captulo 6

    Encontrei o Verdadeiro Gozo

    Juan Parwez

    Paquisto

    Perteno a uma famlia muulmana do Paquisto. Desde minha infncia me interessei portemas religiosos. Aos oito anos, as pessoas me chamavam de Santo e muitos vinham amim para que orasse por eles, pois estavam convencidos de que aconteceria conforme aminha palavra, pois Al a cumpriria. Na escola nunca brigava com ningum e meconcentrava nos estudos. Os jogos no me interessavam muito; o que eu gostava era deestar com pessoas religiosas. Minha famlia compartilhava desse interesse. Meu pai eraum muulmano convicto, muito erudito, e eu queria ser como ele para ganhar o respeito de

    todos, e, por isso, os estudos chegaram a ser uma obsesso para mim.Quando terminei o stimo ano de educao, meu pai morreu. Permaneci mais um ano naescola, mas meu corao estava quebrantado. Perdi o interesse pelo mundo ao meu redor eme isolei, saindo de minha casa para viver em um lugar desolado, sem preocupar-me com afome ou a sede. Passava semanas inteiras sem voltar para casa. Depois de um certo tempo,um primo meu levou-me a um sufi de quem me comprometi a ser discpulo. Ele meaconselhou que adotasse um estilo de vida de ascetismo espiritual e, assim, eu passavamuitas noites sem dormir lendo o Coro. vezes, me esquecia de comer e me debilitava atal ponto que mal podia caminhar. As pessoas comearam a me procurar de dia e de noite para pedir que orasse por suas enfermidades, dores e sofrimentos. Como j no tinhainteresse no mundo, no queria ver ningum, mas quanto mais evitava as pessoas, mais me

    procuravam.Continuamente, minha preocupao era observar a lei do Isl atravs de rezas, viglias, etc.Mas, embora procurasse com todas as minhas foras fazer boas obras, diariamente, pecava.O orgulho e a vanglria eram os mais freqentes, porque depois de adorar Al, acreditavamesmo que eu era santo e os demais, pecadores. Comecei a me preocupar muito porquequeria saber como me libertar de minha maldade, pensando que sem boas obras estavadefinitivamente condenado ao inferno. Esse temor me perseguia constantemente. Sentiaque no podia cumprir a lei: esta tinha se tornado uma carga muito pesada para mim. Pelofato de ser um muulmano fiel, eu usava uma barba comprida, mas logo raspei-acompletamente a Al, no tinha necessidade de me preocupar com as aparncias. Meusvizinhos comearam a reclamar, argumentando que a lei um assunto de conduta externa e

    que somente Al conhece o corao. Portanto, sendo muulmano, eu deveria obedecer a lei,orar e jejuar. No lhes dei importncia, mas continuava perturbado.Por essa ocasio, tive alguns problemas na vista e fui ao hospital cristo de Taxila

    para fazer tratamento mdico. Ali, ouvi alguns pregadores cristos que proclamavam aPalavra de Deus e nela encontrei o que necessitava: Vinde a mim todos os que estaiscansados e oprimidos e eu vos aliviarei (Mt 11.28). Este versculo tocou meu corao,pois a lei me oprimia e sentia falta de apoio. Dessa forma, procurei um pregador paraconversar com ele.

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    Ao terminar o tratamento, voltei para minha casa. Eu estava totalmente convencidoda veracidade da religio crist, mas deixar o Islamismo no era algo fcil: o que diriam aspessoas? O que pensariam aqueles que confiavam em mim? Desde o momento em que ouvia mensagem do Evangelho, essas perguntas foram um grande obstculo. Encontrava-meperplexo e em grande conflito espiritual. Mas continuei orando assim: Oh, Deus, mostra-

    me o caminho certo e d-me foras para segui-lo. Sabia que o Senhor Jesus intercederiaem meu favor e me daria paz e consolo.Graas a Deus, ele me deu graa e decidi retornar a Taxila. Ali, seis meses depois de

    ter encontrado o Senhor, batizei-me. Imediatamente, enviaram-me a Hyderabad para fazerum curso de estudos bblicos. Ali, pude compreender a graa e o amor de Deus reveladosaos homens atravs de Seu Filho. Depois disso, senti o desejo de continuar estudando.Agora estou terminando minha carreira universitria. Enquanto isso, dou testemunho deCristo, especialmente dos muulmanos porque sei que o Senhor me enviou a eles. Deus med um poder maravilhoso para compartilhar com outros o gozo que encontrei ao confiar emCristo.

    Tive que enfrentar muitas dificuldades em virtude de minha converso, mas oSenhor sempre me ajudou, dando-me vitria sobre as tentaes. No incio, minha famliaops-se frontalmente, mas j mudaram um pouco de opinio e meu grande desejo quepossam aceitar ao Senhor. Agora, estou livre de todas as amarras que a lei impe e meregozigo na salvao pela graa e no pelas obras. A Palavra de Deus diz: no h justo,nenhum sequer (Rm 3:10), e ... porque pela graa sois salvos, mediante a f; e isto novem de vs, Dom de Deus; no vem das obras para que ningum se glorie (Ef 2:8,9).Minha vida mudou totalmente. Meu orgulho foi substitudo por um esprito de servio.Depois que me converti, tive que realizar trabalhos muito humildes, como varrer o cho,lavar pratos, ser guarda-noturno etc, e fiz tudo sem reclamar. Alcancei esta beno porconfiar em Cristo, que disse: mas entre vs no assim; pelo contrrio, quem quisertornar-se grande entre vs, ser esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entrevs, ser servo de todos. (Mc 10.43,44)

    Agora, leciono numa escola e estou bastante satisfeito, embora meu salrio no sejamuito alto. Meu desejo entrar para um seminrio e aprender mais sobre o Senhor e assimservi-lo melhor. Quero que a vontade de Deus seja cumprida em minha vida e continuartestemunhando sobre o que Cristo fez em mim.

