Mundo Paulista

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CSL NEWS Sexta-feira 12 de setembro de 2014 - Edição SP MUDANÇAS NO VESTIBULAR DA UNICAMP Um dos mais concorridos vesbulares de São Paulo dinamizou sua avaliação, dando destaque a autores nacionais e transferindo a redação para segunda fase. Leia na pág. A4. O assistente Pedagógico do CSL, Diniz, concede uma entrevista que esclarece algu- mas dúvidas sobre os vesbulares prestados pelos alunos do colégio. Leia pág. A5 Intercâmbio: os dois lados do ocea- no. Leia na pág. A3 Secret: uma lição do que não fa- zer”, sobre a interferência do apli- cavo na vida dos alunos do Colé- gio São Luís. Leia na pág. A2 USP, Unesp, Unicamp e mais seis divulgam datas do vesbular 2015. Fuvest e Unicamp são as mais procuradas por estudantes.

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Jornal Realizado pelos alunos da 2a série do Ensino Médio do CSL nas aulas de Redação. Redação: Giovanna Pierro Paula Castro Tarsila Galhardo Isabella Duque Giselle Veríssimo Celina Alves Catharina Figueiredo Hélio Bertrand

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CSL NEWS Sexta-feira 12 de setembro de 2014 - Edição SP

MUDANÇAS NO VESTIBULAR DA UNICAMP Um dos mais concorridos vestibulares de São Paulo dinamizou sua avaliação, dando destaque a autores nacionais e transferindo a

redação para segunda fase. Leia na pág. A4.

O assistente Pedagógico do CSL, Diniz, concede uma entrevista que esclarece algu-

mas dúvidas sobre os vestibulares prestados pelos alunos do colégio. Leia pág. A5

Intercâmbio: os dois lados do ocea-

no. Leia na pág. A3

“Secret: uma lição do que não fa-

zer”, sobre a interferência do apli-

cativo na vida dos alunos do Colé-

gio São Luís. Leia na pág. A2

USP, Unesp, Unicamp e mais seis divulgam datas do vestibular 2015.

Fuvest e Unicamp são as mais procuradas por estudantes.

A hipocrisia estudantil

A participação juvenil na política foi algo essencial na história do Brasil nas últimas décadas, na geração de nossos pais. Porém, atualmente, ela

vem diminuindo devido à descrença geral nos partidos políticos construída pela generalização feita pela mídia que dá ênfase apenas às atitudes negativas

deles como corrupção e nepotismo e deixa de citar a criação de muitas políticas públicas importantes.

A noção de responsabilidade e o sentimento revolucionário que leva os jovens à participação pública e coletiva de acordo com seu papel de cida-

dão advêm do seu processo formativo. Quanto a isso, os objetivos do Colégio São Luís são perfeitamente coerentes: expor os alunos a novas realidades e

enfatizar o questionamento das estruturas atuais para formar alunos críticos, motivados e transformadores.

Fila da cantina do Colégio São Luis

A realidade é diferente. Apesar da importância dada às aulas de Ensino Religioso, Fi-

losofia e Sociologia e aos debates em sala de aula, fora do contexto acadêmico as ações da

maioria dos alunos não espelha isso.

Um exemplo bem visível é o da fila da cantina. Os mesmos alunos que veemente-

mente se posicionam contra a corrupção e atos patrimonialistas “furam” a fila quando esta é

muito grande (ou seja, quase sempre) para comprarem o lanche mais rápido e aqueles que

vão para o fim da fila esperam por muito mais tempo por conta desse ato egoísta.

Outra situação similar é a desistência dos alunos de participar dos comitês, cuja se-

gunda reunião nunca foi realizada. A única exceção é o comitê acadêmico, o qual é convoca-

do pela coordenação todo bimestre para ajudar a decidir o calendário de provas. Todas as

reclamações sobre os ventiladores que fazem barulho ou as cortinas que caem não são trata-

das pelo comitê de infraestrutura e, portanto, continuam como questões privadas.

Ainda posso citar o pequeno número de alunos (que, podem me chamar de hipócrita, não me inclui) que tirou o título de eleitor e vai partici-

par da escolha dos nossos representantes políticos de que tanto reclamamos. Essa quantidade pode ser explicada por falta de informação ou, na mai-

oria das vezes, falta de interesse.

Essa postura de despreocupação com a sociedade em esferas que não sejam discursivas não é um problema exclusivo dos estudantes do Colé-

gio São Luís. Porém, ao considerarmos os esforços para a formação de cidadãos dessa instituição, torna-se mais grave. A participação política não é

algo que pode ser imposto, portanto deve surgir da consciência das pessoas como ser humano e social. Como diz o mestre em Ciências Sociais Renato

Souza de Almeida, os novos e bons políticos “virão de jovens que aprenderam que para a utopia ser conquistada lá fora, ela precisa estar primeiro

dentro de nós...”.

