Mudanças Climáticas

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uma preocupação de todos 2 a edição

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Livro didático do professor amazonense

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MANEJO FLORESTAL

SUSTENTÁVEL

NO ESTADO DO AMAZONAS

PARA PRODUÇÃO DE MADEIRA

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Carlos Eduardo de Souza BragaGovernador do Estado do Amazonas

Omar José Abdel AzizVice-governador do Estado do Amazonas

Nádia Cristina d’Avila FerreiraSecretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Gedeão Timóteo AmorimSecretário de Estado da Educação e Qualidade de Ensino

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Mudanças climáticas

uma preocupação de todos2a edição

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Coordenação Geral Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/SDS Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino/SEDUC Equipe Técnico-Pedagógica Romilda Araújo Cumaru Ozenete Aguiar De Mozzi Tania Ribeiro Moço Maria Edilene Neri de Souza

Apoio Técnico-Científico Centro Estadual de Mudanças Climáticas/CECLIMA Fundação Amazonas Sustentável/FAS

Consultoria Técnico-Científica Marina Thereza V. do Amaral Campos Luis Henrique Piva Rodrigo Mauro Freire Carlos Rittl Francisco Higuchi Anderson Bittencourt

Colaboradores Virgílio Maurício Viana Mariano Colini Cenamo Kamila Botelho do Amaral Antonio Luiz Menezes de Andrade Professores das escolas da rede pública estadual de ensino de Manaus (Esc. Est. Djalma Batista, Petrônio Portela, Marcantonio Vilaça e Marquez de Santa Cruz) e dos municípios de Itacoatiara, Iranduba, Carauari e Lábrea.

Revisão de Texto Benayas Inácio Pereira e Assessoria de Comunicação da SDS Projeto Gráfico e Diagramação Gabi Juns

Ilustração Eric Peleias

Foto da Capa Arquivo da AGECOM — Governo do Amazonas

2009

Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/SDSAv. Mário Ypiranga, 3280 — Parque Dez de Novembro69050-030, Manaus, AMFones: (92) 3642.4724/8898www.sds.am.gov.br

M965 Mudanças climáticas: uma preocupação de todos - Manaus: Governo do Estado do Amazonas/SDS, 2008. 64p. ISBN 85-7512-272-3

1. Meio Ambiente 2. Clima 3. Aquecimento Global 4. Efeito Estufa

CDD 363.7 22. Ed.

FICHA CATALOGRÁFICAYcaro Verçosa dos SantosBibliotecário CRB-11 287

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Amigo e amiga educador(a),

O Governo do Amazonas publica mais um livro da “Coleção Educação para a Sustentabilidade”. O tema mudanças climáticas deve estar no foco de nossas preocupações, principalmente se quisermos deixar um mundo melhor para os nossos filhos e netos. Os conceitos relacionados às mudanças climáticas devem ser compreendidos e repassados aos nossos estudantes na busca de uma geração com maior consciência ambiental.

É importante compreender o papel estratégico do nosso Amazonas no combate às mudanças climáticas globais. Estamos, sim, na vanguarda do combate às mudanças do clima e provamos isso ao criar a primeira Lei Estadual de Mudanças Climáticas do Brasil, em junho de 2007.

Dedico esta apresentação a todos os guardiões das florestas – homens e mulheres – que vivem no interior do Amazonas, conservando o que é nosso, conciliando renda e desenvolvimento com a conservação do ambiente.

Bom aprendizado!

Eduardo BragaGovernador do Amazonas

MENSAGEM DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONASCoordenação Geral Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/SDS Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino/SEDUC Equipe Técnico-Pedagógica Romilda Araújo Cumaru Ozenete Aguiar De Mozzi Tania Ribeiro Moço Maria Edilene Neri de Souza

Apoio Técnico-Científico Centro Estadual de Mudanças Climáticas/CECLIMA Fundação Amazonas Sustentável/FAS

Consultoria Técnico-Científica Marina Thereza V. do Amaral Campos Luis Henrique Piva Rodrigo Mauro Freire Carlos Rittl Francisco Higuchi Anderson Bittencourt

Colaboradores Virgílio Maurício Viana Mariano Colini Cenamo Kamila Botelho do Amaral Antonio Luiz Menezes de Andrade Professores das escolas da rede pública estadual de ensino de Manaus (Esc. Est. Djalma Batista, Petrônio Portela, Marcantonio Vilaça e Marquez de Santa Cruz) e dos municípios de Itacoatiara, Iranduba, Carauari e Lábrea.

Revisão de Texto Benayas Inácio Pereira e Assessoria de Comunicação da SDS Projeto Gráfico e Diagramação Gabi Juns

Ilustração Eric Peleias

Foto da Capa Arquivo da AGECOM — Governo do Amazonas

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MENSAGEM DA SECRETÁRIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – SDS

Caro professor (a),

O Governo do Amazonas, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS, e da Secretaria Estadual de Qualidade do Ensino – SEDUC, apresenta o Livro: Mudanças Climáticas: uma preocupação de todos, destinado aos docentes da rede estadual de ensino.

Trazer a realidade do dia-a-dia para a sala de aula é tarefa desafiadora, pois requer uma atualização constante dos diferentes temas que se relacionam com os diversos saberes.

A Educação Ambiental, como tema transversal, é cada vez mais necessária, pois aborda a problemática ambiental causada pela ação humana, buscando mudanças em relação a hábitos e valores que construímos.

Desse modo, estimular atividades escolares que discutam os problemas ambien-tais constitui importante iniciativa na formação de alunos cidadãos, conscientes de suas responsabilidades em relação à problemática ambiental.

A proposta do livro é inovadora, pois inicia com uma abordagem conceitual de expressões utilizadas nas diferentes reportagens da mídia escrita e televisiva, apre-senta os diferentes cenários das políticas públicas mundial e nacional; e informa aos professores sobre o que o Estado do Amazonas tem feito para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Apresenta, também, dicas para que o professor e aluno sejam estimulados a serem melhores consumidores e melhores formadores de opinião.

Finalmente, propõe estratégias educativas sobre o tema para serem desenvolvidas com o aluno, a família e a sociedade.

Neste contexto, o tema mudanças climáticas é uma oportunidade para o desenvol-vimento de projetos multidisciplinares, criando condições para que as diversas disci-plinas do currículo dialoguem, troquem experiências, aproximem conceitos e envol-vam toda a comunidade.

Esta é uma oportunidade para o diálogo entre os professores das diferentes áreas do conhecimento, entre os alunos, entre alunos e professores, entre a escola e a comuni-dade, pois é a partir das trocas que os projetos enriquecem. A contribuição de diferen-tes atores faz com que o projeto não pertença a ninguém e pertença a todos, passando a ser um projeto da Escola.

Nossa expectativa é que possamos apresentar em breve uma 2ª edição ampliada e revisada deste livro, enriquecida com a prática pedagógica dos nossos professores. Todas as contribuições serão bem-vindas.

Boa leitura!

Profa. Nádia Cristina d’Avila FerreiraSecretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS

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MENSAGEM DO SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E QUALIDADE DE ENSINO

Professor (a):

A Educação Ambiental avança na construção de uma cidadania responsável, esti-mulando interações mais justas entre os seres humanos e os demais seres que habi-tam o Planeta, para a consolidação de um presente e um futuro sustentável, sadio e socialmente justo.

Seus princípios e objetivos se coadunam com os princípios gerais da Educação contidos na Lei 9.394, de 20/12/1996 (LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) que, em seu Artigo 32, assevera que o Ensino Fundamental terá por ob-jetivo a formação básica do cidadão mediante: (...) II – a compreensão do ambiente natural e social do sistema político, da abordagem das artes e dos valores que se fundamenta a sociedade e em seu Artigo 35, quando assevera que o Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, (...) terá como finalidades: (...) III – aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e desenvolvimento da autonomia intelectual do pensamento crítico. Assim também o Artigo 36 que, ao determinar que os currículos do Ensino Fundamental e Médio tenham uma base em comum a ser complementada por uma parte diversificada exigida pelas característi-cas regionais e locais da sociedade, prevê, em seu § 1º – os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, (...) o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente no Brasil.

Com base nestes preceitos legais a proposta central da Educação Ambiental é permanente, sistemática e constante, pois sua essência consiste na mudança de com-portamentos e na construção de uma sociedade educada e ambientalmente sustentá-vel, a partir de conhecimentos que permitam aos indivíduos refletir de forma crítica, acerca da realidade. Nessa perspectiva, não se trata apenas de conservar e proteger a natureza, mas de repensar a sociedade de forma global. Dessa forma, urge construir novos textos e novos estilos de desenvolvimento que facilitem as diversas manifesta-ções culturais, sociais e de respeito às diversidades, desenvolvendo potencialidades individuais e coletivas.

Assim, a Educação Ambiental permite a você, professor e professora, repensar sua prática pedagógica e trabalhar de forma transversal e contextualizada, permeando todas as áreas do conhecimento, de forma interdisciplinar.

Este livro está escrito com uma linguagem simples com o objetivo de ampliar o seu conhecimento sobre os impactos e consequências das mudanças climáticas e o acesso ao debate a respeito deste tema, tanto em sala de aula como na comunidade.

Na perspectiva de contribuir com uma melhor relação do homem com a natureza, oferecemos a você este livro que traz informações sobre Mudanças Climáticas, abor-dando desde os seus aspectos conceituais até a indicação de alternativas positivas que contribuam, efetivamente, para combater o aquecimento global.Um grande abraço,

Prof. Gedeão Timóteo AmorimSecretário de Estado de Educação e Qualidade de Ensino – SEDUC

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MENSAGEM DO DIRETOR GERAL DA FUNDAÇÃO AMAZONAS SUSTENTÁVEL

Professor (a),

Os relatórios do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas mostram uma qua-dro alarmante. Se nada for feito para diminuir os impactos ambientais das atividades humanas, teremos sérias consequências sociais e econômicas. São necessárias ações concretas e urgentes.

A mudança do clima global apresenta riscos e oportunidades. Um dos maiores ris-cos é o aumento da frequência de eventos climáticos extremos: grandes secas e cheias, vendavais etc.

A grande oportunidade que surge é a relação entre gás carbônico e as florestas. Para atenuar a mudança do clima é necessário reduzir a produção de fumaça que contenha gás carbônico. Isto significa diminuir as queimadas e o uso de derivados de petróleo. Já existem mecanismos para pagar pelo reflorestamento em áreas des-matadas antes de 1990, como parte do Protocolo de Kyoto. Atualmente está surgindo um novo instrumento, chamado de “pagamento de serviços ambientais”. Em poucas palavras, isto que dizer que nossas florestas prestam serviços para a humanidade: produzem água para chuva, conservam a biodiversidade e armazenam gás carbôni-co. Estes serviços, especialmente o armazenamento de gás carbônico, começam a ter um valor monetário.

O Governo do Estado do Amazonas vem trabalhando neste assunto desde 2003. Este trabalho tem recebido crescente reconhecimento nacional e internacional. Com isto esperamos construir um novo horizonte para a conservação de nossas florestas e a melhoria da qualidade de vida para nossas populações ribeirinhas, caboclas e indí-genas. Isto é parte da missão da Fundação Amazonas Sustentável, criada no início de 2008. A Fundação será responsável pela implementação do Programa Bolsa Floresta, que é o primeiro sistema de pagamento por serviços ambientais para populações tradicionais do Brasil.

Este livro representa uma contribuição muito importante para a política de mudan-ças climáticas do Brasil, da Amazônia e do Amazonas. Esperamos que os professores da rede pública e privada de ensino possam se inspirar neste texto para inserir na sala de aula o tema de mudanças climáticas globais e suas alternativas de mitigação e adaptação.

Prof. Virgílio Maurício VianaDiretor Geral da Fundação Amazonas Sustentável – FAS

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Mudanças Climáticas - uma preocupação de todos

Apresentação

Capítulo 1 - Introdução

Capítulo 2 - Conceitos importantes para entender as mudanças climáticas

Qual a diferença entre clima e tempo?

O que são mudanças climáticas?

O que é efeito estufa?

O que é o Aquecimento Global?

Por que os gases de efeito estufa estão aumentando?

O Ciclo do carbono e sua relação com as mudanças climáticas

Qual é a ligação da Fotossíntese com o Ciclo do carbono?

Capítulo 3 - Principais emissores de gases de efeito estufa (GEE)

Principais países emissores

Principais fontes emissoras de gases de efeito estufa no Brasil

Principais fontes emissoras na Amazônia brasileira

Como os cientistas sabem o quanto de carbono uma árvore possui?

Capítulo 4 - Efeitos das mudanças climáticas no mundo e no Amazonas

Capítulo 5 - Ações de combate, mitigação e adaptação às Mudanças Climáticas

Políticas públicas mundiais

O Brasil e as mudanças climáticas

O Amazonas e as mudanças climáticas

Criação e gestão de Unidades de Conservação

Capítulo 6 - Alternativas e propostas de combate às mudanças climáticas

Hidrelétricas

Biocombustíveis

Energia solar

Biomassa

Energia eólica

Gestão dos resíduos sólidos no Estado do Amazonas

Urbanização

Manutenção das Florestas e serviços ambientais

Capítulo 7 - Você e as mudanças climáticas

Capítulo 8 - Finalizando...

Apêndices

Anexos

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A interação do homem com o meio ambiente é inerente à vida, mas, apenas ao perceber as reações adversas do clima e do ambiente ao comportamento do homem, conseguimos valorizar e nos preocupar com essa interação.

O clima do Planeta está mudando. É nosso dever entender porque isso está ocorrendo e mudar nossas atitudes para vivermos num mundo saudável. Na perspectiva de contri-buir com o seu trabalho, elaboramos este livro com informações sobre o tema Mudanças Climáticas.

Vários aspectos relacionados com este tema tais como: principais conceitos, dados atu-ais, ações de mitigação e de combate às causas de mudanças no clima serão discutidos, bem como as estratégias de adaptação da sociedade à nova realidade ambiental.

A Educação Ambiental integrada ao cotidiano da escola, contribui certamente para a implementação de soluções ecologicamente corretas, socialmente justas e economica-mente viáveis. Ainda mais, quando trabalhada transversalmente com todas as disciplinas e atividades escolares, objetivando a formação do cidadão consciente e atuante.

Nesse contexto, é essencial que o estudante tenha contato e aprenda com a natureza en-quanto estuda, para despertar um maior interesse pelo ambiente. Usando jogos, dinâmicas de grupo, dramatizações, trabalhos de campo e outras atividades bem direcionadas, você, professor, torna o aprendizado mais divertido e acessível aos estudantes.

Professor, você é um importante agente educador, que ao trabalhar este tema com seus estudantes estimulará mudanças de comportamento e de ações para a melhoria de vida de nossa sociedade através da formação de cidadãos mais conscientes e ativos com relação à questão ambiental e à mudança do clima.

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Figura 1 Enchente na comunidade Baixio. Iranduba, junho de 2006.

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É com imensa alegria que apresentamos a segunda edição do livro “Mudanças Climáticas, uma preocupação de todos”, segundo volume da coleção Educação para a Sustentabilidade. A coordenação de Educação em Mudanças Climáticas do Centro Estadual de Mudanças Climáticas (CECLIMA) iniciou o processo de disseminação dos conteúdos em agosto de 2008, por meio de um projeto piloto em cinco municípios do Amazonas – Manaus, Itacoatiara, Iranduba, Lábrea e Carauari – escolhidos em função de estarem situados na região metropo-litana ou no arco do desmatamento.

Na primeira etapa do projeto foi feito uma sondagem sobre o trabalho que as escolas esta-vam desenvolvendo sobre a Educação Ambiental e posteriormente foi realizada uma oficina de formação que teve início com a capacitação de 25 técnicos da SEDUC, por profissionais especializados da SDS (CECLIMA, Secretaria Executiva Adjunta de Articulação Institucional – SEARTI e da Secretaria Adjunta de Florestas e Extrativismo – SEAFE).

Durante a formação foram trabalhados conceitos e diferentes diálogos para as propostas das políticas públicas no Amazonas, sendo uma oportunidade de troca de conhecimentos sobre o que Estado tem realizado para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e as ações de fomento ao manejo florestal sustentável na região.

Logo após a oficina de formação para os técnicos da SEDUC, foi iniciada a capacitação dos professores da Rede Pública de Ensino, cujo objetivo para 2008 foi atingir aproximadamente 300 professores. Em Manaus ocorreu no período 15 a 26 de setembro de 2008 envolvendo quatro escolas de tempo integral e atendeu cerca de 100 professores e técnicos. Nos municí-pios de Iranduba e Itacoatiara a capacitação ocorreu entre 29 de setembro a 9 de outubro, e nos municípios de Lábrea e Carauari no período de 21 a 24 de outubro do mesmo ano.

O ponto relevante na oficina foi a construção dos projetos interdisciplinares envolvendo as duas temáticas. Uma das metas alcançadas foi o fortalecimento das parcerias para uma gestão conjunta no tratamento das temáticas ambientais, realizando oficinas de formação continuada para o público local.

Esta 2ª edição, ampliada e revisada, somente foi possível em função da valorosa con-tribuição dos docentes capacitados, que adequaram nesta 2ª edição, os conteúdos e a lin-guagem empregada na primeira versão em escala que atenda os 62 municípios do Estado do Amazonas. A obra também foi validada pela Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado do Amazonas – CIEA-AM que gentilmente encaminhou suas preciosas contribuições que foram imediatamente incorporadas.

O desafio desta Coleção é sensibilizar os professores à construírem conjuntamente, novos olhares para a conservação das florestas e das ações preventivas para mitigar as mudanças do clima, em busca de melhorias da qualidade de vida da Amazônia, do Brasil e do Planeta. Outro desafio é incentivar os professores a criarem núcleos e projetos interdisciplinares, numa perspectiva multiplicadora de aproximar a realidade cotidiana para dentro da escola e da comunidade, nortear a educação escolar, na formação do indivíduo para o espírito crítico, hábil para trabalhar a criatividade, ser conhecedor de sua realidade histórica, política, social, cultural e ambiental, capaz de perceber-se agente sócio-ambiental. Portanto, a Educação Ambiental, promovendo mudanças na escola poderá apontar novos rumos para a formação do cidadão.

