Mundo Cana 8 Mar'13

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ARTIGO Brasil pode colher a maior safra de Cana da história MUNDO CANA ANO 04 | NúMERO 08 | MARçO 2013 Centurion Potencializa os níveis de ATR e a rentabilidade da atividade IEA E SOMAR Previsões otimistas para o mercado “Indústria do futuro terá foco exclusivo na moagem da Cana” ENTREVISTA Ismael Perina Jr., diretor-presidente da ORPLANA

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Agribusiness Arysta LifeScience Sugar Cane

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ArtigoBrasil pode colher a maior safra de Cana da história

MUNDO CaNa ano 04 | número 08 | março 2013

CenturionPotencializa os níveis de Atr e a rentabilidade da atividade

iEA E SoMArPrevisões otimistaspara o mercado

“indústria do futuro terá foco exclusivo na moagem da Cana”ENTREVISTA Ismael Perina Jr., diretor-presidente da ORPLANA

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Page 3: Mundo Cana 8 Mar'13

MUNDO CaNa

pág. 5

ENTREVISTAIsmael Perina Junior – orplanaTendências em remuneração e modelo de negócios

pág. 16

MERCADO LATINOAMERICANO

Brasil, méxico e Colômbiase destacam na cultura da Cana

pág. 10

uSINAJalles machado (Go)nutrição vegetal e controle no manejo da Cana

pág. 12

uSINAVista alegre (mS)Uso combinado de defensivostraz bons resultados

pág. 8

fORNECEDORESCopercanaarysta aumenta sua participação na Cooperativa

ano 04 - número 08março 2013

a revista mundo Cana é o veículo decomunicação oficial da arysta LifeScience

para o mercado sucroalcooleiro.

Coordenação Geralantonio Carlos Costa

Claudine DivitisJosé renato Gambassi

ProduçãoTexto assessoria de Comunicações

Jornalista Responsávelaltair albuquerque (mTb 17.291)

Redaçãonadia andrade

alexandre Franco

fotosTexto assessoria de Comunicações

arquivo arysta

Projeto Gráfico e Designronaldo albuquerque

Tiragem2.000 exemplares

Arysta LifeScience do Brasilrua Jundiaí, 50 – 4º andar

São Paulo/SP – Brasil CeP.: 04001-904

Telefone: 55 11 3054-5000 Fax: 55 11 3057-0525

[email protected]

pág. 21

ARTIGOmarcos Fava neves

Brasil pode colher a maiorsafra de Cana de sua história

03

MUNDO CaNa

pág. 18

CAPAmaturador Centurion

arysta reúne setor produtivopara lançamento em SP

MERCADOIea e Somar

Previsão otimista parao setor sucroalcooleiro

18

pág. 14pág. 4

EDITORIALJosé renato GambassiGerente de Produtos e mercado Cana da arysta LifeScience

105

Page 4: Mundo Cana 8 Mar'13

Àmedida que realizávamos as entrevistas para a oitava edição da Revista Mundo

Cana fomos identificando um cenário promissor do mercado sucroalcooleiro,

bem como um sentimento forte de perspectiva de recuperação por parte dos

diferentes elos da cadeia produtiva.

O otimismo pode ser percebido no resultado da safra de Cana 2012/2013, nas previsões

climáticas para as regiões Centro-Sul e Nordeste, nas estimativas de exportação

de etanol e açúcar, na utilização de máquinas colheitadeiras, na retomada de

investimentos e, especialmente, na projeção para a próxima safra, que poderá ser a

maior da história, conforme vocês lerão no artigo de Marcos Fava Neves, professor de

planejamento e estratégia na FEA-USP.

Análise recente do Instituto de Economia Agrícola (IEA) reforça a tendência positiva para

a safra 2013/2014, com potencial para ser melhor em produção e produtividade. A diretora

técnica do IEA afirmou à Mundo Cana que o cenário que se constrói é de aumento da

produção associado à boa recuperação da produtividade. A expectativa de clima mais

amigável também está detalhada nessa matéria sobre o panorama do mercado.

O governo tem participação na construção da previsão positiva para o mercado

sucroalcooleiro ao anunciar o aumento da gasolina e do percentual de etanol misturado

à gasolina (de 20% para 25%), o que trará benefícios uma vez que substituiremos

gasolina importada com produto nacional e aumentaremos os preços do açúcar no

mercado mundial, recebendo mais pelas nossas exportações.

Para o início de safra é um excelente pacote de notícias positivas. A Arysta vem

trabalhando no desenvolvimento de tecnologias capazes de melhorar a qualidade e

a produtividade dos canaviais, auxiliando os produtores a aproveitar ao máximo o

cenário de boas perspectivas e não perder nenhuma oportunidade.

Levamos nosso desafio muito a sério. O mercado de Cana-de-açúcar é estratégico para

a Arysta e investimos forte para oferecer soluções de qualidade em todas as etapas da

cultura. São 35 profissionais atuando na equipe, seja no desenvolvimento e evolução

dos produtos, na assistência técnica ou no pós-venda.

É por esse motivo que a agradável receptividade que tivemos em nosso recente

lançamento do maturador Centurion, em São Paulo, com a presença de mais de 75 usinas

de diferentes estados, além de fornecedores, distribuidores e cooperativas, nos deixa

realmente muito honrados e motivados, mostrando que estamos no caminho certo.

Aproveitem a leitura.

Editorial

José Renato Girotti Gambassi,

Gerente de Produtos e mercado Cana

#08

Recuperação e Produtividade

04

Page 5: Mundo Cana 8 Mar'13

Engenheiro agrônomo pela Unesp

de Jaboticabal (SP), Ismael Perina

Junior, de 54 anos, é diretor-pre-

sidente da Organização de Plan-

tadores de Cana da Região Cen-

tro-Sul do Brasil (Orplana), com

sede em Piracicaba (SP), comple-

tando seis anos de representativi-

dade a frente da entidade.

Ismael, que também faz parte do

Conselho de Administração do

Centro de Tecnologia Canavieira

(CTC) e da Câmara Setorial do

Açúcar e do Etanol, explica por-

que, em um futuro próximo, a

remuneração ao fornecedor de

Cana poderá ir além do índice de

ATR (sacarose).

Ele também aborda tendências

para o segmento sucroenergético,

opina sobre o Código Florestal e

considera que, em menos de uma

década, o setor registrou perdas

importantes em função da visão

equivocada e desmazelos do go-

verno federal.

Futuro prevê mudanças na remuneração e no modelo de negócios do mercado sucroalcooleirotendência traz remuneração agregada ao valor da energia da biomassa e grupo de fornecedores tecnicamente bem atualizados, destinando sua matéria-prima para uma indústria preocupada, exclusivamente, com a moagem de Cana

te

xto

Qual é a sua visão de futuro para

a Orplana? A Organização tem man-

tido, nestes 37 anos de atividades, a

missão de trabalhar e defender inte-

resses do setor junto aos órgãos pri-

vados e públicos, na esfera federal

ou estadual. E agora, prestes a ser

eleita uma nova diretoria executi-

va, estou certo de que haverá con-

tinuidade dessa tarefa prestigiosa de

auxiliar as atuais 34 associações vin-

culadas, que representam 18 mil for-

necedores de Cana dos cinco Estados

05

Entrevista Ismael Perina Junior

>

que formam a região Centro-Sul (São

Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do

Sul, Minas Gerais e Goiás). Estados

que constituem o maior polo produ-

tor do Brasil, respondendo por mais

de 80% do volume de Cana plan-

tada, colhida e processada no País.

Continuaremos a trabalhar neste

propósito de difundir o conhecimen-

to e atualidades entre as associações

reunidas e fomentar ações que me-

lhorem as condições e políticas que

regulamentam o setor.