Carolina Soares Esper

Secret: uma lição do que não fazer

O Cyberbullying, agressão psicológica que vem se desenvolvendo com a era

tecnológica, afeta a vida de inúmeros adolescentes ainda em fase de formação soci-

al. Um exemplo dessa nova ameaça é o Secret, um aplicativo cujo objetivo era com-

partilhar segredos em anonimato e que, felizmente, não pode mais ser acessado.

Esse aplicativo, inicialmente criado para ajudar as pessoas a se abrirem, desa-

bafarem e procurarem apoio nos comentários, havia passado a ser espaço para humi-

lhação. É claro que havia comentários engraçados e divertidos, mas não eram a maio-

ria. Sem a sua identidade revelada, as pessoas tornaram-se cruéis e completamente

insensíveis.

Diversos jovens tiveram sua intimidade exposta e a velocidade com que as fo-

focas se espalhavam levou o bullying virtual a outro nível. Fotos constrangedoras (de

nudismo) e comentários ofensivos causaram repercussões negativas e o aplicativo,

criação de Chrys Bader e David Byttow, baniu todos os usuários brasileiros devido ao

aumento do número de suicídios pelos adolescentes.

No Colégio São Luís, assim como tantos outros, as vítimas do mau uso da rede

social tiveram sua vida dentro dos muros da instituição afetada. Olhares furtivos, co-

mentários maldosos, preconceitos, entre outros tipos de bullying tomaram os corre-

dores através das telas de todos os smartphones.

É do interesse da comunidade do São Luís que esse aplicativo seja proibido,

pois ele incentivava a realização de atos cujas consequências não eram pensadas e

nem como as pessoas seriam afetadas. Essa foi uma lição, principalmente em ambien-

te escolar, de como a total liberdade de expressão pode ser perigosa.

PAINEL DO LEITOR

Obras do ginásio

Conforme a notícia “Inauguração de Giná-

sio já tem data marcada”, publicada pelo Jornal

São Luís do dia 16 de setembro de 2013, a reforma

do ginásio do colégio teve início em julho de 2012

com prazo para inauguração em maio do ano pas-

sado e até hoje as obras não foram finalizadas. Os

diretores alegam que a demora foi causada pelo

atraso de materiais necessários para a conclusão

da obra, que ainda não tem nem data prevista.

Sou aluno do CSL e este ano me formo. A ansiosa

espera pela inauguração do ginásio não será cessa-

da e provavelmente não estudarei mais no colégio

quando acontecer. Espero que os alunos das séries

mais novas saibam aproveitar e que gostem muito

da reforma que está sendo realizada em prol de

todos que lá frequentam.

CSL NEWS , 12 DE SETEMBRO DE 2014 A2

Intercâmbio: os dois lados do oceano

Intercâmbio é uma experiência enriquecedora, porém traz muitos desafios. E não só para quem vai.

Todo ano, pequenos grupos de alunos do 2º ano do Ensino Médio viajam para outros países em busca de novas experiências. Atualmente, o intercâmbio – muito mais acessível do que algumas décadas atrás graças à globalização e aos avanços tecnológicos – não tem mais apenas a fun-ção de melhorar o inglês (ou qualquer outra língua que queira desenvol-ver). Esses alunos se aventuram longe dos pais, dos amigos e da vida coti-diana de São Paulo procurando um amadurecimento, uma autonomia, uma nova perspectiva de vida.

Quando voltam, novidades não faltam. Mostram toda a transfor-mação pela qual passaram através de fotos, relatos e principalmente ati-tudes. Ter outro olhar sobre o que parecia antes ser corriqueiro e sem importância é um dos “sintomas” pós-intercâmbio. O processo é longo, mas com resultados perceptíveis. Além do enriquecimento cultural e a formação de personalidade, existe a reflexão pré-intercâmbio. Quais os verdadeiros motivos para a partida? Chegando aos novos ares a pergunta frequente que se faz é: como lidar com todas as diferenças?

Academicamente, podem se desenvolver bem ou acabar se prejudi-cando por causa da perda de ritmo. Alguns conseguem tranquilamente retomar os estudos, outros precisam de um esforço muito maior para acompanhar os colegas que ficaram no colégio. Essa variação é muito subjetiva: depende do amadurecimento pessoal, da experiência em si e da vontade da cada um.

A distância parece não ser problema, quando o cotidiano nos engole, as responsabilidades nos consomem e falta tempo para dar uma pausa, res-pirar e sentir a falta daquele seu colega de sala. Até na chamada a ausên-cia não aparenta causar grandes desconfortos na sala, de acordo com a Professora Lia – também assessora de formação cristã – “A gente pula o número. Aparece lá na folha: transferido(a) e seguimos em frente. E ain-da existem alunos que ficam irritados quando chamamos o número mais de uma vez pensando que o aluno não respondeu por falta de atenção, e eles gritam: INTERCÂMBIO”. São poucos os estudantes que procuram-na para desabafar sobre as saudades que sentem dos amigos. O único mo-mento em que percebemos a falta de um amigo é quando precisamos dele e ele não tem como estar presente. Como diz o ditado: damos valor àquilo que temos depois que já não temos mais.