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A preocupação com as mudanças climáticas e aquecimento global já começa a fazer parte do cotidiano das pessoas em todo o Planeta. Esses temas são considerados os maiores problemas ambientais enfrentados pelo ser humano em todos os tempos. Por isso, o tema mudanças climáticas está atualmente em grande foco na mídia mundial, sendo constan-temente enfatizado pelos meios de comunicação ao longo destes últimos anos. Ouve-se falar diariamente na televisão, nas rádios e nos jornais que a temperatura do Planeta está aumentando e que isto promoverá consequências catastróficas para a vida de todos.

Entretanto, as informações passadas ao público tem sido quase sempre simplistas de-mais e por vezes imprecisas. Assim, este livro direcionado aos professores do Estado do Amazonas tem como função contribuir para o aprimoramento teórico e prático sobre o tema mudanças climáticas e indicar ações educacionais, pessoais e coletivas, que fazem a diferença para combater as mudanças do clima.

capítulo 1

Figura 2 Enchente no Amazonas. Careiro da Várzea, junho de 2006.

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Para um melhor entendimento, este livro define as mudanças climáticas como sendo o conjunto de alterações nas condições do clima da Terra, como por exemplo, alterações dos períodos e nas intensidades das chuvas, das secas, nas mudanças das médias de tem-peraturas entre outros. Este conjunto de alterações está ocorrendo devido ao processo de aquecimento global. E este é causado pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre, em especial nos últimos cento e cinquenta anos. Não existe mais dúvida entre os cientistas de que o clima do planeta Terra realmente já está mudando e que os seres humanos são os maiores responsáveis por estas mudanças climáticas.

É importante saber que essas mudanças climáticas terão consequências graves, como o aumento da probabilidade de catástrofes climáticas extremas (furacões, tufões, fortes secas e enchentes, elevação do nível do mar), com profundas consequências para a eco-nomia, saúde, qualidade de vida e sustentabilidade dos ecossistemas naturais.

O Brasil é um País que também contribui para o processo de aquecimento global. Ele está entre os cinco países que mais emitem gases de efeito estufa do Planeta. Destas emis-sões muito pouco vem das atividades referentes às indústrias e do setor de transporte. Ao contrário da maioria dos demais países, o Brasil possui uma matriz energética relativamente limpa, com uma grande participação de energias renováveis, como as hidrelétricas. A gran-de maioria das emissões brasileiras (cerca de 70%) vem do desmatamento e das queimadas florestais, principalmente na região Amazônica1.

Em relação à Amazônia, os cenários mais pessimistas apontam para um fenômeno chamado de colapso total da floresta amazônica, com o seu virtual desaparecimento e substituição por cerrados até 2050. Isto afetaria radicalmente a navegabilidade dos rios, a reprodução de peixes, a produtividade agropecuária, a qualidade de vida nas cidades e a sustentabilidade dos sistemas tradicionais de vida dos povos indígenas e ribeirinhos da Amazônia. Entretanto, não se deve desesperar frente às notícias assustadoras sobre o futuro do Planeta ou da Amazônia. Neste momento, o importante é ver esta situação como uma oportunidade “única” de o Brasil obter um reconhecimento, também financeiro, por ser um País que conserva suas florestas.

Sabe-se hoje que a floresta amazônica ajuda a manter o ciclo das chuvas, regula o clima do Planeta e também contribui para a manutenção da biodiversidade mundial. Com a flo-resta em pé ganham as comunidades que vivem destes recursos e ganha o mundo também, portanto, a preocupação de evitar que as florestas sejam derrubadas e queimadas devem fazer parte de uma estratégia global de controle do clima.

Além disso, controlar o desmatamento interessa à sociedade amazonense não apenas pelas suas consequências para o aquecimento global, pois sem igapós não existem pei-xes, e sem as florestas, rios, lagos e igarapés ficam comprometidos. Como seria a vida no Amazonas num cenário destes? Seguramente muito pior para todos: ricos e pobres. Cuidar das florestas, dos rios e das pessoas é garantir, portanto, o desenvolvimento e a sustentabi-lidade do Planeta.

1 Ricardo, B; Campanili, M. Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2007.

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São apresentados a seguir alguns conceitos chaves para o entendimento do tema sobre mu-danças climáticas e de suas consequências para o planeta bem como para a realidade de nós bra-sileiros. Estes conceitos básicos aqui transmitidos são importantes para entendimento do conteúdo do livro, como um todo.

Também estão apresentadas possíveis pergun-tas relacionadas ao tema mudanças climáticas e suas respectivas respostas.

capítulo 2

conceitos importantes para entender as

mudançasclimáticas

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Qual a diferença entre clima e tempo?

A meteorologia chama de tempo as condições instantâneas e variáveis da atmosfera, tais como mudança de temperaturas de um determinado lugar, do dia para a noite, mudanças de pluviosidade de um dia para o outro, mudanças de umidade, entre outros1.

Clima, por outro lado, são variações do tempo que tendem a seguir um padrão regular, característico de cada região do Planeta. O clima de cada região depende de diversos fatores, como latitude, seu relevo, sua vegetação, a proximidade do mar, e outros. Estes fatores, em geral, não variam rapidamente, de forma que o clima de cada região tende a permanecer constante ao longo dos anos1.

O que são mudanças climáticas?Mudanças climáticas são alterações nas condições do clima da Terra, tais como aqueci-

mento do Planeta, redução das chuvas em determinadas regiões geográficas, aumento da intensidade de furacões, ciclones e secas. As mudanças climáticas são geradas pelo aque-cimento global. Este é resultado do aumento do efeito estufa na atmosfera terrestre.

O que é efeito estufa?A atmosfera é uma camada de gases que

envolve o Planeta Terra. Os principais gases são o nitrogênio (N2) e o oxigênio (O2) que, juntos, compõem cerca de 99% da atmosfe-ra.

Outros gases encontram-se presentes, mas em pequenas quantidades, incluindo os co-nhecidos “gases de efeito estufa”. Entre estes estão o gás carbônico (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o ozônio (O3), os com-postos de cloro, flúor e carbono (geralmente chamados de CFCs) e também o vapor d’água (H2O). Esses gases são denominados gases de efeito estufa por terem a capacidade de reter

Nossa atmosfera

N2

O2

78,1%

21%

CO2próximo de

0,3%

H2O Vapor de água

0 a 4%

Argônio 0,93%

Neonabaixo de 0,002%Hélio

0,0005%

Metano0,0002%

Figura 3Gases de efeito estufa

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o calor na atmosfera, funcionando do mesmo modo que uma estufa para o cultivo de plan-tas. Eles permitem que as radiações solares atravessem a atmosfera e aqueçam a superfície terrestre, mas esta camada de gases dificulta a saída da radiação infravermelha emitida pela Terra, impedindo assim que ocorra grande perda de calor para o espaço, principal-mente à noite. Esse processo mantém a Terra aquecida1.

A temperatura da superfície terrestre é controlada por muitos fatores, entre os quais o efeito estufa, que funciona de forma semelhante a uma estufa de vidro. Os gases-estufa, contudo, absorvem a radiação infravermelha conservando-a e aquecendo partes mais bai-xas da atmosfera.

O efeito estufa (figura 3) é um fenômeno natural que acontece há milhões de anos, ele é muito importante para a manutenção da vida no Planeta, tal como conhecemos, pois sem ele a temperatura média da Terra seria 33ºC mais baixa1.

As ações do homem nos últimos 150 anos, relacionadas principalmente à utilização de combustíveis fósseis e ao desmatamento das florestas tropicais mundiais, têm contri-buído para emissões cada vez maiores destes gases de efeito estufa na atmosfera. Este acréscimo está promovendo o aumento do efeito estufa, gerando consequentemente o aquecimento global.

Parte dos raios solares que atingem a Terra atravessa a atmosfera e aquece a superfície terrestre. Aquecida, ela emite raios infravermelho. Parte deles é retida pelos gases de efeito estufa que compõe a atmosfera. Dessa forma, o planeta Terra não perde muito calor, mesmo à noite.

Esse efeito de retenção de calor ao redor do Planeta se chama Efeito Estufa.

raios solares

parte dos raios são refletidos pela atmosfera

atmosfera terrestre

raios infra-vermelhoretidos pela atmosfera

Figura 4Efeito estufa

2 http://www.climaedesmatamento.org.br/abc

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1 http://www.climaedesmatamento.org.br/abc2 Fonte: Robert Henson, 2006. Climate change. The symptoms. The science. The solutions.

O que é o Aquecimento Global?O aquecimento global basicamente é um fenômeno climático de grande proporção que

provoca um crescente aumento da temperatura média da superfície terrestre. Este processo vem sendo determinado pelos últimos 150 anos de civilização humana. Isso vem ocor-rendo em razão de um progressivo aumento na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre, principalmente devido à ação do ser humano. O aquecimento global é resultado da amplificação do efeito estufa.

Por que a concentração dos gases de efeito estufa está aumentando?

O excesso de gás carbônico (CO2) que atualmente é lançado para a atmosfera resulta

da queima de combustíveis fósseis (gás natural, carvão mineral e, especialmente, petróleo) principalmente pelos setores industriais e de transporte. Os reservatórios naturais de carbo-no e os sumidouros (ecossistemas com a capacidade de absorver gás carbônico) também estão sendo afetados por ações antrópicas, ou seja, pelas ações promovidas pelos seres hu-manos. O desmatamento e as queimadas florestais estão contribuindo para o efeito estufa, uma vez que liberam principalmente gás carbônico para a atmosfera1.

O metano (CH4) é o segundo gás estufa em importância antrópica e é 20 vezes mais potente que o gás carbônico, e suas concentrações vem aumentando rapidamente, chegan-do a duas vezes e meia o valor referente há um século. As principais fontes antro-pogênicas do metano estão na atividade agrícola, produzidas pela fermentação das bactérias anaeróbicas associadas aos arrozais, pela fermentação entérica dos ruminantes e pela queima de biomassa.

O óxido nitroso (NO2) de origem antró-pica é emitido, principalmente, no proces-so biológico da nitrificação e desnitrifica-ção do solo, especialmente pelo emprego em grande quantidade de fertilizantes ni-trogenados nas últimas décadas.

A concentração de gases de efeito es-tufa, na atmosfera, começou a aumentar no final do século XVIII, quando teve início a Revolução Industrial, a qual de-mandou a utilização de grandes quanti-dades de carvão mineral e petróleo como fontes de energia.

53%

CO217%

CH4

12%

N2O

18%

outros

Contribuições dos gases de efeito estufa2

Figura 4Efeito estufa

Figura 5Percentual dos gases-estufa

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As figuras a seguir mostram a correlação entre concentração de gás carbônico atmosfé-rico e variação da média de temperatura da atmosfera nos últimos anos.

Por meio destes gráficos, pode-se perceber que as médias das temperaturas globais acom-panharam as variações de concentração de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Quanto mais concentrações de gás carbônico na atmosfera terrestre, maior é o efeito estufa e, con-sequentemente, maior será a média de temperatura mundial.

Nesses mesmos gráficos, percebe-se que as concentrações de gás carbônico atmosférico (e consequentemente da temperatura média mundial) sofreram um rápido aumento em valor, nas últimas décadas. Também é possível perceber que esse rápido aumento coincide com o início da Revolução Industrial (fim do século XVIII). Com isso, confirma-se que o aumento de temperatura global atual tem forte correlação com as emissões de gás carbô-nico resultantes de ações antropogênicas.

Gráfico do aumento de temperatura:Fonte: UCAR & NOAA. Outubro de 1997. Reports to the Nation on Our Changing Climate.Gráfico do aumento de emissões de CO2:Fonte: TP Whorf Scripps, Mauna Loa Observatory, Hawai, Instituto de Oceanografia (SIO), Universidade da Califórnia, EUA, 1999 .

Figura 6Correlação entre concentrações

atmosféricas de gás carbônico e variações de temperaturas médias

mundiais, nos últimos anos. É impor-tante observar que houve um grande

aumento de emissões de gás carbôni-co, e consequentemente, um grande

aumento da temperatura mundial, nos últimos 150 anos (após o início da

Revolução Industrial).

Aumento na concentração global de CO2 (partes por milhão)

Aumento da temperatura média do planeta (ºC)

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O Ciclo do carbono e sua relação com as mudanças climáticas:

Existem dois tipos de ciclo do carbono: o geológico e o biológico. O geológico opera numa escala de milhões de anos e está integrado a própria estrutura do planeta, desde sua formação, cerca de 4,5 bilhões de anos. Neste caso, mais de 99% deste carbono está contido na litosfera, sendo a maioria, armazenado em rochas sedimentares (carbono inorgânico) e também em depósitos de combustíveis fósseis (carbono orgânico).

O ciclo do carbono inorgânico funciona da seguinte maneira: Por meio dos processos de erosão (ex.: chuva), o carbono contido nas rochas é arrastado

para os oceanos, e é depositado no fundo do mar. Estes sedimentos vão se acumulando ao longo de milhares de anos, formando rochas sedimentares, como as rochas calcárias.

O ciclo continua quando as rochas sedimentares do leito marinho são arrastadas para o manto da Terra, por um processo de subducção (processo pelo qual uma placa tectônica descende por baixo de outra). Desta forma, as rochas sedimentares são sujeitas a grandes pressões e temperaturas debaixo da superfície da Terra, derretendo e reagindo com outros minerais, libertando gás carbônico. O CO2 é devolvido a atmosfera através das erupções vulcânicas e outro tipos de atividades vulcânicas, completando-se assim o ciclo.

Em comparação com o ciclo geológico, o ciclo biológico do carbono é relativamente rápido e estima-se que a renovação do carbono atmosférico leve aproximadamente 20 anos. Na ausência da influência antropogênica (causada pelo homem), no ciclo biológico existem três reservatórios: terrestre, atmosfera e os oceanos. Este ciclo desempenha um pa-pel importante nos fluxos de carbono entre os diversos reservatórios, através dos processos da fotossíntese e da respiração.

Por meio do processo da fotossíntese, as plantas absorvem a energia solar e o CO2 da atmos-fera, produzindo oxigênio e compostos de carbono (açúcares como a glicose), que servem de base para o crescimento das plantas. As plantas, assim como os animais, utilizam essa glicose pelo processo de respiração, utilizando a energia contida nos compostos de carbono e emitin-do CO2. Juntamente com a decomposição orgânica (forma de respiração das bactérias e fun-gos), a respiração devolve o carbono, biologicamente fixado nos reservatórios terrestres, para a atmosfera, fechando o ciclo.

O reservatório oceânico é o maior dos três, representa quase 50 vezes mais que o atmos-férico. A quantidade de CO2 que o oceano absorve depende da temperatura do mesmo e da concentração já presente. Temperaturas baixas da superfície do oceano potencializam uma maior absorção do CO2 atmosférico, enquanto temperaturas mais quentes podem causar a emissão de CO2.

O homem moderno passou a interferir em ambos os ciclos: geológico e biológico. Até antes da Revolução Industrial, o carbono orgânico armazenado na litosfera, estava equilibrado. Com a industrialização e a intensificação da queima de combustíveis fósseis (como o carvão mine-ral) para a geração de energia, a emissão de gás carbônico para a atmosfera tornou-se maior

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que a capacidade natural de absorção. A degradação do meio ambiente, como a poluição de rios e oceanos e o desmatamento de florestas, alterou o ciclo biológico do carbono, diminuin-do a vida nos oceanos e a cobertura florestal.

O carbono, na forma de petróleo e carvão mineral, que havia levado milhares de anos para ser armazenado no solo e nos oceanos, passou a ser liberado pelas atividades humanas de volta para atmosfera em um espaço de tempo muito curto, impossibilitando que o ciclo natural o traga de volta para os reservatórios naturais.

As florestas possuem um papel muito importante porque são capazes de retirar parte do gás carbônico (CO2) da atmosfera por meio da fotossíntese. Porém, estas florestas vem sendo destruídas pela ação do homem em um ritmo acelerado e alarmante, sendo que as florestas do hemisfério norte, principalmente Europa e Estados Unidos, já estão praticamente dizimadas. Os oceanos, que possuem o maior estoque de carbono, vem sendo degradado regularmente fazendo com que a capacidade de absorção de carbono diminua cada vez mais.

Como o clima está intimamente associado a estes ciclos, a interferência humana desequi-libra a concentração de carbono nos reservatórios (oceanos, atmosfera e terrestre) e como consequência o processo natural de aumento de temperatura é acelerado, causando mudanças drásticas no clima.

queima de combustíveis fósseis

fotossíntese das plantas terrestres

queimadas florestais

respiração dos seres vivos (animais e plantas)

respiração das algas e animais marinhos

fotossíntese das algas

Figura 7O ciclo do carbono

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Qual é a ligação da fotossíntese com o ciclo do carbono?

A fotossíntese é um processo essencial à sobrevivência dos vegetais (plantas, árvores e algas), pois ela é a responsável pela produção de nutrientes e energia para tais organismos. Trata-se de um processo que transforma energia luminosa em energia química processan-do o dióxido de carbono (CO2), água e minerais, produzindo compostos orgânicos e oxi-gênio (O2).

Durante o dia, com a ajuda da energia solar, a planta transforma gás carbônico em com-postos orgânicos, que são utilizados no seu processo de respeiração, que nada mais é que o

inverso da fotossíntese, para gerar a energia vital ou para formação de massa ou biomassa.

A formação de biomassa significa crescimento estrutural da planta e/ou árvore. Isso quer dizer que a medida que a árvore fica mais alta ou gros-sa ela está acumulando massa, ou compostos de carbono (madeira, celulose entre outros).

Esse crescimento vegetal, em termos de carbo-no, pode ser entendido também como fixação ou sequestro de carbono. Desta forma, quanto mais árvores forem plantadas e crescerem, maior será o sequestro de carbono atmosférico para a transformação em biomassa, e menor será a concentração de CO2 na atmosfera, reduzindo-se assim as causas do aquecimento global, e das mudanças climáticas.