Temos um modelo de produção bem sucedido, que agrega alto desempenho na mecanização, alta tecnologia e eficiência dos defensivos”

Page 6: Mundo Cana 8 Mar'13

Qual sua avaliação sobre o paga-

mento ao produtor baseado no teor

de sacarose? O sistema foi uma das

maiores transformações desde 1983 e

vem sendo um significativo ganho ao

setor, uma vez que o produtor passou

a não só se preocupar com a produtivi-

dade por tonelada de Cana produzida

por hectare, mas também com o teor

de sacarose produzida por tonelada/

hectare, sistema que permanece até os

dias atuais sob a regulamentação do

Conselho dos Produtores de Cana-de-

-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de

São Paulo (Consecana).

Considero o modelo importante e

que deve ser mantido. Ele contempla

a qualidade. Já em termos de futuro

deste sistema de pagamento, tudo

vai depender das adaptações que o

próprio mercado irá fazer no decorrer

dos anos, por exemplo, os empreen-

dimentos agroindustriais podem vir a

ajustar essa remuneração não apenas

pela energia da sacarose, mas, tam-

bém, pela energia da biomassa (ba-

gaço da Cana e da palha da Cana).

Quais as principais ações que me-

recem menção nesses seis anos de

reivindicações e direcionamentos

do setor pela Orplana, junto ao

governo federal? Percebo que neste

período houve certo distanciamento

do governo federal e visão equivo-

cada em relação ao segmento sucro-

energético. O setor não conseguiu ter

a margem esperada de lucratividade

em relação ao etanol, principalmente,

porque a administração federal focou

muito na questão da precificação da

gasolina e deixou o etanol concorrer

no mercado livre. Com isso, a conta

não fecha. Nos últimos seis anos, tive-

ximo, mas, em minha opinião, demo-

rou demais para voltar e, acredito que

não foi propriamente pelo setor e sim

uma medida tampão para beneficiar,

principalmente, as equações econô-

micas da Petrobras.

Quais os impactos das decisões so-

bre o novo Código Florestal? E para

o setor produtivo da Cana, qual é

seu parecer? Este foi um assunto

que foi debatido por mais de 10 anos

no Congresso Nacional e a Orplana

participou deste processo de discus-

sões. Nossa linha sempre foi mostrar

os problemas que um código florestal

pode desencadear ao ser elaborado

no âmbito de uma discussão muito

acirrada com simpatizantes e órgãos

ambientalistas que estão inseridos

no contexto. Isso levou a discussão

a prevalecer no lado excessivamente

MUNDO CaNa

06

te

xto

mos um aumento brutal de custo de

produção, de mão-de-obra, de insu-

mos e dos transportes, e que de al-

guma maneira tivemos que absorver.

O Governo errou quando extinguiu a

Contribuição de Intervenção no Do-

mínio Econômico (CIDE), que incide

sobre a importação e a comerciali-

zação de petróleo e seus derivados e

álcool etílico combustível, o que equi-

librava a competitividade do etanol.

Também se equivocou ao assinar o

decreto, em agosto de 2011, determi-

nando a diminuição do percentual de

etanol na gasolina de 25% para 20%,

o que causou um grande transtorno

para as usinas. Tal decisão desenca-

deou, na época, um efeito de concor-

rência com a importação do etanol e

fez o preço do produto nacional ir lá

pra baixo. Agora, a mistura de 25%

volta a vigorar a partir de maio pró-

Page 7: Mundo Cana 8 Mar'13

MUNDO CaNa

ambiental e deixou de contemplar o

que deveria ter mais peso, que é o

de trabalhar a produção sustentável

em nossas áreas de agronegócio, que

mais geram divisas ao País.

Apesar disso, eu aponto o Artigo 68,

que regulamenta os 20% de mata na-

tiva a serem preservados para cada

propriedade no caso do Centro-Sul

do Brasil, como principal destaque.

O Artigo 68 livra dessa recomposição

quem tiver desmatado conforme a

legislação vigente na ocasião, e que,

no caso das usinas, foi uma delibera-

ção sensata de maneira a se preservar

os contratos vigentes. A medida vem

preservar essa continuidade no de-

senvolvimento e aprimoramento das

áreas que já estão em produção, sem

mais impactos ambientais.

Como você avalia a evolução do

corte mecanizado? Como os mé-

dios e pequenos estão se organi-

zando nesse sentido? Está ocor-

rendo uma união ou não? Por

quê? Esta também é uma questão

discutida desde longa data, não pelo

fato da mecanização em si, mas sim

porque, ao longo dos anos, tornou-se

uma tendência, como ocorreu com as

grandes culturas mundiais, como a

Soja, o Milho, o Café e o Algodão.

Como o Brasil é o maior produtor de

Cana mundial, reunindo fatia muito

significativa no mercado global, esse

próximo passo pela mecanização

foi se desencadeando naturalmente

e vem somando avanços com a in-

corporação, adaptações e melhorias

importantes. Por outro lado, deman-

da um pouco mais de tempo, prin-

cipalmente porque, entre os grandes

produtores, o problema está pratica-

no, médio ou grande produtor, cada

um precisará ter capacidade técnica

e outras formas de gerenciamento

para que permaneça fornecendo,

numa escala razoável, para as indús-

trias do setor.

Tenho como grande modelo para o

futuro, grupos de fornecedores tecni-

camente super bem atualizados e que

destinarão sua matéria-prima para

uma indústria preocupada, única e

exclusivamente, na moagem de Cana.

Como você avalia o papel de empre-

sas como a Arysta que auxiliam no

fomento de tecnologias para pro-

dução com competitividade? E por

quê? Temos, hoje, um bem sucedido

modelo de produção que agrega o alto

desempenho na mecanização aliado à

alta tecnologia e eficiência dos defen-

sivos agrícolas aplicados na cultura da

Cana, por exemplo, os promotores de

crescimento, os maturadores químicos

e herbicidas de última geração. Sem

isso, nós não conseguiríamos os ga-

nhos de produtividade necessários.

Outro ponto que às vezes não aparece

na hora da comercialização e é muito

importante, é a pesquisa de produto

que se faz antes de colocá-lo em esca-

la comercial, além dos ensaios expe-

rimentais e testes de campo que são

realizados no desenvolvimento de mo-

léculas cada vez mais ambientalmen-

te favoráveis. Então, é fundamental a

participação destas empresas, dos cen-

tros de pesquisas e da parceria com os

fornecedores e produtores neste im-

portante caminho por novas alternati-

vas e gerações de produtos.

mente resolvido, mas não podemos

esquecer que temos um contingente

muito grande de pequenos e médios

fornecedores. Por isso, para eles, o

processo de mecanização não é tão

simples assim e pede necessárias in-

corporações graduais, principalmen-

te para aqueles produtores que ocu-

pam canaviais em áreas em declive,

onde a mecanização é mais difícil de

ser trabalhada.

07

Colaborou nesta matéria Carlos Correa

Consultor técnico Comercial - Sertãozinho (SP)

O governo errou quando extinguiu a CIDE e reduziu o percentual de etanol na gasolina”

“Olhando para frente, como obser-

va o futuro do produtor de Cana?

Em sua opinião, há concentração

do setor? A concentração é pública

e notória e somam-se a esse cená-

rio, os desmazelos do governo fe-

deral que não tem olhado com mais

atenção para o setor como deveria.

Abriu-se uma porteira forte com a

entrada de capital estrangeiro por in-

termédio de investimentos de grupos

internacionais que passam a marcar

presença no setor. Eu não sei se, com

esta tendência, vai sobrar espaço

para o pequeno produtor trabalhar.