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    Captulo 7

    Tudo foi diferente

    Hasan Dehqani-Tafti

    Ir

    Nasci e passei minha infncia em Taft, um lugar perto de Yezd no centro de Ir.Num hospital cristo em Yezd, minha mo conheceu o amor de Deus revelado em Jesus, ebatizou-se. Entretanto, quando o hospital fechou, ela se viu obrigada a voltar para Taft ecasar-se com um parente muulmano chamado Muhammad.

    Uma missionria evanglica costumava visitar nossa casa e compartilhar suamensagem com cerca de vinte pessoas ali reunidas. Para mim, a morte de minha me,quando eu tinha apenas cinco anos, foi uma grande tragdia, mas, como veremos, Deus

    tirou proveito dessa desgraa. Fui criado como muulmano xiita e anualmente participavana dramatizao da morte de Hussein. Mas a missionria pressionava continuamente meupai para que me deixasse estudar em Yezd, pois o ltimo desejo de minha me fora que mecriasse como cristo. Meu pai concordou finalmente em consultar o Coro e sua respostafoi positiva. Convenceram-no a que permitisse que, aos sete anos de idade, eu participassede uma escola de homens na bonita e histria cidade de Isfajn, que era a sede iraniana dasociedade missionria da Igreja, onde funcionava uma universidade, vrios colgios e umhospital.

    Durante algum tempo passei por uma espcie de sobe e desce espiritual. Nasprimeiras semanas de frias de vero, considerava-me cristo e discutia com outros sobreminhas crenas, mas, depois, toda atmosfera da cidade me pressionava e me convertia num

    muulmano. Mas, quando completei doze anos, a influncia da escola prevaleceu e decidiser cristo. Em Taft cheguei a evangelizar mais dedicadamente que nunca, meu pai cedeus presses de seus amigos e tirou-me da escola, mas a missionria e outros cristospediram-lhe com insistncia que me deixasse voltar. Ele consultou novamente o Coro econcordou com meu regresso. Progredi muito nos estudos.

    Com a idade de dezoito anos, batizei-me e escrevi o seguinte a meu pai: Encontreio gozo e a felicidade que desejava em Jesus Cristo. Ao voltar de frias a Taft, encontreimuita hostilidade e at minha prpria famlia me considerou impuro, embora continuassemsendo amorosos e hospitaleiros. Assumi mais responsabilidades na Igreja em Isfajn: lia aspassagens bblicas, escrevia e traduzia hinos etc. Jamais esquecerei a alegria e o zeloinocente daqueles dias.

    Quando acabei o secundrio em Isfajn, a diocese enviou-me a Teer para osestudos superiores, pensando que num futuro no muito distante eu ingressaria noministrio. Deparei-me com um ambiente secular dominado pela filosofia e a sociologia.Antes, minha f havia sido abalada quando estudei psicologia no ltimo ano do Secundrio,mas ali eu havia tido ao meu redor, sbios professores cristos. Um deles aconselhou-me ajamais deixar de orar e ir Igreja, embora s vezes isso pudesse parecer sem sentido. Leveibem em conta este bom conselho. Encontrei apoio em um cristo de Teer com o qual podiacompartilhar meus problemas.

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    Assim que me formei tive que prestar o servio militar. Lutei sem xito para no serconvocado, pois como cristo no podia participar da guerra. Declarei minha f crist e ocapito repreendeu-me severamente ao saber que eu havia trado a religio islmica de meupai. Aps algum tempo, eu j ganhava um bom soldo como tenente. Minha famlia tinhaesperana de que isso ajudaria a melhorar seu nvel de vida, mas eu me lembrei das

    palavras de Cristo: Se algum vem a mim e no me ama mais que a seu pai e a sua me...no pode ser meu discpulo (Lucas 14.26 VP).Deus havia me chamado para o ministrio em sua Igreja e eu no podia desobedecer

    o chamado celestial.Depois de cumprir o servio militar, trabalhei durante dois anos com jovens e com

    um ministrio de literatura crist. Eu sentia muita alegria de poder servir na Igreja, masinteriormente no tinha paz e achava que no estava crescendo como cristo.

    Fui enviado a uma conferncia mundial de jovens em Oslo, Noruega, e, em seguida,fui para a Europa continuar meus estudos. Encantei-me com a beleza e a paz dauniversidade. Entretanto, assim que passou a emoo inicial, voltei a experimentar aquelainquietude de esprito; desta vez mais intensamente. Sentia cada vez mais solido. Euculpava Deus por ter levado minha me to cedo em minha vida, mas no fundo de minhaalma sentia um vazio de amor: eu ansiava ser amado pelo que eu era e no pelo que aspessoas queriam que eu fosse. Era to grande meu desejo de receber a ternura de uma me eo abrao acolhedor de um pai que o simples fato de pensar nisso, deixava-me semesperana. Eu tambm culpava aqueles que haviam me separado dos meus. Tais ondas deauto-compaixo eram, em certas ocasies, to fortes que as lgrimas brotavam de meusolhos e, da mesma forma que J, amaldioava o dia em que tinha nascido.

    Parecia que ningum me compreendia, ou se o faziam, no eram capazes de ajudar-me. Frases religiosas como entregue-se a Cristo, ou ore, que Ele te dar paz, paramim chegaram a ser meras palavras que careciam de significado.

    Estando em tal situao, entrei em contato com um lder cristo que havia ajudadomuitos jovens a vencer suas dificuldades. Ouviu-me por duas horas enquanto que, comlgrimas nos olhos, abri-lhe meu corao. Senti que me amava e me compreendia e tinhacerteza de que por meio dele podia encontrar alvio. Numa de nossas conversar, sugeriu quelesse Salmos e o livro de J. A leitura destes dois livros teve o mesmo efeito sobre minhasdificuldades que o do sol quando derrete a neve.

    Atravs da experincia de J, encontrei a mim mesmo: A minha alma tem tdio minha vida; darei livre curso minha queixa... Por que escondes o teu rosto e me tens porteu inimigo?... Ah! se eu soubesse onde poderia achar a Deus! (J 10.1; 13.24; 23.3). E,afinal, escutei-me decidir junto com J: Eu te conhecia s de ouvir , mas agora os meusolhos te vem. Por isso me abomino e me arrependo no p e na cinza (J 42.5-6).

