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MULHERES SEM ABRIGO SOFREM MAIS DO QUE OS HOMENS

Curso Formação Pedagógica de Formadores/as em Igualdade de entre Homens e Mulheres (inicial)Faro 2009

IntroduçãoJá toda a gente tropeçou neles. As vezes com nojo, quase sempre com desconforto, normalmente com alguma coisa arranhar até ao fundo da alma!

Mais que deprimente, é chocante o espectáculo da degradação humana socialmente adquirida.

Mas se é chocante ver essa gente bater no fundo da condição social não é menos emocionante encontrarmos pessoas, Homens e Mulheres, que já sem condições nem meios, tentam ainda manter um resto de dignidade antes do colapso final.


Cruzamo-nos com eles na rua: até passariam despercebidos não fora o rosto, os olhos espezinhados pela vida e aquela carga insuportavel de miséria e desespero que se lhes adivinha na alma!Nada nos garante que daqui a algum tempo, não seja um de nós – um amigo, um familiar – a estar naquelas condições.

O pior pecado é o da omissão…


Poema – Os Sem Abrigo

“Olhamos para eles e sentimos incomodados,

incomodados e impotentes,Podemos aliviar a consciência

com uma moeda Ou com comida

Ficamos aliviados mas não curados

Há qualquer coisa que continua a roer por dentro

A culpa não é nossa Individualmente


Se calhar nem deles Individualmente

É bom que nos sintamos incomodados.

Será ainda melhor se fizermos alguma coisa

Alguma coisa significativaAlguma coisa que os alivie.

E também alguma coisa que evite o aparecimento de outros como eles(eventualmente nós próprios).”


Conceito

Ser sem abrigo significa estar privado/a de alguns dos direitos que a democracia participativa prevê estar ao alcance de todos os cidadãos e cidadãs remetendo-os assim para uma situação de pobreza e exclusão difícil de inverter o sentido da inclusão social.


ConceitoConsidera-se pessoas sem abrigo aquelas que, independentemente da sua nacionalidade, idade, sexo, condição económica e condição de saúde física e mental, se encontra sem tecto, vivendo no espaço público, alojadas em abrigo de emergência ou com paradeiro em local precário, ou sem casa, encontrando-se em alojamento temporário destinado para o efeito.


Abordagem do Estudo feito por Ana Ferreira da Acção Social da Fundação AMI

Este estudo venceu o prémio municipal Madalena Barbosa, de Igualdade de Género, e vem na sequência da experiência da autora que dirige o departamento da Acção Social da Fundação de AMI acerca de 12 anos que foi realizado na região de Lisboa onde foram entrevistados utentes dos centros entre 2003 e 2006.


Trata-se de uma investigação em estudo sobre Mulheres:

O lar, a casa, um tecto são palavras que ecoam no universo sociocultural e psicológico da Mulher. (tradicionalmente o espaço privado pertence à Mulher e o público aos Homens, como ilustra o ditado “O Homem na praça, a Mulher na casa”.

Quando este espaço falta por muito desadequado que ele seja é determinante na vida da Mulher.


• Algumas das causas de ser sem abrigo são comuns em ambos os sexos, mas existem causas especificas do Sexo feminino:

•Desemprego;•Precariedade de emprego;•Baixos Rendimentos; •Menos protecção social;

Estes problemas aparecem associados ao crescimento das Famílias monoparentais suportadas economicamente por mulheres


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Gráfico 1:


Gráfico 2:

Respostas Sociais• Abrigo de emergência;• Alojamento temporário;• Casas abrigo;• Distribuição de géneros alimentares PCAC;• Linha de emergência 144;• Refeitórios sociais;• Lavandarias sociais;• Ateliers sociais;• Equipas de rua;


Histórias de Vida

“(…)A utente é toxicodependente há 6 anos. Tem duas filhas que vivem com os tios e está à espera do terceiro filho. Vive com o companheiro também toxicodependente e neste momento está a dormir num carro abandonado (…)”


Histórias de Vida

“(…) Trabalhou em restauração e a fazer limpezas, neste momento procura emprego para deixar prostituição (…)”

“(…)Se tivesse uma casa era uma mulher feliz. Chegava a casa tratava das minhas filhas, fazia as minhas coisas, estava sentada ou deitada no sofá a ver televisão…)”


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