Adultos, no geral, para confortar seus filhos, dizem: “Nessa era tec-nológica que vocês vivem nem tem como sentir saudades. Vocês podem se falar pela internet. Existem tantos recursos de comunicação...” ou falas muito parecidas. Mas sem as tais brechas – intervalos entre aulas, fins de semanas tranquilos – nenhum tipo de tecnologia é capaz de substituir o contato pessoal com o pequeno aventureiro. Nas horas em que o calo aperta sentimos a ausência de um ombro amigo; quando percebemos que a dupla de sempre não está na sala, ou quando um grupo não está completo...

A superação pode ser simples quando escrita: pensamento positivo em relação a si mesmo e a preocupação com seus deveres, evitar pensar na pessoa e nos lados negativos da partida do Intercambista. O segredo é focar em si. Um egoísmo “saudável”. Para poucos, é um estado inatingí-vel de superação, mas para a grande maioria a distância se torna mais confortável com o passar do tempo e o aumento da carga escolar que vem com a aproximação do fim do ano letivo.

Não ter seu melhor amigo ao seu lado na hora das risadas e das lá-

grimas realmente é difícil, mas a distância levará a novas oportunidades

para ambos que compensarão o tempo de afastamento.

CSL NEWS , 12 DE SETEMBRO DE 2014 A3

Mudanças no vestibular da UNICAMP

As mudanças na prova de literatura da UNICAMP (uma das mais prestigiadas universidades estaduais de São Paulo) serão válidas a partir do vestibular de 2016 - afetando os alunos que em 2014 estão cursando o segundo ano do Ensino Médio.

Seis das nove obras da antiga lista, que era compartilhada com o vestibular da USP, serão mantidas e mais outras seis incluem a nova lista da UNICAMP, que credibiliza a literatura nacio-nal, sendo que nove das doze obras pertencem a autores brasileiros.

Ao contrário do que a maioria dos vestibulandos pensa, as mudanças serão muito positivas, pois irão complementar o repertório literário dos estudantes, visando ao aumento da nota de re-dação e um melhor desempenho nas matérias da área de humanas em geral. O maior problema a ser enfrentado pelos alunos de 2016, referente à nova coletânea, é o tempo, pois uma lista maior vai demandar uma grande organização do horário de estudo, até mesmo porque algumas obras, como Viagens na Minha Terra, de Almeida Garret, são bem desafiadoras.

Outras alterações que ocorrerão no processo seletivo da universidade de Campinas, mas

estas já para o ano de 2015 são: a primeira fase será composta por 90 questões de múltipla esco-

lha, anteriormente eram apenas 48, e a redações serão feitas na segunda fase.

CSL NEWS , 12 DE SETEMBRO DE 2014 A4

Brincando de ser humano

Casa pequena, quintal até onde a

vista alcança. Em um pedacinho do sertão

mineiro, passei uma das melhores semanas

da minha vida. “Adotada” por uma família

mineira, deduzi que o povo de Minas Gerais

é o mais hospitaleiro do Brasil.

No quarto da pequena Thaís, minha

irmãzinha, nada mais que uma cama de sol-

teiro, forrada por uma manta rasgada e, no

chão, uma bacia de plástico com uma dúzia

de bonecas, feias... algumas até quebradas.

Brincávamos com estas bonecas. Para mim,

uma menina paulista de dezesseis anos, na-

da poderia ser mais entediante.

--- Mana, eu tenho tantas bonecas...

você não acha?! – Perguntou Tatá, me tiran-

do dos devaneios pós almoço.

Silêncio.

--- Tenho muita coisa pra fazer sabe??

Ajudar a mamãe e o papai, cuidar do Renan-

zinho e nem dá tempo de brincar com todas

essas bonecas. – Continuou a pequenina de

8 anos.

Silêncio.

--- Acho que vou doar algumas... tem

tantas crianças por esse mundão que não

tem nada...

Lágrimas.

Brisa Nogueira

A crítica do cemitério

Escrito em 1881 por Machado de Assis, o livro Memorias Póstumas de Brás Cubas é um

marco do Realismo brasileiro. A obra tem como tema as experiências vividas por Brás Cubas,

componente da elite brasileira, o qual narra suas histórias após ter falecido. Além dessa obra,

Machado foi autor de inúmeras outras que tiveram um relevante sucesso, como: Dom Cas-

murro, Quincas Borba, Helena, entre outras. Memorias Póstumas chama uma maior atenção

do leitor pelo modo brilhante de como a narração devolve-se com o decorrer da trama.