    Eu necessitava de arrependimento! Arrependimento de Ter me considerado o centrodo mundo. Ento, vi-me tal qual era: um monumento ao egosmo, a essncia do orgulho,um perfeito fariseu. Eu havia ido a Europa para preparar-me e chegar a ser um lder melhorem nossa pequena Igreja; mas um fariseu no pode aprender: sempre tem que ensinar! Pelagraa de Deus, pouco a pouco cheguei ao ponto em que pude, humilhado, pedir ao Senhorque tivesse compaixo de mim, um miservel pecador.

    Depois disso, tudo foi diferente. Eu sabia que era um verdadeiro pecador, e quantohavia custado a Deus perdoar-me por meio da cruz de Jesus Cristo. Ao comear acompreender o amor de Deus, fui recebendo tranqilidade. Toda a preocupao, a tenso efalta de paz comeavam a desaparecer. Inclusive percebi que estava dormindo melhor. As

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    pessoas no era mais difceis de suportar, mas, sim, interessantes e dignas de ser amadas,pois, como eu, haviam sido objeto do amor divino.

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    Captulo 8

    Como posso reconciliar-me com um Deus Santo?

    Natanael Idarous

    Zanzibar

    Aos cinco anos de idade, comearam a ensinar-me a ler o Coro em rabe. Depoisfui um estudante tmido que lutava para ser professor de Islamismo numa regio que jproduziu grandes eruditos da religio muulmana. Estudava rodeado por grandes torres demesquitas de onde ressoavam as vozes melodiosas dos muezins, num ambiente em que nose permitiam dvidas. Felizmente, meu tutor era um parente prximo e eu pertencia a umafamlia sharif (supostamente descendente de Maom); portanto, gozava de uma posio

    privilegiada entre os muulmanos sunitas.Estive preso por quatorze meses por causa de minha ideologia poltica durante a

    revoluo que derrubou o governo rabe do Sulto de Zanzbar. Com outras quinze pessoaspermaneci numa cela de um metro quadrado. Foi ali, numa clara e fresca manh, com achuva gotejando do teto de minha cela, que ao acordar descobri um livrinho ao lado de meucobertor. Esse foi meu primeiro contato com o Novo Testamento. Como nenhum dos outrosprisioneiros admitisse ser seu dono, supus que algum visitante da Cruz Vermelha o tivessecolocado ali. Para mim foi um maravilhoso companheiro nas horas do dia que passvamosfora da cela. Eu o lia diariamente, embora sendo muulmano e, quanto mais meaprofundava, mais me apegava a ele.

    Ento, deparei-me com uma pergunta difcil para um muulmano: Como pode

    haver um s Deus e existir a Trindade? Embora no me sentisse capacitado, decidi estudarcomo foi a obra poderosa de Cristo e at que ponto Maom tomou para si o ttulo deprofeta. Eu no estava disposto a duvidar do contedo da Bblia nem a crer, como osmuulmanos que afirmam que os cristos adulteraram o livro de Deus. No tinha ningumque pudesse me ajudar, pois o nico cristo nesse lugar era o encarregado da cadeia. Mas, pela graa do Senhor, imediatamente depois de receber minha liberdade, tive aoportunidade de pedir alguns cursos bblicos por correspondncia da cidade de Dar-es-Salaam. Continuei fazendo esses estudos, enquanto noite recebia ensinamentos sobre oIsl.Foi nessa poca que tive uma melhor compreenso da verdade de Deus e finalmente obtiveo dom da Salvao por meio da f no sangue redentor de Jesus Cristo. Tomei esta deciso

    com a clara orientao de Deus. Se eu escrevesse todas as minhas experincias, poderiaencher volumes inteiros com a mensagem de Deus em tempos de adversidade; entretanto eume tornei cristo quando, falando em termos humanos, estava muito feliz.Minha converso era um evidncia de que, pela graa de Deus, havia podido livrar-me doslaos que me impediam de conhec-lO. A Bblia desempenhou um papel fundamentalnisto. Desde o incio, dois versculos haviam me tocado: um, o anncio: Porque a graade Deus se manifestou para salvao de todos os homens. (Tito 2.11); e o outro, umdesafio: como escaparemos, se negligenciarmos uma to grande salvao? (Hebreus 2.3)

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    Li muitos livros que ganhei de presente e que eram de diferentes denominaes. Masdecidi que somente a Bblia tinha a resposta para minhas inquietaes e, pouco a pouco,perdi o interesse em outros livros. O diretor do Instituto Bblico por correspondncia medeu de presente uma Bblia, em um momento propcio, e ele mesmo me apresentou a umacomunidade crist.