Há 20 anos, o produtor conseguia

sobreviver da atividade, mas, hoje,

ele tem muita dificuldade de sobrevi-

vência. Quanto ao futuro da ativida-

de, observo que, seja para o peque-

Page 8: Mundo Cana 8 Mar'13

Atuar no mercado fornecedor de insumos

em parceria com empresas especiali-

zadas e consolidadas no agronegócio,

oferecendo produtos eficientes e de qualida-

de. É com este foco que as ações de difusão de

tecnologias para o campo e de comercialização

de adubos, fertilizantes e defensivos agrícolas,

tornaram-se referencial da Cooperativa dos

Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São

Paulo (Copercana), em Sertãozinho (SP).

Frederico Dalmaso, gerente comercial da Co-

percana, afirma que entre as empresas que se

destacam neste elo comercial bem sucedido

com a cooperativa está a Arysta LifeScience.

O gerente revela que, desde que o primeiro

produto da Arysta (Dinamic) foi incluído, há

seis anos, na família de defensivos agrícolas

da cooperativa, a escala comercial vem cres-

cendo a cada ano entre os produtores coope-

rados da região.

Na comparação entre as safras 2010/2011 e

2012/2013, os produtos Dinamic, Biozyme e

Lava 800 WG registraram incremento de 134%

na movimentação comercial da cooperativa.

DINAmIc é O PRINcIPAL heRbIcIDA cOmeRcIALIzADO PeLA cOOPeRAtIvA

08

frederico Dalmaso:

Entre as usinas da região, Dinamic é um exemplo de fidelização

Copercana aumenta em mais de 100% a comercialização de produtos Arysta

MUNDO CaNa

texto

Page 9: Mundo Cana 8 Mar'13

Fundada em 19 de maio de 1963, a

Copercana comemora o seu cinquen-

tenário em 2013. Em conjunto com as

festividades, a atual gestão, comandada

por Antônio Eduardo Tonielo (diretor-

-presidente); Manoel Ortolan (diretor-

-superintendente) e Pedro Bighetti

(diretor-secretário), trabalha com os

preparativos para a realização da IX

Agronegócios Copercana e VII Agroca-

na, eventos que acontecem em junho

e setembro, respectivamente. Em 2012,

só a feira Agronegócios movimentou R$

120 milhões em três dias. Os eventos

são realizados anualmente para propor-

cionar aos produtores melhores condi-

ções de financiamento, preços e quali-

dade na aquisição de insumos.

“Além da realização das feiras, traba-

lhamos para inaugurar, ainda esse ano,

um posto de combustível em Jabotica-

bal (SP) e expandir a rede de supermer-

cados Copercana”, destaca Pedro Esrael

Bighetti, diretor secretário da Coper-

cana. Atualmente, o Sistema Coperca-

na reúne duas entidades vinculadas: a

Canaoeste (fornecedores) e a Sicoob

Cocred (instituição de crédito), com 7

mil cooperados ativos, mais de 1.200

colaboradores e 18 filiais Copercana,

sendo 15 em municípios do interior de

São Paulo e três em Minas Gerais.

Copercana completa meio século em 2013

Ele destaca também que, em

geral, é comum que o produ-

tor fidelize determinada marca

devido a sua qualidade, efici-

ência e relação custo/benefí-

cio. “Entre as usinas da região,

Dinamic é um exemplo claro

desse cenário”.

Os produtos da Arysta são

consumidos, principalmente,

entre médios e grandes agricultores, que estão

mais habituados a investir em tecnificação no

campo e possuem, em média, áreas superiores

a 40 hectares.

O gerente comercial informa que, além do Di-

namic, segue na mesma linha de crescimento

e fidelização de uso, outros produtos forneci-

dos pela empresa. É o caso do maturador Cen-

turion, o mais recente integrante da lista de

produtos da Arysta. “Posso dizer que quem já

usou gostou do maturador, é um novo produto

que foi bem aceito”, confirma Dalmaso.

MUNDO CaNa

09

giovanni rossanez e

Pedro Bighetti:

gerente financeiro e diretor-secretário

da Copercana

Colaborou nesta matéria Carlos Correa

Consultor técnico Comercial - Sertãozinho (SP)

“O volume representou salto de 100 mil Kg/

litros para 234 mil Kg/litros de defensivos agrí-

colas da Arysta, apenas de uma safra para ou-

tra”, revela o gerente comercial. No decorrer

da safra 2013/2014, a cooperativa projeta al-

cançar volume de 300 mil Kg/litros, incremento

de 28% em relação à safra anterior.

Os trabalhos em conjunto com a Arysta foram

desenvolvidos a partir de 2007, com a abertu-

ra da comercialização do herbicida Dinamic.

“Desde então, Dinamic passou a integrar nossa

família de defensivos e continua como o prin-

cipal herbicida comercializado entre nossos co-

operados”, diz Dalmaso.

Desde a chegada de Dinamic, há seis anos, a escala comercial cresce a cada ano entre os cooperados”

Construção do prédio matriz da cooperativa em Sertãozinho

te

xto

div

ulg

ão

Page 10: Mundo Cana 8 Mar'13

Ocultivo da Cana-de-açúcar se desta-

ca como uma das mais antigas ativi-

dades agrícolas do Brasil, datada de

1532. Desde então, se desenvolveu, se pro-

fissionalizou, se tecnificou e se consolidou, le-

vando o país à condição de líder mundial na

produção da Cana.

Nas usinas, a cada safra encontramos inves-

timentos em novas possibilidades de uso de

tecnologias que auxiliem no ganho da pro-

dutividade.

A assistência técnica no campo é uma das ferra-

mentas tecnológicas de destaque cada vez mais

presente e valorizada na realidade das usinas.

Pertencentes ao Grupo Otávio Lage, a Usina

Jalles Machado e a unidade Otávio Lage pos-

suem 55 mil hectares ocupados com a cultura

da Cana. Desde 2007, a Usina recebe suporte

a campo da Arysta LifeScience para o uso de

tecnologias em defensivos agrícolas.

Para Patrícia Rezende Fontoura, gestora de

planejamento agrícola, pesquisa e desenvolvi-

mento da usina, o desafio do grupo sempre foi

o perfilhamento, devido aos grandes períodos

de seca e ao tradicional perfil da região de solo

pouco fértil.

MUNDO CaNa

JALLes mAchADO INcORPORA sOLuções efIcIeNtes à estRAtégIA De mANeJO DA cANA PARA meLhORAR A PRODuçãO DO cANAvIAL

Manejo inteligente pede nutrição vegetal e controle de plantas daninhas

10

>

arquivo arysta

Jalles Machado:

Desde o início buscando alternativas para melhorar o estande do canavial

divulgação

Page 11: Mundo Cana 8 Mar'13

de e rentabilidade na cultura da Cana. Hoje,

Dinamic e Biozyme estão entre os produtos

mais usados na usina”, reconhece Patrícia.

PRONUTIVA – O aumento da área planta-

da tornou-se necessidade para os produtores

brasileiros, assim como o alcance de máximo

desempenho, produtividade e rentabilidade.

Atenta a esse cenário, a Arysta LifeScience de-

senvolveu o conceito Pronutiva, com produtos

de proteção (Dinamic) e nutrição vegetal (Bio-

zyme) que oferecem ganhos na produtividade

da Cana-de-açúcar, ao proporcionar o suces-

so no estabelecimento inicial do plantio e o

consequente melhor fechamento do canavial,

o que por sua vez in-

fluencia positivamen-

te o controle de plan-

tas daninhas realizado

pelo herbicida.