É importante lembrar que as árvores sequestram (e estocam) o carbono atmosférico em sua biomassa, quando crescem. Mas, elas também podem emitir grandes quantidades de gases de efeito estufa (ex.: gás carbônico e meta-no), quando morrem e são decompostas pela ação do tempo ou quando derruba-das e/ou queimadas pelo homem.

O crescimento das florestas e os reflorestamentos são ações importantes para reduzir os efeitos das mudanças climáti-cas por causa do sequestro do carbono atmosférico (gás car-bônico - CO2) para a formação de biomassa vegetal (fixação do carbono).

energia solargás carbônico (CO2)

oxigênio (O2)

água e sais minerais

O crescimento das florestas e os reflorestamentos são grandes ações para a redução dos efeitos das mudanças climáticas por causa de sua capacidade de sequestrar o carbono atmosférico (CO2) para a produção de energia dessas árvores pela fotossíntese como consequente formação de biomassa vegetal.

Figura 8Processo de fotossíntese

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PrinciPais

emissores

de Gases de efeito estufa (Gee)

capítulo 3

Principais países emissoresHistoricamente, os países industrializados tem sido responsáveis pela maior parte das

emissões globais de gases de efeito estufa. Um relatório das Nações Unidas, divulgado em novembro de 2007 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas-IPCC, indica que as emissões de gás carbônico de países do Anexo I (Alemanha, Austrália, Áustria, Bielo Rússia, Bélgica, Bulgária, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da América, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretânia, Irlanda do Norte, Romênia, Suécia, Suíça, Turquia, e Ucrânia) atingiram em 2005 seu segundo maior nível desde 1990. Os Estados Unidos,

maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, e a Rússia foram os que mais emitiram.

Atualmente, porém, vários países em desenvolvimento, en-tre eles China, Índia e Brasil, também se encontram entre os grandes emissores. A China já é o segundo maior emissor mun-dial. No entanto, numa base per capita, os países em desen-volvimento continuam tendo emissões mais baixas do que os países industrializados.

Em relação às fontes emissoras de gases de efeito estufa, também é possível observar um padrão global. Enquanto a maior parte das emissões decorrentes da queima de combustí-veis fósseis provém dos países industrializados, as emissões decorrentes das mudanças no uso da terra (desmatamento e queimadas) tem como seus maiores responsáveis os países em desenvolvimento.

Os países desenvolvidos foram responsáveis por mais de 75% das emissões de gás carbônico até o momento.

Por outro lado, as emissões do gás carbônico, nos países em desenvolvimento, foram basicamente devidas às mudanças de uso da terra. Segundo o Quarto Relatório de Avaliação do IPCC (2007)1, as distribuições das emissões globais de gases de efeito estu-fa, por setor, em 2004, são os do gráfico na página seguinte.

Vale lembrar que os países desenvolvidos converteram suas florestas para outras formas de uso da terra bem antes de 1950.

1 ONU, IPCC, 2007. Fourth Assessment Report. Climate Change 2007: Synthesis Report.

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capítulo 3

Principais fontes emissoras de gases de efeito estufa no Brasil

No Brasil, aproximadamente 70% das emis-sões de gases de efeito estufa decorrem do des-matamento e de outros usos da terra. Os 30% restantes são provenientes da queima de com-bustíveis fósseis para obtenção de energia. A proporção de emissão de gases de efeito estufa pelo setor energético brasileiro é baixa em razão da existência de uma matriz energética relativa-mente limpa, baseada na energia hidrelétrica.

Esses dados indicam que a melhor forma de o Brasil contribuir para a mitigação das mudanças climáticas globais é através da diminuição efe-tiva do seu desmatamento, principalmente na Amazônia. Além disso, vale lembrar que também se faz necessário a transformação da atual matriz energética brasileira em uma outra mais limpa e menos dependente de combustíveis fósseis.

Figura 10 Fogo na floresta Amazônica, Pará, agosto de 2007©

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enpe

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Emissões mundiais

suprimento de energia

indústria

mudança de uso do solo

agricultura

transporte

edificações comerciais e residenciais

resíduos

Figura 9Percentual de emissões por setor

25,9%

19,4%

17,4%

13,5%

13,1%

7,9%2,8%

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Principais fontes emissoras na Amazônia brasileira:A Amazônia brasileira tem perto de 5 milhões de km² distribuídos na região Norte

do Brasil (TCA, 1992)1. A média de área desmatada anual na região, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe, 2009)2 é de, aproximadamente, 12 mil km². Ao apli-car o modelo matemático, calcula-se que perto de 150 milhões de toneladas de carbono são emitidas na região amazônica, anualmente. Isso sem considerar as emissões através da geração de energia, queima de combustíveis fósseis, emissões na agricultura e durante o tratamento de resíduos.

No Amazonas, um dos estados que possui menor taxa de desmatamento da região Norte, tendo 98% da floresta preservada, estão armazenadas cerca de 24 bilhões de toneladas de carbono. Se suas florestas forem derrubadas para criação de pastos ou para produções agrícolas, boa parte desse carbono será emitida para a atmosfera, agravando mais ainda o aquecimento global.

Além da Floresta Amazônica servir atualmente como um gigantesco reservatório de car-bono, ela também retira parte do gás carbônico atmosférico, para desenvolver-se. Esse “sequestro de carbono”, feito por meio do processo fotossíntese, é em média, de 1,16 tone-ladas de carbono por hectare. Para cada hectare de floresta não desmatada, uma tonelada de carbono é sequestrada da atmosfera para a biomassa florestal por ano.

Analisando-se com calma esta questão, pode-se perguntar: Quanto todo esse estoque de carbono e a emissão de gases de efeito estufa representam em medidas popularmente conhecidas?

1 TCA (Tratado de Cooperação Amazônica). Amazonia Without Miths. Comission on Development and Environment for Amazônia. Quito - Equador, p. 99, 1992.2 PORTAL DO INPE: http://www.inpe.br

Uma tonelada de carbono é equivalente a 3,7 tonela-das de CO2. Um litro de gasolina gera 2,164 kg de CO2. Ao desmatar um hectare de floresta são emitidos 592 toneladas de CO2. O equivalente a queimar 274.500 litros de gasolina. Um carro popular, por exemplo, pos-sui um tanque com capacidade de 45 litros de gasolina, essa quantidade de gasolina é suficiente para abastecer mais de 6 mil carros populares de tanque cheio. Então, desmatar um hectare de floresta amazônica é equiva-lente, em quantidades de carbono emitido, à combustão de gasolina por 6 mil carros populares.

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Como os cientistas sabem a quantidade de carbono uma árvore possui?

Atualmente sabe-se que, em média, 40% do peso total de uma árvore é água. Desconsiderando-se o peso da água, o que sobra é o chamado de “peso seco” ou “bio-massa seca”. Aproximadamente 50% da biomassa seca é composta exclusivamente de carbono.

Mas, como os cientistas chegaram a esses números?A primeira etapa para calcular a biomassa e carbono de árvores é definir uma área de

floresta (por exemplo, uma área no tamanho de 10m x 10m) chamada de “parcela flores-tal”. Na segunda etapa, os diâmetros de “todas” as árvores dentro dessa área são medidos numa altura padrão de 1,30m do solo. A terceira etapa envolve a derrubada de todas essas árvores medidas e as suas partes são separadas em folhas, frutos, galhos, raízes e tronco, para cada árvore. Por ser a parte mais pesada, o tronco é cortado em pedaços pequenos. O próximo passo é pesar separadamente essas porções. Para isso é utilizada uma balança “especial” e a somatória dos pesos de todas essas partes é igual ao peso total da árvore. Todos esses procedimentos são feitos na própria floresta.

Para a obtenção da quantidade de carbono con-tida na árvore, uma amostra de cada uma de suas partes é retirada, ou seja: separa-se um pouco das folhas, alguns pedaços de galhos e de raízes e, do tronco, é cortada uma fatia fina, de 1 cm de espes-sura. Os pesos de cada uma destas amostras são ob-tidos e assim teremos o chamado “peso fresco”.

Depois disso, essas amostras são colocadas para secar em uma estufa. Os pesos das amostras são monitorados diariamente até que não haja mais diminuição, devido à perda de água. Quando ocorre essa estabilidade, sabemos que o peso seco das amostras foi atingido. As amostras secas são enviadas para um laboratório, que, com métodos sofisticados e equipamentos avançados, determina a quantidade de carbono existente.

Para cada árvore contida na parcela é realiza-do esse mesmo procedimento. Assim se obtém a quantidade, em quilos, de carbono existente na área estudada.

1 Silva, R.P. 2007. Alometria, estoque e dinâmica da biomassa de florestas primárias e secundárias na região de Manaus (AM). Tese de Doutorado, Curso de Ciências de Florestas Tropicais do INPA. 135p.

Para saber o quanto de carbono existe na floresta toda, basta fazer uma regra de três. Lembrando que 1 hectare tem 10.000 m². Suponha que em 100 m² exista 1 tonelada de carbono, em 10.000 m² tem 100 tonela-das de carbono. E assim se estima quanto de carbono existe na floresta amazônica.

100 m2 . . . . . .1 tonelada

10 .000 m2 . . . .x toneladas

x = 10 .000/100

x = 100 toneladas

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* aumento do branqueamento de corais

* aumento de deslocamento das espécies e riscos de incên-dios silvestres

* até 30% de espécies com aumento de ris-co de extinção

* biosfera terrestre tende a ser fonte de carbono com -15%

* mudanças nos ecossiste-mas pela debi-lidade do giro da circulação meridional

* mortalida-de massiva de corais

* -40% do ecossistemas afetados

* significativas extinções na terra

* aumento de danos por inundação e tempestades

* milhões de pessoas podem sofrer inundações costeiras anualmente

* em torno de 30% de várzeas costeiras perdi-das na terra

águaecossistemaalimentoszona costeirasaúde

Principais impactos em função do aumento da temperatura média do globo

O que pode acontecer se nada for feito para mitigação e combate das mudanças climáticas?As figuras a seguir mostram o que pode ocorrer no Planeta Terra caso o aquecimento

global gere um aumento médio da temperatura terrestre de até 5º C.

capítulo 4

efeitos das mudanças climáticas no mundo e no amazonas

* aumento da disponibilidade de água nos trópicos úmidos e altas latitudes

* redução de disponibili-dade de água e aumento de secas em latitudes médias e latitudes baixas semi-áridas

* centenas de milhões de pes-soas expostas ao agravamento do stress de água

* impactos ne-gativos localiza-dos e complexos para pequenos produtores e pescadores

* tendência de alguns cereais sua produtividade em média a altas latitudes

* tendências à redução de produtividade

* redução de produtividade de todos os ce-reais em baixas latitudes

* queda de produtividade de cereais em algumas regiões

* aumento da gravidade da desnutri-ção, diarréia, doenças cardio-respiratórias e infecciosas

* aumento da morbidade e mortalidade com ondas de calor, inunda-ções e secas

* mudança de distribuição de vetores de algu-mas doenças

* sobrecargas substanciais sobre serviços de saúde

Figura 10 Mudança média da temperatura

Page 27: Mudanças  Climáticas

27

O quadro acima mostra quais são as possíveis consequências do aquecimento global para os continentes do globo terrestre.

Observando-se os quadros fica fácil perceber o quão catastrófico pode ser o destino hu-mano caso nada seja feito, imediatamente, para conter o aquecimento global.

Figura 11Mudança média da temperatura

Principais impactos no mundo em função do aquecimento global

* aumento da desertificação* mais pessoas com problemas de inundação* espécies do Sub-Saara com risco de extinção

* mais de 7 milhões de pessoas em risco de enchentes costeiras* redução de milho e trigo na Índia e na China

* de 3 a 5 milhões de mortes causadas por calor por ano* branqueamento anual da Grande Barreira de Corais* redução de água disponível no sul e leste da Austrália e partes do leste da Nova Zelândia

África

Ásia

Austrália e Nova Zelândia

* diminuição da disponibilidade de água* diminuição do potencial de colheita de trigo

Europa

* provável extinção de espécies do Cerrado, Pantanal e Amazônia* mais de 200 milhões de pessoas com problemas de inundação

América do Sul

* aumento de ondas de calor * 70 a 120% de aumento de incêndios florestais no Canadá

América do Norte

* deserto polar substituído por tundra* aumento do degelo anual, reduzindo de 20 a 30% as áreas permanentemente congeladas

Regiões polares

* aumento de casos de inundação costeira* colonização de ilhas de médias e alta latitudes por espécies exóticas* perdas na agricultura

Pequenas ilhas

Page 28: Mudanças  Climáticas

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ações de combate, mitiGação e adaPtação às mudanças climáticas

capítulo 5

Neste capítulo, é apresentado um histórico do que já foi feito no mundo, no Brasil e no Estado do Amazonas em termos de políticas públicas de mitigação, de combate e de adap-tação às mudanças climáticas.

1) Políticas públicas mundiais A primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente foi em Estocolmo, na Suécia,

em 1972. Esta conferência teve um papel muito importante, pois foi a primeira vez que vá-rios países do mundo discutiram seriamente a questão ambiental. Nesta época, já estavam preocupados, principalmente, com o grande consumo de combustível fóssil no período do pós-guerra. Dois anos depois, cientistas ame-ricanos e europeus identificam alguns gases como gases de efeito estufa (clorofluorcarbo-nos, metano e óxido nitroso).

Enquanto o mundo se preocupava com o alto consumo de combustíveis fósseis, no Brasil, o problema era outro. A principal fonte de emis-são brasileira já era a derrubada e queimada das florestas (substituição da cobertura vegetal do solo). Desde então já havia a consciência de que o desmatamento na Amazônia era alar-mante. Em 1988, o Brasil fez o primeiro le-vantamento do desmatamento na Amazônia, e com isso, o mundo se chocou com as notícias referentes a um grau de desmatamento superior a 20 mil km² (o equivalente à uma área de 2,5 milhões campos de futebol) de florestas desma-tadas, no período de 1978 a 1987.

Em 1988, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês)

Mitigação é definida como a intervenção humana para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar os sumidouros de carbono, tais como

florestas e oceanos. É qualquer medida, política ou ação como: evitar o desmatamento, ampliar o uso de energia renovável e expandir o transporte público são

alguns exemplos de medidas de mitigação.Adaptação refere-se a ajustes nos sistemas natural e humano, em respostas a estímulos climáticos e seus

efeitos, de forma a reduzir os seus danos e explorar suas oportunidades benéficas. O tempo de adaptação refere-se ainda às medidas necessárias para adaptar

atividades humanas aos impactos irreversíveis de mudança de clima. Por exemplo, se em determinada região houver diminuição de chuvas, eventualmente

o sistema de captação e abastecimento público de água terá que ser adaptado aos mananciais que

continuarem disponíveis.Mitigação e Adaptação são estratégias distintas de resposta à mudança do clima: enquanto mitigação

é a prevenção indireta de danos, por meio de emis-sões, a adaptação é a prevenção direta de danos.

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foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Este painel é composto por um grupo internacional de cientistas de referência mundial na área de mudanças climáticas. O IPCC é encarregado de publicar atualizações regulares sobre o estado de conhecimen-to das mudanças no clima mundial.

Em 1989, a Assembléia Geral das Nações Unidas decide realizar uma segunda Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, e no ano seguinte o IPCC divulga o seu primeiro relatório, registrando que os níveis de gases de efeito estufa produzidos pelo homem estavam au-mentando na atmosfera, e que isto causaria o aque-cimento global.

Em 1992, no Rio de Janeiro, os países membros da ONU voltaram suas atenções ao combate do desmatamento, e deram mais atenção às mudanças climáticas. Esse encontro ficou conhecido como a Rio-92. A preocupação com o tema mudanças cli-máticas foi unânime, tanto que durante a Rio-92 foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC, sigla em inglês). Nesta convenção foi acordado que as emissões de gases de efeito estufa deveriam ser estabilizadas.

Depois da Rio-92, foi assinado o primeiro acordo internacional sobre mudanças cli-máticas, no dia 21 de março de 1994, por 182 países, inclusive o Brasil. O objetivo era estabilizar, voluntariamente, as emissões dos gases de efeito estufa. Em 1997, percebeu-se que as emissões de gases de efeito estufa não diminuiram em ao menos 5% em relação ao que era emitido em 1990. Neste momento foi criado o Protocolo de Kyoto.

O protocolo estabelece metas de redução de emissão dos gases causadores do efeito estufa aos países desenvolvidos. As nações desenvolvidas (anexo 1) que assinaram o docu-mento deveriam diminuir suas emissões de gases de efeito estufa em 5,2% em relação ao que foi emitido em 1990. O prazo estabelecido para atingir tais metas é de 2008 a 2012. Este prazo é conhecido como primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.

O protocolo entrou em vigor em fevereiro de 2005, depois que a Rússia (um dos maio-res emissores mundiais) ratificou o Protocolo em 2004 e, este passou a ser uma lei interna-cional e representa o primeiro passo concreto no sentido de evitar o aquecimento global e, consequentemente, reduzir as consequências trágicas que vêm sendo traçadas em razão da intensificação das mudanças climáticas. As negociações agora giram basicamente em torno do que será feito depois de 2012, quando termina a vigência do protocolo.

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2) O Brasil e as mudanças climáticasO Brasil ratificou a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

em 1994. No mesmo ano, o Brasil criou a Coordenadoria de Mudança do Clima, por meio do Dec. 1.160/1994, no âmbito da Comissão Interministerial para o Desenvolvimento Sustentável (Cides).

Em 1999 foi criada a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima (CIMGC), sob a presidência do Ministro da Ciência e Tecnologia e vice-presidência do Ministro do Meio Ambiente, destinada a coordenar “a implementação das ações necessárias ao cum-primento dos compromissos assumidos pelo Brasil por força da Convenção do Clima”. A Comissão funciona na sede do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e dispõe de um site (www.mct.gov.br/clima) onde reúne as informações referentes à construção da Comunicação Nacional, fonte principal deste estudo.