    Na Bblia aprendi que sou pecador e que todos nascem com uma natureza pecaminosa;percebi que este o maior problema da humanidade. Em I Joo 1.5-6 lemos: Deus luz eno h nele nenhuma treva. Se dissermos que temos comunho com Ele e andamos emtrevas, mentimos, e no praticamos a verdade. Vemos que todos so pecadores quecaminham na escurido; mas Deus luz, totalmente diferente da humanidade. Nosomente isso, mas assim como a luz e as trevas no podem conviver, tambm Deus nopode conviver com o pecado. Como posso eu, um pecador condenado morte, reconciliar-me com um Deus Santo? Como os meus pecados podem ser perdoados para obter acomunho com Ele? Palavra fiel e digna de ser recebida por todos: Que Cristo Jesus veioao mundo para salvar os pecadores (I Timteo 1.15). Este mesmo homem Jesus, a quemeu inicialmente tomei por um profeta inferior a Maom, , na verdade, o Salvador que veioao mundo para solucionar nosso problema mais grave.Foi difcil professar minha f em Cristo entre os muulmanos fundamentalista de Zanzbar.Eu sabia que minha me ficaria muito decepcionada, porque para ela o fato de pertencer comunidade Sharif era um Dom muito precioso de Al. Meu irmo mais velho tinha fortesconvices marxista-leninistas, e tal fato causava a ela uma grande dor; depois ocorreuminha deteno, o que aumentou sua aflio. Seu nico consolo era minha libertao e queeu continuasse fiel f que ela me havia ensinado.O primeiro a notar que eu no ia mais mesquita, lia a Bblia com freqncia e que ia Igreja aos domingos foi um amigo ntimo. Fui convocado para uma reunio familiar paradiscutir o assunto. Eu reafirmei meu amor pela famlia e insisti que, se objetavam minha fcrist, deviam considerar o assunto luz dos motivos que eu havia tido para me converter eda verdade em que fundamentava meu comportamento. Em vez disso, decidiram preparacom a beno do Sheik, um coquetel de bebidas que, supostamente, teria poder para mudarminha atitude. Eu no poderia recusar, pois seria minha me quem me daria a bebida.Ao mesmo tempo, recebi cartas de amigos cristos que me aconselhavam a no ter medo deproclamar o nome do Salvador. Aceitei o convite de alguns missionrios e fui passar duassemanas em Dar-es-Salaam. Queria ser batizado ali, mas os lderes da igreja no aceitavamque eu me batizasse sem que recebesse antes uma boa preparao. Tanto ali, como noQunia, pas que visitei um pouco depois, aproveitei o bom companheirismo cristo doscrentes africanos e europeus. Depois fui a Adeu, cidade natal de meu pai. Era uma pocade grande tenso, e como vivia entre muulmanos, raramente podia reunir-me com outroscristos. Assim, somente depois de um ano que pude ser batizado. Eu insisti que fossepor imerso, fato que trouxe algumas dificuldades nessa poca de turbulncia. Comoresposta de minhas oraes, fui batizado na praia como smbolo da morte, sepultura eressurreio de Cristo, tornando-se assim realidade em minha vida o meu nascimento parauma nova vida. Agora minha alma chegou a uma perfeita paz, repleta de amor por JesusCristo e me regozijo dia e noite em minha redeno por Seu sangue. meu desejo sinceroque todo homem, mulher e criana possam encontrar o caminho da salvao e assimsaborear a doura da alegria em Cristo Jesus.

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    Captulo 9

    Pastor de Todos

    Timteo Akindale

    Nigria

    O pai de Tiyamyu era o lder de um importante grupo familiar muulmano em suacidade. Quando Tiyamiyu era ainda menino foi enviado para estudar numa tradicionalescola cornica com o mestre mais sbio da cidade. Seu pai declarou que ele jamaisestudaria na escola primria normal. Contudo, quatro anos mais tarde, quando se ausentouem viagem de negcios, outros familiares permitiram que Tiyamiyu freqentasse a escolaprimria. Quando seu pai regressou, no teve outro remdio seno aceitar. Mas o meninocontinuou indo escola cornica todas as noites depois da escola diurna.

    Quando completou quatorze anos, ele j conhecia bem os principais argumentosanti-cristos. Em sua Bblia havia anotado os textos onde Moiss est dando instrues comrelao aos ritos de purificao e o relato de como Jesus lavou os ps de seus discpulos,alm da citao onde Esdras chama seu povo orao. Com estes versculos atacava oscristos, alegando que deveriam praticar a purificao e a orao ritual como faziam osmuulmanos.

    Apesar disso, um trabalhador cristo que servia na Igreja local fez amizade com opai de Tiyamiyu e o rapaz comeou a brincar com as crianas que moravam na casa damisso, observando tudo o que acontecia. Prestou ateno como o missionrio sepreocupava com todos os que chegavam, como conversava com eles, como os entretinha,perguntava-lhes pela sade e lhes oferecia ajuda. Ao contrrio, Tiyamiyu via que as pessoas

    que procuravam seu mestre cornico, pediam-lhe remdios mgicos. Em certas ocasies,solicitavam proteo contra algum mal; outras vezes, queriam causar dano a outros atravsde magia. Tiyamiyu sentia que aquilo que interessava ao seu mestre era o dinheiro e sepreocupava muito pouco com o bem-estar das pessoas.

    Ento Tiyamiyu comeou a pensar mais e mais na mensagem de Cristo. Comeou aamar a Bblia. Rapidamente quis ser cristo; mas no se atrevia a falar sobre o assunto comseu pai. Procurou uma forma de passar um ano em outro lugar com um amigo cristo. Aoregressar sua casa, for nomeado professor numa escola primria muulmana. Ali tinhaque repetir oraes islmicas e ir mesquita, o que fazia em corpo, mas no em esprito.No tinha coragem de ir Igreja de sua cidade aos domingos, mas visitava um parentecristo a vrios quilmetros de distncia para reunir-se com ele. Pediu ao pastor dessa

    Igreja para ser batizado, e pouco depois de completar seus dezenove anos foi batizadosecretamente, mudando seu nome de Tiyamiyu para Timteo.Seu pai logo que soube e reuniu a famlia, dizendo que na sexta-feira seguinte

    levaria Timteo mesquita para desfazer o batismo e torn-lo muulmano novamente. Ojovem ouviu a conversa com mansido e, finalmente, pde expor seu ponto de vista:

    - No verdade que seus pais eram pagos antes de vocs se tornarem muulmanos?Por acaso vocs foram obrigados a segui-los, sendo eles pagos? Eles lhes permitiram quese convertessem ao Islamismo porque vocs criam que era o certo. Se vocs me obrigam a

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    ser muulmano quando meu corao diz que siga a Jesus Cristo, no seria um pecado desua parte?

    A famlia estava incomodada, mas aceitou a deciso inevitvel do jovem. Logo eleobteve um emprego como professor; comeou a receber treinamento cristo e finalmentegraduou-se no Colgio Teolgico Emanuel, em Ibadan. Seus familiares j estavam mais

    ou menos reconciliados com ele, visitavam-no, mas no lhe permitiam que falasse uma spalavra de sua f crist com nenhum membro da famlia. Tambm tinha que contribuir comdinheiro para a celebrao de certas festas muulmanas.