Essa é a estratégia que

vem sendo emprega-

da na Usina Jalles Ma-

chado. Para Patrícia

Rezende, o manejo da

cultura em termos de

nutrição e proteção é muito importante para o

sucesso de um bom plantio. “Sempre tivemos

um importante apoio de campo da equipe da

Arysta e foi justamente em função deste ótimo

relacionamento que chegamos aos bons resul-

tados. Por meio da experimentação foi possí-

vel aprender mais sobre o conceito Pronutiva e

o posicionamento do produto, além de obter

mais confiança para utilizá-lo”, conclui.

Com a integração de diferentes estratégias de

manejo, a gestora da usina revela que a ex-

pectativa para a próxima safra prevê ganhos

ao redor de oito toneladas por hectare. Nessa

safra, a projeção é que a Jalles Machado atin-

ja a produtividade média de 76 toneladas por

hectare e a produção alcance 3,3 milhões de

toneladas.

“Em função dos grandes desafios, desde o

princípio de nossas atividades temos buscado

alternativas para melhorar o estande de nos-

sos canaviais e o fertilizante foliar Biozyme foi

uma boa alternativa para obter ganhos de pro-

dutividade”, diz Patrícia.

O primeiro produto da Arysta que, há seis anos,

passou a ser incorporado à estratégia de mane-

jo da usina foi o herbicida Dinamic, utilizado

no combate de plantas daninhas de difícil con-

trole. O resultado foi o impacto significativo na

melhora em termos de ocupação e controle de

área para desenvolvimento da Cana planta e,

consequentemente, a Cana soca.

Em 2010, para reforçar as ações de incremen-

to de produtividade

nos canaviais da Jalles

Machado, a equipe

técnica da Arysta e o

departamento de pes-

quisa da usina pas-

saram a monitorar

uma área experimen-

tal com aplicação do

Biozyme, reconhecido

por potencializar a

brotação das mudas de Cana. Do mesmo modo

como aconteceu com Dinamic, um ano depois,

o Biozyme, já aprovado em testes de campo,

passou a ser incorporado em escalas gradativas

no plantio da usina. “Atualmente, utilizamos o

fertilizante foliar em 100% do plantio conven-

cional da usina”, revela Patrícia.

Ela conta que o principal ganho com o uso

de Biozyme é a melhoria da performance do

plantio, proporcionando maior número de

perfilho por metro e a diminuição das falhas

no plantio. A aplicação, tanto no período mais

seco ou mais úmido, vem sendo realizada pra-

ticamente na mesma dosagem de, em média,

0,4 litro/hectare.

“É comum avaliarmos os impactos de produti-

vidade antes de incorporar uma nova tecnolo-

gia em escala comercial à nossa estratégia de

manejo e, em ambos os produtos, pudemos

constatar ganhos significativos de produtivida-

MUNDO CaNa

11

Colaborou nesta matéria Ângelo Volpato

Consultor técnico Comercial - goiânia (go)

Realizamos a nutrição vegetal com Biozyme em 100% do plantio

convencional”

“Patrícia

Rezende:

O desafio do grupo sempre foi

o perfilhamento

te

xto

Page 12: Mundo Cana 8 Mar'13

Mário Márcio e Silvio Janegitz Jr. mostram a qualidade do canavial da Vista Alegre

MUNDO CaNa

usINA vIstA ALegRe APOstA NA sINeRgIA De bONs ResuLtADOs cOm RetORNO De PRODutIvIDADe

12

Versatilidade no uso combinado de defensivos agrícolas é positiva

te

xto

>

OGrupo Tonon, que controla a Usina

Vista Alegre, em Maracaju (MS), tem

se destacado por realizar trabalho di-

ferenciado e eficiente no trato e controle da

braquiária em áreas cultivadas com Cana-de-

-açúcar, no Mato Grosso do Sul.

Considerado um dos mais importantes clientes

da Arysta naquele estado, o Grupo Tonon re-

conhece a versatilidade do uso combinado das

moléculas dos defensivos agrícolas da Arysta,

com ótimo sinergismo de resultados.

“Há três safras utilizamos Dinamic, potenciali-

zando a ação do produto com outras moléculas

associadas, de acordo com a flexibilidade na

época de aplicação”, conta o supervisor de tra-

tos culturais da usina, Mário Márcio Martinho.

Entre agosto e novembro, por exemplo, a usi-

na opta pelo uso associado dos herbicidas Di-

namic (Amicarbazone) e Lava 800 (Tebuthiu-

ron). Outra combinação interessante, capaz de

levar à redução de 20% nos custos, é a mistura

de Dinamic e Dizone (Hexazinona + Diuron).

Essa estratégia é utilizada, geralmente, entre

março e maio (final do período das chuvas),

reforçando a ação de controle da braquiária e,

em menor proporção, em áreas de controle de

plantas daninhas de folhas largas, como a cor-

da-de-viola e a mamona. “Além disso, depen-

dendo do período, é possível acrescentar um

terceiro produto, alcançando ótimo resultado

econômico com as misturas e mantendo retor-

no de produtividade plenamente satisfatório”.

Márcio acrescenta que, neste tipo de combina-

ção, por exemplo, trabalha com dosagens de

Dinamic variando entre 1 Kg por hectare (solos

mais leves) a 1,4 Kg por hectare (solos mais

pesados). Ele lembra que, nestas estratégias de

uso combinado de defensivos agrícolas, é mui-

to importante a usina ter histórico detalhado,

levando em conta fatores como o tipo de solo,

a época de aplicação, a variedade da cultura e

a matologia da área.

“A mensagem chave é a seguinte: produto caro é

aquele que não funciona e isso, em geral, acon-

tece quando o defensivo agrícola não é bem tra-

balhado, não se define o alvo do tratamento, há

gargalos na execução da aplicação ou quando

as recomendações na aplicação não foram intei-

ramente respeitadas”, argumenta o supervisor.

A Usina Vista Alegre também está obtendo re-

Page 13: Mundo Cana 8 Mar'13

gerente agrícola da unidade, Silvio Janegitz Jr.,

revela que a capacidade instalada de moagem

é de 2,5 milhões de toneladas/safra, com área

de Cana de 41,3 mil hectares. A capacidade de

produção de etanol é de 96 mil m3/safra, de

açúcar 173 mil toneladas/safra e de geração

de energia elétrica 30 Mw (Megawatts).

Na última safra, a

Vista Alegre alcançou

2,17 milhões de to-

neladas produzidas

em área de colheita

de 28 mil hectares e

produtividade média

de 77,42 toneladas

por hectare. Do total

desta produção, 63%

da Cana moída foram

destinados à produ-

ção de açúcar e os ou-

tros 37% para etanol.

Para o ciclo 2013/2014, a estimativa é que a

unidade alcance 2,48 milhões de toneladas de

produção e ocupe área de 38,7 mil hectares

(sendo 31,7 mil hectares de Cana plantada e

mais sete mil hectares de plantio), com a meta

de atingir a produtividade média de 81,6 to-

neladas por hectare.

Colaborou nesta matéria Ulisses Santos

Consultor técnico Comercial - Dourados (MS)

sultados positivos com aplicações do fertilizan-

te foliar Biozyme em Cana planta, mas nota

que, nas áreas onde o produto foi aplicado,

a rebrota da Cana soca é mais vigorosa. Se-

gundo Martinho, o incremento proporcionado

pelo produto é de 10% de produtividade no

canavial. “O padrão da usina é de 109 tonela-

das por hectare, mas nas áreas aplicadas com

o fertilizante foliar, a produtividade registrada

alcançou 120 toneladas por hectare”.