O Governo Federal vem, desde o início da década de 1990, promovendo algumas polí-ticas de combate às mudanças climáticas:

Dentre as principais políticas podemos citar:

• 1991 - Criação da Unidade de Assessoria para Mudanças Climáticas, dentro do Ministério de Ciência e Tecnologia.

• 1999 - Criação da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, que tem como responsabilidade tratar das questões dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL).

• 2000 - Formação do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que objetiva promover discussões e conscientização social relativos ao tema mudanças climáticas.

• 2004 – Elaboração do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal. Nesse plano foram criados cerca de 20 milhões de hectares de Unidades de Conservação Federais.

• 2007 – Aplicação do Programa Brasileiro de Álcool Combustível que, desde julho do mesmo ano está adicionando 25% de álcool à gasolina comercializada.

• 2007 – Criação da Secretaria Nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, no Ministério do Meio Ambiente (MMA). Essa secretaria está, no momento, subsidiando o Governo Federal a elaborar o “Plano Nacional de Ação de Enfrentamento das Mudanças Climáticas”.

Para atualizações, quanto às ações do Governo Federal sobre mudanças climáticas acesse:

www.mct.gov.br/clima.

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O AMAZONAS E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O QUE O AMAZONAS TEM FEITO PARA MITIGAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

O Estado do Amazonas, através do Projeto de Lei 3.135 de 5 de junho de 2007, instituiu a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas. Com esta política estadual de mudanças climáticas, pioneira no Brasil, o Amazonas está voluntariamente colaborando para evitar que as florestas virem fumaça, reduzindo as suas emissões dos gases de efeito estufa. Esta Lei estadual, também institui sete programas visando a mitigação das mudanças climáticas, a conservação am-biental e o desenvolvimento sustentável.

Tais programas são: I - Programa Estadual dE Educação sobrE mudanças clImátIcas Criado para difundir os conhecimentos sobre as mudanças climáticas entre a rede esta-

dual escolar, as instâncias do Governo do Estado e a sociedade civil. A principal ferramenta de trabalho é a publicação deste livro, que é direcionado aos professores de ensino funda-mental e médio do sistema estadual de ensino. Também organiza cursos e palestras para os líderes do movimento social, para funcionários públicos e para diversos segmentos da sociedade. Tem como finalidade instituir uma agenda local para a mudança com ênfase na Educação Ambiental direcionada para a compreensão e busca de superação das problemá-ticas ambientais por meio da ação coletiva e organizada;

II - Programa Estadual dE monItoramEnto ambIEntalTem o objetivo de monitorar e inventariar, periódica e sistematicamente, os estoques de

carbono da cobertura florestal e da biodiversidade das florestas públicas e das Unidades de Conservação do Estado do Amazonas. Esse monitoramento tem como finalidade a gestão sustentável das florestas, a sustentabilidade das suas comunidades e utilização dos futuros mercados financeiros referentes às reduções de emissões de desmatamento;

III - Programa Estadual dE ProtEção ambIEntalVisa o fortalecimento dos órgãos de fiscalização, de licenciamento ambiental e auxilia

na formação de agentes ambientais voluntários;

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Tipos de Bolsa Floresta Beneficiado Valor Pagamento Uso do recurso

Bolsa Floresta Família – Esposa R$ 50,00 por mês Cartão específico do Programa Despesas da família

Bolsa Floresta Associação Associação de Moradores da Reserva

10% do valor anual recebido por todas as famílias de moradores

Repasse direto para a Associação ou crédito no comércio local.

Despesas discutidas e aprovadas pelas comunidades em Assembléia

Bolsa Floresta Renda Comunidade Em média R$ 4.000,00 por comunidade por ano

Repasse em equipamento, mate-riais ou crédito no comércio local.

Para geração de renda na comunidade

Bolsa Floresta Social Comunidade R$ 4.000,00 por comunidade por ano

Direto para as Associações. Para o desenvolvimento social na comunidade

IV - Programa bolsa FlorEstaÉ um dos primeiros programas brasileiros a instituir o pagamento por serviços e pro-

dutos ambientais às comunidades tradicionais pelo uso sustentável dos recursos naturais e conservação da floresta. Este programa objetiva reconhecer, valorizar e compensar as populações tradicionais do Amazonas (os guardiões da floresta) pelo seu papel na conser-vação das florestas, dos rios, dos lagos e dos igarapés. Com o Bolsa Floresta, o Governo do Amazonas está reconhecendo que a conservação das florestas é resultado das atitudes das pessoas, especialmente daquelas que vivem nos beiradões e no interior da floresta.

Ele é um benefício repassado para quem ajuda a manter a floresta em pé. Pois a floresta em pé gera serviços ambientais.

O Programa Bolsa Floresta teve suas primeiras ações em setembro de 2007. Até abril de 2008, foi executado e coordenado pelo Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS.

A partir de abril de 2008, o Bolsa Floresta passou a ser executado e coordenado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), uma instituição privada com a missão de gerenciar os serviços ambientais das unidades de conservação do Estado do Amazonas.

Figura 12Categorias do Bolsa Floresta

Demonstrativo dos serviços oferecidos

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V - Programa Estadual dE IntErcâmbIo dE tEcnologIas lImPas E ambIEntalmEntE rEsPonsáVEIs

Visa a criação de incentivos para o desenvolvimento de ações e de projetos que utilizem energias alternativas no Estado do Amazonas;

VI - Programa Estadual dE caPacItação dE organIsmos PúblIcos E InstItuIçõEs PrIVadas

Juntamente com o primeiro programa citado, objetiva a difusão da educação ambiental e o conhecimento técnico na área de mudanças climáticas, conservação ambiental e de-senvolvimento sustentável;

VII – Programa Estadual dE IncEntIVo à utIlIzação dE EnErgIas altErnatIVas lImPas E rEdutoras da EmIssão dE gasEs dE EFEIto EstuFa

Visa a adoção de novas tecnologias ou de mudança da matriz energética, em especial, incrementando o uso do biodisel.

Estes programas estão sendo estruturados e implementados no Amazonas pelo Centro Estadual de Mudanças Climáticas (CECLIMA/SDS) em parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

Figura 13Energia limpa

Page 34: Mudanças  Climáticas

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Categorias Área (%)

Terras Indígenas 29,15

UC Federal 14,13

UC Estadual 10,45

TOTAL 53,72

crIação E gEstão dE unIdadEs dE consErVaçãoCriado pelo Governo do Amazonas em 2003, o Programa de Criação e Implementação

de Unidades de Conservação – UCs foi ampliado em 2005 e se transformou na Rede de Conservação do Amazonas. A principal meta dessa rede é promover a gestão das Unidades de Conservação, por meio de equipes técnicas multidisciplinares.

As Unidades de Conservação representam um componente fundamental nas estratégias para o equilíbrio do clima, a conservação da biodiversidade e recursos hídricos, melhoria da qualidade de vida e valorização do etnoconhecimento.

Foram firmadas novas parcerias e o Estado passou a ter como aliado o programa internacio-nal de áreas protegidas, o Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA). Áreas protegidas são aquelas que têm o seu uso determinado por uma legislação específica. Existem três categorias: terras indígenas, unidades de conservação de proteção integral (Reservas Biológicas – REBIO, Parques Estaduais-PAREST) e unidades de conservação de uso sustentável (Reservas Extrativistas - Resex,

Reservas de Desenvolvimento Sustentável - RDS, Área de Proteção Ambiental – APA, florestas públicas etc.)

Atualmente as UCs do Estado estão sendo gerenciadas pelo Centro Estadual de Unidades de Conservação – CEUC sendo 35 unidades de conservação estaduais no Amazonas, no total são 16,5 milhões de hectares de áreas protegidas por unidades de conservação.

Figura 13Localização das UCs no Estado do Amazonas

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alternativas e ProPostas de combate às mudanças climáticas

capítulo 6

O Brasil possui uma matriz energética considerada limpa, por ser baseada em sua maior parte em hidrelétricas e com uma parcela considerável de biocombustíveis. O País figura entre os maiores emissores de gases de efeito estufa, em função das queimadas oriundas do desmatamento, principalmente da Amazônia. Isto representa 70% das emissões brasileiras. A redução do desmatamento aliada à adoção de um pacote de eficiência energética e de fontes não-convencionais de energia (solar-térmica, eólica e biomassa sustentável) poderá levar o País a ser líder e referência no combate às causas do aquecimento global.

A seguir são apresentadas algumas propostas e ações para fazer frente a este desafio.

Energia e mudanças climáticas:barreiras e oportunidades para o Brasil

O debate internacional desenvolvido especialmente durante os últimos dez anos es-tabeleceu importantes relações entre o consumo de energia fóssil e suas contribuições para acelerar processos de mudanças climáticas. É crescente a percepção entre cientistas e governantes de alguns países que o processo de decisão sobre desenvolvimento social, e política energética em particular, deve lidar com novas incertezas e riscos de alterações irreversíveis com consequências ambientais e econômicas de difícil predição.

As concentrações atmosféricas dos gases-estufa considerados no Protocolo de Quioto (especialmente o CO2) vem aumentando con-tinuamente devido ao crescente uso de energia fóssil (petróleo, carvão, gás natural) e a mudan-ças no padrão de uso do solo (agricultura, ur-banização, desmatamento). O uso de energia é responsável por mais de dois terços das emis-sões de gases-estufa.

“Energia, como educação e a saúde, é um elemento essencial ao desenvolvimento da sociedade. Isso porque a energia está na base da maioria dos proces-sos que visam a satisfação das necessidades humanas: domésticas e comunitárias, agrícolas e industriais. Ela é necessária para a iluminação, refrigeração, produção de bens, educação e saúde, permitindo uma melhoria do nível de vida em geral.”

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A Matriz Elétrica é composta pelas fontes de geração de energia elétrica utilizadas.

A Matriz Energética é a soma de todas as for-mas de energia produzidas pela sociedade, incluindo

a energia elétrica, mas também combustíveis para transporte, uso residencial e industrial, entre outros. A principal fonte da matriz energética brasileira é o

petróleo, que dá origem a derivados, como gasolina, óleo diesel, óleo combustível e querosene.

89% da energia elétrica no Brasil é gerada de fontes renováveis. A média mundial é de 18%.

Fontes de energianão-renováveis renováveis

Petróleo

Carvão

Gás natural

UrânioSolar

EólicaBiomassa

Hídrica

Geotérmica

Ondas

Marés

Figura 15Energia

O assunto é complexo, os desafios enormes, mas vale a pena discutir algumas barreiras e mais especialmente, algumas oportunidades que uma transição energética para combus-tíveis renováveis e tecnologias mais limpas e eficientes podem oferecer a países em desen-volvimento.

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Ondas

Carvão

Gás natural

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Solar

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Centraltérmica

Gasolina /Gasóleo

Eletricidade

Calor

Transportes

Indústria

Residencial

Serviços

Quanto à renovabilidade das fontes, em princípio todas podem ser produzidas e repostas na Natureza. Entretanto, para várias delas o processo de reposição natural envolve milhares de anos e condições favoráveis (como é o caso do petróleo), enquanto que a reposição ar-tificial quando não é impossível é absolutamente inviável, envolvendo um gasto de energia igual ou superior à quantidade de energia a ser obtida, ou custos proibitivos (como é o caso da energia nuclear). Estas fontes são aqui classificadas de não renováveis.

Da mesma forma, em princípio nenhuma fonte de energia pode ser considerada inesgotá-vel. Entretanto, aquelas cuja utilização pela humanidade não representa qualquer variação significativa em seu potencial, que em muitos casos está avaliado para uma duração de vários milhões (ou bilhões) de anos (energia solar, gravitacional), e aquelas outras, cuja re-constituição pode ser feita sem grandes dificuldades em prazos de apenas alguns anos e até menos, como no caso da biomassa, são aqui designadas fontes renováveis de energia.

Geração de energia

Figura 16Geração de energia da fonte ao consumidor

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HidrelétricasA alta participação da energia hidráulica na matriz energética é um indicador

positivo de nossa contribuição histórica para controle de emissões, mas ao mesmo tempo nos coloca reféns das próprias mudanças climáticas que acrescentam incerte-zas quanto a vazões de nossos rios e à crescente pressão sobre recursos hídricos para usos múltiplos da água. O regime de chuvas está mudando e temos que providenciar um melhor entendimento do comportamento das vazões de nossos rios que não respondem aos modelos de previsões utilizados durante décadas pelo setor elétrico. Em paralelo, é notório o crescimento de atividades agrícolas, industriais e de abaste-cimento da população que demandam maiores quantidades de água. A situação de crise de abastecimento de eletricidade vivida durante o ano de 2001 mostrou cla-ramente os limites do sistema hidroelétrico atual, da necessidade de melhor gestão desses recursos e de seu planejamento para diminuição de riscos.

Maior diversificação da matriz de geração de eletricidade está sendo buscada atra-vés de maior participação de centrais térmicas utilizando principalmente gás natural, que na verdade aumentarão as emissões nacionais de gases-estufa.

Figura 17A Usina Hidrelétrica de Tucuruí com capacidade

de 7.960 Mega Watts (MW) é a maior usina hidrelétrica 100% brasileira.

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Geração de usinas hidrelétricas

participação na matriz energética 11,5%

participação na matriz elétrica 77,4%

potência instalada 77.508MW

Brasil no ranking mundial de geração 2º

Os maiores geradores (2007)

1 China 430 TWh

2 Brasil 371 TWh

3 Canadá 365 TWh

4 Estados Unidos 248 TWh

5 Rússia 177 TWh

As maiores usinas hidrelétricas (por potência)

RankingEstado Potência (MW) Brasil (%)

Tucuruí I e IIPA 8.370 8,19

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...

...

BalbinaAM 250 0,24

1º2º

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Dados sobre usinas hidrelétricas

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Biocombustíveis (soja, cana, mamona e outros)

Os biocombustíveis são fontes de ener-gias renováveis, derivados de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, biomassa florestal e outras fon-tes de matéria orgânica. Em alguns casos, os biocombustíveis podem ser usados tanto isoladamente, como adicionados aos com-bustíveis convencionais. Como exemplos, podemos citar o biodiesel e o etanol.

O biodiesel é um combustível menos poluente que o diesel tradicional. Apesar de também gerar emissões de gás carbôni-co (CO2). Estudos indicam que o uso deste tipo de combustível gera emissões de gás carbônico até 80% menores do que o pro-movido pela queima do diesel de petróleo. Devido a essa característica, ele se torna uma opção menos agressiva ao meio am-biente. O que faz do biodiesel um combus-tível renovável é o fato de que boa parte do gás carbônico emitido em sua combustão é fixado pelas novas plantações geradoras de biodiesel (cana-de-açúcar, milho, ma-mona, canola, entre outros).8

O etanol (álcool obtido por meio da ca-na-de-açúcar) é hoje largamente utilizado como combustível na forma hidratada ou misturado à gasolina. Merece destaque como uma das principais fontes energéti-cas do Brasil, além de ser renovável e não é muito agressiva ao ambiente.Figura 19

Plantação de cana-de-açúcar no Sudeste brasileiro.

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Energia solarA radiação solar é disponível em praticamente toda a superfície do planeta possuindo

um valor máximo de 1000 W por metro quadrado. Obviamente esse tipo de energia não é constante ao longo do dia (ou ano) e utiliza-se a terminologia insolação, justamente para representar essa variação ao longo do tempo por unidade de área. Medições no plano ho-rizontal mostram que a insolação anual na superfície terrestre varia de 800 kilo Watts-hora (kWh) por metro quadrado na Escandinávia a um máximo de 2.500 kWh por metro qua-drado em áreas de deserto. Utilizando esses valores para estimar a disponibilidade anual de energia solar, verifica-se que ela é muitas vezes superior ao total de energia consumida no mundo. É, portanto, enorme o potencial da energia solar.

No entanto, ainda existem importantes barreiras técnicas no campo de eficiências de conversão e armazenamento que conferem limites bem modestos para sua exploração atual como uma fonte de energia. Mesmo assim, pode-se aumentar consideravelmente a utilização da energia solar em nossa economia. Outra característica desta fonte renovável é a sua “baixa densidade energética” em comparação com combustíveis fósseis, o que oferece desafios para sua utilização nos padrões de consumo que nossas sociedades estão

estabelecendo.Para melhor se avaliar o potencial de energia

solar disponível é importante considerar suas aplicações. O potencial de maior utilização da energia solar dependerá de como a sociedade será capaz de modificar e adequar as necessida-des de energia para seu conforto e produção eco-nômica.

Existem duas grandes áreas de aplicações da energia solar: a produção de eletricidade, e suas utilizações para finalidades térmicas.

A energia solar pode ser convertida em ele-tricidade através do efeito fotoelétrico (também chamada conversão fotovoltaica). É ainda, um processo caro e pouco eficiente, muito embora se tenha tido progressos contínuos nas últimas décadas.

Além da conversão fotovoltaica, existem ainda as possibilidades de utilização de energia solar com finalidades térmicas, seja para a produção de eletricidade ou não.

A radiação solar pode ser empregada para pro-duzir calor à alta temperatura que por sua vez pode ser utilizado para produção de vapor e gera-ção de eletricidade. Este é o processo de conversão

Figura 20Instalação de painéis solares no escritório do Greenpeace. São Paulo, dezembro de 2006

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termo-solar para produção de eletricidade. Essa não é uma forma que tem sido extensivamente utilizada, pois existem diversas barreiras econômicas. É uma tecno-logia apropriada para regiões com grande insolação e necessidade de produção remota de eletricidade.

Existem possibilidades economicamente mais inte-ressantes de integrar esses sistemas com fontes con-vencionais criando usinas híbridas solar-fóssil (gás ou diesel, por exemplo).