    Depois de muitos esforos persuasivos, Timteo conseguiu que seu pai fossepresenciar sua ordenao ao ministrio. O jovem leu o Evangelho, ajudou a servir a SantaCeia. Seu pai lhe perguntou mais tarde:

    - O que estavam repartindo?Ao que Timteo respondeu:- No posso explic-lo neste momento, mas orarei para que um dia o senhor possa

    participar.Essa era a primeira vez que seu pai assistia a um culto cristo. De alguma forma,

    Deus falou-lhe nessa ocasio e ele viu ali a Sua glria, porque na semana seguinte disse aofilho:

    - Vou contigo tua Igreja.Desse dia em diante, comeou a dizer a todos que era seguidor de Jesus Cristo.

    Vrios jovens da famlia seguiram o seu exemplo, mas at hoje a me de Timteo continuasendo muulmana. Sempre que visita seu filho seu primeira pergunta : H um lugar ondeeu possa fazer minhas oraes?

    Durante os primeiros anos de sua converso, Timteo no queria saber nada doIslamismo. Para ele era simplesmente a religio que havia rejeitado. Fechou sua mente paraela. Por isso, surpreendeu-se quando no final de seu curso de teologia, pediram-lhe quefizesse um curso de quatro meses sobre estudos islmicos. Ento, no somente aprendeu aler e a traduzir algumas partes do Coro, como tambm compreendeu melhor o Islamismo eseus seguidores.

    Quando comeou a servir como ministro em sua primeira Igreja, encontrou-aenvolta em uma amarga controvrsia. Apesar de tudo, com pacincia, conseguiu que osmembros se reconciliassem. Desde o princpio, mostrou que estava to interessado nosmuulmanos da pequena cidade como nos cristos. Os muulmanos sabiam que era umconvertido, por isso mostravam-se desconfiados e na defensiva. Sabiamente, ele nodiscutia o Islamismo, mas visitava-os como visitava os cristos, dedicando-se a tudo quepromovesse o bem-estar da comunidade.

    Com a p na mo ajudou na construo da estrada; apoiou a fundao de umamaternidade para que as pessoas no precisassem caminhar treze quilmetros at o hospitalmais prximo. Incentivou um projeto de criao de peixes para dar trabalho aos jovens.Visitava com freqncia o Sheik e seus conselheiros no palcio. As pessoas comearam adizer: Este no somente pastor dos cristos, mas pastor de todos. Entretanto, ele noparticipava de cerimnias islmicas nas quais provavelmente teria de comprometer sua f.

    - Tu sabes recitar a Fatiha. Repete-a conosco!, - diziam-lhe, s vezes, osmuulmanos.

    Porm, discretamente lhes respondia:- Por favor, discutamos isso em outra ocasio.

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    Certa vez, um novo Sheik assumiu o trono. Como era muulmano, prontamenteempreendeu a peregrinao a Meca. Enquanto ficava ali, os islamitas mais fanticos dacidade atacavam os pagos, entrando em suas casas e destruindo seus dolos. Os Sheiksanteriores haviam permitido cerimnias pags tradicionais, mas a meta dos fanticos eraque o novo Sheik praticasse um Islamismo puro: no deixariam rastros do paganismo.

    Acreditavam que assim que os pagos ver-se-iam obrigados a aceitar o Islamismo. Masaconteceu algo muito diferente! No final, foi de muito alegria para os cristos e para aglria do nome de Jesus. Os pagos, perseguidos pelos muulmanos jamais aceitaram oIslamismo; comearam, sim, a chegar em pequenos grupos Igreja crist local. Nesse anovinte e um pagos. Citando um provrbio, os muulmanos diziam: Ns esvaziamos alagoa, mas os cristos pegaram os peixes.

    Depois disso, Timteo serviu no projeto Islamismo na frica, antes de fazer seusestudos universitrios sobre o Isl. Possui um temperamento feliz, alegre e otimista. Ama amsica e o teatro, utilizando-os a servio do Evangelho. Anima os muulmanos paraexplicarem seu ponto de vista religioso, pois deseja primeiramente compreender as pessoas.Por isso, ouve-as pacientemente. Quando chega o momento de testemunhar sobre Cristo,sabe como tranqilizar seu ouvinte, falando-lhe claramente, mas sem ofend-lo. Elerecomenda conversar com um ou dois muulmanos tranqilamente, em particular, ao invsde organizar reunies em massa. Atualmente muitos cristos se questionam se devemtestemunhas aos muulmanos ou no. Timteo uma resposta viva a essa pergunta!

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    Captulo 10

    O Doador da Paz

    Qamar Zea

    ndia

    Quando eu tinha por volta de dezesseis anos de idade, freqentava o oitavo ano numaescola pblica no sul da ndia. Entretanto, logo tive que abandon-la por causa daenfermidade de meu pai. Depois me enviaram para estudar numa escola crist perto deminha casa. Desde o instante em que ali entrei, notei uma professora crist, diferente detodas as outras pessoas que j havia conhecido. Observei sua maneira carinhosa de falar,sua amabilidade para com todos os estudantes e a grande dedicao ao trabalho. Sua vidaimpressionou-me tanto que fique um pouco confusa. Como possvel que um ser humano

    seja assim? Mais do que uma vez eu me perguntava. Depois percebi que era porque oEsprito de Deus estava nela.Nessa escola comecei a analisar a Bblia. Dois dias por semana estudvamos o AntigoTestamento e outros dois dias, o Novo. Um dia fazamos trabalho de memorizao,aprendendo passagens bblicas e muitas canes. A princpio, eu no estudava comvontade; ao contrrio, fazia-o com indiferena. Como havia ouvido dizer que os cristoseram blasfemos, nem sequer em seu livro eu gostava de tocar.Em certa ocasio, estvamos lendo o captulo 53 de Isaas e memorizando algumaspassagens, coisa muito difcil para mim. Foi durante o estudo desse captulo que Deus,pela Sua graa, mostrou-me que nesse livro havia vida e poder. Ento comecei a perceberque Jesus vive para sempre. Assim, o Senhor colocou f em meu corao e cri em Jesus