A novidade virá com o uso do maturador Cen-

turion, lançado recentemente pela Arysta, que

a usina começará a trabalhar mais significa-

tivamente nesta safra. “Faremos a apuração

comparativa dos resultados levando em conta

os padrões utilizados pela usina e, com isso, o

produto tende a ser incorporado progressiva-

mente na prática de manejo de nossa unida-

de”, revela Patric Araújo, supervisor de desen-

volvimento agronômico da Vista Alegre.

Patric revela outra ação importante feita pelo

Grupo Tonon que é o

investimento e a ma-

nutenção de mão-de-

-obra qualificada. Em

2012, a Vista Alegre

investiu em sete treina-

mentos internos com

empresas parceiras,

especialmente, como

a Arysta LifeScience,

com a qual comparti-

lhou o Programa Apli-

que Bem.

Longevidade – O Grupo Tonon também

completa 50 anos em 2013. Há meio século,

nascia um grupo familiar constituído por seis

primos-irmãos que começaram suas primeiras

atividades com um pequeno alambique em

Bocaina (SP), local onde hoje está instalada

a Usina Santa Cândida, também pertencente

ao grupo.

Na Usina Vista Alegre, a unidade mais nova do

grupo, que iniciou suas operações em 2006, o

MUNDO CaNa

13

Grupo Tonon:

Investimento e manutenção de

mão-de-obra qualificada

No uso combinado de defensivos é preciso

atentar ao tipo de solo, época de aplicação,

variedade da cultura e matologia da área”

Usina Vista Alegre (MS)

>

texto

Page 14: Mundo Cana 8 Mar'13

O mais recente levantamento de cam-

po do Instituto de Economia Agrícola

(IEA) para o setor sucroalcooleiro esti-

ma produção de 532 milhões de toneladas na

safra 2012/2013. O volume é 2,60% superior

às previsões realizadas no início de 2012.

De acordo com o IEA, já a safra 2013/2014,

que se inicia entre março e abril, tende a ser

ainda melhor em produção e produtividade,

com possibilidade de superar o atual volume

produzido. “O cenário que se constrói é de au-

mento da produção associado à boa recupe-

ração da produtividade em São Paulo, maior

polo produtor de Cana do País. Já temos usinas,

por exemplo, anunciando que terão aumento

da produção de Cana para a próxima safra de

até 30% em alguns casos, o que ampliará a

oferta de etanol e açúcar”, afirma Marli Dias

Mascarenhas Oliveira, diretora técnica do De-

MUNDO CaNa

partamento do Instituto de Economia Agrícola.

Se depender do clima na região Centro-Sul,

o anúncio de aumento da produção de safra

pode se confirmar. O agrometeorologista Mar-

co Antonio dos Santos, da Somar Meteorolo-

gia, explica que, nesse ano, a estação do ou-

tono não terá ausência total nem volume alto

de chuvas como ocorreu nos meses de maio e

junho de 2012. Portanto, o período não será

tão seco, com condições tipicamente na média

para a região Centro-Sul.

“Devemos ter o primeiro semestre com clima

dentro da normalidade, com chuvas esporádi-

cas e temperaturas um pouco mais baixas, sem

indicativos de geadas, pois estamos em um ano

neutro, sem fenômenos como la niña e el niño

atuando”, avalia o agrometeorologista.

No Nordeste, que inicia agora o período de

entressafra, deverá voltar a chover em março,

mas ainda abaixo da média de final de verão e

início de outono. O cenário, portanto, irá pro-

piciar, ainda que parcialmente, a recuperação

dos canaviais. “A quantidade de chuva no inicio

do outono não será suficiente para reverter to-

talmente o quadro de seca que se acumulou ao

longo de 2012 na região, especialmente por-

que o déficit hídrico é muito alto e a redução de

chuvas no Nordeste volta nos meses de junho e

julho desse ano”, explica Marco Antonio.

O setor também desfruta de transformações in-

teressantes, como os novos investimentos que

estão avançando para outras áreas produtoras

importantes, como nos Estados de Mato Grosso

do Sul, Mato Grosso e Goiás. “Na região Sul do

ANáLIse DO IeA DestAcA AumeNtO De PRODuçãO, RecuPeRAçãO De PRODutIvIDADe e tRANsfORmAções NAs RegIões PRODutORAs

14

Previsão otimista e de recuperação para o setor sucroalcooleiro

Marli Oliveira:

Transformações interessantes no setor

div

ulg

ão

Page 15: Mundo Cana 8 Mar'13

nergética gera mais de US$ 28 bilhões. O se-

tor, que reúne mais de 70 mil agricultores, gera

mais de 3,6 milhões de empregos diretos e in-

diretos no país.

Embora o mercado interno continue em expan-

são com o aumento das vendas de veículos flex,

não há, ainda, reflexo no aumento do consu-

mo de etanol, pelo contrário, houve queda de

17,8% em relação a 2011.

“Em contrapartida, a lacuna de consumo de

etanol foi suprida pelo aumento da gasolina.

E com o aumento do percentual de etanol mis-

turado à gasolina de 20% para 25%, a partir

do dia 1º de maio, o cenário pode melhorar”,

destaca Marli.

Já as exportações de etanol tiveram acréscimo de

26,7% em relação a 2011, mas bem aquém do

volume exportado em 2006 e 2008, quando o

país bateu recorde de volume de exportação de

etanol com 3,5 bilhões de litros exportados. Para

o açúcar, o cenário é diferente, com queda de

15,6% nas vendas em 2012, em relação a 2011.

“As exportações de açúcar devem continuar em

alta neste primeiro trimestre de 2013, puxadas

por embarques de negócios fixados quando os

preços estavam mais altos e pela necessidade

de escoar a produção excedente da atual safra.

A commodity passa por um momento delicado,

uma vez que a expectativa de grande safra no

Brasil vem pressionando as cotações internacio-

nais do açúcar”, completa.

Colaborou nesta matéria José renato girotti gambassi

gerente de Produtos e Mercado Cana

Brasil, o Paraná já é o segundo maior produ-

tor de Cana-de-açúcar do País. No Sudeste, a

forte expansão em São Paulo ocorre no Noro-

este e Oeste do Estado. A expansão é evidente

também nos estados de Rio de Janeiro, Minas

Gerais e Espírito Santo, bem como no Nordeste

do Brasil - nos estados da Bahia e Maranhão”,

revela Marli.

Para o final da safra 2012/2013, a produção

de açúcar deverá totalizar 34,05 milhões de

toneladas, 4,13% acima do volume projetado

anteriormente. No caso do etanol, a produção

estimada é de 21,33 bilhões de litros, sendo

12,48 bilhões de hidratado e 8,85 bilhões de

anidro: crescimento de 6,63% sobre a projeção

de setembro de 2012.

Do total de 532 milhões de toneladas estima-

das, o Estado de São Paulo será responsável

pela produção de quase 425 milhões de tone-

ladas, volume 4,6% superior ao estimado em

2010/11. Destaque também para o aumento

em 2,9% da produtividade paulista (média de

79,3 t/ha), devido às condições climáticas fa-

voráveis. Em relação à área total cultivada, o

crescimento foi de 3,5%, enquanto a área para

corte registrou expansão de 1,6%.

“Esse aumento é atribuído, particularmente,

à ampliação dos níveis de reforma dos cana-

viais, o que impacta na diminuição da idade e

promove produtividade superior. O crescimen-

to não retoma os números históricos das safras

passadas, mas já é um avanço que sinaliza recu-

peração”, diz Marli Mascarenhas.

Outra transformação relevante observada pelo

IEA é a grande mudança estrutural do segmento

nos últimos anos, que vem alterando o perfil cul-

tural e corporativo da indústria sucroalcooleira

energética, com a entrada de grupos estrangeiros

e também a chegada da indústria petrolífera.