A obra é contada por um defunto-autor, característica que permite ao narrador analisar

de forma irônica o comportamento das pessoas e avaliar as suas próprias atitudes sem se

preocupar com ofender ninguém. Disso decorre uma característica marcante: a fuga ao mani-

queísmo e a clareza na descrição da personalidade dos personagens.

A história decorre com várias digressões, seguindo os pensamentos do narrador e não

uma ordem cronológica. A narração tem um momento de tensão, no qual Brás Cubas perce-

be que seu grande amor, Marcela, só o amou enquanto ele tinha dinheiro. A partir de então,

ele passa a desenvolver críticas de como a sociedade é interesseira e egoísta, como ele pró-

prio era.

Memorias Póstumas de Brás Cubas é uma das mais consagradas obras do nosso país.

Machado de Assis, utilizando ironias, critica, de maneira brilhante e sutil, a burguesia do sécu-

lo XIX. Além disso, ele, inteligentemente, dá ao livro uma caraterística de análise psicológica,

de reflexão, fazendo, assim, um ´´combate´´ ao Romantismo. Fazenda São João—Montes Claros, MG

Preparando para o vestibular

Com 14 anos de Colégio São Luís e 25 de Companhia

de Jesus, Diniz, o assessor pedagógico do Ensino Médio

continua trabalhando com adolescentes, os quais conside-

ra motivados e questionadores. Sempre animado, ele nos

recebeu de portas abertas para esclarecer algumas dúvidas

sobre o vestibular.

1) Qual a sua opinião sobre os vestibulares em geral?

Enquanto algumas universidades tem um sistema

mais voltado para a linha acadêmica/”decoreba”, outras

tem uma avaliação mais amplas que levam o vestibulando

a desenvolver suas capacidades e competências. Este últi-

mo modo leva a melhora intelectual e a formação comple-

ta do indivíduo e, felizmente, a cada ano as universidades

federais principalmente vem tornando seu sistema de in-

gresso mais enriquecedor.

2) Como as mudanças no vestibular da UNICAMP (por

transferência da nota da redação para a segunda fase e a

mudança da lista de leitura) nos afetam?

A mudança na lista de leitura da UNICAMP, não mais

unificada com o vestibular da USP e válida a partir do vesti-

bular de 2016, só afetará negativamente os alunos que

não conseguirem se organizar para ler esta lista e a da FU-

VEST. Os vestibulandos que conseguirem terão um enri-

quecimento do repertório literário, o que ampliará os hori-

zontes e incentivará a leitura de obras, principalmente,

nacionais. É uma proposta interessante.

3) Você acha que quando chegamos no terceiro ano já

estamos preparados academicamente e psicologicamente

parar passarmos pelos vestibulares?

Os alunos do Colégio São Luís estão academicamente

muito preparados, o colégio não deixa nada a desejar em

matéria de grade curricular, aulas e corpo docente para

nenhuma outra instituição paulista.

4) As cotas raciais influenciam de algum modo no ingresso

dos terceiristas do CSL nas universidades?

A lei das cotas raciais e sociais influência no ‘’ número

de vagas” das universidades federais. 50% das vagas, até

2016, são garantidas para os oriundos, negros e pardos, de

escola pública. A USP, por sua vez, oferece o bônus EN-

CLUSP (até 15% das vagas), que tem como objetivo ameni-

zar a desigualdade social do nosso país. Desse modo os alu-

nos da rede particular tem de enfrentar uma maior concor-

rência para ingressar nas universidades que adotam este

sistema.

5) O cursinho é apenas um ‘’castigo’’ ou pode servir para o

amadurecimento pessoal?

Eu não entendo o cursinho como um castigo, é uma fase

de amadurecimento e organização sistemática de estudos,

na qual o aluno, sem ter que lidar com a pressão do colégio,

consegue atingir o foco necessário para passar vestibular.

Neste período é importante que o vestibulando tenha o

apoio da família e possa partilhar suas angústias, anseios e

sonhos.

Dicas:

Ter foco, organização e planejamento a longo prazo;

Partilhar suas decisões, medos e sonhos com os professo-

res e familiares;

Aproveitar as chances que o Colégio São Luís oferece: fó-

runs de profissões, palestras, visitas à universidades e pro-

fissionais prontos para ajudar o aluno;

Lembrar que o terceiro ano e o cursinho não aprovam ne-

nhum aluno. Deve-se fazer um bom ensino fundamental,

que é o alicerce da aprendizagem e deixar-se ser lapidado

pelo o ensino médio, pois o terceiro ano “só dá um brilho”;

CSL NEWS , 12 DE SETEMBRO DE 2014 A5

CSL

PARA RELAXAR