    como meu Salvador e perdoador dos meus pecados. Somente Ele podia me salvar da morteeterna. Nesse momento, percebi tambm quo pecadora eu era. At ento, pensava queminhas boas obras me salvariam.Um poder de vida comeou a operar em mim. Quando Satans tentava enlaar-me em suascadeias e redes, eu podia resistir a ele lendo o Novo Testamento e confiando em Cristo. Eleme proveu de amigos cristos que me deram um lar. Depois de algum tempo fui batizada.Ento, com f plena, pude dizer que Jesus Cristo o doador da salvao e da paz. Tal pazno pode ser dada pelo mundo; um dom de Deus.Isto at aqui relatado uma breve histria pessoal escrita pela prpria Qamar Zea.Depois, ela foi para Karachi com sua famlia, procedente do sul da ndia, pouco depois dadiviso do pas. Um amigo escreveu a uma obreira crist, que foi ao seu encontro e ficou

    surpreendida com seu encanto e beleza. Nos poucos momentos que puderam conversar emparticular, Qamar pediu missionria que noite lhe trouxesse um Novo Testamento.Logo, ela se foi de Karachi e no voltaram a se encontrar por sete anos, quando Qamar aprocurou porque teve que abandonar o lar, pois estavam planejando seu casamento. Essepequeno Novo Testamento, lido secretamente, tinha mantido viva sua f, sem a ajuda denenhum ser humano. Seus familiares seguiram-na para discutir com ela, e conseguiram queela voltasse para visitar sua me por alguns dias.

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    Quando regressou com a missionria, foi enviada ao Norte, a Sahiwal, em Punjab, paramorar na casa das enfermeiras do hospital cristo. Ali desfrutou do feliz companheirismode outras moas crists, e preparou-se para seu batismo, depois do qual mudou seu nomepara Ester. Ela participava totalmente da vida do hospital e se regozijava quando podiafazer o mais simples favor a algum ou colaborar no evangelismo.

    Mais tarde, foi ao Centro Unido de Treinamento Bblico em Gujranwala. Como foi umatima aluna, de mente inquisidora, que no ficava satisfeita com solues superficiais,conseguiu obter um discernimento e um domnio das Escrituras que envergonhava muitoscristos maduros. Amava a Bblia, e antes mesmo de seu batismo havia declarado: Sintoque Deus quer que eu seja professora da Bblia. Este livro tem grande poder. Quero quefaa por outros o que fez por mim. Durante umas frias de vero em Sahiwal ficougravemente enferma, o que constituiu grande provao para ela. Deus deu-lhe vitriadepois de muitas lgrimas e dvidas, e sua sade foi completamente restaurada.Quando terminou seu curso, mudou-se para uma pequena cidade chamada Chichawatni.Ali, uma obreira crist convidou-a para morar em sua casa e trabalhar com ela. Assim,instalou-se em seu novo lar, numa propriedade com muita gua e sombra, no meio dervores floridas. Ela costumava dizer que Chichawatni era seu precioso lar. Adotou ovesturio do lugar, que consistia em calas largas, em lugar do sari indiano e fez de tudopara aprender a lngua punjab, embora nunca tenha conseguido domin-la totalmente.Aprendeu a andar de bicicleta, algo que no muito comum entre as mulheres doPaquisto, e quando ela e uma senhora de idade avanada saam pedalando para visitaralguma cidadezinha ou aldeia vizinha, muitos curiosos se voltavam para v-las.Com essa senhora, ia a lares muulmanos nos quais, segundo o costume, as mulheresficavam reclusas a maior parte de suas vidas. Logo reconheceram que ela era de umafamlia muulmana, e algum lhe disse uma vez: Em seu rosto ainda se reflete a luz dosanto profeta Maom! Mas quando Ester comeava a contar sua histria e a falar de Jesus,o Messias, a admirao transformava-se em confuso e hostilidade. Com freqncia lheperguntavam: Como pode fazer isto?, ao que respondia: A graa de Deus est sobremim. Ento, com histrias, desenhos e cnticos, contava-lhes as boas novas de JesusCristo, e freqentemente as pessoas a ouviam com fascnio. s vezes zombavam dela e arejeitavam, mas isso no a desanimava.Quando passava o forte vero e entrava o inverno, ela ia com os missionrios aos seusacampamentos nas vilas. Ficavam ali por cinco ou seis dias, ministrando os ensinamentosbsicos pequena congregao composta de gente pobre e, na sua maioria, analfabeta.Ester se deleitava, indentificando-se com eles e acompanhando os cnticos com o ritmo deseu tambor. Reunia-se com os colhedores de algodo, admirando a beleza da paisagem. No Natal estavam de volta e Ester se dedicava ao treinamento dos jovens para aapresentao de um bonito drama natalino.Aqueles foram dias felizes. Entretanto, sua famlia escrevia-lhe freqentemente,pressionando-a para que voltasse para casa. Ela preparou suas malas com a inteno devoltar no final do ano, mas no sentia paz em relao a isso. Depois de muita orao,sentou-se e escreveu uma carta, na qual colocava suas condies para regressar: que lhepermitissem viver como crist e que no a obrigassem a se casar. Enviou a carta registradapelo correio, mas nunca obteve resposta. Foi acampar por mais um ms com seus amigoscristos, voltando prontamente com eles a Chichawatni, pois os pastores e evangelistas daregio iam celebrar sua reunio mensal. Nessa noite, ela se encontrava ocupada, dandobrilho nas panelas e cantando alegremente. Estava com um leve resfriado e por isso deitou-

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    se mais cedo. A casa estava cheia de visitas. De alguma forma, um inimigo conseguiuentrar enquanto todos dormiam. Pela manh, ela no saiu. Foi encontrada morta em suacama, com a cabea esmagada por algum instrumento pesado e cortante.Foi enterrada no cemitrio cristo de Sahiwal. Muulmanos e cristos foram ao serviofnebre e repetiram as palavras triunfantes de: S fiel at a morte, e eu te darei a coroa da

    vida. A polcia vasculhou a casa e estudou cuidadosamente seus livros e cartas,procurando alguma pista, talvez algum bilhete de um pretendente desiludido. A informaofinal ao dono da casa foi: Senhor, no achamos pista nenhuma: ela estava somenteenamorada de seu Cristo. Uma bonita capela para uso do pessoal e dos pacientes, situadano terreno do hospital cristo de Sahiwal, constitui uma homenagem em sua memria.