Mercado interno versus exportação

Os números mostram que o agronegócio su-

croalcooleiro nacional fatura, direta e indireta-

mente, R$ 40 bilhões por ano, o equivalente

a 2,35% do PIB nacional. Já a cadeia sucroe-

MUNDO CaNa

15

Há usinas anunciando aumento de até 30% na

produção de Cana para a próxima safra”

“Marco

Antonio (Somar

Meteorologia):

Primeiro semestre com

clima dentro da normalidade

div

ulg

ão

Page 16: Mundo Cana 8 Mar'13

O setor sucroalcooleiro nacional tem im-

portantes desafios nos próximos anos

com foco no aumento da produção,

produtividade, eficiência e retomada de inves-

timentos. São metas ambiciosas para garantir

a expansão da indústria e confirmar o cenário

favorável da produção de açúcar e etanol no

próximo ciclo 2013/14.

De acordo com a presidente da Única (União da

Indústria de Cana-de-Açúcar), Elizabeth Farina,

a expansão do mercado mundial de açúcar e ál-

cool tem estimulado o aumento de investimen-

tos internos. No período entre 2006 e 2009,

foram mais de US$ 20 bilhões direcionados ao

setor e outras captações semelhantes já estão

em curso para as próximas safras.

Nesse cenário, o Brasil segue absoluto no topo

do ranking mundial dos maiores países produ-

tores de Cana-de-açúcar e como a principal na-

ção na implantação em larga escala do etanol,

combustível renovável alternativo ao petróleo.

Atualmente, o Brasil é também o maior expor-

tador mundial de açúcar e álcool, exercendo

forte influência na determinação dos preços in-

ternacionais destas commodities. Como líder na

produção mundial de açúcar, o país concentra

MUNDO CaNa

efIcIêNcIA PRODutIvA DA cOLômbIA, AumeNtO De INvestImeNtOs NO bRAsIL e cRescImeNtO DAs exPORtAções NO méxIcO RefLetem ceNáRIO AquecIDO DO meRcADO NA AméRIcA LAtINA

Vocação canavieira une Brasil, México e Colômbia

Açúcar e Álcool:

Expansão do mercado mundial tem estimulado aumento de investimentos internos

16

25% da produção global e 50% da exportação

mundial e, como o 2º maior produtor mundial

de etanol, detém 20% da produção mundial e

20% da exportação global.

Segundo a FAO (Food Agriculture Organization),

a Cana-de-açúcar ocupa, no mundo, área em

torno de 22 milhões de hectares, com produção

total de 155,7 bilhões de toneladas. Dos 121

países produtores, 15 possuem juntos 86% da

área e 87% da produção. São eles: Brasil, Índia,

China, Tailândia, Paquistão, México, Cuba, Co-

lômbia, Austrália, EUA, Filipinas, África do Sul,

Argentina, Mianmar e Bangladesh.

Além do Brasil, a Arysta LifeScience está presen-

te no México e na Colômbia, importantes países

com vocação sucroalcooleira e que despontam

como grandes inovadores e disseminadores de

novas tecnologias.

México - Sexto maior produtor mundial de

Cana, o México tem no açúcar seu principal

produto agrícola. Sua produção de açúcar para

a safra 2012/13 segue na expectativa de ligei-

ro aumento de 2% em relação à safra passada,

com a estimativa de alcançar 5,45 milhões de

toneladas, ante as 5,34 milhões de toneladas

da safra anterior.

Já a previsão de exportação de açúcar mexi-

cano nesta próxima safra é de, aproximada-

mente, 1,4 milhão de toneladas, superando os

embarques da safra 2011/12, de 1,15 milhão

de toneladas. O consumo interno mexicano de

açúcar para alimentação doméstica e industrial

Page 17: Mundo Cana 8 Mar'13

também deve registrar crescimento, superan-

do 5 milhões de toneladas/ano.

O Comitê Nacional Mexicano para o Desenvol-

vimento Sustentável da Cana-de-Açúcar (Co-

nadesuca) aponta que a área de plantio, nesta

safra, ocupa cerca de 760 mil hectares, peque-

no aumento em relação a 2011/12, e que de-

penderá das condições climáticas, mudanças de

custos de produção e do nível de investimento

contínuo por parte das usinas.

O setor bioenergético mexicano reúne mais de

50 usinas em 15 diferentes estados, com desta-

que ao Estado de Veracruz. No total, a atividade

gera número superior a 1 milhão de empregos.

Colômbia - A Colômbia destaca-se como a oi-

tava maior fornecedora de açúcar no mundo e

está entre as mais eficientes produtoras de Cana

da América Latina, com 120 toneladas por hec-

tare. Nos últimos anos, o Centro de Pesquisa de

Cana-de-Açúcar da Colômbia (Cenicaña) tem

trabalhado no desenvolvimento de programas

de manejo e gestão da terra por áreas específi-

cas para aumentar a produtividade. A indústria

sucroalcooleira espera que, com essa iniciativa,

seja possível alcançar incremento significativo

na produção de Cana, saltando das atuais 120

toneladas por hectare/ano para 160 toneladas

por hectare/ano, a partir de 2020, o que a leva-

rá ao topo no ranking dos países recordistas em

produtividade média.

Na safra 2012/2013, a produção estimada de

açúcar colombiano é de 2,31 milhões de tone-

ladas, número equivalente ao da safra anterior.

MUNDO CaNa

17

A Cana ocupa área de 22 milhões de hectares no mundo, com

produção total de 155,7 bilhões/t”“

O consumo interno de açúcar está estimado em

1,64 milhão de toneladas.

Atualmente, a Colômbia tem 13 usinas de açú-

car, todas localizadas no Valle de Cauca. Em

2011, por exemplo, a área de Cana plantada na

região foi calculada em 239 mil hectares. Desse

total, 20% são dedicados à produção de etanol,

que ocorre em cinco das 13 usinas de Cauca.

Aproximadamente 70 mil propriedades (entre

fazendas e unidades de arrendamentos de todos

os portes) destinam áreas de plantio e empre-

gam mais de 120 mil produtores em todo o país.

Em 2013, a produção de etanol deve regis-

trar novo aumento de 300 mil litros por dia,

impactando, inclusive, na exportação de açúcar.

Três novos projetos estão em desenvolvimento

no país e gerarão acréscimo na produção de

1,05 bilhão de litros/ano, com a meta de atingir

2,2 bilhões de litros/ano a partir de 2014.

A Arysta LifeScience tem fábrica nos três paí-

ses. Assim como no Brasil, possui, no México

e na Colômbia, equipe de atendimento dedi-

cada, assistência técnica e oferta de produtos

para a cultura da Cana.

Colaborou nesta matériaArysta LifeScience América Latina

Page 18: Mundo Cana 8 Mar'13

AArysta LifeScience acaba de apresentar

ao setor sucroalcooleiro o maturador

Centurion, capaz de potencializar os

níveis de ATR (açúcar total recuperado - saca-

rose) e aumentar a rentabilidade da atividade.

O produto, que passa a integrar o portfólio da

empresa para o mercado de Cana-de-açúcar,

foi lançado em grande estilo no dia 21 de fe-

vereiro, em São Paulo, para mais de 75 usinas

de diferentes estados, além de fornecedores,

distribuidores e representantes de cooperati-

vas, reunindo público superior a 100 pessoas

altamente tecnificadas.

Na abertura do evento, Antonio Carlos Costa,

Diretor de Marketing da Arysta para a Améri-

ca Latina, destacou a importância do mercado

de Cana para a empresa, que investe cada vez

mais em sua equipe, hoje composta por 35

profissionais; e na pesquisa e desenvolvimento

de mercado para estar presente, com soluções

de qualidade, em todas as fases da cultura.

