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Peça do mês Museu de Cerâmica de Sacavém novembro Azulejo comemorativo do centenário da Escola de Enfermagem Artur Ravara – 1886/1986. Decoração policromática, por técnica de estampilha e pintura manual. O azulejo, como brinde, é exemplo de uma outra forma de utilização, que não o revestimento parietal. À semelhança da Fábrica de Loiça de Sacavém, também a Fábrica Sant’ Anna produziu azulejos comemorativos e de brinde. Em Portugal, o gosto pelo azulejo foi assimilado dos Muçulmanos, tendo sido introduzido no país em meados do Séc. XV. No Séc. XVI, Portugal inicia a sua própria produção, sofrendo influências principalmente da azulejaria italiana e flamenga, e mais tarde, no Séc. XVII, da azulejaria holandesa. A partir do século XIX, o azulejo ganha mais visibilidade, sai dos palácios e das igrejas para as fachadas dos edifícios, numa estreita relação com a arquitetura. Na primeira metade do século XX, o azulejo caraterizou-se, pela exuberância e grande intensidade de cor dos seus frisos, composições e painéis de Arte Nova. A implantação do Estado Novo e de um novo estilo arquitetónico, por volta de 1946, levou à criação de um estilo nacionalista que rejeitou o azulejo. Nessa altura, ele é substituído pelo mármore. O azulejo voltaria no entanto a conquistar a sua dignidade pela mão de artistas plásticos ligados à oposição. A Fábrica de Faiança e Azulejos Sant’ Anna foi fundada em 1741, em Lisboa, nas “terras de Sant’anna” perto da Basílica da Estrela, tendo surgido com o nome de Viúva José Dias, sendo atualmente a mais antiga azulejaria portuguesa. Teve início como uma pequena olaria que se dedicava ao fabrico de telhas e tijolos em barro vermelho. Quando em 1755 toda a cidade de Lisboa foi devastada pelo terramoto, a sua reconstrução tornou-se essencial e urgente. Tendo sido nessa altura que o azulejo se tornou moda, muito em parte devido ao baixo preço quando comparado com outros revestimentos como a pedra. Foi nesta época que com o elevado crescimento da procura por este tipo de material, a outrora pequena olaria se viu obrigada a iniciar a produção de azulejos decorativos que viriam a fazer parte da decoração das fachadas de muitos prédios em Lisboa. Durante muitos anos, a fábrica teve as suas instalações na Rua de Sant’ Anna à Lapa, mas devido ao crescimento urbanístico, no início do século XX, foi obrigada a deslocar- se para a Rua da Junqueira (Lisboa). Mais tarde mudou as suas instalações fabris para a Calçada da Boa Hora, onde ainda hoje continua a produzir todas as suas peças por métodos inteiramente artesanais, desde a preparação do barro até à vidragem e pintura, mantendo os mesmos processos utilizados desde a sua fundação. www.cm-loures.pt facebook.com/MunicipiodeLoures Azulejo Marca gravada Santanna Lisboa Portugal 142 x 142 mm MCS 8180

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Peça do mês

Museu de Cerâmica de Sacavém

novembroAzulejo comemorativo do centenário da Escola de Enfermagem Artur Ravara – 1886/1986. Decoração policromática, por técnica de estampilha e pintura manual. O azulejo, como brinde, é exemplo de uma outra forma de utilização, que não o revestimento parietal. À semelhança da Fábrica de Loiça de Sacavém, também a Fábrica Sant’ Anna produziu azulejos comemorativos e de brinde.

Em Portugal, o gosto pelo azulejo foi assimilado dos Muçulmanos, tendo sido introduzido no país em meados do Séc. XV. No Séc. XVI, Portugal inicia a sua própria produção, sofrendo influências principalmente da azulejaria italiana e flamenga, e mais tarde, no Séc. XVII, da azulejaria holandesa. A partir do século XIX, o azulejo ganha mais visibilidade, sai dos palácios e das igrejas para as fachadas dos edifícios, numa estreita relação com a arquitetura. Na primeira metade do século XX, o azulejo caraterizou-se, pela exuberância e grande intensidade de cor dos seus frisos, composições e painéis de Arte Nova. A implantação do Estado Novo e de um novo estilo arquitetónico, por volta de 1946, levou à criação de um estilo nacionalista que rejeitou o azulejo. Nessa altura, ele é substituído pelo mármore. O azulejo voltaria no entanto a conquistar a sua dignidade pela mão de artistas plásticos ligados à oposição.

A Fábrica de Faiança e Azulejos Sant’ Anna foi fundada em 1741, em Lisboa, nas “terras de Sant’anna” perto da Basílica da Estrela, tendo surgido com o nome de Viúva José Dias, sendo atualmente a mais antiga azulejaria portuguesa. Teve início como uma pequena olaria que se dedicava ao fabrico de telhas e tijolos em barro vermelho. Quando em 1755 toda a cidade de Lisboa foi devastada pelo terramoto, a sua reconstrução tornou-se essencial e urgente. Tendo sido nessa altura que o azulejo se tornou moda, muito em parte devido ao baixo preço quando comparado com outros revestimentos como a pedra. Foi nesta época que com o elevado crescimento da procura por este tipo de material, a outrora pequena olaria se viu obrigada a iniciar a produção de azulejos decorativos que viriam a fazer parte da decoração das fachadas de muitos prédios em Lisboa. Durante muitos anos, a fábrica teve as suas instalações na Rua de Sant’ Anna à Lapa, mas devido ao crescimento urbanístico, no início do século XX, foi obrigada a deslocar-se para a Rua da Junqueira (Lisboa). Mais tarde mudou as suas instalações fabris para a Calçada da Boa Hora, onde ainda hoje continua a produzir todas as suas peças por métodos inteiramente artesanais, desde a preparação do barro até à vidragem e pintura, mantendo os mesmos processos utilizados desde a sua fundação.

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AzulejoMarca gravada Santanna Lisboa Portugal142 x 142 mmMCS 8180