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    Captulo 11

    Um Despertar Total

    Razzaq Barakatullah

    Ilhas Maurcio

    Meus pais eram da ndia, mas viviam em Maurcio, um estado insular do Oceano ndico.Como muulmanos fiis, obedeciam ao p da letra lei islmica. Criana ainda, aprendi aler e escrever a lngua urdu e a ler o Coro (embora sem compreend-lo), e logo estudeinuma escola secundria muulmana, onde se dava muita nfase histria, cultura e teologiado Islamismo. Eu cumpria com os requisitos de minha religio, mas pouco a poucocomecei a questionar sua importncia.Ensinaram-me que eu no podia ganhar o paraso e a outra vida se no cumprisse com tais

    obrigaes, e eu estava preocupado em saber se obteria a graa de Al ou a suadesaprovao. Minha alma ansiava por um consolo que nem as oraes, nem os jejuns,nem a leitura do Coro me proporcionavam. Decidi indagar at o mais profundo doIslamismo, muito alm das tradies; e o nico meio para isso era o estudo exaustivo doCoro. Comecei ento, a l-lo numa verso francesa.Todos os muulmanos crem que a prova da origem divina do Coro est em suainigualvel beleza. Eu havia sentido essa beleza, quando o ouvi dos leitores profissionaisna mesquita ou pelo rdio. Mas ao l-lo em francs, fiquei confundido e desiludido pelocontedo, pois parecia estar cheio de contradies e duras ameaas. Minha f foi sacudidaainda mais ao ler a sura trinta e trs que relata como Maom, tendo j nove esposas, recebeuuma revelao especial que o induziu a casar-se com a mulher de seu filho adotivo Zaid.

    Aparentemente a ele se aplicava uma norma diferente da que se exigia dos demais fiis.Com dezesseis anos, refleti sobre essas passagens, o que me levou a viver muitos mesescom dvidas e a fazer uma dolorosa auto-anlise. Sem negar a beleza do Coro no idiomarabe, vi que isso no constitua evidncia suficiente para comprovar sua origem divina.Tambm pensei na vitria do Islamismo: certamente Al estava com eles! Mas nos ltimoscinqenta anos, o comunismo tambm havia conseguido dominar as vidas de um tero dahumanidade, e no podia, evidentemente, contar com a aprovao de Al. Assim, enquantoo debate se travava em minha mente, abandonei o jejum e as oraes, com exceodaquelas das sextas-feiras, nas quais meu pai insistia muito.Alguns meses depois, estava sentado ao lado de meu pai na mesquita, refletindo se existiamesmo o paraso e o inferno; se havia vida depois da morte ou se ao morrer somos

    simplesmente eliminados. Ento, refleti que a melhor maneira de servir a Al era servindoao prximo. Por isso, nesse instante, decidi dedicar minha vida para aliviar o sofrimento deoutros por meio da medicina. Verifiquei que isso requeria muito sacrifcio e abnegao eencontrei em mim o mesmo egosmo e a mesma ambio que havia nos outros. Sempresentia ansiedade pelo futuro: Eu teria sucesso ou fracasso? Ou estaria sempre imerso namediocridade? Alm disso, sofria de um complexo de inferioridade e de um srioproblema de gagueira; por isso, estudei muito para provar quem era e mostrar a mimmesmo que podia superar meus colegas.

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    Pensei que se pudesse obter as melhores notas no exames preliminares, estaria satisfeito.Mas ao obt-las, no senti a satisfao que esperava. Aconteceu a mesma coisa com osexames finais. Ento, pensei que alcanaria finalmente a felicidade viajando para o exterior.Seria um estudante universitrio, possuiria muito dinheiro e tomaria conta da minha prpriavida.

    Quando sa de casa, fiquei triste porque deixava meus pais, mas, ao mesmo tempo, estavacheio de esperana. Na Europa, com o clima mido e frio, a dificuldade em encontrar umlugar e o choque do novo ambiente, logo desapareceu a emoo de estar num lugardiferente. No tinha a quem recorrer. Assistia s aulas em salas enormes, com centenas deoutros estudantes. Tudo era muito impessoal. Estava s o tempo todo, desesperadamente sno meio de uma multido ativa e barulhenta. Procurei fazer amigos e s encontrei bonsmodos. Achava-me to deprimido que fui falar com o reitor e lhe disse que iria abandonar amedicina. Ele me aconselhou para que no tomasse uma deciso precipitada, pois o primeiro ano sempre deprimente. Continuei, mas questionando-me se algum diaalcanaria a paz e a serenidade, e se a felicidade no mera iluso.Com esses pensamentos na mente, uma manh encontrei-me com um jovem cristo fora dasala de aula. Ao nos conhecermos melhor, comeamos a nos reunir para conversar sobrepoltica e outros aspectos da vida. Sua atitude, dominada por uma f viva em Deus, era positiva e confiante. Os outros viviam somente para os fins de semana, e eu ficavaescandalizado e me repugnava a linguagem alterada com que contavam o que haviam feito.Grande parte do tempo, passavam-no na cama e o resto em bebedeiras e com mulheres e,assim, na segunda-feira estavam doentes. Eu pensava: que caricatura do que a vida deveriaser. Entretanto, minha prpria conduta no era muito melhor. Eu no sabia como Ter umavida plena e profunda.Certa vez, o rapaz cristo apresentou-me ao grupo de jovens de sua Igreja e, novamente,impressionei-me ao ver como eram alegres e diferentes. Quando perguntei a um deles omotivo da alegria, ele me disse que a diferena estava em que eles tinham Jesus Cristocomo Salvador e Senhor. Eu no tinha idia do que isso significava; alm disso, parecia-meestranho que pessoas sensatas pudessem crer que Deus tivesse um Filho, Jesus Cristo, comoos seres humanos. Entretanto, isso despertou minha curiosidade pela f crist. Meu amigodeu-me de presente um Novo Testamento numa verso antiga. Achei sua leitura difcil eirritante por causa dos arcasmos e de palavras pouco conhecidas e, assim, depois de algunscaptulos, abandonei-o.Um Sbado assisti uma reunio organizada pela turma jovem. No me lembro muito damensagem, mas me deram um livreto chamado A medula do Cristianismo. Ao chegar emcasa, comecei a l-lo. O autor explicava que a rebeldia do homem contra Deus nos afasta atal ponto, que nada podemos fazer para chegar at Ele. Nossa relao chega a depender dalei e no do amor. Deus no podia nos reconciliar com Ele pela fora, pois Seu desejo terfilhos que sejam seres humanos e no robs. Tambm no podia esquecer-se de nossarebeldia ou simplesmente deixar-nos perecer, pois ama a cada um de ns. Ao encontrar-sefrente a tal dilema, Deus fez algo inimaginvel, que era a nica soluo. Na pessoa de umhomem, Jesus de Nazar, Ele mesmo desceu humanidade, identificou-se totalmente como homem e permitiu que o pecado dos homens e mulheres prevalecesse contra Ele. Ao serexecutado como um criminoso qualquer e por acusaes falsas, suportou as terrveisconseqncias de nossa maldade. Deus demonstrou, assim, de uma vez por todas seuimenso amor pelo ser humano e seu juzo contra o pecado. Na pessoa de Jesus, oferece-nosperdo e nos convida a nos reconciliarmos com Ele. Agora, - perguntava o autor qual a