No Brasil, a geração fotovoltaica é pouco desenvolvida e grande parte do uso é

feita como alternativa off-grid (fora da rede elétrica) em comunidades afasta-

das da rede elétrica, principalmente em caráter experimental. Com capacidade

de apenas 0,02 MW, a Usina de Araras, em Rondônia, é a única solar do país

registrada na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Figura 21Média anual de insolação diária no

Brasil (horas)1

1 ATLAS Solarimétricodo Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2000.

Page 44: Mudanças  Climáticas

44

Energia eólicaO maior potencial eólico brasileiro está

situado em áreas litorâneas do Nordeste e te-mos cerca de 143 GW1, e até o fim de 2008 o país utilizava apenas 0,2% desse total.

A grande parte dos empreendimentos se localizam em pontos bastante fracos da rede de eletricidade do NE, locais onde não se previa a inserção de unidades geradoras de eletricidade e que podem comprometer a qualidade do fornecimento para toda a rede.

A tecnologia de geração eólica já se encon-tra bastante desenvolvida e madura no merca-do internacional, mas será necessário adaptá-las e rapidamente desenvolver procedimentos para poder prever o comportamento da gera-ção eólica e inseri-la na operação do sistema interligado nacional. É desejável também que um programa energético se preocupe também em gerar bons empregos e desenvolver a in-dústria nacional.

Figura 22 e 23 O parque eólico de Osório (RS) tem uma capacidade instalada estimada em 150 MW (energia capaz de atender uma cidade de 700 mil habitantes), sendo a maior usina eólica da América Latina.

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Figura 24Velocidade média anual do vento a

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1 FEITOSA, E. A. N. et al. Panorama do Potencial Eólico no Brasil. Brasília 2003.

Page 46: Mudanças  Climáticas

46

BiomassaNo campo da biomassa, em que pese a

experiência nacional com a implantação do maior programa de biomassa líquida do mundo: o Pró-alcool, que promove a substituição da gasolina. É necessário estabelecer outras iniciativas para substi-tuir outros derivados de petróleo, como o diesel. Muitas das tecnologias para o uso energético da biomassa já são dominadas no país, mas ainda não existe um mercado estável e para isso, deve haver maior partici-pação da indústria nacional. Existem ainda, oportunidades de avanços tecnológicos nessa área que podem colocar o país em condições de destaque e com possibilidades de expor-tar conhecimentos.

Duzentos e cinquenta e nove termelétricas utilizam bagaço de cana como insumo e respondem por 15,2% da potência das termos.

Na busca de soluções para promover maior diversificação da matriz energética brasilei-ra, desenvolver e introduzir tecnologias limpas e eficientes que auxiliem e expandam os serviços de energia de maneira econômica e com menores impactos sociais. Esses recur-sos, se bem coordenados, poderão alavancar e mobilizar outras iniciativas do setor privado que são fundamentais para que o país possa planejar sua transição energética na direção de combustíveis com menor conteúdo de carbono, maior eficiência energética e crescente participação de energia renovável.

É necessário, no entanto, que o setor público possua uma alta capacidade de liderança e competência técnica para utilizar os instrumentos mencionados e coordenar ativida-des entre o setor produtivo, consumidores, governo e centros de pesquisa.

O uso de combustíveis de biomassa na geração ter-melétrica representava 20% da potência total desse tipo de usina em novembro de 2008, ante 76% de combus-tíveis fósseis. No entanto, o avanço da biomassa tem sido muito expressivo.

21% foi o avanço da energia gerada por biomassa no

Brasil em 2007. O volume total foi de 15,5 TWh.

Combustível das termelétricas

76%fóssil

20%biomassa

4%outros Óleo diesel 596

Bagaço de cana 252

Gás natural 85

Resíduos de madeira 27

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Usinas por combustível (unidade)

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Figura 25Dados de usinas termelétricas

Participação na matriz energética 1,8%

Participação na matriz elétrica 11,9%

Potência instalada 22.392 MW

Geração de energia (2007) 58 TWh

Brasil no ranking mundial de geração 40º

Geração termo e usinasÓleo diesel 596

Bagaço de cana 252

Gás natural 85

Resíduos de madeira 27

Óleo combustível 20

Outros 61

Usinas por combustível (unidade)

NOVA ENERGIA A eficiência energética

“Usar energia de forma inteligente e eficiente é conseguir produzir mais com menor quantidade desse insumo, mantendo a qualidade dos produtos e serviços e garantindo o conforto e a segurança.”

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ≠ LIGA – DESLIGA

O “liga - desliga”. O que é... exatamente ?

Cuidado para não criar uma “obsessão” contra o desperdício ligando e desligando, a toda hora, qualquer equipamento ou iluminação.

Ao ligarmos qualquer aparelho, (Computador, ar condicionado, reator de lâmpada fluores-cente, etc...) há um “choque” elétrico que eleva o consumo ao máximo até a estabilização do funcionamento do aparelho!

É ainda bom lembrar que o tempo de vida útil de qualquer equipamento ou aparelho elétrico é muito mais em função do número de vezes que se ligou /desligou que do seu funcionamento em si!

Economizar energia, além de reduzir o cus-to da fatura de energia elétrica, também contribui para

Diminuição da exploração de recursos •naturais não renováveis como o pe-tróleo;

Diminuição dos impactos ambientais •entre os quais: redução da queima de combustíveis fósseis, emissão de CO2, compostos nitrogenados e enxofre, chuvas ácidas, efeito estufa, alaga-mentos, desmatamentos, radiação nuclear etc e

Redução do desperdício e dos gastos •possibilitará destinar mais recursos para a área social e contribuirá para a redução dos investimentos públicos na expansão do setor elétrico e para a minimização do impacto ambiental causado pelas estruturas de geração, transmissão e distribuição de energia.

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Um olhar sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos no Estado do Amazonas

Os resíduos sólidos são, sem dúvida alguma, um dos mais sérios e preocupantes proble-mas brasileiros. Seja pelos aspectos ligados à veiculação de doenças relacionadas com o lixo, onde se proliferam vetores e roedores e, portanto, à saúde pública; seja no que diz respeito às questões ambientais, evidenciada através da contaminação do solo e de cursos d’água, lençóis freáticos, poluição atmosférica oriunda da fumaça/fulige, gases tóxicos resultante da queima do lixo, produção de odores e; seja pelas questões sociais ligadas aos catadores em especial às crianças que vivem nos lixões, em ambiente insalubres, onde se proliferam cata-dores, que existem na maioria dos municípios, vivendo em condições subumanas.

O Governo do Estado e a Gestão dos Resíduos SólidosConsciente da grave problemática que é a gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos no

Estado do Amazonas, desde sua produção, coleta e disposição final, e do desafio colocado as sedes dos municípios e à sociedade como um todo na minimização dos impactos rela-cionados com o lixo, o Governo do Amazonas, criou na estrutura orgânica do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IPAAM, uma Assessoria Técnica específica de Resíduos Sólidos1.

Esta gerência tem por finalidade assessorar os agentes municipais responsáveis pelos serviços de limpeza urbana na elaboração de Plano Local de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos, incluindo os arranjos institucionais necessários ao gerenciamento adequado dos serviços, capacitação e orientações para elaboração de planos de operação e manutenção, abrangendo a coleta e serviços congêneres, e ainda orientações para elaboração de planos de tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos.

A Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos compreende um conjunto de ações integradas, articuladas e participativas entre o poder público e a sociedade civil organiza-da, na busca por soluções compatíveis com a realidade local e com o interesse da comu-nidade, nas etapas de levantamento do problema, discussão, elaboração, implantação e acompanhamento do plano de gerenciamento proposto.

É imperativo, estimular o fortalecimento das relações dos diferentes níveis do setor pú-blico com a iniciativa privada, visando ao estabelecimento de “parcerias” para enfrentar os “desafios comuns” e conseguir soluções educativas comunitárias em benefício da comuni-dade e da melhoria do meio ambiente.

Oportuna e estratégica foi à iniciativa do Governo do Amazonas através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS, em promover meios para dotar alguns municípios amazonenses, em especial os da Área da de Influência do Gasoduto Coari-Manaus e da Região Metropolitana, de subsídios para orientação e condi-ções técnicas, organizacionais e gerenciais para o desenvolvimento de seus Planos Locais de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos.

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A geração de resíduos sólidosA geração de resíduos sólidos é diretamente proporcional ao tamanho da população e

ao seu poder aquisitivo. Quanto maior a população e o poder aquisitivo, mais se consome, mais recursos naturais são utilizados e, consequentemente, mais lixo é produzido.

Segundo dados do Ministério das Cidades (2008), no Estado do Amazonas a geração per capita de lixo varia de 0,50 a 1,00 kg/hab/dia, ou seja, cada cidadão produz, entre 500 gramas a 1 quilo de lixo por dia, dependendo do porte da cidade onde mora.

Atualmente, o grande desafio dos gestores municipais é reduzir ao mínimo sua geração, aumentar ao máximo a reutilização e reciclagem do que foi gerado, promover o depósito e tratamento ambientalmente saudável dos rejeitos e universalizar o atendimento.

O AcondicionamentoAcondicionar os resíduos sólidos domiciliares significa prepará-los para a coleta de for-

ma sanitariamente adequada, ou ainda compatível com o tipo e a quantidade de resíduo. A qualidade da operação de coleta e transporte dos resíduos depende de seu acondiciona-mento. A importância do acondicionamento adequado está em:

Evitar acidentes;• Evitar a proliferação de vetores e roedores;• Minimizar o impacto visual e olfativo;• Reduzir a heterogeneidade dos resíduos;• Facilitar a realização da etapa de coleta.•

A Coleta e transporte dos resíduos sólidosColetar o lixo significa recolher o lixo acondicionado por quem produz para encaminhá-

lo a seu local de destinação final. Nos municípios Amazonenses, a prática da coleta regular unificada é utilizada para os resíduos domiciliares e comerciais. Por razões climáticas, no Amazonas, o tempo decorrido entre a geração do lixo e seu destino final não deve exceder três dias para evitar proliferação de vetores e roedores e aumento do mau cheiro.

A Limpeza de Logradouros PúblicosA limpeza das ruas e logradouros públicos é de interesse comunitário e deve ser tratada

priorizando o aspecto coletivo em relação ao individual, respeitando os anseios da maio-ria dos cidadãos. Uma cidade limpa aumenta a auto-estima de seus habitantes, melhora a aparência da comunidade, ajuda a atrair novos residentes e turistas, valoriza os imóveis e movimenta os negócios.

As operações de limpeza são:Serviços de varrição;• Serviços de capina e raspagem;• Serviços de roçagem;• Serviços de limpeza de ralos e bueiros.•

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Tratamento dos Resíduos SólidosDefine-se tratamento como uma série de procedimentos destinados a reduzir a quan-

tidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo descartes do lixo em ambientes ou local inadequado, seja transformando-o em material inertes ou biologica-mente estável, através da incineração, reciclagem e compostagem.

A ReduçãoTodo o cidadão, quando possível, deve aprender a reduzir a quantidade dos resíduos só-

lidos que gera. Deve entender que redução não implica padrão de vida menos agradável. É simplesmente uma questão de reordenar os materiais que usamos no dia-a-dia.

A ReutilizaçãoExistem inúmeras formas de reutilizar os objetos, até por motivos econômicos: escrever

nos dois lados da folha do papel, usar embalagens retornáveis e reaproveitar embalagens descartáveis para outros fins são apenas alguns exemplos.

A IncineraçãoA incineração é também um tratamento eficaz para reduzir o seu volume, tornando

o lixo totalmente inertes em pouco tempo, se realizada de forma adequada. Entretanto, devido seu alto custo de implantação e funcionamento em função da necessidade de ins-talação de filtros e implementos tecnológicos são pouco utilizados.

A ReciclagemDenomina-se de reciclagem a separação de materiais do lixo, tais como papéis, plás-

ticos, vidros e metais, com a finalidade de fazê-los de volta ‘a indústria para serem bene-ficiados. Esses materiais são novamente transformados em produtos comercializáveis no mercado de consumo. A reciclagem ideal é aquela proporcionada pela população que separa os resíduos recicláveis em casa, jogando no lixo apenas o material orgânico.

Vantagens da reciclagem:Preservação e conservação dos recursos naturais;• Economia de energia;• Combate ao desperdício;• Economia na frota de veículos da limpeza pública;• Geração de emprego e renda;• Conscientização da população para as questões ambientais.•

A reciclagem é vista pelos governos e defensores da causa ambiental como solução para o lixo inorgânico (plásticos, vidros, metais e papéis).

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A CompostagemA compostagem é um processo natural de decomposição biológica de materiais orgâ-

nicos (aqueles que possuem carbono em sua estrutura), de origem animal e vegetal, pela ação de microorganismos em presença ou não de oxigênio. O composto resultante da compostagem é o Húmus, que é a matéria orgânica homogênea, totalmente bioestabili-zada, de cor escura e rica em partículas que aplicada ao solo melhora suas característica físicas para uso agrícola.

A Destinação FinalO processo recomendo para a disposição adequada do lixo domiciliar é o Aterro

Sanitário. O aterro sanitário é um método para disposição final dos resíduos sólidos urba-nos, construído sobre terreno natural, através do seu confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ao meio ambiente, em particular à saúde e à segurança pública.

Em geral, é importante saber que ações de geração de lixo e as formas de tratamento de resíduos estão diretamente relacionados com o aquecimento global e com a mudanças climáticas. A produção exagerada de lixo, assim como a falta de tratamento adequado (não recilagem de materiais) fazem com que mais energia seja gasta para a obtenção de novas matérias primas necessárias para os de produtos comerciais.

papéis/papelão plástico vidros metais

madeira resíduosperigosos

resíduos de saúde

resíduos orgânicos

Figura 26Código de cores dos resíduos sólidos recicláveis

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Informações adicionaisO princípio do “poluidor pagador” encontra-se estabelecido na Lei da Política Nacional

do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81). Isso significa dizer que “cada gerador” é responsável pela manipulação e destino final de resíduo.

Integram o sistema de limpeza urbana as etapas de geração, acondicionamento, coleta, transporte, transferência, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, além da lim-peza de logradouros públicos.

Lixo ou Resíduos sólidos: restos das atividades humanas, consideradas pelos gerado-res consideradas pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não seja passível de trata-mento convencional.

O manejo ambientalmente correto do lixo deve ir além da simples deposição ou apro-veitamento por métodos seguros dos resíduos gerados é necessário mudança de atitude, ou seja, mudar os padrões não-sustentáveis de produção e consumo.

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é a maneira de conceber, implementar e admi-nistrar sistemas de Limpeza Pública considerando uma ampla participação dos setores da sociedade com a perspectiva do desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade é vista de forma abrangente, envolvendo as dimensões ambientais, sociais, culturais, econômicas, políticas e institucionais. Isso significa articular políticas e programas de vários setores da administração e vários níveis de governo, envolver o legislativo e a comunidade locais, buscar garantir os recursos e a continuidade das ações, identificar tecnologias e soluções adequadas à realidade local.

UrbanizaçãoA forma de urbanização das sociedades modernas afetam diretamente nas causas das

mudanças climáticas, pois estão relacionadas ao processo de aquecimento global. Entre os principais fatores urbanísticos que con-tribuem para as mudanças climáticas, pode-se citar:

Pequena quantidade de áreas ver-• des urbanas;Desperdício energético nos locais • de trabalho e nas moradias;Pouco aproveitamento de trans-• portes urbanos eficientes;Impermeabilização do solo atra-• vés de grandes áreas concretadas e asfaltadas nas cidades, forman-do-se assim ilhas de calor nos grandes centros urbanísticos.

Que no Brasil as prefeituras coletam diariamente 228.413 • toneladas de lixo?Que dos 5.670 municípios brasileiros apenas 1.814 cole-• tam o lixo em 100% das residências?Que cerca de 20% do lixo é jogado nos rios e nas várzeas?• Que 73% do lixo coletado pelas prefeituras é enterrado, • 3% é transformado em adubo e 4% é reciclado?Que apenas 8% dos municípios brasileiros têm programas • de coleta seletiva de lixo?No Brasil, não existe legislação para coleta e reaprovei-• tamento dos resíduos eletroeletrônicos (celulares, com-putadores, impressoras, dentre tantos outros), que em sua maior parte vão parar em aterros sanitários e lixões.

Você sabia?

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Como alternativas ao combate e à mitigação das mudanças climáticas, algumas ações são sugeridas:

uso de técnicas para climatização natural, utilização de materiais de melhor desem-• penho térmico nas construções e uso de materiais reciclados em residências;substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas comuns• inovação tecnológica nos transportes coletivos e mais incentivos aos transportes • públicos,medidas restritivas ao uso do automóvel particular através de pedágios urbanos e da • maior taxação;estímulo ao uso de veículos híbridos (gasolina/eletricidade/biocombustíveis) e• arborização urbana e o uso de espécies nativas para preservação da biodiversidade.•

Figura 27Urbanização

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Manutenção das Florestas Proteger, conservar e preservar as flores-

tas nacionais são ações necessárias para mitigar a emissão de gases de efeito estufa no Brasil. Uma vez que o desmatamento, a de-gradação e as queimadas das florestas brasilei-ras são responsáveis por mais de 70% to total das emissões do país. Além disso, também geram perda de biodiversidade, prejudica a regulação do ciclo hi-drológico, ou seja, das águas, a ciclagem de nutrientes do solo entre outros serviços ambientais prestados pelas florestas.

Figura 28Esquema do fluxo de vapor de água que sai do oceano atlântico, passa pela floresta Amazônica (onde é reciclado) e chega até o a região Sul do Brasil.Adaptado de Marengo et al, 2004.11

Serviços Ambientais (SA), também chamados por Serviços Ecossistêmicos ou por Serviços Ecológicos são os benefícios prestados pela Natureza aos seres huma-nos. Como exemplos dos principais Serviços Ambientais que as florestas prestam ao homem, podemos citar: a oferta de comida (frutos, raízes, carne); a oferta de água doce; a oferta de fibras vegetais que servem para produ-ção de cestas, telhados, utensílios pessoais; a manuten-ção do clima, que ocorre pela regulação das chuvas e pelo estoque e sequestro de carbono promovido pelas árvores; e a disponibilização das belezas cênicas natu-rais, com possibilidades de recreação, turismo, ativida-des culturais e espirituais.No entanto, os benefícios que a Natureza presta gra-tuitamente à humanidade, e que aqui chamado de “Serviços Ambientais”, só começou a ser valorizado a partir da década de 1960, quando começaram a sur-gir os primeiros estudos mostrando que as sociedades modernas estavam sendo prejudicadas, em diferentes níveis e de diferentes formas, devido à grande degrada-ção que o homem estava produzindo na Natureza.