Já o Gerente de Produtos e Mercado Cana da

Arysta, José Renato Girotti Gambassi, salientou

a importância de uma parceria equilibrada

entre usinas e indústria para desenvolvimen-

to e uso de novas tecnologias em defensivos

agrícolas. “Conseguimos reunir nesse encontro

uma seleta plateia de representantes de vários

segmentos do setor sucroalcooleiro do Brasil, o

que nos dá muita honra em trocar experiências

bem sucedidas de tecnificação no campo. Isso

porque são os produtores os principais reali-

zadores e responsáveis para que novas tecno-

logias cheguem ao campo com a proposta de

melhorar os índices econômicos e produtivos

da lavoura”, disse Gambassi.

Com o tema “Energia em Alta”, conceito que

simboliza o poder da sacarose, a apresentação

sobre o maturador Centurion focou na capa-

cidade do produto em aumentar os níveis de

açúcar, entregando mais vitalidade para a in-

dústria da Cana em menor tempo. Centurion

trabalha no processo de antecipação da ma-

turação da Cana no início da safra ou como

mantenedor da maturação no final da safra

(aplicação entre 15 a 45 dias antes do corte).

“Trata-se de um defensivo de alta eficiência e

MUNDO CaNa

mAIs De 75 usINAs DO PAís PRestIgIAm eveNtO “eNeRgIA em ALtA” em sP

Arysta reúne setor produtivo para o lançamento de Centurion

18

Fotos: arquivo arysta

Lançamento Centurion:

Produto aumenta rentabilidade da atividade

Page 19: Mundo Cana 8 Mar'13

Na exposição de seu case de sucesso, Bombo-

natti apresentou comparativos das avaliações

feitas em maio de 2012 entre a área testemu-

nha e a área tratada, como a realizada na Fa-

zenda São Francisco, em Colina (SP), onde foi

utilizada a variedade RB 86 7515. De acordo

com o experimento, em 17 dias após aplicação

com o maturador Centurion, o ganho obtido

foi de 9,2% em relação ao lote testemunha

com 107 Kg/ATR por tonelada; e aos 36 dias

de aplicação, o ganho

foi de 31,3% em re-

lação ao lote testemu-

nha, de 106,4 Kg/ATR

por tonelada.

No comparativo com a

média histórica da usi-

na, que é de 111,4 Kg/

ATR por tonelada para

o período, com ganho

médio de 18,7%, hou-

ve ganho, ao final de 36 dias de maturação, de

22,1 Kg/ATR por tonelada.

“Com certeza este é um produto novo e dife-

renciado que veio para ficar. Seus ganhos são

comprovadamente garantidos segundo as prá-

ticas de manejo recomendadas e já na segun-

da semana posterior à aplicação, os ganhos de

ATR começam a aparecer”, completou Bom-

bonatti.

Também palestrante do evento, o engenheiro

agrônomo Antonio Marcos Iaia, responsável

amplamente testado a campo, que entra para

a linha de produtos inovadores da Arysta, que

aposta e investe forte no setor canavieiro”,

completa José Renato.

Presente no evento, Celso Luiz Martins Arakaki,

gerente agrícola da Alcoeste Destilaria, de Fer-

nandópolis (SP), acredita que Centurion é uma

ferramenta indispensável para alcançar o teor

de sacarose ideal. De acordo com Arakaki, é

fato que o setor canavieiro está usando cada

vez mais maturadores

químicos para aumen-

tar a rentabilidade e

alcançar níveis dese-

jáveis do ATR, e com

a qualidade esperada

pela indústria.

“Como estamos come-

çando muito cedo a

safra - este ano inicia-

remos em abril, a Cana

acaba não chegando ao teor ideal de sacarose

e é aí que entra o uso de maturadores quími-

cos, trabalhando a favor dessa otimização do

ATR”, diz.

Arakaki revela que, na última safra, uma área

de quatro mil hectares recebeu a aplicação do

Centurion e, para este ano, a meta é chegar a

cinco mil hectares com o produto.

Angelo Eduardo Bombonatti, responsável pela

área técnica de defensivos agrícolas da Usina

Viralcool, do Grupo Irmãos Tonielo, de Vira-

douro (SP), participou do evento apresentan-

do os resultados obtidos com experimentações

a campo feitas com o maturador Centurion,

entre 2011 e 2012.

Nesse período, foram aplicadas áreas significa-

tivas e a expectativa para a safra 2013/2014 é

partir para volume comercial mais abrangente.

“Fizemos a aplicação aérea de Centurion entre

15 e 45 dias antes da colheita e já com 17 a

20 dias tivemos resposta rápida no incremento

do ATR e, mesmo depois de 30 dias da aplica-

ção, continuamos com ganhos nos resultados”,

destacou.

MUNDO CaNa

Centurion aumenta os níveis de açúcar entregando

mais vitalidade para a indústria da Cana”

19

Angelo Bombonatti:

Resultados positivos com

novo maturador

>

Page 20: Mundo Cana 8 Mar'13

do os canaviais da região Centro-Sul e, conse-

quentemente, o teor de ATR, que é a principal

forma de pagamento pela qualidade da cana.

“É exatamente um maturador químico como

Centurion que pode ser utilizado como com-

plemento da estratégia de manejo da usina

nesse processo de incremento da industrializa-

ção da safra”, pontuou Antonio Marcos Iaia.

Os participantes também puderam acompa-

nhar a apresentação do

especialista em merca-

do de açúcar e etanol

Andy Duff, do Food &

Agribusiness Research

do Rabobank Brasil,

que ministrou a pales-

tra “Perspectivas para

o setor de Cana, Açú-

car e Etanol no Brasil e

no Mercado de Expor-

tação”. O especialista

destacou a crescente

curva mundial no consumo do etanol e falou

sobre as perspectivas para o Brasil nos próximos

anos. “Considero um retrato mais animador em

longo prazo. O foco será de concentração na

produtividade com o uso intensivo de tecno-

logias ao invés da multiplicação de unidades.

O que importará não será mais a quantidade e

sim a eficiência das usinas”, disse.

Com intensa programação técnica, o evento

permitiu aos participantes a troca de experiên-

cias, conhecimento e relacionamento entre as

usinas, que tiveram a oportunidade de conhe-

cer como diferentes regiões estão trabalhan-

do as tecnologias e obtendo ganhos de pro-

dutividade. Atualmente, o mercado de cana

representa 25% dos negócios da Arysta, que

detém 4% do mercado nacional de defensivos

agrícolas. Com um de seus principais produtos

para Cana-de-açúcar, Dinamic, está presente

em 15% de toda a cana plantada no País, o

equivalente a 1,3 milhão de hectares.

Colaboraram nesta matéria José renato girotti gambassi

gerente de Produtos e Mercado Canae Caio giusti - gerente do Centro de Negócios Cana

20

MUNDO CaNa

pelo Programa de Melhoramento Genético da

Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento

Sucroenergético de Mato Grosso (Ridesa-MT),

falou sobre o uso de maturadores químicos na

cultura da Cana-de-açúcar em situação de clima

seco ou úmido.

O pesquisador destacou algumas das diversas

características desejáveis do maturador. Por

exemplo, a vantagem de manter a brotação da

soqueira e ação rápi-

da de absorção foliar,

devido a sua baixa in-

terferência no desen-

volvimento vegetativo

da planta após a apli-

cação e seu tempo de

carência reduzido, au-

mentando a ação do

produto e melhorando

a qualidade da maté-

ria-prima.

