Mulheres Quilombolas põem a mão na massa e garantem renda familiar

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº1088 Outubro/2013 São Raimundo Nonato Mulheres Quilombolas põem a mão na massa e garantem renda familiar Na comunidade quilombola Lagoa das Emas, localizada a 30 km do município de São Raimundo Nonato, um grupo de mulheres produzem petas e sequilhos garantindo a renda de suas famílias Agricultoras quilombolas mostram a força da mulher no semiárido Piauiense... Dona Raimunda Marques, mulher de 84 anos, a mais idosa da comunidade quilombola Lagoa das Emas, conta o significado do nome de sua comunidade: “Quando chegamos aqui, havia uma lagoa, essa que fica logo aqui atrás de casa, e lá era repleta de emas, então, logo que nós começamos a construir nossas casas aqui, as emas foram embora, e nós, os primeiros habitantes colocamos o nome da comunidade de Lagoa das Emas, em homenagem a lagoa que é nossa vida e as Emas que habitavam nela” Conta dona Raimunda, enquanto observa suas filhas e neta fabricando as petas e sequilhos na conzinha de sua casa. Nailde Marques dos Santos, membro do grupo de mulheres da comunidade explica como surgiu a idéia de trabalhar com fabricação de petas e sequilhos: “A idéia de criar o grupo de mulheres na comunidade foi inspirada e incentivada pelo grupo UMBUS, mulheres do assentamento Novo Zabelê- São Raimundo Nonato, que fazem parte da rede economia solidária com o incentivo do projeto Dom Helder Câmara. Elas vieram aqui na comunidade dar uma palestra sobre economia solidária, e nos incentivou a produzir. Achamos a proposta interessante e então decidimos criar o

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1088

Outubro/2013

São Raimundo

Nonato

Mulheres Quilombolas põem a mão na massa e garantem renda familiar

Na comunidade quilombola Lagoa

das Emas, localizada a 30 km do

município de São Raimundo Nonato, um

grupo de mulheres produzem petas e

sequilhos garantindo a renda de suas

famílias

Agricultoras quilombolas mostram a

força da mulher no semiárido Piauiense...

Dona Raimunda Marques, mulher de

84 anos, a mais idosa da comunidade

quilombola Lagoa das Emas, conta o significado do nome de sua comunidade:

“Quando chegamos aqui, havia uma lagoa, essa que fica logo aqui atrás de casa, e lá

era repleta de emas, então, logo que nós começamos a construir nossas casas aqui, as

emas foram embora, e nós, os primeiros habitantes colocamos o nome da comunidade

de Lagoa das Emas, em homenagem a lagoa que é nossa vida e as Emas que habitavam

nela” Conta dona Raimunda, enquanto observa suas filhas e neta fabricando as petas e

sequilhos na conzinha de sua casa.

Nailde Marques dos Santos, membro do grupo de mulheres da comunidade

explica como surgiu a idéia de trabalhar com fabricação de petas e sequilhos:

“A idéia de criar o grupo de mulheres

na comunidade foi inspirada e incentivada

pelo grupo UMBUS, mulheres do

assentamento Novo Zabelê- São Raimundo

Nonato, que fazem parte da rede economia

solidária com o incentivo do projeto Dom

Helder Câmara. Elas vieram aqui na

comunidade dar uma palestra sobre

economia solidária, e nos incentivou a

p r o d u z i r . A c h a m o s a p r o p o s t a

interessante e então decidimos criar o

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Piauí

grupo. O início foi difícil porque as

pessoas não acreditavam que ia dar certo,

mas mesmo assim fomos persistentes,

criamos o grupo no ano de 2011,

começamos com 04 (quatro) mulheres

daqui da comunidade, e logo que

colhemos os primeiros frutos dessa

iniciativa, mais mulheres começaram a

abraçar e acreditar na idéia, e hoje somos

15 mulheres que se dedica a fabricação

das petas e sequilhos, e é desse trabalho

que garantimos a renda de nossas

famílias”.

E a agricultora acrescenta: “Fazemos por encomenda, comercializamos as petas

e sequilho direto para Secretaria de Desenvolvimento rural (SDR), então já é uma renda

garantida, e nós como mulheres, nos sentimos muito bem, pois elevamos nossa auto-

estima, não dependemos dos esposos para comprar nossas coisas, e ainda ajudamos

toda a comunidade, pois a matéria prima para a fabricação das petas e sequilhos são

comprados daqui mesmo, priorizamos os produtos da agricultura familiar,

compramos os ovos sempre na comunidade, então é bom para todos”.Conta Nailde.

O grupo de 15 (quinze) mulheres se divide em 03 grupos de 05 (cinco) para

produzir as petas e sequilhos na conzinha de suas casas. O grupo não conta ainda com

estrutura física própria para a produção. Então a cada 05 mulheres fica responsável

por produzir uma quantidade de petas e sequilhos por demanda. Nailde fala do sonho

de ter uma estrutura apropriada para a fabricação das petas: “sonhamos em ter um

espaço só nosso para podermos expandir nossa produção e dar oportunidade para

mais mulheres que desejam ter sua renda”. Conta empolgada.

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