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Hoje em dia, após anos de pesquisa, a comunidade científica reconhece que as florestas tropicais brasileiras são enormes reservatórios de carbono e seqüestram parte do dióxido de carbono da atmosfera, colaborando na “limpeza” do ar. Por exemplo, só as florestas primárias ou matas virgens do Amazonas possuem estocadas, entre 130 e 160 toneladas de carbono, por hectare.

Portanto a conservação e preservação da floresta Amazônica e das outras florestas como o cerrado, caatinga e a mata atlântica, é providencial para o combate às mudanças climá-ticas, e sendo assim, a conservação das florestas além de gerar benefícios para as popula-ções que delas vivem, gera também um benefício para o Brasil e para o mundo todo.

Com o objetivo de combater o desmatamento na Amazônia, em março de 2004, o Governo Federal lançou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), cujos principais eixos de trabalho são:

I.Ordenamento territorial (regulamentação fundiária e combate à grilagem de terras);II.Monitoramento e Controle (fortalecimento dos órgãos federais, estaduais e municipais

de fiscalização ambiental);III.Desenvolvimento de atividades sustentáveis (fortalecimento das cadeias produtivas

extrativistas, dos produtos da floresta, e melhoria da produção agropecuária em regiões já utilizadas).

Desde então o padrão dos desmatamentos na Amazônia que vinham alcançando as maiores taxas históricas, se modificou. O quadro se reverteu e as taxas caíram expressi-vamente, em comparação com os anos anteriores, chegando em 2008 a uma taxa 66% inferior à de 2004.

A Floresta Amazônica tem uma função essencial no ciclo hi-drológico, do Brasil e da América do Sul. O vapor d’água que vem do Oceano Atlântico forma as nuvens que levam as chu-vas para a região norte do Brasil, passando por Belém, Manaus e chegando até Buenos Aires. Este processo tem influencia so-bre a produtividade agrícola de várias regiões do Brasil (cen-tro-oeste, sudeste e sul). Cerca de 44% do vapor d’água que entra no norte do pais, e “reciclado” pelas florestas, vai para outras regiões brasileiras e de países vizinhos. Desta forma, grandes área desmatadas na Amazônia alteram a quantidade de chuvas, o que afetaria a reserva de água das hidrelétricas do sul e sudeste do Brasil, comprometendo o abastecimento de energia nestas regiões. Assim qualquer mudança na quan-tidade de chuvas devido ao desmatamento da Amazônia traria graves consequências para o Brasil e para a America do Sul.

Você sabia?

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Várias são as ações feitas por organizações da sociedade civil e do próprio governo federal, estadual e municipal que indicam o sucesso relativo na redução das taxas de des-matamento.

A partir de 2007, quando foi iniciado o processo de avaliação e revisão do PPCDAm, um novo rumo foi dado, com destaque para o maior protagonismo dos governos estaduais. Essa mudança estratégica se consolidou com a exigência de aprovação de Planos Estaduais de Prevenção e Controle dos Desmatamentos para participação dos Estados amazônicos no Comitê Orientador do Fundo Amazônia, criado para gerir recursos internacionais de doações voluntárias para o controle do desmatamento na Amazônia brasileira.

Os planos estaduais são, portanto, instrumentos fundamentais para organizar e dar pu-blicidade às prioridades dos Estados no combate aos desmatamentos.

Em relação ao Estado do Amazonas, é comum a noção de que o desmatamento ainda não é um problema muito importante. No entanto, quando consideramos a escala local de desmatamento em alguns municípios, onde a fronteira agropecuária é dinâmica e grande, ou mesmo se considerarmos previsões futuras de desmatamento, em condições de baixa governança, o tema passa a merecer grande preocupação.

As áreas prioritárias para controle do desmatamento no Amazonas são os municípios com grande produção agropecuária, principalmente na região sul do Estado. Sabe-se hoje que os maiores desmatamentos acumulados entre 2004 e o ano 2008 ocorreram nos mu-nicípios: Lábrea, Apuí, Canutama, Manicoré, Boca do Acre e Novo Aripuanã. Estes seis municípios correspondem atualmente por cerca de 75% do desmatamento no Amazonas todo, e são chave para qualquer estratégia que vise reduzir significativamente o desmata-mento a curto e médio prazo.

Figura 29Dinâmica de desmatamento na Amazônia Brasileira de 1988 a 2008.(PRODES/Inpe)

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O Amazonas está em vias de finalizar o seu plano Estadual de Prevenção e Combate ao Desmatamento, e em julho de 2009 entregará tal documento à Casa Civil do Governo Federal. A partir de então, o Estado possuirá um política clara e muito bem definida de como o desmatamento deverá ser combatido em todo seu território, principalmente na região sul do Estado.

Felizmente, o Amazonas já possui um histórico (a partir de 2003 até os dias de hoje) de estar na vanguarda da formulação e implementação de políticas públicas que conciliem a conservação ambiental com o desenvolvimento social e econômico.

O Programa Zona Franca Verde (ZFV) é um grande destaque nesse sentido, pois possui a missão de promover o desenvolvimento sustentável, com geração de renda, aliado à conservação da natureza, principalmente através do fortalecimento das cadeias produtivas sustentáveis, como por exemplo, o manejo florestal de castanha do Brasil, de cupuaçu, de tucumã, de óleos essenciais e de pescada, além de promover a valorização dos serviços ambientais das florestas do Amazonas.

Desta forma, o Estado do Amazonas busca promover a valorização e valoração das flo-restas e dos seus produtos e serviços ambientais para que elas valham mais em pé do que derrubadas.

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e as mudanças climáticas

capítulo 7

Neste livro você, professor, pode perceber que algumas medidas para combater as mu-danças climáticas dependem dos governos de países e dos nossos governos estaduais e municipais. Cabe a nós cobrar dos nossos governantes políticas e ações que ajudem a diminuir as emissões de gases de efeito estufa, mas o seu papel, bem como o dos seus estudantes, não param por aí.

Veja, a seguir, o que você e seus estudantes podem fazer para ajudar a mitigar os efeitos das mudancas climáticas. Afinal esta deve ser uma preocupação de todos nós.

Ao comprar madeiraProcure o conhecer a procedência da madeira. O desmatamento, como já foi discutido,

é o principal responsável pelas emissões brasileiras de gases causadores do efeito estufa. Madeiras sem procedências ou provenientes de madeireiras multadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), instituição brasileira de fis-calização ambiental, estão contribuindo diretamente com o aquecimento global.

Ao comprar e consumir carne bovinaPergunte no seu açougue ou ao supermercado que você frequenta de onde vem a carne

que você compra. Cerca de 70% das áreas desmatadas são para abertura de novas pastagens, diz a organização não governamental WWF.

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Ao comprar vegetais e verdurasPrefira alimentos da estação, e de preferência aos itens produzidos localmente. São mais

baratos, requerem menos transporte e refrigeração.

Ao utilizar o transporteSe você vai trabalhar de carro, verifique se seus vizinhos trabalham próximos ao seu

trabalho ou se ficam no mesmo caminho, pois caso isso ocorra, você pode dar carona para eles, economizar combustível e contribuir para a diminuição de emissões de gases de efeito estufa.

Nos finais de semana, procure utilizar o transporte público ou utilize meios de transportes alternativos, como bicicletas.

Em viagens curtas, prefira o transporte público seja a trabalho ou a turismo, pois além de evitar emitir gases de efeito estufa, você não se cansa tanto quanto ter de dirigir.

Entre viajar via terrestre (de carro) ou via aérea (de avião), prefira o carro: apesar de po-luente, não emite tantos gases estufa na atmosfera quanto as aeronaves.

Cuidados com o carroFaça sempre a revisão do seu carro no tempo certo. Um carro que funciona corretamente

consome menos combustível e emite menos gases causadores do efeito estufa.Calibre bem os pneus do seu carro. Os pneus bem calibrados não se desgastam tão rapi-

damente, evitam um consumo excessivo de gasolina e dão mais segurança.Ao comprar o seu carro, dê preferência aos veículos multicombustíveis e econômico.

Carros movidos a álcool emitem menos gases poluentes. Se puder, abasteça com álcool e não com gasolina.

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O ar-condicionadoO condicionador de ar é um dos ele-• trodomésticos de maior consumo de energia. Utilize-o apenas o estritamente necessário.Mantenha portas e janelas bem fecha-• das para evitar entrada de ar do ambien-te externo. Se possível, instale o aparelho onde ele • não fique exposto ao sol.

O chuveiroO chuveiro elétrico é responsável por • cerca de 25% do consumo de uma re-sidência. Limite seu tempo debaixo da água quen-• te ao mínimo indispensável. Não tente aproveitar uma resistência • queimada, isso aumenta o consumo. Nos dias quentes, mantenha a chave de • temperatura na posição “verão” (na po-sição “inverno”, o consumo é aproxima-damente 30% maior).

O ferro elétricoO ferro elétrico é responsável por cerca • de 5% a 7% do consumo total de uma residência. Habitue-se acumular a maior quantidade • possível de roupas, para passá-las de uma só vez.Use a temperatura indicada para cada • tipo de tecido, no caso de ferro auto-mático. Quando precisar interromper o serviço, • desligue o ferro.

O televisorO televisor é responsável por cerca de • 5% a 15% do consumo total de uma re-sidência.Não deixe o televisor ligado sem ne-• cessidade. Não durma com o televisor ligado. • Evite acidentes. Não tente consertar o • televisor: mesmo desligado existe o ris-co de choque.

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A geladeiraA geladeira é responsável por cerca de 30% • do consumo total de uma residência;Coloque a geladeira em local ventilado, • afastada de paredes, fora do alcance dos raios solares e distante de fogões e estufas;Não use a parte traseira da geladeira • para secar panos ou roupas; Não a deixe aberta, nem fique abrindo • desnecessariamente;Não coloque alimentos quentes na ge-• ladeira;Verifique se as borrachas de vedação da • porta estão em bom estado; Descongele sua geladeira regularmente;• Observe as recomendações do fabricante. •

A máquina de lavarA máquina de lavar roupa consome 2% • a 5% do consumo total de uma residên-cia.Procure lavar de uma só vez a quantida-• de de roupa indicada pelo fabricante. Utilize a dosagem correta de sabão • para que você não tenha de repetir a operação enxaguar. Leia com atenção o manual do fabri-• cante para tirar maior proveito de sua máquina de lavar.

A iluminaçãoA iluminação é responsável por cerca de • 20% do consumo total de uma residência. Habitue-se a apagar as lâmpadas dos ambientes desocupados.Evite acender qualquer lâmpada duran-• te o dia, utilizando melhor a iluminação natural. As lâmpadas fluorescentes dão melhor • resultado, duram mais e gastam menos energia.

E lembre-se: lâmpadas de maior potência consomem mais energia.

Importante: Uma lâmpada incandescente de 60W custa R$ 1,00 enquanto que uma lâm-pada Fluorescente compacta de 15W custa R$ 6,00.Considerando uma frequência de uso diário de seis horas, o consumo mensal da lâmpa-da de 60W = 10,8kWh e a lâmpada de 15W = 2,7kWhCaso seja feita a substituição, isso represen-ta uma economia mensal no consumo de 8,1kWh e de R$ 2,21. São necessários apenas três meses para pagar o investimento feito na lâmpada fluorescente compacta de 15W.

Lâmpada Incandescente

(Normal)

Lâmpada Fluorescente

Compacta (Eficiente)40W 9W

60W 15W

100W 23W

Lâmpada Fluorescente

(Normal)

Lâmpada Fluorescente (Eficiente)

20W 16W

40W 32W

Ações Coletivas:Participe ativamente de iniciativas e po-

líticas contra o desmatamento florestal e a favor de políticas públicas de incentivo e adoção de matrizes energéticas limpas;

Pressione empresas e governos a utiliza-rem fontes de energia limpas e renováveis ao invés de combustíveis de origem fóssil;

Exija da sua prefeitura sistemas eficien-tes de transporte coletivo;

Participe de campanhas de conscientiza-ção ambiental.

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Professor (a),

espera-se que com o conte-údo deste livro você se sinta pronto(a) e principalmente estimulado (a) a trabalhar com o tema mudanças cli-máticas na sua sala de aula. Hoje, o tema das mudanças climáticas globais é um dos

assuntos ambientais mais de-batidos pela nossa sociedade.

Portanto, esse tipo de dis-cussão com seus estudan-tes é não só fundamental como também é urgente. Este senso de urgência se

deve ao fato que estamos diante de um fenômeno que

afetará a todos nós, independen-temente do lugar, da situação finan-ceira ou da religião.

Pela sua própria natureza multi-disciplinar, este tema possibilita o trabalho em sala de aula de forma

transversal, conciliando diversas disci-plinas e conhecimentos. Caberá a você, professor, escolher a melhor forma de trabalhá-lo. As mudanças climáticas e principalmente suas consequencias, não devem ser passadas como uma fatalidade sem solução. É fundamental que seus estudantes incorporem não só os diversos conceitos aqui discutidos, mas principal-mente se sintam protagonistas de ações que busquem uma mudanca. Mudanças de comportamento, de postura e de percepção. Pois cabe a TODOS NÓS trabalhar-mos de diferentes formas para a estruturação de uma nova sociedade que leve em conta o desenvolvimento sustentável e uma interação do homem com o ambiente mais consciente e saudável.

capítulo 8

finalizando...

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1GlossárioAntrópico: Resultado ou efeito produzido pela ação humana.

Atmosfera: Camada fina de gases presa à Terra pela força da gravidade. A atmosfera consiste quase que intei-ramente do nitrogênio (78,1%) e do oxigênio (20,9%). Entre os outros gases que compõem a atmosfera, estão os gases de efeito estufa, tais como o gás carbônico e o ozônio. Adicionalmente, a atmosfera contém vapor d’água (também um gás de feito estufa), em qualidade altamente variável, mas tipicamente ao redor de 1%. Camada de Ozônio: a estratosfera contém uma camada onde a concentração de ozônio é a maior, a chama-da camada de ozônio. Esta camada se estende por perto de 12 a 40 km acima da superfície terrestre. Esta camada está sendo alterada por emissões humanas de compostos clorados e bromados.

Clima: é definido como a média do tempo ou, de forma mais rigorosa, como uma descrição estatística de certas variáveis (temperatura, precipitação e vento). Biodiversidade: é formada pelo conjunto de espécies de uma região (plantas e animais).

Biomassa: é todo tipo de matéria orgânica, tanto de origem vegetal, animal e de microrganismos, formada pela ação da fotossíntese.Pode ser utilizada como combustível, biogás ou como biocombustíveis.

Carbono: é o elemento fundamental na constituição das moléculas orgânicas. Utilizado pelos seres vivos, combinado ao oxigênio e formando as moléculas de gás carbônico presentes na atmosfera ou dissolvidas nas águas dos mares, rios e lagos. O carbono passa a fazer parte da biomassa através do processo da fotossíntese. O carbono também é trocado entre os oceanos e a atmosfera. Isto acontece em ambos os sentidos na interação entre o ar e a água.

Convenção do Clima: Acordo multilateral voluntário constituído durante a Conferência para o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, em 1992, cujo objetivo é a estabilização dos níveis de con-centração de gases de efeito estufa na atmosfera.

Desenvolvimento Sustentável: É aquele que harmoniza o crescimento econômico com a promoção da equidade social e preservação do patrimônio natural, garantindo assim que as necessidades das atuais gerações sejam atendidas sem compromisso o atendimento das necessidades das gerações futuras.

Ecossistema: é a comunidade total de organismos, junto com o ambiente físico e químico no qual vivem.

Efeito Estufa1: denominação ao aumento da temperatura superficial da terra, numa escala global, decorren-te do acréscimo das concentrações atmosféricas de gases. O fenômeno atual deve-se à intensidade e à natureza do calor retido, que passou a constituir um risco global.

Efeito Estufa2: Os gases de efeito estufa efetivamente absorvem a radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra, pela atmosfera devido a esses gases e pelas nuvens. Os gases de efeito estufa “seguram” o calor entre a superfície e a atmosfera. Este é o chamado efeito estufa.

Emissões: ação de produzir, transmitir, liberar.

El Niño: é um evento oceânico associado com a flutuação de um padrão de pressão de superfície. Este fenô-meno de ligação da atmosfera ao oceano promove impacto no vento, na temperatura de superfície do mar. Tem efeitos climáticos ao longo da região do oceano Pacífico e muitas outras partes do mundo.

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Energia: Expressa a capacidade de um determinado arranjo de objetos a realizar ou fornecer trabalho físico. A energia é utilizada na forma de eletricidade e de combustível.Energia Renovável: É aquela que é obtida de fontes naturais capazes de se regenerar, e portanto, praticamente inesgotáveis.

IPAM: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia é uma ONG ambientalista que tem como uma das prin-cipais ações, o combate às mudanças climáticas.

IPCC: Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, sigla em inglês. É um grupo de cientistas in-ternacionais que desenvolvem pesquisas sobre às causas e efeitos das mudanças climáticas. Além de propor estratégias de combate ás mudanças do clima.

Litosfera: é a camada sólida mais externa do planeta Terra, constituída por rochas e solo. É também denomi-nada como crosta terrestre.

Matriz Energética: É um instrumento gráfico que mostra a participação das diversas fontes energéticas de um País (por exemplo, quanto da energia consumida vem de usinas hidrelétricas, quanto vem da queima de combustíveis e outros).

Mecanismo de Desenvolvimento Limo (MDL): Instrumento que permite aos países desenvolvidos, que firmaram compromisso no Protocolo de Kyoto, financiar projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa, em países em desenvolvimento.