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    tua resposta a esse amor? Como voc se sentiria se algum rejeitasse o amor e o cuidadoque voc est oferecendo?Mentalmente repassei os ltimos anos de minha vida e reconheci que o amor de Deus e suamo haviam me guiado. Deus respondeu s minhas oraes em momentos difceis, mas eutinha me esquecido dEle de imediato. Lembrei-me de minha oposio a Jesus Cristo e

    como em certa ocasio eu tinha tomado po e vinho, zombando da Ceia do Senhor. Aindaassim, Ele continuava me amando e cuidando de mim; no tive outra alternativa a no serajoelhar-me e pedir-lhe perdo.Depois de uma noite bastante agitada, fui Igreja, pois era domingo. Eu havia pensadomuito em qual seria atitude de meus pais pela desonra que minha converso traria famlia.Como poderia com minha carreira, j que eu dependia financeiramente de meu pai? Meusamigos cristos me disseram que eu deveria lanar toda minha ansiedade sobre Cristo, queme daria foras; mas eles no compreendiam a natureza do meu problema.Entretanto, aprendi pouco a pouco o que significa Ter f em Deus, e tornei-me maiscorajoso para testemunhar medida em que experimentava a graa de Deus em CristoJesus, de forma que todos meus compatriotas na cidade souberam da minha converso.Logo comecei a fazer a mim mesmo muitas perguntas sobre a f: a confiabilidade do NovoTestamento, o significado do fato de que Jesus o Filho de Deus, de sua morte, daTrindade, etc. Tinha que convencer-me de que o Cristianismo era razovel, que no havialugar para a preguia mental. Eu deveria compreender a f e sua relao com a vida nomundo moderno.Tornei-me cristo porque encontrei-me frente a frente com o amor de deus na pessoa deCristo. O que vivi depois e continuo experimentando muito mais do que eu jamais haviaesperado ou sonhado. Conheo a Deus como o Pai que ama e cuida de mim, no s peloque Jesus ensinou, mas tambm pela maneira como Ele tratou a pessoas difceis de amar,como Zaqueu (Lucas 19), ou a mulher samaritana (Joo 4).Ento, comecei a buscar a vontade de Deus e procurar cumpri-la pela sua graa. Oro nosomente para obter algo, mas porque a comunho com Deus doce, refrescante erenovadora. Aprendi a aceitar a mim mesmo, porque tenho certeza de que Deus me ama eme aceita assim como sou. Dessa forma, pude comear a emocionante experincia dedescobrir quem sou eu. Certas habilidades e capacidades, de cuja existncia eu somentesuspeitava, se evidenciaram e deram fruto. Meu complexo de inferioridade desapareceu eminha gagueira ficou quase imperceptvel.

    Para mim a converso foi um despertar total: espiritual, emocional e intelectual. Fizamizades profundas e que me satisfazem. Antes, quando me encontrava rodeado deeuropeus e africanos, eu era muito consciente da minha raa e cor; mas, agora, entrecristos de qualquer raa, isso no tem mais importncia. Este companheirismo algo tomaravilhoso que sempre procurei sua causa. Encontrei a resposta com o apstolo Paulo emEfsios 2.11-16: Mas agora em Cristo Jesus, vs que em outro tempo estveis longe,fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Porque Ele nossa Paz. Por isso, quandoconheo um cristo que leva a srio seu cristianismo, sinto imediatamente um lao decomunho com ele, seja qual for sua raa ou educao.

    Sob o domnio de Cristo estou aprendendo o significado da vida e o segredo dafelicidade, a segurana de que em meio aos altos e baixos da vida, sempre posso apoiar-meno amor e na proteo imutveis de Deus Todo-Poderoso. Tanto o sucesso como o fracassopassam a ser iguais na perspectiva de seu infinito amor. Agora no olho mais para o futurocom ansiedade, mas sim, com esperana, e isso d emoo e espontaneidade minha vida.

  • 8/14/2019 Muculmanos que encontraram a Cristo

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    Captulo 12

    Era tudo o que eu havia sonhado

    Maryam

    Indonsia

    Normalmente uma pessoa sente-se atrada por uma f ou um determinado estilo devida porque tem algum conhecimento a respeito, ainda que esse conhecimento sejalimitado. Mas minha experincia foi diferente. Eu me sentiria envergonhada se tivesse quefalar de toda a maldade que havia no me corao. Mas, ao escrever isto, vejo como umespelho que reflete minha prpria vida, e quero dizer que no recebi os mandamentos deDeus e a graa da salvao porque os compreendi, mas sim pela grandeza de seu poder.Como muulmana de nascimento, fazia todo o possvel para cumprir os requisitos do

    Islamismo. Para mim, era algo muito natural, pois todos os meus antepassados haviamprofessando essa f, a qual passaram a ensinar aos seus descendentes. Talvez o leitor sepergunte se eu conhecia bem o Islamismo e se tinha a segurana de que minha religio medaria a