Por outro lado, salien-

tou alguns fatores que podem interferir na

eficiência do produto, como a quantidade de

massa do canavial, características da varieda-

de, idade da planta, precipitação, superdosa-

gem e sobreposição de faixa e canaviais com

acamamento.

O agrônomo lembrou, por exemplo, que entre

as safras recentes, a de 2009/2010 foi uma das

mais chuvosas, o que acabou comprometen-

Na aplicação aérea do Centurion, entre 15 a 45 dias antes da colheita, já tivemos

uma resposta rápida no incremento do ATR”

Público selecionado superior a 100 profissionais no evento “Energia em Alta”

>

Page 21: Mundo Cana 8 Mar'13

Aprodução da safra de Cana

2012/2013, encerrada em li-

geira recuperação, traz previ-

sões otimistas sobre a próxima safra.

A moagem no Centro-Sul, de aproxi-

madamente 540 milhões de tonela-

das, reflete crescimento ao redor de

7% em relação à safra anterior, porém,

com produtividade 1% menor em ATR.

Diante desse cenário, a próxima safra

de Cana (2013/2014), que se inicia

em abril/maio deste ano, deve chegar

a 580/590 milhões de toneladas. Des-

se total, com safra esperada em quase

60 milhões de toneladas no Nordeste,

o Brasil colherá a maior safra de Cana

da história, de cerca de 640 milhões de

toneladas. O volume, porém, ainda está

aquém do potencial de consumo exis-

tente na frota flex e do necessário para

voltarmos a conquistar mais de 50% do

mercado mundial de açúcar.

Tanto o clima como os investimentos

feitos em renovação vêm contribuindo

para que possamos ter melhor produti-

vidade, alcançando patamares próximos

de 80 toneladas/hectare, o que, conse-

quentemente, levará a alguma redução

nos custos de produção, que se torna-

ram insustentáveis nos últimos anos.

Existe previsão de superávit de cerca

de 7 milhões de toneladas no mercado

mundial de açúcar, que deve contri-

buir para manter os preços próximos

a US$ 20 cents/libra peso. O consu-

mo segue forte na Ásia, devido ao seu

crescimento econômico e urbanização,

e devemos ter boas importações vin-

Brasil pode colher a maior safra de Cana de sua história

21

MUNDO CaNa

das da China, Indonésia e outros países.

Estima-se, inclusive, que já neste ano, a

Indonésia pode se tornar o maior im-

portador mundial, com mais de 3 mi-

lhões de toneladas. Suas importações

estão crescendo 10% ao ano. Como

sempre, resta torcer pelo consumo, uma

vez que o mundo deve crescer mais em

2013 que no conturbado ano de 2012.

A produção de etanol na safra que se

encerra no Centro-Sul foi de pouco

mais de 21 bilhões de litros, quase 4%

a mais que no ciclo anterior. Foram

quase 9 bilhões de litros no anidro (cer-

ca de 18% a mais que em 11/12) e 12

bilhões para o hidratado. Foi uma safra

em que 50,3% da Cana foram destina-

dos ao etanol.

Há boas perspectivas de continuar a ex-

portação de etanol para os EUA, merca-

do de quase 50 bilhões de litros, onde o

Brasil ocupou pouco mais de 3 bilhões de

litros em 2012, representando importan-

tes US$ 2,2 bilhões na balança comercial

nacional. Especialistas em clima dizem >

cLImA e INvestImeNtOs em ReNOvAçãO cONtRIbuem PARA O AumeNtO DA PRODutIvIDADe

artigo por marcos fava Neves*

Page 22: Mundo Cana 8 Mar'13

2013. Tal como se observou no setor de

suco de laranja, carne bovina e frango,

é uma empresa do Brasil avançando na

comercialização mundial.

Uma boa notícia é que a mecanização

já atingiu 85% da colheita e 53% do

plantio no Centro-Sul do Brasil. De

acordo com o Centro de Tecnologia

Canavieira (CTC), o setor de Cana já

investiu R$ 14 bilhões neste processo,

o que mostra o compromisso da Cana

com o setor público e com a moderni-

dade, mesmo que a um custo e com

perdas elevadas de produtividade, que

foram totalmente absorvidas pelo se-

tor privado.

Para concluir,

acredito que su-

peramos o fundo

do poço no pri-

meiro semestre

de 2012 e que

2013 será me-

lhor. Com o re-

cente anuncio

do aumento da

gasolina e da mistura do etanol para

25%, haverá maior consumo do hidra-

tado em quase 2 bilhões de litros. Mais

benefícios serão colhidos na balança

comercial brasileira, pois substituire-

mos gasolina importada com produto

nacional e aumentaremos os preços

do açúcar no mercado mundial, rece-

bendo mais pelas nossas exportações.

Pode-se até receber o mesmo volume

de recursos exportando menor quanti-

dade de açúcar. Fora isso, trará a reto-

mada de investimentos, revigorando o

setor de bens de capital, gerando em-

pregos e desenvolvimento no interior

do Brasil.

ainda que remota, de racionamento de

energia no Brasil. Talvez esse risco de

apagão e o enorme custo político que

isso trará possa sensibilizar o governo

para a questão da eletricidade vinda da

Cana. Estima-se que o setor possa, hoje,

fornecer 6,5 mil Mw, mas oferece cerca

de 10% desse potencial. O impressio-

nante é que em toda a crise que aí está

colocada pouco se fala da capacidade do

setor sucroenergético de suprir uma Itai-

pu ou três Belo-Montes.

Com todas as dificuldades existentes,

foi anunciado pela Adecoagro um

greenfield para processar 4 milhões

de toneladas de

Cana, na cida-

de de Ivinhema

(MS). O grupo,

que espera moer

9,3 milhões de to-

neladas em 2014,

obteve financia-

mento do BNDES,

na casa de US$

480 milhões. É

um sinal de que os investimentos estão

voltando. O BNDES também deu de-

clarações que espera para 2013 a volta

de investimentos. Não é possível que

um setor tão crucial para o desenvolvi-

mento brasileiro tenha tido, em 2012,

desembolso pelo BNDES de R$ 4,2 bi-

lhões, quase 30% a menos que o valor

investido em 2011.

Vale destacar também os movimentos

feitos pela Copersucar, que com sua

controlada trading Eco-Energy nos EUA,

já conta com quase 20 usinas (com con-

tratos de exclusividade na comercia-

lização do etanol). Um volume de 10

bilhões de litros levou a empresa a ter

participação mundial de 12% no eta-

nol comercializado em 2012, deven-

do chegar a 12,5 bilhões de litros em

que a seca que atingiu a área produtora

de milho americana em 2012 será mais

frequente e os estoques de grãos estão re-

lativamente baixos, o que deverá manter

os preços do milho em patamares mais

altos. O USDA estima produção de eta-

nol 10% menor nos EUA, em 2013, algo

próximo a 12,6 bilhões de galões, abrin-

do importante janela para a colocação

de etanol brasileiro.

De tal forma, acredito que um impul-

so no etanol e uma safra bem mais

alcooleira, pode interferir já nos preços

do açúcar e trazê-los de volta a patama-

res remuneradores, o que seria um alen-

to para o setor e para as exportações.

Outro fator que deve ser favorável é

que a Índia está iniciando um programa

de adição de 5% de etanol em sua ga-

solina, o que também pode contribuir

para a redução na oferta de Cana.

No tocante à cogeração, estamos mais

uma vez frente a uma possibilidade,

Colaborou nesta matéria José renato girotti gambassi

gerente de Produtos e Mercado Cana

* MArCoS FAVA NEVES é professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat

22

MUNDO CaNa

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Podemos alcançar 640 milhões de toneladas

com as safras do Centro-Sul e Nordeste”

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