Meio ambiente: é o conjunto dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de exercerem um efeito direto ou indireto, imediato ou a longo prazo, sobre todos os seres vivos.

Mudança do Clima: refere-se a uma mudança do clima que pode ser identificada por mudanças na média e/ou na variabilidade de suas propriedades. A mudança do clima pode resultar de processos naturais internos ou forçamentos externos, ou de mudanças antrópicas persistentes na composição da atmosfera ou em uso da terra.

Países Emergentes: Denominação dada aos países chamados de segundo e terceiro mundos, que se indus-trializaram e continuam se desenvolvendo.

Placas tectônicas: São os gigantescos blocos que compõem a camada sólida externa do nosso planeta, sustentando os continentes e os oceanos.

Protocolo de Kyoto: Acordo internacional firmado na cidade de Kyoto, no Japão, em 1997, e entrou em vigor em fevereiro de 2005, em que estabelece metas de redução de emissões de gases do efeito estufa para os países desenvolvidos.

Revolução Industrial: Um período de rápido crescimento industrial com consequências sociais e econô-micas muito grandes, iniciadas na Inglaterra durante a segunda metade do século XVIII. A revolução industrial marca o início de um forte aumento no uso de combustíveis fósseis e emissões de, particularmente, gás car-bônico.

Savanização: Conversão de mata em cerrado.

Serviços Ambientais: Os serviços ambientais são os benefícios prestados pelo meio ambiente, em especial pelas florestas, como a estabilidade do clima, manutenção das chuvas, armazenamento de carbono nas árvores e conservação das plantas e animais (biodiversidade). Além disso, podemos considerar como outros serviços ambientais a ciclagem dos nutrientes e amenização da ocorrência de efeitos climáticos drásticos.

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Sites para consultas

www.wwf.org.br

http://unfccc.int

www.akatu.com.br

www.ambientebrasil.com.br

www.aneel.gov.br

www.forumclima.org.br

www.greenpeace.org.br

www.ipcc.ch

www.mct.gov.br

www.mma.gov.br

www.fas-amazonas.org www.sds.am.gov.br

www.ipam.org.br

www.climaeconsumo.org.br

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anexos1

ATIVIDADES PARA OS EDUCADORES DESENVOLVEREM COM OS ESTUDANTES SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Caros educadores,

As atividades pedagógicas sugeridas neste livro têm como finalidade colaborar com algumas sugestões práticas de como o tema de Mudanças Climáticas poderá ser trabalha-do em sala de aula. É importante que essas atividades sejam planejadas de modo a tornar compreensível a transposição didática destes conhecimentos.

Durante as atividades, tanto você educador como estudantes, terão a oportunidade de socializar o aprendizado, bem como reconstruir o processo de ensino por meio da pesqui-sa, da descoberta, da experimentação, da reflexão e da criatividade.

Ao desenvolver essas atividades, você estará trabalhando novos conceitos, a noção do cuidado com o meio ambiente e a revitalização dos valores humanos ( respeito, solidarie-dade e desprendimento).

Estas atividades representam um valioso estímulo e colaboração ao pensamento peda-gógico e a valorização do trabalho dos profissionais de educação na busca de melhoria da qualidade do ensino.

Cabe a você educador, escolher as atividades e adaptá-las, caso necessário, à realidade da sua sala de aula.

1. ENTREVISTANDO A SUA COMUNIDADE:

OBJETIVO: Obter de pessoas mais idosas na sua comunidade suas impressões sobre possíveis mudanças ocorridas na comunidade a respeito do clima e o porquê destas mu-danças.

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSMudanças climáticas, clima, tempo, queimadas florestais, temperatura do ambiente.

MATERIAL: Caderno de campo para registrar as informações e cartolinas para apresen-tação dos trabalhos.

PROCEDIMENTOS: Em sala de aula, desenvolva com os estudantes um roteiro de per-guntas para entrevistar moradores do local. Estas perguntas podem, por exemplo, focar

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na percepção destas pessoas sobre as mudanças que têm notado no clima da região. As chuvas têm aumentado ou diminuído? Hoje tem mais queimadas do que quando eram crianças? E outras perguntas semelhantes.

Peça aos estudantes que identifiquem três pessoas idosas da sua vizinhança que tenham sempre morado neste local e que estejam dispostos a fornecer informações sobre o assunto.

Depois de realizadas as entrevistas peça aos estudantes que escrevam um resumo dos resultados coletados e que apresentem em sala de aula.

Finalmente, avalie com os estudantes o que descobriram de novo com a atividade e façam uma discussão em sala de aula debatendo as impressões destas pessoas sobre as mudanças climáticas. As respostas foram semelhantes?

2. CONFECÇÃO DE CARTAZES PARA SEREM UTILIZADOS COMO ANÚNCIO DE TELEVISÃO:

OBJETIVO: Sensibilizar a comunidade escolar sobre a importância da redução dos im-pactos das mudanças climáticas, bem como estimular sua habilidade de convencimento das suas idéias.

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSImpactos das mudanças climáticas, consumo consciente, desmatamento, reflorestamen-

to, fontes de energias alternativas, desenvolvimento sustentável.

MATERIAL: Papel madeira, revistas, jornais, cola, pincel atômico

PROCEDIMENTOS: Peça aos alunos que construam cartazes com material de revistas, jor-nais ou desenhos sobre os impactos das mudanças climáticas e apresentem em sala de aula.

A apresentação dos cartazes deverá ser feita como um anúncio de televisão sobre uma idéia que eles tenham aprendido de como reduzir os impactos.

Exemplos de temas: uso de lâmpadas fluorescentes, diminuição das queimadas, deixar o carro em casa um dia por semana, plantar árvores, fontes alternativas de energia e outros.

Ao final, os estudantes devem apresentar em sala de aula seus cartazes como se estives-sem fazendo comercial de um produto ou idéia, e depois peça que esses cartazes sejam afixados nos murais da escola.

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3. DRAMATIZAÇÃO SOBRE AS MUDANCAS CLIMÁTICAS:

OBJETIVO: Explicar conceitos das mudanças climáticas por meio de peça teatral.

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSEfeito estufa, aquecimento global, energia renovável e não renovável, desmatamento,

fenômenos drásticos (enchentes, secas, furacoes)

MATERIAL: Roupas usadas, papel madeira, tinta guache, cartolina, papelão, resíduos vegetais (pedaços de madeira, folhas, cascas de árvores, de frutas e outros)

PROCEDIMENTOS: Separe os estudantes da sala de aula em quatro ou cinco grupos (dependendo do número de estudantes), e peça que eles encenem uma peça de teatro ex-plicando diversos aspectos ou conceitos sobre as mudanças climáticas como: efeito estufa e aquecimento global, consequências do aquecimento global, energia renovável, energia não-renovável e desmatamento.

Esta atividade trabalhará a desinibição pessoal de cada estudante, bem como possibili-tará a compreensão e consolidação de conceitos mais complexos.

4. DEBATE SOBRE IMPLICAÇÕES DO DESMATAMENTO

OBJETIVO: Discutir diferentes implicações do desmatamento na comunidade e no mun-do e sensibilizar acerca das estratégias usadas nas situações de conflito.

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSDesmatamento, desenvolvimento econômico, fiscalização ambiental, atmosfera, aque-

cimento global, gases de efeito estufa, conservação ambiental, reflorestamento.

MATERIAL: Revistas, matérias jornalísticas e/ou pesquisa na internet

PROCEDIMENTOS: Nesta atividade os estudantes representarão diferentes personagens e defenderão suas posições de acordo com os papéis estabelecidos.

Motivar os diferentes grupos a discutir antes suas estratégias de convencimento e frases a serem usadas no debate sobre as diferentes implicações do desmatamento.

Peça que a turma indique cinco estudantes para representar os papéis descritos abaixo:

Grande Fazendeiro: Defende o desmatamento de grandes áreas de terras e depois as queima para poder criar seu pasto. Sua posição é a favor desta atividade, pois defende que ela gera desenvolvimento econômico para a região.

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Prefeito: Deve procurar criar incentivos fiscais ou econômicos para diminuir o desma-tamento no seu município.

Cientista: Apresenta estudos e pesquisa sobre o desmatamento e as subsequentes quei-madas levam ao aumento da quantidade de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Os pastos devem ser manejados de forma que possam ser utilizados por mais tempo.

Sociedade Civil: Demonstra sofrer com as queimadas, apresenta problemas respiratórios e fala das consequências da sujeira causada pelas queimadas. Pressiona para que as auto-ridades façam sua parte e aumentem a fiscalização.

A sala de aula deverá ser arrumada em forma de plenário, com uma mesa grande para os estudantes expositores apresentarem, um a um seus papéis e os outros alunos serão a platéia que poderão expor os comentários e depoimentos sobre as apresentações.

5. ENTENDENDO O EFEITO ESTUFA

OBJETIVO: Facilitar a compreensão do efeito estufa na atmosfera

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS Aquecimento global, gases de efeito estufa, mudanças climáticas, atmosfera terrestre.

MATERIAL: Dois termômetros, duas folhas de papel, um vidro com tampa, relógio.

PROCEDIMENTOS: Num dia de sol, no início da aula, coloque um termômetro sobre uma folha de papel e deixe sob o sol. Coloque o segundo termômetro num vidro fechado debaixo de uma folha branca.

Meça as temperaturas depois de 30 minutos e peça para os estudantes explicarem por-que o termômetro do vidro ficou com a temperatura mais alta.

Esta experiência serve para se ter uma idéia do efeito estufa. Neste caso, o vidro representa os gases da atmosfera terrestre, pois quando o sol atinge a folha de papel e o termômetro o ca-lor fica retido dentro do vidro, assim como o calor do Planeta terra fica retido na atmosfera.

anexos

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anexos6. ENTENDENDO COMO O AQUECIMENTO GLOBAL AFETA O DERRETIMENTO DAS GELEIRAS NOS POLOS:

OBJETIVO: Proporcionar a aprendizagem do processo de derretimento dos pólos e o aumento do nível do mar.

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSDerretimento dos pólos, aumento do nível do mar, aquecimento global, risco de extin-

ção de espécies biológicas.

MATERIAL: Dois copos ou bacias com água, gelo, relógio.

PROCEDIMENTOS: Com a ajuda dos estudantes, meça a mesma quantidade de água e coloque em dois copos de tamanhos diferentes. Depois, acrescente em um dos copos, uma grande quantidade de gelo. Os estudantes serão convidados para ver o que ocorreu depois de 30 minutos.

Peça para os estudantes medirem novamente a quantidade de água e explicarem o que aconteceu. Eles vão relacionar o aumento da temperatura e o derretimento dos pólos.

Esta experiência serve para fazer uma comparação com o derretimento dos gelos nos pólos e o aumento do nível do mar. Deve ser lembrado aos estudantes que um novo con-gelamento desta água nos pólos vai depender do inverno seguinte ser frio suficiente. Assim,

num cenário da Terra mais quente devido ao aquecimento glo-bal, este derretimen-to deve ser cada vez mais pronunciados.

Fatos Científicos Opiniões

Segundo o IPCC as mudanças climáticas são decorrentes da ação humana

Minha vó disse que quando ela era moça chovia mais por aqui

A temperatura da Terra já está 0,7 C mais alta que nas últimas décadas

O aumento de temperatura poderá aumentar as áreas para agricultura no mundo

A queima das florestas tropicais contribui para o agravamento do efeito estufa

Em época de queimada a gente sente mais calor

Professor(a)!

Esta atividade permitirá que os estudantes entendam que

existem fatos científicos baseados em resultados de pesquisa

que independem da opinião do cientista. Por outro lado, há

pessoas que podem emitir suas opiniões mas não são capazes

de prová-las através de pesquisas.

Discuta os comentários selecionados pelos estudantes e como

estas diferentes opiniões “escondem” diferentes interesses.

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anexos7. DESCUBRINDO A DIFERENÇA ENTRE FATOS CIENTÍFICOS E OPINIÕES:

OBJETIVO: Discutir com os estudantes a diferença entre fatos científicos e opiniões acerca dos diversos aspectos sobre mudanças climáticas.

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSMudanças climáticas, teorias científicas, conhecimento popular, queima de florestas tropicais

MATERIAL: Recortes de jornal, artigos de revistas, cópias do material a ser trabalhado.

PROCEDIMENTOS: Para realizar esta atividade o(a) professor(a) deverá selecionar re-cortes de jornal, artigos de revista, ou livros que falem sobre os diferentes aspectos de mudanças climáticas.

Selecione alguns recortes mais interessantes, faça cópias e distribua para todos os estu-dantes. Como tarefa de casa, solicite que eles façam leitura dos artigos e separem os co-mentários que são fatos científicos e os que são opiniões, conforme se demonstra abaixo:

8. ESCREVENDO SOBRE O MEIO AMBIENTE

OBJETIVO: Discutir assuntos relacionados aos cuidados com o meio ambiente

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSMeio ambiente, biodiversidade, ecossistemas, sustentabilidade, qualidade de vida

MATERIAL: Folha de papel e caneta

PROCEDIMENTOS: Discuta e analise com os estudantes assuntos pertinentes que po-dem estar causando prejuízos ao meio ambiente.

Sugestão de temas para serem trabalhados:• Inexistência de compromisso social e ambiental para a sustentabilidade da vida no Planeta;• Volume elevado do lixo descartável – uma preocupação de todos;• Desperdício de alimentos, de energia, de água;• Mudanças de hábitos e costumes cotidianos para melhorar a qualidade de vida.

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9. PESQUIDANDO SOBRE O MEIO AMBIENTE

OBJETIVO: Propor uma pesquisa sobre mudanças climáticas

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSMudanças climáticas, aumento de temperatura, fenômenos drásticos (enchentes, secas,

ciclones, furacões), ações de combate às mudanças climáticas.

MATERIAIS: Caderno, lápis, internet, livros

PROCEDIMENTOS: Proponha para os estudantes a realização de pesquisas sobre as mudanças climáticas e suas consequências para a Amazônia, o Brasil e o mundo.

Depois disto, sugira aos estudantes uma apresentação de suas pesquisas em sala de aula ou na escola, com sugestões de combate às mudanças climáticas e ações de adaptação as suas consequências.

10. CONHECENDO PESSOAS COM IDEAIS ECOLÓGICOS E AÇÕES PRATICAS RELACIONADAS COM MUDANCAS CLIMÁTICAS

OBJETIVO: Proporcionar a interação de conhecimentos entre estudantes e pessoas com ideais ecológicos

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSReflorestamento, educação ambiental, mudanças de atitudes, desenvolvimento sustentável.

PROCEDIMENTOS: Convidar pessoas com atuação em práticas ecológicas relativas ás mudanças climáticas (pesquisador, projetos de reflorestamento, militantes ambientalistas, agricultores, educador ambiental, entre outros) para participarem do momento de entrevis-tas em sala de aula.

Na ocasião, os estudantes convidariam o entrevistado para contar sua trajetória de vida e como vêm atuando na mudança de hábito do dia-a-dia, em relação às mudanças climáticas.

11. PESQUISANDO A MEMÓRIA DO AMBIENTE

OBJETIVO: Analisar com os estudantes como as mudanças das paisagens locais estão ou não contribuindo para o aquecimento global e as mudancas climáticas.

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSMeio ambiente, revitalizando a história natural e social do local, consequências das

mudanças na paisagem para aquecimento global e as mudancas climáticas

anexos

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MATERIAL: Jornais ou revistas antigas, cadernos, e lápis

PROCEDIMENTOS: Por ser feito por meio de entrevistas ou escutando a história dos mais velhos sobre como

era o lugar no passado; consultando antigos documentos e jornais em busca de opiniões e disputas que envolveram diferentes visões da natureza e do uso dos bens ambientais; investigando os modos de vida que conviveram ali em tempos passados (em harmonia ou em conflito) deixaram alguma marca na paisagem e nos costumes do lugar.

Para finalizar os estudantes podem analisar, depois de ouvido o entrevistado, o que foi comentado foi causado por mudanças climáticas – interpretação do contexto, se melho-rou ou piorou o ambiente.

12. TRILHA ECOLÓGICA INTERATIVA – ENTENDENDO O ESTOQUE E A DINÂMICA DO CARBONO

OBJETIVO: Realizar uma trilha ecológica interativa observando e medindo as diferentes espécies de árvores.

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSEstoque e dinâmica do carbono

MATERIAL: folha de papel, lápis e fita de costureiro.

PROCEDIMENTOS: Para realizar esta atividade, você pode organizar uma trilha ecoló-gica com os estudantes, ou seja, um passeio ou uma caminhada no bosque ou na floresta, onde eles medirão as circunferências das árvores.

Com a fita de costureiro, meça as circunferências do tronco das árvores, a 1,30m do solo. Para transformar a circunferência em diâmetro basta dividir o valor da circunferência por “π” (pi), ou 3,14. Não é necessário ter muita precisão, você pode trabalhar com números inteiros.

Depois de medir as circunferências das árvores, com auxílio da tabela de conversão (anexo I), determine o peso total de cada árvore. Divida o peso total de cada árvore por dois, tem-se o peso seco. Em seguida divida o peso seco por dois e tem-se a quantidade de carbono em quilos.

Lembrete: metade do peso total de cada árvore é água. Metade do peso seco, é igual a quantidade de carbono.

Sabendo-se o quanto cada árvore pos-

sui de carbono, é possível calcular quanto de carbono existe numa floresta. Para isso, basta multiplicar a quantidade de carbono contida em uma árvore pela quantidade total de árvores existentes no bosque ou na floresta. Ao total de carbono encontrado, tanto no bosque, tanto na floresta, damos o nome de estoque de carbono.

anexos

/2=peso seco

peso seco=> /2=

C (kg)

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13. TRABALHANDO O CONCEITO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSERVAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE

OBJETIVO: Sensibilizar os estudantes sobre o uso eficiente de energia elétrica e propor uma campanha de economia em suas residências e/ou em suas escolas.

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSEletricidade, circuitos elétricos, física, consumo consciente, matemática, português,

meio ambiente.

MATERIAL: Lápis, papel e pranchetas

PROCEDIMENTOS: Antes de iniciar a atividade, você professor, pode questionar os es-tudantes sobre o hábito de uso de energia em suas residências. Depois disto, questione os estudantes sobre seus conhecimentos relativos ao consumo energético e ao valor das faturas de energia em suas casas.

Professor(a):

Para entender mais sobre esse assunto, volte ao capítulo VI “Alternativas

e proposta de combate as Mudanças Climáticas“ deste livro, para com-

preender sobre a Matriz Energética do Amazonas.

Trabalhando o conceito de consumo de energia elétrica – o consumo depende

da potência do aparelho utilizado e do tempo de utilização. Essa potência é

expressa em watts (W). Por meio do medidor de energia elétrica (relógio de

luz) que registra o consumo de eletricidade. A leitura do consumo de energia é

realizada mensalmente. O consumo do mês é calculado com base na diferença

entre a leitura obtida naquele momento com a do mês anterior.

Existem duas maneiras para saber o consumo mensal de energia elétrica.

A primeira maneira é a forma tradicional, realizando a leitura do medidor,

ou seja o relógio de luz. A segunda maneira é realizando o papel do relógio

de luz, conhecendo a potência dos aparelhos elétricos e calculando seus

respectivos consumos.

Lembretes:

A energia elétrica consumida é medida em quilowatt-hora.

O Relógio de luz é o aparelho que registra o consumo de energia elétrica.

O quilowatt-hora (símbolo: kWh) é a unidade de medida de energia utilizada pelas companhias de distribuição de energia elétrica.

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Professor(a)!

Conheça os tipos de medidores de energia e como funcionam.Medidor de Ponteiros é composto por quatro ou cinco círculos com números semelhantes

a um relógio. É importante observar o sentido de rotação de cada “relógio”, que funciona em sentido horário e anti-horário (ver setas na parte superior de cada “relógio”).

O valor do número registrado da leitura depende da posição em que se encontra o pontei-ro. Se ele estiver entre dois números, prevalecerá sempre o anterior.

Medidor Ciclométrico funciona como um registrador de quilometragem percorrida por um veículo. A leitura é o número indicado no mostrador.

Atenção!Ao efetuar a leitura do medidor, alguns cuidados devem ser tomados, por exemplo:• Manter distância do equipamento e de seus acessórios. Em nenhuma hipótese devem-se tocar os fios, condutores e artes metálicas do medidor;• Não permitir a presença de crianças próximo do local de medição.

Professor(a)!

Para calcular o consumo mensal de energia elétrica de um aparelho, em quilowatt-hora é preciso saber:• A potência elétrica do aparelho, medida em quilowatt (w)• O tempo de uso mensal do aparelho, medido em horas (h)

CONSUMO (kWh) = Potência (W) x nº horas de uso/dia x nº dias de uso/mês 1000

anexos

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4 6 0 0

cálculo do consumo diárioleitura do dia

leitura do dia anterior

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Consumo Diário: 10 kWh

subtrair

resultado

4 6 0 0cálculo do consumo diárioleitura do dia

leitura do dia anterior

Consumo Diário: 10 kWh

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subtrair

resultado

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A potência dos aparelhos

elétricos é expressa em watts

e esta informação deve estar

impressa em todos os apare-

lhos, nas suas embalagens e

também nos seus manuais de

instrução de uso.

FATORES DE CONVERSÃO DE UNIDADES

1 BTU = 0,15 W

1 hp = 746 W

1 cv = 736 W

1/2 cv = 368 W

1/4 cv = 184 W

HORAS DE USO POR DIA

0,5 h = 30 minutos

0,1 h = 6 minutos

0,2 h = 12 minutos

Veja os exemplos: Se um ferro elétrico de 1000 W de potência for

utilizado por uma hora, por dia, durante 10 dias no mês, teremos que consumo mensal, em kWh?

Resolução:Potência = P = 1000 Wnº horas de uso/dia = 1 h / dia x nºdias de uso/mês = 10 dias / mêsConsumo (kWh) = 1000 x 1 x 10 = 10 kWh

1000

Professor, resolva juntamente com os estudantes estes desafios:

1. Jogo videogame somente aos sábados e domingos, por três horas por dia. Quanto gasto de energia elétrica por mês jogando, se meu videogame tem 15 W de potência? (Suponha que o mês tenha cinco finais de semana)

2. João adora tomar banhos demorados de 20 minutos e descobriu um jeito de diminuir o gasto de energia por banho, sem diminuir o tempo. Ao invés de tomar banho com o chuveiro na posição INVERNO, que tem potência de 4.400 W, ela agora só toma banho com o chuveiro na posição VERÃO, que tem potência de 3.000 W. Quanto João passou a economizar de energia elétrica por mês, em kWh, apenas com esta mudança?

Reflexão sobre o aprendizado anterior

Alguns aparelhos consomem mais eletricidade que outros. Como por exemplo a geladeira, embora per-manentemente ligados só consomem energia quando o motor estiver funcionando. Não há como calcular o consumo EXATO dos aparelhos. Uma geladeira em que a porta é aberta a toda hora consome mais ener-gia. Uma geladeira em que acabamos de colocar uma dúzia de refrigerantes para gelar, vai gastar muito até conseguir gelar todas as latas. Durante a noite, não é comum a gente ficar abrindo a geladeira. Então o consumo é mínimo.

O aparelho de ar condicionado mesmo que ligado 24 horas, não funciona todo o tempo. Ele liga o compressor quando precisar resfriar o ar interno. Em dias em que a temperatura externa estiver quente,

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o condicionador vai ligar mais vezes. Em ambientes com poucas pessoas, ele vai ligar muito pouco. Em ambientes sem nenhuma pessoa o condicionador só vai ligar uma poucas vezes, se as paredes, teto e piso tiverem um bom isolamento térmico.

Você mesmo poderia calcular o consumo aproximado da sua casa. Mas para isso vai precisar saber o número de vezes que o compressor da geladeira ligou e quanto tempo ficou ligado em cada vez. Fazer a mesma coisa com o chuveiro, o ferro de passar roupa, o secador de cabelo, o liquidificador e de todos os outros aparelhos elétricos da sua casa. Isso seria muito trabalhoso!

Mas, você pode também, fazer um cálculo aproximado só para ter uma idéia de quem é que consome mais eletricidade.

Imagine uma família média que tenha os principais aparelhos em casa e que faça um consumo nor-mal, sem exageros. Os tempos de uso dos equipamentos são apenas exemplos que podem ser substituí-dos pelos seus hábitos de uso diário e mensal.

Reflexão: Evitar o desperdício de energia é uma maneira eficaz de preservar o meio ambiente e aumentar a vida útil dos aparelhos.

Exemplo: Tomando o exemplo anterior como base, pode-se observar que aquela família possui um consumo mensal de 1663 kWh. Aplicando os conceitos de economia de energia aprendidos no capítulo “Você e as Mudanças Climáticas”, vamos considerar para feito de exemplo que houve uma economia de 36%, e o consumo mensal passou a ser de 1063, logo se reduziu 600kWh do consumo total.

Uma economia mensal de 600 kWh durante representa uma economia anual de 7,2 MWh

Desta forma, o cálculo das emissões de CO2 anualmente pelo uso de combustíveis em usinas termelétricas (a diesel) será feito utilizando a seguinte equação,

Emissões = P.G. X F.E.cEmissões = 7,2 X 0,2785Emissões = 2 ton CO2 / ano ou 0,6 ton C / anoEmissões – Emissões de CO2 (t)P.G. – Potência de Geração da Usina Termelétrica (MWh)F.E. – Fator de Emissão (tCO2/MWh) – Óleo Diesel: 0,2785 tCO2/MWhc – combustível (óleo diesel, óleo combustível, gás natural) – Exemplo: utilizamos o óleo

dieselAo final, os estudantes terão conhecimento sobre a relação entre consumo de energia

elétrica e suas consequências para as mudanças climáticas. O consumo de energia é uma preocupação atual que coloca toda a sociedade em sistema de alerta. É preciso acabar com o desperdício e com o risco de um possível colapso energético mundial.

A Economia de 600 KWh representa:

600 Kg de carbono evitado

667 barris de petróleo

278 litros de gasolina

4 ha de floresta primária

anexos

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14. AVALIAR OS POLUENTES NOS AMBIENTES

OBJETIVO: Avaliar as consequências da concentração de poluentes nos ambientes

CONCEITOS A SEREM TRABALHADOSPoluentes, meio ambiente, ambientes saudáveis

MATERIAL: Roteiro de perguntas, caneta e pranchetas.

PROCEDIMENTOS: Oriente os estudantes a localizarem áreas da sua comunidade, onde as pessoas pratiquem exercícios físicos ou outras atividades de lazer.

Organize um roteiro de perguntas juntamente com os estudantes, levando em conside-ração a concentração de poluentes nas diversas áreas identificadas. Por exemplo: parques, praias ou mesmo, calçadas das vias públicas.

Os estudantes irão entrevistar as pessoas que frequentam os locais identificados para ouvir as opiniões dessas pessoas sobre os danos causados pelos poluentes. A partir daí, pode ser organizado um debate na sala de aula ou na escola, após a coleta desses dados e informa-ções, ressaltando como os poluentes estão afetando os ambientes.

anexos

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anexos2 TABELA DE TRANSFORMAÇÃO DE CAP

CAP DAP P. Fresco (kg) P. Seco (kg) carbono (kg) CO2 (kg)

32 10,19 193,94 114,81 55,68 204,19

33 10,50 205,71 121,78 59,06 216,59

34 10,82 217,82 128,95 62,54 229,33

35 11,14 230,26 136,31 66,11 242,43

36 11,46 243,02 143,87 69,78 255,87

37 11,78 256,12 151,62 73,54 269,66

38 12,10 269,54 159,57 77,39 283,79

39 12,41 283,29 167,71 81,34 298,27

40 12,73 297,37 176,04 85,38 313,09

41 13,05 311,78 184,57 89,52 328,26

45 14,32 372,64 220,60 106,99 392,34

46 14,64 388,66 230,09 111,59 409,21

47 14,96 405,01 239,76 116,29 426,42

48 15,28 421,68 249,63 121,07 443,97

49 15,60 438,66 259,69 125,95 461,86

50 15,92 455,97 269,94 130,92 480,08

51 16,23 473,60 280,37 135,98 498,64

52 16,55 491,55 291,00 141,13 517,54

53 16,87 509,82 301,81 146,38 536,77

54 17,19 528,40 312,82 151,72 556,34

55 17,51 547,31 324,01 157,14 576,24

56 17,83 566,53 335,38 162,66 596,48

57 18,14 586,07 346,95 168,27 617,05

58 18,46 605,92 358,70 173,97 637,95

59 18,78 626,09 370,65 179,76 659,19

60 19,10 646,58 382,77 185,64 680,76

61 19,42 667,38 395,09 191,62 702,66

62 19,74 688,49 407,59 197,68 724,89

63 20,05 709,92 420,27 203,83 747,45

64 20,37 731,66 433,14 210,08 770,35

65 20,69 753,72 446,20 216,41 793,57

66 21,01 776,09 459,44 222,83 817,12

67 21,33 798,77 472,87 229,34 841,00

68 21,65 821,76 486,48 235,94 865,21

Page 80: Mudanças  Climáticas

80

TABELA DE TRANSFORMAÇÃO DE CAP

CAP DAP P. Fresco (kg) P. Seco (kg) carbono (kg) CO2 (kg)

69 21,96 845,07 500,28 242,64 889,75

70 22,28 868,69 514,26 249,42 914,61

71 22,60 892,61 528,43 256,29 939,80

72 22,92 916,85 542,78 263,25 965,32

73 23,24 941,40 557,31 270,29 991,17

74 23,55 966,26 572,02 277,43 1017,34

75 23,87 991,43 586,92 284,66 1043,84

76 24,19 1016,90 602,01 291,97 1070,67

77 24,51 1042,69 617,27 299,38 1097,81

78 24,83 1068,78 632,72 306,87 1125,29

79 25,15 1095,18 648,35 314,45 1153,09

80 25,46 1121,89 664,16 322,12 1181,21

81 25,78 1148,91 680,16 329,88 1209,65

82 26,10 1176,24 696,33 337,72 1238,42

83 26,42 1203,87 712,69 345,65 1267,52

84 26,74 1231,81 729,23 353,68 1296,93

85 27,06 1260,05 745,95 361,79 1326,67

86 27,37 1288,60 762,85 369,98 1356,73

87 27,69 1317,46 779,93 378,27 1387,11

88 28,01 1346,62 797,20 386,64 1417,81

89 28,33 1376,08 814,64 395,10 1448,83

90 28,65 1405,85 832,26 403,65 1480,18

91 28,97 1435,93 850,07 412,28 1511,84

92 29,28 1466,31 868,05 421,01 1543,83

93 29,60 1496,99 886,22 429,82 1576,13

94 29,92 1527,98 904,56 438,71 1608,76

95 30,24 1559,27 923,09 447,70 1641,70

96 30,56 1590,86 941,79 456,77 1674,97

97 30,88 1622,75 960,67 465,93 1708,55

98 31,19 1654,95 979,73 475,17 1742,45

99 31,51 1687,45 998,97 484,50 1776,67

100 31,83 1720,26 1018,39 493,92 1811,20

CAP - Circunferência a altura do peito (1,30m do solo)DAP - Diâmetro a altura do peito (1,30m do solo)P. Fresco - Peso total da árvore, considerando a água tambémP. Seco - Peso da árvore sem contar com a água CO2 - Dióxido de carbono

anexos

Page 81: Mudanças  Climáticas

81

Mud

ança

s clim

ática

s: um

a pr

eocu

paçã

o de

todo

s

anexosTABELA DE VALORES CALCULADOS CONFORME POTÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS

Equipamentos Consumo kWh por

mês

Custo Mensal aproximado, cal-culado ao preço de R$ 0,27322

por kWh.

Aparelho de som completo, baixa potência (200 watts) funcionando 2 horas por dia.

4 R$ 1,09

Aparelho de som completo, alta potência (1.000 watts) funcionando 2 horas por dia.

10 R$ 2,73

Aquecedor Central (200 litros). 90 R$ 24,59

Aspirador de pó doméstico. 4 R$ 1,09

Cafeteira Elétrica doméstica 4 R$ 1,09

Chuveiro Elétrico de 2.000 Watts, banhos de 10 minutos 40 R$ 10,93

Chuveiro Elétrico de 4.000 Watts, banhos de 10 minutos 80 R$ 21,86

Chuveiro Elétrico de 6.000 Watts, banhos de 10 minutos 120 R$ 32,79

Condicionador de ar de 7.000 BTU com apenas 1 pessoa no ambiente, ligado 8 horas por dia.

72 R$ 19,67

Condicionador de ar de 10.000 BTU com 2 pessoas no ambiente, ligado 8 horas por dia.

136 R$ 37,16

Condicionador de ar de 20.000 BTU com 5 pessoas no ambiente, ligado 8 horas por dia.

342 R$ 93,44

Ferro Elétrico doméstico, poucas roupas 45 R$ 12,29

Ferro Elétrico doméstico, bastante roupa 60 R$ 16,39

Forno de Microondas pequeno 15 R$ 4,10

Forno de Microondas completo 20 R$ 5,46

Freezer pequeno 54 R$ 14,75

Freezer grande 72 R$ 19,67

Geladeira de 200 litros 36 R$ 9,84

Geladeira de 400 litros 42 R$ 11,48

Geladeira Duplex 55 R$ 15,03

Lâmpada incandescente 100 Watts 15 R$ 4,10

Lâmpada florescente (luminária com 2 lâmpadas de 40 Watts)

10 R$ 2,73

Lavadora de Roupa simples 7 R$ 1,91

Lavadora de Roupa completa com aquecimento de água 15 R$ 4,10

Microcomputador em configuração simples, com monitor cor de 12 polegadas e sem impressora. (4 horas por dia)

26 R$ 7,10

3

Page 82: Mudanças  Climáticas

82

anexosTABELA DE VALORES CALCULADOS CONFORME POTÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS

Microcomputador em configuração completa, com moni-tor cor de 14 polegadas, impressora, modem e scanner. (4

horas por dia)

52 R$ 14,21

Equipamentos Consumo kWh por

mês

Custo Mensal aproximado, cal-culado ao preço de R$ 0,27322

por kWh.

O mesmo Microcomputador acima, ligado porém sem ninguém usando, em situação de waiting, de stand by, de

espera.

2 R$ 0,55

Secador de Cabelo pequeno 4 R$ 1,09

Secador de Cabelo potente 7 R$ 1,91

Secador de Roupa pouco uso 12 R$ 3,28

Secador de Roupa bastante roupa uso 34 R$ 9,29

Televisor Preto e Branco, ligado das 19 às 23 horas. 10 R$ 2,73

Televisor Cor 14 polegadas 20 R$ 5,46

Televisor Cor 20 polegadas 35 R$ 9,56

Televisor Cor 30 polegadas 50 R$ 13,66

Torneira Elétrica de 2.000 Watts, na cozinha 10 R$ 2,73

Torradeira Elétrica 3 R$ 0,82

Ventilador pequeno, de mesa funcionando 4 horas por dia. 8 R$ 2,19

Ventilador grande (40 cm), de mesa funcionando 4 horas por dia.

12 R$ 3,28

Ventilador grande (50 cm), de parede ou pedestal, 4 horas por dia.

14 R$ 3,83

Ventilador grande (60 cm), de parede ou pedestal, 4 horas por dia.

16 R$ 4,37

TOTAIS 1663 R$ 454,36

Page 83: Mudanças  Climáticas
Page 84: Mudanças  Climáticas

uma preocupação de todos2a edição

Cole

ção

Educ

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l. 2

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Realização

Apoio

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roce

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clor

o.

uma preocupação de todos2a edição

MANEJO FLORESTAL

SUSTENTÁVEL

NO ESTADO DO AMAZONAS

PARA PRODUÇÃO DE MADEIRA